Health-IT 3ª Edição

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Editorial

Edmilson Jr. Caparelli, Publisher

A

Boa coincidência

lgumas coincidências podem trazer bons resultados. Ao mesmo tempo em que lançamos a terceira edição da Health-IT temos o prazer de lançar a terceira edição dos “100 Mais Influentes da Saúde”. Coincidência ou não acredito que é o momento de brindar os cinco nomes que se destacam na categoria Tecnologia. Folheie as páginas e encontre os homenageados e as novidades que trouxemos para o setor em 2015. Mais do que apenas prestigiar os executivos que subiram ao palco, devemos aprender com as experiências de sucesso de outros profissionais de TI que têm transformado o seu departamento em prol da instituição. É o caso de Adriano Fonseca de Oliveira, da Rede D’OR São Luiz, que se empenhou para que a área de Tecnologia da Informação do grupo ficasse mais focada em uma base sólida e sustentável para suportar a demanda de negócio. Ou ainda reconhecer, assim como instituições de saúde em todo o mundo, que, a cada dia, a presença de sistemas e infraestrutura de TI é mais necessária para a operação e bom desempenho. É o que Thiago Damasceno, do Grupo Saúde Bandeirantes, também tem feito. Na seção TI pra que te quero o

executivo afirma que as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. Para ele, a TI tornou-se um core dos hospitais, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investimentos tecnológicos. Por se falar em investimentos, não podemos deixar passar despercebido que em ambientes urbanos ou áreas de grandes catástrofes a utilização de drones no setor de saúde vem ganhando destaque e chamando a atenção de autoridades e instituições hospitalares. Investir nessa nova tecnologia é o caminho escolhido pelo Haití para transportar vacinas. Já para a matéria de capa, ouvimos a história da Agfa Healthcare, que tem como estratégia geral trazer para o Brasil todas as experiências desenvolvidas na Europa, no quesito de soluções para os processos assistenciais. A ideia, segundo José Laska, é focar cada vez mais em Soluções de Gestão Clínica e Hospitalar (CIS/HIS). A estratégia da empresa é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os seus clientes façam bom uso da mesma e fiquem satisfeitos com o nível de desempenho fornecido. Descubra em cada matéria desta edição uma nova experiência e aprendizado e, quem sabe, uma boa coincidência! Boa leitura!


Sumário

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Novas oportunidades

Artigo Ana Claudia S. Reis

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Pronto para voar

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Expandindo conhecimento

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Big Data que não se mede, que não se repete


38 42 52 Em contínua evolução

Artigo Cezar Taurion

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Usuário final versus Inovação tecnológica

Nova era

61 24 Artigo Paulo Magnus

Simulando a realidade

Prontuário eletrônico


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Compartilhamento de imagens médicas O Figure 1, aplicativo para que profissionais da área médica e de enfermagem compartilhem casos clínicos e discutam sobre tratamentos de forma segura e em tempo real, desembarcou no Brasil. Nesta comunidade é possível pesquisar sintomas, trocar ideias, receber informações e encaminhar imagens para outros profissionais da saúde ao redor do mundo com o intuito de disseminar conhecimento e informações importantes sobre o tratamento de problemas de saúde de forma integrada e global, preservando a privacidade dos pacientes. A empresa, que é a primeira desse gênero no mundo, já é usada atualmente por mais de 150 mil médicos e profissionais da área. No Brasil mais de 400 mil médicos exercem a profissão, e a expectativa é que a ferramenta se torne canal de informação para profissionais brasileiros da saúde se conectarem de forma instantânea e trocarem informações sobre casos médicos no Figure 1.

Anestesia: aplicativo para relato de incidentes A Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) lançou durante o 12º Congresso Paulista de Anestesiologia (COPA) o Sistema de Relato de Incidentes em Anestesia (SRIA). Trata-se do primeiro aplicativo para celular, destinado ao registro de Eventos Adversos (EAs), com o objetivo de incentivar os profissionais a relatarem – sob sigilo – ocorrências antes, durante e após as cirurgias. Os dados inseridos no SRIA permitirão, ao longo do tempo, a consolidação de um mapeamento real deste cenário no país, que ainda é caracterizado pela subnotificação. O 12º COPA também marcou a formalização de acordos da SAESP com as duas principais instituições internacionais no campo da anestesia – a Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) e Sociedade Europeia de Anestesiologia (ESA). A intenção é implantar diversas ações no Brasil, ao longo de 2015, entre elas a campanha “Ser livre do fumo para a cirurgia”, que visa diminuir a incidência de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas.

Monitoramento de transfusão de sangue O Ministério da Saúde lança um sistema capaz de monitorar os procedimentos de transfusão de sangue feitos na rede pública. O Sistema Hemovida Web – Módulo Transfusional, produzido pelo Datasus, deve facilitar a rastreabilidade de componentes do sangue, como plasma, plaquetas e hemácias, recebidos e distribuídos pelas agências transfusionais que ficam, geralmente, dentro dos hospitais. De acordo com a pasta, cabe a essas agências armazenar o sangue e seus derivados, fazer exames pré-transfusionais, liberar e transportar os produtos para as transfusões. O sistema já está disponível mediante adesão dos gestores locais. A expectativa do ministério é que a ferramenta atenda cerca de 1.700 serviços da rede de hemoterapia brasileira, o que representa 70% do total. O Brasil conta hoje com 2.700 serviços de coleta e distribuição de componentes do sangue.

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Philips e Mount Sinai firmam parceria em pesquisa clínica A Philips, em parceria com o sistema de saúde americano Mount Sinai, anuncia o desenvolvimento conjunto de um sistema de armazenamento de imagens digitais com amostras de tecidos de pacientes e análises de dados, que permitirá a descoberta de novos exames baseados em tecidos e o acesso a informações sobre diferentes patologias. Além disso, o acordo tem a finalidade de promover avanços em pesquisa clínica e possibilitar melhores tratamentos para doenças complexas, por meio do compartilhamento desses dados com pesquisadores. A investigação e o estudo sobre as doenças são os alicerces da medicina moderna. A parceria permitirá a criação de um local de armazenamento de imagens digitais abrangente, contendo varreduras de todos esses tecidos. Ao integrar, analisar e disponibilizar dados a partir de imagens inteiras em lâminas, serviços de laboratório clínico, análise genética, radiologia e patologia cirúrgica e molecular, as empresas acreditam que os conhecimentos obtidos permitirão o desenvolvimento de análise preditiva para ajudar a personalizar o cuidado aos pacientes.

Lexmark paga U$ 37 mi por empresa de saúde A Lexmark desembolsará U$ 37 milhões pela provedora canadense focada em tecnologia para o setor de saúde Claron Technology. A companhia fornece ferramentas de visualização, distribuição e colaboração em imagens médicas. As soluções da empresa baseada em Toronto auxiliam serviços de diagnóstico a compartilhamento de informações de imagens de pacientes e outros conteúdos, tanto interna quanto externamente à organização. A ideia é que a compra reforce as soluções de gerenciamento de conteúdo médico da Perceptive Software, da Lexmark.

Apple: HealthKit está em teste nos hospitais norte-americanos A Apple está fazendo testes com produtos de assistência médica em hospitais dos Estados Unidos. O programa piloto faz uso do HealthKit, um serviço que monitora e armazena informações de saúde do paciente como pressão arterial, peso e batimentos cardíacos. De acordo com a agência Reuters, 14 de 23 dos principais hospitais do país já estão testando a tecnologia. O aplicativo funciona como um centralizador de informações de saúde e performance de outros apps, como o Nike+. Além consolidar estes dados, ele agrupa exames médicos, diagnósticos, medicamentos a tomar e tudo isso pode ser compartilhado com o médico do usuário. O Google e a Samsung também possuem tecnologia semelhante, mas estão passos atrás, ainda no início das negociações com os hospitais, segundo a agência.


De olho na TI Detector do vírus HIV

A Johnson & Johnson Medical, por meio da marca de equipamentos e dispositivos médicos Ethicon, firma parceria com o Google visando o progresso da cirurgia robótica para beneficiar cirurgiões, pacientes e os sistemas de saúde como um todo. As empresas reunirão suas capacidades, propriedade intelectual e experiência para criar uma inovadora plataforma de cirurgia assistida por robótica capaz de integrar tecnologias avançadas, com o objetivo de melhorar a prestação de cuidados de saúde nos centros cirúrgicos. A parceria foi facilitada pela Johnson & Johnson Innovation na Califórnia.

Foto: Divulgação

Cirurgia robótica

Uma equipe de pesquisadores liderada pela Universidade de Columbia, nos EUA, desenvolveu um acessório que, conectado a um smartphone, é capaz de diagnosticar simultaneamente a presença do vírus HIV e da bactéria causadora da sífilis a partir de uma picada no dedo. Em apenas 15 minutos, o dispositivo replica, pela primeira vez, funções semelhantes às de um teste de sangue de laboratório. O equipamento realiza um método conhecido como ensaio imunossorvente ligado por enzimas (Elisa), que permite a detecção de anticorpos específicos. No dispositivo desenvolvido em Columbia, os anticorpos seriam anti-HIV e dois que combatem a evolução da sífilis. O usuário ativa mecanicamente, com uma câmera de pressão, uma série de reagentes précarregados em fitas descartáveis, possibilitando a identificação de zonas específicas de uma doença.

FSFX adota sistema de gestão integrado A Fundação São Francisco Xavier deu um salto rumo à inovação em suas unidades de negócio, com a entrada em operação do Sistema de Gestão Integrado. O novo software se destaca por integrar, em uma mesma plataforma, toda a gestão de serviços do Hospital Márcio Cunha e da Usisaúde. Com isso, ao substituir os diversos sistemas utilizados atualmente por um único, trará inúmeros benefícios, como ganhos em integração de dados, maior segurança das informações, otimização de recursos e, sobretudo, maior conexão dos negócios aos clientes. O balanço dos primeiros 30 dias com o novo recurso mostra que o tempo de atendimento aos clientes do Hospital Márcio Cunha aumentou, em função dos ajustes necessários e já realizados após a migração de dados. O projeto para implantação do novo software durou 15 meses e envolveu colaboradores das mais diversas áreas para migração de dados, customização dos mais de 70 módulos, testes e treinamentos.


Papo de CIO

Novas oportunidades Acompanhe na íntegra de que forma os executivos de TI José Geraldo de Souza e Laércio da Cruz Loureiro acreditam que o Social Health pode transformar a saúde Com o surgimento do paciente informado, as redes sociais, os grupos de interesse e colaboração, o relacionamento médico-paciente está sofrendo profundas transformações. Ao mesmo tempo, empreendedores lançam plataformas de marcação de consultas e de conteúdo médico, orientação sobre doenças e informações úteis sobre saúde, propondo novos modelos de negócios no setor. Afinal: como que o Social Health vai trazer novas oportunidades na Saúde?

José Geraldo Andrade de Souza, Gestor de TI em Saúde da Unimed-BH

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setor de saúde, tanto no Brasil quanto no mundo, ainda faz pouco uso do potencial que as novas tecnologias digitais proporcionam. Mas, não estamos parados e destaco três frentes inter-relacionadas que o setor vem trabalhando muito bem. A primeira frente é no conhecimento e tratamento individualizado dos seus clientes. Ainda não somos como o varejo, por exemplo, que por meio das tecnologias digitais consegue: trabalhar informações diversas e dispersas para conseguir identificar as necessidades e preferências específicas de cada cliente; oferecer produtos e serviços customizados – às vezes totalmente personalizados, e da forma mais conveniente para seus clientes. Mas, como eles, o setor de saúde começa a avançar no uso dessas tecnologias, buscando entender e atender melhor as 10

n e cessida d es distintas dos consumidores e oferecer modelos de cuidados mais eficazes, que beneficiem a saúde e a qualidade dos clientes e reduzam o custo assistencial. Como exemplo, temos as apps que coletam informações sobre hábitos e comportamentos das pessoas e propõem, de forma customizada, ações de cuidados com a saúde para cada indivíduo. O resultado esperado é estimular o engajamento e empoderamento do paciente nesse cuidado. Com isso, estimula-se uma percepção de que “o responsável pela minha saúde sou eu. Não a operadora ou o médico”. A segunda frente é prestar serviços de atenção à saúde onde e quando seus pacientes necessi-


tam. Tecnologias como dispositivos wearables (vestíveis), equipamentos portáteis de diagnóstico e ferramentas de telemedicina permitem que os provedores de saúde monitorem seus pacientes remotamente. Com isto, podem atuar prontamente em casos de urgência, e proativamente na prevenção, identificando pequenas mudanças nas condições de saúde do paciente, alertando-o e educando-o em como gerenciar adequadamente a própria saúde. A terceira frente é o uso das tecnologias digitais como uma ponte de comunicação, que conecta os prestadores de cuidados em saúde e os pacientes, sem a necessidade de intermediários e deslocamentos. Por meio de redes sociais específicas, médicos, pacientes, prestadores e outros participantes irão interagir melhor e mais rápido. Na Unimed-BH, temos várias ações por meio de um programa chamado eSaúde, que envolve tecnologias como mobilidade, big data, cloud, telemonitoramento, e georrefereciamento. Um dos projetos é reforçar o vínculo entre médico e paciente por meio de uma solução móvel. O app permitirá que médico, equipe multiprofissional e paciente cadastrem, validem e consultem informações, facilitando o tratamento individualizado, conscientizando o paciente da necessidade de envolver-se no cuidado de sua saúde, e viabilizando a comunicação rápida e direta entre os envolvidos. Já estamos em meio a um processo de mudanças que altera como e por quem o cuidado é prestado, como as partes envolvidas se relacionam e como todo o modelo é custeado. E a combinação cada vez maior das tecnologias digitais irá acelerar ainda mais na direção de um novo caminho.

Laércio da Cruz Loureiro, Gerente de Projetos de TI e Aplicações do Grupo Marista, também responsável pela área de sistemas da rede de hospitais do grupo

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s impactos das redes sociais no dia-adia das pessoas já são percebidos e reconhecidos como um resultado natural da transformação que estamos nos comunicando e interagindo socialmente. A revolução está ainda no começo, mas o movimento para uma interação superior de “um para muitos” amplia a nossa capacidade de atingir as pessoas através de meios cada vez mais facilitados. Na área da saúde podemos aplicar estes meios como forma de contribuir para um mecanismo de maior disseminação sobre informações de prevenção e orientação de saúde pública. É importante esclarecermos neste artigo que consideramos redes sociais como um conjunto de canais e aplicações, por exemplo, Facebook, LinkedIn, Twitter, Google Plus e etc., que são utilizados para a divulgação e interação de um público em geral, com o intuito de gerar e captar informações sobre saúde. Naturalmente existem oportunidades, riscos e recomendações no uso das redes sociais que vamos explorar brevemente. Como oportunidade, podemos considerar que as redes sociais oferecem um meio gratuito e independente para a divulgação de informações sobre saúde pública e podem fazer parte de uma estratégia para o engajamento do público em ações específicas. Embarcamos esta oportunidade com o fato de estarmos anualmente aumentando o consumo de dispositivos 11


Papo de CIO

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dência informal, é necessário estabelecer a frequência de como as publicações são realizadas e na linguagem adequada. Outro risco que precisa ser observado está relacionado à potencialização de temas que deveriam ser tratados com um grau de julgamento e atenção, mas podem ser interpretados como uma grande ameaça à saúde e assim incitar um comportamento excessivo por parte da população. Novamente, ressalta-se a necessidade da adoção de uma linguagem adequada e uma coordenação atenciosa sobre o que e como publicar nas redes sociais. Há também o risco no uso indevido das redes sociais para a captação de recursos para ações de saúde. Pode haver a divulgação de conteúdo que incentive a população em contribuir com recursos para o desenvolvimento de uma ação de saúde ou na realização de pesquisa científica, aproveitando-se da boa fé da população e assim criando a oportunidade negativa no uso inadequado do meio de comunicação que as redes sociais oferecem. Finalmente, já podemos encontrar publicações na Internet que registram o uso inadequado das redes sociais por profissionais da saúde e que acabam expondo seus pacientes à rede pública da Internet. São grandes os desafios e oportunidades no uso das redes sociais na saúde. Como recomendações é importante que as instituições observem as oportunidades e estabeleçam os meios adequados para a sustentação das iniciativas em redes sociais, que sejam mediadas e reforçadas para garantir a confiança como extensão de suas operações. Por outro lado, os pacientes e a população em geral, precisam selecionar e monitorar de forma adequada as suas fontes de informação, sempre garantindo que há qualidade e seriedade no conteúdo que está sendo divulgado. Além disso, o paciente deve contribuir para que suas interações e contatos através das mídias sociais sejam controlados. Estamos em constante evolução e aprimoramento no uso das redes sociais e na área da saúde, e podemos obter excelentes benefícios se utilizarmos todo o potencial considerando os diversos aspectos discutidos neste artigo.

móveis que possuem recursos ricos de interação e serviços baseados na Internet. Segundo estatísticas de celulares no Brasil, estamos com um total de 282,6 milhões de aparelhos ativos, sendo 37% smartphones. Com esta popularização, podemos afirmar que o acesso às redes sociais não é mais uma exclusividade de um grupo privilegiado da população e já está acessível à todas as camadas sociais. Outra oportunidade relevante é atingir um volume significativo do público em toda sua diversidade. Os usuários podem selecionar o que desejam receber, através de associação simples “seguindo” uma pessoa, um grupo ou uma entidade de saúde. O Ministério da Saúde, através do Blog da Saúde, demonstra o uso adequado destes meios de comunicação e inclusive mantém a publicação também através do Facebook, Twitter e Instagram. Finalmente, uma oportunidade de grande impacto é a capacidade das organizações em captar informações do público em tempo real, ou seja, criamos meios diretos e acessíveis à população em geral para que possam contribuir e apresentar suas opiniões ou experiências. Em uma breve observação no Facebook do Ministério da Saúde, há forte participação do público e recebem respostas e interações dos mediadores daquele órgão público, demonstrando que este meio de comunicação está instituído, reconhecido e maduro. São raras as exceções de mau uso ou interações inadequadas, o que reforça a maturidade e o respeito da sociedade ao conteúdo oferecido. Não obstante aos benefícios no uso das redes sociais na saúde pública, é necessário considerarmos os riscos inerentes e como podemos minimizá -los. Um primeiro aspecto considerado como risco é a potencial perda de controle da mensagem a ser transmitida. É necessário que a fonte de publicação tenha a credibilidade e a idoneidade para compartilhar as informações e assim mantenha a fidelidade do público cultivando uma relação de confiança. Cabe ainda a particularidade da sensibilidade das informações e a forma de linguagem que é utilizada, que apesar de estarmos usando um meio de comunicação que possui uma ten-


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Panorama Panorama

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TI TI pra pra que que te te quero quero

Pronto para voar Em ambientes urbanos ou áreas de grandes catástrofes a utilização de drones no setor de saúde vem ganhando destaque e chamando a atenção de autoridades e instituições hospitalares. No Haiti, por exemplo, unidades não tripuladas percorreram centenas de quilômetros transportando vacinas 16 16


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canners, apresentações holográficas, robôs cirurgiões e drones utilizados para intervenções médicas. O que antes pertencia somente às páginas de ficção científica hoje é uma realidade em muitos lugares do mundo. A mais recente delas, são os diversos usos de drones dentro do mercado de saúde, que variam de unidades de pronto atendimento a equipamentos de transporte de insumos hospitalares em áreas de grandes catástrofes. A tecnologia, criada inicialmente para uso militar em missões de reconhecimento e bombardeio, vem ganhando espaço no mercado civil e, em 2014, teve sua primeira unidade de atendimento de emergências médicas desenvolvida e testada com sucesso na Europa. Projetada pelo estudante de design industrial da Delf University of Technology, na Holanda, Alec Momont, a unidade não tripulada pesa cerca de quatro quilos e tem a capacidade de carregar o próprio peso em carga. Além disso, o drone é capaz de atingir uma velocidade de voo de 100 Km/h e chegar ao local da emergência em menos de três minutos. Essa rápida resposta ao atendimento de emergência é capaz de reduzir

em 80% as chances de óbito dos pacientes, segundo Momont. Criado como parte do projeto de graduação do estudante, e em parceria com a Living Tomorow Innovation Platform, o Drone Ambulance carrega um desfibrilador automático e equipamento de áudio e vídeo, live stream, capazes de conectar um paramédico ao solicitante da emergência para orientar possíveis procedimentos médicos até a chegada de apoio caso seja necessário. De acordo com o desenvolvedor da nova tecnologia, para reduzir drasticamente as chances de óbito em casos de parada cardíaca é essencial

que os primeiros socorros sejam aplicados de maneira adequada. “Se conseguirmos chegar ao local da emergência o quanto antes isso pode salvar muitas vidas e facilitar a recuperação de muitos pacientes. Isso se aplica especialmente em casos de insuficiência cardíaca, afogamentos, traumas e problemas respiratórios”, considera Momont. E, ainda, o estudante da Delf University of Technology aponta que é possível atender aos mais diversos tipos de emergências médicas, bastando apenas adaptar os equipamentos médicos aos drones, como foi o caso do desfibrilador.

Delfi UT Ambulance Drone

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TITIpra praque quetetequero quero

Ajuda humanitária

Outra nobre aplicação dessa tecnologia pode ser vista em áreas de grandes catástrofes. Utilizado pela organização internacional de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteira, diversos drones, desenvolvidos pela Matternet, percorreram centenas de quilômetros por todo Haiti transportando vacinas, medicamentos e insumos hospitalares abastecendo hospitais de campanha e amostras laboratoriais. Segundo o CEO da Matternet, Andreas Raptopoulos, o maior desafio para os Médicos Sem Fronteira estava no transporte de amostras coletadas de pacientes para análises laboratoriais que precisavam ser analisadas rapidamente, percorrendo distâncias que variavam de 15 até 85 quilômetros. “As estradas não eram acessíveis devido à lama ou simplesmente não existiam. Aviões, barcos e caminhadas eram jornadas imprevisíveis que podiam levar algumas horas ou dias.”

Matternet Makes Delivery Drones

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O gerente de projetos da organização humanitária, Eric Pujo, que atuou no Haiti, e auxiliou a implementação de drones na região, afirma que devido às grandes extensões de pântanos, o deslocamento de equipes e suprimentos era quase impossível, e a utilização de drones foi vital para o diagnóstico e tratamento de tuberculose no país após o terremoto ocorrido em 2010. A utilização de tecnologias como os drones vem ganhando


em muitos países, outros entraves impedem a larga aplicação de drones, como o desenvolvimento de baterias mais potentes que aumentem a autonomia de voo das aeronaves não tripuladas. “Essa tecnologia tem avançado co n s i d e r ave l m e n t e , mas ainda é necessário desenvolver modelos que detectem casas, árvores, postes e outros obstáculos encontrados em áreas urbanas e que comprometem a segurança de voo”, finaliza Harayashiki.

espaço no setor de saúde, porém, também enfrenta dificuldades para implementação devido às restrições tecnológicas, como autonomia, capacidade de carga, qualificação de equipes e regulamentação das agências responsáveis pelo tráfego aéreo. Para o professor de engenharia de controle e automação do Instituto Mauá de Tecnologia, Anderson Harayashiki Moreira, a utilização dos drones no setor de saúde, como o Ambulance Drone, aumentará significativamente o acesso à saúde e melhorará a qualidade do atendimento pré-hospitalar. No entanto, questões como a regulamentação dessas aeronaves não tripuladas ainda é a principal barreira encontrada em países como o Brasil, uma vez que não há posicionamento da Agência Nacional de Aviação Civíl (ANAC) sobre a utilização desse tipo de equipamento em nenhum segmento da economia. Mesmo com a falta de regulamentação

Para reduzir drasticamente as chances de óbito em casos de parada cardíaca é essencial que os primeiros socorros sejam aplicados de maneira adequada.

Alec Momont, estudante de design industrial da Delf University of Technology, na Holanda 19


HiTech

Nova era

O Watson é um sistema considerado a primeira oferta de computação cognitiva disponível para comercialização, um sistema com capacidade contínua de aprendizado e aperfeiçoamento próprio por meio da interação entre humanos e computadores. Essa é a grande aposta da IBM para o setor da saúde

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Watson, que leva o nome do fundador da IBM, é um sistema de computação cognitiva desenvolvido pelo time de cientistas da IBM com a capacidade interagir em linguagem natural, criar e avaliar hipóteses a partir de vastas quantidades de dados em diferentes formatos e aprender a cada interação. Watson está na vanguarda de uma nova era - a terceira era - da computação que vai transformar as empresas e a sociedade, segundo o líder para o IBM Watson no Brasil e na América Latina, Fabio Scopeta. “O sistema é a primeira oferta de computação cognitiva disponível para comercialização, um sistema com capacidade contínua de aprendizado e aperfeiçoamento próprio por meio da interação entre humanos e computadores. O Watson foi projetado para responder as perguntas formuladas em linguagem natural com velocidade, precisão e segurança”, explica. A ferramenta tornou-se muito conhecida, em 2011, após derrotar humanos no programa Jeopardy! - um quiz show sobre conhecimentos gerais da televisão norte-americana.

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Principais características do Watson IBM Watson compreende um conjunto de capacidades transformacionais que incluem: • Processamento da linguagem natural – Interage com os humanos da mesma forma que interagimos entre nós, e explora o potencial de dados não estruturados nos setores em que Watson é colocado para trabalhar. Por exemplo, na área da saúde, o Watson auxilia médicos no processo de diagnóstico, analisando dados relevantes sobre os pacientes, incluindo anotações médicas, históricos de tratamento e a literatura relacionada à uma determinada doença. • Geração de hipóteses – É a forma que o Watson “raciocina”, identificando e avaliando hipóteses por meio da aplicação de conceitos como: mineração de dados, detecção de entidades, análise complexa de texto e difusão gráfica. •

Aprendizado – Melhora a cada interação, aprendendo com erros e acertos, assim como os seres humanos. Também pode ser treinado por especialistas, como no caso de um parceiro na área de saúde que investiu mais de 14.700 horas de treinamento especializado para o Watson.


Como a ferramenta pode auxiliar um profissional de Saúde?

Parte dos motivos que tornam os sistemas cognitivos tão necessários está na ascensão do Big Data. “Como as organizações trabalham para tomar decisões baseadas em fatos com base em dados, elas precisam de sistemas avançados que são capazes de esmiuçar grandes quantidades de dados estruturados e não estruturados e gerar hipóteses em frações de segundos.” Em janeiro de 2014, a IBM transformou o Watson em uma unidade de negócio, chamada de Watson Group, a qual recebeu um aporte de U$ 1 bilhão. Além do pesado investimento na criação dos numerosos algoritmos que compõem o sistema cognitivo, parte do montante foi destinado à infraestrutura para armazenagem e tráfego de dados, necessários para criação de um ecossistema que permitiu ao Watson realizar operações na nuvem. Outra parte, U$ 100 milhões, foi utilizada na criação de um fundo de investimentos voltado ao financiamento de companhias com projetos de aplicações de computação cognitiva. Globalmente, o Watson Group possui 1,4 mil funcionários.

As habilidades cognitivas do Watson estão ajudando a transformar o modo como a saúde é praticada e ensinada, incluindo novas soluções destinadas para melhorar a qualidade e velocidade da assistência prestada aos pacientes, que vai além da individualização, mirando na precisão das conclusões. Abaixo, alguns exemplos de aplicação nessa área: • Memorial Sloan Kettering Cancer Center – A IBM, em parceria com o Memorial Sloan Kettering, criou o IBM Watson for Oncology. Essa inovação representa um avanço na forma como os médicos podem aplicar o processamento da linguagem natural, análise de dados e aprendizado de máquina, combinando dados de pacientes com casos históricos, publicações científicas e informações genéticas para criar sistemas de apoio à decisão baseados em evidências. Este sistema Watson foi treinado pelo Memorial Sloan Kettering para ajudar os médicos a melhorar a qualidade e agilidade no tratamento personalizado dos pacientes com câncer. • MD Anderson Cancer Center – O MD Anderson está utilizando o Watson em sua missão de erradicar o câncer. A IBM em parceria com o MD Anderson trabalham nesse momento no MD Anderson Oncology Advisor, feito com o IBM Watson. As organizações compartilham a mesma visão de alavancar o poder da computação cognitiva do Watson para ajudar pacientes de câncer, permitindo aos clínicos descobrirem informações valiosas provenientes dos ricos bancos de dados do centro de câncer, relativos aos tratamentos de pacientes e pesquisas científicas. A solução busca fornecer aos médicos - e, por sua vez, aos pacientes - acesso imediato, em todo o mundo, à experiência e aos recursos do MD Anderson. • New York Genome Center (NYGC) - Pesquisadores do Centro do Genoma de Nova York estão testando um protótipo do Watson projetado especificamente para a pesquisa genômica como uma ferramenta para ajudar os oncologistas a fornecerem atendimento mais personalizado aos pacientes com câncer. NYGC e suas instituições médicas parceiras planejam avaliar inicialmente a capacidade do Watson com pacientes de glioblastoma. A iniciativa conjunta tem como objetivo acelerar o processo complexo de correlacionar dados de sequenciamento do genoma com informações disponíveis em revistas médicas, artigos científicos e registros clínicos para identificar padrões e revelar conhecimento que ajudarão os médicos a trazerem a promessa da medicina genômica para seus pacientes.

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HiTech HiTech

Watson no Brasil

Qualquer indústria tem como um dos desafios lidar com enormes quantidades de dados e melhorar o engajamento com seus clientes. Hoje, o Watson, está sendo utilizado principalmente nas áreas de saúde, serviços financeiros e comércio varejista. E sim, O Watson já está disponível no Brasil. A operação local começou em outubro de 2014 com o início do aprendizado do sistema de computação cognitiva para o Português brasileiro. A IBM está em negociação e já possui contratos com empresas para uso do Watson no Brasil, como o Bradesco. De acordo com Fabio Scopeta, não é preciso um sistema específico para rodar o Watson, pois o mesmo é disponibilizado como um serviço na nuvem. “O sistema é otimizado integrando proces-

samento paralelo massivo de processadores POWER. Tendo sido construído a partir da tecnologia IBM de DeepQA e Apache UIMA (Unstructured Information Management Architecture) framework, que são utilizadas, entre outras funções, para geração de hipóteses, agrupamento de evidências e análise de dados, além do processamento de linguagem natural”, pontua.

Quem é? Ao longo dos últimos 19 anos, Fabio Scopeta tem adquirido uma vasta experiência nas principais organizações globais de P & D para fornecer soluções de software de sucesso. O executivo é fundador da IBM Brasil Software Lab, tendo iniciado na empresa em 2007. Como líder da Lab, Scopeta era responsável pela gestão geral de uma grande organização com foco na concepção, desenvolvimento e suporte de produtos que compõem a estratégia da IBM em mobilidade, Analytics, Cloud e Social Business. Formação acadêmica: - MBA Executivo Internacional pela FGV / UC Irvine; - Bacharel em Administração de Empresas pela FEA-USP; - Computing Tecnologia (processamento de dados) na FATEC; 22 22


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Visão de Mercado

Prontuário eletrônico: muito mais que um facilitador de tarefas De um lado um dos líderes no mercado brasileiro, do outro uma empresa que acaba de chegar ao Brasil. O que eles têm em comum? O desejo de levar o PEP para todo o país

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m grande mercado a ser explorado. Assim é visto o Brasil por empresas nacionais e estrangeiras quando o assunto é Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Os números comprovam essa demanda no país: apenas 12% das instituições públicas e privadas adotam a tecnologia, enquanto que nos Estados Unidos, com incentivo do Governo, este número chega a 80%. “Na rede privada, temos evoluído mais forte nos últimos cinco anos. As instituições conseguem ver os ganhos da adoção de prontuário, como um atendimento mais ágil e seguro ao paciente. Também é importante destacar o papel do profissional da saúde. Eles podem atuar cobrando das instituições e impulsionando esta popularização”, explica o presidente da MV, Paulo Magnus, presente no mercado há 28 anos. O executivo afirma ainda que o aumento na adoção do prontuário está diretamente ligado a políticas públicas. Para que haja uma popularização em todos os cenários, Magnus defende ser imprescindível ter projetos do governo voltados para a criação de um Registro Eletrônico em Saúde (RES), e informatização da área pública e padrões consolidados e difundidos de troca de informações clínicas. Incluem-se também os investimentos em definição e disseminação em padrões de interoperabilidade. Além das empresas brasileiras, o mercado local também brilha aos olhos de companhias estrangeiras. Exemplo disso é a irlandesa Sláinte Healthcare, que acaba de chegar ao país trazendo soluções para o segmento PEP. Antes de dar o xeque-mate e investir no Brasil, o CEO da multinacional, Andrew Murphy, conta que foi estudado o número de prestadores de serviços do país e realizadas visitas para compreender o estágio de penetração do PEP nas instituições e como os profissionais estavam satisfeitos com as opções disponíveis no mercado. A opinião da Microsoft também teve forte influência nesta estratégia, com quem a Sláinte Healthcare realiza diversas parcerias em todo o mundo. “Descobrimos que existem milhares de hospitais brasileiros, porém sem muita variedade quando se trata de PEP”, diz. Para que o prontuário eletrônico se popularize, Murphy acredita que o primeiro passo é não complicar. “Se a solução é difícil, não será usada. O objetivo do PEP é tornar a vida fácil para enfermeiros e médicos, e não o contrário. Por isso é extremamente importante ouvir as opiniões desses profissionais e saber suas reais necessidades. Também é essencial que a solução tenha flexibilidade, uma vez que estamos diante de prestadores de saúde de diversas especialidades e processos.”

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Visão de Mercado

Exigências

Mas, afinal, o que os gestores buscam com o PEP? Para Magnus, a adoção do prontuário deve ser tratada como um projeto estratégico dentro do hospital, com o engajamento de toda a área médica e assistencial. “Todo o corpo clínico tem que estar envolvido, até na escolha do produto, e eles têm que ver valor neste processo. Por isso, o prontuário eletrônico não pode ser visto apenas como um registro de informações burocrático, mas como uma ferramenta que traz mais eficiência no atendimento médico, melhorando a segurança do paciente. Desta forma, a escolha do PEP certo é fundamental e tem que ser criado em cima de pilares voltados para a segurança do paciente, inteligência e governança clínica.” Toda essa participação da equipe requer também a fase e capacitação dos profissionais, desde a microinformática até outros grupos. “Neste processo, é fundamental voltarmos para o produto. Ele tem que ser uma ferramenta facilitadora, com uma boa usabilidade, além de ser intuitivo. Desta forma, diminuímos a curva de aprendizado e melhoramos a adoção do prontuário eletrônico”, ressalta Magnus. Murphy também concorda que a solução deve ser fácil para toda a equipe, contudo

O que é?

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é a principal ferramenta de TICS que o médico precisa ou precisará lidar nas suas atividades diárias, seja no consultório, centro diagnóstico ou hospital. É fundamental que o médico utilize uma ferramenta de alta qualidade, segura e que possa auxiliá-lo no registro da história clínica e exame físico, bem como na solicitação de exames e prescrição. Outro conceito importante é o Registro Eletrônico de Saúde (RES) que permite o armazenamento e o compartilhamento seguro das informações de um paciente. Os sistemas devem adotar mecanismos de segurança capazes de garantir autenticidade, confidencialidade e integridade das informações de saúde. A certificação digital é a tecnologia que melhor provê estes mecanismos.

O governo e as instituições de saúde têm que ver o PEP como meio de praticar uma melhor gestão. Os gestores têm que ver o PEP como investimento e não como despesa, é preciso enxergar valor no seu uso.

Paulo Magnus, Presidente da MV 26


ressalta que as exigências do gestor estão tendo outro foco. Antes, essa escolha baseava-se nas funcionalidades clínicas, mas isso mudou, assim como a tecnologia. É crescente a preocupação quanto à segurança do tráfego de dados médicos (financeira, operacional e clínica) e a cobrança em minimizar os riscos clínicos através de alertas em tempo real. “O mundo caminha para o uso de dispositivos móveis e tablets, priorizam-se softwares que podem ser acessados na web, com habilidade de trabalhar online e offline. Esses são os novos critérios dos gestores ao analisar as soluções disponíveis no mercado. Escolher uma ferramenta que não acompanhe essas tendências pode se tornar muito caro para a instituição”, conclui Murphy.

Benefícios do PEP

A informação no PEP está muito mais disponível e atualizada, onde e quando o médico precisa; os resultados de exames, laboratoriais ou de imagem, estão também disponíveis para consulta. Todos os dados armazenados têm maior legibilidade, acurácia e exatidão. Com as ferramentas que acompanham o PEP, tais como sistemas de alerta e de apoio à decisão, a possibilidade de erro é reduzida, trazendo assim maior segurança ao paciente. Também é demonstrado por alguns estudos internacionais que a implantação de um PEP traz uma considerável redução de custos para a instituição. Além disso, o PEP é muito mais seguro do que o prontuário em papel e as informações podem ser compartilhadas automaticamente com outros profissionais e instituições que estão cuidando do paciente, possibilitando dessa forma a continuidade da atenção integral à saúde. Outros benefícios do PEP estão ligados à pesquisa clínica, adesão aos protocolos clínicos e assistenciais, além de usos secundários da informação para fins epidemiológicos e estatísticos.

Os profissionais abraçam a tecnologia quando ela é fácil de usar. Médicos e enfermeiros querem passar mais tempo com os pacientes. É isso que a tecnologia deve proporcionar, e não o contrário. O envolvimento clínico e a facilidade de adoção são chaves para o sucesso de uma implementação do PEP.

Andrew Murphy, CEO da Sláinte Healthcare 27


Entrevista

Big Data que não se mede, que não se repete Em entrevista exclusiva, Paula Brown (SAS) revela que a capacidade de unir o gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvolver ideias que permitem aos hospitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugurando uma nova era de assistência ao paciente

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rês tendências tecnológicas no mundo dos negócios big data, analytics e nuvem – estão contribuindo para transformar a maneira como os pacientes recebem os cuidados de saúde. Um bom exemplo é o que vem sendo feito no Dignity Health, considerado um dos maiores sistemas hospitalares dos Estados Unidos e responsável pela direção de hospitais em mais de 17 estados norte-americanos. O plano é construir uma plataforma de analytics e big data baseada em nuvem para otimizar o tratamento de pacientes por meio da análise de informações em tempo real. O projeto, que conta com as soluções do SAS, conseguiu reduzir o número de readmissões (internação do paciente em decorrência da mesma doença), melhorar os métodos de lidar com

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a insuficiência cardíaca, gerenciar custos com medicamentos, além de aprimorar outros processos. Essas tecnologias prometem invadir de vez o mundo da saúde. Confira abaixo entrevista exclusiva com Paula Brown, diretora do SAS para a área de Health Analytics Practice, sobre as promessas de novas tendências e os seus resultados na saúde.


Health-IT: Como o SAS enxerga o uso de soluções em nuvem e big data na área da saúde? Paula Brown: As organizações de saúde estão cada vez mais dependentes da capacidade de trazer várias fontes de dados em conjunto para realizar análises que impactam nas interações com os pacientes, protocolos de tratamento e programas clínicos. Conforme esses dados são consolidados e o volume dos mesmos aumenta exponencialmente, a capacidade de aplicar analytics para esses grandes conjuntos de dados é transformadora para a indústria de cuidados de saúde e assistência ao paciente. Health-IT: De que forma essas tendências podem beneficiar um hospital? Paula: Os hospitais têm uma quantidade enorme de dados de múltiplas fontes de informações, em vários formatos, através de infinitas operações clínicas. A possibilidade dos hospitais terem acesso a uma visão de 360 graus de um paciente através de cuidados intensivos, consultas clínicas e outras informações pertinentes irá conduzir mais recursos para melhorar a qualidade do atendimento e melhorar a eficiência operacional. A capacidade de unir o gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvolver ideias que permitem aos hospitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugurando uma nova era de assistência ao paciente. Health-IT: Qual o principal obstáculo para a TI em saúde? Paula: TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre disponíveis para serem explorados pelas mais variadas partes interessadas, seja na área de negócio ou clínicas. As tecnologias atuais acomodam essa demanda, no entanto, como esses dados são gerenciados e governados para garantir a qualidade e precisão é top of mind em muitas organizações nos dias de hoje.

Health-IT: Trata-se de uma nova era na área da saúde? A saúde jamais será a mesma? Paula: Com a reforma da saúde em andamento nos Estados Unidos, só me resta dizer que o trem já saiu da estação. Os conceitos de pagamento por performance versus pagamento por serviço estão começando a tomar posse e hospitais e organizações de saúde estão se esforçando para fazer o máximo uso de seus dados, bem como as fontes de dados não-tradicionais para entender como envolver proativamente os pacientes, melhorar a qualidade de cuidados e gerar custos operacionais mais baixos. Os consumidores estão cada vez mais educados e conscientes das escolhas que eles têm em seus cuidados de saúde e opções de tratamentos, e isto está provocando novas estratégias de engajamento do paciente ao redor da seleção hospitalar e programas de tratamento.

Perfil

Paula Brown é diretora do SAS para a área de Health Analytics Practice. A executiva está à frente das equipes de pré-vendas, consultoria do setor, implementação e de entrega, sendo responsável por compromissos com clientes de sucesso. Há aproximadamente dez anos como parte do SAS, Paula participa ativamente de desenvolvimento de estratégias e abordagens de implementação para a aplicação de recursos na indústria de saúde e ciências da vida. Antes de ingressar no SAS, a executiva atuou como presidente e CEO da InTechnology Corporation, uma empresa de gestão e tecnologia estratégica. Com mais de 24 anos de gestão, vendas, marketing, operações e experiência em indústrias privadas e públicas, Paula tem trabalhado extensivamente com grupos de executivos em planejamento estratégico, desenvolvimento e implementação de estratégias de desempenho e facilitação de mudança organizacional para institucionalizar performance e crescimento de receitas estratégicas. 29


Entrevista Health-IT: Há cerca de dois anos, o mercado da saúde tinha receio em investir nessas tecnologias com medo de por em risco a segurança e os dados de seus pacientes. Como fornecedor, qual a principal dificuldade encontrada hoje? Paula: SAS tem uma longa história em hospedar dados muito sensíveis e privados na área da saúde, serviços financeiros e outras indústrias. Temos também histórico comprovado de fornecimento de nuvem e ambientes de hospedagem que são compatíveis com os mais rigorosos padrões da indústria. Nós estamos vendo mais e mais hospitais, empresas farmacêuticas e organizações de saúde abraçando uma estratégia de nuvem para a exploração de dados, assim como a colaboração e confiança na infraestrutura segura também tende a aumentar ainda mais. Health-IT: Um dos clientes do SAS em saúde, que faz uso dessas tecnologias, é o Dignity Health. Conte um pouco sobre essa experiência! Paula: O SAS e o Dignity Health, um dos maiores sistemas de saúde nos EUA, estão trabalhando para usar big data e análise preditiva para mudar a maneira como os pacientes recebem os cuidados. A colaboração do SAS com o Dignity Health visa criar um projeto de cloud computing e plataforma de big data alimentada por uma biblioteca de análises clínicas, sociais e comportamentais. Estes analytics vão ajudar os médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde a compreender melhor cada atendimento ao paciente e as melhores medidas para melhorar a saúde e reduzir custos. No curto prazo, as duas organizações irão utilizar a plataforma de big data e analytics para reduzir as taxas de readmissão, determinar as melhores práticas para tratar insuficiência cardíaca congestiva e sepse, gerenciar os custos de farmácia e os resultados, além de criar ferramentas para melhorar a experiência de cada paciente.

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Health-IT: Quais os problemas constatados por essa rede hospitalar quando eles procuraram por vocês? Paula: De um modo geral, as redes hospitalares têm desafios significativos na aquisição, organização e administração de um ecossistema de dados complexos para desenvolver a competência analítica em toda a empresa. Esta fundação de dados é fundamental para o sucesso da aplicação de analytics para melhorar os resultados e qualidade de atendimento. Health-IT: Conte um pouco os benefícios conquistados pelo cliente após adquirir soluções do SAS. Paula: Ainda estamos muito no início deste projeto, mas estamos ansiosos para compartilhar os resultados em um futuro próximo. Health-IT: Qual o planejamento e expectativas do SAS ao longo de 2015? Paula: O ano de 2014 trouxe um crescimento

Soluções para a saúde A vasta experiência do SAS no apoio à pesquisa médica combinada com ativos de seguradoras de saúde e indústrias farmacêuticas irá acelerar a disponibilidade e implantação de novas ofertas analíticas para os prestadores de saúde. O SAS in-memory, por exemplo, é uma funcionalidade que foi concebida para melhorar a produtividade dos analistas de dados, acelerando o desenvolvimento, a interação e a implementação de modelos. A criação de um único ambiente para aplicações de negócio e analítica avançada deverá também simplificar o cenário de TI, ajudar a reduzir custos e oferecer um desempenho em tempo real.


significativo na unidade de negócios de Saúde e Ciências da Vida dentro do SAS. Atribuímos isso ao foco maior dentro dos EUA para melhorar os resultados e controlar os custos do sistema de saúde. O pedido de análise para identificar insights para uma melhor tomada de decisões está no centro desta iniciativa. O SAS foi identificado como líder no mercado de analytic e esperamos continuar nosso crescimento em 2015 para servir ainda mais este mercado. Prova disso é a contratação de mais de mil colaboradores nos últimos cinco anos enquanto as grandes corporações enxugam cada vez mais o seu quadro de funcionários. Observamos o crescimento da demanda por ferramentas de análise não apenas em nuvem, mas em outros segmentos também. Grande parte do crescimento do SAS é fruto de saber ouvir as necessidades dos seus clientes e profissionais.

Health-IT: Pode-se dizer que big data, analytics e nuvem estão contribuindo para a ampliação física da sua sede em Carry (EUA)? Paula: O SAS inaugurou recentemente uma unidade dedicada às soluções de SAS Cloud Analytics. O movimento é resultado do crescimento de 35%, em 2014, da receita atrelada a venda de ferramentas voltadas para o acesso e a análise de dados baseados na nuvem. Hoje, o SAS Cloud Analytics conta com mais de 400 clientes em 70 países.

Health-IT: A inovação é tida pelo SAS como um pilar para a expansão? Paula: Com certeza, um dos pilares da expansão do SAS é o compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento de soluções. No ano passado, a companhia lançou 27 novas plataformas de gerenciamento e análise de informações, além de desenvolver 160 novas funcionalidades para o SAS Visual Analytics, tecnologia lançada há dois anos e licenciada para mais de 2,6 mil sites de clientes.

TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre disponíveis para serem explorados.

Paula Brown, SAS

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Especial

Expandindo conhecimento A Agfa HealthCare tem como estratégia geral trazer para o Brasil todas as experiências desenvolvidas na Europa, no quesito de soluções para os processos assistenciais. A ideia é focar cada vez mais em Soluções de Gestão Clínica e Hospitalar (CIS/HIS)

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Especial

ra uma terça-feira movimentada quando me encontrei com José Laska, Diretor Geral da Agfa HealthCare Brasil, para um almoço sobre a unidade de negócios HealthCare Information Solutions (HCIS), da Agfa HealthCare. Tudo começou a cerca de dez anos atrás quando a multinacional notou que uma grande proporção do crescimento de TI em saúde viria das Soluções de Informações Hospitalares e Clínicas. Foi aí que a empresa decidiu usar o seu conhecimento e experiência nos processos assistenciais e o acesso a hospitais, já que a Agfa está, em média, ao redor do globo, em uma a cada duas instituições hospitalares para alavancar e acompanhar este crescimento. “Além de ter acesso a hospitais, também percebemos que, atualmente, principalmente nos mercados emergentes, existe a tendência de usar sistemas de informações mais modernos e avançados com maior frequência, a fim de atingir alguns pontos, por exemplo, para gerenciar melhor as consolidações hospitalares”, diz Laska. E mais: “percebemos que essa tendência já acontece em países desenvolvidos, porém também é vista na América Latina.” O executivo acredita na visão dos hospitais em quererem migrar de sistemas gerais para focar em sistemas mais centrados nos pacientes. E, por essa razão, a Agfa HealthCare previu que os registros eletrônicos do paciente (PEP) adotados por ela receberiam maior atenção das instituições de saúde, que começariam a investir neste tipo de soluções. De acordo com Laska, isso já acontece nos Estados Unidos - país que tem expandido intensivamente o uso dessas ferramentas. Outro fator considerado pela companhia é a necessidade dos hospitais em melhorar o desempenho dos profissionais de saúde, e um esforço conjunto foi feito na intenção de investir fortemente no HIS/CIS. “Adquirimos uma solução consolidada na Europa, que é hoje provavelmente a melhor opção no continente neste quesito. É usada em quase mil hospitais europeus, e a intenção era investir também nos mercados emergentes, sendo a América Latina a primeira a apostar em HIS/CIS”, revela. Foi através deste planejamento estratégico que a Agfa HealthCare comprou em 2011 a WPD, e deu início a migração dos sistemas departamentais que estavam sendo vendidos para ambientes hospitalares. “Fizemos esse investimento para migrar mais rapidamente ao que chamamos de área empresarial global”, explica Laska.

Agfa HealthCare na Feira + Fórum Hospitalar 2015 Acompanhe na íntegra o que a Dra. Nubia Viana, médica e gerente de soluções (HealthCare Information Solutions) da Agfa HealthCare no Brasil, considera importante para esta edição da feira: “A preocupação crescente com a complexidade do setor de Saúde, motivada tanto pela mudança do perfil populacional e dos hábitos socioeconômicos, que facilitam maior risco de doenças e transtornos, somando-se às questões permanentes de segurança do paciente, privacidade e confidencialidade das informações prestadas; por outro lado, resolutividade maior do tratamento do paciente e ações de promoção de saúde. Estes elementos precisam ainda procurar o equilíbrio entre custo, efetividade e qualidade nos serviços prestados. Elementos comuns e que permeiam toda esta cadeia, tornando-se cada vez mais necessárias, são as soluções de tecnologia de informação com uma visão integrada. A Agfa HealthCare apresenta seu portfolio na Hospitalar 2015 focado neste alicerce de soluções voltados para o mercado de saúde e totalmente integradas. Desta forma, traz soluções inovadoras, visando e suportando as tendências do setor, alicerces para qualidade nos resultados e desempenho assistencial com aumento da produtividade clínica. Destaca-se a solução ORBIS, com um conjunto de funcionalidades e ferramentas únicas, que facilitará às instituições de saúde na implantação de suas melhores práticas e adoção de conceitos inovadores, bem como as auxiliando a vencer os desafios e necessidades deste mercado.”

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Especial

Soluções da área de Imaging Sempre avante

A Agfa HealthCare disponibiliza a solução HIS focada no gerenciamento dos pacientes e fluxo de trabalho dos hospitais, com foco nos processos administrativo-financeiros, e também na solução CIS, para gerenciamento das informações clínicas. A solução brasileira, atualmente, tem ambas as funções, bem como a solução europeia. “Conforme avançamos no conhecimento, focamos mais no componente CIS. A maior parte dos nossos investimentos em produtos vai para a garantia de ter um CIS avançado, para integrá-lo a um bom HIS. Em alguns casos, os clientes optam por usar nosso próprio HIS, como na Europa, como alguns optam aqui também, mas estamos focando nossas pesquisas no CIS. Por quê? Porque é o CIS que organiza os sistemas de informações, que irá direcionar as melhorias dos resultados para os pacientes”, relata o executivo ao dizer que a empresa compreende que é necessário fornecer, em alguns casos, a solução completa HIS/CIS, e que, em outros, é viável focar mais no CIS, pois os hospitais vivem realidades diferentes. A estratégia geral, segundo José Laska , é trazer para o Brasil todo o conhecimento e experiências desenvolvidas na Europa, nas questões que envolvem soluções que aumentem o resultado do ponto de vista assistencial bem como aumento da produtividade clínica.

De olho no Brasil

Para o diretor da Agfa HealthCare para a América Latina, o Brasil é considerado como 50% do potencial latino. Laska acredita que dos quase 7 mil hospitais brasileiros provavelmente mil irão migrar, nos próximos cinco anos, para sistemas de informações avançadas, tanto hospitalar quanto clínico. “A decisão de vir ao Brasil e investir aqui foi baseada no potencial de mercado que o país tem. A América Latina seguirá esse caminho, mas hoje estamos focados em desenvolver essa experiência em solo brasileiro.” Qualquer outro mercado na região latino americana é menor, em questões potenciais, comparado

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DX-D RETROFIT – com ele é mais fácil e econômico adotar a tecnologia Digital Direta maximizando, ao mesmo tempo, a utilização de equipamentos de RAIOS-X existentes. Todas as vantagens da Radiologia Digital Direta em seu equipamento de raios-X. RETROFIT - DX-D 40 - detector digital com detecção automática de exposição (AED, Automatic Exposure Detection) oferece uma maneira rápida e eficaz para que os centros de diagnósticos se beneficiem da geração de imagens digitais de alta qualidade, utilizando praticamente qualquer equipamento de raios-X. . DX-D 100 - sistema móvel de captura instantânea de imagem de alta qualidade, proporciona conforto, bem estar e potencial redução de dose ao paciente. O equipamento é indicado para atender demandas do setor pediátrico e neonatal. Equipado com detector sem fio DX-D 30C, que gera maior flexibilidade e melhor controle de infecções. Munido do software inteligente de processamento de imagem, MUSICA 2, o DX-D 100 tem validação de imagem imediata e total integração com os sistemas RIS/PACS e HIS. DX-D 300 sistema flexível de radiografia digital direta - é uma solução eficiente e simples que garante a qualidade e os benefícios de produtividade da Radiologia Digital Direta. O detector de Iodeto de Césio, com sua tecnologia oferece imagem de excelente qualidade e em tempo real, enquanto o processamento de imagem com o software MUSICA 2 proporciona consistência e detalhe de contraste muito superior.


Especial

Outras soluções da área de Imaging ao Brasil, e foi este quesito que influenciou a decisão da Agfa HealthCare. Para se ter uma ideia, no Chile há aproximadamente 500 instituições entre hospitais e clínicas, algo em torno de 10% do que se tem no Brasil. Na Colômbia, esse número sobe para aproximadamente 700, enquanto no México são mil, ou pouco mais. “A intenção da estratégia é começar aqui e, então, partir provavelmente para o México, Chile e Colômbia, talvez o Peru. Estes são os primeiros quatro mercados depois do Brasil, onde temos também operações diretas”, diz. Atualmente a Agfa HealthCare tem cerca de 90 instalações com a solução HIS/CIS, e a pretensão é manter essas bases instaladas e expandir para novos clientes, seja com a solução HIS ou ORBIS - focada na Gestão Clínica e projetada para melhorar a qualidade e segurança do atendimento. “Essa é a estratégia em longo prazo, mas posso dizer que, eventualmente, nossa intenção seja ter bases instaladas em cerca de 120 locais em três anos. Então, já existem os 90 que temos atualmente com a solução, mais 30% ou 30 hospitais que adotarão a nova solução. Nos primeiros anos, a progressão de novos locais é devagar, porque é necessário antes validar que a solução que estamos trazendo funciona localmente e cumpre com as necessidades do cliente. Em três ou quatro anos, devemos conseguir conquistar mais 30 hospitais. Há também outro componente para a solução HIS/CIS, que é a gestão de conteúdo corporativo, que chamamos de HYDMedia.” Essa última foi criada a partir da necessidade de que além de agrupar as informações clínicas há também a carência do hospital de reunir diversas fontes de informações clínicas, como vídeos, fotos, imagens médicas e documentos externos para gerenciar a documentação do paciente em um único repositório.

CR 10-X - solução de radiologia computadorizada que associa um custo acessível a mais alta qualidade de imagem. O digitalizador foi projetado para oferecer uma solução ideal para pequenos hospitais e centros de diagnósticos, possibilitando a migração para o mundo digital com a mais alta tecnologia em qualidade de imagem. CR 12-X - solução de radiografia computadorizada eficiente e econômica que oferece alta qualidade de imagem e alta velocidade. O digitalizador é acessível, compacto e rápido, e oferece uma solução ideal para clínicas e consultórios particulares. CR 15-X - o digitalizador de mesa CR 15-X foi projetado com base na amplamente testada tecnologia Agfa HealthCare, com um design modular mais robusto, que alia um custo acessível a alta qualidade de imagem, velocidade ajustável e um fluxo de trabalho voltado para o usuário. CR 30-Xm - solução oferece a mais alta qualidade para atender as necessidades da mamografia digital, assim como uma grande gama de aplicações em um digitalizador CR de mesa. DX-M – digitalizador que oferece qualidade superior de imagem, alta produtividade e potencial redução de dose para o paciente. Esse equipamento permite manusear cassetes Standard Phosphor Plate e os cassetes com a nova tecnologia Needle-Based Detector e possui buffer de cassetes com carregamento automático. DRYSTAR 5302 - impressora de mesa multiformato de alta confiabilidade e para dois formatos de filme, com tecnologia de imagem DIRECT DIGITAL IMAGING. DRYSTAR AXYS - sistema Flexível de Impressão de Imagem, de mesa, que produz imagens com qualidade de diagnóstico para mamografia.

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Especial Especial

Processo seguro

Visão de futuro

Em média 60 pessoas estão envolvidas na área de pesquisa e desenvolvimento dessas tecnologias no Brasil. Na América Latina, são cerca de 300 profissionais empenhados na organização, 150 em serviços e 60 em pesquisa e desenvolvimento. Grande parte da empresa está envolvida e o motivo é bem claro: é preciso desenvolver uma boa solução e implantá-la corretamente. “Nossa estratégia é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os clientes façam bom uso da mesma e fiquem satisfeitos com o nível de desempenho que podemos fornecer. É um investimento grande”, considera Laska. Este grupo de profissionais está focado em desenvolver um trabalho de qualidade e, portanto, a Agfa HealthCare não tem pressa. Segundo o executivo , o produto ORBIS, que está sendo trazido da Europa para o Brasil, está em fase de testes e sendo certificado para atender às necessidades do mercado.

Para José Laska , hoje os hospitais, de forma geral, têm sistemas independentes e simples para gerenciar diferentes departamentos e/ou setores. Há sistema para gerenciar endoscopias, outro para radiologia, outro para a unidade de emergência, e por aí vai. Em longo prazo, o executivo acredita que as instituições de saúde evoluirão para uma visão integrada dos cuidados. “Você traz um sistema, traz outro, outro… Isso cria muitas dificuldades de comunicação para garantir a interoperabilidade entre os diferentes sistemas. Os clientes evoluirão, sim, a um sistema mais centralizado, no qual tudo seja conectado. E a tática é garantir, nos próximos anos, que nossas soluções permitam que clientes migrem para uma rede mais centralizada comparada ao que temos hoje, que são os sistemas separados gerenciando diversas tarefas. É assim que esperamos que os ambientes hospitalares avancem”, prospecta. A tendência de consolidação hospitalar (formação de grupos hospitalares) é crescente, e unir em

Nossa estratégia é baseada em ter a solução, mas, além disso, em ter a certeza que os clientes façam bom uso da mesma e fiquem satisfeitos com o nível de desempenho que podemos fornecer. É um investimento grande. José Laska, Agfa HeathCare Brasil

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Especial um único sistema para gerenciar toda a complexidade de diversas organizações, de acordo com Laska, reforça a aposta em um ambiente mais centralizado do ponto de vista das soluções.

Importação (e exportação) de soluções

A Agfa HealthCare tem trabalhado bastante nos últimos anos na incorporação de novas soluções de TI, em especial a de gestão hospitalar. Conforme explicação de José Laska, a empresa está trazendo para o Brasil uma solução bastante consistente e completa tanto na parte administrativa, chamada de backoffice, quanto na clínica. E é justamente para a solução clínica que a companhia belga traz diretamente da Europa, o ORBIS. A solução foi apresentada localmente durante a Feira + Fórum Hospitalar do ano passado, porém, somente em março de 2015 iniciou o projeto piloto em uma instituição nacional que, por motivos de contrato, não pode ter o nome revelado. “Nossa intenção é ter em outubro deste ano o primeiro piloto já em funcionamento. A partir daí teremos a primeira referência no Brasil”, conta. De acordo com Laska, a Agfa HealthCare está em contato com outros clientes para implementar mais projetos com essa solução, que foi criada na Alemanha e é, atualmente, utilizada em grande parte da rede pública de Paris, na França, e avança rapidamente pela Inglaterra. Também possui implementações na Bélgica, Luxemburgo e Áustria. A ideia é que o ORBIS se multiplique no Brasil com a mesma velocidade. “Queremos concluir esse piloto em andamento para, então, avançar em muitos outros sites locais. Nós temos intenção, não só com a solução europeia, mas com a brasileira também, de expandir para toda a América Latina, começando pelos quatro primeiros países citados.” De acordo com Laska, praticamente 2/3 da área de TI da Agfa HealthCare Brasil ou estão em desenvolvimento ou em implementação de projeto, o que é considerado bastante.

Soluções de Enterprise Imaging Enterprise Imaging Radiology Suite - possui total portabilidade para o uso em dispositivos móveis, unificando os ambientes RIS/PACS em uma mesma base de dados. Simplificação expressiva nos processos de implementação, atualização, suporte e manutenção. Integra em um mesmo sistema, imagens e fluxos de trabalho dos serviços de Radiologia Geral, Mamografia, Cardiologia, Ultrassonografia, Angiografia, entre outros. Enterprise Imaging XERO Viewer – O visualizador XERO Viewer permite a todos o acesso, compartilhamento e integração das imagens, desde a equipe médica, pacientes e gestão de TI, focando em apenas um objetivo: continuar melhorando os cuidados com o paciente. Impax Business Intelligence - auxilia na gestão do serviço de radiologia, permitindo extração de dados do RIS e do PACS para elaboração de análises estatísticas. Dispõe de ferramenta dashboard, que possibilita a visualização dos indicadores de desempenho em tempo real. GRIP - Solução de monitoramento remoto de sistemas. Solução que monitora o sistema, evita panes, perdas de produção e atrasos no diagnóstico. Soluções da área de HealthCare Informations Solutions MedView e Hosp - soluções de Gestão Clínica e Hospitalar (CIS/HIS). ORBIS - solução focada na Gestão Clínica de instituições de Saúde. Projetada para melhorar a qualidade de atendimento, agregando também melhoria na privacidade e segurança dos dados dos pacientes, seguindo os rígidos padrões internacionais. HYDMEDIA - solução de Gestão de Conteúdo Corporativo para a área da Saúde. RFID - solução de Monitoramento / Rastreabilidade dos Processos Hospitalares. 37


TI pra que te quero

Em contínua evolução O exponente crescimento da Rede D’OR São Luiz resultou na transformação da área de TI, agora mais focada em uma base sólida e sustentável para suportar a demanda de negócio

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air de um patamar unicamente operacional rumo à possibilidade de discutir temas estratégicos com o objetivo de aumentar o nível de adição de valor ao negócio. Esse tem sido o caminho trilhado pelo departamento de TI da Rede D’OR São Luiz, que decidiu por uma recente transformação para suportar o exponente crescimento da empresa. O foco é conquistar uma base sólida e sustentável para suportar a demanda de negócio. Mas nada pode dar errado, então um intenso e profundo diagnóstico foi executado em parceria com duas consultorias de mercado, levando em consideração diferentes perspectivas: visão de TI pelo negócio, pela própria TI e por alguns dos parceiros da Rede. “Consolidamos uma série de ações em diferentes blocos que compuseram nosso plano master de transformação. Alguns desses blocos pos-

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suem viés mais tático e operacional, enquanto outros são mais estratégicos”, conta o CIO da Rede D’OR São Luiz, Adriano Fonseca de Oliveira. Somente a partir do estabelecimento do plano master, que inclui alinhamento com comitê executivo da empresa e respectivos business case aprovados, foi iniciado a execução da transformação que passou por temas relacionados ao modelo de operação de TI, estraté-


Raio-X

Fundada em 1977, a Rede D’Or São Luiz é considerada a maior rede independente de hospitais do Brasil com presença no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco. O grupo opera com 29 hospitais próprios ou em parcerias, além de um hospital sob gestão e três em fase de construção. Possui 4 mil leitos, com planos de chegar a 8 mil leitos em cinco anos. São ao todo 31 mil funcionários e 87 mil médicos credenciados, que realizam cerca de 2,7 milhões de atendimentos de emergência, 150 mil cirurgias, 25 mil partos e 220 mil internações por ano. Além dos centros hospitalares, a Rede D’Or São Luiz também conta com participação no Grupo Oncologia D’Or, rede de clínicas especializadas em tratamento oncológico em sete estados brasileiros.

gia de arquitetura de soluções de backoffice e frontoffice, ações operacionais focadas em restabelecimento da integridade, performance e estabilidade do serviços de TI, além de uma nova estrutura organizacional e processos de governança. O projeto de total transformação teve início no final de 2013, com efetivação de 85% do plano ao longo de 2014. “Atacamos os pontos com maior prioridade levando em consideração o risco ao negócio, a complexidade de execução e custo associado. Os 15% restantes estão sendo endereçados em 2015”, revela Oliveira. 39


TI pra que te quero

Durante todo o processo, o principal desafio é conciliar a necessidade da transformação com o contínuo crescimento da empresa. De acordo com o executivo, o grupo de TI deve seguir suportando o negócio em seu plano estratégico e em paralelo buscar as devidas transformações para uma maior robustez nos serviços.

Frutos colhidos

A experiência dos usuários internos com relação aos serviços prestados por TI já se encontra em um patamar muito superior quando comparado aos últimos 12 meses. Essas são as considerações de Oliveira que, além disso, acredita que do ponto de vista financeiro a 40

Unidades com novos processos em funcionamento Os hospitais que já estão com os novos processos de TI implantados são o São Luiz Anália Franco e Hospital e Maternidade Brasil. O objetivo é que até o final de 2015 o processo seja implementado em todas as unidades da regional São Paulo. São elas: Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco; Hospital e Maternidade São Luiz Itaim; Hospital São Luiz Morumbi; Hospital São Luiz Jabaquara; Hospital Assunção e Hospital e Maternidade Brasil.


No início do projeto, atacamos os pontos com maior prioridade levando em consideração o risco ao negócio, a complexidade de execução e custo associado. O restante está sendo endereçado em 2015.

Adriano Fonseca de Oliveira, Rede D’OR São Luiz

Rede D’OR São Luiz conseguiu entregar savings à empresa através de revisão de contratos de serviços. “O time se encontra motivado e engajado neste processo, uma vez que temos claramente definida nossa visão, missão e roadmap para os próximos anos”, avalia. A transformação ocorre em todos os níveis da organização de TI, portanto toda equipe, em maior ou menor escala, contribuiu para um novo cenário. Hoje o quadro de TI da empresa é composto por 130 colaboradores. Sem revelar os números financeiros investidos no projeto transformacional da área de TI, o executivo afirma seguir com o reposicionamento estratégico de Tecnologia da Informação dentro da empresa, não só suportando o crescimento e a operação com qualidade e custo efetivo, mas também influenciando decisões e alavancando novos negócios.

Projeto de mobilidade hospitalar Para aumentar a agilidade e transformar o atendimento aos pacientes da Rede D’Or São Luiz, regional São Paulo, a rede tem investido em outsourcing de equipamentos móveis para checar dados como histórico dos pacientes, medicamentos prescritos, e algumas informações médicas relacionadas aos pacientes como, por exemplo, pressão e temperatura, por meio de dispositivos fornecidos e geridos pela Microcity. O chamado Projeto Beira-Leito, que está em funcionamento nos hospitais da Rede, como o Hospital e Maternidade Brasil (Santo André – Grande São Paulo) e o Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Anália Franco (São Paulo), já conta com 119 dispositivos móveis, devidamente adaptados para serem utilizados em ambientes esterilizados. Com estes recursos, a equipe de enfermagem poderá colher e enviar informações mais rapidamente, eliminando o trabalho manual de preenchimento de prontuários médicos e erros de escrita ou mal entendidos de anotações feitas a mão. 41


ARTIGO

Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting, autor de seis livros sobre Open Source, Inovação, Cloud Computing e Big Data

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É hora de pensar seriamente em Big Data

ivemos em uma nova era, a era da Internet, em que a tecnologia movimenta o cenário de negócios e acelera de forma exponencial o ritmo das mudanças. Neste contexto, a Internet, quase onipresente, a mobilidade, a computação em nuvem e a geração quase infinita de dados obrigam às empresas e seus gestores a repensarem suas estratégias, modelos de negócios e técnicas de gestão. A tecnologia não está mais apenas nas organizações. Há pouco mais de dez anos os computadores mais poderosos ficavam dentro das empresas. Hoje tenho em mãos um smartphone que tem a capacidade de um supercomputador Cray-1 dos anos 70 ou de todo o data center da NASA, quando ela colocou os primeiros astronautas na Lua em 1969. Indiscutivelmente, três fatores de produção se tornaram muito mais baratos: informação, conectividade e poder computacional, o quê, sem sombra de dúvidas, afeta qualquer curva de custos nas qual estes fatores estejam envolvidos. Este fato impacta significativamente a imensa maioria das empresas criadas antes da Internet, ou empresas pré Internet, pois os seus modelos de negócio e gestão foram construídos na base do conceito de escassez, como o de informações. Quase todas as indústrias são, em maior ou menor grau, movidas a informação. Com a rápida transformação de átomos em bits vimos indústrias inteiras serem modificadas, como a indústria de filmes químicos, a fonográfica e a de mídia. E em todas as outras indústrias, processos e modelos de marketing, relacionamento com cliente, logística, etc, foram e estão sendo afetados de forma radical pela transformação digital proporcionada pela abundância de informações. Um exemplo do efeito deste novo cenário são os processos de recomendação e reputação gerados pelos próprios consumidores de produtos e serviços, que afetam sensivelmente seu espaço de mercado. O consumidor hoje, pelas plataformas sociais e seus

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smartphones, tem muito mais poder sobre a reputação de uma marca do que ela mesma. Mas, mesmo diante deste fato, ainda vemos certo comodismo na exploração do potencial de oportunidades disponibilizado pela abundância de informações. Um exemplo é o conceito de Big Data, termo errôneo, pois denota importância apenas à vertente volume de dados, deixando de lado outras tão ou mais significativas, como variedade de dados. Talvez este nome incorreto, Big Data, faça com que, volta e meia, nos deparemos com gestores, já acostumados a tratar com grandes volumes de dados, afirmando que Big Data é apenas mais uma variação dos métodos de análise de dados anteriores, como DSS e BI. Correto? Sim. Com dados adquiridos das próprias pessoas e dos processos de negócios temos uma visão muito mais ampla que tínhamos a uma simples década atrás. Uma imensa maioria destes dados pode ser não estruturada ou semi estruturada. Fogem aos tradicionais cubos de dados estruturados que nos acostumamos a usar. Observamos um fato interessante. A maioria das empresas criadas após Internet tem Big Data em seu “core business”. Os exemplos são vários, como Amazon, Facebook, Google, eBay, LinkedIn, Yahoo e etc. Os modelos e processos destas empresas foram criados sob o conceito de abundância de dados e explorá-los foi, naturalmente, a base de seus negócios. Uma lição que podemos aprender é que se existe tanto interesse no assunto e inúmeras empresas de sucesso foram criadas com o conceito de Big Data em seu cerne, talvez não seja má ideia pensar seriamente no assunto. Já existem muitos casos mundiais de sucesso em Big Data, em diversos setores de indústria. Porque não servirem de referência? Afinal, o que os CEOs querem dos seus CIOs? Inovações que permitam reduzir custos e gerar mais receita. Big data pode fazer isso.


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Top 5

Usuário final versus Inovação tecnológica Clientes, investidores em tecnologias e os estrategistas de corporações encontram-se numa situação de excesso de oferta, o que trouxe a necessidade de critérios de avaliação do valor e do potencial de sucesso de ideias, startups e projetos. Acompanhe cinco dicas de Marcelo Felix, CIO da SPR, para um melhor resultado

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á alguns anos a área da saúde está sendo assolada por um turbilhão de inovações e ideias, seguindo defasada a mesma onda que rendeu empreendimentos tecnológicos envolvendo Internet e mobilidade para o comércio e outras áreas de serviço. O exemplo de empresas de sucesso que rapidamente se valorizaram a partir do início numa garagem deixando jovens empreendedores milionários fomentou uma esperança disseminada no empreendedorismo individual, principalmente aquele voltado ao cliente que tem o potencial de atingir grande escala. Também no ambiente coorporativo, a percepção de que a inovação representa um elemento essencial

no planejamento estratégico e mesmo na sobrevivência da empresa promove igualmente a valorização das ideias e de sua execução. Somando-se fatores sociais, econômicos e políticos como alavancadores deste movimento, o resultado é que tantos os clientes finais - consumidores de tecnologias - como os investidores em tecnologias e os estrategistas de corporações

Marcelo Felix é diretor de TI da SPR (Sociedade Paulista de Radiologia) e Médico Responsável por Tecnologias para Pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein. Faz parte da diretoria do IHE Brasil (Integrating the Healthcare Enterprise). 44


encontram-se numa situação de excesso de oferta, o que trouxe a necessidade de critérios de avaliação do valor e do potencial de sucesso de ideias, startups e projetos. Quando o assunto é saúde e o consumidor final é o foco (pessoa sadia, paciente hospitalizado ou cronicamente doente) esta avaliação assume maior complexidade, pois o conceito de valor não está somente ligado ao retorno econômico, mas também aos valores de ética médica, de tratamento e bem estar. E para agravar, as tecnologias voltadas à saúde apresentam barreiras mais complexas de adoção que aquelas de outras áreas de serviço, por não apresentarem uma ligação tão clara aos desejos contemporâneos das pessoas. Com o foco de inspirar, Marcelo Felix, diretor de TI da Sociedade Paulista de Radiologia e médico responsável por Tecnologias para Pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein, lista cinco dicas baseadas na premissa de que o sucesso encontra-se onde está o desejo das pessoas. São elas:

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O desejo de juventude (ou longevidade) Seguindo exemplos, como da Calico (investida pela Google Venture), para biotecnologias, o desejo da longevidade fomenta inovações tecnológicas no sentido da preservação da juventude, seja ela através de técnica para vida saudável, que incluem exercício, alimentação e bons hábitos, ou não. A alta disponibilidade de aplicativos e sistemas é uma grande barreira, e desta forma o desafio passa a ser adicionar alguma vantagem competitiva a este negócio. Competir com MyfitnessPal ou 7 minutes workout é uma tarefa desanimadora, exceto se for embasado por alguma nova descoberta na área médica ou inclua um novo tipo de incentivo motivacional, visto que a grande fragilidade destes apps é justamente a falta de adesão mesmo

num período curto de tempo. Novas propostas de negócio, como aquela do Gympass ainda encontram um espaço no meio desta competição acirrada.

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O desejo de esperança Quando as perspectivas sobre a nossa condição de saúde ou bem estar encontram-se leve ou gravemente afetadas, numa analogia ao mito da caixa de pandora que aberta trás calamidades e deixa presa a sua borda a esperança como a única forma de não sucumbir, é a esperança que está nos bastidores como um denominador comum quando tomamos atitudes em direção à melhoria da saúde ou bem estar. E teorias comportamentais mostram que a noção individual de gravidade do estado de saúde esta diretamente relacionada à capacidade e poder desta atitude. Em condições de stress ou quando há redução da qualidade de vida surgem sistemas de apoio como os app Calm e 5 minutos medito. Outros ainda que proporcionam monitorização de sono, parâmetros biológicos, glicemia, pressão arterial e etc, fincam-se na esperança de melhorar uma calamidade ou melhorar as perspectivas futuras. Sem grandes barreiras de entrada para novos concorrentes, estes sistemas aos poucos se comoditizam e perdem o valor de negócio, 45


Top 5

o que limita as chances de sucesso, mesmo porque apresentam como concorrentes, por vezes, grandes players como a própria Apple com o research kit. Os gadgets e wearables que servem como elemento de aferição de medidas igualmente sofrem pela concorrência e também pela dificuldade (técnica e econômica) de serem comprovadamente eficazes. Mas, esperança tem que ser alimentada. Embora há um bom tempo o maior foco dos empreendedores tem sido a melhora da captação dos dados de saúde e da interoperabilidade, mapeamos uma oportunidade importante na retroalimentação da própria esperança que nutre a adoção do sistema, que pode ser através de feedback de saúde e recomendações baseada em Big Data e na particularidade do usuário.

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O desejo de variedade Numa época de transitoriedades um novo valor contemporâneo foi inserido ao consumo: a posse temporária. Hoje podemos alugar uma Ferrari ou uma mansão para uma festa sem as adquirir. O que é impossível como posse permanente tornou-se acessível como sensação temporária. Fica claro que vivemos uma época de desejos transitórios, em que a busca dos consumidores não é pela posse do bem, mas pela efervescência e pela originalidade. A saúde como serviço aos poucos deve responder aos mesmos anseios de consumo de outros serviços, onde os pacientes querem experimentar hospitais, planos de saúde, atendimento médico e por vezes confrontar até mesmo opiniões diagnósticas ou de tratamento. O paciente emerge como gestor de sua saúde e participa ativamente em toda a cadeia de atendimento, engajado e com poderes de usar a variedade disponível.

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Neste contexto, sistemas e aplicativos como o iTriage possibilitam ao usuário a experiência aproximada de gestor de sua saúde aumentando o engajamento com rico conteúdo, que relaciona sintomas e diagnósticos, oferece indicadores médicos e de tratamento. Estes sistemas possuem uma grande barreira de entrada ao empreendedor por embarcarem um conteúdo profundo e do qual o sucesso é diretamente dependente, o que demanda tempo e investimento para ser construído e atualizado.

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O desejo de singularidade Ser abordado de maneira singular, no sentido da especificidade individual, permeia toda abordagem de sucesso no campo da saúde. O histórico pessoal de saúde - exames, consultas, diagnósticos e procedimentos - facilmente disponíveis ao paciente por meio de uma tecnologia adequada, não somente representa um desejo contemporâneo, mas faz parte de uma ampla estratégia de reforma da saúde, como o Obama Care nos EUA. Garantir acesso aos dados do PEP, a portabilidade destes dados e interoperabilidade entre provedores, assim como entregar de maneira personalizada o conteúdo médico alinhado com o diagnóstico do paciente, fazem parte do


Meaningful Use americano. Do ponto de vista tecnológico, este desejo pode ser respondido com os portais de pacientes, ou prontuários pessoais de pacientes. Embora pareçam, à primeira vista, uma grande oportunidade os empreendimentos e Startups que se aventuram neste desenvolvimento enfrentam barreiras quase intransponíveis, visto que a maioria dos provedores de saúde oferecem soluções de portais de Pacientes integradas ao prontuário médico interno, e aquelas que optam por solução mais customizada, geralmente elegem por um desenvolvimento interno. Assim, sistemas de gestão de informação pessoal de pacientes devem ser olhados com muita cautela pelos investidores em tecnologia nascente. Ainda como oportunidade pouco explorada dentro do âmbito da singularidade é o desejo correlato de ser surpreendido. Os devices que não se reinventarem para responderem a uma necessidade individualizada correm o risco de cair numa vala comum (comodite): um termômetro wifi conectado a um celular pode ser inexpressivo se não for singular o suficiente para ajudar numa decisão pessoal, alertar o médico responsável ou mapear um bairro ou regiões onde há um surto infeccioso.

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O desejo do aconchego Embora a razão e a visão analítica do mundo sejam dominantes na atualidade, a sensibilidade e a inteligência emocional emergem como fatores essenciais para quaisquer negócio, e devem ser transpostas para saúde de maneira ainda mais relevante do que nas outras áreas de serviço. O conceito varejista de ‘experiência da compra’ (e a sua capacidade de atrair consumidores) tem correspondência na saúde com a ‘experiência do paciente’. Isso é tão estratégico que algumas ins-

tituições de ponta criaram o escritório de experiência do paciente. Assim, serviços de checking automáticos, tottens de atendimento, navegação indoor, agendamento inteligente de consultas e exames, atenção às deficiências individuais e aos casos de complexidade médica, são oportunidades claras de inovação tecnológica. Tais oportunidades baseiam-se em aplicativos e portais específicos para pacientes com patologias, como o PatientLikeMe, uma plataforma social e de conteúdo, com troca de experiência entre pacientes, e que gera dados para auxilio da medicina. As premissas de sucesso de uma ideia devem ser avaliadas por uma equipe com expertise no mercado de tecnologia em saúde, capaz de identificar a categoria a qual a solução pertence, estudar o ‘DNA’ de soluções similares, as barreiras a serem enfrentadas e a existência de soluções alternativas com maior vantagem competitiva. Neste contexto se formam as equipes multiprofissionais de Inovação, com mentores médicos especializados em tecnologia. E como dica cito os dizeres do presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Claudio Lottenberg: “Um produto de TI ou uma inovação tecnológica deve ser avaliado pelos valores que agregam ao paciente e à prática da medicina.” 47


Publieditorial

Excelência reconhecida Teiko recebe o status de parceiro Platinum Worldwide da Oracle PartnerNetwork. Prezando sempre em oferecer os melhores serviços de forma qualificada e especializada para seus clientes, a Teiko recebeu da Oracle o reconhecimento de parceiro ao nível Platinum no programa Oracle PartnerNetwork (OPN). Para fazer parte desta categoria foi preciso cumprir uma série de exigências, incluindo especializações, capacitação do time técnico, certificações dos níveis de vendas, pré-vendas, suporte e implementação, como também uma pesquisa de satisfação junto aos seus clientes avaliando as soluções já implementadas. Para Jean Jader Martins, Gerente Comercial e Marketing da Teiko, “ser Platinum Partner é ser reconhecido pela Oracle, pelos clientes e pelo mercado por nosso profundo conhecimento e excelência em serviços de Banco de Dados e Infraestrutura em TI. A Teiko vem investindo constantemente no desenvolvimento do seu time técnico para garantir aos clientes o mais alto padrão de qualidade na entrega de seus serviços de suporte, arquitetura, projetos e comercialização de licenças e hardware Oracle”, comenta. Além do nível de parceria alcançado, a Teiko

também conquistou 7 novas especializações a fim de oferecer um leque de soluções cada vez mais abrangente a seus clientes. São elas: • Oracle Database 11g • Oracle Real Application Clusters 11g • Oracle Enterprise Manager 12c • Oracle Linux 6 • Oracle Database 11g Performance Tuning • Oracle Exadata Database Machine • Oracle Database Appliance Specialization Os processos de qualificação da Teiko são contínuos e a empresa está sempre buscando por novas especializações e certificações, o que comprova ainda mais o profundo conhecimento e expertise no portfólio da multinacional. Além disso, os clientes da Teiko dispõem de uma completa consultoria, visando auxiliar na escolha das melhores soluções para as diversas e mais desafiadoras situações diárias da tecnologia. “O melhor indicador que uma empresa de TI pode apresentar para o cliente é a disponibilidade da informação e dos serviços os quais suportamos. É o nosso trabalho, nossa expertise, nossa missão: prover segurança e tranquilidade através de serviços aos nossos clientes”, conclui Martins.

Jean Jader Martins, Gerente Comercial e Marketing



Visão de Mercado

100 Mais Influentes em Tecnologia Conheça as novidades e os cinco premiados na categoria TI

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stá lançada a terceira edição dos “100 Mais Influentes da Saúde”. Neste ano, para chegarmos aos nomes eleitos, o Grupo Mídia contou com a participação de toda a comunidade. Buscando sempre uma maior integração na saúde, além da votação aberta, o prêmio traz novas categorias com o objetivo de abranger todo o setor de saúde: hospitais,

empresas, indústrias, fornecedores, operadoras e outras vertentes. No total são 20 categorias, com cinco nomes eleitos em cada uma delas. O que não muda é a cerimônia de homenagem aos nomes mais importantes do setor, que continua sendo realizada no último dia da HOSPITALAR Feira+Fórum, em São Paulo, maior evento da saúde da América Latina.

Os premiados

Alguns nomes se repetem, outros sobem ao palco pela primeira vez. E os premiados são:

Heitor Gotberg, Cisco 50


Carlos Yamashita, Hospital 9 de Julho

Lilian Hoffman, Beneficência Portuguesa

Solange Plebani, Philips Healthcare

Margareth Ortiz, Hospital Sírio-Libanês 51


Acontece lá fora

Simulando a realidade Há oito anos envolvido com centros de simulações clínicas, o mexicano Juan Manuel Fraga já pode participar da concepção e implantação de diversos centros no México, Honduras, Panamá, Costa Rica e Chile

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ão é de hoje que a simulação em ciências da saúde é tida como uma forma incrível de ensino e aprendizagem. É envolvente, eficaz, de alto impacto e ideal para melhorar a segurança do atendimento ao paciente e assegurar a competência dos profissionais. São com essas palavras que médico e doutor em Ciências da Saúde, Juan Manuel Fraga, defende a expansão dos Centros de Simulação ao redor do mundo. O conhecido mexicano aposta que a simulação clínica tem sido utilizada internacionalmente na área da saúde, produzindo evidências científicas de sua efetividade no processo ensino/aprendizagem. Na busca de excelência, no Brasil, o profissional observa um crescente investimento na construção de Centros de Simulação Realística nas universidades e instituições de saúde (hospitais privados). “Eu acredito que, em terras brasileiras, as pessoas dedicadas à simulação estão bem preparadas e à frente, quando comparadas com profissionais de outros países da América Latina. Seu trabalho está sendo visto e refletido em benefício de seus pacientes. Já fazem pesquisa neste campo e são reconhecidos em

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outros países latino-americanos como pioneiros”, diz Fraga. Há oito anos envolvido com centros de simulações clínicas, o executivo já pode participar da concepção e implantação de diversos centros no México, Honduras, Panamá, Costa Rica e Chile. Atualmente, o mexicano trabalha dedicadamente em dois outros projetos no México, sendo um hospitalar e outro universitário. Ambos incluem definição de equipamentos e formação de professores. De acordo com Fraga, cada um dos projetos trabalhados traz um desafio diferente: “Cada organização tem uma cultura própria, e isso é

desafiador. Mas o ponto chave é definir o escopo do centro e saber o motivo principal de uso daquele ambiente, além das metas que se quer alcançar. Uma vez definido isso, deve ser feito uma estimativa do espaço e equipamentos necessários, pessoal e treinamento.” O médico especializado afirma que a equipe de TI é muito importante em todas as etapas de implantação, já que os centros de simulação utilizam muito a Internet, equipamentos de áudio e vídeo, e computadores para a manipulação de simuladores. “Tudo deve ser bem integrado e funcionar sem problemas”, conclui.


A importância da tecnologia no treinamento de profissionais da saúde Com a evolução das ciências da Saúde, ciências da Educação e da Informática, o papel da escola foi assumindo gradativamente o lugar de protagonista, e novas tecnologias foram associadas ao ensino, incluindo os Laboratórios de Simulação como recurso de aprendizagem para os cursos de graduação em saúde, particularmente os de Enfermagem. O uso da simulação realística na educação dos profissionais de saúde oferece aos alunos praticar as habilidades necessárias em um ambiente que permite erros e crescimento profissional, sem arriscar a segurança do paciente. Assim, os alunos aprimoram suas habilidades clínicas sem perigo de prejudicar o paciente durante o processo de aprendi-

Quem é? Juan Manoel Fraga Sastrías é médico; doutor em Ciências da Saúde e Mestre em Liderança Educacional. O executivo também é Diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Tec 100 em Querétaro, no México. O executivo participou na concepção e implementação de vários centros de simulação da América Latina e tem escrito vários capítulos de livros em simulação clínica e colaboração na formação de professores de simulação.

Não tenho dúvidas de que é importante ter a TI como parceira no desenvolvimento de novas pesquisas. Recentemente, desenvolvemos um programa educativo sobre as metas internacionais de segurança do paciente, que inclui distribuição online, controle e avaliação dos resultados desta intervenção.

Juan Manuel Fraga, Hospital Tec 100

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Acontece lá fora

zagem em que o conhecimento é construído a partir de situações programadas, representativas da realidade da prática profissional, simuladas por protótipos, pacientes-atores em ambiente protegido e controlado. “É um método também útil para avaliar desempenhos e habilidades clínicas, pois permite controle de fatores externos, padronização dos problemas apresentados pelos pacientes e feedback positivo para os alunos, aumentando o autoconhecimento e a confiança destes”, considera Fraga. Para ele, a tecnologia está se tornando cada vez mais importante, tanto nas áreas operacionais como na educação de profissionais de saúde. “Cada vez se utilizam mais ferramentas em diversos cenários de aprendizagem, e a equipe de TI ajuda na criação de conteúdos, apoio técnico, design e melhoria dos espaços educativos.” Nas áreas de simulação, o executivo afirma que têm sido adotados simuladores que usam computadores com software especializado, software para processamento e distribuição de vídeo, redes sem fio robustas e seguras, software robusto, software de controle das atividades, avaliação, pesquisa e etc. Em outros ambientes educacionais são adotados: dispositivos móveis, softwares (aplicativos) para as redes se conectarem, entre tantos outros. Em relação aos bonecos dos centros de simulação, Fraga explica que cada marca e modelo tem seu próprio software para um funcionamento tão realista, e que basicamente lida com dois componentes: o robô (simulador) e o monitor de sinais vitais. “Além disso, você pode usar o software, por exemplo, para aquisição, análise e distribuição de vídeo e edição”, completa. 54

Desenvolvimento tecnológico Os Estados Unidos aliaram o desenvolvimento tecnológico e a necessidade de simulação em situações de risco que influenciaram o seu uso na Enfermagem. O primeiro registro de uso do manequim data da década de 1910, tornando-se popular nos anos de 1950 com evolução para os tipos de média e alta fidelidade. No Brasil, desde 1920, há registros do uso em escolas tradicionais de enfermagem, demonstrando posição vanguardista de apropriação do modelo anglo-americano. Ainda que representem aumento nos investimentos necessários à formação profissional, essas tecnologias vêm ao encontro das expectativas de novas gerações de estudantes de saúde que, inseridos na aprendizagem mediada pela informática, combinam texto, planos de fundo, fotografias, materiais gráficos, áudio e vídeo numa única apresentação de tela nos diversos equipamentos, tais como computador, celular, palm e smartphone.


Hospital Tec 100, em Querétaro Além de médico e doutor em Ciências da Saúde, Juan Manuel Fraga assume a diretoria de Ensino e Pesquisa do Hospital Tec 100 em Querétaro, no México. Em 2014, a área, considerada nova, desenvolveu muitos programas de educação e, ao longo de 2015, deverá investir em novos campos de ensino que incluem, entre outras coisas, uma sala de simulação e de briefing e um estúdio de gravação para criar cursos online. Para um melhor resultado, a área de responsabilidade de Fraga trabalha constantemente em conjunto com o departamento de TI do hospital, desde a concepção da área de ensino para definir as necessidades de equipamentos de rede, redes sem fio, colocação de computadores, monitores, aquisição de licenças a manutenção. “Não tenho dúvidas de que é importante ter a TI como parceira no desenvolvimento de novas pesquisas. Recentemente, desenvolvemos um programa educativo sobre as metas internacionais de segurança do paciente, que inclui distribuição online, controle e avaliação dos resultados desta intervenção”, revela. A simulação tem sido utilizada em todo o mundo na área da saúde por contribuir com o aperfeiçoamento da comunicação, trabalho em equipe e abordagem humanística na assistência à saúde. Além disso, a técnica também é utilizada em cursos ministrados para a comunidade, como de Primeiros Socorros. “Desta forma, familiares e cuidadores aprendem com um cenário próximo do real a prestar o devido atendimento, enquanto aguardam a chegada do socorro”, conclui Fraga.

Conceitos As técnicas de simulação no aprendizado em saúde surgiram do treinamento militar e simuladores de voo. A metodologia expandiu rapidamente em todo mundo e, hoje, equipamentos de última geração reproduzem perfeitamente os mais diversos cenários e comportamentos do corpo humano, que podem simular, entre outras situações de emergência, uma parada cardiorrespiratória ou procedimentos mais complexos como pneumotórax e cateterismo.

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ARTIGO

Ana Claudia S. Reis, é sócia da CTPartners

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Desafios do CIO do futuro

área de TI está se transformando. Podemos observar esse movimento em pequenas realidades do nosso dia a dia e, também, nas ações que as empresas realizam para potencializar seus resultados. A economia digital está mudando as organizações de maneira contínua, criando um ambiente hiperconectado no qual o negócio principal gira em torno das responsabilidades da área de TI e impactam diretamente no desempenho dos atuais gestores. Diante desse cenário, pode-se notar a alteração acelerada na agenda e nas atribuições do CIO. O profissional é, agora, o principal responsável por administrar essa constante atualização. Pensar digital e compreender a redefinição do seu papel dentro das empresas, que deve ser muito mais estratégico, estão entre os desafios do novo CIO. Ele precisa focar na identificação de novas oportunidades de negócios, que explorem a tecnologia digital como força principal. É responsabilidade desse profissional, portanto, assumir uma postura de liderança digital, que traga aos novos projetos um resultado sólido. Dessa maneira, o diretor irá convencer as demais áreas da empresa de que inovação é, sim, uma função da área de TI e vital para longevidade das companhias. Como vivemos na “Era da Transformação Tecnológica”, uma das principais dificuldades enfrentadas por esse profissional é ser hábil na administração dessas mudanças. Compreender de forma pioneira as tecnologias que surgem é um ponto de total atenção, uma vez que os modelos de negócio e gestão que levam em consideração a evolução da tecnologia passarão a se alterar com maior frequência. Isso requer do executivo, além de conhecimento, um planejamento eficaz que reflita esse olhar sempre à frente do seu tempo. Com perfil inovador, o CIO do futuro irá atuar em conjunto com outras lideranças como o Chief Digital Officer e o Chief Information Security Officer. Este último, vale notar, será o principal parceiro do CIO, pois seu foco assertivo em cibersecurity e na proteção de dados e propriedade intelectual da empresa, ciente de todos

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os riscos operacionais, o torna essencial na tomada de decisões. Ter uma visão clara de mudança de abordagem da área de TI torna-se necessário ao CIO. Em certos casos, por exemplo, é mais seguro e estratégico terceirizar algumas atividades de menor valor agregado, reduzindo o envolvimento do profissional nas questões operacionais, do que incorporar os procedimentos no departamento. Dessa forma, tempo e energia do executivo são liberados e o permitem interagir com outros gestores que pilotam o negócio, solidificando uma visão integral das atividades – e isso será cada vez mais exigido deles. O resultado são processos operacionais mais simples e mais tempo para o CIO inserir novos conceitos tecnológicos, algo vital para seus projetos. E por que não correr riscos? Sair da zona do backoffice e ir para a linha de frente, dessa vez com postura mais empreendedora, garante além de eficiência, uma empresa mais inteligente, com um board mais ativo, comprometido a criar e sem medo de errar. O CIO desejado pelas empresas irá desenvolver e utilizar plataformas digitais que convergem com todas as funções na empresa, potencializando as entregas e resultados. Ele também irá fornecer soluções de tecnologia que atendem as necessidades de diferentes geografias e demografias, já que ele idealmente vivenciou operações globais e entende de diferentes culturas, estando apto a fazer planejamentos direcionados – aproveitando-se do fato de que ele atualmente é o principal direcionador das ações digitais das companhias, coordenando todas as iniciativas online: de e-Commerce até as mídias sociais. Por fim, entendemos o quão desafiador é o cenário do CIO do futuro. Ao mesmo tempo em que as novas tecnologias alavancam os ambientes corporativos, trazem para esse profissional a missão de se recriar e não ficar para trás. Gerenciar a área de TI como um negócio paralelo é um meio de transformar os processos e auxilia na criação de iniciativas transformadoras, que geram resultados em prazos consideráveis.


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TI pra que te quero

A tecnologia cada vez mais presente Instituições de saúde em todo o mundo reconhecem que, a cada dia, a presença de sistemas e infraestrutura de TI é mais necessária para a operação e bom desempenho

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ada vez mais, é comum termos notícias sobre investimentos em TI realizados por instituições de saúde. Cloud Computing, dispositivos móveis, sistemas de informação, integração, entre tantos outros. A cultura digital vem tomando conta de hospitais e os departamentos de TI ganhando um papel cada vez mais estratégico dentro do negócio das instituições. Com investimentos cada vez maiores e resultados mais evidentes, a gama de hospitais digitais no Brasil, e no mundo, vem crescendo consideravelmente. O Grupo Saúde Bandeirantes, por exemplo, tem investido significativamente em projetos de TI que vão desde uma infraestrutura básica de telecomunicações a certificação digital de todo seu corpo clínico e gerenciamento de informações. De acordo com o coordenador de Tecnologia da Informação da instituição, Thiago Damasceno, com foco no conceito de hospital digital a entidade tem investido no desenvolvimento de uma estrutura de TI robusta e de base para a implantação de diversos sistemas. “Realizamos um aporte considerável em infraestrutura para garantir uma melhor conectividade nas duas unidades do grupo. Estamos revitalizando todo nosso parque tecnológico, pensando em mobilidade com auxílio de soluções da Cisco, que envolve acesso à internet, telefonia e estrutura de rede.” O projeto de TI do Saúde Bandeirantes vai muito além da conectividade. Dentro do centro cirúrgico dos hospitais e em alguns outros pontos estratégicos foram instalados tablets para auxiliar as equipes assistenciais em todo o processo clínico e administrativo. Esses dispositivos, com o auxílio de um software, mapeiam todo o processo hospitalar que envolve o paciente, desde sua entrada na instituição ao recebimento da alta e liberação do leito após a cirurgia. Segundo Damasceno, este também é um dos projetos que visam tornar os hospitais Bandeirantes e Le Forte mais digitais. “Reduzimos ao máximo o fluxo e emissão de papéis,

formulários e prontuários pela instituição e fizemos com que toda essa informação ocorresse de forma digital e muito mais rápida, organizada e eficiente.” Com investimentos que totalizam R$ 8 milhões, o grupo ainda possui como estratégia para 2015 a implementação de certificação digital, para que as informações entre as unidades, principalmente prontuários, possam ser compartilhadas de maneira segura, organizada e rápida.

Cultura Digital

Pioneiro na implementação de tecnologias dentro do ambiente hospitalar, o Hospital de Ottawa (TOH), no Canadá, considerado uma das primeiras instituições a trabalhar o conceito de mobilidade adotando uso de tablets por seu corpo clínico, abraçou em 2013 uma ferramenta de suporte à decisão clínica. Considerado uma das principais unidades de saúde daquele país, com 1,1 mil leitos e a demanda potencial de 1,3 milhão de pacientes vindos de Ottawa e da região oriental de Ontário, a nova tecno59


TI pra que te quero

Hoje, em nossa sociedade, tudo está baseado em tecnologia, e as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. A TI tornou-se um core dos hospitais também, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investimentos tecnológicos.

Thiago Damasceno, Grupo Saúde Bandeirantes logia permitirá ao corpo clínico acessar remotamente informações que auxiliarão uma possível decisão de diagnóstico ou tratamento em qualquer lugar do Canadá. Com a nova ferramenta da UpToDate já em uso, o corpo clínico ganhou mais eficiência e mobilidade, além de otimizar o tempo e aumentar a produtividade. “A utilização dessa solução é o reflexo direto de nossa estratégia e investimentos em mobilidade, e da missão de equipar nossos colaboradores com as melhores ferramentas para respostas imediatas no ponto de cuidado”, afirma o Chief Information Medical Officer, do hospital canadence, Glen Geiger.

Digital dentro e fora dos hospitais

É importante destacar que investir em sistemas eficientes e departamentos de TI estratégicos não pode limitar-se ao ambiente hospitalar, mas também ao sistema de saúde, para que informações possam ser compartilhadas, indicadores criados e dados analisados para que táticas de saúde sejam desenvolvidas para toda população. Na cidade de Nova York, nos EUA, o New York eHealth Collaborative (NYeC), organização sem fins lucrativos que visa melhorar a assistência e acesso à saúde dos habitantes do estado por meio da tecnologia, adotou um sistema desenvolvido pela InterSystems para o intercâmbio de informações entre instituições espalhadas por todo o estado atra60

vés da Rede de Informações de Saúde do Estado de Nova York (SHIN_NY). De acordo com o diretor executivo da NYeC, David Whitlinger, facilitar o registro e a troca de informações de saúde entre as entidades é de vital importância para o sucesso de programas de saúde pública, redução de custos dentro do sistema e ganho de produtividade. O sucesso da implementação da ferramenta da InterSystems dependerá também da utilização de recursos estaduais e federais para criar uma infraestrutura sustentável para o intercâmbio dessas informações de saúde. “Hoje, em nossa sociedade, tudo está baseado em tecnologia, e as instituições e sistemas de saúde não podem mais se isolar em relação a este assunto. A TI tornou-se um core dos hospitais também, pois grande parte da saúde atualmente está baseada em investimentos tecnológicos”, completa Damasceno.


ARTIGO

Paulo Magnus, Presidente da MV

O avanço da saúde na era do Big Data

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última década tem sido acompanhada por grandes avanços no processamento de dados digitais, cuja quantidade gerada aumenta de forma extraordinária. Tecnologias capazes de lidar com esse volume, variedade, veracidade e velocidade de dados estão mudando a natureza dos negócios. Estamos na era da inteligência artificial e cognitiva, do cruzamento de inúmeras informações que permitem detectar padrões, prever ameaças e obter diversas aplicações à prática cotidiana. Reunindo soluções capazes de analisar e compreender qualquer tipo de informação digital em tempo real, o Big Data é hoje considerado a mais importante ferramenta estratégica. Apesar de ainda existirem dificuldades para entender como a massa de dados gerada diariamente pode ser aproveitada, as promessas do Big Data são muitas. Porém, suas maiores possibilidades de aplicações já são observadas na área da saúde. Além de reduzir os custos de P&D Farmacêutico em mais de U$ 70 bilhões e a quantidade de tempo para a decodificação do genoma humano de dez anos para uma semana, a medicina preditiva e preventiva são vistas como a maior oportunidade do Big Data na saúde. Com a popularização do mobile health, aplicativos e wearables que ajudam as pessoas a monitorar hábitos e doenças, é

possível compartilhar dados particulares com o médico não só para auxiliá-lo num diagnóstico individual, mas, sim, para que informações de saúde não sejam mais tratadas de forma isolada. Com os avanços tecnológicos, atingimos a Quarta Onda da Saúde, em que o envolvimento crescente do indivíduo na reunião de informações aprimora a emissão de alertas às condutas médicas, a formulação de hipóteses diagnósticas, o apontamento de melhores práticas de tratamento, a prevenção primária e o acompanhamento da evolução da saúde do paciente. Avaliando direcionamentos de tratamentos, sobretudo, de Oncologia e outras condições crônicas, supercomputadores já interagem (inclusive, por voz) diretamente com médicos. Nessa era da ampla captura, do cruzamento e da interpretação de dados, a medicina adquire maior embasamento para ampliar chances de cura e prevenção de doenças, disponibilizar diagnósticos antecipadamente, promover agilidade a tratamentos, desenvolver novos medicamentos e diminuir mortes evitáveis. Além disso, é certo prever que o uso da inteligência artificial no cruzamento de dados clínicos das pessoas, não necessariamente pacientes, evitará agravos à saúde da população e, consequentemente, aumentará a expectativa e a qualidade de vida. 61


Considerações da Editora

O tempo não para

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á pouco eu escrevia sobre a chegada de um novo ano. Hoje me pego com pensamentos na proximidade do fim de um semestre. O tempo realmente não dá trela. Há pouco mais de dez anos os computadores mais poderosos ficavam dentro das empresas. Hoje temos em mãos um smartphone que tem a capacidade de um supercomputador Cray-1 dos anos 70 ou de todo o data center da NASA, quando ela colocou os primeiros astronautas na Lua em 1969. Indiscutivelmente, Cezar Taurion traz em seu artigo que a maioria das empresas criadas após a era da Internet tem Big Data em seu “core business”. Os exemplos são vários, como Amazon, Facebook, Google, eBay, LinkedIn, Yahoo e etc. Os modelos e processos destas empresas foram criados sob o conceito de abundância de dados e explorá-los foi, naturalmente, a base de seus negócios. “Uma lição que podemos aprender é que se existe tanto interesse no assunto e inúmeras empresas de sucesso foram criadas com o conceito de Big Data em seu cerne, talvez não seja uma má ideia pensar seriamente no assunto.” O fato é que já existem muitos casos mundiais de sucesso em Big Data, em diversos setores de indústria. Porque não servirem de referência? Afinal, o que os CEOs querem dos seus CIOs? Inovações que permitam reduzir custos e gerar mais receita. Big data pode fazer isso. Em entrevista exclusiva, Paula Brown, do SAS, revela nesta edição que a capacidade de unir o

gigantesco número de dados e aplicar analytics para desenvolver ideias que permitem aos hospitais tomarem decisões e ações com confiança está inaugurando uma nova era de assistência ao paciente. E tenho que concordar: TI em saúde tem o grande desafio de seguir em frente com o foco de acomodar as demandas para que os dados estejam sempre disponíveis para serem explorados. O tempo não para, tampouco a nossa base de informações. Que venha a próxima edição!

Thaia Duó, Editora da Health-IT


TI no Futuro

Profissional do futuro O profissional de TI precisa estar atento a novidades e desenvolver competências que o certificam a conquistar novos cargos. Fique por dentro das características que pautarão o futuro dos trabalhadores da área

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stá claro que o cenário mundial vivencia um processo de mudança cada vez mais acelerado. São transformações necessárias, e muitas vezes bem-vindas, mas os profissionais devem estar preparados para enfrentá-las. Em especial os de TI, que convivem diariamente com o surgimento de novas tecnologias e plataformas. Há quem diz que em 2020 o conhecimento técnico deixará de ser fundamental para quem atua em Tecnologia da Informação, já que profissionais de todas as áreas das empresas terão relativo domínio dos recursos tecnológicos para desempenhar seu trabalho. Ainda assim, haverá oportunidades para pessoas com capacidade de interpretar volumes enormes de dados. Até os anos 20, o número de informações geradas anualmente estará na casa dos 35 zettabytes, ou 35 milhões de petabytes, afirma John Gantz, executivo de pesquisas da consultoria IDC. Recentemente, conceitos como mobilidade, cloud computing, big data, impressão 3D e internet das coisas começaram a avançar de forma intensa sobre estruturas organizacionais e têm levado a TI para patamares ainda mais elevados. O momento é de digitalização dos negócios. Com isso, elevam-se padrões de competitividade e exige-se uma postura mais dinâmica das organizações. Nesse contexto, para se destacar no mercado, o profissional de TI precisa estar atento a novidades e desenvolver competências que o certificam a conquistar novos cargos. Segundo a provedora de tecnologia Exceda, existem cinco características que pautarão o futuro dos trabalhadores da área. São elas: 1. Autodidata - A velocidade com que ocorrem as atualizações e surgem novas tecnologias tornam obsoletos até mesmo os treinamentos mais atuais. Ainda, o grande volume de informações disponíveis

na internet democratiza o estudo. Sendo assim, o profissional que deseja despontar na carreira deve buscar informação proativamente e estar atento aos movimentos de empresas do setor e tecnologias emergentes. 2. Capaz de trabalhar em equipe - Ponto fundamental para qualquer profissional, principalmente os da área de TI, pois lidam com todas as áreas da empresa e em projetos com grandes equipes. Ainda, ultrapassam as fronteiras da organização uma vez que interagem, por exemplo, com equipes de suporte e fornecedores do mundo todo. 3. Bilíngue - A fluência em inglês é imprescindível e não há muito que discorrer sobre um quesito tão pontual e objetivo. Ainda assim, vale explicar que muitas informações sobre as tecnologias estão nesse idioma e, mundialmente, boa parte das empresas o adotou como língua mestra. Por isso, ele faz parte das competências necessárias do profissional que escolhe atuar em TI. 4. Com visão de negócio - O profissional de TI sustenta a estratégia de negócios fazendo com que a tecnologia atenda as necessidades da empresa e seus colaboradores. Por isso, ele deve compreender holisticamente o negócio e seu mercado, considerando a tecnologia da informação como ferramenta estratégica para alavancar os negócios. 5. Fator comportamental - É necessário que o profissional compreenda seu papel fundamental no todo, seja em um projeto ou processo. Ainda, que tenha sensibilidade para perceber seus pontos fortes e fracos bem como o de seus colegas, a fim de aplicar o seu melhor para a entrega de um resultado. O profissional de TI não pode mais basear-se apenas em seu conhecimento técnico, ele precisa saber lidar com pessoas, liderar projetos, mediar conflitos e muito mais. 63


Eventos 2015 Junho Evento: Fronteiras do envelhecimento: desafios para a ciência e equipes de saúde Local: Hospital Israelita Albert Einstein - Auditório Moise Safra Data: 10 a 12 de junho Evento: 8th ISICEM for Latin America (International Symposium on Intensive Care and Emergency Medicine) Local: Avenida das Nações Unidas, 18.591 Vila Almeida – São Paulo/SP Data: 17 a 20 de Junho

Julho Evento: Encontro NDH Unimed Local: São Paulo/SP Data: 2 e 3 de Julho Evento: 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva - Abrascão Local: UFG – Universidade Federal de Goiás – Goiânia Data: 28 de Julho a 01 de Agosto

Agosto Evento: II Simpósio Internacional de Medicina Personalizada Local: São Paulo - Morumbi Data: 6 a 8 de Agosto Evento: 1º Fórum Latino Americano de Qualidade e Segurança na Saúde Local: Avenida das Nações Unidas, 12.559 - Brooklin Novo – São Paulo/SP Data: 13 a 16 de Agosto Evento: IV Congresso Internacional de Cirurgia Robótica e Minimamente Invasiva Local: Av. Albert Einstein, 627 – 1º Andar – Bloco A Data: 21 e 22 de Agosto EXPEDIENTE Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora de Eventos e criação: Erica Almeida Alves Diretor-comercial: Edmilson Ferrari Editora da Health-IT: Thaia Duó Redação: Carla de Paula Pinto, Patricia Bonelli e Thiago Cruz Colaborador: Guilherme Batimarchi Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Gerente de Clientes: Giovana Teixeira

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