Revista GPS Brasília 38

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ANO 11 # out.nov.dez 2023

Três décadas de carreira… a mulher do novo tempo


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Diretora de Conteúdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Editora de Criação Chica Magalhães Assistente de Criação Vanessa Farias Editor de Fotografia Celso Junior Fotografia Rayra Paiva e Vanessa Castro Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Reportagem Ailane Silva, Caio Barbieri, Edson Caldeira, Eric Zambon, Larissa Duarte, Letícia Jábali, Marina Adorno, Pedro Reis e Theodora Zaccara Colaboradores Fernando Cavalcanti, Isadora Campos, Maria Thereza Laudares, Maurício Lima, Rayra Paiva e Vanessa Castro Revisão Jorge Avelino de Souza Diretor Executivo Rafael Badra Gerente Executivo de Contas Will Madson

GPS|Brasília Editora LTDA. www.gpsbrasilia.com.br

Contato Publicitário José Roberto Silva

Sócios-diretores Rafael Badra Paula Santana

Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística

Brasília Shopping – Torre Sul, salas 1313/1314 SCN quadra 5, bloco A – Asa Norte CEP: 70.715-900 – Brasília-DF Tel.: (61) 3364-4512



Equipe

Enaile Nunes

Chica Magalhães

Marcella Oliveira

Karine Moreira Lima

Celso Junior

Will Madson

Caio Barbieri

Jorge Eduardo Antunes

Pedro Reis

Ailane Silva

Edson Caldeira

Eric Zambon

Larissa Duarte

Letícia Jábali

Marina Adorno

Rayra Paiva

Theodora Zaccara

Vanessa Castro

Vanessa Farias

Colaboradores

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Foto: Divulgação

ANO 11 # out.nov.dez 2023

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Brasilia Azul Projeto itinerante no DF une arte e tecnologia pelas mãos de Celso Junior e Eduardo Gontijo

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Ano Novo, verde novo As árvores que encantam os moradores do Distrito Federal

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A semeadura da sabedoria A trajetória de Eda Machado, fundadora do IESB

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Imortal JK Série da TV Cultura apresenta a história do fundador de Brasília

A voz de todas elas Ana Claudia Badra Cotait é protagonista como liderança feminina

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Sob os mistérios que rondam a capital Lendas urbanas escondidas pelas ruas da cidade

Uma porção de Afeto A vitória da chef Babi Frazão no programa MasterChef Profissionais

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A nova mocidade O pioneiro Arnaldo Júlio Barbosa lança primeiro livro aos 105 anos

Ícones por Isadora Campos Joalherias que têm criadoras à frente do negócio

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A Carta Magna Os 35 anos da Constituição Federal de 1988

Integrar para equilibrar A médica Priscilla Proença e seu método Integral Health

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Brasília e Lisboa: cidades-irmãs Acordo internacional de colaboração mútua une as capitais

Duplamente reconhecida Revista GPS|Brasília conquista os prêmios Engenho e Colunistas

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A era do Design ECAP Engenharia atua como uma das mais qualificadas empresas de luxo no DF

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Hospital Santa Lúcia amplia investimentos As novidades do maior grupo privado do Centro-Oeste

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Clínica-galeria O atendimento multidisciplinar do Grupo L’Essence

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Sorriso Brunetti Brunetti Odontologia se destaca pelo trabalho 100% digital

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Artigo por Fernando Cavalcanti A colaboração entre setores como incentivo ao crescimento sustentável e inovação contínua

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O povo contra o feminicídio CLDF atua no combate à violência

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Mulheres: o fazer, fazendo O empreendedorismo feminino emerge no Distrito Federal


102 Pensamentos bidimensionais O trabalho colorido do artista visual Raylton Parga 104 A sensibilidade do caos Brasiliense João Trevisan apresenta obras inéditas 106 Pausa para desidentificar Paulo Emilio Azevedo e sua busca por transbordar potenciais artísticos em pessoas Brinco Congresso, Silvia Badra - R$ 3.600

108 Arte por Maurício Lima Edith Derdyk e sua nova exposição MAQUÍNICA 110 Estética ancestral Bancos com grafismos coloridos encantam amantes da arte 111 Bordar dores e sonhos Mostra composta por mulheres enaltece o ofício do bordado

Anel com opala de fogo e ametista, Silvia Badra - R$ R$ 3.100

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Artigo por Leonardo Ces Especialista fala sobre a nova forma de se relacionar com o dinheiro

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A arte de servir A atuação de João Paulo Todde, CEO e fundador do Grupo TODDE

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Brasília em boas mãos O cirurgião dentista Cristiano Caetano se destaca no universo de implantodontia

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Um caminho sem volta As ferramentas de Inteligência Artificial generativas do Google

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A ciência da vida A trajetória do ortopedista especialista em coluna Rodrigo Lima

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APTK Spirits: um shot de sofisticação Marca de drinks em garrafas desembarca em Brasília

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Eco-lógico: o verde que sustenta o mundo As medidas sustentáveis adotadas pelo BIG BOX

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Quadra 500 Sudoeste Base Incorporações traz o que há de mais novo e tecnológico no universo imobiliário

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Um pedaço de Manaus em Brasília Evento destaca importância da Zona Franca

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Novo esportivo elétrico nas ruas A Audi do Brasil anuncia o lançamento oficial do e-tron GT

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Reivete-se Celebrando trinta anos de carreira, Ivete Sangalo estampa nossa capa Pulseira em ouro branco com tsavoritas e diamantes, Tiffany & Co. - preço sob consulta

114 Tetê com Estilo por Maria Thereza Laudares Paris revive a história da moda com a coleção particular de Azzedine Alaïa 116 Dapper Dan of Harlem O trabalho do estilista do gueto norte-americano que enfrentou a indústria do luxo 134 Um hóspede chamado História As memórias do Brown’s Hotel, o primeiro hotel de Londres 136 Como uma onda no mar A ode ao charme carioca do Fairmont Rio 138 Resort além das convenções O exclusivo espaço La Réserve do Club Med Rio das Pedras 140 O melhor dos melhores Oito restaurantes brasileiros integram listas de Melhores da América Latina 142 Colecionadores de sensações No mercado imobiliário high ticket em Miami, empreendimento da Dolce&Gabbana se destaca 144 O super iate O luxo da embarcação italiana Azimut Grande 36 Metri 146 Alto mar, alto luxo Seven Seas Grandeur zarpa e leva aos oceanos novo conceito de hospedagem


E d i t o r i a l

Paula Santana e Rafael Badra Sócios-fundadores

2024, JOGAR PARA QUE TODOS GANHEM Não há como negar. Entramos definitivamente na era das mulheres. Da consolidação secular oriunda de uma caminhada silenciosa, porém contínua. O brado retumbante deu visão clara à vista cega. Começamos a ter nossas reais virtudes contempladas. Apesar de ainda estarmos sub-representadas. Somos atualmente 45% da força de trabalho no Brasil, mas não chegamos a 10% dos altos cargos corporativos ou 15% no parlamento. Mas, ora, ter mulheres líderes seja em que esfera for é uma questão de negócios, já que vivemos entre metas, números e planners. Pesquisas indicam êxito em nossas dimensões criativas. Somos ótimas em construir relacionamentos autênticos. E assim criar uma rede de apoio que configure engajamento, satisfação e fortalecimento. É a preciosa busca do tal “fortalecimento de marca”, o vislumbre de todo líder e seu time. Isso nós sabemos fazer... naturalmente. Nesta construção de um statement igualitário, diverso e inclusivo, nos comprometemos e nos sobrecarregamos além da normalidade. Não está certo. Temos que aprender a falar sobre nossa potência e defendermos a nós mesmas. Sem autossabotagem. O novo desafio para 2024. E assim surge esta edição bem feminina, após dois homens fortes no

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legado de Brasília nas nossas últimas capas: o governador Ibaneis Rocha e o presidente do BRB Paulo Henrique Costa. Eis que se apresenta vibrante, vigorosa, virtuosa... Ivete Sangalo. Nós da revista elegemos a mulher deste novo tempo. Não pelo o que ela faz, mas pelo que é. Aos 51 anos, casada, três filhos, trinta anos de carreira, trezentas canções autorais, 150 premiações. Mas o que são números para Ivete? Ela diz “não sou mulher de vaidade, sou mulher de responsabilidade”. Há pouco, assumiu o comando dos seus negócios e redistribuiu funções. Tem a família como prioridade e sabe o valor, e a dor, de permanecer em cena. E assim as páginas correm. Trazemos mulheres de fibra em inúmeras áreas alavancando negócios em Brasília. A professora Eda Machado, a liderança Ana Claudia Badra, a médica Priscilla Proença... sobre nossa amada capital, um novo documentário sobre JK, um poeta aos 105 anos, as árvores, os mistérios, os azuis. E ainda a leveza do distanciar-se, o privilégio de parar e curtir. Destinos e experiências de deleite puro. E também o mercado que mais gera desejo no planeta terra: o luxo e suas atrações. Uma revista para inspirar, sonhar e desativar. Até 2024... que seja bom para todos os envolvidos!


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E n s a i o

BRASÍLIA AZUL

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“Meu Deus, mas que cidade linda” romanceou Renato Russo. Muitos se remetem ao céu e imediatamente invocam o azul, que se espalha por coisas e objetos que compõem a narrativa lírica da capital. Eis que surge o mais novo projeto itinerante no Distrito Federal, unindo arte e tecnologia Por Edson Caldeira Fotos Celso Junior

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A imensidão azul do céu de Brasília invoca tamanha poesia que Caetano Veloso se viu inspirado para criar uma das composições mais famosas sobre a cidade. Linha do Equador, interpretada por Djavan, está repleta de ambiguidades líricas que contrastam o impacto deste céu azulado a um amor incomensurável. “Céu de Brasília, traços do arquiteto... Gosto tanto dela assim”. Este mesmo céu é descrito de forma passional pelo romancista e membro da Academia Brasileira de Letras Osvaldo Orico no poema Cidade do Planalto. Nele, o autor contenta-se com a afirmativa de que, embora Brasília fique longe do mar, está perto do céu, e em suas palavras “...de um claro céu que há de estar sempre aberto”. Tais nuances incandescentes estão por toda a cidade. Surgem no reflexo do Lago Paranoá, compõem os painéis de azulejos do artista Athos Bulcão, nos vitrais de Marianne Peretti. E ainda nas placas residenciais de sinalização, nos brises dos blocos do Plano Piloto. Inspirações que simplesmente surgem. Até mesmo para Tom Jobim e Vinícius de Moraes escreverem o hit da bossa nova Água de Beber, após o compositor perguntar a um trabalhador se um determinado olho d’água nas proximidades do Catetinho era potável. “É água de beber, sim, senhor!”, teria dito. E foi justamente essa presença marcante que inspirou o artista e fotógrafo Celso Junior a sair com sua câmera pela cidade em busca dos azuis que contagiaram a sua alma. Natural de São Paulo, o profissional que mora em Brasília há vinte anos diz que a Terra da Garoa, “acinzentada e cercada por arranha-céus”, revela o antagonismo à capital. “Este azul brasiliense me abraçou quando cheguei aqui”, contempla. 18


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“Todo mundo poetizou sobre o céu sendo o mar de Brasília. Eu sou mais um. Brasília é infinita. E a fotografia como arte acessível tem esse potencial de filtrar, editar, ressignificar, customizar esta cidade indecifrável. E azul tem sido um filtro particular entre tantas nuances que Brasília oferta. Entendo o privilégio de morar aqui. Já viajei mais de cinquenta países a trabalho com minhas lentes. Nada é e nunca será como Brasília. Palavras de um fotógrafo apaixonado por este quadrado”, declara. O resultado dos cliques podem ser vistos, a partir de janeiro, na exposição Brasília Azul. A mostra itinerante tem produção cultural assinada pelo diretor Eduardo Gontijo, proprietário da empresa DD2, que tem em seu cerne trazer inovação tecnológica por meio de inúmeras plataformas. “O olhar artístico de Celso mostra que o tom é algo predominante na essência da cidade, sendo imageticamente o protagonista da história candanga. As imagens vão desde o azul dos prismas do Plano Piloto, passando por detalhes do cotidiano, podendo até mesmo se misturar com outros tons vizinhos”, explica Eduardo. “O que mais me impressiona e cria uma conexão que faz todo sentido pra mim é a interseção com o verde. O Cerrado é árido – bruto e retorcido –, mas o encontro do verde com o azul juntos é a celebração da existência de Deus para mim. É a hora em que me sinto pequeno diante da magnitude da natureza”, contextualiza o artista, que afirma ter prazer em buscar o ineditismo no ordinário. “Penso que esta é uma das características marcantes na minha fotografia. Eu espero a hora, e ela chega. Quando isso acontece eu aproveito o instante no meu limite técnico e criativo”. Dentre as fotografias que mais traduzem a exposição Brasília Azul, o destaque fica por conta de Os Candangos. A foto é um ponto de inflexão na mostra por sua gama imensa de azuis numa mesma imagem, com um efeito que mais parece uma tela pintada. Um registro especial que remete ao aconchego sereno e tranquilo, uma poesia distinta ou uma boa música.

Sobre a mostra A exposição Brasília Azul será itinerante e, no total, ficará em exibição por 120 dias. O projeto tem início no Parque da Cidade, passa por Águas Claras, Taguatinga e finda em Sobradinho. Cada um desses locais ficará com a mostra por trinta dias corridos em espaços abertos onde o azul será integrado a paisagens esverdeadas do Distrito Federal. Os registros fotográficos estarão em totens sustentáveis e inovadores, com sistema de iluminação que funciona 24h e converte luz solar em energia elétrica. A ideia, segundo Eduardo Gontijo, é democratizar o acesso à arte e prevê um impacto social de aproximadamente 24 mil pessoas.

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U r b a n i s m o

ANO NOVO, VERDE NOVO O Distrito Federal abriga cerca de 5,5 milhões de árvores e 650 jardins públicos. Ambicioso plano da Novacap levará mais de cem mil árvores para todas as regiões administrativas

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Os cambuís são árvores nativas da Mata Atlântica e estão em quase todas as Regiões Administrativas do DF

Por Caio Barbieri e João Pedro Nunes Fotos Celso Junior

Brasília transcende sua arquitetura única e mergulha em um espetáculo natural que pinta os céus e ruas da cidade. Em cada época do ano, ipês, flamboyants e tantas outras espécies fazem um festival de cores. Conhecida internacionalmente pelas suas linhas curvas e pela arquitetura modernista, Brasília agora tenta alcançar um importante título: tornar-se uma das capitais mais arborizadas do País, a chamada “cidade parque”. O desafio é grande porque, embora quem ande pelo Plano Piloto tenha a sensação de que a cidade já mereceria o título, a verdade é que o Distrito Federal figura numa das metrópoles brasileiras com menor número de árvores por habitante. A revelação foi feita por Júlio Pastore, professor da Universidade de Brasília (UnB) e um dos paisagistas mais renomados do Brasil. “O senso comum é que Brasília é uma cidade muito bem arborizada, mas, na verdade, o Censo indicou que Brasília é uma das piores das grandes cidades do Brasil em número de árvores e próximas de onde as pessoas vivem. Em princípio, isso causa um choque, mas ele é explicado porque, na verdade, os únicos lugares

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de Brasília que têm realmente uma arborização tal qual um parque são o Plano Piloto e as regiões centrais. E esse Censo leva em conta as ruas que têm pelo menos uma árvore”, disse. Por isso, a Companhia Urbanizadora de Brasília (Novacap), que é a responsável pelo paisagismo da capital, começa a plantar novas cem mil mudas de árvores a partir do período chuvoso. Segundo o presidente da estatal, Fernando Leite, o foco do projeto é intensificar a arborização nas regiões administrativas fora do Plano Piloto, estendendo os benefícios da iniciativa para todas as cidades. “Nós queremos, neste ano, levar isso com mais intensidade para todas as cidades-satélites, para tornar Brasília cada vez mais verde”, reforçou Leite durante a entrevista. Atualmente, o Distrito Federal abriga cerca de 5,5 milhões de árvores e 650 jardins públicos. Dentre as mais de cem espécies de árvores plantadas em Brasília, encontram-se ipês, cambuís, pau ferro, saboneteiras, sapucaias, mangueiras, jabuticabeiras, jamelões, pombeiros, entre outras, adaptadas a cada estação e à diversidade climática da região. Pastore enfatizou os benefícios vitais da arborização urbana e destacou a capacidade das árvores de filtrar micro partículas do ar, melhorar a umidade e reduzir os efeitos


Você sabia? A região administrativa mais arborizada é o Plano Piloto, por ter sido a primeira a ser construída. Já a menos arborizada é o Sol Nascente, por ainda estar passando por urbanização e infraestrutura.

As árvores mais plantadas no DF • Ipês • Cambuí • Pau-ferro • Saboneteira • Sapucaia • Mangueira • Jabuticaba • Jamelão • Pombeiro

das ilhas de calor. “Então, a arborização urbana é um melhorador de ar incrível e esse é o principal benefício. Depois, ela diminui os efeitos das ilhas de calor, sombreiam também e protegem as próprias pessoas e o patrimônio do sol. Hoje em dia, nas áreas periféricas de Brasília, há pouca arborização. Dependendo da onde elas forem plantadas, elas podem ajudar a melhorar o quadro atual”, explicou. O professor explicou que priorizar espécies nativas não impede o plantio de outras espécies, desde que haja um estudo prévio para evitar impactos sobre características de algumas espécies na vida da população. “É muito importante esse planejamento inicial em várias etapas. Primeiro, você faz um zoneamento da arborização da cidade, faz um levantamento das árvores que estão sendo plantadas e aí você cria os mapas de prioridades. Cada região da cidade tem uma condição, seja de via, de calçada. E aí você decide como intervir, com planejamento adequado para cada uma das diferentes situações das cidades”, finalizou. 25


M e m ó r i a

Série da TV Cultura apresenta a personalidade jovem e empreendedora de Juscelino Kubitschek em documentário concebido para as novas gerações

IMORTAL

JK Por Edson Caldeira

Quem circula pelo Eixo Monumental, em Brasília, vislumbra um homem acenando, que parece cumprimentar quem por ali passa. Compondo o Memorial JK, a escultura em bronze criada por Honório Peçanha é o retrato fiel da figura carismática que foi Juscelino Kubitschek. É ali que a história do fundador da capital federal é guardada. A biografia emblemática do ex-presidente ainda desperta muita curiosidade e “vira e mexe” é alvo de reconstituições televisivas e cinematográficas. Em 2006, a Rede Globo produziu a minissérie JK. No YouTube, há obras como os 26

documentários JK – O Menino que Sonhou um País, (2002) e Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980). Recentemente, a TV Cultura estreou a série documental inédita JK, O Reinventor do Brasil. O diferencial da produção se concentra basicamente em sua montagem dinâmica, que mais se assemelha a um podcast rico em imagens inéditas e linguagem contemporânea e busca chamar a atenção dos telespectadores mais jovens. Dividida em quatro capítulos, a série é dirigida por Jarbas Agnelli e tem roteiro assinado por Fernando Rodrigues. Os dois publicitários exploraram elementos que prometem fascinar a geração Z. Além de mostrar toda a trajetória daquele que se tornaria o 21º Presidente do Brasil, o produto final apresenta imagens inéditas. “Foi um processo complexo porque fizemos o maior levantamento iconográfico, com mais de cinquenta mil fotografias pesquisadas, além de documentos em texto, jornais, especialmente de Minas Gerais. Fizemos um trabalho minucioso de verificação em cada foto para que todas estivessem datadas de forma correta”, explica o diretor executivo Fábio Chateaubriand, que inicialmente tinha como intenção apenas publicar um livro ilustrado com o material pesquisado, que será lançado em 2024.


A narrativa

Como toda história de vida, a evolução do prefeito de Belo Horizonte, que se tornou governador de Minas Gerais e posteriormente presidente do Brasil, também foi agridoce e cheia de altos e baixos. A construção de Brasília e o período de otimismo econômico e social para o País costuram-se com partes delicadas, como a cassação, o exílio e, consequentemente, sua morte controversa.

Fotos: Divulgação

Os episódios trazem desde como a população se rendeu ao charme de JK – que lembrava os grandes astros da época de ouro de Hollywood – até como ele contornava a oposição com maestria para colocar em prática sua política desenvolvimentista.

Tudo isso é contado por pessoas que permearam a vida do então presidente. Além da filha, Maria Estela Kubitschek, há o amigo e diretor-presidente do museu e memorial Casa de Juscelino, em Diamantina, Serafim Jardim, de 87 anos, que trabalhou com Juscelino após o período de exílio em 1967 e tem boas memórias sobre o líder político. “Juscelino era um homem sentimental e emotivo, portanto, sofreu muito. No entanto, durante os anos que vivi ao lado dele, só o vi chorar duas vezes: na morte de sua irmã e de sua mãe. Era um homem alegre e seu sorriso era constante e sempre costumava falar uma frase de William Shakespeare que dizia ´A alegria evita mil males e prolonga a vida’”. Serafim entende que o documentário da TV Cultura é importante para apresentar para quem ainda não conhece a história e o legado do ex-presidente. A preocupação em propagar, especialmente para a nova geração, a história de vida de JK tem um motivo: uma recente pesquisa do Datafolha aponta que apenas 1% da população se lembra de JK. Segundo o diretor do documentário, apenas o Memorial de JK e poucos órgãos públicos exercem esse papel de resgate à memória do presidente com excelência. Para ele, o descuido com documentos e acervo de figuras públicas é algo cultural que reflete, infelizmente, o desapego de uma sociedade que desvaloriza os fundamentos da identidade nacional. “Mesmo que tenhamos ótimas iniciativas, precisamos ainda mais de políticas públicas de conservação de materiais raros. Acessamos arquivos que estavam se deteriorando e muitos foram difíceis de ser localizados. Muito além de mostrar a vida de JK, esse trabalho ressalta a necessidade que precisamos ter como sociedade de incentivar a preservação da memória do nosso país”, conclui Chateaubriand. Para quem perdeu a exibição dos episódios, o documentário estará disponível no aplicativo Cultura Play no primeiro semestre de 2024. 27


L e n d a s

Fotos: Arquivo Público do DF

SOB OS MISTÉRIOS QUE RONDAM A CAPITAL

Tão jovem, tão enigmática. Brasília é circundada de contos e causos que compõem a sua história faraônica e a sua identidade folclórica. De monumentos que escondem segredos a personagens que instigam, sabe-se que esta terra de leite e mel nativa sob um cristal tem enredos que a própria razão desconhece

O Palácio do Planalto e o “túnel dos mistérios”

Por Caio Barbieri

A Revista GPS mergulhou nas profundezas de algumas dessas histórias curiosas, não aquelas contadas nos livros didáticos, mas verdadeiras lendas urbanas reverberadas, principalmente pelos candangos, os moradores mais antigos, trazendo à luz o folclore surgido com o nascimento da capital federal. Entre contos criativos e outros assustadores, os relatos reforçam a cultura popular entre os candangos, mesmo sobre a história da capital mais modernista do nosso País.

Poucos sabem, mas o traçado de Lúcio Costa nas linhas rígidas de Brasília esconde segredos que ecoam entre os pilares de concreto da capital federal. Em meio à grandiosidade arquitetônica de Oscar Niemeyer, as sombras do passado brincam pelo Planalto Central, lançando uma pitada de mistério sobre o local que nasceu a partir do sonho de Dom Bosco e da visão de Juscelino Kubistchek.

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Diante das linhas ousadas de Oscar Niemeyer, surge uma sombra intrigante que envolve o Palácio do Planalto. Os murmúrios sobre um túnel secreto que ligaria a sede do Poder Executivo a outros pontos da cidade reverberam entre moradores mais antigos. Teria sido este túnel criado para a fuga do presidente em momentos de crise? Ou será que suas entranhas escuras esconderiam um bunker de atividades desconhecidas? Enquanto a verdade permanece oculta, a imaginação corre solta entre os tijolos silenciosos da cidade.


Teatro Nacional e seus segredos

A reencarnação de Akhenaton

Sob as luzes do Teatro Nacional Cláudio Santoro, os contos de assombrações e danças noturnas entrelaçam-se, criando uma sinfonia de suspense. Elevadores que se moveriam como fantasmas, uma bailarina etérea que dançaria no palco ainda desativado e notas musicais que retumbam além do tempo. Os contos transformam o teatro em um portal para o inexplicável. O fino véu entre realidade e fantasia se desfaz enquanto os artistas, vivos ou mortos, continuam a desempenhar seus papéis no palco da eternidade.

A história transcende eras e fronteiras, tecendo um elo improvável entre um faraó e um presidente. Brasília, com sua geometria única, revelaria um segredo cósmico? Juscelino Kubitschek, um visionário brasileiro, seria a “reencarnação” de Akhenaton, líder egípcio lendário? O paralelo entre as duas cidades e suas vidas curtas ecoa como um sussurro dos deuses, enquanto os céticos e os curiosos se perdem na névoa do enigma, já que as duas cidades têm formato de avião, com construções modernistas e que tiveram seus idealizadores mortos de maneira trágica.

A lenda do Lago Paranoá Nas águas tranquilas do Lago Paranoá, uma história de amor proibido se desdobra. Entre as sombras das margens das águas, Paranoá e Brasília, unidos em paixão, teriam sido divididos pela ira de Tupã. A cidade teria crescido sobre as lágrimas de um amor perdido, e cada onda refletiria a busca eterna de um lago por sua amada em forma de terra. O romance ecoa através dos séculos, relembrando-nos de que, mesmo na dureza do concreto, os corações continuam a pulsar.

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O fantasma do operário Outra lenda que se espalhou pelos canteiros de obras é a história de um operário que teria morrido em um acidente de trabalho durante a construção da cidade. De acordo com relatos, a presença “espiritual” dele ainda seria vista vagando pelas áreas em que trabalhou, principalmente durante a noite. Alguns trabalhadores afirmam ter ouvido vozes ou avistado uma figura etérea na região central da capital. Essa história alimenta o folclore local e até hoje é lembrada pelos familiares dos pioneiros candangos.

Fotos: Arquivo Público do DF

Os projetos enterrados

A Loira da W3 Sob a luz pálida da lua, a “Loira da W3” dança entre o mito e a realidade. Um encontro sobrenatural, um destino inexorável. Conta-se que, após a inauguração da cidade, um taxista teve uma experiência sobrenatural durante uma corrida de madrugada. Ele teria dado carona a uma bela mulher loira, que pediu para ser levada ao cemitério. Ao chegar lá, a misteriosa mulher desapareceu do carro sem deixar vestígios. Desde então, os taxistas mais antigos evitam pegar passageiras loiras na W3 durante a madrugada.

Os buracos da maldição Os edifícios modernistas da capital guardam mais do que os olhos podem perceber. Nas paredes, buracos misteriosos costumam surgir como marcas de uma suposta maldição lançada por um trabalhador insatisfeito com as condições de trabalho durante a construção de Brasília. A maldição perdura, lembrando a todos que a busca pela perfeição pode deixar cicatrizes inesperadas. Mesmo após reparações, essas feridas continuam a se abrir, lembrando-nos de que a construção de uma utopia carrega seu preço.

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A cidade ressoa com os ecos de projetos não realizados, enterrados sob camadas de solo e tempo. Alguns acreditam que esses projetos foram esquecidos ou abandonados devido a questões políticas, orçamentárias ou supersticiosas. Entre esses projetos, fala-se de prédios soterrados, museus inacabados e parques esquecidos que estariam encobertos sob a terra da capital.

O tesouro escondido Enquanto os passos reverberam pelas calçadas de Brasília, a lenda de um tesouro escondido enfeitiça os aventureiros em busca de riquezas esquecidas. Segundo a história, durante a construção da capital, alguns operários teriam encontrado um cofre misterioso enterrado nas redondezas da região. O que estaria dentro desse tesouro é motivo de especulação e imaginação, mas a lenda continua a alimentar a curiosidade de caçadores de tesouros e aventureiros. Um mistério que permanece, desafiando os ousados a desvendar os enigmas sob o solo sagrado.



H i s t ó r i a

A NOVA MOCIDADE Arnaldo Júlio Barbosa, candango, 105 anos de idade e 64 de Brasília, onde criou 14 filhos, 48 netos, 85 bisnetos e 20 tataranetos. Pedreiro, repentista, cordelista, autor, compositor e intérprete, lança seu primeiro livro em literatura de cordel Por Larissa Duarte Fotos Celso Junior

“...Como é belo ser criança E viver na inocência Se nesta bela existência Jamais houvesse mudança Seria mais esperança Para uma vida futura Tão repleta de doçura Nos braços da mãe sorrindo A cada instante sentindo Um beijo com mais ternura...” (Trecho do poema Como é belo ser criança, de Arnaldo Júlio Barbosa, escrito em 13/12/1979)

Sob o olhar sossegado de mais de um século de vida, seu Arnaldo observa três alunos brincarem no pátio da escola e se lembra dos versos que escreveu 44 anos atrás. Não se contém. Chama as crianças para perto e começa a recitar a estrofe decorada, que, apesar de breve, faz o tempo parar. Os meninos, ainda na primeira década de idade, se concentram para ouvir cada palavra entoada sem pressa pelo senhor de 105 anos. Todos ao redor se transformam em espectadores. A mensagem é profunda, a cena também. A declamação finaliza com aplausos dos pequenos estudantes. O poeta sorri e volta ao seu estado silencioso e contemplativo. O encontro aconteceu na Escola Parque 308 Sul, a primeira do modelo em Brasília, inaugurada junto com a capital, em 1960. Mas seu Arnaldo já havia estado ali antes mesmo dos portões serem abertos à população. Em 1959, quando

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chegou ao Planalto Central, trabalhou como pedreiro na obra do prédio modernista e em várias outras construções. Retornar à escola mais de sessenta anos depois causou certa estranheza, afinal, não era mais cercada por “terra, mato e obras”, como descreveu o pioneiro. Surpreso com a evolução dos arredores que compõem a chamada Quadra Modelo, a SQS 308 Sul, brincou ao analisar a paisagem que no passado cruzava de carroça: “ainda estamos no Brasil? Parece que tô vendo um filme!”.

Do Rio Grande do Norte… Arnaldo Júlio Barbosa nasceu em 7 de novembro de 1918, no município de Pedro Avelino, no Rio Grande do Norte. Filho de Luiz Francisco Barbosa e Avelina Zizuina Barbosa, cresceu sob os cuidados da mãe afetiva, Carlota de Araújo Linhares. Comadre de dona Avelina, “Cacá” assumiu a criação de Arnaldo quando ele ainda era bebê e a mãe biológica contraiu “bexiga”, doença hoje conhecida como varíola. O filho seguiu com a família adotiva mesmo após a recuperação de Avelina, mas manteve contato com os parentes de sangue. O potiguar concluiu o ensino primário e assumiu o papel de “homem da casa” logo cedo, aos 12 anos de idade, quando o pai de Cacá faleceu. Além de toda a gestão da casa, herdou o manejo da roça e do gado. Por volta dos 18 anos casou-se com Francisca Dalva de Araújo, o seu grande amor e inspiração, com quem construiria uma família frutífera, começando por 14 filhos. O casal compartilhou 73 anos de vida, até Francisca falecer, em 2010.

…para Brasília Motivado pelo filho mais velho, que já trabalhava onde seria a nova capital federal e teria conseguido um emprego para o pai, Arnaldo acomodou a família no Nordeste e em 12 de julho de 1959, aos 40 anos, chegou à terra descrita pelo primogênito como cheia de oportunidades. “Vim de carreira”, lembra, bem-humorado. Desembarcou na W3 e foi para seu alojamento, localizado ao lado da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. “No mesmo dia já assinaram a minha carteira e comecei a trabalhar.


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“Para quem viu o começo de Brasília e vê a cidade hoje, tudo parece um sonho” Todo mês eu mandava dinheiro para minha esposa. Fui trazendo alguns filhos por vez e, três anos depois, busquei a família toda. Aqui estamos até hoje”, conta. A família unida era tão grande que chegou a virar time de futebol na época. A equipe foi batizada de Irmandade, já que era formada somente por filhos do seu Arnaldo, o técnico. “Éramos muitos, mas hoje já tem muito mais gente espalhada por aí”, complementa. Além dos filhos, são 48 netos, 85 bisnetos e 20 tataranetos – até agora. O pioneiro trabalhou por 20 anos na Sociedade de Habitação de Interesse Social (SHIS), substituída pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB), órgão responsável pelos programas habitacionais do governo. Antes de se aposentar pela empresa, teve suas duas décadas de serviços prestados reconhecidos e homenageados com uma medalha de honra ao mérito do Governo do Distrito Federal.

O artista Todavia, resta ainda um ofício do qual não consegue pedir as contas: o de artista. Repentista, cordelista, autor, compositor e intérprete, Arnaldo foi acompanhado pela música e pela literatura por toda a vida. Sempre curioso e bom ouvinte, aprendeu a rimar ainda criança, sozinho. “Eu ia nas feiras da cidade com a minha mãe e ficava observando os repentistas. Me encostava nas bancas de cordel, ficava ouvindo os cantadores e folheando os livretinhos”, recorda. Ele levava os folhetos para casa, lia freneticamente e decorava. Não demorou para que começasse a estudar novas palavras em livros e dicionários a fim de crescer o seu repertório para o repente, e eternizar algumas de suas rimas em textos poéticos. O que era passatempo virou trabalho e por muitas décadas se apresentou como cantador profissional em bares. Como autor, escreveu inúmeras poesias de próprio punho e, quando finalmente ficava satisfeito com as palavras escolhidas, as passava para a máquina de escrever. Guardou todo o trabalho cuidadosamente ao longo de todos esses anos, inclusive o velho instrumento de datilografia. Em 2023, no ano em que completou o seu 105º aniversário, Arnaldo contou com o apoio da família para realizar um sonho: lançar o seu primeiro livro. Manuscrito originalmente em 1947, A Jovem Margarida e as Proezas do Amor traz um romance pulsante contado 34

“O que estou vivendo me alegra. É quase um estado de mocidade, uma infância. Abriu-se uma nova estrada” em 143 estrofes de literatura de cordel. Segundo o autor, e seus leitores, a narrativa poderia tranquilamente ser inspiração para uma grande novela de TV – e aí seria um novo sonho realizado. Setenta e seis anos depois de escrever a história de Margarida, disposto a apresentá-la ao mundo, Arnaldo teve um estande na 37ª Feira do Livro de Brasília, onde se instalou com seus exemplares e a velha máquina de escrever, e marcou presença todos os dias, do acender ao apagar das luzes. Lá, transformou-se em “vô” de todos os visitantes, distribuiu autógrafos, recitou, improvisou, cantou, brincou, emocionou e inspirou famílias, estudantes, artistas e autoridades que passaram pelo local. Cansado? Que nada. Mesmo com algumas limitações decorrentes do avanço da idade, todos os frutos que surgem com a nova conquista trazem ainda mais empolgação para a vida do centenário e sua família. “O que estou vivendo me alegra. É quase um estado de mocidade, uma infância”, descreve. Aos 105 anos, Arnaldo aprecia o gosto do presente e anseia pelas surpresas do amanhã: “abriu-se uma nova estrada”.


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C e l e b r a ç ã o

Foto: Arquivo Agência Senado

A CARTA MAGNA

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

“Traidor da Constituição é traidor da pátria”, bradou Ulysses Guimarães ao promulgar a nova Constituição Federal há 35 anos. Aquele momento era a materialização da vontade coletiva, como se o País tivesse passado a régua sobre as décadas da ditadura

Constituinte iniciou a sessão solene de promulgação da nova Constituição Federal. Após 35 anos, não é difícil olhar para trás e constatar que o Brasil jamais foi o mesmo.

Florian Madruga trabalhou na gráfica do Senado no período da elaboração da Constituição

Por Eric Zambon

O próprio tempo parecia saber que aquele 5 de outubro de 1988 traria mudanças. Após quatro meses da seca tão característica do Cerrado, Brasília amanheceu chuvosa, modorrenta. Todos os cantos do Congresso Nacional se agitavam com preparativos. Pessoas corriam de lá para cá levando documentos, policiais armavam um forte esquema de segurança e as emissoras de TV começavam a posicionar suas equipes. Às 15h30, a Assembleia Nacional

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As autoridades chegaram ao Congresso com pompa naquele dia. O então presidente da República, José Sarney, o da Assembleia, deputado Ulysses Guimarães, e o do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Rafael Mayer, encontraram-se na rampa do palácio (Rampa do palácio do Congresso) para a revista de tropas e uma salva de tiros de canhão do Exército. Longe dos holofotes, uma figura igualmente importante para aquele momento histórico acompanhava tudo e aguardava o encerramento dos trabalhos para poder, enfim, relaxar. Então chefe do Serviço de Revisão da Gráfica do Senado, Florian Augusto Coutinho Madruga havia trabalhado no dia anterior inteiro e uma parte da madrugada para garantir que a Carta Magna chegasse a todos.


Ele supervisionou a impressão dos primeiros vinte mil exemplares do texto legal, impressos em um esquema especial nos dias anteriores, que seriam distribuídos em dezenas de caminhões dos Correios para todos os estados do Brasil. Mais do que isso, junto aos seus companheiros, teve de arrancar, à mão, uma página de todas as cópias do livro, por conta de um capricho de Ulysses Guimarães. “O presidente da Assembleia fez um texto de apresentação da Constituição, assinado por ele, e pediu para incluir no livro final. Mas quando algumas autoridades tomaram conhecimento disso, houve uma forte contestação sobre essa introdução particular, porque se tratava de um documento oficial. Então, tivemos de passar a noite toda retirando a folha com o texto do Ulysses de cada um dos milhares de exemplares já impressos. Foi um por um”, recorda o servidor aposentado, atualmente com 75 anos.

“Era um tempo sem computador, tudo no papel, e o que a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, que controlava a Constituinte, enviava para a Gráfica do Senado precisava ser composto no linotipo, revisado, impresso e entregue aos deputados antes das 7h da manhã. Todos os pareceres, relatórios, etc. eram remetidos a nós. E tínhamos uma equipe destinada exclusivamente para ficar à disposição da Constituinte. Trabalhamos quase dois anos frenéticos nesse esquema, de segunda a segunda, com convocações sábado e domingo e as equipes se revezando em três turnos ao dia”, relembra.

Os desdobramentos A Assembleia Nacional Constituinte foi convocada por Sarney em julho de 1985 com intuito de organizar o Poder Legislativo para erguer a Carta Magna do Brasil redemocratizado. Ela foi ativada em janeiro de 1987 e teve seu propósito cumprido justamente em 5 de outubro de 1988. Foi nesta data que o Brasil renasceu. A nova Constituição Federal foi promulgada com uma confluência de sentimentos diferentes de seus gestores. As emoções dos parlamentares foram representadas no incisivo discurso de Ulysses Guimarães, cujo rosto e voz se tornaram símbolo do período de redemocratização. “Traidor da Constituição é traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgaram a constituição. Trancaram as portas do Parlamento. Garrotearam a liberdade. Mandaram os patriotas para a cadeia, exílio e cemitério”, discursou, raivosamente, o parlamentar, em alusão ao regime militar brasileiro.

Foto: Joedson Alves

Se a nação prendia a respiração aguardando pelo momento histórico, o verdadeiro trabalho, para Florian, começara semanas, meses antes, enquanto a Assembleia Constituinte ainda aprovava as leis que fariam parte do texto final. Foram 19 meses de deliberação, com 245 artigos aprovados e 1,6 mil dispositivos.

O professor de História do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Cristiano Paixão, afirma que a ideia dos constituintes era justamente instigar o clima de ruptura, recomeço. A nova Constituição Federal era a materialização dessa vontade, como se o País tivesse passado a régua sobre as décadas da ditadura. “Desde o final dos anos 1960, opositores dos militares associavam o fim do regime à convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte e acabou sendo assim mesmo. O Chile, por exemplo, não conseguiu fazer isso após o período de Pinochet. A Argentina apenas revisou a Constituição deles ao fim da ditadura por lá. Então, ao criarmos a nossa nova Carta Magna, pudemos marcar a era daquela nova democracia”, pontua. Ele contextualiza que, durante a ditadura, os governantes fizeram diversas alterações significativas na legislação, o que quase configurava novas constituições para o País a cada mudança. O texto legal de 1988 era a tentativa de dar estabilidade a um país vindo de períodos de diversas crises econômicas e políticas e em ebulição nas ruas pela realização de eleições diretas. A população conseguiu o que queria, mas evidentemente as mudanças não foram imediatas. Segundo o professor, aconteceram movimentos distintos após 1988. Na década de 1990 até os anos 2000, a Carta

37


Foto: Arquivo Agência Senado

Foto: Agência Brasil

Curiosidades

Magna representou a estabilidade democrática para os governos tomarem decisões. A primeira crise aconteceu logo com o primeiro presidente eleito após a ditadura, Fernando Collor de Mello, que renunciou ao cargo em meio a um processo de impeachment aberto contra ele. As coisas se regularizaram no governo subsequente, de Itamar Franco, e houve relativa estabilidade logo após.

Foto: Arquivo Senado Federal

“Nos governos FHC, houve foco na transformação da intervenção direta do Estado em atividade regulatória, com a criação de agências, e a forma constitucional serviu para isso por meio de emendas constitucionais que trouxeram essa expectativa. A ênfase nas transformações foram atendidas pela Constituição. No governo Lula, houve o mote da valorização do salário-mínimo e novamente a Constituição possibilitou essa criação de novas políticas públicas sob a égide do mesmo texto. Então, de certa forma, a Carta Magna se mostrou plástica para suportar essas variações”, explica o professor.

38

A Constituição de 1988 tem cinco exemplares originais, assinados por Ulysses Guimarães no dia da promulgação, em 5 de outubro. Os livros estão preservados por diferentes museus públicos, como o do STF e o do Senado Federal, e têm réplicas exibidas Brasil afora.

Nas invasões de 8 de janeiro de 2023, uma fake news circulou pelas redes sociais, sugerindo que vândalos teriam roubado uma cópia original da Carta Magna durante o ataque ao STF. A própria Corte esclareceu, depois, que se tratava apenas de mais uma réplica.

A chuva de 5 de outubro atrapalhou as celebrações preparadas para comemorar a promulgação e desestimulou a participação popular nos eventos do dia.

O culto ecumênico concelebrado pelo cardeal arcebispo de Brasília na época, dom José Freire Falcão, e pelo pastor Geziel Gomes, da Assembléia de Deus, marcado para as 9h da manhã, ocorreu no Salão Negro do Congresso e não no gramado da Esplanada dos Ministérios, como estava previsto.

A Constituição de 1988 é a sétima da história do Brasil. As anteriores foram de 1824, 1891, 1934, 1946 e de 1967.

Quatro das Constituições anteriores foram promulgadas por assembleias constituintes, duas foram impostas por D. Pedro I e Getúlio Vargas e outra foi aprovada pelo Congresso por exigência da ditadura.

O texto de 88 também recebeu a alcunha de Constituição Cidadã tanto por ter recebido a contribuição de diversas entidades da sociedade civil quanto por ter estabelecido direitos. Dentre eles, aumento da licença-maternidade, licença-paternidade de cinco dias e até a criação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ulysses Guimarães foi um dos rostos marcantes da redemocratização tanto por sua atuação para a aprovação da Carta Magna quanto por seu histórico durante o regime militar.

Antes mesmo de encabeçar a criação da nova Constituição na assembleia, ele já havia desafiado a ditadura ao lançar uma autocandidatura à presidência em 1973, como forma de protesto.

Ulysses foi dado como falecido em 1992, aos 76 anos, após o helicóptero em que ele estava ao lado da esposa e outras três pessoas sofrer um acidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Seu corpo jamais foi encontrado.

O nome de Ulysses foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em 2019, após a promulgação da Lei 13.815/2019.



Ví n c u l o

Foto: Divulgação

BRASÍLIA E LISBOA: CIDADES-IRMÃS Unidas por um acordo internacional de colaboração mútua, uma parceria frutífera e duradoura se forma, na qual o horizonte da colaboração entre essas duas capitais se expande para um futuro promissor nas áreas cultural, social e econômica

Por Caio Barbieri

Duas cidades são consideradas cidades-irmãs quando, por meio de um acordo protocolar, as cidades de áreas geográficas distintas estabelecem laços de cooperação econômica, social e cultural. Assim, mesmo separadas por um oceano, Brasília e Lisboa firmam uma irmandade que conecta suas trajetórias únicas. O recente acordo internacional, assinado entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Manuel Félix Moedas, que tem status de prefeito, não apenas estabelece uma formalidade diplomática, mas semeia as sementes de uma colaboração profunda entre essas duas cidades de língua portuguesa. Esta união, oficializada no Palácio do Buriti, não é apenas um tratado; é um prelúdio para uma narrativa de intercâmbio e compreensão mútua, permitindo que Brasília e Lisboa desenvolvam parcerias multissetoriais com muito mais fluidez e com oportunidades para ambas as capitais. Costurado há meses pelo secretário de Relações Internacionais do DF, Paco Britto, o acordo abre caminhos para a inovação em diversas áreas. O desenvolvimento econômico, o comércio, os investimentos, a educação, a ciência e tecnologia, a cultura, a mobilidade, a sustentabilidade e o desenvolvimento social agora estão entre as possibilidades. “O documento abre possibilidades para 40

que as duas capitais possam realizar cooperação com mais facilidade”, explicou Britto. A partir de agora, Brasília e Lisboa passam a explorar, em conjunto, as nuances culturais, sociais e econômicas que diferenciam e enriquecem cada uma das duas capitais. A diversidade geográfica e histórica das duas se transforma em um vasto terreno para a troca enriquecedora de experiências. No contexto histórico, Brasil e Portugal compartilham inúmeras semelhanças culturais e tradições que moldaram a identidade do povo brasileiro desde os tempos da colonização, uma influência nascida pela presença portuguesa. Além do idioma, as nações são caracterizadas por uma relação de “irmãs”, marcada por afinidades profundas, o que tem levado cada vez mais brasileiros a escolherem Portugal como lar. Assim, mais do que um simples estreitamento de laços, o novo tratado simboliza um compromisso renovado com a colaboração internacional e um desejo mútuo de construir um futuro ancorado na solidariedade e no espírito colaborativo que agora une oficialmente Brasília e Lisboa. O acordo não é apenas um documento; é a promessa de uma parceria frutífera e duradoura, em que o horizonte da colaboração entre essas duas capitais se expande para um futuro promissor.



Fernando Cavalcanti

Foto: Divulgação

A r t i g o

“Quando falamos do setor artístico, precisamos ter em mente que ele desempenha um papel crucial na formação da cultura e identidade de uma sociedade”

Economista e sócio NWGroup

A COLABORAÇÃO ENTRE SETORES COMO INCENTIVO AO CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL E INOVAÇÃO CONTÍNUA No cenário econômico atual, é cada vez mais importante a colaboração entre setores diversos. Essa colaboração é uma peça fundamental para o crescimento sustentável e a inovação contínua. A interconexão entre setores, como o artístico, o fashion, o empresarial e o financeiro, por exemplo, não apenas cria sinergias valiosas, mas também promove uma dinâmica que impulsiona a economia como um todo. Como gestor, economista e sócio de marcas dos mais diversos nichos, enxergo essa colaboração não apenas como estímulo ao crescimento, mas também como gerador de valor agregado em múltiplos níveis. Quando falamos do setor artístico, precisamos ter em mente que ele desempenha um papel crucial na formação da cultura e identidade de uma sociedade. Através de formas de expressão criativa, ele tem influenciado, por muito tempo, valores, tendências e atitudes. No momento em que colaboramos com setores como a moda, as oportunidades são ampliadas. A fusão de talento artístico com a indústria da moda não resulta apenas em produtos visualmente atraentes, como também cria narrativas fortes que ressoam com os consumidores. Isso não apenas estimula a demanda por produtos e serviços, ainda inspira inovações na forma como os produtos são concebidos e comercializados. O setor empresarial, por sua vez, traz expertise em gestão, escalabilidade e eficiência operacional. Quando existe um setor artístico e de moda, as oportunidades de 42

branding, marketing e alcance de mercado se expandem – e, novamente, temos mais um segmento que agrega valor. As empresas podem alavancar a criatividade do setor artístico para desenvolver campanhas de marketing únicas, enquanto o setor da moda pode fornecer uma plataforma para a expressão das identidades das marcas. Esse casamento de habilidades potencializa o impacto dos negócios, ao mesmo tempo em que promove um ambiente em que a estética e a funcionalidade caminham lado a lado. A colaboração entre esses segmentos e o setor financeiro cria uma sinergia que facilita o acesso ao capital, por exemplo, possibilitando investimentos em projetos inovadores. Como investidor, tenho tido uma percepção cada vez mais ampla acerca da criatividade e do design na geração de diferenciação competitiva. Por isso, acredito na importância do investimento no que tange à inovação, incentivando a criação de produtos e serviços que atendam às demandas em constante evolução dos consumidores. Colaborações como essas não apenas catalisam o crescimento econômico, como enriquecem a cultura, estimulam a inovação e geram um ambiente mais vibrante para o desenvolvimento de produtos e serviços. Ao promover uma visão holística do desenvolvimento econômico, a colaboração interdisciplinar surge como uma força motriz na criação de um futuro mais dinâmico e próspero.


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Foto: Divulgação

Preocupa observar o panorama recente da violência contra as mulheres no Distrito Federal, que registrou crescimento de 250% em comparação ao ano anterior. Câmara Legislativa emerge como vanguarda, empenhada em criar legislações que resguardem tantas vidas

O POVO CONTRA O FEMINICÍDIO Por Caio Barbieri

O feminicídio, crime hediondo que assola mulheres diariamente, exige uma atenção imediata. A preocupação ecoa nas estatísticas alarmantes, nos relatos dolorosos e nas vozes silenciadas, clamando por justiça e um fim a essa epidemia de violência de gênero. Em meio à escuridão, surge uma luta tenaz, uma resistência incansável para erradicar o feminicídio. Em um compromisso firme contra a persistente chaga da violência contra as mulheres, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) emerge como vanguarda, empenhada em criar legislações que não apenas fortaleçam a penalização dos 44

agressores, mas também estabeleçam mecanismos robustos para salvaguardar as vítimas e seus filhos. Sob a liderança do Presidente da Casa, o deputado Wellington Luiz (MDB), a CLDF delineia um cenário legislativo que prioriza a proteção, a conscientização e a justiça para aqueles que sofrem com a violência doméstica. “Desde o início da atual legislatura, determinamos que essa será uma das principais pautas da Casa. Temos inúmeros projetos que ainda tramitam na Casa, mas também conseguimos aprovar leis, já sancionadas, como a que criou um auxílio para os filhos de vítimas de feminicídio, que tenham até 18 anos. Fomos a primeira Unidade da Federação a aprovar essa medida”, destacou.


É preocupante observar o panorama recente da violência contra as mulheres no Distrito Federal. De acordo com estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os casos de feminicídio registraram um alarmante aumento no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior: subiu de seis para 21 vítimas, representando um crescimento de 250%.

em busca de medidas para enfrentar essa realidade que está cada vez mais crescente em nossas cidades. Toda e qualquer proposta que ajude a mudar esses tristes números será aprovada com celeridade”, garantiu Wellington Luiz.

Os dados, extraídos dos boletins de ocorrência, apontam o Distrito Federal como a Unidade da Federação com o maior crescimento nos casos de feminicídio em relação ao ano anterior. Esse cenário contrasta com a redução dos casos em 12 estados brasileiros no mesmo período. Curiosamente, apenas a região Sudeste registrou um aumento nos crimes, enquanto outras localidades apresentaram declínio na incidência de feminicídios.

RA

Casos de feminicídio em 2023 (de janeiro a novembro), por região do DF: Crimes

Plano Piloto

8

Gama

8

Brazlândia

3

Sobradinho

6

Planaltina

13

Paranoá

6

Guará

3

Samambaia

17

Santa Maria

15

São Sebastião

6

Park Way

1

O aumento expressivo no número de vítimas de feminicídio na capital federal é um chamado urgente para ações efetivas e políticas de proteção às mulheres. Dentre as iniciativas recentes da Câmara Legislativa, algumas delas se destacam pelo enfoque na prevenção e na assistência às vítimas de violência. Exemplo é a lei criada para que seja constante a realização de campanha de divulgação do link “Maria da Penha On-Line”, endereço criado pelo governo local para denúncias sobre casos de violência. A medida busca disseminar informações e recursos essenciais para mulheres em situação de violência, fortalecendo o acesso aos serviços de apoio e orientação.

Sobradinho II

6

Jardim Botânico

1

Águas Claras

1

Ceilândia

26

Por Do Sol

7

Fercal

2

Taguatinga

10

Arniqueiras

1

Núcleo Bandeirante

1

Outra lei sancionada estabelece diretrizes para a instituição do Programa Paz na Família, visando criar um ambiente propício à prevenção da violência doméstica e à proteção das mulheres, fomentando relações familiares saudáveis.

Cruzeiro

1

Riacho Fundo

3

Recanto Das Emas

9

Lago Sul

0

Lago Norte

0

Candangolândia

2

Riacho Fundo II

4

Sudoeste

1

Varjão

0

Estrutural

6

Itapoã

8

Setor de Indústria

0

Vicente Pires

5

Para se ter ideia, até agora, foram 32 casos de morte resultantes de violência doméstica ou cometida por fins de relacionamentos. E, segundo a Secretaria de Segurança do DF, mais de 50% dos crimes foram consumados com armas brancas. De 2015 até agora, 180 mulheres foram brutalmente assassinadas por companheiros ou pessoas com quem mantiveram relacionamento pessoal.

Além disso, um projeto de lei propõe a inclusão obrigatória da disciplina Políticas Públicas para Mulheres nos cursos de formação, aperfeiçoamento e capacitação das forças de segurança pública e privada do Distrito Federal. Uma medida crucial para sensibilizar e capacitar os agentes de segurança no atendimento às vítimas. Em outra frente, a Câmara Legislativa também visa proteger mulheres que chegam a mudar de País para fugir dos agressores. Por isso, uma lei foi criada para proteção dessas refugiadas, com o direito à matrícula de crianças migrantes e apátridas, entre seis meses e seis anos de idade, nas redes públicas de educação básica. “É fundamental que todos os setores da sociedade se unam

Fonte: Secretaria de Segurança Pública do DF

45


Fo r ç a

Reconhecido pela ONU como força motriz para o desenvolvimento econômico, o empreendedorismo feminino emerge numa ascendência veloz. O Distrito Federal tem números acima da média nacional

MULHERES: O FAZER, FAZENDO

Rose Rainha, Beatriz Guimarães, Paula Belmonte e Paula Santana

Por Pedro Reis Fotos Rayra Paiva

No cenário empreendedor brasileiro, as mulheres estão redefinindo o jogo. Dados do Sebrae nacional apontam que, no terceiro trimestre de 2023, o Brasil registrou 10,3 milhões de mulheres à frente de seus próprios negócios. O Distrito Federal corrobora com esse destaque: segundo o IBGE, a capital tem 35% de empreendedoras, o que fica acima da média nacional, que é de 34,4%. Brasília, conhecida pela influência política, emerge como um berço fervilhante de mulheres que não apenas sonham, mas realizam, transformando ideias audaciosas em negócios de sucesso. Reunir essa força empreendedora de Brasília foi o objetivo do Women Development Summit 2023 (WDS), na Câmara Legislativa do Distrito Federal. “Foi um encontro que conectou mulheres que hoje fazem a diferença na nossa sociedade brasiliense e também aquelas que ainda não têm nenhum empreendimento e estão em busca de motivação, de inspiração e de conhecimento”, detalhou a deputada federal Paula Belmonte, nome à frente da Lei Federal que institui a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino. Debates em torno da importância da mulher para a economia; desafios e oportunidades da atualidade; demandas políticas, gestão e liderança; saúde mental e emocional integram as rodas de conversa. Atualmente, o empre46

Bruna Habka, Fernanda Machado e Janete Vaz

endedorismo feminino vem se alimentando por uma combinação de resiliência, criatividade e equidade. Transformando desafios em oportunidades, construindo pontes onde antes havia barreiras. Beatriz Guimarães é presidente da Câmara da Mulher Empreendedora da Fecomércio-DF, dentre outras entidades: “As mulheres estão descobrindo a força que têm não somente operacionalizando a sua vida e a da sua família, mas à frente de negócios de sucesso. Nossa missão é encorajá-las, qualificá-las e apresentar caminhos criativos para problemas e soluções desta jornada junto a uma enorme rede de apoio. Somos empreendedoras natas”, diz, ressaltando que a ONU decretou 19 de novembro como o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino.



E d u c a ç ã o

Ditadura, desemprego, perdas e danos. Nada fez Eda Machado, fundadora do IESB, parar com seu propósito: educar, feito que realiza há 66 anos. No ciclo da vida, novas oportunidades surgiram e atualmente são nove mil alunos sob suas destemidas asas

A SEMEADURA DA SABEDORIA Por Eric Zambon Fotos Celso Junior

Era por volta das três horas da manhã quando o celular tocou. Eda Machado tateou o móvel ao lado da cama em busca do aparelho para atender. Do outro lado da linha, a voz trêmula de uma mulher rasgou o silêncio da madrugada. “Uma mãe preocupada com a filha, dizendo que não sabia onde a menina estava e perguntando se sabíamos dela. Outros pais já tinham me ligado antes, mas nunca assim”, relembra a fundadora e, na ocasião, reitora do Centro Universitário IESB. Bem-humorada, a empresária de 83 anos admite que se espantou na hora, mas depois entendeu o sentimento da mulher e, como mãe e avó, compadeceu-se. Esse episódio 48

poderia ser apenas uma anedota que uma educadora com seis décadas no currículo teria para contar após se dedicar ao ensino, mas demonstra outro prisma: proximidade e humanidade no tratamento são elementos inegociáveis em sua gestão. “Em que outra universidade os pais e alunos têm o telefone da diretora? Às vezes, eu sinto que Brasília inteira tem meu número”, brinca. Em 1993, porém, quando o primeiro esboço do que viria a ser o IESB foi submetido ao Conselho Federal de Educação, Eda atuava em silêncio e arduamente. Por uma série de burocracias e meandros políticos, o projeto demorou cinco anos para ser finalmente aprovado e a universidade de conceito inovador e aspirações avançadas saiu do papel. O primeiro espaço foi um prédio alugado na 902 Sul, sanduichado entre duas grandes instituições de ensino na época.


O centro educacional começou ofertando apenas dois cursos, Administração e Ciência da Educação. Dizer que eram 12 salas de aula disponíveis pode dar uma impressão de portentosidade que não existia na verdade. A biblioteca do lugar foi improvisada e o auditório nada mais era que duas salas juntas. Pouco depois das operações começarem, ainda houve o baque de perder apoio do principal financiador do projeto, Pedro Chaves, que deixou a Mantenedora Centro de Educação Superior de Brasília (Cesb). “Foi muito difícil. Eu não tinha dinheiro para dirigir uma universidade, então fiz uma gestão enxuta, acumulando os cargos de diretora-geral e acadêmica, além de diretora de curso. Fiz várias economias que me sobrecarregaram no começo, mas valeram a pena”, diz. Com muito esforço, foi possível se erguer, mas nenhuma saga é grandiosa quando a protagonista enfrenta apenas uma dificuldade. Em 2001, ela teve dois meses para encerrar as operações na 902 Sul e buscar um novo local, pois os donos do prédio iriam alugá-lo para outra instituição. A solução veio dos céus, quase literalmente. Com ajuda do padre Manoel Pedrosa, da Província do Verbo Divino, ela se mudou para um amplo espaço na 609 Norte, que pertencia ao grupo religioso, e se estabeleceu por lá. O espaço de cerca de 150 mil metros quadrados foi a pedra fundamental do IESB e o início de um sonho que se expandiu continuamente. Não à toa, a universidade tem, atualmente, também um campus da Asa Sul, na 613/614 Sul, e o da Ceilândia. São cerca de nove mil alunos, contando os 3 campi.

A longa estrada da vida A empatia e a leveza com que fala sobre sua universidade, carreira e vida escondem uma trajetória repleta de desafios. Envolvida com o universo da educação desde a adolescência, liderou um grupo escolar em Arapongas (PR), aos 17 anos. Dois anos depois, criou uma biblioteca pública na cidade e, logo em seguida, passou em um concurso para se tornar docente na pequena cidade do interior do Paraná. Era o início da década de 1960 e ela teve a primeira experiência com um conceito pioneiro que, atualmente, está plenamente difundido: a Educação à Distância (EaD). Convidada pelo Movimento da Igreja Católica de Londrina a coordenar a criação de escolas radiofônicas no norte do Paraná, ela passou um mês na Colômbia se capacitando. Em seu retorno, foi a primeira vez que recebeu a pecha de subversiva, na ocasião, por um chefe político de Arapongas, devido ao seu trabalho junto a comunidades. A segunda vez foi já em Brasília, onde aportou em 1966 a fim de se tornar assistente do professor José Aloísio Aragão, no extinto Centro Integrado de Ensino Médio (CIEM) da Universidade de Brasília (UnB). Por seis anos, cresceu pessoal e profissionalmente, mas, em 1972, a universidade se

“Em que outra universidade os pais e alunos têm o telefone da diretora? Às vezes, eu sinto que Brasília inteira tem meu número” tornou alvo do Regime Militar. Um vice-reitor vinculado à ditadura fechou o CIEM e demitiu os 28 integrantes do departamento, incluindo Eda, que, recém-viúva – o primeiro marido morreu em um acidente de carro – e com uma filha, viu-se desempregada. Sempre que recorda das pessoas que a ajudaram em sua trajetória, fala em anjos da guarda. É assim que descreve o bispo de Londrina da década de 1960, Dom Geraldo Fernandes, e o ex-governador Ney Braga, que lhe deram suporte quando sofreu pressões políticas nos tempos de educadora em Arapongas. E é assim também que se refere ao ex-diretor da faculdade de Educação da UnB, Paulo Guimarães, que fez uma proposta responsável por mudar sua vida e iniciar uma guinada que jamais pararia. “No mesmo dia que peguei a carta de demissão, o Paulo me indicou para uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Mas havia um problema: eu mal falava inglês”, lembra. A barreira linguística não iria impedi-la. Colocava as fitas cassetes com diálogos em inglês para tocar durante o banho e enquanto levava sua primogênita, Liliane, aos lugares com seu indefectível fusquinha branco. Com ajuda de amigos e de uma enorme autodeterminação, aprendeu o idioma, usufruiu da bolsa de um ano para fazer doutorado na universidade de Penn State, no estado norte-americano da Pensilvânia, e não parou mais de se aprimorar. Entre 1973, ano em que regressou dos EUA, e 1984, ela deu aulas na Universidade de Campinas (Unicamp), realizou uma extensa visita de campo em universidades norte-americanas com apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA), e foi contratada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes) para tocar projetos de melhoria do Ensino Superior no Brasil. Foi a semente do que, cerca de dez anos mais tarde, tornar-se-ia o primeiro esboço do IESB. 49


Não há acasos Foi durante seu período na Capes que Eda conheceu o seu segundo e definitivo marido, Edson, falecido em 2018 e também dedicado ao mundo da educação por toda a vida. Construíram uma família, dividiram responsabilidades e carregaram consigo o desejo de aprimorar o ensino superior no País. Após a morte do marido, a empresária se afastou da reitoria da universidade para se dedicar à função de mantenedora, e quem assumiu seu papel foi o filho, Edson Machado Filho. Após mais um anjo da guarda passar em sua vida, Mário Chaves, diretor da Fundação Kellogg, e de fazer um pós-doutorado na Alemanha, na Fundação Alexander Von-Humboldt, ela entrou para a superintendência internacional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela trabalhou no conselho por dois anos até receber a anistia do governo democrático restabelecido no País, em 1993, e regressar à UnB para dar aulas. Foi nesse período que recebeu uma proposta de Pedro Chaves para ajudar a erguer uma universidade em Campo Grande (MS), mas recusou por ter acabado de completar a construção de sua nova casa no Lago Norte. A solução proposta pelo amigo foi ramificar o empreendimento para Brasília, e foi dessa ideia, moldada e formulada inteiramente por Eda e seu segundo marido, Edson Machado, que nasceu o IESB. 50

Uma das coisas que ela sempre fez questão de manter viva na administração do IESB foi a preocupação com as pessoas e a dedicação à formação de cidadãos. Eda conta que o desafio mais recente não só para ela, como para praticamente todos educadores e empresários do País, foi a pandemia. “A cultura do IESB é de humanizar as relações. O aluno é o centro da aprendizagem e estamos todos aqui em função dele. Somos inclusivos. Uma instituição em que todos se sentem confortáveis e com uma das melhores relações professor-aluno que qualquer um vai ver. Essa cultura do respeito se estende para todas as esferas da universidade”, assegura. Em sua vasta experiência na educação, Eda aprendeu a observar mais e a tirar lições de qualquer oportunidade. “Não precisamos reinventar a roda todo dia, se outras pessoas já descobriram coisas boas, a gente adapta e tenta melhorar. Não precisamos sofrer para recriar tudo, basta fazer as coisas bem feitas”, conclui.



Fotos: Arquivo pessoal

D e s e nvo l v i m e n t o

Ana Cláudia Badra Cotait durante 2° Encontro Liberdade para Empreender, em São Paulo

A VOZ DE TODAS ELAS Ana Claudia Badra Cotait é hoje uma das mais expressivas lideranças femininas do País. Brasiliense à frente do Conselho da Mulher Empreendedora, criou mais 300 células pelo Brasil, qualificando e capacitando a verve empresarial de gênero Por Letícia Jábali

O papo com Ana Claudia Badra Cotait começa leve. A conversa, mesmo que virtual, é olho no olho e, logo nos primeiros minutos, nos entregamos à costura de uma história que conta décadas de uma mulher que sabe o poder que se emana ao encorajar outras mulheres. De cara, mostrou que é, antes de tudo, mulher. É filha, esposa, mãe, avó, chefe, voluntária. Suas paixões? “Meu marido, 52

meu filho, minha neta e a mulher que é empreendedora”. Ana entende o profundo significado do que é levantar uma mulher. O dom da comunicação é herança da mãe, Consuelo Badra: “Ela é minha primeira inspiração, a minha melhor referência de mulher forte e determinada”. Neta e esposa de políticos, Ana também tem tino para o assunto. Por 32 anos, teve uma carreira dedicada ao serviço público e, hoje, é servidora aposentada do Senado Federal. “Foi minha grande escola”. Ao se casar, há 13 anos, viu seu destino trocar Brasília por São Paulo. Os primeiros anos foram na ponte aérea até que, após a aposentadoria, mudou-se de vez para a Terra da Garoa – mas a capital federal segue nas lembranças e, vez ou outra, na agenda, seja para participar de algum evento, reunião ou visitar a neta.


em São Paulo, tínhamos apenas seis em todo o estado. Hoje, são 15 na cidade de São Paulo, trezentos no estado e 350 em todo o Brasil”, diz, orgulhosa. Neste ano, realizou o 4° Encontro Liberdade para Empreender, que reúne diversas personalidades femininas com destaque no mundo dos negócios. “O incentivo à liberdade financeira dessas mulheres é muito importante. Se a mulher se qualificar, capacitar, começar a empreender, a entender seu próprio negócio, ela terá autonomia para superar situações de vulnerabilidade”, acredita. Seu nome também está por trás de projetos como o Prêmio Tarsila Amaral, que homenageia, incentiva e promove mulheres empreendedoras atuantes em diversos segmentos do mercado; o Facesp Mulheres, parceria com o Sebrae-SP que capacita gratuitamente empreendedoras via EAD; o Programa ACCREDITO Mulher Empreendedora, uma linha de microcrédito para pequenas empresas; e o Profis Online, uma plataforma de marketplace com mais de duzentas opções gratuitas e pagas de cursos profissionalizantes com certificado. Nesses últimos quatro anos, ela também idealizou dois projetos de lei: um sobre pobreza menstrual, em que estudantes das escolas municiais de SP passaram a receber absorventes femininos de graça pelas prefeituras; e outro sobre incluir a autoestima da mulher no calendário da cidade de São Paulo, com a criação do Dia do Florescer da Autoestima da Mulher, agora comemorado dia 21 de setembro. Com a mudança de cidade, viu também surgir um novo ofício. Em 2019, recebeu o convite para presidir o Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), ligado à Associação Comercial de São Paulo. Tinha 56 anos e decidiu mergulhar de cabeça em algo completamente novo, mas seguindo uma velha conhecida: sua intuição. “Eu não entendia nada de empreendedorismo e precisava conhecer o necessário ao aceitar esse convite desafiador. Para isso, decidi visitar todo o estado de São Paulo e conversar com mulheres empreendedoras. Eu queria entender quais eram as suas dores. Os projetos que criei a partir disso foram pelas necessidades que eu ouvi nesse período”, lembra. O CMEC atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. Uma das primeiras ações de Ana foi levar a cultura para o conselho. “Durante toda a minha carreira no serviço público, coloquei a cultura como um pilar. Ela ameniza as dificuldades, dá mais leveza à vida e ao trabalho. No Senado Federal, criei diversos projetos culturais. Um deles foi a participação do Senado Federal nas Bienais de Livro, algo que me traz um orgulho imenso. O meu trabalho no Senado teve sentido porque a cultura estava inserida nas ações. E no CMEC não é diferente”. Ana também foi responsável por ampliar significativamente a quantidade de Conselhos da Mulher entre as Associações Comerciais. “Quando comecei esse trabalho

Ana abraçou a causa, mas reconhece que o caminho ainda é longo. “Muitas mulheres deixam a gestão do seu negócio para o marido, o filho, o cunhado, o primo, para outro homem, ou por insistência deles ou por desconhecimento, e é aí que surgem muitos dos problemas. Eu sempre bato na tecla de que elas precisam ser gestoras do seu próprio negócio”, reforça. “Inspirar essas mulheres é uma das coisas que mais amo fazer. A lição diária que esse cargo me dá é que a gente pode fazer o que quiser. Eu aprendi, com quase sessenta anos, a fazer algo novo. É possível se reinventar aos setenta, oitenta anos, quando quisermos”, fala emocionada. Sonhadora nata e sem medo do desconhecido, está repleta de planos para 2024: “Quero uma ação ainda mais atuante dos conselhos nos estados, e quero participar pessoalmente disso. Também tenho propostas para levar o CMEC para fora do Brasil, para os Estados Unidos e Portugal. Há muita mulher brasileira lá fora cheia de vontade de empreender e o CMEC será um apoio para ajudar a tirar os planos do papel”. Ana Claudia é pura paixão. Hoje ela exerce com afinco – e muito orgulho – aquilo que descobriu ter de melhor: olhar com carinho para a história de outras mulheres. Ela usa sua voz, seu nome e sua imagem para mostrar para nós – e para elas – que é possível acreditar em um futuro mais justo para todas as mulheres que sonham. @cmecmulher www.cmecmulher.com.br

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G a s t r o n o m i a

UMA PORÇÃO DE AFETO A imersão em restaurantes premiados, a vivência da maternidade, a vida acadêmica e a verve empreendedora levaram Babi Frazão à vitória no programa MasterChef Profissionais. Encantou os jurados com sua cozinha de memória, servindo croquete de vatapá e bolo de fubá

Por Marina Adorno Fotos Celso Junior

Leite condensado, achocolatado e manteiga – esses três ingredientes foram o pontapé inicial na trajetória profissional da chef Bárbara Frazão. Aos 31 anos, a brasiliense celebra a vitória na quinta edição do reality show MasterChef Profissionais, programa culinário transmitido pela emissora Band. Mas essa história começou com um ambiente familiar apaixonado pela gastronomia e um simples brigadeiro de panela. “A graça não era nem comer o brigadeiro, era fazer”, relembra. Na pequena cozinha do seu restaurante Afeto, na Quituart – no Lago Norte –, Bárbara recebeu nossa equipe. Aberto em 2021, é lá que a chef realiza um sonho que começou na infância. Cresceu observando a mãe e as tias na cozinha e, na mesma proporção, aumentava seu interesse pela culinária. Em 2010, formou-se em Gastronomia pelo Centro Universitário IESB. Inquieta, buscou vivências para somar no currículo. Estudou no Instituto Argentino de Gastronomia, em Buenos Aires, estagiou ao lado do chef Samuele Oliva, no Terraço Itália, em São Paulo, trabalhou como atendente em um restaurante australiano de uma popular rede. “Lá eu entendi a dinâmica de um salão e a importância de um bom atendimento”. 54

“Se eu tivesse deixado o medo me travar, eu teria perdido uma grande oportunidade e não seria uma campeã” A experiência seguinte foi na cozinha de um dos melhores restaurantes do mundo, o D.O.M, do chef Alex Atala, em São Paulo. “Foram três meses. Pude conhecer cozinhas de produção e de finalização. Aprendi sobre postura, excelência e a responsabilidade de estar em um restaurante mundialmente conhecido”, conta. Depois, veio o estágio no Maní, da chef Helena Rizzo, onde acompanhou os bastidores do volume de produção de uma cozinha premiada. E teve ainda a vivência no Pujol, na Cidade do México. Foram 45 dias imersa dentro do restaurante que ocupava a 13ª posição na lista dos melhores do mundo.


Foto: Celso Junior

Dois anos mais tarde, Bárbara desacelerou um pouco o ritmo de trabalho para se dedicar a outra vocação: ser mãe. Vieram, então, Marina, 8, e Felipe, 5. Paralelamente, ela decidiu se aventurar como professora no Senac. “Trabalhar com ensino profissionalizante foi um novo mundo. Eu via pessoas mudarem suas vidas com a gastronomia, isso me ajudou a ter um olhar mais humano dentro da minha área”. Ela se encantou com o papel de professora e, em 2018, estreou no corpo docente do Centro Universitário UDF. Com a pandemia, seguiu uma ideia do marido, Rafael, e começou a dar dicas nas redes sociais. Rapidamente, o perfil ganhou notoriedade com os vídeos e atingiu a marca de vinte mil seguidores. “Foi muito leve. Além de falar sobre cozinha, eu abordava muito a minha realidade na maternidade, as pessoas se identificavam”. Hoje, a chef acumula mais de duzentos mil admiradores no Instagram. Fotos: Mariana Documennta

O restaurante na Quituart surgiu após um convite de amigos para empreender. “O Afeto veio para consolidar minha trajetória profissional. Ele representa tudo que construí ao longo dos anos, mas também transborda minha essência familiar, essa comida de memória, mas que também é nova, atual e moderna”. Com menu que evoca brasilidade, um dos carros-chefe é o croquete de vatapá com aioli de coentro, um dos pratos que a chef apresentou na final do reality. “A receita para um restaurante ter sucesso não consiste em apenas cozinhar bem, vai muito além disso. É saber gerenciar, administrar equipe, formar mão de obra, seguir um padrão e muito mais”, analisa.

Babi Frazão tem um restaurante na Quituart, no Lago Norte, onde prepara pratos premiados

Cozinheira Master Apesar de acompanhar o programa, Bárbara admite que (durante muito tempo) ver-se do outro lado da tela, na cozinha do MasterChef, não era uma de suas metas profissionais. “Me questionava se aguentaria a pressão e se estava pronta, tecnicamente”. Neste ano, arriscou-se. Foram semanas de gravações e disputas acirradas com os outros 13 participantes. No início, o objetivo era fazer uma boa prova a cada semana. Somente quando se viu entre os cinco finalistas que o pensamento mudou. “Quando percebi onde eu estava, e que era a única mulher ali, senti um peso maior. Pensava: se eu ganhar isso aqui, vai ser muito significativo como mulher, como mãe e como profissional”, relembra. “Eu mostrei que tenho uma comida que tem um lado afetivo e isso muitas vezes é taxado como amador. Eu ganhei o MasterChef servindo pastel, jiló e bolo de fubá”, comemora. Desde a vitória, uma pergunta se tornou recorrente na rotina de Bárbara. E o Afeto? O que muda? A resposta é: “Nada. A gente continua fazendo exatamente a mesma coisa, com a mesma excelência, porém com um número sete vezes maior de clientes”. E na Bárbara? Com lágrimas nos olhos, responde: “Muda muito, mas ao mesmo tempo não

muda nada. Eu venci o MasterChef com a minha essência. Hoje, me sinto mais confiante, feliz e realizada”. Agora, entre um prato e outro na cozinha do movimentado restaurante, ela atende aos pedidos de fotos dos brasilienses orgulhosos pela trajetória da conterrânea. Por ora, o Afeto fica exatamente onde sempre esteve. Um box na Quituart. “Não descarto a possibilidade de crescer, mas, no momento, quero consolidar o que eu faço. Quero mostrar um pouco de como a gente chegou onde chegou, fazendo o que a gente faz, no Afeto que a gente tem hoje. Que é simples e pequeno, mas grandioso independentemente do lugar em que está”. @chefbabifrazao @afeto.restaurante

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PRECIOSIDADES INSPIRADORAS Maria Eulália

“Tudo se consolidou depois de desenvolver um primeiro anel para minha mãe, e um brinco para meu tio, que me incentivaram a seguir os passos da minha avó”, compartilha ela, que decidiu embarcar para Florença, na Itália, onde estudou design de joias na Le Arti Orafe. Em homenagem a sua avó, nasceu a Maria Eulália. “Eu me inspiro em tudo que é antigo. Desde lojas de móveis de leilões, joalherias que vendem joias antigas, hotéis e castelos que mostram como eram por dentro antigamente. Uso todos esses elementos, que são rebuscados e cheios de detalhes, e encaixo em joias que me imagino usando”. As suas peças são feitas em ouro 18K, com um cuidado especial: a maioria das coleções conta com uma tonalidade de ouro amarelo menos intensa. “O tom de ouro acinzentado dá à joia um ar mais nobre e exclusivo, além de acrescentar versatilidade às peças”. Desenvolvemos também coleções em ouro amarelo, e temos peças únicas da nossa linha de clássicos, que tem o ouro branco como elemento principal.Para 2024, a grande novidade é a abertura de uma loja física em Brasília. @mariaeulaliajoias www.mariaeulalia.com.br

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Fotos: Divulgação

Para a economista Fernanda Camino, as joias sempre tiveram memórias afetivas. Neta de joalheira, cresceu entre gemas. Dedicou-se a sua paixão em cursos de ourivesaria, modelagem 3D de joias, design de joias e conhecimentos gerais sobre gemas, e abdicou da sua proeminente carreira no mercado financeiro, em que fora sócia da XP Investimentos, para imergir em uma temporada nova-iorquina, quando estudou história da arte, desenho e pintura.

Priscila Mokdissi Administradora por formação e pósgraduada em marketing, Priscila Mokdissi deu início a sua marca de joias autorais no final de 2018. Enquanto despretensiosamente produzia peças para uso próprio, sem intenção de vender, notou que elas faziam sucesso entre suas amigas. As joias começaram a despertar considerável interesse e a marca não demorou muito para ser criada. “Simplicidade sofisticada descreve as joias da marca”. As joias passam por um processo totalmente artesanal e por um controle rígido de qualidade.


Camila Faro Mineira, radicada em Brasília, a joalheira Camila Faro concilia seu trabalho de administradora de empresas em uma grande empresa de TI com as suas criações autorais em joalheria. À frente da marca homônima, ela se tornou um hit de alcance nacional com as suas pulseiras de boas vibrações, inspirada na Cabala, além do trabalho com orquídeas naturais emolduradas por gemas especiais. Começou como um hobby, procurando algo manual para espairecer da rotina de 21 anos à frente da administração de empresas. “O trabalho manual exige concentração, aguça a criatividade e acabou se tornando um momento dedicado a mim”, conta ela, que fez uma série de

cursos com designers como Fernanda Veras, Alexandre Sidou e Andrea Tibery. Em 2017, da paixão aguçada nasceu a Camila Faro. “Gosto de pensar que o Camila Faro Ateliê veio para desmistificar que joia é inacessível, feita apenas para ocasiões especiais. Fico muito feliz em ver minhas peças em casamentos e noivados, por exemplo. Mas a maioria das minhas peças são pensadas para o dia a dia”. Inspirada na beleza única das gemas, Camila costuma criar joias coloridas e orgânicas, fazendo uso de elementos naturais, como flores e conchas. “À medida que intensifico meu estudo, acumulo um acervo de referências que, por sua vez, potencializa minha criatividade. Algumas criações nascem desse mergulho no universo inspirador, e eu transponho a concepção para a peça.” @camilafaroatelie

Todas as gemas são selecionadas e inspecionadas cuidadosamente pela joalheira. Adepta das formas minimalistas, Priscila prioriza peças femininas, produzidas em ouro 18k e pedras preciosas, mas que podem ser usadas no dia a dia. As principais pedras utilizadas são os diamantes, safiras e esmeraldas. Algumas peças, como as da coleção com a influencer Carolina Adriano, foram especialmente desenvolvidas com turquesas e howlitas. Peças vintage e clássicas servem de inspiração e até mesmo de ponto de partida para desenvolver algo que se encaixe e faça sentido para mulheres nos dias de hoje. Várias criações foram inspiradas pela coleção de joias de sua avó libanesa Salém Mokdissi, que também era fascinada pelo mundo da joalheria. @priscilamokdissi | www.priscilamokdissi.com

Valeria Bittar Roriz para Bezalel O encantamento pelos azuis marítimos das Ilhas das Maldivas é uma paixão antiga da advogada Valéria Bittar Roriz, que decidiu por viver o antigo sonho de criar a sua própria coleção de joias em uma collab realizada com a Bezalel. Descendente de libaneses, Valéria tem olhos apurados para o universo de joias exuberantes. Fashionista nata, ela é reconhecida pelas combinações de cores e texturas, que importa para a composição de suas criações. “Fizemos um estudo aprofundado da região explorando desde a paisagem aérea ao fundo do mar rico em beleza e diversidade animal”, reconta ela, que fez uso de esmeralda, tanzanita, turquesa azul e verde, malaquita, lápis-lazúli, opala de fogo, quartzo rosa e branco, peridoto, dentre outras. Além das gemas, Valéria também quis enaltecer o artesanato e arquitetura local, incluindo materiais como a corda e a palha para compor suas peças. “O colar Fundo do Mar, que estava usando no dia do lançamento, remete ao colorido do fundo do mar de Maldivas, onde podemos encontrar todas as cores em harmonia e que colocamos no colar cravadas nos retângulos de quartzo branco com a ideia de estarem flutuando no fundo do mar”, descreve. @valeriabittar | @bezaleljoalheria

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M e d i c i n a

Criadora do método Integral Health, médica Priscilla Proença conecta corpo, mente e comportamento como ferramentas para mais saúde e qualidade de vida

INTEGRAR PARA EQUILIBRAR Por Larissa Duarte Fotos Vanessa Castro

Diferentemente de um manual de instruções que nos guia passo a passo, o viver da vida surpreende com obstáculos, reviravoltas e mudanças. Para compreender as características e funcionalidades do corpo e da mente, e finalmente operá-los de forma eficiente e segura, surge o desafio de conhecer a complexidade única de cada ser. Inspirada em ajudar pessoas a embarcar nesta reveladora jornada do autoconhecimento, cujo destino é a qualidade de vida, a médica Priscilla Proença idealizou um método

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em que a compreensão do próprio organismo como um todo é a ferramenta preciosa para conquistar saúde física e felicidade plena. Especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Harvard Medical School, Priscilla está à frente da Sensce ClinicSPA, espaço integrado dedicado à saúde, emagrecimento e bem-estar. Com equipe formada por psicólogos, educadores físicos, nutricionistas, massoterapeutas e outros profissionais, a clínica boutique opera em torno de um método exclusivo idealizado pela médica, o Integral Health, que avalia corpo e mente para um tratamento que une saúde física e emocional.


Cultivando novos hábitos Para muitos, o início de um novo calendário inspira mudanças drásticas na rotina, no entanto, Priscilla orienta paciência no processo. “Abrir mão de velhos hábitos de uma vez só e decidir que vai iniciar uma nova vida, de um dia para o outro, pode justamente causar o efeito oposto”, afirma. Para quem busca iniciar uma jornada mais saudável no novo ano, a médica destaca três dicas que considera preciosas:

1- “Comece pequeno!”

“Comecei meu trabalho pelo emagrecimento e com os estudos percebi que o ganho de peso é multifatorial e complexo. Para cuidar do corpo não é simplesmente passar uma dieta e exercícios físicos, assim como, para tratar transtornos emocionais, não basta apenas prescrever medicamentos. É impossível desconectar o corpo das nossas emoções e do estilo de vida que levamos. Por isso, hoje, olho o paciente por completo e mostro na prática como é fazer mudanças comportamentais para obter qualidade de vida”, analisa a médica. A gama de queixas que Priscilla atende em sua clínica vai além da dificuldade de emagrecimento. Muitos pacientes chegam ao seu consultório com sintomas de origem desconhecida por eles, incômodos nunca rastreados ou investigados a fundo. A especialista afirma que, na grande maioria dos casos, são sinais do corpo indicando um possível desequilíbrio de hormônios e neurotransmissores, como a deficiência de dopamina, diretamente associada ao bem-estar, ou de serotonina, que age como regulador do humor e combate sintomas depressivos. “Essa deficiência pode aparecer como indisposição, insônia, alteração de humor, dificuldade de concentração e baixa libido, por exemplo. A base do equilíbrio é tratar hormônios e neurotransmissores, por isso o nosso método inclui um teste clínico para identificá-los”, aponta. O Integral Health considera aspectos diversos na consulta, como infância, hábitos, comportamento social, relações familiares e até profissionais. “Mapeamos as dificuldades e pontos positivos para projetar um tratamento integrado personalizado que visa também o equilíbrio comportamental”. A jornada prescrita ao paciente pode abranger serviços do SPA, como yoga e massoterapia, combinados com a parte medicamentosa, como tecnologias de reposição hormonal, principalmente via implantes, ou soroterapias e terapias injetáveis. “Damos ferramentas e estratégias para a pessoa fazer mudanças estruturais e profundas, pois só assim elas serão duradouras”, observa.

Nosso cérebro tem “preguiça” de sair da zona de conforto. Então, se você deseja mudar um hábito, como, por exemplo, fazer exercícios físicos com frequência e constância, comece pequeno. Inicialmente, dedique vinte minutos às atividades, de duas a três vezes na semana, e a cada nova semana aumente esse tempo, nem que seja por mais cinco minutinhos, até chegar onde almeja. Caso contrário, o cérebro não permitirá essa mudança radical e dará espaço à desistência.

2- “Pratique a autocompaixão e aceite os obstáculos” Há dias em que o mantra “foco, força e fé” não vai funcionar, e tudo bem. É natural do ser humano falhar, então, aprenda a se perdoar. A autocompaixão também faz parte do processo de autoconhecimento. A maioria das pessoas desiste de tudo quando erram em um mínimo ponto. Está tudo bem em cometer um deslize, pois isso não significa o fim, basta recomeçar.

3- “Compreenda o autoconhecimento como ferramenta” Costumo dizer que só se cumprimenta quem se conhece. Como você vai enfrentar uma dificuldade se às vezes nem a reconhece? Nem sempre sabemos de onde ela vem, pode ser genética como também algo trazido da infância... Não existe fórmula, cada pessoa é única, e por isso desenvolvi um método em que o pilar é o autoconhecimento. É muito importante identificarmos nossos limites, fraquezas e pontos fortes para trabalharmos a favor do nosso crescimento e conquistarmos a tão desejada qualidade de vida. @dra.priscillaproenca @sensceclinicspa

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H o n r a r i a

Paulo Octávio, Kátia Cubel, Paula Santana, Luís Faro e Jorge Eduardo

DUPLAMENTE RECONHECIDA

GPS|Brasília conquista os prêmios Engenho e Colunistas, que reconhecem o trabalho da publicação como um veículo propositivo e fundamental para a capital do País

Por Jorge Eduardo Antunes Fotos Vanessa Castro

É bicampeã! A revista GPS|Brasília obteve um duplo reconhecimento neste ano. Em novembro, o júri do Prêmio Colunistas Brasília 2023 escolheu a revista como o Veículo Impresso do Ano. E, em dezembro, na cerimônia de gala do 18º Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia, realizada na Embaixada de Portugal, a GPS|Brasília conquistou o prêmio de Melhor Revista, também pela segunda vez. A dupla premiação, segundo Paula Santana, sócia-fundadora e diretora de Comunicação do hub GPS|Brasília, coroa o trabalho dos 12 anos de existência da publicação. “Quero agradecer a todo nosso time e dizer que para a gente é uma alegria. A GPS tem um olhar extremamente afetuoso com Brasília e fazemos um jornalismo raiz e propositivo”, disse. Para Rafael Badra, também sócio-fundador da revista, as premiações refletem um personagem central no mercado de comunicação: o público. “Foram os nossos leitores que a transformaram em um veículo impresso de referência. 62

Paulo Octávio, Paula Santana e Rafael Badra

Os dois prêmios são a consolidação de um produto genuinamente brasiliense, que tem como propósito contar boas histórias da cidade”, afirmou. Segundo o empresário Paulo Octavio, sócio da GPS|Brasília, as duas conquistas, obtidas em prêmios de tradição, consolidam a imagem da revista. “Para as Organizações


PaulOOctavio, é muito importante que a GPS|Brasília, mais nova integrante do nosso braço de comunicação, receba esse duplo reconhecimento. Toda a equipe está de parabéns e agradeço aos diversos jurados e aos organizadores, como a Kátia Cubel e o Fernando Vasconcelos, pela honra de receber estes prêmios de enorme valor”, detalhou.

Prêmio Engenho Celebrando essencialmente o jornalismo, os veículos de comunicação e os profissionais da capital do Brasil, o Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia entrou em sua 18ª edição reconhecendo diversos jornalistas, empresas e programas de rádio e TV que se destacaram ao longo do ano. Após o jantar de premiação dos finalistas, realizado em 23 de novembro, no Conselho Federal da OAB, a festa que revelou os vencedores ocorreu em 12 de dezembro, na Embaixada de Portugal, com recepção calorosa do embaixador Luís Faro Ramos. O júri do prêmio, pela primeira vez, foi composto por mais mulheres do que homens, entre elas Cristiane Damasceno, representante da OAB; a deputada distrital e procuradora especial da Mulher na Câmara Legislativa do DF, Jane Klébia; a jurista e diretora jurídica do Senar Nacional, Eliziane Carvalho; e a diretora-geral do Senado Federal, Ilana Trombka. Também compuseram a comissão selecionadora o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro; o professor, jurista e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Bastide Horbach; e o professor Bruno Nalon, docente de comunicação no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Uniceub e UniProjeção. Personalidades como o ator Adriano Siri, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e autoridades prestigiaram o evento, entre elas a ministra do TST Cristina Peduzzi e a diretora da Antaq, Flávia Takafashi. Criado em 2004, o prêmio reconhece profissionais e iniciativas de destaque na comunicação da capital do País, enfatizando valores fundamentais como liberdade de imprensa, ética, transparência, cidadania e democracia.

Prêmio Colunistas A conquista do Prêmio Colunistas Brasília 2023 foi igualmente emocionante. Escolhida como Veículo Impresso do Ano, a GPS|Brasília passou pelo crivo de dois júris igualmente capacitados, que selecionaram os melhores trabalhos, anunciantes, veículos e prestadores de serviços de mídia e publicitários de Brasília. Além da revista, os jurados homenagearam João Paulo Oliveira, premiado por sua contribuição ao mercado publicitário da capital ao longo da vida. Ele é um dos integrantes do time de especialistas do portal GPS|Brasília, assinando como João Palmo um espaço dedicado à poesia e literatura.

Luís Faro, Embaixador de Portugal

Júlia Cubel, Júlio de La Guardia e Kátia Cubel

Para escolher os vencedores do Prêmio Colunistas 2023 foram avaliados 221 trabalhos de vinte empresas, selecionados na fase online do julgamento, formada por 44 profissionais indicados pelas empresas participantes, veículos, entidades representativas, produtoras e imprensa especializada. Depois, o Júri A, composto por Marcio Ehrlich (Janela Publicitária); Fernando Vasconcelos (Site Fernando Vasconcelos); Dudu Lopes (Silence); Luciana Pires (Cinegroup); Pedro Serrano (Brigitte Filmes); Mario Nakamura (Butterflies in The Stomach); Rodrigo Coletto (WMcCann) e Maurício “Pepeu” Sampaio (Secom-DF), escolheu, em 13 de novembro, os trabalhos de Filme, Rádio e Técnica. Os jurados Grupo B, composto pelos profissionais Marcio Ehrlich; Fernando Vasconcelos; Idelbo Oliveira (Lancy); Carlos Grillo (Fields); André Zottich (Embratur) e Thiara Zavaglia (WHD), deram continuidade à escolha no dia 14 de novembro, julgando os trabalhos de Branded Content, Inovação, Marketing Direto, Mídia, Mídia Exterior, Mídia Impressa, Mídias Integradas, Promo e Live, Digital e RP. Por fim, no dia 16 de novembro, o júri formado por Marcio Ehrlich; Fernando Vasconcelos; Idelbo Oliveira; Carlos Grillo; Rodrigo Coletto (WMcCann); Maurício “Pepeu” Sampaio (Secom-DF) e Thiara Zavaglia finalizou o julgamento dos grandes prêmios escolhendo os melhores trabalhos, anunciantes, veículos e prestadores de serviços de mídia e profissionais do mercado publicitário de Brasília. 63


L e g a d o

Quatro gerações na construção civil transformaram a ECAP Engenharia em uma das mais qualificadas empresas de luxo em Brasília. Com Rodrigo Nogueira à frente, surgem quatro projetos de referência no Noroeste

A ERA DO DESIGN Por Ailane Silva Fotos Vanessa Castro

Nos idos de 1948, em Belo Horizonte (MG), Edward Nogueira deu início a uma história que nem imaginava que hoje completaria 75 anos. Terceira geração da família à frente da construtora ECAP Engenharia, Rodrigo Nogueira lembra que o negócio de família tradicional começou com loteamentos residenciais. O termo Expansão Comercial Agro Pastoril, utilizado na época para designar esse tipo de empreendimento, deu origem ao nome ECAP. “Quando trouxemos a ECAP para Brasília, em 2003, foi uma homenagem ao meu avô e ao meu pai. Meu avô criou a empresa, meu pai a manteve ao longo desses anos todos. Agora, sou eu e, com muita alegria, os meus dois filhos, Marcelo e Pedro Nogueira, quem damos continuidade a esse trabalho. Então, meu orgulho é muito grande, porque os dois se formaram em Engenharia na Universidade de 64

Brasília (UnB) e trabalham na nossa empresa, que é atuante na construção civil e administração de imóveis prontos. Eles já são a quarta geração na ECAP. Não há nada mais gratificante do que isso”, afirma. O empresário destaca que a experiência em cargos estratégicos e de alta gestão na construção civil brasiliense foi fundamental para a modernização dos empreendimentos da ECAP em pontos estratégicos no Distrito Federal. “Eu cheguei a Brasília em 1997. No cargo de superintendente da construtora Líder, fizemos 12 empreendimentos de grande porte que marcaram a cidade. Depois, fui diretor-geral da Via Empreendimentos e sócio e diretor-geral da JC Gontijo Engenharia. Foram dez anos de parceria. Ao longo desses anos, a ECAP entrava em alguns empreendimentos em sociedade com a JC Gontijo como incorporadora. A partir de 2013, resolvi fazer a carreira exclusivamente na ECAP Engenharia, incorporando e construindo aqui em Brasília e em Belo Horizonte”, conta.


Além da incorporação imobiliária, Nogueira criou dentro da ECAP Engenharia um segmento de loteamento. Um deles é o Le Jardin, no Setor Habitacional Tororó, que está a 16 minutos da ponte JK. O condomínio de alto padrão, que se assemelha a bairros norte-americanos e europeus, conta com quarenta câmeras de monitoramento, guaritas blindadas e estrutura totalmente automatizada, academia, piscina, brinquedoteca e salão de festas. “Esse empreendimento é o único privado em Brasília para residências unifamiliares que têm a L.O (Licença de Operação), ou seja, tem a última etapa dos licenciamentos ambientais. O morador já recebe a escritura pública definitiva no ato da compra, mostrando a legalidade e a seriedade da nossa empresa”, explica.

– Superquadra Brasília, o Centro Clínico Advance, ION – Escritórios Inteligentes e o Living Superquadra Park Sul.

Rodrigo Nogueira conta que já atuou, desde que chegou a Brasília, em 1997, à frente de mais de 1,8 milhões de metros quadrados de projetos. “Se fizermos uma média, esse quantitativo corresponde a aproximadamente 18 mil unidades habitacionais, ou seja, equivale a uma cidade de 54 mil habitantes”, contabiliza.

“Cumprimos o que prometemos. Desenvolver empreendimentos de ponta e com alto padrão de acabamento faz parte do meu DNA. Então, esses edifícios residenciais que estamos entregando no Noroeste têm acabamento diferenciado. Trouxemos uma série de inovações, com materiais que exigem menos manutenção e são duradouros. As garagens da ECAP são as únicas no mercado que são forradas, o que as deixa mais claras, limpas e economizam energia. Então, são alternativas assim que a gente procura para estar à frente do mercado, buscando diferenciais, preocupados com os custos de manutenção do produto”, destaca.

Ao longo dos anos, diversos projetos do empresário receberam o Prêmio Master Imobiliário, que reconhece o desempenho das empresas e dos profissionais e estimula a excelência no setor imobiliário brasileiro. São eles: SQB

Os projetos Como evolução desse alto padrão de qualidade, Rodrigo Nogueira criou a linha Design. São empreendimentos de alto nível, desde a estrutura ao acabamento, com aplicação de materiais modernos e de excelente qualidade. Fazem parte dessa linha o My Design e Self Design, que são dois grandes empreendimentos que serão finalizados em Dezembro de 2023, um mês antes de a construtora completar 75 anos de funcionamento.

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Pai e filho, os engenheiros Rodrigo e Marcelo Nogueira

My Design Localizado na 303 do Noroeste, o alto padrão de qualidade do My Design começa pela fachada, que esbanja beleza e qualidade com uso massivo de granito e porcelanato, materiais de alta qualidade usados também em toda a área interna do empreendimento. Ao redor do luxuoso edifício e das calçadas em pedra portuguesa, palmeiras e uma diversidade de plantas trazem vida ao ambiente. Outro diferencial é o acesso aos apartamentos pelo elevador social, que tem visor digital, piso em mármore e é muito silencioso. Cada morador conta com um hall exclusivo de elevador que dá acesso a apenas uma residência por pavimento, o que traz privacidade e conforto. Para isso, a planta do prédio tem um elevador para os apartamentos de números com final par e um segundo para aqueles com final ímpar. Já o elevador de serviço, pode ser acessado pela área de serviço de cada apartamento. As unidades são vazadas para proporcionar ventilação. Também são espaçosas, com áreas de 212 metros quadrados, no caso das unidades de canto, ou 197 metros quadrados, para as que estão localizadas ao centro do edifício. Ao todo, são 36 apartamentos, sendo seis duplex. Todos têm quatro suítes, sendo uma reversível, e um lavabo. Fazendo jus ao próprio nome, as 32 diferentes opções de 66

plantas do My Design permitem que os futuros moradores façam mudanças personalizadas, de acordo com seu perfil. No apartamento decorado, a amplitude da planta pode ser explorada começando pela sala e cozinha. Além de três suítes e um escritório reversível para suíte, o projeto tem sala de estar, sala íntima, sala de jantar, cozinha, quarto de serviço e área de serviço. As lâmpadas do prédio são de LED, o que também contribui com esse uso racional da eletricidade. O hall dos elevadores é feito em porcelanato e granito. Todas as unidades têm estrutura de internet por link dedicado, sistema all connect e preparação para recebimento de sinal de TV aberta e fechada.


de 81 e 103 metros quadrados. Nas áreas comuns, piso em porcelanato, leitor biométrico e elevador com sistema de segurança. Todas as unidades contam com uma vaga na garagem. Entre os diferenciais do empreendimento, estão fechadura eletrônica, torneiras com água quente, tomadas USB espalhadas pela residência, estrutura de internet por link dedicado, sistema all conect e preparação para recebimento de sinal de TV aberta e fechada. Assim como o My Design, a garagem é forrada.

Novos empreendimentos Pensando na sustentabilidade ambiental, as luzes de cada vaga da garagem funcionam com sensor de presença, ou seja, acendem apenas no momento em que o veículo se aproxima, o que reduz o gasto energético. Os jardins são irrigados com água de reuso do próprio prédio. Primeiro, a água é tratada e depois direcionada para molhar as plantas. O prédio também conta com salão gourmet, espaço teen e pet care.

Self Design Também construído do Noroeste, o Self Design chama atenção pelos pilares pretos e ripados de alumínio em cor de madeira na fachada, itens que ganham destaque ao redor do paisagismo que foi pensado detalhadamente para trazer o bem-estar proporcionado pela natureza. São 36 unidades de 47 e 66 metros quadrados. As plantas de um ou dois quartos, ou lofts trazem toda a modernidade da arquitetura em um prédio de esquina com seis lojas térreas

Rodrigo Nogueira anunciou que 2024 será o ano mais importante de ECAP. “Nós vamos fazer dois lançamentos de porte, sendo um Valor Geral de Vendas (VGV) na ordem de R$ 325 milhões no primeiro semestre. Será um loteamento fazendo uma referência ao condomínio Le Jardin, com 371 unidades, unifamiliar, com altíssimo padrão, numa localização excepcional na DF 140”, adianta. Segundo ele, também será lançado um empreendimento em Samambaia, em parceria com a Organizações PaulOOctavio, o qual Nogueira avalia como um dos maiores empreendedores imobiliários do Brasil. “Para mim, é uma honra e uma satisfação imensa fazer esse lançamento com uma empresa tão tradicional em Brasília. Serão 556 unidades, exatamente em frente à estação de metrô. Estamos fazendo um empreendimento que vai marcar a cidade, porque é um lançamento com área de lazer completa, acabamento primoroso e em frente à última estação do metrô de Samambaia. Além disso, a central de vendas tem mais de 600m² e com três unidades decoradas”, conclui Nogueira. @ecapengenharia www.ecapengenharia.com.br

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S a ú d e

HOSPITAL SANTA LÚCIA AMPLIA INVESTIMENTOS

Referência em infraestrutura, qualidade e tecnologia de ponta, além do corpo médico experiente e renomado, o maior grupo hospitalar privado da região Centro-Oeste acumula títulos e reconhecimentos internacionais na prestação de serviço médico-hospitalar Com seis décadas de tradição no centro do País, o maior hospital privado de Brasília, o Hospital Santa Lúcia, segue realizando diversos investimentos e parcerias para ampliar a qualidade assistencial na saúde para todos. Hoje, além de ser o maior hospital em número de leitos, estrutura e tecnologia integrada, a sua excelência clínica se destaca por oferecer serviços exclusivos e pioneiros na capital federal. É o único centro hospitalar a oferecer serviços integrados de cuidado em 360º para pacientes idosos (como o Cuidar+), para o público feminino (como o Cuidar+ Mulher), ambulância com tomógrafo altamente tecnológica (como o AVC Móvel), além de possuir o maior Centro de Cirurgia Robótica do Centro-Oeste, com dois sistemas Vinci Xi – considerado o mais avançado do mundo para realização de cirurgias de alta complexidade – e quatro diferentes robôs cirúrgicos de última geração. O Hospital Santa Lúcia Sul é o único do Brasil a ter essa quantidade de tecnologias em uma mesma unidade hospitalar. 68

Pelo terceiro ano consecutivo, o Hospital Santa Lúcia Sul (HSLS) foi eleito como um dos melhores hospitais do mundo no ranking The World’s Best Hospitals 2023, realizado pela revista americana Newsweek – a 2ª maior dos Estados Unidos (EUA), atrás apenas da revista Time. Nas regiões Centro-Oeste e Brasília, o HSLS alcançou, três vezes seguidas, a 1ª posição como o melhor hospital da cidade. “É o resultado de muitos investimentos contínuos em infraestrutura, qualidade, serviço e tecnologia de ponta, além do corpo médico experiente e renomado, para oferecer o melhor aos nossos pacientes”, afirma o Diretor Executivo do Hospital Santa Lúcia Sul, Sérgio Murilo Domingues Júnior. A premiação se baseia em recomendações feitas por profissionais de saúde, pesquisas com pacientes e indicadores de desempenho distribuídos em quatro continentes. Seus resultados são referendados por um conselho de médicos de instituições sediadas em países como os Estados Unidos e Israel.


“É um orgulho muito grande ver o Hospital Santa Lúcia sendo eleito mais uma vez como hospital particular mais reconhecido de Brasília, berço e origem do Grupo Santa. Isso é fruto da dedicação de todos colaboradores e médicos, ano após ano, de entregar uma assistência de excelência aos nossos pacientes. Mantemos um compromisso com a busca por inovações e tecnologias que agreguem ainda mais qualidade aos serviços”, disse o acionista do Grupo Santa, Pedro Leal. O levantamento foi realizado pela Opinião – Informação Estratégica, em todo o Distrito Federal. A pesquisa coletou os nomes das empresas mais citadas pelos brasilienses em cada categoria de serviço.

Mayo Clinic Em agosto de 2023, o Grupo Santa anunciou seu engajamento com a Mayo Clinic, líder global em assistência de alta complexidade à saúde, para colaboração estratégica em objetivos organizacionais e práticas clínicas.

Foto: Divulgação

A equipe do Grupo Santa tem trabalhado com especialistas da Mayo Clinic Global Consulting em diversos projetos, incluindo a revisão de modelos assistenciais, troca de conhecimento com seus especialistas, além da participação em programas de treinamento e capacitação nas unidades da Mayo Clinic.

O ranking deste ano foi realizado em parceria com a Statista Inc. – empresa global de pesquisa de mercado e dados de consumidores. Os resultados do estudo foram baseados em 27 países, como EUA, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Suíça, Coreia do Sul e Japão, entre outros.

“Estamos comprometidos em elevar constantemente o padrão de atendimento, promovendo o acesso e a troca de conhecimentos, processos e tecnologias para oferecer experiências de cuidado ainda mais aprimoradas, sempre centradas no paciente”, conclui Gustavo Fiuza, CEO do Grupo Santa. www.santalucia.com.br

Reconhecimentos de qualidade Em 2023, o Hospital Santa Lúcia acumulou mais conquistas e reconhecimentos técnicos na sua qualidade e segurança da prestação de saúde, como: •

Recertificação Qmentum Internacional Nível Diamond. Aplicado em mais de 30 países, é o modelo de avaliação de serviços de saúde que assegura às organizações atenderem aos requisitos internacionais de governança e boas práticas assistenciais.

UTI Top Performer, reconhecido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira e Epimed.

Segurança do Paciente, pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente e Epimed.

Certificado de Credenciamento Pleno do Centro de Cirurgia Robótica do Hospital Santa Lúcia, pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) – Único hospital com a certificação em todo o Distrito Federal.

Top of Mind Realizado há 23 anos pelo Jornal de Brasília (JBr), o tradicional Top of Mind elegeu, mais uma vez, o Hospital Santa Lúcia na categoria “Hospitais” na capital federal. Cerca de 21 empresas mais lembradas pelo consumidor do Distrito Federal foram homenageadas com o certificado e o troféu Top of Mind, criado pela Acrinox exclusivamente para o evento, que contou com a presença de diversos políticos, empresários e convidados especiais, numa cerimônia seguida de jantar e show, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).

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Re f e r ê n c i a

CLÍNICA-GALERIA O Grupo L’Essence oferece um atendimento multidisciplinar integrado. O ambiente foi projetado para ofertar medicina de excelência, onde a preocupação com a atmosfera foi pensada para atender o paciente

Fundado por um grupo visionário de médicos e investidores, o Grupo L’Essence está redefinindo os padrões de cuidados médicos e estéticos em Brasília. Sua abordagem inovadora transcende o mero tratamento da saúde, abraçando também o universo estético e de bem-estar. Comprometida com um atendimento multidisciplinar, a clínica busca abordar a saúde de maneira integral e personalizada. O ambiente da clínica foi meticulosamente projetado para oferecer uma experiência única, inspirado na arquitetura de Brasília e na atmosfera de uma galeria de arte. O espaço exibe obras de arte assinadas pelo renomado artista

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Fotos: Divulgação

e fotógrafo Celso Junior, joias exclusivas criadas pela talentosa designer Priscila Nogueira, além de exposições de alta-costura do prestigiado alfaiate Vasco Vasconcellos, e uma cuidadosa seleção de objetos pela LAO Interiores, criando um ambiente acolhedor e sofisticado. O compromisso vai além da excelência médica, priorizando a experiência completa do paciente. Desde a curadoria do ambiente olfativo até experiências cuidadosamente planejadas para cada sentido, como o café artesanal, cada detalhe foi pensado para proporcionar o máximo conforto aos visitantes e pacientes. O espaço se divide em dois ambientes distintos. Um deles é a L’Essence Clinic, dedicada ao público masculino, onde privacidade e conforto são prioridades, garantindo total confidencialidade e um ambiente acolhedor. Dentre os ser-

viços oferecidos, há especialistas em diversas áreas, incluindo cirurgia plástica, transplante capilar, urologia/andrologia, dermatologia, cirurgia vascular, rinoplastia e cirurgia da face. Já a L’Essence Health é especializada em medicina preventiva, longevidade e desempenho físico, contando com um centro de infusão moderno e de alto nível, destinado ao público em geral, com foco em tratamentos injetáveis, mediante indicação e prescrição médica. Também abrange diferentes especialidades, como nutrologia, endocrinologia, cardiologia, infectologia, imunologia, neurologia, reumatologia, medicina esportiva e tratamento da dor e outros. @lessence.clinic @lessence.health SGAS 614, Centro Médico Vitrium, Parte B, sala 305, Asa Sul, Brasília-DF

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Te c n o l o g i a

Com o diferencial de um laboratório próprio que proporciona maior rapidez e excelência na entrega do resultado final, a Brunetti Odontologia se destaca pelo trabalho em protocolo 100% digital e é referência em reabilitação oral no Distrito Federal

SORRISO BRUNETTI Por Theodora Zaccara Fotos Vanessa Castro

“Do que é feito um sorriso perfeito?”. Do alto de seus 15 anos de história na área da Odontologia, Jonas Brunetti é, irrefutavelmente, a pessoa certa a se perguntar. Da cadeira estilo Herman Miller que ocupa seu consultório — um atestado de seu bom-gosto —, dispara sem pausa: “tecnologia, ciência e arte”. “As três andam de mãos dadas. Se uma soltar a outra, está tudo perdido”. Há quatro anos, Jonas comanda a Brunetti Odontologia, localizada no Lago Sul, onde recebe pacientes de todo o Brasil e de fora. O seu diferencial? O laboratório totalmente 72

integrado ao seu consultório. “Atualmente conseguimos oferecer o tratamento mais rápido e preciso disponível no Centro-Oeste, entregando o sorriso perfeito em pouco tempo”, garante. A promessa impressiona: como é possível, entre avaliações, consultas, exames e planejamentos, oferecer o melhor em odontologia dentro de uma janela tão curta? Isso é a mágica da ciência. “Somos sete profissionais de excelente qualificação aqui no consultório, além de 15 no laboratório. Nosso fluxo é 100% digital e integrado. Os pilares do nosso laboratório são maestria e agilidade”, revela. Quem disse que a pressa é a inimiga da perfeição visivelmente não conheceu Jonas Brunetti.


Jonas César Brunetti com a mulher e sócia, Fabiane Rossi Brunetti

Formado na Universidade de Ribeirão Preto, ele soma mais de dez mil implantes realizados, cujo foco, hoje, está na área de reabilitação oral. “Quando falamos em reabilitação oral, brinco que o resultado estético vem de brinde. Nosso objetivo está em oferecer uma melhor qualidade de vida aos nossos pacientes, devolvendo função, estética e principalmente a autoestima”. Somando zonas de expertise, como a periodontia, ortodontia, endodontia e implantodontia, condições, como o bruxismo, curvatura do sorriso e outras funções mastigatórias, encontram soluções rápidas e quase indolores – um sonho possível graças à seleção de equipamentos premium manuseados por Jonas e sua equipe. E o feedback desse trabalho tem cruzado os oceanos. Apenas no ano de 2023, cerca de 50% dos pacientes que peregrinaram à clínica têm origem estrangeira, tornando-a o destino para quem busca sorrir de orelha a orelha. “Por conta de toda a nossa estrutura digital, conseguimos oferecer uma previsibilidade de prazo e resultado para os nossos pacientes. Realizamos mockups virtuais completamente precisos, nos quais o paciente consegue analisar o seu sorriso e participar de todo o processo de planejamento antes de realizarmos o procedimento propriamente dito”, explica. Mas comecemos do começo. Primeiro, é realizado o escaneamento digital da boca. Utilizando da ferramenta

Exocad, um software e sistema modular de abordagem aberta, a imagem escaneada é manipulada a partir de um planejamento livre de falhas. Desse modo, é gerada uma reprodução exata do produto final, e o paciente pode ter uma previsibilidade do resultado do seu sorriso. Para alcançar a meta desejada, cada caso requer uma abordagem única e personalizada, nada é receita de bolo. “Podemos usar lentes, facetas, coroas… tudo isso depende do planejamento realizado de forma individual para o paciente”, esclarece. Mas um serviço se distingue dos demais pela incessante procura. “Por conta de sua naturalidade, qualidade e durabilidade, nossas lentes de contato geram uma enorme procura”, confessa, afirmando que, quando bem instaladas e bem cuidadas, os laminados cerâmicos podem vir a durar mais de quinze anos. A odontologia vive uma fase onde a maioria dos pacientes procuram os dentistas para fazer um retrabalho. “O maior erro que uma pessoa pode cometer em relação à sua saúde dental é na escolha de um profissional incapacitado”, reforça Brunetti. “Os casos mais desafiadores são os que constituem em reverter erros, pois além de estar tratando de uma região fisicamente traumatizada, estou lidando com um paciente emocionalmente abalado”. Às vezes o caminho é árduo, mas uma coisa é certa: sorrir vale o preço. @brunettiodonto www.brunettiodonto.com.br

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Leonardo Ces Fundador e CEO da Ibbra @leonardoces |www.ibbra.com.br

UMA NOVA FORMA DE SE RELACIONAR COM O DINHEIRO 74

Foto: Divulgação

A r t i g o


A busca por conseguir fazer sobrar dinheiro no final do mês ou ao menos controlar os impulsos das gastanças é algo há muito tempo feito pela maioria da população e na maioria das vezes sem sucesso. Recentemente, fui convidado para dar uma entrevista sobre o assunto: “como se organizar para não comprometer o 13º salário antes mesmo de recebê-lo”. E a explicação para isso pode ser estendida e aproveitada de forma mais ampla, pois a mesma teoria que pode te ajudar a não comprometer o 13º também te ajudará a poupar e acumular patrimônio. Para tentar simplificar um assunto nada simples, vou trazer esse conceito e três etapas: Entenda que dinheiro não é matemática e sim psicologia – o grande problema da maioria das pessoas é que para economizar dinheiro e fazê-lo sobrar em vez de faltar, recorrem às tão temidas planilhas e começam a anotar tudo. Não que isso não seja importante, mas seria como se para emagrecer você começasse a anotar tudo que come em vez de entender por que você come o que come e na quantidade que come.

semanalmente (eu não disse mensalmente hein) essa substituição e aos poucos seu cérebro começa a liberar dopamina exatamente quando você poupa e não quando você gasta. Invertendo todo o resto daí para frente! De forma simplificada, entenda os perfis comportamentais e descubra qual é o seu – O autoconhecimento é a melhor ferramenta para conseguir criar regras e alcançar seus objetivos. Quando você tenta se enganar o único prejudicado é você mesmo. Temos quatro perfis principais quando falamos de dinheiro. O medroso – Aquele que poupa sempre, de forma até mesquinha, com medo de tudo e de todos. Acumula patrimônio, e muito, na maioria das vezes sem desfrutar de quase nada que foi construído. O descontrolado – Gasta como se não houvesse o amanhã. As dívidas aumentam de forma desregrada, pega dinheiro com agiota, familiares, não paga ninguém e normalmente sua vida se resume à míngua por todo esse descontrole

Vamos para alguns conceitos de psicologia. Gastar dinheiro ativa uma região do cérebro que se chama tegmental ventral, responsável pela liberação da dopamina, substância responsável pela sensação de prazer. Essa mesma substância é liberada ao comer chocolate, por exemplo. Ela percorre o cérebro até uma região chamada córtex pré-frontal, que é a parte racional do cérebro responsável por te dar o sentimento de saciedade (não seria legal comer chocolate até passar mal, certo?). Então, você começa a comer chocolate outras vezes, pois você quer sentir aquela felicidade que sentiu antes. Mas a parte racional do cérebro já entende as consequências negativas que aquilo pode trazer e te manda mensagem para não comer mais, gerando aquele famoso conflito de “eu quero muito, sei que não devo, mas só um pouco não faz mal, só hoje, etc”. Essa é a briga da parte responsável pela emoção gerada com a razão do fato.

O controlado sem planejamento – Aquela pessoa que entra mês e sai mês e sempre tem a mesma coisa na conta, nunca aumenta e nunca diminui. Ou a pessoa que está sempre devendo, mas consegue manter a dívida sempre no mesmo patamar. Um mês deve um pouco mais, outro um pouco menos, mas está sempre muito próximo de um valor médio. Pagando os altos juros de banco, esse é um controle mais difícil do que se planejar.

A mesma coisa acontece quando você gasta dinheiro. O prazer de gastar dinheiro toma conta e, logo na sequência, a parte racional do cérebro te manda mensagem dizendo que você não deveria ter feito aquilo, gerando um sentimento de culpa. Em resumo, quando você entende que você ativa quimicamente uma sensação de prazer ao gastar dinheiro, você começa a entender por onde deve começar a se trabalhar para conseguir fazer a virada de chave mental para poupar e acumular patrimônio.

É muito comum pensarmos no zero como sendo o próprio numeral “zero”. E podemos fazer alguns ajustes mentais nesse caso quando tratamos de dinheiro. Se você deve sempre R$ 5 mil, por exemplo, pagando juros para o banco, às vezes essa dívida aumenta um pouco, às vezes diminui. Você já internalizou que seu zero é R$ 5 mil reais, e isso vai te atrapalhar a sair disso. Traga um novo zero mental para – R$ 2 mil, por exemplo, e aos poucos você verá sua dívida diminuindo.

Substitua o chocolate por uma tâmara ou outra fruta. Quantas pessoas já escutaram orientações como essa para conseguir reduzir o consumo de chocolate ou de doces. E está correto, você precisa ensinar seu cérebro que existem outras coisas que também podem te dar prazer. E a melhor substituição para o gastar seria ensinar ao cérebro o prazer em poupar. E para isso, cada um vai achar a fruta que mais gosta para fazer a substituição, não existe regra. Você vai achar o “porquê” e o “como” poupar te traz felicidade. A partir daí, é acompanhar

O controlado com planejamento – Aquele que já entendeu que ele consegue se organizar e começa a montar um planejamento. O mesmo perfil anterior, mas que ao se conhecer um pouco mais, percebe que com pouca organização já fica possível começar a acumular dinheiro.

Defina seu novo “zero”

Quando essa meta for alcançada, você aumenta novamente o valor e, assim sucessivamente, até alcançar o montante de dinheiro que está buscando. Muitas pessoas, mesmo que não devam, têm sempre o mesmo valor em conta, por exemplo, R$ 50 mil. E não tem nada que faça essa quantia aumentar. De novo, a lógica é a mesma da anterior, o “zero” em questão aqui são esses cinquenta mil reais que precisam ser reajustados mentalmente para sessenta mil reais por exemplo e aos poucos ir sendo ajustado para cima à medida que as metas forem sendo alcançadas. 75


D i s r u p ç ã o

A ARTE DE SERVIR João Paulo Todde, CEO e fundador do Grupo TODDE, fala sobre a rotina, trajetória e vida à frente de seu escritório de advocacia de Brasília Por Eric Zambon Fotos Vanessa Castro

Advocacia é servir, não ser servido. O fundador e CEO da TODDE Advogados, João Paulo Todde, lembra-se dessa frase todos os dias ao acordar, colocar o terno e se preparar para mais um dia de labuta. Quando está em Brasília – sua atuação lhe rende muitas viagens –, gosta de acordar antes das 5h, preparar o café da manhã para esposa e filhos e ter um agradável momento em família na varanda de casa. É a recarga de energias e a motivação perfeita para encarar o que quer que sua rotina demande dali para frente, seja um almoço de negócios, um caso espinhoso ou uma ida ao aeroporto. Todde define sua família como pedra fundamental de sua trajetória e a motivação para perseguir a evolução profissional. Sua mãe, uma ex-funcionária pública, criou o advogado e seus três irmãos com bastante luta, especialmente depois de o marido falecer. Foi ela a catalisadora para Todde ingressar no Direito, com o discurso de que ele precisava cursar algo que lhe abrisse portas na vida. “Eu era um idealista que queria fazer paleontologia ou arqueologia, mas minha mãe me compeliu a ser advogado, porque não queria que eu tivesse dificuldades financeiras. Quando decidi seguir a vontade dela, mantive esse pensamento e fui pesquisar as áreas mais rentáveis e de menor trauma emocional. Foi quando optei me especializar no direito tributário. Eu era determinado a ser o melhor da área, a estar no panteão dos maiores tributaristas. E tenho marcos que comprovam que minhas metas foram alcançadas”, revela, sincero. E, em 15 anos de atuação, o advogado pode se dar ao luxo de ostentar algumas grandes conquistas. A TODDE Advogados foi pioneira na compra de vacinas contra Covid durante a pandemia. A firma também se tornou notória por ter atuado na primeira importação oficial de canabidiol ao Brasil, destinada a uma criança que sofria mais de setenta ataques epiléticos ao dia. Ela ainda ajudou no reconhecimento da primeira união estável de casal homoafetivo no País. O escritório foi o primeiro a desenvolver uma recuperação estruturada tributária de uma empresa pública federal, a Dataprev, com o diferencial de aplicar uma metodologia

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especial desenvolvida no doutorado de Todde. “Isso alçou minha atuação e reconhecimento profissional em nível nacional e internacional, gerando uma comenda de melhor fornecedor tributário de 2014 e recuperando mais de R$ 1 bilhão”, orgulha-se. Em 2021, ainda foi indicado a cônsul honorário da República Dominicana e é atual presidente da Câmara de Comércio Brasil-República Dominicana, da qual também é fundador. Com tantos bons exemplos, porém, um nunca sai de sua cabeça: justamente seu primeiro caso. Todde conta que o cliente era um empresário que já havia sido muito próspero, porém não vivia seus melhores dias e, pior, fora acusado de sonegação fiscal e fraude. Foram horas, dias, semanas de escrutínio minucioso em calhamaços de documentos e planilhas até o advogado chegar a uma conclusão agridoce: a pessoa que defendia não era criminosa, apenas havia gerido mal seus negócios. “Com esse


caso, aprendi habilidades como negociação, firmeza nos posicionamentos e oralidade”, diz. Além da lição valiosa, o sucesso em inocentar seu cliente das acusações lhe rendeu indicação para o caso seguinte, que catapultou de vez sua carreira, por envolver um grande banco privado que operava no País.

Para dentro de si Os títulos acadêmicos – Todde é PhD, professor de Direito, tem seis especializações, dois doutorados, um pós-doutorado e 18 títulos honorários, incluindo três de grau Comendador e três de Acadêmico Imortal – e os méritos no trabalho, todavia, são apenas algumas das facetas da vida do advogado, que se diverte ao analisar o impacto da sua especialidade na sociedade. Para ele, o Direito Tributário não é para todos. Não que não seja importante, mas porque, mesmo em sua forma mais básica, mostra-se como uma arte complexa e, por vezes, burocrática demais para um leigo. “É uma estrutura perniciosa”, define. Assim, essa parte deve ser destinada a um contador ou qualquer outro tipo de especialista e estudioso do assunto. João Paulo Todde com a mulher, Maria Fernanda, e os filhos Noah, Zeus e Luna

Para Todde, é importante o cidadão ser livre e exercer conhecimentos na filosofia, retórica e saber a base da Constituição Federal. Esse tripé, ele defende, tem capacidade de transformar a vida das pessoas e seus entendimentos sobre o dia a dia. “E como isso se relaciona ao Direito?”, alguém pode perguntar. De jeito nenhum, mas também de todas as formas. O empresário aponta que o Todde idealista e sonhador do início de sua carreira, há 15 anos, era também um cético em vários aspectos. O hoje CEO da TODDE Advogados admite que perdeu a ingenuidade, mas garante que o amadurecimento o fez ter mais fé nas pessoas, no que ele chama de “verdadeira face do ser humano”. “Causa após causa, eu comecei a ter uma percepção que não tinha antes: a maioria das pessoas são boas e querem o que é bom, justo e valioso”, defende. De certa maneira, é isso o que o contrato social do grande filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) defendia sobre a essência do homem e, dentre outras razões, é por isso que essa libertação da alma e do conhecimento são coisas caras a Todde. A advocacia não existe por si só e nem está desprendida das outras artes. Ela se retroalimenta delas. Tanta elucubração pode passar impressão de que ele é uma pessoa centrada demais no próprio mundo. Mas, mesmo ficando longos períodos longe de casa, de sua Maria Fernanda e de seus filhos, Todde prefere quando as coisas não orbitam somente ao redor dele. Ao ser perguntado sobre uma viagem dos sonhos, não titubeou: “Viajar com a minha família é sempre um sonho”, conclui. @toddeadv www.toddeadvogados.com.br

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Fotos Rayra Paiva

E s p e c i a l i s t a

O cirurgião dentista Cristiano Caetano se destaca no universo de implantodontia, e atua como profissional que auxilia no bem-estar de pacientes, que buscam um sorriso perfeito

ODONTOLOGIA DE BRASÍLIA EM BOAS MÃOS Ter um sorriso impecável é, sem dúvida, um artigo desejado, mas não precisa ser inacessível. Essa é a proposta inovadora da Implanto, a prestigiada clínica de implantes orais do Cristiano Caetano, em sociedade com os excelentes Enio Bicudo, Ricardo Vilela e Letícia Martini. Celebrando duas décadas de sucesso em 2024, Cristiano Caetano não é apenas uma referência na capital brasileira, mas também em todo o País. Nascido em Brasília, Cristiano Caetano iniciou sua jornada na implantodontia após concluir sua especialização em São Paulo, nos anos de 1997 e 1998. Desde então, ele tem desempenhado um papel crucial na evolução dessa prática, acompanhando de perto as mudanças desde os seus primórdios até os dias atuais. Ao retornar a Brasília em 2000, o cirurgião dentista trouxe consigo não apenas o conhecimento adquirido na capital paulista, mas também uma paixão por sua área de atuação. Organizando cursos de atualização na Associação Brasileira 78

de Odontologia de Taguatinga (ABO de Taguatinga), ele se tornou uma figura respeitada, consolidando seu nome como um dos principais cirurgiões da capital. Com os cursos de cirurgia avançada em implantodontia e enxertos ósseos que ministrou e como professor de especialização na área, Cristiano Caetano construiu sua reputação ao longo de muitos anos. Ele destaca sua parceria com as grandes empresas da Implantodontia mundial. “A Implanto é uma referência nesse sentido, proporcionando odontologia de qualidade, segura e confiável. Faço questão de utilizar materiais de alta qualidade e procedência, alinhados com minha abordagem profissional”, destaca. A clínica, que celebra duas décadas em julho de 2024, está se preparando para uma comemoração à altura desse marco. “Faremos de 2024 um ano ainda mais especial para a Implanto e para Brasília junto com nossos queridos pacientes, comemorando nossos vinte anos”, contou Cristiano Caetano, que tem 26 anos de experiência na área de implantes orais. Com uma equipe de excelência e uma agenda concorrida, a Implanto destaca-se não apenas pelo profissionalismo de Cristiano Caetano, mas também pelo ambiente acolhedor e agradável que oferece aos seus pacientes. Além disso, a clínica está sempre pronta para esclarecer dúvidas, proporcionando uma experiência completa e confiável aos seus clientes. @implantodontologia www.implanto.com.br (61) 98405-8872 | (61) 3245-1122



I n ova ç ã o

Bard, workspace, maps são ferramentas de inteligência artificial generativas disponíveis no Google. Tecnologias que permitem acessibilidade participativa, propondo uma transformação do futuro do cotidiano

Por Pedro Reis

“A Inteligência Artificial é uma das revoluções mais relevantes dos nossos tempos”. Essas são palavras de Leonardo Longo, diretor de Marketing de Produto do Google para a América Latina. Palavras ditas durante a sua participação no Iguatemi Talks Fashion 2023. Com olhar retrospectivo sobre os 25 anos do Google, Longo destacou a evolução da empresa desde a era da internet até os dispositivos móveis. Agora, ele enfatiza que a IA é a terceira onda dessa jornada tecnológica e reforça a presença constante nos produtos da empresa ao longo dos últimos sete anos. Desde a escrita inteligente no Google Docs até as funcionalidades do Waze e Google Maps. Focado na Inteligência Artificial generativa, Longo apresentou o Bard, uma ferramenta experimental que permite colaborar na criação de textos, desde planejar uma viagem até auxiliar no brainstorming, já disponível em português e em outras quarenta línguas. Bem como o Workspace, que agiliza desde a organização de planilhas até a criação visual de apresentações. Para quem não está familiarizado, o Bard é uma ferramenta semelhante ao já muito conhecido Chat GPT, ou seja, ele pode auxiliar nas mais diversas tarefas, como ajudar 80

Foto: Divulgação

UM CAMINHO SEM VOLTA na criação de textos, revisar ortografia ou realizar qualquer tarefa que envolva comunicação escrita. Softwares do tipo já são realidade no dia a dia de diversas profissões e a tendência é de que essa influência apenas aumente. Já o Workspace é um aglomerado de programas e funcionalidades disponíveis principalmente para empresas. Assim como o Bard é muito comparado ao Chat GPT, é possível fazer uma relação entre o Microsoft 365, detentor do Word, PowerPoint e Excel, e a plataforma do Google, que busca otimizar a produtividade, com a possibilidade de domínios próprios dos empreendimentos. No universo da busca, Longo antecipou uma experiência radicalmente diferente, em que a IA entra em cena para aprimorar as pesquisas, entender comandos mais naturais e até simular experiências visuais, como prever o clima em uma rota no Maps. E, inspirado no livro Inteligência Artificial 2041, de Kay Fully, ele instiga todos a explorar as possibilidades futuras da IA de forma acessível e participativa. “Utilizar a Inteligência Artificial dentro dos nossos produtos não é algo de hoje. Temos feito abordagens ousadas, porém muito responsáveis”, conclui, reforçando o convite a cada um para participar ativamente da revolução que moldará o futuro do cotidiano. @leolongo


O MELHOR DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA MONTESSORI PROGRAMA BILÍNGUE EM PARCERIA COM A CASA THOMAS JEFFERSON “Fazer Thomas” é participar de uma experiência singular que tem marcado gerações e aqui, na Escola Maria Montessori, nossos estudantes contam com a excelência e praticidade de estudar a língua inglesa com professores da Casa Thomas Jefferson, sem precisar sair da escola.

Confira as novidades para 2024! Educação Infantil (2 e 3 anos) 100 minutos de aulas semanais Educação Infantil (4 e 5 anos) 150 minutos de aulas semanais Ensino Fundamental 1 e 2 200 minutos de aulas semanais Montessori Integral 150 ou 250 minutos de aulas semanais complementares às aulas curriculares

DO MATERNAL AO 8º ANO

Material exclusivo da Thomas com Metodologia CLIL Seguindo a abordagem metodológica que se propõe a ensinar uma disciplina através de uma segunda língua, para progredir não apenas em determinada matéria, mas também no idioma, a partir de 2024, o material didático da língua inglesa será exclusivo da Casa Thomas Jefferson. Os benefícios do CLIL - Content and Language Integrated Learning são muitos, incluindo o aumento da motivação em aprender, conscientização cultural, internacionalização, competência linguística e preparação para o estudo e vida.

O Thomas Bilíngue for Schools Criamos uma experiência na língua alvo, para que os alunos aprendam de maneira natural. Propomos carga horária estendida em língua adicional utilizando uma metodologia presente nas mais modernas propostas de educação bilíngue relacionado à aquisição de um idioma mediante práticas escolares e do cotidiano. A proposta deste programa é diferente do que é normalmente oferecido em escolas de idioma, onde o ensino-aprendizado é focado essencialmente no ensino da segunda língua.

MATRÍCULAS ABERTAS

(61) 3346-2733 81


Jo r n a d a

Rodrigo Lima com a mulher, Vivian, e a filha Luísa

A CIÊNCIA DA VIDA Por Theodora Zaccara Fotos Vanessa Castro

Quando ainda jovem, Rodrigo Lima não tinha muitas certezas no bolso: carregava consigo apenas três. O estudo — bússola inoxidável que dá o norte da vida — era prioridade indiscutível dentro de casa; o sacrifício dos pais o ensinou sobre os milagres operados por meio da família; e, por fim, a vontade de ajudar o mundo para ganhá-lo. “Ou você nasce com muitos patrimônios e todas as condições, ou você se agarra a algo e constrói a partir disso. A única coisa que eu tinha para agarrar eram os estudos”, relembra. A origem humilde o moldou: em casa, chegava a não ter comida suficiente na mesa. “Faltava leite, não tínhamos televisão. Quando minha mãe queria assistir à novela, 82

Muito além do bisturi: conheça a trajetória de Rodrigo Lima, um dos mais respeitados médicos ortopédicos do Brasil. Da infância pobre ao púlpito de congressos internacionais. Atualmente, o homem que dialoga com robôs e salva vidas

corríamos para a casa vizinha”. Hoje, muito chão separa esse menino do homem engravatado com o nome na porta: “Dr. Rodrigo Lima, Cirurgião Ortopédico”. Especialista em cirurgias robóticas da coluna, foi pioneiro em importar o conceito de procedimentos cervicais, dorsais e lombares minimamente invasivos para a capital federal. Mas não deixe o cargo e as condenações iludirem. O caminho até o estetoscópio foi tudo — menos reto. O suor e a perseverança ficaram marcados nas carteiras do ensino público, cuja atenção Rodrigo dividia com o curso de Eletrotécnica. “Na minha cabeça eu seria Engenheiro Elétrico, já estava certo”, revela. “As oportunidades começaram a aparecer. Bons empregos, remunerações atraentes,


mas eu não era feliz. Eu não sabia aonde eu queria chegar, mas sabia que não era ali”. E como um estalo rápido que alivia as juntas dos dedos… Medicina. Estava impresso na cabeça de Rodrigo: ele seria médico. Explicar para a família foi nada fácil — afinal, trocar a proposta de um salário fixo pela incerteza de um sonho não parecia uma ideia lúcida. “Eu não tinha nenhum médico na família. Estava correndo às cegas”. Ainda assim, conquistou apoio e mergulhou de cabeça. Entrou no cursinho com a ajuda dos pais, e de aluno, tornou-se maratonista: eram dez, doze, dezessete horas de jornada atrás dos livros. Todos os dias durante um ano. “Enquanto meus amigos estavam saindo e se divertindo, eu me dedicava. O mundo pausou para mim”. Aplicou em Brasília, Goiânia… abriu os horizontes. Decepções foram uma ou outra, aqui e ali, mas passou com êxito em todas as provas. “Escolhi cursar a Escola Superior de Ciências da Saúde, e fui sentindo ao longo dos anos com o que queria me especializar”, conta, lembrando muito ter considerado a área da Cardiologia. “No quinto ano, aprendi que a ortopedia é uma arte, a arte da reconstrução”. E, assim, um quase engenheiro encontrou sua obra preferida: o corpo humano.

ouvir, o sentir, o atender ao paciente”, afirma. Esse é um dos muitos atrativos que tornam o Centro de Tecnologia e Cirurgia de Coluna do Grupo Santa o mais avançado da América Latina. “Somos uma referência”.

A descoberta de um novo fascínio foi seguida de muita pesquisa. Após a residência no Hospital de Base do Distrito Federal, Lima cruzou Brasil e mundo em busca de aprender sob o crivo dos respeitados profissionais, familiarizando-se com técnicas inovadoras e tratamentos revolucionários. “Me apaixonei pela cirurgia de coluna e pela vertente da cirurgia robótica”. Descobria, aí, um novo mundo, onde a medicina podia ter cara de gente, mas mãos de robô.

A morte do pai veio como um baque grande. Numa manhã em 2011, recebeu a ligação do acidente sem credo. “Esses caminhos podem te derrubar ou te elevar, e eu senti que precisava honrar tudo aquilo pelo qual ele lutou”, emociona-se. “Senti que precisava seguir meu sonho por ele”. Com gratidão e uma sensação de “dever a ser cumprido”, Rodrigo transformou a dor da perda no combustível para o crescimento.

De Los Angeles, na Califórnia, trouxe um dos mais modernos equipamentos disponíveis no mercado: o Cirq, da BrainLab, uma ferramenta totalmente automatizada que mapeia, domina e imobiliza a anatomia, permitindo assim que a equipe médica alcance precisão cirúrgica que antes era restrita aos filmes de ficção científica.

“Passar por dificuldades como essas não é o que me torna um médico melhor, mas é o que me faz entender de dor”, crava. “Tento passar para meus alunos e pupilos a importância de um atendimento humanizado, da empatia e do zelo. Você não está operando uma vértebra, você está operando uma pessoa”. De aluno a engenheiro. De cirurgião a artista.

“Eu acredito em tratar o paciente, não a doença. A cirurgia robótica agrega muita precisão ao processo, garantindo um resultado mais exato e um tempo de recuperação mais curto. Ainda assim, ela não exclui o contato humano, o

@dr.rodrigo_lima www.ortosul.com.br

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D i ve r s ã o

Com inspiração nas antigas drogarias alemãs da década de 1950, sabores icônicos não em copos, mas em garrafas. Marcondes Júnior é o responsável por trazer a novidade à capital federal, que oferece drinks com toda a experiência sensorial

APTK SPIRITS: UM SHOT DE SOFISTICAÇÃO Por Caio Barbieri Fotos Rayra Paiva

Quem nunca sonhou em degustar em casa seu drink preferido? Mas seguir receitas elaboradas por mixologistas experientes nem sempre é fácil e a busca por excelentes drinks é uma preocupação. A nova sensação que desembarcou em Brasília promete revolucionar essa experiência: a APTK Spirits. 84

Essa nova concepção de drinks chega para agitar o cenário, trazendo uma proposta inovadora que já conquistou corações em São Paulo e no Rio de Janeiro. A franquia, que já se tornou queridinha nos grandes hotéis paulistas, agora está presente no ParkShopping, oferecendo uma gama variada de opções, desde clássicos como FitzGerald, Negroni, Cosmopolitan e Moscow Mule até outras criações únicas.


O diferencial da APTK Spirits está na entrega desses sabores icônicos, não em copos, mas sim em garrafas. O empresário Marcondes Júnior é o responsável por trazer essa novidade à capital federal, que oferece não apenas drinks de alta qualidade, mas toda uma experiência sensorial engarrafada e pronta para ser desfrutada. A marca de São Paulo, nascida em 2021, é fruto da mente criativa de Ale D’Agostino, renomado proprietário do Apothek, um dos bares mais prestigiados da metrópole paulistana desde 2017. A inspiração para a APTK Spirits remonta às antigas drogarias alemãs da década de 1950, onde remédios eram comercializados em garrafas, daí a referência ao termo “farmácia (APTK)” no idioma alemão. A APTK Spirits não oferece apenas as garrafas prontas. A loja disponibiliza uma variedade de kits para aprimorar ainda mais a experiência, além de oferecer garrafas avulsas para os entusiastas que desejam criar sua própria coleção. Para os apreciadores mais exigentes, a franquia até disponibiliza gelo de alta qualidade, projetado para derreter em até três horas. A grande novidade, porém, são os kits premium personalizados. Marcondes Júnior destaca que são produtos extremamente exclusivos, montados com esmero e todo o cuidado para um público que valoriza o mais alto nível de qualidade e sofisticação. “São maletas especiais, um produto bem exclusivo, com pouquíssimas unidades disponíveis e cuidadosamente montadas por nossa equipe. São presentes muito personalizados e destinados a quem realmente aprecia as bebidas de altíssimo nível”, explica.

Os kits são verdadeiras obras-primas, como no caso dos amantes de uísque, que desfrutarão de uma maleta composta por uma garrafa de Old Fashioned, composto por bíter, açúcar triturado, além de acompanhamentos como charutos, cantil, acessórios e até playlist exclusiva para harmonizar com a bebida. E para aqueles que preferem o Negroni ou o Gin, as opções são igualmente encantadoras, oferecendo desde dosadores a especiarias e taças especiais para aprimorar a experiência. Seja para um jantar íntimo ou uma reunião animada, a APTK Spirits surge como a resposta para quem busca qualidade, praticidade e uma experiência sensorial marcante na arte dos drinks, sem depender de terceiros. @eusoumarcondesjunior

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P l a n e t a

ECO-LÓGICO: O VERDE QUE SUSTENTA O MUNDO Desacelerar o aquecimento global, combater o desperdício e reprimir a fome. BIG BOX se une a players desse mercado sustentável e cria um ecossistema inteligente de políticas eficazes em consciência social e ambiental Por Theodora Zaccara

“Até você ter cavado um buraco, plantado uma árvore, regado-a e ajudado-a a sobreviver, você não fez nada”. Fundadora do Green Belt Movement, Wangari Maathai foi uma das principais ativistas ambientais do Quênia, primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz. Sua passagem em 2011 foi breve, mas deixou uma valiosa lição: o mundo é direito de todos, e dever de cada um.

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Com alto foco em práticas e políticas sustentáveis, o BIG BOX recebe esse encargo e assina embaixo. “O grupo BIG BOX e ULTRABOX tem a sustentabilidade como pilar estratégico. Focamos em ações de consciência ambiental, social, animal e energética”, afirma o diretor de sustentabilidade Pedro Issa Helou. É o mote da empresa. Em 2021, os efeitos da pandemia deixaram uma mensagem clara: “precisamos agir”. De pronto, a rede de supermercados e atacados se uniu à entidade Lux Tree, especializada em gestão de resíduos, e à companhia alimentícia Cerrado Orgânico para promover uma iniciativa de economia circular. Quando as frutas, verduras e legumes não estão mais aptos para consumo, eles ganham nova vida a partir do processo de compostagem, servindo de fertilizante para os novos produtos orgânicos que irão ocupar as gôndolas do BIG BOX.


Uma jornada 360 que já faz parte do cotidiano de mais de dois mil colaboradores treinados em Economia Circular. “Nós iniciamos essa parceria em função da necessidade que temos de encontrar um composto orgânico de qualidade para adubar nossos canteiros de vegetais e hortaliças”, declara Renata Rebouças, sócia-proprietária da Cerrado Orgânico. “Posteriormente, realizamos a colheita, a seleção e fornecemos novamente ao BIG BOX o resultado desse muito bem-sucedido plantio, que tem ampla qualidade e alto valor agregado. Devolvemos ao consumidor um produto sustentável”.

“Hoje oferecemos uma separação completa, do que pode ser reaproveitado e do que deve ser completamente descartado. Mensalmente, são mais de quinhentas toneladas de material. Separamos cada um e encaminhamos para o destino correto os materiais nos nossos pontos e a destinação correta também”, afirma o diretor de sustentabilidade do grupo. Além de perecíveis nutricionais, o projeto contempla ainda as sobras de plástico, papelão, vidro e alumínio. Separando cada material individualmente, redirecionando-os para a indústria de fabricação de embalagens e reciclando, assim, em torno de 46% de todos os seus resíduos são reciclados. “Temos a meta de atingir o Certificado Lixo Zero, em que apenas 10% ou menos de todos os resíduos vão para o aterro sanitário”, enfatiza Pedro.

Fotos: Filipe Cardoso

Existe também um outro projeto com os itens do hortifruti que não foram vendidos e que estão aptos para o consumo. Funciona da seguinte forma: todas as frutas, verduras e legumes que por ventura não chegam às sacolas dos clientes, são direcionadas para doação, contemplando programas como o Mesa Brasil do SESC-DF, dentre outras mais de cinquenta organizações cadastradas.

solução que diminui o descarte, como é também uma opção prática para organização de finanças, facilitando trocas, devoluções e garantias”.

Cupom Verde

O uso de energia limpa, de fonte elétrica e renovável, também é da mais alta importância para a rede BIG BOX. Ela representa 98% do uso total de energia da corporação, que já possui selo de nível prata pela consultora de energia Prime Energy.

Outra ação que o grupo BIG BOX e ULTRABOX adotou e que gerou grandes impactos ambientais e sociais foi a implementação do chamado Cupom Verde, um registro digital que substitui a nota fiscal física, impressa em papel térmico. Além de consumir aproximadamente 397 mil árvores anualmente, a composição química desse material inclui o Bisfenol A (BPA), uma substância tóxica que não permite que o papel seja posteriormente reciclado.

“O impacto é imenso. Queremos desacelerar o aquecimento global, queremos reduzir a quantidade de metano na atmosfera, queremos combater o desperdício e queremos reprimir a fome”, enfatiza Helou. Com sistemas inteligentes e profissionais determinados, é possível moldar um mundo com menos problemas e mais soluções, menos preocupações e mais presentes.

Desde sua criação, o projeto já salvou mais de 150 mil árvores, economizou dez milhões de litros de água, deixou de liberar quase 15 mil quilos de CO2 na atmosfera, e economizou cerca de dois mil litros de petróleo. “O processo é super simples. Para ter acesso ao seu documento fiscal, basta se cadastrar no aplicativo do Cupom Verde ou acessar o QR Code emitido na hora”, explica Gabriel Junqueira, fundador da iniciativa. “Não apenas essa é uma

“Nossa meta é ser a principal empresa supermercadista na área da sustentabilidade. Dentro dos próximos cinco anos certificaremos 100% das nossas lojas com o selo Lixo Zero, indicando que apenas 10% dos resíduos produzidos são levados para aterros sanitários”, conclui o diretor de sustentabilidade Pedro Helou. @bigboxsupermercados www.bigbox.com.br

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E m p r e e n d i m e n t o

QUADRA 500 SUDOESTE Por Pedro Reis

O Setor Sudoeste, marcado por um boom imobiliário há mais de três décadas, solidificou-se como um dos principais bairros residenciais de Brasília, oferecendo diversidade comercial e serviços de alta qualidade. Recentemente, a Quadra 500, uma nova adição à área tombada do Distrito Federal, trouxe um olhar renovado para essa localidade, destacando-se como um reflexo do sucesso e das conquistas daqueles que escolhem chamar esse lugar de lar. Os primeiros empreendimentos começam a ser entregues em 2024. Idealizada pelo saudoso urbanista Paulo Zimbres, a Quadra 500 vai além de um endereço; é uma proposta singular que integra serviços, comércio e lazer, criando um ambiente sustentável e urbanizado que supera as expectativas. A localização estratégica, a poucos passos dos principais pontos do Plano Piloto, destaca a Quadra 500 como um verdadeiro hub urbano. O aguardado empreendimento Parque Alvorada, da Base Incorporações e Super Quadra, está prestes a ser inaugurado, representando o primeiro capítulo dessa nova quadra.

Expressão máxima de elegância e funcionalidade, o Parque Alvorada oferece unidades de quatro quartos e penthouses, combinando luxo com as exigências de uma vida moderna. São unidades de quatro quartos de 230 a 244m², ou coberturas de 598m². O empreendimento promete atender às necessidades de diversas famílias, combinando o luxo dos metros quadrados mais desejados da capital com a elegância e funcionalidade essenciais para uma vida moderna. Em suas plantas, um DNA de casa, com grandes vãos, ambientes muito confortáveis, esquadrias, piso e teto que ampliam, acolhem e integram o espaço interior. A SQSW 500 será circundada por um cinturão verde, com ciclovias e passeios em pisos drenantes. Tudo isso ao longo de uma atmosfera de árvores frutíferas. A região se destaca ainda mais como um centro urbano ao oferecer ampla cobertura de pontos de acesso Wi-Fi e um novo patamar de segurança com uma central de monitoramento e 158 câmeras posicionadas estrategicamente.

Empreendimento da Base Incorporações e Super Quadra traz à Quadra 500, no Sudoeste, o que há de mais novo e tecnológico no universo imobiliário e mostra que o luxo pode estar nos detalhes

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Foto: Vanessa Castro

A Base Incorporações e a Super Quadra já têm outros empreendimentos na quadra: Parque Cidade, Parque Planalto, Parque Itamaraty, Parque Esplanada e Parque Monumental. Não apenas constroem imóveis, mas experiências de vida, desafiando padrões e promovendo a inovação. Nesse legado, a Quadra 500 é um cenário onde o compromisso com a qualidade e a busca pela excelência se traduzem em residências que oferecem conforto e sofisticação sem igual.

Foto: Rayra Paiva

A busca pela diferenciação é a marca registrada da Base Incorporações e da Super Quadra. Desde a escolha estratégica dos terrenos até o atendimento ao cliente, cada etapa é cuidadosamente planejada. A parceira se destaca por priorizar a qualidade em todos os aspectos, garantindo em seus empreendimentos não apenas um imóvel, mas um patrimônio de valor inestimável. A Quadra 500 é um dos palcos dessa história, onde a Base Incorporações e a Super Quadra convidam você a vivenciar o melhor em termos de conforto e sofisticação. Pensar diferente é o legado, e esse pensamento se traduz em empreendimentos que vão além da construção civil, proporcionando experiências únicas de vida. @baseincorporacoes

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Fotos: Divulgação

A m a z ô n i a

Inovação e sustentabilidade são pautas da Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (FesPIM), evento que passou pela capital e destacou o reconhecimento da Zona Franca e do Polo Industrial para a preservação da floresta

UM PEDAÇO DE MANAUS EM BRASÍLIA Fotos: Rayra Paiva

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Pegada ambiental no auditório e estandes A Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (FesPIM) não apenas discutiu a importância da Zona Franca. O auditório usado nos debates e na abertura da mostra foi decorado com cadeiras feitas de papelão reciclado. O evento também usou a preservação ambiental para decorar o espaço, graças ao trabalho do arquiteto Sérgio Santos, que usa apenas materiais sustentáveis.

O Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no coração de Brasília, virou um pedaço da capital amazonense durante alguns dias de novembro. O local foi sede da Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (FesPIM), apresentando ao Brasil o que há de melhor produzido na Zona Franca. O parque industrial é um dos grandes responsáveis pela preservação da Amazônia, por concentrar a produção em um único espaço, preservando a floresta. A cerimônia de abertura contou com representantes dos governos federal e do DF e com integrantes do Congresso Nacional, entre eles o senador Omar Aziz (PSD-AM), um dos maiores responsáveis por trazer a FesPIM para Brasília. Ao lado dele, destacavam-se o superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o ex-deputado federal João Bosco Saraiva, e os ex-governadores do DF Paulo Octávio e Maria de Lourdes Abadia. Em seu discurso, Aziz, que já foi governador do Amazonas, ressaltou que a preservação da Floresta Amazônica deve-se ao Polo Industrial de Manaus e, claro, ao povo amazonense. “Quem preservou a Amazônia foi a Zona Franca e o povo amazonense”, ressaltou. Já o ex-governador Paulo Octávio relembrou a importância da floresta e do Polo Industrial de Manaus para o Brasil. “Quando olhamos para o mapa do Brasil, é impossível vê-lo sem a Amazônia. Hoje, temos condições de buscar os mais diversos investimentos no mundo. E a manutenção da Zona Franca de Manaus e todas as empresas que lá se instalam são fundamentais”, finalizou. A FesPIM também teve mesas redondas de discussões integradas por especialistas em Amazônia sobre o futuro da floresta e da zona industrial, com destaques para as participações do superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), João Bosco Saraiva; do economista-sênior do Banco Mundial, Etienne Kechichian; de Alfredo Kingo Oyama Homma, engenheiro agrônomo e Doutor em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa; e de Antônio de Lima Mesquita, doutor em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia e biólogo por formação.

Ele conta que o material é fruto de descartes feitos pela própria Zona Franca de Manaus, além de madeiras retiradas dos postes de energia elétrica e barcos que estavam no fundo do rio. Amazonense de nascimento, ele também projetou toda a estrutura do festival, com o objetivo de trazer a Brasília as belezas amazonenses e mostrar que a sustentabilidade está no sangue e deve ser levada à risca em todas as áreas da Zona Franca de Manaus — até mesmo na criativa. “Foi uma satisfação muito grande poder mostrar meu trabalho de arquiteto amazônico aqui em Brasília. Estou trazendo para a capital uma arquitetura sustentável com uma visão amazônica. Os materiais da feira são de madeiras de reuso de barcos que já não navegam nos rios da Amazônia, madeiras de paletes reutilizados das fábricas do Polo Industrial de Manaus e papelão recicláveis das embalagens do Polo Industrial de Manaus, transformados em mesas e cadeiras para o auditório de palestras do festival”, conta Sérgio. Sérgio trabalha com materiais recicláveis há mais de 15 anos, com destaque para o reaproveitamento dos barcos naufragados ou já desmontados. Ele sempre focou na arquitetura sustentável, tanto nas obras em que participa nas pequenas comunidades da região, quanto nas maiores. “Sou amazonense e venho de uma família muito ligada aos ribeirinhos. Sempre naveguei muito pela minha região, e essa é a maior influência para meus projetos e partido arquitetônico que escolhi para minha carreira”, ressalta. Ligado à floresta, a sustentabilidade que o arquiteto pratica é sua contribuição para o Meio Ambiente. Como profissional do Norte do País e diante de tantas catástrofes ocasionadas pelo desmatamento, o desejo de Sérgio é que “mais profissionais seguissem uma linha sustentável”. Com foco em desenvolvimento econômico e social, a Zona Franca de Manaus, para Sérgio, é a grande protetora da Amazônia. Por concentrar a parte industrial em Manaus, ela permite que a floresta seja preservada. Uma das sugestões dele para o desenvolvimento da região é o estímulo ao ecoturismo. “É necessário que sejam criadas mais matrizes sustentáveis de renda na região amazônica. Turismo, bioeconomia são alguns dos caminhos que podemos percorr a fim de atingir esses objetivos”, sugere. www.fespim.com.br

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A Audi do Brasil anuncia o lançamento oficial do e-tron GT no País. Com design marcante e motor potente, o veículo tem performance de alta eficiência e longo alcance

Foto: Divulgação

Au t o

NOVO ESPORTIVO ELÉTRICO NAS RUAS Fabricado na planta de Neckarsulm (Alemanha) em uma linha de montagem 100% neutra em carbono, o esportivo elétrico chega para ampliar o portfólio de versões da família 100% elétrica da Audi, pelo preço especial sugerido de R$ 699.990 – válido até o fim do mês de julho. O veículo também estará disponível no programa por assinatura Audi Signature com mensalidades a partir de R$ 15.480, no plano de 36 meses.

Em termos de performance, o coeficiente de arrasto de apenas 0,24 fornece alta eficiência e longo alcance. O propulsor elétrico com 476 cavalos de potência (até 530 cv no modo overboost) e torque de 640 Nm atua em sintonia com a tração integral Quattro e proporciona um desempenho altamente esportivo: a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 4,1 segundos, e a velocidade máxima é de 245 km/h.

“O e-tron GT herda as qualidades do seu irmão RS, como o visual marcante e a dinâmica incomparável, porém com uma orientação mais urbana. É sem dúvida uma opção versátil e completa para quem deseja um esportivo elétrico de luxo”, avalia Diego Borghi, diretor de vendas da Audi do Brasil.

As baterias de alta tensão situadas sob o assoalho da cabine têm capacidade de carga de 93 kWh (capacidade de carga AC de 22 kW) e proporcionam uma autonomia de 458 a 501 quilômetros, pelo ciclo WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicles Test Procedure, na sigla em inglês); ou 308 quilômetros, pela medição do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Visualmente, o e-tron GT esbanja linhas consagradas com proporções largas, silhueta plana, ampla distância entre-eixos e centro de gravidade baixo. Na dianteira, os faróis full LED Matrix separados pela grade frontal Singleframe exibem um visual harmônico e envolvente. Há ainda rodas exclusivas de vinte polegadas com detalhes em preto brilhante, frisos decorativos na cor preta e grade singleframe na cor Cinza Heckla. Internamente, o modelo transmite a sensação de cockpit, com posição baixa de assento e painel de instrumentos levemente inclinado ao condutor. Os materiais aplicados seguem conceitos sustentáveis, com uso de materiais reciclados feitos de garrafas plásticas usadas e fibras residuais.

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Já a generosa lista de equipamentos o coloca como o modelo mais completo da categoria. O Audi e-tron GT oferece, entre outros, faróis Matrix LED com setas dinâmicas; controle de cruzeiro adaptativo (ACC); monitor de ponto cego (Lane Change Assistant); aviso de mudança de faixa (Lane Keeping Assist – LKAS; com emergency assist); câmera 360° com Sistema Parking Assist; teto panorâmico de vidro; e o sistema de som Bang & Olufsen. @audibr www.audi.com.br


Iluminando os caminhos de Brasília e gerando energia para a nossa capital crescer.

155 ILUMINA DF ceb.com.br



2 0 2 4 vamos viver tudo o que há pra viver Para nós, do Brasília Shopping, o Ano Novo é como um novo começo de era. Uma oportunidade para definir novos objetivos, ir além do que já fomos e fazer bonito, como sempre. Para o ano que vem, já preparamos muitas novidades. Novas lojas que vão conquistar você: a clássica Le Creuset, a charmosa Livraria da Vila, a belíssima Mac Cosmetics e a estilosa MOB. Novos projetos que, mais uma vez, vão movimentar nossa cidade. Novos sonhos, porque é isso que nos inspira a chegar cada vez mais longe.


RE IVETE -SE

Trinta anos de carreira, trezentas canções lançadas. Três filhos e três anjos que a guardam: o marido Marcelo, a irmã Cynthia e o amigo Dito. Ivete Sangalo, 51, é a mulher deste novo tempo. Ela ama o agora e o que conquistou por dedicação

Por Caio Barbieri

Poucos artistas no País conseguiram o que ela conquistou: Ivete Sangalo é uma unanimidade entre os brasileiros. Pode ser que até que um ou outro não curta algum hit da artista, mas é inegável que a presença de espírito, o carisma, a espontaneidade e o poder vocal da cantora baiana conquistam cada vez mais uma verdadeira e incalculável legião de fãs, tanto aqui quanto no exterior. Ao longo de três décadas, a trajetória de Ivete Sangalo desdobra-se como um conto vibrante, entrelaçado com mais de trezentas canções que ecoam a alma brasileira. Não apenas um ícone musical, mas uma força inigualável na indústria do entretenimento, a cantora colhe os frutos de uma carreira de incontáveis triunfos e reconhecimento global. “São trinta anos de satisfação. Ainda que eu tenha vivido os meus percalços, e quem não vive, né? Mas todos eles me ajudaram a chegar aqui feliz. Eu estou feliz”, tem vibrado a baiana. Com vendas superiores a 18 milhões de cópias, uma estante repleta de mais de 150 prêmios nacionais e internacionais, incluindo o prestigiado Grammy Latino e o Shorty Awards, a cantora começou uma espécie de “esquenta” da comemoração, com um grandioso show no Maracanã, 96

no Rio de Janeiro, no dia 20 de dezembro, repetindo uma apresentação histórica no mesmo estádio em 2007. “O Maracanã foi um divisor de águas na minha vida. Eu já vinha com a minha carreira, mas o Maracanã foi uma assinatura muito importante. Primeiro, pelo templo que é. Foi ‘lotadaço’. Foi o DVD mais vendido do mundo”, confidenciou ao podcast Quem Pode, Pod, apresentado pelas amigas Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme. A partir deste marco, que também combina com o lançamento do EP Reivete-se, de três faixas, a cantora multifacetada viajará pelo Brasil para trinta shows que terão o mesmo formato pomposo do realizado no Maracanã, que foi televisionado pela Rede Globo. A estrutura grandiosa de produção e tecnologia não é à toa: com toda a pompa, Ivete pretende devolver aos fãs todo o amor e apoio que fizeram dela, hoje, uma das maiores artistas do Brasil. “Está tudo feito com muito carinho”, declarou Ivete, que é reconhecida por 75% dos brasileiros como uma estrela em seu auge ou em ascensão contínua, segundo pesquisa da GFK, em parceria com AirStripe e Controle da Concorrência. “Sou uma mulher de poucas vaidades e de muita responsabilidade. Tudo que diz respeito ao meu trabalho depende diretamente da minha força de vontade e dedicação”.


Foto: Foto: Leca Novo


“Sou uma mulher de poucas vaidades e de muita responsabilidade” Mulher vibrante Poucos sabem, mas Ivete Sangalo não tinha a pretensão de ser cantora, muito menos a artista que acabou se transformando. Ainda criança, incentivada pelos pais, ambos já falecidos, a baiana teve muito contato com a música. O pai, embora ourives de profissão, sempre estava com seu violão a tiracolo. A mãe, que chegou a ver o sucesso da filha sendo reverberado no Brasil, foi quem a inspirou no canto. “Eu sabia que ia me dar bem em alguma coisa, eu tinha essa certeza. A música sempre foi a minha vida, mas nunca foi o sonho, era uma coisa genuína da família”.

tudo organizado, eu fazia o show e voltava [para casa], de bate e volta. E aí, nessa coisa com ele, eu chegava de madrugada, pertinho da hora dele acordar. Eu tomava um banho, botava uma camisola e deitava. Ele achava que eu estava acordando com ele”, comentou durante o podcast. Com a chegada das gêmeas, Ivete também equaciona o tempo entre a vida profissional e as funções maternais e tentava dividir as responsabilidades diárias com o marido, por mais que o cansaço muitas vezes falasse mais alto. Baterista talentoso, o mais velho viaja pelo País, por vezes, para acompanhar a mãe nos shows.

O gosto pelos palcos surgiu durante um emprego em uma loja de roupas no Shopping Iguatemi, de Salvador, por indicação de Dito Espinheira, “produtor, amigo e irmão”, como Ivete o define. Amigos desde a adolescência, Dito, que emprestava o carro para que Ivete vendesse as marmitas preparadas pela mãe, assim que ficou viúva, também conseguiu a vaga, já que era gerente de uma loja bem em frente à boutique na época. E a baiana aproveitou a oportunidade para vender as receitas da mãe no centro comercial.

O espírita Divaldo Franco, por quem a cantora tem uma grande admiração, chegou a dizer que Ivete e a sua família teriam “a mesma bola de luz”. “Então, assim, é como se a gente fosse um planeta, que a gente fosse um satélite, que se conecta formando aquela galáxia nossa, esse sistema nosso. Marcelo e as meninas são do meu sistema. Eles são parte de mim, eu sou parte deles”, derrete-se.

Ivete também aproveitava o movimento do local para convidar os clientes para suas apresentações em bares noturnos soteropolitanos. Foi assim que acabou sendo descoberta e logo após recebeu o convite para entrar na famosa Banda Eva, onde ganhou o Brasil e encontrou seu caminho, cativando fãs e aprendendo nuances de shows. “Dito guarda a minha vida, a da minha família, a de meus filhos, de todo mundo. Ave Maria!”, derrete-se ao amigo, que é padrinho de Marcelo Cady, filho de 14 anos da cantora com o marido, Daniel Cady, com quem está casada há 16 anos.

No auge de sua carreira, aos 51 anos, Ivete celebra três décadas de carreira e mostra que, além de seu notável caminho musical, a artista brilhou nos holofotes da televisão, cinema e dublagem. Comandou programas como Pipoca da Ivete, The Masked Singer, Estação Globo e Superbonita, apenas como exemplo, e desempenhou papéis em filmes e novelas.

Aliás, cuidar da família foi uma das principais exigências assim que resolveu tomar conta da própria carreira, por meio da empresa Iessi Music Entertainment, gerenciada pela irmã Cynthia Sangalo, apontada pela cantora como “uma das mulheres mais importantes” da vida dela. Isso porque a baiana tenta equilibrar a carreira com a prioridade de criar um ambiente familiar amoroso, espelhando sua própria infância, que ocorreu em Juazeiro, na Bahia. Em declarações recentes, Ivete diz que decidiu mudar o ritmo de vida em relação ao marido e aos filhos após o nascimento do primogênito (além dele, a cantora tem as gêmeas Marina e Helena, de cinco anos). “Como ele era o primeiro, carreguei pra muito canto. Depois que estava 98

Talento de multifaces

No palco, Ivete brilhou ao lado de lendas da música, incluindo Stevie Wonder, Luis Fonsi, Shakira, e muitos outros. As turnês internacionais expandiram seu alcance global, sendo a única artista estrangeira a se apresentar em todas as edições do Rock in Rio Lisboa, em Portugal, e também no Rock in Rio Las Vegas. A fama trouxe desafios, mas Ivete perseverou, enfrentando uma agenda pesada de trinta shows por mês, mantendo-se firme em sua jornada, consciente de que desistir não era uma opção. Seu gráfico imaginário de altos e baixos moldou sua resiliência, tornando-a não apenas uma estrela, mas um farol para futuras gerações. “Daqui eu não saio. Eu amo o agora e daqui é só para o infinito”, diz. A carreira de Ivete é mais do que uma ascensão meteórica; é uma jornada de autodescoberta, resistência e conexão inabalável com o público, que continua a aplaudir e celebrar cada nota que emana.


Foto: Foto: Leca Novo

“Eu amo o agora”


Foto: Leca Novo

“A música sempre foi a minha vida, mas nunca foi o sonho”



Tr a ç o s

PENSAMENTOS BIDIMENSIONAIS Ora cubista, ora fauvista, o jovem Raylton Parga fragmenta formas, amplia realidades e constrói uma narrativa antitradicional em suas artes visuais. Formado pela UnB, feiras de arte expõem suas obras Brasil afora, enquanto ele projeta trabalhos em grande escala

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Por Edson Caldeira Fotos Celso Junior

Uma interessante citação sem autoria encontrada na internet diz que se Albert Einstein nunca tivesse nascido, eventualmente outra mente teria desvendado a teoria da relatividade geral. Contudo, se Pablo Picasso nunca tivesse nascido, seu estilo de arte nunca teria sido criado. Dessa reflexão, emerge a ideia de que, embora o conceito de arte seja amplo, a criação de um estilo específico revela-se desafiadora devido à sua identidade, precisão e autenticidade. Nesse contexto de busca pela singularidade, o artista brasiliense Raylton Parga molda suas obras de maneira radicalmente similar ao renomado artista espanhol. Inspirado por movimentos artísticos como impressionismo, fauvismo e cubismo, o artista visual nutre uma paixão pela história da arte. Sua fala refinada e seu temperamento sereno e reservado contrastam com a expressividade artística que ele promove, transcendendo, por vezes, os limites da ordem convencional.


Desde a infância, Raylton dedicava-se ao estudo das esculturas de Picasso, desenvolvendo gradualmente suas próprias criações com materiais coletados nas ruas, como madeira, isopor e papelão, na tentativa de reproduzir as obras que o fascinavam nos livros escolares. “Meus primeiros trabalhos consistiam em reproduções do que encontrava nos livros de arte, passando de desenhos com lápis de cor e giz de cera para esculturas elaboradas com materiais recicláveis. Ao tentar reproduzir algumas telas, eu desenhava sobre o papel antes de moldá-lo ao papelão para dar estrutura. As esculturas eram confeccionadas com madeira coletada dos descartes de uma marcenaria próxima à minha casa”, relata o artista. Com o tempo, o artista nascido em Taguatinga viu o apoio da família tornar-se um impulso essencial para investir na carreira que começou de forma despretensiosa, frequentando cursos dedicados às artes e concluindo sua graduação em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Hoje, aos 28 anos, todo o processo criativo é desenvolvido de um modesto cômodo de 15m², um espaço que Parga brinca ao dizer que deveria ser sua sala de estar. Mas é ali, entre um sofá, uma mesa e uma caixa de papelão repleta de recortes, que as ideias ganham vida. O processo tem a geometria como protagonista. Para ele, formas geométricas estão sempre próximas e sua tarefa é apenas imaginar as possibilidades criativas escondidas ali com a matéria-prima que tiver em mãos. “Eu gosto do papelão por ser um material maleável, possibilitando vários meios de criação. É um material que utilizo desde a infância. Além de ser um suporte reciclável que, de certa forma, ganha um ressignificado artístico”, explica o artista que, na maioria das vezes, após um trabalho concluído, utiliza-se do material remanescente que se transforma em um novo trabalho. “Então posso dizer que o papelão não é apenas um suporte para minhas criações; ele se torna um parceiro de diálogo. Não alimenta apenas minha expressão artística, como é meu principal recurso”. O talento do trabalho aos poucos foi recompensado. Parcerias com a Galeria Dalmar Trigueiro, em João Pessoa (PB), uma participação na SP-Arte em conjunto com a galerista Gisella Gueiros (do Gisella Projects) e a mais recente representação com a Galeria Casa Albuquerque, de Brasília, já aparecem no currículo de Parga – esta última, onde nos encontramos com ele para produzir esta reportagem. Parga celebra estes grandes feitos deste ano. O artista ainda foi contemplado com o Prêmio de Incentivo Artístico Pedro Ivo Verçosa – uma bolsa de estímulo financeiro que busca auxiliar artistas a continuarem suas pesquisas e criações. “Tive grandes oportunidades em 2023. Apesar de estar há alguns anos na área, ainda sou um jovem artista explorando as possibilidades que meu trabalho pode alcançar”, acredita.

Dentro dos seus vários grupos de trabalho, o favorito de Parga é a série FORMS, que ele desenvolve desde 2017 e consiste basicamente em tirar formas do tridimensional e trazer para o bidimensional, criando uma estrutura com objetos do cotidiano e formas como quadrados, retângulo, círculos, linha e pontos para criação de novas formas a partir de objetos já existentes. Essa criação se baseia muito mais nos formatos do que na cor em si. Aqui o que é válido é o monocromático. Com os olhos voltados para o futuro, Parga demonstra o otimismo e a determinação de expandir ainda mais o alcance de seu trabalho. “Minha ambição é viabilizar projetos em grande escala. Isso não é apenas uma aspiração pessoal, mas também representa um passo ousado em direção a desafios mais impactantes”, conclui o artista. @parga_you @casa_albuquerque

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A b s t r a ç ã o

A SENSIBILIDADE DO CAOS Fotos: Divulgação

riquecida por sombra, sol, chuva e tempo. “Minhas obras demandam muitos movimentos físicos. O que mais prezo durante a criação é a busca por silêncio, por tranquilidade, pela calma. Estamos todos muito caóticos, muito densos”, explica o artista. Assim surgiu o Dorso do Tigre, um título intrigante de sua nova exposição de obras inéditas, que tem como referência a obra literária do paraense Benedito Nunes. Segundo o curador Mateus Nunes, todos nós estamos “sobre o dorso do tigre”, um animal com base e aparência sólidas, mas com a área dorsal ondulante, uma metáfora do constante movimento e da transformação da vida. Em exposição na Galeria Raquel Arnaud, São Paulo, João Trevisan convida os visitantes a explorarem suas quarenta obras, caminhando ao redor delas para apreciar plenamente a riqueza das cores e da luz. Sua pesquisa sobre luminosidade surgiu do pensamento sobre como a luz é uma matéria em si mesma, como os volumes da pintura podem se tornar uma matéria que se relaciona com a luz, e como essa luz alcança as pessoas.

Em uma década de arte expositiva, o brasiliense João Trevisan apresenta obras inéditas sobre o movimento de transformação da vida. Elementos como luz, matéria, volume e cor se traduzem no tempo e no espaço de sua subjetividade Por Paula Santana

Caminhar para desbravar. Instigado pelas andanças em meio às ferrovias que cruzavam seu caminho durante a infância no Park Way, bairro onde cresceu, João Trevisan naturalmente passou a investigar, e materializar, pensamentos e elementos em torno de tensão, peso, leveza, articulação e equilíbrio. Materiais coletados nos arredores das linhas férreas da capital federal tornaram-se insumos para a sua arte original, as esculturas. As formações acadêmicas, Geografia e o Direito, alinhadas aos ensinamentos budistas, trouxeram o entendimento de estética, espaço, filosofia e uso do próprio corpo como instrumento para sua obra aplicada. Uma exploração en104

Para a produção de cada tela de João, há um processo que dura cerca de três meses, com sucessivas camadas de tinta acrescentadas à superfície até obter a textura desejada, inaugurando novas noções de profundidade em que as cores ora se revelam, ora se escondem. Além disso, Trevisan realiza um estudo meticuloso de colorimetria, explorando o uso do branco e do preto para criar efeitos visuais que desafiam a percepção dos espectadores. “O trabalho do João é muito atento a uma tradição da história da arte, muito ligado à fatura, mas há também a subjetividade. Ele tem a sensibilidade de prestar atenção nas coisas num tempo mais dilatado, que vem muito do budismo, como o respeito ao tempo da produção”, analisa Mateus. O brasiliense começou a expor suas obras em 2014 e foi indicado no prêmio PIPA nos anos de 2019 e 2020. Suas obras são parte das coleções de instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior. Seus trabalhos estão em acervos de coleções como Casa da Cultura da América Latina, Museu de Arte do Rio, Museu Nacional da República e Museu de Arte de Ribeirão Preto. @galeriaraquelaranaud



Foto: Filipe Itagiba

Pa l c o

Uma vida de recomeços, uma trajetória de ciclos. Um arteiro experimental. Paulo Emilio percorre mapas em busca de transbordar potenciais artísticos em pessoas. Em três décadas de carreira, prêmios, peças, livros e muitos aprendizes

PAUSA PARA DESIDENTIFICAR Paulo Emílio Azevedo é professor, doutor, antropólogo, consultor em educação e cultura, escritor, criador no campo das artes e pensador. Mas ele se apresenta muito mais despretensiosamente, e sugere, quase que de forma inconsciente, que eu faça esse exercício juntamente com ele. “Eu sou arteiro, é isso que sou”, diz.

A conversa com o dramaturgo ocorreu dias antes da sua companhia de dança, a Cia Gente, desembarcar em Brasília para apresentar o espetáculo vencedor dos prêmios FUNARJ e FOCA, Vírgula, escrito e dirigido por ele. Na peça, Paulo une dança e teatro para tratar de uma experiência sobre o tempo, utilizando-se de falas e movimentos que questionam a correria, a lentidão e a pausa. Brasília foi uma das cinco cidades a receber o 1º ato do projeto Brasil sem Ponto Final.

Considerado um dos mais importantes criadores e pesquisadores das artes cênicas no Brasil, seu nome carrega o peso de prêmios como Funarte de Circulação em Dança, em 2022, FUNARJ de Dança e FOCA/SMC-RJ, em 2021, Respirarte, pela Funarte (2021), e Cultura Presente nas Redes, pelo SECEC-RJ (2021).

Por trás de Vírgula, existe um extenso processo criativo e inventivo. Ele conta que seu trabalho é feito em ciclos, e Vírgula integra o momento em que ele inaugura o seu terceiro ciclo de produção estética, a Pausa. Esse movimento ocorre desde o final da década de 1990, quando investigou a Queda no primeiro ciclo e o Desequilíbrio no segundo.

Por Letícia Jábali

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Nascido em Macaé, no interior do estado do Rio de Janeiro, em 1975, Paulo cresceu em meio ao progresso de um lugar que, da noite para o dia, passou de uma antiga vila de pescadores para um dos principais polos responsáveis pela produção de petróleo no País. “Nem a cidade nem sua população estavam prontas para receber essa demanda e mudar tão rapidamente, e eu entro na adolescência e início da vida adulta tentando me encontrar nesse lugar”, comenta.

Seu corpo virou seu laboratório. Era necessário entender do que era capaz. Começou a trabalhar diretamente com pessoas com deficiência física, cognitiva, múltipla e visual. Em uma das primeiras aulas de performance que deu, colocou para tocar, sem saber, um CD arranhado. Ali, pôde observar o que chamou de “diversas leituras de mundo”, já que ele viu que seus alunos dançavam cada um no ritmo que escutava, alguns, na batida da música, outros, na arritmia produzida pelos arranhões no disco. “Grande parte do que eu crio hoje foi porque essa aula, lá no início de tudo, com esse CD arranhado, deu errado, mas, no fim, deu muito certo”, acredita. A partir das observações desse período, Paulo criou uma metodologia de estudo de dança e performance, e percorreu 33 países na Europa, aperfeiçoando o que já tinha feito para, então, voltar ao Brasil e produzir ainda mais. “Tudo o que faço é para encontrar potências nas pessoas as quais a maioria ainda não sabe que tem. Eu revelo essas potências”, afirma. Em 2007, com o nascimento do filho, Hiago, surge uma nova ótica sobre sua produção. Sua criação toma para si empréstimos de como ele vê o menino se comunicando, documentando novas informações, narrando o início da vida. Traços possíveis de serem vistos em suas peças e lidos em suas obras. Autor de 21 livros, alguns são e-books, Paulo Emílio Azevedo não foge a temas que parecem incômodos. Em 50 Poemas para Esquecer o Ontem, o mais recente, fala sobre deixar para trás aquilo que produz frustração, ódio e mágoa. O professor mantém o questionamento aos alunos da Cia Gente diariamente desde 2012, quando criou o coletivo que, além da dança, produz teatro, cinema, design, literatura e fotografia: “por que vocês saíram de casa para vir até aqui?”. E quando voltam no dia seguinte, o questionamento é o mesmo. “É preciso pensar no que nos move, no que nos inspira, mesmo que a pergunta ainda esteja sem resposta”, afirma.

Foto: Walter Mesquita

Ainda em Macaé, ele já tinha despertado seu interesse pelo esporte, pela arte e pela dança. “Nesse período, eu comecei a me ‘desidentificar’ dos meus colegas e da minha cidade, porque não havia espaço para o que eu queria fazer”, conta. Partiu em direção ao Rio de Janeiro, onde concluiu sua primeira formação, em Educação Física, com o sonho de ser atleta profissional de alto rendimento. Até que um acidente de carro deixou Paulo em uma cadeira de rodas por dois anos.

Em seus quase trinta anos de carreira, não se acomoda. Ele quer ir além. Cada trabalho abre espaço para um debate. “A arte que não transborda, que não produz esse tipo de manifestação de criar outros mundos possíveis, sobretudo para aqueles que não conseguem se colocar no mundo real, não serve, não cumpre a função política de construir outras manifestações para as pessoas se identificarem”, comenta. Multitarefa, seu dom maior talvez seja mesmo o de criação: “O papel do criador é transformar o ordinário no extraordinário. O meu é esse. Aquilo que está todo mundo olhando e vendo a mesma coisa, eu olho através. Eu acho que o arteiro é esse ser incomodado, inconformado”. A história de Paulo Emiliano Azevedo é feita de recomeços que transbordam até chegar a outras pessoas. Sua vivacidade está nisso: olhar para o outro e mostrar que ele é capaz. E ser capaz também. Para o futuro, Paulo Emílio Azevedo adianta com exclusividade o que quer: irá coordenar uma pesquisa na África do Sul em 2024. Parte do elenco da sua companhia vai ao país fazer residência artística. Ele também está escrevendo um romance, ainda sem data de lançamento, e que não revela o tema, apenas o título: Alegria Imoral – e deixa o resto com nossa imaginação. @_fundacaopaz

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Consultor em investimento em arte mauricio@galeriaclima.com.br

Fotos: Eduardo Fraipont

ARTE

Maurício Lima

EDITH DERDYK E SUA NOVA EXPOSIÇÃO MAQUÍNICA Nos últimos meses, a artista Edith Derdyk se dedicou ao desenvolvimento de sua nova exposição MAQUÍNICA, que ficará até março de 2024 na Galeria Clima do Rio de Janeiro. Serão 16 trabalhos únicos, mais um conjunto composto por 15 obras. A série de trabalhos é fruto de uma pesquisa iniciada em 2020 realizada pela artista sobre a Geometria Descritiva, técnica desenhística que surge em meados do final do século XVIII, provocando um impacto no desenvolvimento tecnológico na época da Revolução Industrial, por facilitar a visualização de objetos fabricados e sua sistematização. Segundo a crítica de arte Maria Hirzsman: “Edith Derdyk é uma artista radical. Não se contenta em ficar na superfície das coisas. Está permanentemente experimentando, dando continuidade a uma pesquisa incansável acerca do desenho

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– seu tema e sua linguagem por excelência –, tentando entendê-lo não como mero instrumento de representação, mas como forma de estar no mundo”. “Desenho não é só coisa de lápis e papel”, repete ela, parafraseando Mário de Andrade, na tentativa de explicar seu combate permanente contra uma visão cartesiana, instrumental e reducionista do meio. É interessante notar que, apesar dos diferentes formatos e suportes, os trabalhos reunidos na mostra atual compartilham não apenas o anseio por questionar uma visão reducionista do desenho, como derivam de uma poética extremamente coerente, que vem sendo pouco a pouco construída por Edith, num longo processo iniciado ainda nos anos 1980. Neles estão evidentes as recorrências, que ela chama de “mitologias pessoais” e que constituem o chão no qual trabalha. A linha preta; o desenho que passa do plano para o espaço, numa clara vocação arquitetônica; o movimento inquieto e repetitivo


em outros objetos, mas rapidamente se tornou o trabalho em si e complementos se tornaram desnecessários.

do traço; um certo caráter de improviso são alguns desses elementos que compõem a gramática da artista. O mais importante dessa nova exposição são os trabalhos que foram formados pela interação da representação de linhas desenhadas no papel com as linhas reais de algodão, que sempre fez parte de seus trabalhos mais importantes, que são as grandes instalações nas quais a artista usa dezenas de quilómetros de linha, esses trabalhos são maravilhosos, mas normalmente são feitos apenas para grandes museus. Já os novos trabalhos são feitos em uma escala que pode ser exibida na parede de qualquer amante da arte. Com uma importante carreira de mais de quarenta anos, desenhos, objetos, fotos e grandes instalações foram criadas pela artista, muitas delas com uso de linhas de algodão. No começo, a linha era usada para costurar e se entrelaçava

O crítico de arte Wagner Lungov afirma que, para Derdyk, o papel é o “campo da representação por excelência” e “ a linha é a materialização de um pensamento”. A linha está em tudo, pode estar até no papel em branco, como foi mostrado em algumas obras como Onda Seca e Partitura, ambas de 2007. Essa segunda ganhou o Prêmio Revelação Fotografia Porto Seguro. Nessas obras as linhas são desenhadas pelas sobras formadas na lateral do papel, a luz passa a ser a responsável pela criação e manutenção da linha no trabalho. Em sua inquietude, quando não está criando novas obras ou lecionando em uma pós-graduação, Derdyk se dedica à criação de livros, escrevendo ou ilustrando. Essa fixação por livros não deixaria de mexer com a artista e durante essas décadas de trabalho ela criou vários “livros de artistas”, que são obras de arte em forma de livro. Técnica na qual ela é uma das pioneiras e referência no Brasil. Além de seu reconhecimento nacional, Edith ganhou vários prêmios internacionais, o último foi concedido em 2022 pela Pollock Krasner Foundation. Para quem não estiver no Rio de Janeiro, fotos da exposição poderão ser vistas no instagram da galeria: @galeriaclima.

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Re g i o n a l i s m o

Feições, proporções e ângulos reais da espécie animal colocam em cena a arte indígena brasileira. Por meio de bancos com grafismos coloridos com produtos da terra, tais esculturas são o mais profundo retrato de etnias e do mundo que as cerca

Por Paula Santana

ESTÉTICA ANCESTRAL

Sentar-se em uma riqueza artística originária; ou não, apenas admirá-la para entender a nossa ancestralidade. Para a antropóloga, professora emérita da UNB e pesquisadora sênior do CNPQ, Alcida Rita Ramos, “é uma demonstração do profundo conhecimento que os indígenas têm do mundo ao redor, independentemente de viverem ou não em aldeias”. Esta mostra inédita acolhida pela galeria Pé Palito reúne 50 bancos esculpidos em madeira, originários de seis diferentes etnias, cujos conhecimentos milenares trouxeram para a urbe 17 jovens escultores como forma de rubricar a arte indigena brasileira. Novos estilos, materiais, cores e tamanhos compõem a coleção sem perder a essência de cada espécie animal, seus ângulos, suas feições e grafismos.

“Alguns povos do Alto Xingu, como os Mehinaku, Trumai, Kamaiurá, produzem grafismos específicos que representam a pele da jiboia, os dentes das piranhas. As colorações dão ainda mais vida às esculturas por serem feitas com produtos da terra, como o vermelho do urucum, o barro da Tabatinga, o preto do jenipapo”, ressalta o curador Lucas Rosalino.

Fotos: Divulgação

@pepalitoantiquario

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Fotos: Divulgação

Ta p e ç a r i a

Coletivo BordaLuta

BORDAR DORES E SONHOS

Sonia Gomes

os trabalhos, estão desde uma tapeçaria feita pela carioca Madalena dos Santos Reinbolt (1919-1977) a uma obra da série Livro/Objetos da veterana Anna Maria Maiolino, bem como trabalhos de artistas mais jovens, como Vivian Caccuri e Rebeca Carapiá.

Tadáskia

Com nome Andar pelas bordas: bordado e gênero como práticas de cuidado, a mostra chega para desnaturalizar a associação entre trabalho feminino e a técnica, desmistificando o caráter supostamente “naïf”, historicamente vinculado ao ato da costura. Com curadoria da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz, a ideia é explorar várias potencialidades estéticas e políticas do bordado. Segundo Lilia, a exposição pretende “atravessar definições por demais assentadas na história das artes, como retomar o tema do gênero, em geral associado à prática de maneira conservadora – vinculando-o ao espaço exclusivo da domesticidade –, mas de forma nada convencional.”

Vivian Caccuri

Um manifesto que acolhe e incomoda. Questionar estereótipos que marcam o ofício do bordado, bem como a atuação de suas integrantes. Uma mostra composta por mulheres que gritam por pertencimento, identidade e tradição

Em linguagem de arte, são evidenciados símbolos de culturas de matriz afro-brasileira, permeados por temas como religiosidade, pertencimento e identidade. Uma oportunidade para não somente questionar estereótipos que marcam este ofício, como também ressignificar o ato tradicional de bordar, discutindo o seu significado no que se refere a práticas ancestrais. Em sua essência, bordar acolhe, protege e abriga dores e sonhos. “Bordar ilumina a importância das mulheres na economia política, social e afetiva de diferentes lugares, e no decorrer do tempo”, define a curadora, ressaltando que “como o ato pode levar um conjunto de simples linhas a uma maneira comum de expressão e linguagem”. @arte132galeria

Por Paula Santana

Um coletivo de bordadeiras. Um punhado de mulheres. Um clamor político. Artistas de diferentes contextos, gerações, raças e regiões se encontram para mostrar a importância do bordado na história da arte brasileira. Entre

Coletivo Pontos de Luta

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A r t e

Catalisadores de realidade A substância mineral, um campo de matéria. O lugar das alquimias subterrâneas, a matriz do mundo terrestre. Em Magma, Romain Dumesnil traz uma inerente viscosidade, entre estado líquido e sólido. A aparente inscrição formal das obras com os diversos movimentos da abstração geométrica e minimalista camufla o caráter complexo e deliberadamente imprevisível.

Distorção material As fronteiras entre a arte e o design na evidência da força e da pluralidade da arte contemporânea. Lucas Recchia apresenta uma complexa coleção com técnicas, materiais e tipologias inéditas. Conhecido por seu mobiliário feito de vidro fundido, o designer amplia os recursos técnicos e introduz o uso do bronze nesta nova fase. Lucas transforma as folhas de vidro colorido ao recortá-las e levá-las ao forno, o que resulta em espessura e superfícies sutilmente arredondadas, além de pequenas bolhas. O bronze, por sua vez, é fundido em moldes para formar molduras, e depois passa por processos de oxidação que criam pátinas de cores e texturas distintas. Quando são atravessadas pela luz, o desenho das peças reverbera no ambiente. “Meu trabalho parte de uma ideia inicial e vai se transformando ao longo do processo, com surpresas visuais geradas pelas reações químicas. O design experimental surge dessa postura de estar constantemente experimentando, suscetível às mudanças, até chegar ao resultado”, reflete o designer. (PS) @kuraarte

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Entre rachaduras aleatórias da argila e os espessos deslizamentos minerais na fibra vegetal, somos convidados a resgatar certa memória ecológica. Esculturas, pinturas, instalações exploram o continuum de materialidades tangíveis e forças elementares invisíveis que compõem o mundo. Movendo-se entre o micro e o macro, Dumesnil mescla o interesse pelo acidental a uma meticulosa preocupação com a forma. O artista vive e trabalha entre a França e o Brasil. (PS) @galeriakarlaosorio


Fábulas de gente da roça No interior da Bahia, na década de sessenta, nasceu Nilda Neves. Crescida e criada na labuta da roça ao lado do pai, fazendeiro que sonhava em vê-la tornar-se professora. Para satisfazê-lo Nilda passou a explorar o mundo da literatura, ocupando a mente com histórias surpreendentes. Elementos afetivos, míticos, ancestrais e sagrados em confluência com fatos históricos de distintos tempos e lugares. Assim nasceu Do Sertão à Lua, um conjunto de pinturas que exploram a diversidade de discursos provenientes do sertão, elemento chave para a sua construção pictórica. O projeto conta com a iniciativa do escritório de arte Acervo Mirim e está exposto na Galeria Térreo do Museu Nacional da República. “As obras relatam a passagem de memórias reimaginadas da terra natal, da roça, da casa, das coisas e da gente. Perpassam a construção do universo imaginário da artista nordestina. São fabulações que chegam até a lua, explica a curadora Cinara Barbosa, pesquisadora e professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília. (PS) @dosertaoalua

Experimentos ceramistas

Construtivismo minimal Descendente de povos Tupinaky’ia e Gûarini, Andrey Guaianá Zignnatto se aprofunda em sua origem indígena. Neto de um pedreiro, do qual foi ajudante dos 10 aos 14 anos de idade, ele incorpora sua biografia ao fazer artístico, unindo arte, vida e integrando história, memória e território à matéria e à forma dos trabalhos. Feito que lhe rendeu diversos prêmios. Em obras que emergem do universo do labor, como olarias ou construção civil, sacos de cimento, tijolos, juntas de argamassa e fragmentos e sobras de intervenções urbanas tornam-se, em suas mãos, matéria-prima para uma ação artística que se propõe a ir além do processo de imitação, recriando mundos. Ativista social, a estética de Zignnatto sinaliza também caminhos de reconfiguração identitária e social. (PS) @galeriakarlaosorio

Paula Juchem tensiona os limites entre realidade e fantasia, cria um mundo próprio, povoado de objetos fantásticos, totens alucinógenos e fragmentos de formas orgânicas que aparecem por entre camadas e acúmulos de argila e esmalte. A cerâmica se desprende de seu caráter utilitário, geralmente atribuído às peças de cerâmica, adquire a liberdade, a expressividade visual e narrativa de seu repertório imagético desenvolvido com o desenho e a colagem. Considerada um expoente do tridimensional brasileiro, Juchem, graduada em Desenho Industrial, atua de modo bastante singular neste campo. Experimenta técnicas, modelagens, ornamentos e esmaltes em suas peças produzidas com argila, de maneira pouco habitual dentro da tradição ceramista. (PS) @galeriakarlaosorio

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TETÊ COM ESTILO Maria Thereza Laudares mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares

Paris revive a história da moda com a coleção particular de Azzedine Alaïa Imagine deliciar-se com uma exposição de moda com peças jamais vistas. Agora imagine isso em dose dupla. E, como cenário, a Cidade Luz! A Fondation Azzedine Alaïa e o Palais Galliera, museu da moda de Paris, apresentam duas exposições inéditas com peças vindas da coleção particular do grande couturier: Alaïa/ Grès: Au delà de la mode (até 11 de fevereiro de 2024) e Azzedine Alaïa, Couturier collectionneur (até 21 de janeiro de 2024). As duas mostras são um verdadeiro banquete para estudiosos, profissionais e amantes da moda, que poderão se deliciar com as peças cuidadosamente selecionadas pelo próprio monsieur Alaïa ao longo da vida. No Palais Galliera, as criações contam a história da alta-costura a partir de Charles Frederick Worth. A curadoria de Mirren Arzalluz, diretora do museu, reúne 140 obras de criadores como Gabrielle Chanel, Elsa Schiaparelli, Jean Patou, Madeleine Vionnet, John Galliano e Vivienne Westwood. Já na Fondation Azzedine Alaïa, o ponto mais exclusivo é, com certeza, as sessenta peças assinadas por Germaine 114

Foto: Fondation Azzedine Alaiä

A REVELAÇÃO DE UM COLECIONADOR


Émilie Krebs, uma parisiense que o mundo conheceu como Madame Grès. Agrupadas segundo técnica, tecido, corte e cores, as peças passaram pela curadoria de Olivier Saillard, diretor da fundação.

Fotos: Palais Galliera

Grès e Alaïa nunca se encontraram pessoalmente, entretanto compartilharam a busca pela estética perfeita ao tratarem suas criações como esculturas que ganhariam vida e movimento. Alix Grès, fundou sua maison em 1942, ela queria ser escultora, mas a família não aprovou a escolha, fato que a fez abandonar a casa dos pais e acabar encontrando a moda na então conhecida Maison Premet. Nos anos 30, ao casar-se com o pintor Serge Anatolievich Czerefkov, Alix cria um anagrama com seu primeiro nome. Serge torna-se Grès e assim nasce Madame Grès, a mais jovem das couturières da era de ouro da alta-costura francesa. Inspirada na silhueta da antiguidade greco-romana, Alix trabalhou o volume em seus vestidos. Ao morrer, em 1993, Madame Grès não deixou nenhum acervo, fazendo com que sua importante passagem pela moda se tornasse quase lendária. Diplomado em Belas Artes, o tunisiano Azzedine Alaia decide modelar esculturas de outra forma. Na década de 50, após aprendizado de corte e costura, o jovem consegue um estágio na Maison Christian Dior em Paris. Em seguida ele trabalha na maison Guy Laroche e também para Thierry Mugler. No final dos anos 70, Alaïa abre seu primeiro atelier. Ao longo de toda a sua carreira, o couturier se dedicará incansavelmente à construção de verdadeiras esculturas que modelam o corpo valorizando suas formas. Azzedine irá inovar ao empregar materiais os mais diversos, como o couro e, em especial, a malha de tricô. Foi em 1968, quando Cristóbal Balenciaga fechou sua maison, que Alaïa adquiriu os primeiros itens de seu acervo. Secretamente Azzedine Alaïa começa sua coleção estudando peças de alta-costura para aprimorar a própria técnica. Nos anos seguintes até sua morte, o colecionador selecionou cuidadosamente obras dos grandes nomes da moda. A coleção Alaïa soma mais de 20.000 peças cadastradas que representam o legado da moda desde o nascimento da alta costura até o século 21. Em 2017, após sua morte, a coleção pessoal foi descoberta e nela foram encontradas 700 criações de Madame Grès, uma raridade. O diálogo promovido entre as duas exposições traz à luz a importância da preservação da moda como permanente registro da capacidade criativa do ser humano. Tanto a obra de Alaïa quanto a de Grès testemunham a reflexão de ambos os artistas sobre os princípios da arte, proporção, volume e estética aplicados à técnica do corte e do drapeado. Ambos desafiaram o tempo e fizeram desse ato sua maior característica, a atemporalidade de suas criações. www.fondationazzedinealaia.org www.palaisgalliera.paris.fr

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Tr a n s g r e s s ã o

Fotos: Divulgação

O estilista do gueto norte-americano enfrentou a indústria do luxo ao customizar roupas com logomarcas das labels. Vestiu ícones da música, ganhou fama e processos na justiça. Até seu retorno, ovacionado pelos fãs e também por todos que o condenaram

DAPPER DAN OF HARLEM 116


Virgil, se ele não tivesse Kanye West, não acho que teria alcançado o que sua imagem se tornou ainda hoje. Então, eu digo isso aos designers iniciantes no Brasil: é muito importante que você tenha influenciadores, e a influência mais poderosa é a música”, diz. Talvez os casos mais famosos da carreira de Dan envolvam a gigante italiana do alto luxo Gucci. Em 1992, a marca processou o estilista por causa de suas customizações. Após uma sequência de batalhas judiciais, ele ficou no anonimato e longe dos holofotes por mais de duas décadas. Por Pedro Reis

Se existe alguém capaz de tecer a história da moda com fios de ousadia e autenticidade, esse alguém atende pelo nome de Dapper Dan. Nascido e criado no bairro do Harlem, em Nova York, Daniel Day, o homem por trás do alter ego, transformou-se em um ícone da moda urbana, desafiando padrões e redefinindo o conceito de luxo. Tudo começou em 1982, quando Dan abriu a Dapper Dan’s Boutique. Os primeiros clientes? Artistas dos guetos nova-iorquinos, atletas negros e entusiastas do hip hop, gênero totalmente marginalizado e restrito às periferias à época. Nenhuma marca ou grife olhava para esse público, mas Dan estava lá. Nos primeiros anos, o trabalho do estilista ganhou notoriedade local, à medida em que ele transformava roupas tradicionais em peças únicas, incorporando elementos luxuosos e estilos exclusivos. “Eu não tive a oportunidade de seguir minha carreira no jornalismo. Então, olhei para a moda como uma maneira de contar histórias”, afirmou o estilista durante o Iguatemi Talks Fashion 2023. No entanto, foi no final da década de 1980 que o designer estourou, ao criar peças personalizadas, ostentando logotipos de grifes de luxo como Gucci, Louis Vuitton e Fendi. Gerou até controvérsias legais que surgiram devido à apropriação das marcas renomadas. Era a década da logomania e Dan se apoderou dela com muita propriedade. E o Harlem, apelidado por Dan como “a favela mais única do mundo”, torna-se o epicentro de sua inspiração. Hip hop, jazz, soul. “Temos uma identidade diferente porque fomos o primeiro lugar na América onde todos se consideravam negros”, conta. O gueto se fortalecia à medida que surgiam ícones oriundos do bairro. Neste contexto, a música negra foi essencial nas criações de Dan. Para ele, trata-se de algo maior que aquilo que compõe a moda, é o motor que a impulsiona. “Quando olhamos para a minha trajetória, eu não estaria onde estou hoje se não fosse pela música negra”, descreve. Dan cita também o exemplo de Virgil Abloh, criador da Off-White. “Quando olhamos para a trajetória de

Em 2017, o jogo virou, e foi a grife de Florença quem plagiou o designer do Harlem, imitando uma das suas mais famosas criações, a jaqueta de pele bufante usada por Diane Dixon em 1988. “Eu não fiz cópias. Eu não copiei o produto. Eu melhorei o produto. Bem, quando você faz algo melhor, as pessoas copiam. Até mesmo as pessoas que o criaram primeiro o copiam”. Posteriormente, a Gucci admitiu a inspiração nas peças de Dan, o que culminou em uma parceria entre o estilista e a marca italiana. “O que a Gucci fez depois de perceber que o mundo inteiro sabia que as criações que estavam indo para a passarela foram auxiliadas por Dapper Dan? A pressão em cima deles foi mostrar ao mundo de onde tudo veio”, disse o estilista. Muito do retorno de Dan ao estrelato se deu pelas plataformas digitais. De acordo com ele, a defesa das pessoas por esses canais foi essencial. “Eu aprendi que não tinha voz durante os anos 70 e 80, então, fiquei quieto. Mas a mídia se desenvolveu de uma maneira que me devolveu a identidade e me deu voz”, desabafa. O gatilho das redes surgiu de outra polêmica envolvendo a casa italiana. Um ano após a colaboração e a reabertura do ateliê de Dan, a marca se envolveu em um escândalo blackface. Ele usou o próprio perfil do Instagram para bater de frente com a grife mais uma vez. “Não há desculpas que possam apagar esse tipo de insulto”, publicou no Instagram em fevereiro de 2019. Atualmente, as partes se acertaram, e o até hoje morador do Harlem tem parceria fixa com três marcas: GAP, Puma e, claro, Gucci. Dan pode dizer com orgulho que antes não olhavam para ele, para o povo dele. E, hoje, precisam dele e da cultura negra no universo da moda. “Nossa cultura varreu o planeta. Então, era necessário para eles virem e me procurarem. Foi uma necessidade desta indústria fazer isso”, concluiu. Atualmente Dan segue no Harlem e continua remixando marcas. Uma recente collab foi realizada com a Gap ao assinar Dap nos tradicionais moletons. Algo jamais feito pela marca. O feito confirmou a volta de Dan, bem como a sua vitória sobre a poderosa estrutura dos conglomerados de luxo. A coleção esgotou em horas. @dapperdanharlem

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Pa r i s

Alexander McQueen

Victoria Beckham

Marni

Balenciaga

Balmain Zimmermann

Zuhair Murad

COOL GIRL

Hermès

Chanel

Céline

O conforto se mantém rei, mas uma nova lógica surge para realçar o belo. O guarda-roupa não pede simplificação, mas é minimalista. O individualismo nos faz bonitos, a nossa história tem sentido, as diferenças nos integram. Personagens complexos na personificação do retrô que se veste de futuro. Há magnetismo, há boemia. A positividade nos liberta. O ritmo da juventude traz frescor para a notável narrativa do cotidiano (PS)

Courrèges

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Saint Laurent

Valentino


Maison Margiela

Chloé Mugler

Giambattista Valli

Loewe

Comme des Garçons Louis Vuitton

Miu Miu Chanel

Elie Saab

Issey Miyake

Stella McCartney Givenchy

Dior

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A f e t o Dior preço sob consulta

Burberry preço sob consulta

A LAVANDA DO ROSA Versace - R$ 3.353

Prada R$ 6.400

Análogas, semelhantes, primas-irmãs. O rosa ganhou a delicada companhia do lilás. Pouco saturadas, em colorblock elas se alinham. Claras, frias e leves trazem a elegância feminina necessária para se impor com discrição (PS)

Adriana Degreas R$ 840

Blumarine R$ 6.813

Valentino - preço sob consulta

Jimmy Choo R$ 14.582

Birkenstock R$ 953

120

Louis Vuitton R$ 28.600


Que em 2024 você chegue cada vez mais alto e encontre sua melhor versão.


M i l ã o Missoni

Jil Sander

Bottega Veneta

Roberto Cavalli

LUXO EM CAMADAS Vestir-se para ninguém além de si mesmas. A jornada abrangente do corpo feminino e sua emancipação. Imaginação, tradição. Sonho com realidade. Perfeitas contradições na odisseia da transformação. A roupa no domínio do tempo. Atemporalidade. A elegância foi restabelecida. Vem exuberância. As silhuetas são definidas num minimalismo sensual. Uma masterclass de alfaiataria (PS)

Tom Ford

Fendi

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Moschino

Dolce & Gabbana


Etro

Tod’s

Gucci

Ferragamo

Blumarine

Versace

Max Mara

Giorgio Armani

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R a í z e s Givenchy R$ 21.700

Saint Laurent R$ 24.890

Lowe, preço sob consulta

Miu Miu

Hermès - preço sob consulta

Carolina Herrera - preço sob consulta

Victoria Beckham

Hermès - preço sob consulta

Fendi preço sob consulta

Os terrosos se enraizaram na moda. Trazem robustez, confiabilidade, conforto e estabilidade. Integrados à intensidade do vermelho, podem se tornar excitantes e influentes. Eles se colocam. Sabem chegar onde for (PS)

Dolce&Gabbana R$ 15.500

TERRA VERMELHA

Valentino - preço sob consulta

Dolce&Gabbana R$ 22.250

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Saint Laurent R$ 6.130



Pa s s a r e l a

Dolce & Gabbana

Moschino Bottega Veneta

Acessórios reinventados, modernidade pontuada. Uma narrativa de ícones extraídos de baús e seus tesouros. O couro provoca sensação luxuosa em detalhes elegantes. Passado com perfume contemporâneo no magistral ensinamento da evolução do design em códigos perpetuados. A realeza da tradição (PS)

Balmain

DETAILS Zimmermann

Tom Ford

Miu Miu

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Gucci


Louis Vuitton

Fendi

Dior

Ferragamo

Hermès

Valentino

Balenciaga

Chanel

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B r i l h o

MUITA RIQUEZA Prata é tecnológica. Ouro é mitológico. Prata sugere elegância. O ouro, exuberância. Prata traz glamour. O ouro, preciosidade. Prata gera fascínio. Ouro tem grandeza. Prata da contemporaneidade. Ouro na prosperidade (PS)

Dior - preço sob consulta

Valentino R$ 25.900

Elie Saab Prada R$ 33.500

Louis Vuitton R$ 16 mil

Paco Rabanne

Gucci preço sob consulta

Dolce&Gabbana R$ 25 mil

Dolce&Gabbana - preço sob consulta

Mach & Mach R$ 6.874 Versace R$ 6.705

Fendi - preço sob consulta

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S t r e e t

S t y l e

Nada mais é sombrio. A roupa se declara. Posicionamento e manifesto. Criar liberta. A vestimenta para a ocasião. Poesia visual. Armaduras esculpidas para photocalls. A rua é o palco. Nada mais a ser dito. Apenas vestido. Ou subvertido. Buzztime (PS)

FINAL FANTASY

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L u xo

LUXURY HOUR A Tiffany & Co. apresenta a Edição Lock ROSÉ, inspirada na embaixadora da marca e superestrela global, ROSÉ. Em ouro rosa 18k e safiras rosas raras (R$ 39,8 mil/R$ 41 mil/ R$ 91,5 mil)

A paleta edição limitada All That Glitters com seis tons de blush Light Reflecting™, (R$ 429). E as sombras Endless Nights com nove tons brilhantes (R$ 399)

A Guerlain traz ao Brasil a escova de cuidado do couro cabeludo e cabelo Scalp & Hair Abeille Royale. São 376 fibras com cabeças de massagem. Desenvolvida pela japonesa S.Heart.S (R$ 919)

Archives | Utopia da Memória de CRIS BARROS. Com amarrações, plissados, recortes assimétricos e aplicações com cores em tonalidades claras

Luminor Due Prada Re-Nylon é resultado da colaboração entre ambas as marcas, fundindo a estética histórica, elegante e funcional

A estampa Herbarium para linha tablewear da Gucci traz o elegante desenho Toile de Jouy com borboletas e cerejeiras em porcelanas de Richard Ginori

Nomeada Celebrate Wonder, a coleção Crystal Metamorphosis é mais uma viagem ao legado Swarovski. Peças de joalharia cintilantes, extravagantes e alegres na pedra Blue

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Em edição limitada, o MP-15 da Hublot com turbilhão voador central vem com efeitos visuais de uma flor de 12 pétalas inteiramente de safiras


O prosecco italiano DOCG Superiore Rive Di Santo Stefano da Mioneto produzido com uvas Gleras cuidadas e vindimadas à mão em colina exclusiva (R$ 360)

Rare Cask é um single malt produzido a partir dos mais raros barris de carvalho envelhecidos com vinho jerez na destilaria The Macallan. Apenas 1% dos barris pode ser usado (R$ 4,5 mil) A centenária House of Krug apresenta o Krug Grande Cuvée 171ème Édition composto da colheita de 2014. Realça as expressões aromáticas com vinhos reservas de 11 anos (R$ 2,2 mil)

A collab entre Razer e Dolce&Gabbana traz o headset Barracuda, com acabamento banhado a ouro 24K e estampa de zebra nos fones de ouvido (USD 599,99)

A Rimowa aposta nas bagagens de alumínio e policarbonato. O lançamento da linha Signature traz tons de rosa e branco (A partir de R$ 5,4 mil)

Caixa Dengo com sabores de Quebra-Quebra combinados. Banana, castanha de caju, cacau, biju, limão com tapioca, macadâmia e amendoim caramelizados (R$ 139)

Óculos Fendi no formato retangular clássico. Em acetato, é uma assinatura de Baguette vazada nas hastes, em referência à herança da maison e no icônico logotipo FF

Chegou no Brasil o primeiro iate Rivamare 38, da Riva. Design histórico e repleto de elegância, inspirado nas clássicas embarcações de madeira da década de 60

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Re a l e z a

Rainha Vitória, Agatha Christie, Theodore Roosevelt e Terence Donovan compõem o livro de ilustres que integram a memória do Brown’s Hotel, o primeiro hotel londrino que ainda se mantém clássico e sofisticado

UM HÓSPEDE CHAMADO HISTÓRIA Por Marcella Oliveira

Londres – Ao embarcar no tour pelas instalações do Brown’s Hotel, um hotel Rocco Forte, sou conduzida por um funcionário afável, cujo entusiasmo transborda ao narrar a história do primeiro hotel de Londres. “Foi inaugurado em 1837 e, em 1889, foi unificado com o St George´s Hotel, por isso o acesso é por duas ruas, Dover Street e Albemarle Street”, relata. A atmosfera primaveril envolve cada recanto, incorporando arte moderna, antiguidades e uma decoração que personifica a sofisticação. Durante o passeio, um cômodo em particular atrai minha atenção: uma sala de reuniões com o nome Graham Bell na porta. O motivo revela-se internamente: um telefone que testemunhou a primeira ligação telefônica de Alexander Graham Bell no Reino Unido em 1876. “É um hotel repleto de história. Já recebemos ilustres hóspedes, 134

como Agatha Christie, que, dizem, encontrou inspiração para muitas de suas obras aqui, e Theodore Roosevelt”, compartilha o guia. Localizado no bairro de Mayfair, tem uma fachada de arquitetura clássica georgiana que muitas vezes passa despercebida pelo pedestre. A localização é privilegiada, walk distance da Old Bond Street e suas lojas de grife, da badalada Oxford Street e do Palácio de Buckingham. Além dos parques The Green Park, St. James’s Park e Hyde Park. Entretanto, o verdadeiro tesouro se revela no interior do hotel cinco estrelas. Uma imersão em um mundo de elegância discreta, onde a equipe transborda cordialidade, presteza e elegância. Renovada em 2005 e posteriormente em 2022, mantém seu estilo clássico e o charme histórico, sob a direção de Olga Polizzi, diretora de design da Rocco Forte Hotels.


A conquista também é pelo paladar

Fotos: Divulgação

O café da manhã no Brown’s Hotel é uma experiência culinária sublime, servido no restaurante Charlie’s, localizado no primeiro piso. Com um menu assinado pelo renomado chef estrelado Adam Byatt, o espaço oferece ainda almoço e jantar de culinária contemporânea.

Enquanto o funcionário conduz o passeio – uma verdadeira aula de história –, observo janelas altas, cortinas luxuosas e poltronas de veludo em cada canto. Minha jornada culmina na Suite Deluxe, com uma ampla sala de estar e sala de jantar, além de um quarto com cama king-size. Uma recepção com Moët & Chandon e uma carta escrita à mão são detalhes que conquistam meu coração, enquanto livros e objetos decorativos conferem vida à acomodação. Um banho na banheira se torna irresistível. O hotel foi crescendo incorporando moradias na vizinhança – são 11 casas geminadas – e, por este motivo, cada quarto é diferente em tamanho e estilo, além de contar com uma mini biblioteca com clássicos literários. São 115 acomodações impecavelmente decoradas, algumas temáticas, como a Kipling Suite, em homenagem ao escritor Rudyard Kipling, que usou as dependências do hotel para escrever sua história infantil mundialmente famosa, O Livro da Selva, do personagem Mogli, o Menino Lobo. E a mais recente inaugurada, a Sir Paul Smith Suíte, projetada pelo próprio estilista britânico Paul Smith – colorida, divertida, estilo vintage e com muito design e arte, como era de se esperar.

Na sala de estar, adornada com painéis de madeira e arte contemporânea, os visitantes têm o privilégio de participar do tradicional chá da tarde britânico. Este local disputado, que requer reservas antecipadas, conta a história de que a Rainha Vitória era frequentadora assídua. Além disso, você pode se acomodar à mesa favorita de Agatha Christie. Para os amantes de coquetéis, o Donovan Bar é parada obrigatória. E ali também tem história. Logo na entrada, chama atenção uma cristaleira com rótulos do século passado. Sob curadoria de Salvatore Calabrese, mestre em mixologia, o local ostenta a reputação de ser um dos melhores bares do mundo. Decorado com fotografias icônicas de moda dos anos 1960, de Terence Donovan, o ambiente é uma homenagem ao fotógrafo. Nas confortáveis poltronas, Winston Churchill era figura recorrente. O menu de coquetéis inclui dedicatórias especiais a hóspedes ilustres, como o ex-primeiro-ministro britânico, com o Churchill Martini. A vivência no Brown’s Hotel é como explorar as páginas de um livro de história. É habitar um espaço que parece ser e estimular inspiração e criatividade. Com um olhar perspicaz, os detalhes meticulosamente dispostos em cada canto evidenciam que o local é mais do que um testemunho do passado; é um cenário onde novas histórias estão constantemente sendo tecidas. Basta disposição para explorar, e você se verá imerso nas fascinantes narrativas entrelaçadas de literatura, política, realeza, arte e história. @browns_hotel www.roccofortehotels.com/hotels-and-resorts/brown-s-hotel

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A t m o s fe r a

COMO UMA ONDA NO MAR

O Fairmont Rio é uma ode ao charme carioca. Elegante, vibrante e artístico. A acolhida calorosa resgata o costume típico do carioca nos anos 80, 90: sair para curtir a atmosfera de um sofisticado hotel Fotos: Divulgação

Por Marcella Oliveira

Rio de Janeiro – “Temos no DNA do Fairmont o lema de ser heart of the community. Queremos ser um expoente da cultura local. Com todo respeito a outras marcas, não estou fingindo ser americano no Rio. Estou sendo carioca no Rio”. A frase é do diretor comercial do Fairmont Rio de Janeiro, Michael Nagy, durante um almoço no restaurante do hotel, o Marine, sobre a essência que impulsiona a conexão com a comunidade. Ele chama atenção para a flora típica da região espalhada pelo edifício, para o mobiliário de designers brasileiros, como Sérgio Rodrigues, e para os sabores autênticos do menu. “O chef é francês, mas a culinária é típica brasileira”, garante. Nagy, apostando na simpatia brasileira, implementa um conceito inovador de tratamento rock star para cada hóspede, reconhecendo a importância de cada um como a estrela de sua experiência no Fairmont Rio. A recepção calorosa se traduz em detalhes, desde a espumante de boas-vindas com algodão doce até a pessoalidade de funcionários que chamam os hóspedes pelo nome durante toda a estadia. No amplo quarto, uma carta escrita à mão aguarda, representando o cuidado minucioso nos detalhes. 136

Relativamente novo – foi inaugurado em agosto de 2019 –, é o primeiro hotel da Fairmont Hotels & Resorts, do grupo Accor, na América do Sul, e revela-se como um refúgio exclusivo, onde a sofisticação se entrelaça ao calor humano. O edifício acomoda varandas com a vista mais bonita da Praia de Copacabana, como um anfiteatro repleto de curiosos prontos para presenciar um espetáculo. A parada


obrigatória é a piscina de borda infinita. A arquitetura da área externa se envolve com o mar como se tivessem sido feitos um para o outro – e como nada é por acaso, foi exatamente isso que a arquiteta Patrícia Anastassiadis previu quando escolheu a cor dos azulejos para parecer uma extensão natural do oceano. Patrícia foi responsável pelo projeto de retrofit do edifício – que antes abrigava uma outra rede hoteleira – e se inspirou no requinte do Rio de Janeiro dos anos 1950, quando a cidade vivia os tempos da Bossa Nova – não deixe de fazer o tour que o hotel disponibiliza para conhecer um pouco mais da história do hotel na época do Rio dos Anos Dourados. Tudo ali respira brasilidade. Cerca de 95% do espaço é feito de materiais tupiniquins. Espalhados pelos 375 confortáveis quartos e pelas áreas comuns, móveis de designers brasileiros, flora típica da região e obras de arte com o selo verde e amarelo. Na gastronomia, o chef Jérôme Dardillac, francês com quase trinta anos de Brasil, usa e abusa de ingredientes brasileiros para suas criações – e temperos da horta que ficam ao lado da piscina –, executadas em sua maioria no forno Josper. “O forno a carvão traz muita suculência aos grelhados”, revela, elegendo seu queridinho do menu. “A abobrinha grelhada com fonduta de queijo da Serra da Canastra e ervas frescas”. É nítida a atenção ao vínculo. No fim da tarde, quando a camareira bate na porta para perguntar se preciso de algo, chama-me pelo nome. Eu penso: “tão simples, basta ela ter a lista dos hóspedes. Mas tão impactante”. “Esse é o nosso jeito de ser. Queremos construir uma relação com nossos clientes. Na pandemia, por exemplo, cada um do time recebia diariamente uma lista de clientes para contatar e perguntar como ele estava. Apenas isso. Fazer essa conexão gerou engajamento”, lembra Nagy.

De alma carioca Por mais que, ao circular pelo hotel, escute diferentes idiomas – e, claro, o local tem uma ocupação internacional significativa –, o diretor comercial revela um dado interessante. “Em 2022, 663.121 pessoas consumiram no hotel. E 60% de quem visita os nossos pontos de encontro, que são os restaurantes e bares, são cariocas. Trouxemos de volta um costume típico dos anos 80, 90, de o carioca sair para almoçar domingo em um hotel”, orgulha-se Michael Nagy. E emenda a dica: “todo domingo tem feijoada com roda de samba”. Uma experiência de tradição e sabor. Com uma alma autêntica, o hotel celebra o be yourself, convidando os hóspedes a viverem como verdadeiros cariocas, em um ambiente que reflete o estilo descontraído e vibrante da cidade. Tanto o restaurante Marine quanto o Spirit Copa Bar são abertos para não hóspedes. A noite por lá é agitada, com uma programação musical de terça a domingo.

O passeio até a praia é obrigatório. E lá, há um serviço exclusivo, no beach club Tropìk, no Posto 6, inspirado no Mediterrâneo. E ainda tem experiências esportivas de beach tennis, canoa havaiana, stand up paddle e aluguel de bicicletas para pedalar na orla. O hotel conta ainda com spa no qual o massoterapeuta faz os movimentos como se fossem as ondas do mar. Antes de me despedir, o café da manhã com vista para o mar. Naquele terceiro e derradeiro dia, Edna, a atenciosa garçonete, sugeriu um brinde com uma mimosa. E ela estava certa. Com a taça em mãos, em um dia ensolarado no Rio de Janeiro, o silêncio cedeu espaço para a melodia das ondas do mar. Naquele instante, compreendi de forma completa o lema do hotel: “transformando momentos em memórias”. @fairmontrio

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N a t u r e z a

Em meio à Mata Atlântica, o Club Med representa um verdadeiro estilo de vida, numa conexão intrínseca com a natureza e a promessa de vivências que transcendem o ordinário Por Marcella Oliveira

Mangaratiba (RJ) – O calor escaldante do verão pede mar, praia, sol e água de coco. Uma sinfonia de sonhos para aqueles que, distantes do litoral, anseiam por dias de descanso ao som das ondas do mar. É nesse cenário que emerge o La Réserve, um exclusivo espaço no resort Club Med Rio das Pedras, em meio à Mata Atlântica, onde estamos à beira-mar e cercados por majestosas montanhas. Localizado a apenas 1h20 do Rio de Janeiro, ali habita o luxo silencioso. Independente do resort, o La Réserve é o pioneiro da Exclusive Collection da rede no Brasil, concebido como um hotel boutique, inaugurado em 2016. Desconectar-se do mundo externo torna-se inevitável ao adentrar esse refúgio, onde a calmaria da natureza se entrelaça com a sofisticação. Um dos trunfos do lugar é o que o visual proporciona: uma paisagem composta por uma piscina exclusiva de borda infinita que se conecta com rio, mar e montanha. A trilha sonora cheia de bossa completa o cenário perfeito para os dias de descanso, ornando de forma quase que orquestral com os barulhos das ondas do mar. O serviço premium, um drink de boas-vindas oferecido pelo gentil Louis Chapiron, o francês mais brasileiro que vai conhecer, e a chave colocada no pulso como uma pulseira, é hora de conhecer o quarto. 138

Fotos: Divulgação

RESORT ALÉM DAS CONVENÇÕES

Com uma arquitetura clean e de alto padrão, as acomodações têm requinte, elegância e conforto – uma das camas mais confortáveis em que já dormi. O quarto de 80m² é um dos 27 que estão distribuídos em três edifícios, e conta com quarto e sala distintos, banheiro com banheira e terraço. Há ainda seis penthouses ainda mais exclusivas, com 110m² cada – com terraço, bar e hidromassagem. Em comum, todas têm vista deslumbrante para o cenário de mar e montanha. “O La Réserve foi construído para atender uma demanda de um serviço premium”, revela o italiano Andrea Loffredo, gerente-geral do resort. Com restaurante exclusivo – o Jangada, localizado à beira do rio e com opções à la carte –, bar e praia privativos, o hotel tem um time dedicado que não apenas conhece seu nome, mas também se dedica a realizar cada desejo. O senso de pertencimento transcende os limites do convencional. Funcionários, conhecidos como Gentis Organizadores, ou GOs, tornam o atendimento ainda mais customizado – e, com isso, muitos hóspedes tornam-se recorrentes. “O nosso diferencial é a jornada do hóspede. Buscamos conexões e relacionamentos genuínos. É por isso que nós temos uma equipe sempre por perto, mas com o cuidado de não ser invasiva”, conta Loffredo, que é uma figura emblemática e atua como embaixador e anfitrião. Não é difícil encontrá-lo de papo com os hóspedes, participando das festas, em cima do palco dançando com o grupo artístico ou estourando um espumante para agitar a noite.


O melhor dos dois mundos Um dos grandes diferenciais de La Réserve reside na habilidade de transitar entre a serenidade de seu espaço exclusivo e a efervescência de todas as atividades proporcionadas pelo resort com uma simples passagem pelo portão. Os hóspedes desfrutam da liberdade de escolher entre momentos de tranquilidade e experiências mais agitadas. Optar por uma noite animada após um dia relaxante à beira da piscina é uma escolha à distância de alguns passos, e a programação noturna é um capítulo à parte: shows ao vivo, teatro, exibição de filmes e festas que perduram madrugada adentro. Há uma extensa variedade de atividades, para todas as idades, inclusive para crianças – mas a hospedagem no La Réserve é apenas para maiores de quatro anos. Desde revigorantes caminhadas na Mata Atlântica até esportes aquáticos, o hotel oferece uma programação que acompanha os desejos de cada hóspede. “Fazemos muitas atividades, como caminhadas na Mata Atlântica, para proporcionar aos hóspedes a conexão com a natureza e, claro, com pessoas. Já vi grandes amizades surgirem aqui”, compartilha Andrea. Dentre os esportes que são ofertados no resort, os aquáticos são os mais procurados, como o esqui aquático, o stand-up paddle e o caiaque. Mas há ainda aulas de beach tennis, tênis, arco e flecha, além de uma academia totalmente equipada. Com três piscinas, quadras poliesportivas, oito quadras de tênis, uma quadra de basquete, dois campos de futebol, um estande de arco e flecha, sala de ginástica, duas saunas e espaço de massagem, os hóspedes têm à disposição tudo de que precisam. O restaurante principal do resort, que atende aos quase 380 apartamentos, também é acessível aos hóspedes de La Réserve, que desfrutam de um espaço reservado para saborear suas refeições. Com várias ilhas gastronômicas, destacam-se os pães produzidos artesanalmente, e as carnes assadas na brasa de carvão. Além disso, há bares, um wine bar e uma lanchonete, oferecendo opções diversas para todos os paladares.

Mais do que uma simples marca, o Club Med representa um verdadeiro estilo de vida, uma conexão intrínseca com a natureza e a promessa de experiências que transcendem o ordinário. La Réserve personifica essa filosofia, oferecendo aos seus visitantes um refúgio onde a versatilidade e a autenticidade se entrelaçam. @clubmedbrasil www.clubmed.com.br *A repórter viajou a convite do Club Med

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G u i a

O MELHOR DOS MELHORES

Fotos: Divulgação

Restaurantes brasileiros são premiados pelo grupo Best of the Best na categoria de Melhores da América Latina. Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro foram contempladas

Por Pedro Reis Em uma dança de sabores que ecoa a diversidade cultural do País, alguns estabelecimentos não alimentam apenas o corpo, mas também a alma. De sabores exóticos a interpretações modernas da tradição, cada um dos estabelecimentos é um convite para uma jornada gastronômica única. O grupo Best of the Best, do Reino Unido, elegeu os cinquenta melhores restaurantes da América Latina, e oitos deles estão aqui no Brasil.

14º lugar

Lasai No coração da experiência gastronômica carioca, o Lasai se destaca como um santuário culinário, onde a visão do chef Rafael Costa e Silva e a hospitalidade calorosa de sua esposa, Malena Cardiel, convergem para criar uma jornada única. Em 2022, o restaurante trocou sua antiga morada por um espaço mais íntimo, acolhendo apenas dez pessoas em torno de um balcão em forma de L, proporcionando uma experiência gastronômica ainda mais pessoal e envolvente. Guiado por duas hortas, uma na cidade e outra no estado do Rio de Janeiro, o menu de degustação de 15 pratos destaca a sazonalidade e a frescura dos ingredientes, com uma ênfase especial em produtos orgânicos, frutos do mar frescos e proteínas locais. @restaurantelasai

18º lugar 4º lugar

A Casa do Porco (SP) Em uma exuberante celebração da carne suína, A Casa do Porco emerge em São Paulo como o paraíso carnívoro concebido pelas mentes criativas dos chefs Jefferson Rueda e Janaína Torres Rueda. O restaurante é uma peregrinação culinária dedicada à nobreza do porco e orgulhase de utilizar apenas carne de origem certificada. No vasto cardápio, dividido entre opções a la carte e o menu degustação Somos de Carne e Osso, os visitantes podem explorar a riqueza da gastronomia brasileira. Além da comida, a seleção de bebidas é uma jornada sensorial por si só, incluindo desde os clássicos coquetéis até tereré, uma infusão de chá amargo tradicional em algumas regiões do Brasil. @acasadoporcobar

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Metzi No cruzamento de sabores mexicanos e brasileiros, Metzi surge como a criação gastronômica única da ex-dupla do Cosme, Luana Sabino e Eduardo Nava Ortiz. Após uma jornada de Nova York a São Paulo, os chefs enfrentaram desafios globais para abrirem o próprio restaurante, mas a resiliência provou ser o ingrediente essencial. O nome do restaurante é uma homenagem ao deus da lua na mitologia asteca, adicionando uma dimensão celestial à experiência culinária. Fundindo ingredientes brasileiros com técnicas e receitas mexicanas, o menu sazonal é uma celebração vibrante de ambas as culturas. @metzirestaurant


34º lugar

Maní

20º lugar

Oteque Inaugurado em 2018 pelo chef brasileiro Alberto Landgraf, com raízes que se estendem tanto ao Japão quanto à Alemanha, o Oteque se revela como uma expressão culinária única em um ambiente deslumbrantemente aberto. Situado no vibrante bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, o local exala uma atmosfera quadril, mas sem exageros. A magia acontece quando os ingredientes ganham vida, aprendiz de Tom Aikens e Gordon Ramsay, Landgraf cria pratos sazonais que celebram a abundância de peixes e frutos do mar. @oteque_rj

No coração de São Paulo, o Maní, liderado pela talentosa chef Helena Rizzo, transcende fronteiras culinárias ao fundir sabores brasileiros, asiáticos e europeus em uma experiência gastronômica única. A jornada de Rizzo, de modelo à garçonete e fornecedora, ganhou inspiração crucial durante uma refeição no renomado El Celler de Can Roca, na Espanha, levando-a a abrir o Maní em 2006. O restaurante, cuja cozinha contemporânea e artística tem raízes profundas em ingredientes icônicos brasileiros, rendeu a Rizzo o título de Melhor Chef Feminina do Mundo em 2014. Ao lado do chef belga Willem Vandeven, que se juntou ao time em 2017, a dupla celebra a riqueza dos sabores da culinária brasileira. @manimanioca

21º lugar

Nelita Por trás de uma fachada encantadora em verde pistache, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o Nelita é um santuário culinário liderado pela talentosa Tássia Magalhães e sua equipe predominantemente feminina. Com o restaurante nomeado em homenagem à mãe de Magalhães, a elegante sala de jantar é adornada com paredes de tijolos expostos e banquetas de couro. No restaurante, as massas são indiscutivelmente as estrelas, mas a atenção minuciosa se estende aos demais pratos, coquetéis e à seleção de vinhos, cuidadosamente exibidos em uma vitrine deslumbrante sobre o salão. @nelita.restaurant

35º lugar

Manu No coração de Curitiba, o restaurante Manu, sob a direção da premiada chef-proprietária Manoella Buffara, aparece como um brilho na culinária madura e impulsionada por vegetais. Reconhecida por colocar a cidade no mapa gastronômico, Manu foi nomeada One To Watch nos cinquenta melhores restaurantes da América Latina em 2018, consolidando sua posição ao conquistar o título de Melhor Chef Feminina da América Latina em 2022. O menu degustação, Metamorfose, é um reflexo do crescimento e maturidade de sua culinária desde a inauguração em 2012. O sucesso dela é refletido no menu de 11 pratos, compostos por ingredientes frescos e sustentáveis. @restaurantemanu

22º lugar

Evvai Embora escondido por trás de uma fachada discreta, o Evvai, inaugurado em 2017, no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo, por Luiz Filipe Souza, revela-se como uma joia culinária que transcende fronteiras. Após uma sólida formação em restaurantes italianos renomados, incluindo Fasano e Piselli, além do Reale em Castel di Sangro, Itália, Souza personifica a essência da cozinha Oriundi, termo que se refere aos descendentes italianos ao redor do mundo. @evvai_sp

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C o l l a b s

Mercado imobiliário high ticket em Miami volta à ativa e se prepara para construir o mais icônico condomínio de alto luxo. Empreendimento da Dolce&Gabbana, o primeiro da casa italiana

Fotos: Divulgação

COLECIONADORES DE SENSAÇÕES Por Pedro Reis

Miami está de volta com seu intenso mercado imobiliário destinado ao público high end. Além do estilo de vida easier e deveras festivo, a cidade tornou-se atrativa por sua posição geográfica favorável, a sete horas de distância da Europa. E também por abrigar sedes do mundo corporativo, e ainda ter imposto menor que Nova York e Califórnia. A explosão foi em Sunny Isles Beach, e agora se estende a Brickell, o centro financeiro do condado, onde condomínios nabescos se erguem. Diante de tantos fatores benéficos, construtoras passaram a investir alto em arranha-céus que chegam a custar 70% a mais que o valor habitual do segmento. Um dos elementos que justificam as cifras é a associação a labels de alto luxo. A exemplo de Giorgio Armani, um dos pioneiros. A compra de uma unidade no residencial, por exemplo, garante também voo de primeira classe para Milão, onde o novo morador pode encontrar-se com o estilista para escolher pisos, paredes e outros acabamentos do imóvel. A tendência ganhou impulso em 2016, com o lançamento do Porsche Design Tower. A torre de 132 unidades distribuídas em 60 andares revolucionou o setor imobiliário de Miami ao trazer características inéditas no mercado, como um elevador de carros, que permite aos proprietários estacionarem seus veículos dentro do apartamento. A britânica Bentley Motors fez o mesmo e lançou o Bentley Residences, em 2021. A torre compreende 216 unidades ao longo de 63 andares. Os olhares agora se voltam para o residencial Dolce&Gabbana, com entrega prevista para 2027. Desenhado pelos fundadores Domenico Dolce e Stefano Gabbana, o condomínio 142

promete ser um marco na cidade, elevando-se a quase 320 metros de altura em 90 andares. A experiência promete ser completa, pois o conceito será ofertar os serviços de hotel cinco estrelas. O apartamento é entregue completamente mobiliado com itens pré-selecionados sob curadoria da marca italiana. Esse é o primeiro endereço da marca no ramo imobiliário. Os preços variam de USD 3,5 milhões e USD 35 milhões. “Um condomínio associado a uma grife garante exclusividade, experiência e o cliente entende que o conceito será a extensão de seus produtos luxuosos”, explica Heloisa Arazi, brasileira fundadora da AMG International Realty.



D e s i g n

O SUPER IATE Por Paula Santana

Excelência do design, arquitetura, desempenho e tecnologia. Estes foram os critérios elencados que conferiram ao iate Azimut Grande 36 Metri o título Best of Show, durante o Fort Lauderdale International Boat Show 2023, em sua 64ª edição, na Flórida. Com 116 pés, a embarcação tornou-se símbolo de imponência, conforto e impressiona pelo aproveitamento de espaços, além da versatilidade de poder ser totalmente personalizada. O exterior foi desenhado pelo conceituado arquiteto Alberto Mancini, que deixa sua identidade nas sinuosas e marcantes linhas. As janelas panorâmicas também se destacam, integrando o interior da embarcação com a natureza. Com o design interno elaborado meticulosamente por Achille Salvagni, o modelo conta com cinco cabines amplas que podem acomodar até dez pessoas. Os motores duplos podem atingir velocidade de até 24 nós. A superestrutura é feita em fibra de carbono, material mais leve, proporcionando maior eficiência na navegabilidade e redução de até 30% nas emissões de carbono. No Brasil, o modelo da linha Grande, Azimut 27 Metri, tem alta aceitação pelo público. “Desde que passou a ser fabricada aqui, em 2020, já teve mais de 12 modelos vendidos”, comenta o CEO da Azimut Yachts, Francesco Caputo. @azimutyachts_brasil

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Fotos: Divulgação

Com 116 pés, o italiano Azimut Grande 36 Metri leva título mundial como Melhor Embarcação de Luxo e se destaca pelo design arrojado e a sensação de liberdade proporcionada por janelas panorâmicas



C r u z e i r o

ALTO-MAR, ALTO LUXO

Zarpou o Seven Seas Grandeur, a embarcação luxuosa mais recente. Dentre as experiências, a presença de um museu com 1,6 mil obras de arte, a exemplo do primeiro ovo Fabergé a residir permanentemente no mar Por Pedro Reis

A cada partida do porto, um portal parece se abrir para um capítulo de encanto e descobertas, onde o horizonte se desenha não apenas como limite, mas como promessa. Embarcar em um navio transcende a mera jornada; é uma experiência que se desdobra como uma poesia marítima. A bordo, o tempo desacelera. No silêncio do oceano, a brisa e as ondas abraçam embarcações cada vez mais luxuosas, que desfilam em alto-mar, verdadeiras joias. A mais nova obra-prima marítima da Regent Seven Seas Cruises arpou. O Seven Seas Grandeur já é uma realidade no mundo do mais alto luxo naval e redefine os padrões de espaço, serviço e experiência a bordo. A primeira viagem era mais que esperada – e ocorreu no fim de novembro de Veneza (Trieste), Itália, a Barcelona, Espanha, com a presença da madrinha da embarcação, Sarah Fabergé, membro fundador do The Fabergé Heritage Council e bisneta de Peter Carl Fabergé. 146

“À medida que o apetite por viagens de luxo continua a crescer, a nossa entrega oferece ainda mais oportunidades de navegar pelo mundo enquanto desfruta dos mais altos padrões de hospitalidade em ambientes luxuosos e espaçosos”, declarou Andrea DeMarco, presidente da Regent Seven Seas Cruises. O Seven Seas Grandeur integra a frota de maior padrão do planeta e é fruto de mais de três décadas de experiência da marca estadunidense na indústria. Projetado pelo Studio DADO e construído pela Fincantieri em Ancona, Itália, o navio ficou pronto em um prazo recorde de pouco mais de dois anos e abriga uma tripulação de 548 membros dedicados e recebe apenas 746 convidados, que têm 15 categorias distintas de acomodações, variando de 28,5m² a mais de 412m². Um dos maiores diferenciais do navio é a sua impressionante coleção de arte, com destaque para a obra-prima personalizada Journey in Jewels, o primeiro ovo Fabergé a residir permanentemente no mar. Ao todo são 1,6 mil peças que ornam o navio, representando todo o glamour que uma viagem do mais alto padrão marítimo pode oferecer.


Fotos: Divulgação

Dentre outras relíquias, várias obras de Picasso; uma escultura de cerejeira Bonsai em bronze e vidro fundido à mão, feita sob medida, e a tapeçaria A Árvore Encantada, tecida pelo artista brasileiro Walter Goldfarb. Outra novidade é o primeiro tour de arte digital da Regent, o Art Experience, que é disponibilizado por meio de um aplicativo próprio da empresa.

Exclusive Enquanto flutua sobre as águas, o navio proporciona diferentes vivências. A começar pela gastronomia, com oito experiências requintadas, incluindo cinco restaurantes de culinárias específicas. O Chef Executivo Sênior Michael Meyepa e o Diretor de Alimentos e Bebidas Stéphane Carriou lideram uma equipe dedicada aos exclusivos Compass Rose, Prime 7, Chartreuse e La Veranda. As atrações não ficam para trás, shows com diretores criativos do Grammy e Broadway encantam as noites

dos hóspedes. São quatro novas produções que estreiam exclusivamente no cruzeiro, Pasión, Ignite the Night, Marauder’s Ball e ICONS. E não pense que faltam oportunidades de relaxar. A embarcação conta com o que há de melhor no mundo dos tratamentos de spa. Os procedimentos incluem utilização de uma cama de cristal de âmbar e quartzo, bem como uma mesa com tecnologia para massagem com gravidade zero. Enquanto corta as águas que banham destinos tão diversos como Caribe, Canal do Panamá, costa leste dos EUA, Mediterrâneo, Canadá e Nova Inglaterra, o Seven Seas Grandeur assume o papel de um cenário onde se desenham as mais preciosas memórias para viajantes de todas as partes do mundo. O Seven Seas Grandeur não é apenas um navio, mas uma obra-prima flutuante. É o significado de luxo em alto-mar. @royalcaribbeanbrasil

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S o c i a l

Detalhes do décor

UM DIA MEMORÁVEL O tão esperado “sim” de Bárbara Ornelas e Alessandro Gama foi dito em meio a 400 convidados no Espaço da Lenda. Ciceroneada por Cristina Gomes, a recepção seguiu no mesmo espaço e ganhou décor bucólico e florido nas mãos de Valéria Leão Bittar, realizando um sonho da noiva, que estava belíssima com um vestido Patrícia Bonaldi. O DJ DUMORERA, o cantor Leonardo Martins e a Banda EVA foram os responsáveis por fazer a pista ferver. Fotos: Celso Junior Após a cerimônia, os noivos posam na recepção

Bárbara e Alessandro posam ao lado dos pais

148 O momento da celebração


A noiva é conduzida ao altar pelo pai, Osmar

Alessandro entra acompanhado da mãe, Patrícia Gama

As avós de Bárbara foram encarregadas de levar as alianças até o casal

Sheila e Osmar Ornelas, pais da noiva

Daminhas e pajens abrilhantam a cerimônia

Momento de dança das noivas e amigas

O noivo curtindo a festa

O DJ DUMORERA animando a pista

Brindando o casamento

Marido e mulher dançam juntinhos

149 A hora de jogar o buquê


S o c i a l

Júlia e Felipe posam com as daminha e os pajens

EM MEIO À NATUREZA O grande dia de Júlia Vilela e Felipe Pereira foi florido e ocupou o Espaço Patú Anú, no Park Way. Com beleza e cabelo assinados por Lázaro Rezende e Eliel Almeida, a noiva elegeu o estilista Paulo Araújo e encantou a todos com sua beleza. Após o grande momento, os 250 convidados seguiram para a recepção, que ficou aos cuidados do Santas Cerimonial. Bolo e doces Maria Amélia adoçaram a celebração. Fotos: Celso Junior

Momentos da cerimônia

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Visão do altar


Júlia sobe ao altar de braços dados com o pai, Marcos

O casal posa com as madrinhas

Após o casamento, Júlia e Felipe posam com os familiares

A foto com os padrinhos

Suzana Pereira conduz o filho até o altar

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S o c i a l Abençoando as alianças

Manuella faz sua entrada ao lado do pai, Adelino Amaral

O noivo entra acompanhado da mãe, Luziana Soares da Fonseca

PARA SEMPRE A icônica Igreja Dom Bosco foi o palco do enlace de Manuella Bonavides e Leonardo da Fonseca. A noiva usou um modelo Wanda Araújo e teve beleza assinada por Ricardo Maia, encantando a todos os convidados, que após a cerimônia seguiram para recepção no Espaço Monumental. Ricamente decorado por Valéria Leão Bittar, a festa seguiu até altas horas com o som dos DJs Eloy, Yex, e show da cantora Adriana Samartini.

A noiva e o padre

Fotos: Celso Junior Christina Bonavides e Reynaldo Soares da Fonseca

152 Para abençoar o casal


Para trazer graça ao momento, daminhas e pajens

Maria Eduarda, Gabriel e Rafael, irmãos dos noivos, carregam as alianças

A foto dos noivos com os pais, Christina, Adelino, Luziana e Reynaldo

Detalhes do décor da recepção

Momento de descontração da noiva e amigas

A cantora Adriana Samartini agitou a festa

Os noivos posam com Isabella Maia, Bárbara Rei, Yasmin Handar e Raíssa Isac

Um brinde ao amor

153 Rafaela Amaral, Caroline Anjo, Manuella Bonavides, Rafaela Stochiero, Juliana Marques e Priscila Tollini

Sarah Cury, Cintia Soares, Roberta Hélcias e Virgínia Leite celebram a noiva


S o c i a l

Madrinhas e Padrinhos felicitam o casal

EM NOME DO AMOR Victoria Henriques e Eduardo Cavaliere trocaram alianças na Igreja São Francisco de Paula, seguida da cerimônia de união civil, na Mansão do Açude. Ambos os momentos ocorreram em cenários memoráveis no Rio de Janeiro, onde o casal reside. Os convidados se emocionaram durante a cerimônia celebrada pelo Procurador do Rio de Janeiro Gustavo Schmidt, professor dos noivos durante o curso de Direito. Centenas de amigos brasilienses estiveram presentes. Linda em ambas as ocasiões, Victoria usou um vestido Yolancris. Fotos: Fer Cesar

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Daminhas e Pajens com o casal

O Rio de Janeiro foi o cenário do enlace

Victória lê seus votos para o noivo


Edmur e Beatriz Araújo, João Gualberto e Eliane Henriques, os noivos, Cat Henriques e Edmur Araújo Filho

Os noivos com o prefeito Eduardo Paes e Cristine Paes

As amigas da mãe da noiva

Um beijo apaixonado, a caminhada e a presença do melhor amigo do casal

Antônio Venâncio, Fernanda Adriano, Beatriz Araújo, Ana Maria e José Celso Gontijo

No dia seguinte à cerimônia na igreja, mais festa Detalhes da pista de dança, que ferveu até o dia amanhecer

Família Araújo, Iane e José Perdiz com Wanderley e Valéria Gontijo

Jorge Moll, Beatriz e Edmur Araújo e Gilmara Espino

Em dois dias de festa, a alegria tomou conta dos cerca de 600 convidados Anna Paola Frade, Marcia Costa, Tetê Adriano, Bia Araujo, Iane Perdiz, Paula Rodopoulos e Dani Kninggendorf

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S o c i a l

Júlia Bordi, Lorena Mazali e Fernanda Mazali

Não faltou amor no dia especial de Lorena e Thiago

O noivo com os sobrinhos, Téo e Gabriel

O beijo apaixonado do casal

BÊNÇÃO INTIMISTA Lorena Mazali e Thiago Bordi escolheram se casar rodeados apenas pelos familiares e amigos mais próximos. A cerimônia se realizou na Capela São José e a recepção, que ficou aos cuidados de Brisa Rubio, seguiu na casa da família da noiva, no Lago Sul.

Os pais Glória e Mário Mazali, Liliani Bordi e Paulo Freitas, com os noivos

Fotos: Celso Junior

A hora do bolo

Lorena e Thiago recebem o amor dos familiares A entrada das alianças

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S o c i a l

AMPARAR VIDAS O retorno do baile GALA da GPS|Foundation se realizou na casa de Fernando Cavalcanti, economista e vice-presidente do Nelson Wilians Group. Os irmãos Pedro e Kelly Piquet

Ele abriu as portas de sua residência, no Lago Sul, para receber 250 convidados que desfrutaram de uma noite black-tie com leilão de arte conduzido por Sílvia de Souza, da Casa Amarela.

O anfitrião Fernando Cavalcanti arremata

O fruto da arrecadação atenderá, em 2024, a instituição Mão Amiga, além das outras 32 cadastradas. Um Corvette 1975, doado por Nelson Piquet, foi a grande sensação do encontro. A cantora Indiana Nomma foi uma das atrações do Soirée

Entre as figuras ilustres, o governador Ibaneis Rocha, a primeira-dama Mayara Rocha e Anna Christina Kubitschek, neta do fundador de Brasília, Juscelino Kubitschek, e seu marido, o empresário Paulo Octávio. A decoradora Maria Tereza Cavalcanti cuidou da noite, com ambientação projetada por Maurício Cortês e cerimonial de Carla Rogado. O buffet Unique assinou o catering. Dentre as atrações, o jazz de Indiana Nomma, o tenor Thiago Arancam, o cantor Alexandre Pires e os DJs DUMORERA e Edy.

O Corvette 1975 doado por Nelson Piquet

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Fotos: Celso Junior, Ueslei Marcelino e Rayra Paiva Os pilares da GPS|Foundation: Paula Santana, Vivianne Leão Piquet, Rafael Badra e Eduardo Lira


Vivianne Leão Piquet entre Marco e Giovanna Piquet

Fernando Cavalcanti, Mayara Rocha e o governador Ibaneis Rocha

A família Marita, Eduardo, Flay e Luiz Eduardo Lira

Paula Santana e Celso Junior

Rafael e Silvia Badra

Luciana e Fabiano Cunha Campos

Fernando Cavalcanti e Carol Mendes com o time NWGroup

Fausto Stauffer e Thiago Miranda

Luís Antônio Reis e Duda Almeida

Marcelo Lourenço e Tatiana Mauriz

Juliana Sabino e Benedito Rodrigues

Obra do artista Victor Brecheret

Os quatro nomes da GPS|Foundation juntos no palco

Isabella Salvati, Pedro Piquet, Thiago Arancan, Diomédio Santos e Margot Albuquerque

Luiz Carlos e Georgia De Luca

Vivianne Leão Piquet e Rafael Badra

Caio Barbieri foi o mestre de cerimônias

Sylvia e Mauro Lacerda

Crygina Bandeira e Maurício Lima

As irmãs Kelly e Julia Piquet

A primeira-dama Mayara Noronha Rocha e o governador Ibaneis Rocha

Isabela Lira e Arthur Cardoso

Tatiana e Eugênio Lacerda

Fernando Cavalcanti e Tainah Mello

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S o c i a l

Obra de Celso Junior arrematada pelo governador Ibaneis Rocha

Isabella Salvati

Paulo Octávio, André Kubitschek, Leandro Vaz e Ravell Nava

Adriana Chaves e Agenor Neto

Flay Leite Lira

Georgia De Luca, Karina Curi, Vivianne Leão Piquet, Silvia Badra, Tatiana Lacerda e Patrícia Justino Vaz

Duda Portella Amorim

Fernando Cavalcanti, Carol Mendes, André Clemente e Fábio Araújo

DJ DUMORERA

O cantor Alexandre Pires

Lazlo Piquet e Jade Abitbol

Fernanda Leão e Marcelo Araújo

Maria Tereza Cavalcanti foi a responsável pela decoração

160 Paloma Gastal, Vitória Bettiol, Karina Curi e Adriana Chaves

Wilma e Cláudia Pereira


Diomédio Santos, Fabiano Cunha Campos e Leonardo Marques

Paulo Octávio e o governador do DF, Ibaneis Rocha

Família Slaviero: Luca, Marina e Sérgio

Cláudia Salomão e Thiago Miranda

Raquel Jones, Luiza Vaz e Luciana Cunha Campos

Antônio Venâncio, Fernanda Adriano, Anna Christina Kubitschek e André Kubitschek

Karine Moreira Lima e Tâmara Diniz

Maria Tereza Cavalcanti

Júlio Ayres e André Braga

Bob e Lilian Lima com Alexandre Furmanovich

Jorge Eduardo Antunes e Rafael Badra

Fernanda Sabino

Rodrigo Bastos e Carolina Oliveira

Marita Lira e Flay Leite Lira

O cantor Thiago Arancam

Paulo Emílio Catta Preta e Elaine Oliveira com Claudia e Claudio Melo

Anna Christina Kubitschek, Mayara Noronha Rocha e Priscila Rodovalho Cunha 161


Ú l t i m o

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Gucci - preço sob consulta

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um verão que não se amarra à realidade. FLAYBRAND.COM.BR | @FLAY.BRAND



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