Dos pais, para o Artur. Porque fazemos parte.
Pequenas hist贸rias nossas para grandes etapas
Quando o Artur nasceu, não sabia que trazia dentro do peito um coração especial.
É que apesar de parecer forte e saudável, com o tempo ia ficando um bocadinho mais cansado, como se alguma coisa o apertasse. Mas como falava muito baixinho, o Artur nunca tinha dado por nada.
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Mais tarde, numa ida ao centro de saúde para
pesar e medir o quanto o Artur tinha crescido – que era sempre um bocadinho – é que o seu
coração segredou à médica: - Estou um pouco cansado. Como… se estivesse apertado… - Mas eu não sinto nada! – Exclamou, espantado, o Artur que, além de não sentir mesmo nada, nunca tinha escutado o falar do seu coração. 4
A doutora, que sabia que quando os corações se queixam é porque lá têm alguma razão só deles, respondeu:
- Então vamos lá ver melhor de que se queixa o teu coração!
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Pediu ao Artur que se deitasse sossegadinho, de mĂŁo
dada com os pais, enquanto passava uma caneta especial no seu peito. Essa caneta ia desenhando sobre a pele o coração do Artur, toda a sua forma e cores. 6
E nĂŁo ĂŠ que estava mesmo um nadinha apertado?
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Qual não foi o espanto do Artur quando, de repente, viu o cinto que envolvia o seu
coração apertar-se um bocadinho mais. - Ó coração, isso não dói? – Perguntou. - Não, - respondeu o coração – mas tenho que fazer um bocadinho mais de força para trabalhar…
- É isso que te traz cansado, coração. Por isso vamos desapertar-te. – Disse a doutora. E disse ao Artur – Fechas os olhos um bocadinho? 8
O Artur acenou que sim com a cabeça e tornou a dar as mãos aos pais.
Adormeceu e, em menos de nada, a
doutora soltou o cinto. 9
O coração do Artur, aliviado, sorriu um grande sorriso de coração bonito,
agradecido. A partir daí, o Artur e o seu coração passaram a conversar todos os dias.
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Andreia Albernaz Valente Jo達o Pimenta Lopes