Maria Bonomi

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Maria Bonomi



Maria Bonomi 6 May – 10 June 2009

with an introduction by Marcelo Mattos Araújo

Gallery 32 ∙ London



Maria Bonomi On account of the initiative of the Embassy of Brazil in London, the art of Maria Bonomi is finally being presented to the British public in an exhibition at Gallery 32, a venue of consistent and worthy endeavours to foment Brazilian artistic production. Maria – as she is affectionately addressed by all of her friends – is currently one of the most noteworthy names in the cultural landscape of Brazil. In effect, few visual artists currently achieve as much mediatic resonance in Brazil: she has even become a character in a TV mini-series. A witness and an agent of our cultural history over the past fifty years, she has created one of the most numerous and distinguished sets of works of art in public spaces in the city of São Paulo. She is one of the most assiduous participants in the São Paulo International Biennials and fittingly has received awards in both visual arts and scenography. In contrast, there is nobody more averse to formalities, more distant from official procedures, more opposed to acclaim than Maria Bonomi, an eternal adolescent that, with boundless energy and creativity, reinvents herself at each moment, producing an oeuvre that is constantly migrating and exhibiting a cartography that extends from life in metropoli such as São Paulo and New York to experiments with the Chinese culture and Amazonian nature. A pulsating oeuvre of vitality and desire that is part and parcel of the scope of the best tradition in Brazilian art, particularly manifest in engravings as an enhanced expression of commitment to social issues along with experimentation as an ethical vision of the world. The complexity of Bonomi’s oeuvre inhibits both linear reasoning and unidirectional reflection, as it is made explicit by the selection of works presented at this exhibition at Gallery 32. The selection encompasses colour xylographs in large scale, which she started to create in the 1970s – juxtaposing and dislocating matrices in a process that results in images with delicate hues and high visual impact as in Tropicália, Sex Appeal and Sappho, to the latest creations as in the complex Tetraz, a xylograph created in 2005 on Nepalese paper, or the delicate lithograph La Niéce, both examples of the same thought that spans various media. Transformed – a colour xylograph on Japanese paper which is two metres high, was made by Bonomi specifically for this exhibition in London. This is an example of her competence in large-scale engravings, which migrate from flatness to verticality on the walls in constructions that articulate simplicity of forms with the monumentality of the image. The exhibition will also show some Epigramas, objects in copper, aluminium or brass, which she began to create at the beginning of the 1980s and continues to this date, in which the clay receives incisions brought from the universe of woodcutting just before going into the foundry. Also pieces such as the series Love Layers, sculptural works in metal conceived in 2007, with marked sexual connotation and a delicate balance, weaving personal memories in a public place. The exhibition is completed with a video by the acclaimed Brazilian video artist Walter Silveira that evokes an assortment of works by Maria Bonomi in public places in the city of São Paulo. In 2008, the Pinacoteca do Estado de São Paulo, the São Paulo State Picture Gallery, was honoured to pay homage to this great artist with the exhibition Maria Bonomi: Gravura Peregrina, an extensive panorama of her five decades of work and dedication to the arts. The curator of that exhibition, a renowned historian of Brazilian art, Ana Maria Belluzzo, points out that “Maria touches truly beautiful things, transforming them into bearers of a meaning sketched around the experience that she herself lived through. The action is the bearer of sense, not the world.” It is, thus, with great pleasure and immense expectation that we now see her construction of senses cross the ocean in order to pursue her journeys of enchantment and seduction. Marcelo Mattos Araújo Director Pinacoteca do Estado de São Paulo


Maria Bonomi Graças à iniciativa da Embaixada do Brasil em Londres, a arte de Maria Bonomi é finalmente apresentada ao público britânico, em mais uma exposição da Galeria 32, um consistente e respeitável projeto de divulgação da produção artística brasileira. Maria – como afetuosamente é chamada por todos seus amigos – é hoje um dos nomes mais marcantes do cenário cultural de nosso país. Com efeito, poucos artistas plásticos alcançam atualmente no Brasil uma ressonância midiática como ela, personagem de mini-série televisiva; testemunha e agente dos últimos 50 anos de nossa história cultural; responsável por um dos mais numerosos e destacados grupos de obras em espaços públicos da cidade de São Paulo; artista com o maior número de participação nas Bienais Internacionais de São Paulo; detentora de premiações nas áreas de artes visuais e cenografia. Por outro lado, não existe personalidade mais avessa às formalidades, mais distante dos oficialismos, mais contrária à consagração, do que Maria Bonomi, uma eterna adolescente que, com energia e criatividade inesgotáveis, se reinventa a cada momento, produzindo uma obra em constante migração, com uma cartografia que se estende da vivência de metrópoles como São Paulo e Nova Iorque a experiências com a cultura chinesa e com a natureza amazônica. Uma obra pulsante de vitalidade e desejo, que se inscreve no âmbito da melhor tradição da arte brasileira, especialmente de gravura como expressão maior de um compromisso com o social e com a experimentação como visão ética do mundo. A complexidade da obra de Maria Bonomi impede qualquer raciocínio linear ou reflexão unidirecional, como bem explicita o conjunto de trabalhos apresentados nesta exposição da Galeria 32. Eles englobam desde as xilogravuras coloridas em grande formato, que começou a produzir na década de 1970 – justapondo e deslocando matrizes em um procedimento que resulta em imagens de delicados cromatismos e forte impacto visual, como Tropicália, Sex Appeal e Sappho – até produções mais recentes, como a complexa Tetraz, xilogravura criada em 2005 em papel artesanal nepalês, ou a delicada litografia La Niéce, ambas exemplos de um mesmo pensamento que se espraia por diferentes suportes. Transformed – xilogravura colorida sobre papel japonês, com dois metros de altura – foi criada por Maria Bonomi especialmente para esta exposição em Londres. É mais um exemplo de seu domínio dos grandes formatos gravados, que migram do plano para a verticalidade das paredes, em construções que articulam a simplicidade de formas com a monumentalidade da imagem. Integram também a mostra alguns Epigramas, objetos em cobre, alumínio ou latão, cuja produção se inicia nos anos 1980 e se estende até o presente, nos quais o barro, no momento anterior à fundição, recebe incisões trazidas do universo da gravura em madeira; bem como peças da série Love Layers, trabalhos escultóricos em metal concebidos em 2007, de forte conotação sexual e delicado equilíbrio, que compõem uma trama de lembranças individuais no espaço público. Completa ainda a exposição um vídeo de autoria do destacado videoartista brasileiro Walter Silveira, que evoca os múltiplos trabalhos de Maria Bonomi em espaços públicos da cidade de São Paulo. Em 2008, a Pinacoteca do Estado de São Paulo teve o privilégio de homenagear esta grande artista com a exposição Maria Bonomi: Gravura Peregrina, um extenso panorama de suas cinco décadas de atuação e dedicação às artes. A curadora da exposição, a renomada historiadora de arte brasileira Ana Maria Belluzzo, aponta que “Maria toca as coisas, elas mesmas, fazendo-as portadoras de uma significação traçada em torno da experiência vivida por ela mesma. A ação é portadora de sentido, não o mundo”. É assim com grande orgulho e imensa expectativa que vemos agora suas construções de sentidos atravessarem o oceano para prosseguir em suas jornadas de encantamento e sedução. Marcelo Mattos Araújo Diretor Pinacoteca do Estado de São Paulo


Epigrama (Kandinsky), 1984 aluminium 24 x 24 cm



Apoteose, 1993 xylography on Japanese paper 131 x 97 cm


Love Layers, 2008 aluminium, edition of 33 155 x 33 x 10 cm


Love Layers, 2008 aluminium, edition of 33 160 x 39 x 9 cm


Love Layers, 2008 aluminium, edition of 33 155 x 33 x 10 cm


Love Layers, 2008 aluminium, edition of 33 160 x 35 x 8 cm


Tropicรกlia VA, 1994 xylography on Japanese paper 250 x 100 cm


Sex Appeal, 1985 xylography on Japanese paper, 1/20 236.5 x 101.5 cm


Sappho I, 1987 xylography on Japanese paper 227 x 96 cm


Tetraz VB, 2003 xylography on Nepalese paper 148 x 297 cm


Epigrama (small mural), 1984 aluminium 38 x 18 cm


Prato Maresias, 1984 aluminium 25 x 25 cm


La Nièce VA, 2007 lithography 74 x 53 cm

La Nièce VB, 2007 lithography 74 x 53 cm


Transformed, 2009 xylography on Japanese paper 200 x 150 cm


Ministry of External Relations Celso Luiz Nunes Amorim Minister of External Relations

Published by the Embassy of Brazil in London for the exhibition of works by Maria Bonomi 6 May – 10 June 2009

Samuel Pinheiro Guimarães Secretary General of External Relations Ruy Nunes Pinto Nogueira Undersecretary General for Cooperation and Trade Promotion Eliana Zugaib Director of the Cultural Department José Mário Ferreira Filho Head of the Division for Cultural Promotion

Embassy of Brazil in London

catalogue design João Guarantani coordination Maria Helena Peres Oliveira translation Nadia Kerecuk

© images: artist’s archives © text: the author

Carlos Augusto R. Santos-Neves Ambassador Carlos Pachá Head of the Cultural Section

Gallery 32 32 Green Street ∙ London ∙ W1K 7AT +44(0)20 7399 9282 ∙ www.brazil.org.uk/gallery32

front and back cover detail of Tetraz VA, 2003, xylography on Nepalese paper, 148 x 297 cm




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