Teatro de Fantoches "Chuva de Buteixo"_5.ºB

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Turma 5ºB TEATRO DE FANTOCHES DOS CONTOS DO MAGO “Chuva de Nuteixo” (Narrador Senhor Mundo) » Eu sou o Senhor Mundo e vou-vos contar uma história fantástica, como nunca se viu. Sou o Senhor da Terra, o grande criador de tudo… Tenho um chapéu mágico, que representa o Universo com as suas estrelas, planetas, astros e meteoros. A minha cabeça é uma nuvem carregada de chuva. Tenho um olho em forma de Sol e outro de Lua. O meu nariz é um relâmpago e na boca tenho dentes em forma de gotas. No meu tronco tenho todos os tipos de solo da Terra. No local do coração tenho um vulcão, de onde saem gases, lavas e turbilhões de fogo. À volta do meu corpo tenho uma capa de ondas que representa todos os oceanos. Um dos meus braços é o tornado e uso quando estou zangado e o outro uma árvore que gosto de usar quando estou tranquilo. As minhas pernas são constituídas por todos os tipos de rochas que existem no Mundo. Tozézozé - Então, mas quando começa a história? Já sabemos que és o Senhor Mundo! (Narrador Senhor Mundo) » Bem, vamos lá então à história…. Há muitos milhões de anos, tantos que nem dá para imaginar, existia um mago chamado PMC Zóico. Mago Zóico, para os amigos, é mágico e consegue andar de época em época, através de um portal sagrado. É muito distraído e trapalhão e tem uma grande paixão. Na época do Mesozóico, o mago poderoso vivia num continente único chamado Pangea rodeado por um único oceano, o Pantalassa. Durante alguns milhões de anos criou uma montanha tão alta, tão alta, que fazia cócegas ao céu – a Hercínica. Esta montanha estendia-se pela Pangea inteira. Mago Zóico, apaixonado pela sua criação, todas as manhãs abria a sua maior janela para contemplar a sua maravilhosa e bela criação. Mago (acorda e espreguiça-se) - Ai, que bom, já é dia! (ensonado, levantou-se e tropeçou nos sapatos) (Pum) - Aiiii…. Malditos sapatos, estou sempre tropeçar! Vou ter que arrumar a casa! (Mago calçou os sapatos – o fantoche passa-se para o lado de fora do cenário com os sapatos à mostra e dirige-se à janela) - Que bela a minha Hercínica! Ohhhhh! És a flor do meu coração.


(Narrador Senhor Mundo) » Nesta época os animais que existiam no centro da Pangea viviam sufocados de calor e suplicavam chuva ao Mago. Dinos (todos ao mesmo tempo) - Estamos fartos deste calor, queremos chuva! Queremos chuva! Queremos chuva! (todos muito zangados e a gritar) Sr. Bigodes – Estamos numa seca permanente que não termina. Todas as noites sonho com um copinho de água. Ahhhh! Tu não, Tozézozé? Tozézozé – Ai, não digas nada. Eu posso ser pequeno, mas a minha raiva é grandeeeee. Mago, se não fazes chover o Chico Mauzão perde a calma. Chico Mauzão – Segurem-me, segurem-me… Se não fazes chover eu destruo a tua Hercínica. Não vês que o solo se está a rachar todo. Não há água! Mago – Não tinha reparado. Afinal tens razão. Tenho andado mesmo distraído! Nonco – Grande mago, grande mágico, faz lá uma magia do fantástico. (Narrador Senhor Mundo) » Os animais viviam no centro do grande continente, onde as massas de ar húmido não chegavam. Mago Zóico, como amava a sua bela Hercínica não sentiu o calor abrasador que estava a fritar os dinos. Mago (assustado levantou o seu nuteixo no ar) - Ora bem, feitiço, feitiço …. Qual será? Ai esta memória de rato! Chuva, chuva, chuva…. Já sei! “Ussuruputu, ussuruputu Nuteixo lindú, Nuteixo lindú Chuva, chuvinha, chuvão Dá-me muita chuva meu nuteixão!” (de seguida, começa a chover, mas pára novamente) Mago - Ora bolas, não resultou!


(mal acabou de dizer a última palavra ouve-se um trovão e começa a chover torrencialmente – chuva, barulho de chuva e de trovoada) Dinos (gritam alto e começam a dançar uns com outros alegres e com as patas no ar) - Viva o Mago… Viva! (dizem todos ao mesmo tempo) Tozézozé - Vamos festejar este feito durante uma semana sem ninguém dormir. - Viva, viva, viva… (Responderam todos) (Narrador Senhor Mundo) » Durante vários meses os dinos e o mago festejaram a vinda da chuva. Porém, a chuva não parava e os dinos começaram a ficar preocupados com tanta chuva. Durante 64 anos continuou a chover e cada dia que passava, mais os dinos suplicavam que desfizesse o feitiço que estava descontrolado. Os dinos estavam quase todos constipados e alguns desesperados porque não sabiam nadar em tanta água que os rodeava. Sr. Bigodes - Atchiiiimmm. Atchiimmm! Estou com uma gripe dos diabos. Não há maneira de parar esta chuva horrível. Ontem o Chico Mauzão ia morrendo afogado neste dilúvio e eu mal consigo voar com a quantidade de cogumelos que me nasceram nas asas… Mago, tens que fazer alguma coisa. Imploro-te que faças parar esta horrível chuva que está a levar tudo… Mago - Devo ter cometido algum erro, Sr Bigodes. Esta memória de rato não me serve de nada. O que hei-de fazer? Sr. Bigodes - Já sei! Por que não vais ver ao livro supermegamágico. Pode ser que o duende Elementávio te consiga ajudar, indicando o que fizeste mal. Mago Boa! Onde está o livro? Sr. Bigodes Olha não é aquele que vai a flutuar ali ao fundo? Mago Espera… Vou abrir para ver se nos aparece o Elementávio.


Elementávio (ouve-se um trelimpimpim) - Atchiiiimmmm… Mago o que foste fazer? O livro está todo ensopado e eu todo constipado. Mago - Foi o nuteixo que não se encontra actualizado. Elementávio - Não, Mago! Tu fizeste asneira, trapalhão. Em vez de teres trazido uma pequena massa de ar húmido do mar, trouxeste uma quantidade exagerada. Essa massa de ar ao chegar à nossa Hercínica do tamanho de todos os dinossauros juntos uns em cima dos outros, foi obrigada a subir para os lugares mais frios da atmosfera, provocando a condensação. No céu o vapor de água transformou-se em gotas de água que correram pela Hercínica como loucas, dias e dias sem parar. (zangado) Mago - Podes ter razão, mas o que faço? Elementávio - Faz um feitiço então, com o teu grande nuteixão, mas não peças tanta chuva desta vez, não. (Narrador Senhor Mundo) » Enquanto o Mago treinava a sua magia, a Hercínica ia-se desgastando com todas aquelas gotinhas de água que rebolavam pelas suas costas. O Mago ao mesmo tempo que procurava os feitiços certos olhava para a sua Hercínica e ficava destroçado e quase em estado choque. A sua criação estava arruinada. O desespero era grande e ele não conseguia fazer parar a chuva. Na realidade a Hercínica durante todo este tempo estava a sofrer a erosão da água da chuva. Grande parte da Hercínica encontrava-se agora nos vales e corria pelos rios abaixo… Era a desgraça. (a chuva sai e vem o sol) (silêncio seguido de gritos e alegria dos dinos) (Narrador Senhor Mundo) » Passou algum tempo e depressa os dinos vieram pedir ao Mago um novo feitiço para chover. (os dinos queixam-se uns para os outros de calor) Sr. Bigodes - Que calor. Já estou com saudades da água. Nonco


- Dá-nos água, dá-nos chuva, faz chover poucochinho, muito poucochinho. Mago Ziringundonastro, ziringundoneu Nuteixo, Nuteixinho Faz cair, poucochinha, poucochinha Só mesmo alguma chuvinha. (Narrador Senhor Mundo) » Durante muitos anos a chuva voltou à carga em grande quantidade. A Hercínica cada vez estava mais pequena. Depois de vários feitiços que levaram ao chove não chove, ao quente e frio, ao vento louco e sossegado o Elementávio decidiu zangar-se com o Mago Zóico (enquanto fala ouve-se chuva e uma grande trovoada). Elementávio Mago, a tua magia está descontrolada. (zangado) Precisas de aprofundar os teus estudos de magia. Quero que vás imediatamente para a melhor universidade da Pangea, a Universidade Feitiçomagia. (Narrador Senhor Mundo) » Passado muito tempo o Mago regressou e os Dinos festejaram o seu regresso, mas ao deparar-se com a destruição da sua paixão, a maior montanha e a mais bela, ficou completamente destroçado e nem sequer ligou à alegria e à recepção dos dinos. (dinos dançam alegres) Mago - Onde estás minha amada… Por que desapareceste, assim sem dizeres nada? Criei-te com todos os meus esforços e agora desapareceste para sempre. Elementávio - Oh Mago, não fiques assim! Embora ela se tenha ido embora, ela deixou-te um tesouro para te animar quando te sentires triste. A Hercínia pode ter desaparecido, mas não desapareceu completamente! Ela deixou-nos as suas rochas que representam os bons e maus momentos que passaram juntos. O tesouro, esse, olha bem para ele. Ficará contigo para sempre. Olha pela janela e observa com atenção. Achas melhor prenda que esta? Um vale de rochas vermelhas? Formadas com os restos da tua amada? Apresento-te esta rocha linda, feita de sedimentos de areia.


Grés de Silves Olá, Mago. Eu sou o arenito, mais conhecido pelo Grés de Silves. Mago - Oh que lindo. É verdade! A partir de hoje em diante todos os Magos que viverem neste reino de vales vermelhos irão chamar-se Magrés!

CANTIGA COM TODOS OS ALUNOS


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