Tem gente que acredita, e você?

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Dulce Seabra

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Dulce Seabra

Quantas vezes não somos flagrados tendo uma atitude supersticiosa para nos dar sorte ou nos proteger do azar? Este livro brinca com situações do nosso dia-aa-d dia, apresentando, em forma de rima, uma coletânea de superstições. Elas são parte de nossa cultura e passam de geração em geração, por vezes de maneira sutil e inconsciente.

T at i Móes

De onde surgiram? Será que têm algum fundo de verdade? na carteira, bater três vezes na madeira e nunca passar debaixo de escadas. Afinal, proteção nunca é demais!

Tem gente que acredita. E você?

Na dúvida, é melhor ter sempre um trevo de quatro folhas

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© 2008 texto Dulce Seabra ilustrações Tati Móes © Direitos de publicação

CORTEZ EDITORA Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes 05014-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) 3864-4290 cortez@cortezeditora.com.br www.cortezeditora.com.br Direção José Xavier Cortez Editor Amir Piedade Revisão Auricélia Lima Souza Roksyvan Paiva Edição de Arte Mauricio Rindeika Seolin Impressão EGB – Editora Gráfica Bernardi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Seabra, Dulce Tem gente que acredita. E você? / Dulce Seabra; ilustrações Tati Móes. – 1. ed. – São Paulo: Cortez, 2008. ISBN 978-85-249-1444-7 1. Poesia – Literatura infanto-juvenil I. Móes, Tati. II. Título. 08-06794

CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático:

1. Poesia: Literatura infantil 028.5 2. Poesia: Literatura infanto-juvenil 028.5 Impresso no Brasil — agosto de 2008

Para todas as pessoas que inspiram e fortalecem aqueles que as cercam.


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© 2008 texto Dulce Seabra ilustrações Tati Móes © Direitos de publicação

CORTEZ EDITORA Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes 05014-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) 3864-4290 cortez@cortezeditora.com.br www.cortezeditora.com.br Direção José Xavier Cortez Editor Amir Piedade Revisão Auricélia Lima Souza Roksyvan Paiva Edição de Arte Mauricio Rindeika Seolin Impressão EGB – Editora Gráfica Bernardi Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Seabra, Dulce Tem gente que acredita. E você? / Dulce Seabra; ilustrações Tati Móes. – 1. ed. – São Paulo: Cortez, 2008. ISBN 978-85-249-1444-7 1. Poesia – Literatura infanto-juvenil I. Móes, Tati. II. Título. 08-06794

CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático:

1. Poesia: Literatura infantil 028.5 2. Poesia: Literatura infanto-juvenil 028.5 Impresso no Brasil — agosto de 2008

Para todas as pessoas que inspiram e fortalecem aqueles que as cercam.


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Pense um pouco e depois responda: será que o seu comportamento é influenciado por crendices populares? Você já se pegou evitando passar por baixo de uma escada ou entrando na sala com o pé direito para dar sorte? Pois é, todos nós de alguma forma somos influenciados pelo que ouvimos falar desde pequenos: não faça assim que dá azar, faça desse jeito que vai dar certo, use isto que ficará protegido... São crendices que muitas vezes negamos acreditar, por não terem fundamento ou lógica aparente, mas que fazem parte do nosso dia-a-dia, de nossa formação, do nosso meio cultural. Essas crenças, ou superstições, vêm sendo transmitidas de geração em geração, a maior parte das vezes oralmente, e são fruto do convívio, da troca de experiências, dos ensinamentos que recebemos diariamente e das histórias que os mais velhos nos contam e alimentam nossa imaginação. De forma sutil, gradual e inconsciente, essas crendices vão sendo absorvidas, aceitas, imitadas e... até repassadas! Mas tudo isso é muito bom. Sabe por quê? Porque as crendices, tal como as lendas, as canções, as danças, as brincadeiras, as tradições e tantas outras manifestações populares são parte do nosso folclore. E quanto mais soubermos a seu respeito, melhor! Porque o conhecimento e a divulgação dessas manifestações contribuem para manter viva a nossa cultura.


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Pense um pouco e depois responda: será que o seu comportamento é influenciado por crendices populares? Você já se pegou evitando passar por baixo de uma escada ou entrando na sala com o pé direito para dar sorte? Pois é, todos nós de alguma forma somos influenciados pelo que ouvimos falar desde pequenos: não faça assim que dá azar, faça desse jeito que vai dar certo, use isto que ficará protegido... São crendices que muitas vezes negamos acreditar, por não terem fundamento ou lógica aparente, mas que fazem parte do nosso dia-a-dia, de nossa formação, do nosso meio cultural. Essas crenças, ou superstições, vêm sendo transmitidas de geração em geração, a maior parte das vezes oralmente, e são fruto do convívio, da troca de experiências, dos ensinamentos que recebemos diariamente e das histórias que os mais velhos nos contam e alimentam nossa imaginação. De forma sutil, gradual e inconsciente, essas crendices vão sendo absorvidas, aceitas, imitadas e... até repassadas! Mas tudo isso é muito bom. Sabe por quê? Porque as crendices, tal como as lendas, as canções, as danças, as brincadeiras, as tradições e tantas outras manifestações populares são parte do nosso folclore. E quanto mais soubermos a seu respeito, melhor! Porque o conhecimento e a divulgação dessas manifestações contribuem para manter viva a nossa cultura.


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Será que sexta-feira 13 é mesmo dia de azar? Tem gente que acredita, e não adianta argumentar. Meu pai diz que é invenção, que não tem que duvidar. Eu, pelo sim pelo não, prefiro não abusar.

Dona Filó chegou e ficou, não ia embora nem morta. Mamãe não teve dúvida, pôs a vassoura atrás da porta.

– Pois bem, eu já vou indo, lembrei de um compromisso. Como foi que aconteceu? Dá pra acreditar nisso?

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Será que sexta-feira 13 é mesmo dia de azar? Tem gente que acredita, e não adianta argumentar. Meu pai diz que é invenção, que não tem que duvidar. Eu, pelo sim pelo não, prefiro não abusar.

Dona Filó chegou e ficou, não ia embora nem morta. Mamãe não teve dúvida, pôs a vassoura atrás da porta.

– Pois bem, eu já vou indo, lembrei de um compromisso. Como foi que aconteceu? Dá pra acreditar nisso?

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– Sai pra lá, seu zé mané, não passe por cima de mim! – Tá com medo de não crescer? De ficar pra sempre assim? – Não é nada disso não, mas não quero arriscar... Volte para aquele lado que pequena não vou ficar!

– Vô, olha aquela estrela que aparece sempre cedo. – Não aponta, menino, que dá verruga no dedo... Sei que é superstição, mas corri para a pia, lavei com água e sabão, e rezei uma ave-maria!

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– Sai pra lá, seu zé mané, não passe por cima de mim! – Tá com medo de não crescer? De ficar pra sempre assim? – Não é nada disso não, mas não quero arriscar... Volte para aquele lado que pequena não vou ficar!

– Vô, olha aquela estrela que aparece sempre cedo. – Não aponta, menino, que dá verruga no dedo... Sei que é superstição, mas corri para a pia, lavei com água e sabão, e rezei uma ave-maria!

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aquele do toalete.

– Olhe, tia, um gato preto passando aí na frente. – Cruzes, credo, que azar, reze um pai-nosso urgente!

Xi, ela ficou uma fera,

Rezei, mas não boto fé.

não quero nem lembrar.

Titia fala de um jeito

Até me rogou praga:

que até quem gosta de gato

vou ter sete anos de azar!

sente um aperto no peito.

Olha só o que aconteceu na casa da Elizete... Quebrei o espelho dela,

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– Olhe, tia, um gato preto passando aí na frente. – Cruzes, credo, que azar, reze um pai-nosso urgente!

Xi, ela ficou uma fera,

Rezei, mas não boto fé.

não quero nem lembrar.

Titia fala de um jeito

Até me rogou praga:

que até quem gosta de gato

vou ter sete anos de azar!

sente um aperto no peito.

Olha só o que aconteceu na casa da Elizete... Quebrei o espelho dela,

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