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PRIMA INFORMAÇÃO LIMPA

15 de Setembro de 2010 - Ano I - Edição 3 - R$ 2,00

Potencial para o turismo ecológico


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Opinião

15 de Setembro de 2010

Mercadão Inadimplência

Jogos Jurídicos

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erca de 8 mil estudantes participaram dos Jogos Jurídicos, em Americana, no feriado balanço do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) da ACIA (Associação Comercial e prolongado da Independência. O movimento foi grande no setor de hotelaria e também no Industrial de Americana) em agosto apresentou aumento de 9,4% no total de exclusões em comparação com o mesmo período de 2009. Este dado representa que mais pessoas “limparam comércio. Mais jogos universitários deveriam ser promovidos na cidade. seus nomes” e puderam realizar suas compras sem restrições. Sobre o volume de consultas ao sistema de proteção ao crédito, foi registrado crescimento de 21,3% em relação a julho deste ano e queda de 2,65% no comparativo com agosto do ano passado.

Moda

Comitê

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novo comitê eleitoral do candidato a deputado estadual Davi Ramos foi inaugurado, em Artur Nogueira. Centenas de lideranças políticas prestigiaram o evento. Em discurso, Davi Ramos assumiu o compromisso junto à população em cumprir os quatro anos de mandato na Assembleia Legislativa e ainda propôs projetos para Artur Nogueira e Região.

Silney

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erca de 100 pessoas participaram do lançamento da campanha do candidato a Deputado Federal Silney Beraldo, na quarta-feira (01/09). O candidato a deputado estadual e presidente estadual do PTB, Campos Machado, além de empresários, secretários, delegados de polícia e a militância compareceram no evento realizado no comitê político do candidato.

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ACIA (Associação Comercial e Industrial de Americana) iniciou a comercialização de stands visando geração de negócios e fortalecimento do setor de moda para a Feiconmoda (Feira Internacional de Confeccionistas de Moda da Região Têxtil Paulista) que será realizada entre os dias 1 e 3 de fevereiro de 2011.

OS Não

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audiência pública realizada pela prefeitura de Americana para debater a implantação de uma OS (Organização Social) na Saúde foi marcada por polêmicas. O sindicato dos servidores teme que o funcionalismo seja lesado e, por outro lado, a prefeitura teme que os problemas relacionados à pasta continuem. Pelo jeito, a questão deverá ser debatida com mais a�inco nos próximos meses.

Pacote de Obras

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prefeito Diego De Nadai (PSDB) continua sua cruzada em buscas de verbas no governo federal. Agora ele conseguiu R$ 4,7 milhões para melhorias no Serviço de Orientação de Menores de Americana (SOMA) e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), além de pavimentações e melhorias na sinalização da cidade

Estiagem

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s níveis do Rio Piracicaba, que abastece o município de Americana estão variando entre os 5,88 e os 5,92 metros cúbicos, média considerada baixa. Essa situação acontece em função do longo período de estiagem que a região enfrenta. A saída, segundo especialistas, é poupar água mesmo que chova durante a semana. No entanto, não é di�ícil encontrar pessoas lavando a calçada ou o carro. Falta consciência e economizar água deve ser rotina, mesmo quando encontrada em abundância.

Diretor Will Campos Diretor administrativo Sabrina Campos Produção Amanda Trolesi Redação e textos Paulo San Martin (editor) e Anderson Barbosa Fotografia Cleiber Ribeiro e Flávio Oliveira Matéria Prima é uma publicação de Futura Editora. Diagramação Rua Águas Marinhas, 355 - Jardim Bela Vista, Americana-SP José Ramón Valenzuela (Pepe) Telefones - (019) 3648.5050 Comercial materiaprima@futuraeditora.com.br F: (19) 3648.5050

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Em pleno século XXI um homem comercializa peças usadas na rua. A imagem foi capitada no bairro Jaguari pelo repórter fotográfico Cleiber Ribeiro

repórter fotográfico Cleiber Ribeiro captou uma imagem curiosa durante a semana que nos remete a uma Americana mais interiorana. Em pleno século XXI, um homem – não localizado pela reportagem posteriormente – comercializa peças usadas. A imagem, que poderia ser captada nos grotões do País, foi feita no bairro Jaguari. Nela, vemos um senhor de bicicleta apreciando um rádio antigo. São cenas como esta que deixam Americana com um ar ainda de cidade pequena, embora o trânsito e o barulho das campanhas políticas revelem outra cidade. Salve os comerciantes de bugigangas.


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Rebouças, Ampélio Gazetta... (... e Abdo Najar?)

Começa a nascer uma nova avenida Prolongamento da Ampélio Gazetta até a divisa de Americana já foi iniciado por Nova Odessa

Está muito boa a avenida e agora o tráfego de carros ajuda o asfalto a se adaptar e o acabamento ficará melhor ainda

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ova Odessa já anunciou que vai ampliar a Avenida Ampélio Gazetta até a divisa com Americana. Este é o ponto de largada para a criação daquele que, com certeza, vai se transformar num grande corredor comercial e gastronômico, unindo diretamente três municípios e acelerando a conurbação da região. Caso Americana decida fazer a interligação da Ampélio Gazetta com a Abdo Najar, uma obra há muito projetada mas de execução cara, os dois municípios �icarão diretamente ligados por uma grande avenida. Hoje, a Ampélio e a Rebouças – esta última uma das principais avenidas de Sumaré – já são uma única e extensa via, com forte vocação comercial e de lazer, uma vez que são pontuadas por inúmeros bares e restaurantes. A ligação entre as avenidas, que já é discutida entre Americana e Nova Odessa, serviria também para desafogar o alto trânsito, em horário de pico, na rodovia que liga hoje os dois municípios e que sofre congestionamentos diários. Contudo, o secretário de Transportes e Sistema Viário de Americana, Jesuel de Freitas, a�irma que a medida ainda está em estudo, uma vez que a ligação entre as avenidas poderá afogar o trânsito em outras vias. “A Dom Pedro, por exemplo, poderia ser muito prejudicada. Antes de qualquer medida vamos encomendar um estudo detalhado em relação ao assunto”, a�irma Jesuel.

10 MIL VEÍCULOS

Por dia, cerca de 10 mil veículos trafegam pela Ampélio Gazzeta e devido a este grande �luxo, a avenida recebeu R$ 6,7 milhões para a pavimentação do prolongamento do trecho até a divisa com Americana. A verba é provinda do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). Comerciantes instalados por ali já avistam desenvolvimento e melhorias no comércio. As obras de calçamento nos canteiros, para maior segurança dos pedestres, reformulação de retornos, rebaixamento de calçadas, criação de ciclovias, e por aí afora, foram iniciadas em junho e já estão em fase de �inalização. Grande parte dela foi recapeada. “Está muito boa a avenida e agora o tráfego de carros ajuda o asfalto a se adaptar e o acabamento �icará melhor ainda”, disse o engenheiro José Darci Secco, que acompanhou as obras diariamente. Frederico Blanco, empreendedor e proprietário do “Seu Zezinho Choperia e Restaurante” as margens da Avenida, a�irma que é muito importante a revitalização e que o prolongamento da via vai trazer uma nova grande mudança na região. “Nós, comerciantes, esperamos muito tempo por essa obra e acreditamos que o movimento aumentará muito, com um �luxo bem maior de pessoas”, disse.


Americana 135 anos

Os desafios para o próximo século Ocupação do Pós-Represa, trânsito e novo ponto de captação de água são desafios para a cidade

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mericana completou 135 anos na sexta-feira 27 de Agosto e precisa urgentemente pensar nos próximos 135 anos. Exagero ou não, a verdade é que os próximos governantes – e o atual também – devem ter uma visão �incada em alguns desa�ios que há tempos são a pedra no sapado dos chefes do Executivo americanense. O primeiro deles é de�inir, e com responsabilidade, o que será feito na Região do Pós-Represa. Hoje, todos falam em crescimento, vocação industrial e geração de empregos. Contudo, a área conta com uma fauna composta por mais de 500 espécies de animais, sem contar que uma ocupação industrial desenfreada afetaria diretamente a Represa de Salto Grande, uma das maravilhas da cidade. Ou seja, a represa deve ser salva e não castigada ainda mais. Ao mesmo tempo a cidade não tem mais para onde se expandir territorialmente. Talvez um criterioso levantamento sobre terrenos industriais ociosos, usados para especulação imobiliária – fato conhecido na cidade –, resolva a questão. Levantamento feito há quatro anos indicava que Americana ainda poderia crescer quase 30% sem abrir novas áreas, apenas ocupando os vazios da malha urbana já existentes.

TRÂNSITO

Outro ponto crucial �ica por conta do trânsito. Americana conta com uma frota de aproximadamente 140 mil veículos e mais 20 mil carros chamados de �lutuantes (os que estão de passagem pelo município). São números de causar inveja até a algumas capitais brasileiras. O trânsito, já lento e complicado em alguns horários e trechos, é um desa�io e tanto. Se houver continuidade nas políticas de geração de renda, crescimento do crédito e aumento nas carteiras de emprego, di�icilmente

Outros desafios também são importantes: melhora no ensino, ampliação de programas sociais, segurança e saúde. Mas esse tripé poderá ser o eixo central em relação aos próximos 135 anos de Americana

alguém vai topar encarar um ônibus coletivo com a tarifa a R$ 2,20. É mais barato, rápido e prático comprar uma moto. O atual secretário de Transportes e Sistema Viário, Jesuel de Freitas, gosta de enfatizar que um transporte coletivo de qualidade resolveria o problema. “A melhora no transporte coletivo com certeza vai melhorar o trânsito na cidade”, diz. Entretanto, seu antecessor, hoje em Obras, Flávio Biondo, já havia encomendado um estudo para construção de mais três viadutos na cidade. A batata é quente. Por �inal, a cidade precisa com urgência de um segundo ponto de captação de água. No início do ano, a cidade �icou uma semana sem água e, em alguns bairros, o período foi ainda maior. Outros desa�ios também são importantes: melhora no ensino, ampliação de programas sociais, segurança e saúde. Mas esse tripé poderá ser o eixo central em relação aos próximos 135 anos de Americana


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Empresas X Poder

Ventos de mudança O jogo pesado nos bastidores do transporte urbano coletivo em Americana

Após pressão do Executivo e uma verdadeira guerra, concessionárias iniciaram a implantação de novos abrigos em Americana

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transporte coletivo entrou pesado na pauta política de Americana nas últimas semanas e as duas empresas concessionárias – VCA (Viação Cidade de Americana) e VPT (Viação Princesa Tecelã) – �icaram no olho do furacão instaurado pelo poder público. Após longa pressão da Setransv (Secretaria de Transportes e Sistema Viário) e dos sucessivos atrasos para a implantação dos abrigos em pontos de ônibus do município, o prefeito Diego De Nadai (PSDB) meteu a faca entre os dentes e peitou as concessionárias. Resultado: mesmo com atraso, os 250 abrigos começaram a ser instalados. As empresas ainda bambeavam no ringue, quando a Câmara aprovou o projeto de lei do vereador tucano Valdecir Duzzi que reduz a gratuidade no transporte coletivo de 65 para 60 anos. Foi o nocaute �inal. Mas os capítulos para o desfecho de ambos os casos foram marcados por lobby e uma verdadeira guerra. Sessão da Câmara de quinta-feira 26. No momento da votação do projeto, o vereador Reinaldo Chiconi (PMDB) pediu vistas ao projeto, medida negada pela maioria dos vereadores. No momento da votação, com o celular no ouvido, o vereador Paulo Chocolate (PSC) deu uma de “espertalhão”, ignorou o pessoal da terceira idade presente na Câmara e deixou o plenário em uma tentativa de �icar bem com todo mundo. Se deu certo, ninguém sabe ainda. Com um discurso a�iado e pensando em 2012, Duzzi colocou o projeto em votação e conseguiu sua aprovação.

CHORADEIRA

Sobrou choradeira por parte das empresas: “Nós entendemos que o projeto, da maneira que foi concebido, é inconstitucional”, a�irmou o advogado da VCA, André Nardini Roland. Agora, basta Diego sancionar a lei. Para isso, vai precisar mais do que uma simples faca. Antes disso, no mesmo dia, o prefeito anunciava a instalação dos 250 abrigos – previstos em contrato – por parte das concessionárias. Durante o anúncio sobraram sorrisos e elogios, mas todos sabem que o enredo até o desfecho �inal foi uma guerra. O próprio prefeito em sua fala deixou transparecer isso. “Nosso diálogo junto às empresas nem sempre é muito amigável, mas todos nós buscamos o melhor para a população”, deixou escapar. Nos bastidores a notícia é de que o prefeito teve que peitar o empresariado e arrancar os abrigos meio que no grito. Diego estava incomodado com as constantes reclamações por parte da população junto à prefeitura em relação a um assunto que já estava previsto em contrato. Mas a queda-de-braço não para por aí: ainda tem a questão da bilhetagem eletrônica e, o mais complicado, a instalação da integração do transporte coletivo, também chamada pelas empresas de Bilhete Único. Em meio ao tiroteio, quem espera um desfecho feliz é o usuário.

No momento da votação, com o celular no ouvido, o vereador Paulo Chocolate (PSC) deu uma de “espertalhão”, ignorou o pessoal da terceira idade presente na Câmara e deixou o plenário em uma tentativa de �icar bem com todo mundo


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“Somos unânimes em relação ao shopping”

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residente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), o empresário Germano Pavan Neto não foge das discussões polêmicas em torno de Americana. Em entrevista ao Matéria Prima, ele defende a construção de um shopping na cidade, mas teme um “impacto de trânsito” na região central do município. Germano é terminantemente contra a instalação de um rodízio de carros em Americana, semelhante ao que já acontece na Capital (“ainda não é hora”) e acredita que, hoje, os pontos fundamentais em relação ao comércio de Americana estão centrados no aumento no número de vagas para carros no Centro e na instalação de parquímetros (aparelhos de cobrança eletrônica de Área Azul). Para ele, o consumo deve aumentar signi�icativamente este �inal de ano em relação a 2009 já que “a grave crise mundial já passou” e o Brasil vive um momento único de crescimento da economia. Matéria Prima - A Acia é favorável a

instalação de um shopping na Rua Fernando de Camargo, no Centro? Germano Pavan Neto – A diretoria da entidade é composta por 60 conselheiros e diretores. Somos unânimes em relação à construção de um shopping em Americana. Sabemos, e isso não é novidade, que muitas pessoas deixam a cidade para consumir em shoppings de cidades vizinhas. Um complexo comercial seria importante para todo mundo: empresários, consumidores, poder público e também para a Acia.

mos que será importante sim para Americana um empreendimento como este. Mas nós o questionamos sobre o impacto de trânsito que o shopping pode causar em toda a região central. A Fernando de Camargo está localizada em um ponto fundamental para o trânsito da região central. Com certeza o �luxo de carros vai aumentar, o que é natural, quando falamos em um shopping. E isso pode causar transtornos em outras vias, como na Avenida de Cillo, e também na Brasil. Sem falar nas ruas próximas que são cheias de comércios e consultórios. Quanto a possíveis ciúmes de outros comerciantes, isso não deve acontecer. Todos querem um shopping na cidade.

A diretoria da entidade é composta por 60 conselheiros e diretores. Somos unânimes em relação à construção de um shopping em Americana.

Vocês tiveram contato direto com o empreendedor responsável pela construção do shopping na Fernando de Camargo? Não existe a possibilidade de o empreendimento causar ‘ciúmes’ nos comerciantes mais antigos?

O empreendedor esteve na Acia, durante uma das reuniões da nossa diretoria, e nos apresentou o projeto. Entende-

Em relação ao trânsito, o que �icou de�inido junto ao empreendedor?

Ele se pronti�icou a analisar a questão. Para fazermos uma comparação, o Tivolli Shopping tem 150 lojas e conta


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Não seria a hora de se pensar em um rodízio de veículos em Americana, como acontece em São Paulo?

Os parquímetros serão importantes no combate aos �lanelinhas, por exemplo?

Não acredito nisso. Ainda não é hora, até porque a proporção do problema, entre aqui e a capital, é muito diferente. Agora, a instalação de parquímetros, por exemplo, é uma questão fundamental para o comércio de Americana. Temos que acabar com a ideia de que a vaga é só de uma pessoa. Vários comerciantes, não só do centro, mas também do São Vito, Campos Salles e Cillos imploram pela instalação dos parquímetros. No Mercadão acontece a mesma coisa: a pessoa estaciona de manhã e volta somente no �inal da tarde. Isso atrapalha, e muito, o comércio já que não dá margem a uma rotatividade.

Com certeza. Aliás, todo mundo reclama dos �lanelinhas. É uma questão complicada e, no meu entender. A Gama (Guarda Municipal) vem fazendo o que pode para combatê-los, mas isso não é uma tarefa simples. Em Americana, ao contrário do que acontece em muitas outras cidades, os �lanelinhas parecem ser pro�issionalizados. Isso chega a assustar.

Como está o andamento dos parquímetros. Você tem falado com a prefeitura sobre a questão?

com mais de mil vagas para carros no estacionamento. Isso sem contar que o Tivolli �ica fora do eixo central de Santa Bárbara d’Oeste e está em uma avenida ampla, ao contrário do que encontramos no caso de Americana. A propos-

ta do empreendedor é construir um shopping com 150 lojas e apenas 650 vagas. Realmente teríamos sérios problemas na área central. Ele entendeu e tenho certeza de que buscará as mudanças necessárias.

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Tenho um ótimo relacionamento com o prefeito Diego De Nadai (PSDB) e com o secretário de Transportes e Sistema Viário, Jesuel de Freitas. Quando começamos a discutir a instalação dos equipamentos na cidade, o prefeito me disse: “Se a Acia tem interesse direto na questão então vai ter que participar diretamente do processo”. Nós concordamos. E pelo menos quatro empresas já apresentaram propostas. Gostamos de algumas, mas quem tem que fazer o projeto andar é o poder público.

Qual a expectativa de vendas para o �inal do ano?

A melhor possível. Graças a Deus acabou 2009, período complicado no qual enfrentamos uma grave crise econômica. Mesmo com a crise, as vendas cresceram 5% em relação a 2008. Nossa expectativa é a melhor possível. Houve aumento no crédito, aumento no número de carteiras assinadas este ano e a economia está aquecida como um todo. Isso já poderá ser notado no Dia Das Crianças. O comércio de Americana está completo e diversi�icado? Não dependemos mais de Campinas e Piracicaba?

Acredito que não dependemos mais de cidades vizinhas. Hoje, temos um comércio sólido e não dependemos mais de cidades maiores. A tendência é que a diversi�icação se torne ainda maior com o passar dos anos.


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Vocação

No coração das águas Rios que cortam Americana têm potencial para transforma cidade em pólo para o turismo ecológico.

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Anderson Barbosa

oucas cidades do Brasil têm um potencial turístico-ecológico como Americana. A cidade é banhada pela Represa de Salto Grande, que passará por uma revitalização em sua orla, e pelos Rios Atibaia, Jaguari e Piracicaba. O Jaguari é, de longe, o que está em melhores condições, uma vez que não sofre despejo desenfreado de resíduos industriais e de esgoto in natura. Já o Atibaia e o Piracicaba sobrevivem, e ainda respiram, apesar das ações devastadoras do homem. Matéria Prima percorreu os rios por cerca de três horas em companhia do secretário de Meio Ambiente, Jonas Santarosa, e constatou a exuberância da fauna e �lora do local em contraste com a devastação da mata ciliar, destruída por queimadas e outras ações humanas. Jonas busca viabilizar um projeto que permita dois pontos de embarcações no rio. A intenção dele é estreitar os laços da comunidade com os rios. Esta ligação estimula a preservação. E, acredita ele, com que mais embarcações navegando as ações de degradação também serão inibidas.

O TRAJETO

Nossa empreitada começou pelo Rio Piracicaba no �inal da tarde. Logo nos primeiros metros de navegação, Jonas, profundo conhecedor dos rios, dispara: “Quem já foi para o Mato Grosso sabe que essa paisagem é muito parecida com a encontrada em Corumbá, por exemplo. Temos uma jóia rara nas mãos. Poderíamos transformar os rios em um gigantesco complexo de turismo ecológico. Existem problemas, mas o que o homem fez ele tem plenas condições de desfazer”. Jonas realmente tem razão. Logo nos primeiros metros, as garças, patos e uma vasta variedade de pássaros invadem a paisagem. Nas partes mais rasas – os rios sofrem com a estiagem – é possível ver cardumes e várias espécies de peixes. Jonas, piloteiro experiente, sabe exatamente os caminhos da beleza do Piracicaba. “Esse rio tem um potencial incrível. Suas águas são quentes e a variedade de peixes impressiona”, diz. Segundo ele, o rio apresenta lagoas nas duas margens onde vivem uma grande quantidade de cobras. Cascavéis, jararacas e outras espécies são facilmente encontradas nas margens do Piracicaba. O Rio Atibaia, no entroncamento com Jaguari, os quais formam o Piracicaba, é marcado por águas rasas e também pela grande quantidade de cardumes de peixes, em sua grande maioria lambaris. Segundo Jonas, no trecho é comum encontrar tucanos sobrevoando a área além de uma grande quantidade esquilos. O sol já estava se pondo quando ingressamos nas gélidas águas do Rio Jaguari. “Os peixes não gostam muito do Jaguari, a água é fria. Eles preferem as quentes”, opina Jonas após questionar nossa equipe se o frio havia aumentado em função da temperatura da água que caiu bruscamente. A mata ciliar do Jaguari parece mais densa e a água é visivelmente mais limpa. Outra peculiaridade das margens do Jaguari �ica por conta da grande quantidade de capivaras que se banham no rio e vivem no seu entorno. “Dá pra sentir até o cheiro delas”, diz Cícero, �iel escudeiro de Jonas que nos acompanhou na empreitada. Para o secretário, a construção das ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) de Campinas e, principalmente, Paulínia, melhoraram signi�icativamente a qualidade das águas dos rios. Hoje, o Jaguari está na classe 2, ou seja, pouco grau de poluição, enquanto o Piracicaba oscila entre a classe 2 e 3 e o Atibaia continua na classe 3. O ideal, segundo ele, é a classe 1, na qual os rios são considerados limpos.

VILÕES

A beleza é inquestionável, mas os problemas também �icam claros durante o percurso. Assoreamento do leito dos rios e a devastação da mata ciliar por queima-

Quem já foi para o Mato Grosso sabe que essa paisagem é muito parecida com a encontrada em Corumbá, por exemplo. Temos uma jóia rara nas mãos.

das são marcas visíveis no Rio Piracicaba. Os assoreamentos são causados pela ação humana, em grande parte pelo mal uso do solo. O baixo nível do rio, em função da estiagem, e da retenção da vazão pelo Sistema Cantareira – complexo de rios e barragens controlados pelo governo do estado, que retira água para abastecer, entre outras cidades, a capital – prejudica a fauna e a �lora do local. Além disso – e mais grave – é o despejo de esgoto in natura e dejetos industriais no Piracicaba. Em pleno século XXI, e com as questões ambientais de�initivamente inseridas nos debates da campanha presidencial – grandes corporações insistem em dar as costas para o assunto. “A preservação do rio não depende apenas do poder público. Toda a sociedade deve participar, inclusive os empresários”, ressalta Jonas, que antes de ocupar a pasta do Meio Ambiente foi um dos fundadores e militou durante décadas no Grude (Grupo de Proteção Ambiental da Bacia do Jaguari, Atibaia e Piracicaba), ong que atua na preservação dos rios e da Represa de Salto Grande. Outro problema crônico é o lixo encontrado nas margens do rio, quase sempre deixados por pescadores.

PONTOS DE EMBARQUE

Por isso, a Secretaria de Meio Ambiente tenta viabilizar um projeto que prevê a instalação de pontos de embarque nos rios. A intenção é fazer com que mais barcos naveguem pelo trecho fato que pode inibir ações de degradação. “Com mais barcos ocupando os rios, as ações de degradação podem diminuir. É preciso que as pessoas de bem conheçam as belezas e passem a defendê-las”, explica Jonas. Apesar dos problemas encontrados, os rios ainda se impõe as ações degradantes do ser humano. Na volta, já com a lua sobre nossas cabeças, milhares de lambaris pulam de um lado ao outro com a passagem do barco. Cena que deixa claro a força dos rios que cortam Americana.


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Aldeia Brasilis

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O papel da informação

Blogs mudam o jogo Blogsfera bate de frente e derruba factóide do Data Folha; os grandalhões da mídia assustam

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uem é do ramo, já não tem dúvidas. Aliás, não tinha dúvidas há um bom tempo. Lá para o meio do ano passado, institutos de pesquisa (e analistas políticos um pouco mais consistentes) já sabiam que a aliança PSDB-DEM entrava na maior barca furada bancando José Serra. No começo deste ano, como relatou este mês João Francisco Meira, diretor-presidente do Vox Populi, os institutos de pesquisa já tinham essa certeza. A eleição estava decidida a favor de Dilma Rousseff. Falando ao jornalista Luis Nassif, no blog do Nassif, Meira relata que as projeções feitas no começo do ano, com base em pesquisas realizadas em todo o país – e que davam quase 30% de “voto no candidato que o Lula indicar” –, apontavam que a vitória de Dilma era líquida e certa. Ele conta ainda que, desde meados do ano passado, parlamentares do DEM – como o ex-deputado Saulo Queiroz – alertaram para as di�iculdades que haveria em uma provável candidatura José Serra. Estava claro para eles a quase impossibilidade de vitória do candidato tucano, por um conjunto de fatores. O alerta de nada adiantou. Em março, durante Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), Meira alertou mais uma vez que a eleição já estava decidida para Dilma. Tanto o Vox Populi quanto o Instituto Sensus trabalhavam com modernas técnicas de pesquisa, visando antecipar tendências. “A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia ainda que Dilma era a candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as informações. A partir daí, se chegaria a um resultado muito mais próximo do resultado �inal das urnas”, conta Nassif.

POR TRÁS DO DATAFOLHA

Mas, desde então, o Instituto Datafolha, assim como a maioria dos grandes veículos de comunicação, sonegou estas informações. No próprio congresso da ABEP, houve um forte questionamento do Datafolha sobre as informações do Vox Populi e Sensus. O Datafolha dizia que as pesquisas não deveriam “antecipar tendências”. O questionamento seria uma bela discussão conceitual, mas não foi exatamente o que vimos. Quando Sensus deu, pela primeira vez, Dilma junto com Serra o PSDB entrou na justiça eleitoral exigindo a auditagem da pesquisa. O que aconteceu por aqueles dias lembrava coisas de um passado remoto: o Instituto amanheceu com um estatístico (rigoroso censor de erros) na porta e com a polícia para garantir a vistoria. Ah, e com um repórter da empresa proprietária do Datafolha, a Folha de São Paulo, prontinho para “relatar os fatos”. Durante os dias que antecederam aquela cena insólita, a tal auditoria foi exaustivamente alardeada. Quem via os jornalões, emissoras de TV e agências de notícias tinha certeza de que a pesquisa estava errada. E, claro, quem é do ramo sabia antecipadamente: nenhuma irregularidade foi encontrada na pesquisa. “Mais que isso, à medida que os dias iam passando, con�irmava-se in-

A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia ainda que Dilma era a candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as informações. tegralmente o acerto do Sensus e do Vox”, relata Luiz Nassif.

AONDE O BICHO PEGA

Enquanto por um lado corria essa história, por outro o Datafolha ainda dava “empate técnico” entre Dilma e Serra. E a grande imprensa reforçava a tese. Foi aí que entrou em cena a grande novidade não só desta campanha mas de todo universo da informação: a chamada blogos-

fera, o mundo dos blogs. Os jornalões e os números do Datafolha começaram a ser contestados por alguns de nomes já consagrados no jornalismo brasileiro, como o próprio Nassif e Paulo Henrique Amorim; outros vindos de diferentes esferas, como o recente fenômeno do Tijolaço (www.tijolaco.com) do deputado carioca e neto de Leonel Brizola, o Brizola Neto, que partiu abertamente para o ataque e passou de algumas centenas de acessos diários para meio milhão de acessos mensais.

CONTRAINFORMAÇÃO

Quem se informa pelos meios tradicionais com certeza não viu, porque nada neles se falou. Mas na blogosfera foi travada uma verdadeira guerrilha de contrainformação. E foi assim que, rapidamente (e para surpresa dos que não acompanhavam essa guerrilha) os números do Datafolha mudaram. E, nas pesquisas seguintes, chegava aos mesmos números do Sensus e Vox Populi. Não por acaso, foi por estes dias que Serra acusou o governo federal de incentivar o que ele chamou de “blogs sujos”. O que lhe valeu uma reprimenda pública, em nota o�icial, da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de ComunicaçãoA análise generalizada hoje e que resume a estratégia: o baronato da comunicação, aliado ao tucanato, pretendia mostrar Serra como uma viabilidade, até as portas do primeiro turno, para que as energias petistas e dos aliados �icassem concentradas na eleição presidencial. E com isso evitar a vinda em massa de Lula e sua tropa ao território paulista – única (e remota!) esperança de reverter a clara vantagem do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo.


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Aldeia global

Rigor ético

As pequenas cobaias humanas Indústria farmacêutica utiliza crianças de países pobres para testar novos medicamentos

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jornal indiano, The Indian Times, revelou na semana passada que uma lei que restringe testes humanos para acelerar o desenvolvimento de novas drogas para crianças nos Estados Unidos acabou levando estes ensaios clínicos para países pobres, onde – imensa contradição – estes mesmos medicamentos não se tornam disponíveis por conta da pobreza da população. A conclusão é de um relatório médico, cujos autores dizem que a situação levanta profundas questões éticas. Mais de um terço dos ensaios

realizados em 1997, quando foi editada a legislação chamado Pediatric Exclusivity Provision foram realizados em países pobres, como Uganda e em desenvolvimento, como a Índia. “A tendência que nós descrevemos traz alguns problemas cientí�icos e éticos”, disse Sara Pasquali, uma pediatra da Duke University Medical Center, em Durham, Carolina do Norte, cujos resultados aparecem na revista Pediatrics. Ele retrata o quadro de verdadeiro abandono em que vivem as crianças utilizadas como cobaias nestes testes. “Muitas vezes, participar de um estudo pode ser o

único acesso que as famílias desta população têm a cuidados”, disse ela. Depois do teste feito, nunca �ica claro se as drogas e�icazes serão comercializadas no país em questão, e se eles serão acessíveis.

174 TESTES

Entre os 174 testes, os pesquisadores examinaram medicamentos principalmente os que combatem doenças infecciosas, seguidos pelos de coração, alergias e medicamentos de artrite. “Estamos agora com as pessoas vulneráveis nos países mais vulneráveis como os laboratórios de drogas”, dis-

A tendência que nós descrevemos traz alguns problemas científicos e éticos

se a média Márcia Angell, que não estava envolvida nas pesquisas, disse. “É tudo uma questão de dólares e centavos.” Até agora, as extensões de patentes farmacêuticas arrecadaram no último ano cerca de US$ 14 bilhões de dólares, segundo a Food and Drug Administration dos EUA. Ao mesmo tempo, mais de 150 drogas têm sido aprovadas para crianças desde 1997, diz Pasquali.


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Esporte

Futebol em Questão

Teremos dois times para torcer ? Nas entrelinhas dos discursos dos diretores do Rio Branco nota-se que Americana terá dois times no futebol profissional

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futebol pro�issional de Americana há tempos não vivia uma polêmica tão intensa como esta que os torcedores acompanharam durante a semana. A boataria correu solta. Primeiro, em torno da vinda do Guaratinguetá – clube que disputa a primeira divisão do futebol paulista e a segundona do brasileiro – para Americana. O trâmite seria parecido com o ocorrido com o Grêmio Barueri, hoje Prudente, em Presidente Prudente, no interior paulista. E o falatório ainda dava como certa a saída do Rio Branco Esporte Clube do futebol pro�issional. A ansiedade dos torcedores, esperando um desfecho e a con�irmação ou desmentido dos

boatos, foi à mil. Antes, as polêmicas eram mais doces, como a transferência de um ídolo do Rio Branco para um grande clube, ou a chegada de uma nova promessa. Hoje, os tempos são bem outros no Tigre. Primeiro foi cancelada uma reunião entre os conselheiros do clube por falta de registro audiovisual (ou seria por pressão da torcida Malucos do Tigre). Depois, o presidente de honra da Malucos, Rogério Lopes, escreveu um apaixonado artigo no jornal O Liberal questionando os conselheiros propensos a votar favorável a destituição do clube a mudarem de ideia. “Você matará o maior embaixador que esta cidade tem fora daqui”, diz um trecho do artigo.

ESTÁDIO MUNICIPALIZADO

Ao mesmo tempo, o diretor de futebol do Rio Branco, Carlinhos Folha, disse em entrevista ao jornal Todo Dia que um grupo de empresários, antes ligados ao Campinas Futebol Clube, lhe enviaram uma carta de intenções na qual assumiriam parte da dívida do clube americanense e, a partir daí, tomariam conta do futebol pro�issional do Tigre. Na ocasião, Folha disse que a carta agradou parte dos conselheiros do clube. Há 15 dias o prefeito Diego De Nadai (PSDB) conseguiu de�initivamente municipalizar o Estádio Décio Vitta e ainda capitalizou, junto ao Ministério do Esporte, uma verba que pode chegar a R$ 10 milhões para a reforma do estádio. A medida, para alguns, foi o start necessário para que o clube de Guaratinguetá venha mesmo para Americana. Inclusive, as cores do clube são as mesmas da bandeira da cidade: azul, vermelho e branco. Tanto a diretoria do Rio Branco, quanto à torcida são unânimes em a�irmar que a vinda do Guaratinguetá para Americana será bem vinda desde que o Rio Branco seja mantido no futebol pro�issional. Nas entrelinhas dos discursos e dentro das possibilidades até então estabelecidas, ou seja, a vinda do grupo de empresários para o Rio Branco e a chegada do Guaratinguetá a cidade, quem deve ganhar mesmo é o torcedor: terá dois clubes para torcer ou para sofrer. Coisas da política do futebol.

Você matará o maior embaixador que esta cidade tem fora daqui


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Os segredos

Da madeira Com valorização das áreas de lazer a velha madeira retorna

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Arquitetura

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om a nova tendência mundial de valorização das áreas de lazer nas residências urbanas, os decks de madeira ganham cada vez mais espaço. Eles são um verdadeiro convite ao prazer da convivência. Caem maravilhosamente ao redor da piscina, destacando detalhes e espaços dos jardins, em varandas e nas áreas internas da sauna, banheiras de hidromassagem e ofurôs. Além de versátil e fácil de instalar, o deck de madeira é também uma das melhores alternativas para solucionar desníveis e alongar espaços em terrenos inclinados. E dependendo de como são projetados servem para refrescar ambientes muito expostos ao sol forte do verão, atuando como componente importante no micro-clima. Como elemento decorativo, o deck é imbatível. O toque rústico e agradável de madeira cabe em qualquer lugar, às vezes simplesmente para valorizar cantinhos áridos e abandonados de um quintal. É por isso que a sua procura continua em alta, mesmo diante da in�inidade de materiais modernos disponíveis no mercado. A madeira também tem a vantagem de combinar maravilhosamente como uma in�inidade de tipos de pisos, cadeiras, bancos e jardineiras, formando ambientes exclusivos de decoração.

A madeira também tem a vantagem de combinar maravilhosamente com uma in�inidade de tipos de pisos, cadeiras, bancos e jardineiras, formando ambientes exclusivos de decoração.


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Spas urbanos

A beleza mora ao lado Novo conceito de spa oferece tratamentos em apenas algumas horas

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elaxar, cuidar do corpo, fazer desintoxicação alimentar, en�im, sair da rotina estressante imposta pelo dia-a-dia conturbado das cidades. Tudo isso é bom, melhor ainda se gastar pouco tempo e for próximo de casa. O spa urbano é a opção para quem tem apenas algumas horas, um dia ou até um �im de semana para cuidar do visual. Antes localizados apenas nos grandes centros, agora são encontrados na Região. Ao contrário dos spas tradicionais que, em alguns casos se assemelham a um internato, este novo conceito agrega tratamentos que podem ser feitos em algumas horas. O tratamento em spas já era realizado na Europa no século XIX, em países como Inglaterra e Espanha. Em Americana, o serviço já pode ser encontrado. A rede Kalmma Zen Spa, empresa com unidades espalhadas por todo o País, oferece o trabalho. Segundo a esteticista e professora Débora Cristina Miranda Alves, 32, responsável pela unidade americanense, esse novo conceito de spa vem ao encontro dos anseios da população moderna. “É di�ícil �icar isolado em um spa convencional por dois ou três dias. As pessoas hoje trabalham, levam os �ilhos para e escola e ainda realizam outras atividades extras, o spa urbano pode garantir qualidade de vida em meio à correria da vida moderna”, analisa a pro�issional.

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Saúde / Beleza


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Gourmet

Nova gastronomia

A ciência vai atrás do biscoito fino Cientistas e gourmets transformam a cozinha em laboratório, revolucionam gastronomia e descobrem os mais antigos segredos da arte

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arte da gastronomia vive um momento raro, em escala mundial, e os melhores chefes de cozinha da nossa região estão antenados nisso. Há deliciosas mudanças em curso. Uma delas é a utilização do conhecimento cientí�ico, como nunca na história, para a elaboração de receitas e na descoberta de novos ingredientes. Ninguém sabe ao certo quando isso começou, mas com certeza alguns marcos fundamentais foram cravados no século XX – e de forma acentuada neste início do século XXI. Alguns resultados os bons gourmets já conhecem de longe: os badalados inventos culinários da chamada “gastronomia molecular” que projetaram no mundo a fama de mestres como o catalão Ferran Adrià, o mais aclamado chefe de cozinha dos últimos

Uma história emblemática é a dos franceses que, em 1998, descobriram o segredo dos melhores “petit fours” tempos. Como ele, são muitos os experimentalistas em profusão por este mundo de meu Deus. O mega segredo deles, escancarado a sete chaves, é simplesmente utilizar o arsenal cientí�ico disponível na química, na �ísica e na biologia contemporâneas para

decifrar os diferentes gostos, sabores e texturas que sempre deleitaram a humanidade.

BISCOITO FINO

Uma história emblemática é a dos franceses que, em 1998, descobriram o segredo dos melhores “petit fours”, tradicional biscoito das terras do general De Gaulle. Investigando em laboratório, encontraram a fórmula: ao aquecer apenas a farinha, antes de misturar com os demais ingredientes, destruíam o glútenm. E assim o biscoito se dissolvia na boca, ao primeiro contato com a saliva. De modo que os tantos outros milhares de outros que utilizavam os mesmos ingredientes, mas os preparavam de outra forma, nunca conseguiam a mesma textura guardada em segredo pelos maiores biscoiteiros de Paris.

Casa de Carnes Colina

Rua Piauí, 941, esquina com Rua Paraná, Jardim Colina, Americana - Fones: 19 3461.5254 / 19 3405.5447


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Cultura

No ritmo do jogo

O Berimbau desvendado Livro de autores americanenses será lançado em Angola e serve como referência mundial

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ma longa pesquisa sobre o berimbau de barriga levou o músico Rodrigo Mouraes e o capoeirista Sidney Tempesta, o “Pernilongo”, ambos de Americana, à origem do instrumento: o continente africano. Após buscar detalhes sobre o instrumento de percussão trazido ao Brasil pelos escravos (aliás, segundo eles, praticamente todos os instrumentos de percussão encontrados por aqui vieram da África) eles transformaram a experiência em um livro: “A Percussão do Berimbau de Barriga” ou “The Percurssion of the Berimbau de Barriga”, já que o primeiro volume é bilíngue. Este é o primeiro trabalho musical já realizado no Brasil sobre este instrumento já disseminado por todos os nossos ritmos. Agora, a dupla volta para Angola para lançar o livro no centro da pesquisa. “Ainda não temos uma data de�inida para o lançamento do livro em Angola. Mas tenho certeza que seremos bem recebidos por lá. Quando estávamos em pesquisa, participamos de programas de tevê e toda a mídia nos deu espaço”, a�irma Rodrigo. Para o músico será grati�icante voltar a Angola e reviver tudo o que passou lá em 2008 durante pesquisa. Na apresentação do livro, a dupla diz que o “propósito do livro surgiu quando perceberam que existia uma lacuna sobre o estudo do Berimbau. Sabemos a importância do ritmo e da sonoridade desse instrumento para a capoeira e para a música popular brasileira”. Segundo Rodrigo, até então não havia nenhuma publicação que desvendava os métodos de percussão do instrumento usado em praticamente todo o mundo nas rodas de capoeira. “Quanto mais sabíamos sobre o instrumento, mais sabíamos que muita coisa faltava em termos teóricos”, diz o músico.

Ainda não temos uma data de�inida para o lançamento do livro em Angola. Mas tenho certeza que seremos bem recebidos por lá.

NO MUNDO TODO

A partir disso, eles começaram a desvendar teoricamente o instrumento e colocaram tudo no livro. Desde noções básicas de como manusear o berimbau até a parte teórica, composta por partituras. “Até então não havia uma metodologia teórica para aprender o ritmo do berimbau. As pessoas, geralmente, pagavam pelo ouvido mesmo. Com a publicação, as coisas tiveram uma metodologia, um estudo mesmo”, relata. O livro ultrapassou as fronteiras brasileiras e já foi comercializado para países como Rússia, Espanha, Suécia e Portugal e, claro, na África. A dupla não sabe dizer quantos exemplares foram vendidos desde que a publicação foi lançada, no final do ano passado. “Os europeus consomem mais livros que os brasileiros, isso já é conhecido. Eles também têm mais interesse em cultura do que nós. A Internet, nesse processo, foi uma ferramenta importante de divulgação”, diz Rodrigo.

Rodrigo junto a músicos angolanos durante pesquisa sobre o berimbau de barriga em 2008

Além disso, a Abadá Capoeira, que Pernilongo comanda em Americana e da qual ele é um das grandes expressões nacionais, já tem centros de treinamento em mais de 40 países, espalhados por todos os continentes. “Para toda esta gente, o livro tem sido muito importante. A�inal, o berimbau, com toda a sua riqueza, é o instrumento que dá o ritmo no jogo da capoeira”, relata Pernilongo.


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