Intercambio: A Gentil Carioca / h10

Page 1

Intercambio

Galería de Artes Visuales h10, Valparaíso Galería A Gentil Carioca, Río de Janeiro

2008.2009


Intercambio

Galería de Artes Visuales h10, Valparaíso Galería A Gentil Carioca, Río de Janeiro. Auspicia Fondart

h10 ediciones 1ª edición digital. Valparaíso, agosto de 2009 Diseño: instruccionesdeuso.cl Fotografías: Pedro Sepúlveda, Vanessa Vásquez Grimaldi, Marssares y A Gentil Carioca.

Esta obra está publicada bajo una Atribución-No Comercial-Sin Derivadas 2.0 Chile de Creative Commons. Para ver una copia de esta licencia, visite http://creativecommons. org/licenses/by-nc-nd/2.0/cl/.


A mediados del 2007, a partir del contacto que había realizado Paulina Varas, actualmente codirectora de Crac Valparaíso, iniciamos las primeras conversaciones con Marcio Botner, dirctor de A gentil Carioca, junto a Laura Lima y Ernesto Neto, para realizar un intercambio entre nuestras galerías.

En el contexto de este intercambio se realizó una charla sobre la propuesta de trabajo de A Gentil Carioca. Marcio Botner, artista y co director de la galería se presentó junto al Tomás Rivas, artista chileno que sirvió de bisagra, al haber expuesto en ambos espacios.

El interés por A Gentil Carioca radicaba en ser una galería comercial dirigida por artistas. Su ubicación, en un tradicional barrio de inmigrantes en el centro de Río de Janeiro, la presentaba como una anomalía en el circuito de galerías comerciales de Brasil.

En enero de 2009 en el marco de la 5ª exposición anual Abre Alas que organiza A Gentil Carioca como inauguración de su año participamos con dos trabajos especialmente pensado para Río de Janeiro. Esto unido a la “Palestra” que realizamos en el Centro Helio Oiticica en marzo cerró de feliz manera esta experiencia de intercambio que seguramente se mantendrá en el tiempo.

¿Por qué hacer un intercambio con una Galería comercial si h10 no lo es? En la escena chilena recién comienza un lento camino hacia el desarrollo de un mercado de arte y en Valparaíso en particular, este camino sólo es una incógnita. La historia y el modelo de trabajo instalado por A Gentil Carioca pueden considerarse atingente al interpelar desde Valparaíso la existencia y las caracteristas del mercado de arte en Chile. La visita de Pedro Varela y Marssares a Valparaíso durante el 2008 nos permitió dimensionar los diferentes sistemas de trabajo y sus procesos de elaboración. Dos artistas con propuestas disimiles, supieron entender el contexto de la ciudad y en particular de h10 al realizar dos interesantes trabajos.

El presente catálogo pretende sintetizar la experiencia de este intercambio a partir del registro de las obras realizadas y un texto de artista participante. Queremos agradecer a Marcio Botner, Pedro Varela, Marssares, Tomás Rivas y el equipo de A Gentil Carioca por su apoyo a este proyecto.

Vanessa Vásquez Grimaldi Pedro Sepúlveda


Ao receber o convite de fazermos um intercambio entre a Galeria H10 e A Gentil Carioca tinhamos como desafio escolher 2 artistas que fariam uma exposição no espaço de H10 em Valparaíso, espaço esse diferenciado por se tratar de uma vitrine que dá para praça mais movimentada da Cidade. Essa vitrine faz parte de uma sala de taxistas que a usam no seu dia a dia como escritório ou para descansar e ir ao banheiro entre uma corrida e outra de carro. Escolhemos 2 artistas para fazerem a exposição na H10: Pedro Varela e Marssares. Pedro Varela ocupou o espaço construindo dentro da vitrine uma cidade imaginaria de papel. Uma cidade branca que flutuava dentro do espaço suspensa por finos fios brancos. Uma cidade dentro de outra cidade. Parecia que o tempo estava suspenso ao se ver a


obra de Pedro. Uma construção branca, vista através da transparência do vidro de outra Cidade. A obra de Marssares levava ao limite o conceito de Vitrine. Através de um interruptor do lado de fora da vitrine podia-se apertá-lo e encher a vitrine com fumaça . Aos poucos a vitrine vazia era ocupada por essa fumaça branca induzida pelo público passante. A vitrine transforma-se numa forma geometrica, uma escultura volumetrica feita de ar, fumaça. Depois de algum tempo a fumaça se esvai, deixando novamente a vitrine vazia, a espera da próxima pessoa que ao apertar o interruptor proporcionará novamente a construção do volume. Uma vitrine tem como função enaltecer um objeto, visto através do vidro. Para Marssares a vitrine é a própria obra. Vazia ou cheia de ar, é uma vitrine. Uma vitine...Uma vitrine...

Marcio Botner. Director Galeria A Gentil Carioca


Misturo utopias, fábulas e histórias num caldo que está em uma constante sedimentação, ou flutuação. Estas fábulas e utopias se apresentam como cidades e paisagens envoltas numa atmosfera silenciosa, numa névoa. São megalópoles ou pequenos povoados, que construo recortando e colando fragmentos da minha memória, imagens de arquiteturas, mundos que não conheço e também referencias mais palpáveis do meu dia a dia. Estes lugares ficcionais que construo intentam instigar a memória do espectador (ou turista) que pensa já ter visto estas arquiteturas ou caminhado por estas ruas. Mas é impossível reconhecer, relembrar, pois as referências iniciais se perdem, se misturam e se justapõe em novas histórias e arquiteturas. Quero que estas paisagens convidem o espectador a explorar as ruas, os becos, como um flâneur, que se perde, se encontra, e observa a cidade.

Quando comecei a pensar na Ciudad Flotante para a H10 era certo para mim que tinha de absorver algo de Valparaiso, da arquitetura, da paisagem. Queria que tivesse algo da cidade nesta nova maquete-escultura. Já havia percebido que toda a estrutura da cidade era muito particular. No primeiro dia que pude caminhar pela pelas ruas e ver a vista dos mirantes pensei que as casas estavam escorrendo para o mar, que queriam se banhar no Pacífico, e havia algo muito familiar nisso. Lembrava a arquitetura do Rio de Janeiro, das casas nos morros, de Santa Teresa. Havia também um silêncio, uma coisa que não estava acostumado, mas que sempre tento trazer para o meu trabalho.

Comecei logo a construir casas de papel. Andava um pouco pelas ruas da cidade para reparar nos detalhes das fachadas, nas paisagens, nos mirantes, e logo voltava para trabalhar e construir mais casas de papel. Tentava reproduzir alguns detalhes, mas ao mesmo tempo pensava no Rio, nas casas do México, onde vivo atualmente. Misturava frontões de um lugar e portas de outro, cúpulas de Puebla e telhados das casas dos imigrantes, num jogo que já jogo há algum tempo. Também pensava nas Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino, que todas no fim eram a mesma.


Montei a maquete-escultura em algumas horas. Era toda feita de papel, com aproximadamente 100 prédios, e pendia do teto presa pro alguns fios de pipa que seguravam “ilhas” com edificações. Havia uma ilha maior que resolvi, num ultimo instante, deixar torcida para baixo. Queria de alguma forma produzir um movimento, aproveitar que desta vez não estava construindo a cidade sobre um suporte rígido de MDF. Quando parei para ver o trabalho depois de pronto a galeria parecia vazia. O branco do papel se confundia com o brando das paredes. Os volumes dos pequenos prédios faziam leves contornos, um desenho. Havia um silencio.

A cidade que construí não era Valparaiso. Era algum lugar inexistente, um lugar distante. As pessoas que passavam na frente da galeria perguntavam se era Valparaiso e eu não sabia nem encontrar o que poderia haver da cidade reproduzido na arquitetura das casinhas de papel. Tentava mostrar alguns detalhes mais fáceis como varandas e fachadas, mas nada muito convincente. Já havia justaposto as memórias, as arquiteturas, tudo já havia se transformado naquela imagem branca, com poucas nuances. Era flutuante.

apenas

uma

cidade

Pedro Varela Artista



Pedro Varela

Ciudad Flotante VolĂşmenes de papel, dimensiones variables


Características para a.m.: Amplitud Modulada Continente - Cápsula - Objeto que recebe o que posa contener algo. Insuflado - Penetrado por medio del soplo. Chillado - Desintonizado - Enturbiado - Con materias en suspensión. Reunido en un cuerpo. Compactado - Macizo - Condensado - Se presenta comprimido por los lados. Metabólico - Desenvolverse por modulación - Migra Inestable - Efecto mirage - que desaparece a medida que aproximamos. Transitorio - En erosión - De la fricción a evaporación. Vaciado - no impreso.


Existe el contraste, un aspecto ambivalente en el comportamiento de la cosa. Comportamiento que carga en si valores o poderes contrarios, que desvían o que escapan de si. Para la a.m., presentar algo es elevarlo a la condición de transparencia.

Lo accionador fue instalado disponible volteado para calle sin ninguna indicación de uso. Su localización e apariencia de forma discreta, cotidiana, prioriza la intuición y la información informal.

La vitrina es como un rótulo. Un espacio que conténen imágenes de ideologías implícitas. Un recipiente translúcido volteado para calle. Contención y vaciamiento.

Marssares Artista



Marssares

Amplitud Modulada Mรกquina de humo


Cultivo es un intento más, de trabajar con ejemplos dibujados de pequeños sistemas replicables que ofrecen muy singularmente, conceptos de marketing ecológico solapado.

Sin creer ni postular que esta obra se presente como un llamado de atención en la toma de conciencia de la urgencia ambiental, que se refiere a posibilidades de utilización de aguas grises, para riego de lo propio. Las preguntas fundamentales sobre riquezas, recursos y necesidades, tan propio de poblaciones carenciadas se transforman ahora en preguntas transversales de cómo sobrevivir a una hecatombe ambiental. Cultivo prepara paso a paso un cultivo hidropónico dentro de una reutilizada botella desechable de coca-cola de 2 lts. Nada nuevo, sólo la necesidad de ocupar para la realización sólo y rigurosamente lo que se tiene a mano

en el momento que se toma esa decisión. Papeles sobrantes o redestinados, cinta adhesiva de mediana calidad, dibujo a pasta de una secuencia de acciones necesarias para cultivar. Evadiendo de cualquier necesidad visual de limpieza o de novedad, con lo propio, con lo sin valor. Es así que el interés podría quizás generarse frente la incomprensión del objetivo, o sobre la inquietud del detallado proceso. Lejos de intereses de circular en ambientes artísticos desde el impacto visual, la intención es de hacer circular sutiles procedimientos. Procedimientos a veces convertidos en rituales cotidianos, tan simples que resulta incómodo y artificial referirse a ellos. En arte, el trabajo más frágil podría generar más confianza, podría reconocerse como más verdadero. Y tendría dentro del mundo del arte, la posibilidad de no ser considerado, ni por lenguaje explicatorio ni por apariencia. Es decir frente al acontecer, frente a la autoridad de ciertos andamiajes de circulación pero también creyendo que el arte es un modelo de abordaje activo de problemáticas. También requiere entenderse como silencio, inacción, repliegue, sosiego. Para quienes creen en el arte, en su sistema esto se presenta


como un tema complejo de entender. Tan complejo como pensar en ducharse cuando sea necesario, y no por costumbre, con agua helada recolectada de la lluvia. El arte como un trabajo complementario a los otros trabajos que hay, debiera reaccionar de manera inmediata con el contexto, con lo que pasa, en el lugar, en el cuadrante que sea. Que considere la realidad, como fuente de recursos para un valor simbólico. Y no al revés. Hoy hay gestos poéticos en la cotidianidad como nunca antes ví. La integración de esas pequeñas decisiones y su consideración como situaciones anómalas y significativas nos permiten comprender este momento artístico transversalmente. Transversalmente riguroso, coherente y relevante.

Vanessa Vásquez Grimaldi Artista



Vanessa Vรกsquez Grimaldi

Cultivo Abre Alas 5, A Gentil Carioca. Enero 2009 Dibujo sobre papel.


Mauricio Hernández Norambuena, también conocido como Comandante Ramiro, nació enValparaíso y ha sido uno de los mas significativos referentes del Frente Patriótico Manuel Rodríguez, FPMR. Entre las numerosas acciones que lo verían participar, según distintos medios de comunicación, se incluyen: el atentado contra el dictador Augusto Pinochet Ugarte (Septiembre de 1986); el asesinato del ex director de la Dirección de Comunicación de Carabineros (Dicomcar), el coronel de Carabineros Luis Fontaine; el asalto al retén de Los Queñes (1988) y el homicidio del ex agente de seguridad Roberto Fuentes Morrison, conocido como el Wally, reconocido torturador de hombres y mujeres durante la dictadura.

Detenido en 1993 es condenado en Chile a dos cadenas perpetuas por su responsabilidad intelectual, en acciones del FPMR de comienzo de los 90.

El 30 de diciembre de 1996 a las 15:45 horas, a través de un operativo que implicó el uso de un helicoptero, el Frente Patriótico Manuel Rodríguez rescató Mauricio junto a otros tres miembros de la organización desde la Cárcel de Máxima Seguridad de Santiago. La fuga de Mauricio y de los demás rodriguistas hizo hablar el mundo entero de esa fuga “cinematográfica”.

En febrero del 2002 Mauricio es detenido en San Pablo (Brasil) y es condenado por el secuestro del publicista Washington Olivetto a 30 años de cárcel bajo el regimen carcelario conocido como Regime Disciplinar Diferenciado - RDD.

La obra que presento en A Gentil Carioca es el retrato de Mauricio Hernández Norambuena construido por la unión de círculos de papel blanco en diferentes tamaños que organizados forman su rostro.


La figura de Hernández Norambuena y sus acciones resulta particularmente interesante en la similitud de las operaciones que realiza un artistas contemporáneo para realizar sus proyectos o insertarse en una escena determinada. La investigación, el análisis, sus obras o acciones(en este caso asaltos, secuestros y asesinatos), su escape, etc. perfectamente son extensiones de procedimientos artísticos. Usar la imagen del Comandante Ramiro como metáfora de intercambio entre Valparaíso y Río de Janeiro, indica mi interés por señalar ciertas problemáticas respecto a la significación del trabajo de arte, como respuesta a contextos específicos, donde el eje está dado por el registro de relaciones entre el espacio del arte y su entorno social y político.

Pedro Sepúlveda Artista



Pedro SepĂşlveda

Comandante Ramiro Abre Alas 5, A Gentil Carioca. Enero 2009 CĂ­rculos de papel.


Mesa de Conversación: MODELO DE GESTIÓN Y COMERCIALIZACIÓN Panel: MARCIO BOTNER, Director Galería A Gentil Carioca, Río de Janeiro TOMÁS RIVAS, Artista Visual PEDRO SEPÚLVEDA, Director Galería h10, Valparaíso. 4 de Noviembre 2008 Centro de Estudios para el Desarrollo Urbano Contemporáneo DUC,Valparaíso


PALESTRA com os artistas e galeristas VANESSA VASQUEZ GRIMALDI e PEDRO SEPÚLVEDA da galeria h10 Valparaiso, Chile com a participação do artista PEDRO VARELA 23 de março de 2009, segunda-feira às 17h no auditório do Centro de Artes Hélio Oiticica.


www.agentilcarioca.com.br


www.h10.cl


2009


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.