BRIGHT - Relatório Intercalar

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RELATÓRIO INTERCALAR BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY OF INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS (LIFE10/NAT/PT/075) Abarcando as actividades realizadas no período entre 01.09.2010 e 30.06.2014 Data da Conclusão da Redação do Relatório 03.07.2014. Revisto e Atualizado a 10.10.2014

Dados do Projecto Localização

Mata Nacional do Bussaco, Mealhada, Portugal

Data de Início

01/09/2011

Data de Fim

31/08/2016

Orçamento Total

€ 3.081.876

Contribuição CE

€ 1.540.938

(% ) de Custos Elegíveis

50

Dados do Beneficiário Nome do Beneficiário

Fundação Mata do Buçaco

Pessoa de Contacto

Engº António Gravato

Morada

Mata Nacional do Buçaco, LUSO, Portugal

Telephone

+ 351 231 937 000

Fax:

n.d.

E-mail

bright@fmb.pt

Sítio Web

w w w .fmb.pt/bright/ Redação por: Nelson Matos, Luis Jordão, Carlos Fonseca, coord. UA, Luís Pereira, coord. CMM; Revisão(03.07.2014): Fernando Correia ; Revisão Final e Aprovação(10.10.2014): António Gravato.


1. ÍNDICE 1. ÍNDICE ........................................................................................................................... 2 2. SUMÁRIO EXECUTIVO ..................................................................................................... 4 3. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5 4. ASPETOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................... 7 4.1. Sistema de Gestão ............................................................................................................................ 7 4.2. Trabalhos de Gestão e Auditoria ....................................................................................................... 8 4.2.1. Ação E.1 – Gestão do Projeto..................................................................................................................... 8 4.2.2. Ação E.3 – Auditoria Externa .................................................................................................................... 12

4.3. Avaliação do Sistema de Gestão ..................................................................................................... 14

5. ASPETOS TÉCNICOS ..................................................................................................... 15 5.1. Progresso Geral ............................................................................................................................... 15 5.2. Progresso Técnico, por Ação .......................................................................................................... 15 5.2.1. Ação A.1 - Elaboração de Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones ......................................................................................... 15 5.2.2. Ação A.2 - Elaboração de Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado ............ 19 5.2.3. Ação C.1 - Ações de Reativação/Operação de Viveiro e Beneficiação de Autóctones ............................ 21 5.2.4. Ação C.2 - Ações de Controlo e Erradicação de Espécies Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones........................................................................................................................................................... 34 5.2.5 Ação E.2 – Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto .............................................................. 51

5.3. Ações de Disseminação .................................................................................................................. 57 5.3.1. Acção D.1 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Sítio Web .............................. 58 5.3.2. Acção D.2 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Placards e Outdoors ............. 60 5.3.3. Ação D.3 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Relatório para Leigos .............. 63 5.3.4. Acção D.4 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Ações Complementares ........ 64 5.3.5. Ação D.5 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Público em Geral ...... 67 5.3.6. Ação D.6 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Empresas ................. 69 5.3.7. Ação D.7 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Escolas ..................... 73 5.3.8. Ação D.8 - Programa de Acções de Disseminação e Transferência de Resultados ................................. 76

5.4. Avaliação da Implementação do Projeto ......................................................................................... 79 5.5. Análise de Benefícios de longo prazo ............................................................................................. 80

6. COMENTÁRIOS AO RELATÓRIO FINANCEIRO ................................................................... 83 6.1. Sumário de Despesas...................................................................................................................... 83 6.2. Sistema Contabilístico ..................................................................................................................... 84 6.3. Acordos de Parceria ........................................................................................................................ 84


6.4. Auditor Externo ................................................................................................................................ 84 6.5. Sumário de Custos por Acção ......................................................................................................... 84

7. ANEXOS ...................................................................................................................... 85 7.1. Anexos do Relatório Intercalar ........................................................................................................ 85 7.2. Anexos Administrativos ................................................................................................................... 97 7.3. Anexos Técnicos .............................................................................................................................. 97 7.4. Anexos de Disseminação ................................................................................................................ 97

8. RELATÓRIO FINANCEIRO ............................................................................................... 98 9. QUESTÕES À COMISSÃO – AJUSTES ORÇAMENTAIS ....................................................... 99


2. SUMÁRIO EXECUTIVO Decorrendo de uma arranque que se revelou globalmente positivo – embora com os ligeiros constrangimentos e problemas de que se deu conta em relatórios anteriores e ao que o presente vem dar conta de desenvolvimentos favoráveis – os trabalhos do Projeto decorreram no período abarcado pelo presente relatório (já desde o 1º Relatório de Progresso) de acordo com um faseamento distinto do estipulado em candidatura. Na maioria das ações e trabalhos foram executados, cumpridos, e em alguns casos superados, os objetivos traçados para o período a que se reporta o presente Relatório. Durante as últimas visitas da equipa de monitorização, essa situação era particularmente evidente, tal como aliás, demonstra o respetivo reconhecimento em missivas enviadas no seu seguimento, tendo já em conta, o balanço entre os atrasos induzidos pelo temporal de Janeiro de 2013 e pelo agravamento, decorrente da intempérie de fevereiro 2014, que abaixo se descrevem, e a franca retoma e continuidade registadas nas ações no terreno. É assim, possível identificar para os objetivos de conservação do projeto um progresso geral que se revela de acordo com o esperado para esta fase (ou mesmo superior ao esperado), justificado em parte pelo facto de os trabalhos terem apresentado numa primeiro estágio, até Dezembro de 2012, e numa fase posterior após envio do 1º relatório de progresso em junho de 2013, uma progressão que se verifica ir para além do esperado. O progresso geral das vertentes associadas à demonstração e comunicação tem sido particularmente positivo e vai além do expectável. Por via de sinergias com outras atividades e de networking, verificouse um feedback geralmente bastante mais positivo do que o esperado, contribuindo para aportar ao projeto um maior envolvimento da comunidade externa em algumas ações (especialmente as de voluntariado), bem como diversos pedidos para participação da equipa em eventos que envolvem a sua mais ampla divulgação e comunicação (que, paralelamente, contribuem para atrair novos públicos e entidades aos programas de envolvimento em ações de conservação). No que respeita a atividades de divulgação, salienta-se o esforço colocado pela Fundação Mata do Buçaco, F.P. no estabelecimento de um conjunto de mecanismos de comunicação regular com os media que tem possibilitado, desde o início e de forma contínua, a ampla comunicação do Projeto BRIGHT, junto de diversos públicos, contribuindo de forma ativa para o reconhecimento dos objetivos e trabalhos previstos pelo projeto e do apoio prestado pelo LIFE+ à sua execução. Um ligeiro abrandamento foi verificado, contudo, fruto de introdução de alterações na estrutura de gestão do Projeto. Considerando o contexto, e tal como detalhado ao longo deste Relatório, considera-se que o progresso geral registado pelo Projeto está globalmente de acordo com o estipulado em candidatura, com exceção de atrasos, entretanto mitigados e recuperados, que adiante se voltam a referir, relativamente à ação D.7. No entanto, mesmo neste caso, em que as tarefas exibem atualmente algum atraso, encontrandose em franco desenvolvimento, espera-se que as medidas de contingência adotadas em período anterior ao arranque da ação, com ajuste da frequência e atividades do programa no sentido de assegurar um maior envolvimento das famílias dos alunos - com consequências que se esperam significativas em matéria de conservação e sensibilização – tenham permitido assegurar a retoma e alcance dos objetivos inicialmente previstos, ao longo do ano letivo tanto no ano letivo 2013/14. No Presente relatório dá-se ainda conta do planeamento futuro desta ação, para os anos letivos 2014/2015 e 2015/2016, cuja responsabilidade de execução é do beneficiário associado, Município de Mealhada. Após um período em que se verificaram constrangimentos e incertezas com reflexos menos positivos ao nível da consolidação da equipa de gestão do projeto e ultrapassados ou minimizados os problemas que lhes deram origem, têm vindo a ser desencadeados a maioria dos procedimentos de contratação de pessoal que se revelam necessários à correta continuidade de desenvolvimento dos trabalhos. Os trabalhos dos parceiros têm seguido, em linhas gerais, o cronograma e objetivos previstos, destacando-se contudo a necessidade por parte da Universidade de Aveiro, de estender a afetação de recursos humanos para além do inicialmente previsto, em consequência das intempéries que têm assolado a Mata Nacional do Buçaco. Face ao exposto, e tal como detalhado ao longo deste Relatório, considera-se que o progresso geral registado pelo projeto vai de encontro ao esperado, decorrido este período em que se ultrapassa já o meio-tempo de execução. Neste momento, não existem tarefas com atraso e as que apresentam, são na sua maioria de reduzida implicação em termos práticos. Outras tarefas exibem antecipação de metas de execução, na sua maioria com consequências que se revelam significativas em matéria de conservação, demonstração e/ou comunicação. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 4


3. INTRODUÇÃO A Mata Nacional do Buçaco (MNB), concelho de Mealhada, reúne um património natural, histórico, cultural e arquitetónico único em Portugal e no mundo, sendo sobretudo conhecida do grande público pela sua área de arboreto - onde árvores de várias espécies, de porte notável, plantadas desde o século XVII, deram origem a uma insigne coleção dendrológica –, pelo Vale dos Fetos e pelo Vale dos Abetos, áreas que, resultando da intervenção humana, apresentam contudo elevado interesse científico. Menos conhecidas mas mais importantes são as áreas de mata climácica, onde se preserva um habitat descrito pela primeira vez em 2008 e designado de adernal que ocupa 17.5 ha. Com carácter mediterrânico mas forte influência atlântica, apresenta uma combinação dominante de aderno (Phyllirea latifolia) e gilbardeira (Ruscus aculeatus) e não se enquadra nos subtipos do habitat 5330, não sendo ainda alvo de qualquer estatuto que promova a sua conservação. Apenas conhecido na área da MNB, caracteriza-se por uma clara dominância (70-100%) de adernos (Phillyrea latifolia) de porte arbóreo, estando frequentemente presente o medronheiro (Arbutus unedo) e pontualmente, o loureiro (Laurus nobilis), o azevinho (Ilex aquifolium) e várias espécies de carvalhos (Quercus robur, Q. pyrenaica e Q. suber), sobretudo nas áreas adjacentes aos carvalhais. No entanto em alguns locais o povoamento de adernos é praticamente puro, formando um bosque com copado denso, onde não ocorrem outras espécies arbóreas. Admitindo que possa outrora ter sido abundante na região, sendo representativo do coberto vegetal que existiria em tempos anteriores à ocupação humana e que apenas é atualmente conhecido nesta área, realça-se assim a sua raridade, singularidade e vulnerabilidade, no contexto nacional e europeu. Para além deste, de salientar a presença de outras comunidades em estudo, cujas características não permitem o seu enquadramento em associações/habitats já descritos, bem como a presença de fauna e flora protegida ao abrigo de legislação nacional e comunitária (endemismos e outras). De forma transversal, a biodiversidade da MNB encontra-se atualmente ameaçada por espécies com caráter invasor - especialmente acácias, mas também diversas ornamentais (e.g. Pittosporum undulatum) - que colocam em causa a conservação da sua biodiversidade, incluindo não só o adernal, mas também outros habitats e espécies classificadas e protegidas que aqui ocorrem e dependem do bom estado de conservação dos seus habitats de abrigo e alimentação. A raridade, singularidade e vulnerabilidade deste habitat justificam por si a conservação dessa área em termos regionais, nacionais e europeus. De destacar ainda que os restantes espaços florestais que ocorrem na MNB albergam uma biodiversidade de fauna e flora que comprovadamente os distingue das áreas existentes extra-muros, limítrofes e envolventes da MNB, conforme estudos que têm vindo a ser publicados, essencialmente pelos investigadores do Beneficiário Associado, Universidade de Aveiro (UA). O projeto visa assim a preservação dos espaços acima descritos pelo controlo e erradicação de espécies invasoras que ameaçam a biodiversidade da MNB. A sua distribuição não se encontra limitada aos 30.6 ha de floresta autóctone (estes 30.6 ha compreendem o habitat adernal), constituindo uma verdadeira Floresta Relíquia, pelo que a intervenção inclui também as áreas que envolvem a floresta autóctone, i.e., os 74.4 ha de arboreto e jardins. Para além de grupos isolados de árvores, ou árvores isoladas e dispersas, é também dado enfoque especial às seguintes áreas: cerca de 20 ha do Pinhal do Marquês (onde a preocupação e alvo são Acacia dealbata, A. longifolia, A. melanoxylon e Pittosporum undulatum), 40 ha da bacia hidrográfica que engloba o “Vale dos Fetos” e Vale dos Abetos” (onde a preocupação e alvo são Prunus laurocerasus, Pittosporum undulatum e Tradescantia fluminensis) e um conjunto de pequenas áreas ajardinadas dispersas pela Mata, que no seu conjunto não deverão atingir mais de 1 ha. Para o controlo de Tradescantia fluminensis,são ensaiadas metodologias de erradicação e controlo, materializando o desígnio inovador do Projeto, uma vez que no contexto nacional nunca se efetuou o controlo desta espécie em larga escala. Os trabalhos de controlo são acompanhados de trabalhos de conservação, valorização e reabilitação da flora autóctone, através da propagação e plantação de um conjunto de espécies características dos habitats autóctones que aqui foram identificadas. O alvo destes trabalhos são os 30.6 ha de floresta autóctone da MNB, em especial a área com 17.5 ha do habitat único, de características singulares e raro, cuja conservação se apresenta extremamente vulnerável, o adernal.

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Em síntese, os trabalhos de conservação/reabilitação serão direcionados para os 30.6 ha de floresta autóctone e os de controlo/erradicação, dada a natureza e objetivos, abrangem uma área mais vasta para assegurar a sua eficácia: pelo menos 61 ha, aos quais acrescem outras manchas onde se detectem as espécies invasoras a controlar. Dos trabalhos esperam-se benefícios complementares para cerca de 400 espécies de flora autóctone, 173 espécies de briófitos, 120 espécies de macrofungos, 6 espécies de peixes, 10 espécies de anfíbios, 14 espécies de répteis, mais de 1000 espécies de invertebrados, 80 espécies de aves e 38 espécies de mamíferos que ocorrem na MNB. O projeto desenvolve-se em circunstâncias em que o contexto socioeconómico não se afigura o mais vantajoso. Os efeitos da crise financeira global que motiva a atual conjuntura económica nacional, poderiam colocar em causa as disponibilidades da contrapartida nacional a alavancar pelos parceiros. Apesar de um relativamente curto histórico de atividade da FMB (5 anos), o trabalho e planeamento efetuados a este nível, bem como uma orçamentação regrada por limites adequados de necessidades e disponibilidades, tendem a minimizar riscos. Neste contexto, de salientar que os trabalhos de estruturação da candidatura foram acompanhados da elaboração de um programa de identificação das fontes de receitas necessárias à sua implementação (incluindo ingressos na mata, fornecimento de serviços a entidades externas, patrocínios de fundadores e/ou outros ao abrigo da Lei de Mecenato e transferências de entidades públicas, como a Câmara Municipal de Mealhada, e privadas), o qual foi desde a sua génese, implementado pela FMB de forma a evitar estes riscos. A análise aos mapas financeiros do Projeto e respetivos indicadores de execução deixa claro que o projeto decorre num contexto de gestão criteriosa e rigorosa. Refira-se ainda adesão que o projeto desde o início teve junto da sociedade civil. O desígnio de materializar o seu carater demonstrativo, de sensibilização e envolvimento foi alcançado, uma vez que foi possível envolver entidades e públicos de diversos quadrantes e ramos de atividades, na sua execução.

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4. ASPETOS ADMINISTRATIVOS 4.1. Sistema de Gestão Globalmente, a execução técnica do projeto decorre apenas com algum atraso na ação D.7. entretanto retomada e em franco andamento como se dá conta na secção 5.3 do presente Relatório. Nas restantes ações, sem prejuízo dos problemas causados pelo temporal de janeiro de 2013 com agravamento induzido pela tempestade de fevereiro de 2014, os trabalhos decorrem dentro do esperado, ocasionalmente apresentando alguns desvios não significativos. A tabela 4.1.1 apresenta, em síntese, o progresso previsto (“x”) e a execução verificada (cor), incluindo quando aplicável a identificação dos desvios verificados. As secções seguintes detalham, para cada ação, os trabalhos já promovidos e em curso, incluindo quando aplicável a identificação dos aspetos que contribuem para o estado de desenvolvimento aqui sintetizado.

Tabela 4.1.1 – Tabela 2 – Síntese dos desenvolvimentos das acções do projecto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (Verde) execução verificada, desvios temporais inexistentes ou favoráveis associados, face a cronograma (Laranja) execução verificada, desvios temporais desfavoráveis associados, face a cronograma (Amarelo) atualização do Relatório Intercalar: execução verificada, desvios temporais inexistentes, face a cronograma Cronograma do Projeto, por trimestre.

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4.2. Trabalhos de Gestão e Auditoria

4.2.1. Ação E.1 – Gestão do Projeto Tal como evidenciam os relatórios anteriores, a Equipa de Gestão do projeto foi sendo ajustada, ao longo da sua execução, por motivos diversos. Desde o início de projeto até finais de Dezembro de 2012 os trabalhos de gestão foram objeto de cocoordenação, repartida entre a Dra. Luísa Ramos (elemento interno que tinha a seu cargo sobretudo as ações D) e Eng. Luís Jordão (elemento externo que apoiava do ponto de vista técnico a gestão executiva, a cargo do então Presidente do Conselho de Administração da FMB, Eng. António Franco, em matérias relacionadas com o LIFE, e assegurava a supervisão e monitorização técnica das ações A e C). Após a rescisão de contrato solicitada pela Dra. Luísa Ramos, a equipa continuou a ser supervisionada do ponto de vista técnico, pelo Eng. Luís Jordão (ações C, com apoio operacional do Dr. Nelson Matos e Arq. Paisagista Joni Vieira), passando a Dra. Cândida Sá a supervisionar a maioria das ações anteriormente sob alçada da Dra. Luísa Ramos (ações D). Do ponto de vista executivo, e com maior afetação ao projeto por via da saída da Dra. Luísa Ramos, manteve-se a coordenação do Eng. António Franco, enquanto Presidente do Conselho de Administração da FMB, até ao final de Dezembro de 2013. Alegando implicações dos resultados das eleições autárquicas de Setembro de 2013 para a sua gestão, o Eng. António Franco apresentou, após as mesmas, a sua demissão, identificando como data limite de permanência em funções o dia 31 de Dezembro de 2013. O organigrama da equipa FMB em Dezembro de 2013 mantinha-se assim, grosso modo, idêntico ao apresentado no 1º Relatório de Progresso, com exceção do facto de, por término de contrato e indisponibilidade pessoal para continuar a integrar a equipa, não ter sido renovado o contrato de trabalho anteriormente estabelecido com o Arq. Paisagista Jóni Vieira, passando o Dr. Nelson Matos, por um curto período, a assegurar cumulativamente as respetivas funções. O último trimestre de 2013 foi contudo marcado por um conjunto de situações de término de contratos de trabalho que implicava renovar para manter os funcionários em funções, sem interrupção. Contrariamente às propostas técnicas então apresentadas, a opção tomada pela anterior coordenação executiva foram no sentido de remeter para a administração seguinte todas as decisões relativamente a questões de contratação de pessoal, independentemente de datas de término mais próximas ou mais dilatadas no tempo. Após tomada de posse do novo Presidente do Conselho de Administração, Dr. Fernando Correia, este assumiu as funções do seu antecessor. Para assegurar a continuidade em funções da maioria dos postos de trabalho da equipa num curto espaço de tempo – incompatível com procedimentos de contratação de pessoal -, este optou pela celebração de avenças de curta duração (normalmente de 3 meses) com os funcionários cujos contratos de trabalho foram caducando. No caso específico da funcionária Ana Couceiro, chegou a haver um pequeno período de interrupção de funções, logo colmatado pela sua contratação em idênticos moldes. Esta solução permitiu à nova coordenação executiva manter a equipa inicial em funções e simultaneamente analisar, com maior disponibilidade de tempo, os procedimentos a adotar a respeito das propostas de abertura de procedimentos de contratação que se encontravam pendentes. Em reunião de Fevereiro de 2013, atendendo a que o respetivo contrato iria terminar em Junho de 2014 e igualmente não pretendia, por razões estritamente pessoais, manter as funções até então exercidas, foi elaborada e apresentada, por parte do Eng. Luís Jordão, uma súmula dos aspetos mais relevantes a ter em conta ao longo do primeiro semestre de 2014 por parte da coordenação executiva. Nesse contexto, entre outros assuntos, foi abordada com a nova coordenação executiva a possibilidade de reforço da equipa de projeto, tanto em termos de operários para ações C (conforme aprovado pela Comissão após 1º Relatório de Progresso) bem como de algumas valências que até então não havia sido possível assegurar (especialmente monitores para reforço das ações D). Atendendo a essa reunião, a nova coordenação executiva desencadeou procedimentos para reforço da equipa com a contratação de um novo elemento para apoio aos trabalhos de envolvimento, a tempo inteiro – Lúcia Lopes, em assistência externa –, e outros monitores em regime de tarefa, no sentido de melhorar a eficácia destas ações. Complementarmente, desencadeou um pedido de estágio profissional para um novo elemento destinado a reforçar a coordenação operacional de gestão florestal – Eng. Jorge

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Sousa, que havia estado na FMB a realizar o seu estágio curricular após a intempérie de Janeiro de 2013. Esperando-se que permita libertar de funções o Dr, Nelson Matos, esta decisão visava que, após o término do contrato em curso com o Eng. Luis Jordão, aquele assumisse as respetivas funções, facto que se veio a verificar. Sem prejuízo de vários dos elementos da equipa de finais de 2013 já não estejam em funções, pelo facto de entretanto não se terem renovado os respetivos contratos e desencadeado novos procedimentos de contratação, cada um desses elementos tem sido objeto de substituição por novos funcionários, com idênticas funções e responsabilidades. Nesse contexto, tal como apresentado na figura 4.2.1.1, o organigrama atual mantém-se sensivelmente idêntico ao anterior, com reforço/criação de uma linha específica associada ao envolvimento, por via das contratações promovidas nestas valências.

Figura 5.2.13.1 – Organigrama da equipa de projeto à data de redação do relatório. (

03.07.2014 )

Figura 5.2.13.2 – Organigrama da equipa de projeto à data de atualização do relatório. ( 10.10.2014 ) BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 9


Em termos concretos, as principais substituições a assinalar ao nível técnico referem-se a:   

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funcionária Carla Silva substituída pelo Dr. José Xabregas, no âmbito do único concurso de contratação lançado e concluído no último trimestre de 2013 pela anterior administração, com responsabilidades ao nível do apoio administrativo e logístico geral à gestão do projeto; funcionária Ana Couceiro substituída pela Dra. Ana Sofia Ferreira (por enquanto em regime de contrato baseado em recibos verdes), com responsabilidades ao nível da administração contabilística e financeira; Dra. Cândida de Sá temporariamente substituída por Dra. Joana Amado, em voluntariado, sendo que a integralidade das funções passou entretanto a ser assumida pela Dr. Ana Mannarino que anteriormente detinha responsabilidades ao nível da produção gráfica associada à execução dos objetivos de comunicação Dra. Lúcia Lopes, bióloga, por enquanto em regime de contrato baseado em recibos verdes, com responsabilidades ao nível da dinamização de monitores e atividades das ações D sob alçada da FMB (anteriormente assegurados por outros elementos da equipa); Arq. Paisagista Filipe Teixeira, com contrato de trabalho a termo até ao final do projeto, visando satisfazer as funções de coordenação operacional do viveiro e de gestão de operários anteriormente asseguradas pelo Arq. Pais. Jónio Vieira (cujo contrato de trabalho terminou em finais de 2013 e não foi renovado por indisponibilidade pessoal) e Eng. Anabela Bem Haja (cujo contrato de trabalho terminou em Maio de 2013 mas que foi readmitida, por enquanto em regime de contrato baseado em recibos verdes).

Ao nível de operários, não foi renovado o contrato com dois dos elementos da anterior equipa, tendo existido contudo a decisão da coordenação executiva de a reforçar com dois novos elementos em contrato, encontrando-se já os novos elementos em laboração (por enquanto em regime de contrato baseado em recibos verdes). Os problemas relacionados com a não abertura de concursos para renovação de contratos de trabalho de elementos da equipa, induzida pela remissão das correspondentes decisões por parte da anterior coordenação executiva para a que tomou posse em Janeiro de 2014, foram em 2014 amplificados por maiores dificuldades administrativas e processuais que derivam das alterações aos estatutos da FMB aprovados pelo Decreto-Lei 58/2014, publicado a 15 de Abril de 2014. Naquele diploma, dando cumprimento à Lei das Fundações, o Governo estabelece uma nova orgânica interna, equiparando a FMB a uma Fundação Pública e obrigando ao cumprimento de um conjunto de procedimentos (incluindo a verificação da existência de funcionários públicos em regime de mobilidade para satisfação de necessidades) complexos e morosos. Ao nível da orgânica interna, o Conselho de Administração, Conselho Geral, Conselho de Fundadores e Fiscal Único que integravam o modelo em vigor até à publicação do Diploma são substituídos por um Conselho Diretivo, Fiscal Único e Conselho Consultivo. Neste novo contexto administrativo, apesar de não previsto na candidatura, foi necessário desde então proceder à contratação de assessoria jurídica e processual específica em matérias relacionadas com a contratação pública de pessoal, bens e serviços, no sentido de assegurar o cumprimento integral dos procedimentos impostos pela nova legislação e estatutos. A contratação destes serviços prestará assim serviços de suporte às atividades de gestão, coordenação e desenvolvimento organizacional. Esta é uma necessidade adicional de imprescindível necessidade, face ao exposto. Adicionalmente, verificando-se a extinção do órgão Conselho de Fundadores, cujos membros assumiam no contexto do projeto funções consultivas, haverá de futuro que equacionar novas soluções para a próxima reunião daquele órgão do projeto, normalmente promovida no período do “Semente event” em articulação com a reunião anual do Conselho Geral. Perspetiva-se que os membros do novo Conselho Consultivo da FMB possam integrar o novo Conselho Consultivo do projeto, de forma a criar sinergias com aquele órgão. Em termos de interação entre beneficiários, e tal como exposto em relatórios anteriores, têm-se promovido desde o início de projeto reuniões regulares da Equipa de Gestão do projeto, que integram os decisores e técnicos de cada equipa (coordenação e beneficiários).Ver Anexo I. A organização da próxima reunião está a ser calendarizada e prevista para setembro, período em que se espera assegurar também, se necessário, a análise/discussão do presente relatório com elementos da equipa de monitorização e/ou da Comissão, no sentido de garantir a transferência do segundo adiantamento.

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Globalmente, a ação evidencia assim, apesar de constrangimentos como os referidos neste e relatórios anteriores, uma execução que tem dado resposta e se espera continue a dar resposta às necessidades inerentes. Relativamente ao previsto em candidatura, destacam-se os seguintes indicadores quantitativos de execução: Indicadores de execução nº de reuniões da equipa de gestão realizadas: 11 nº de reuniões de Conselho Consultivo realizadas: 2 (2012 e 2013) nº de Relatórios de Projeto produzidos/redigidos: 3 (incluindo o presente)

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4.2.2. Ação E.3 – Auditoria Externa Muito embora a execução da auditoria externa só seja exigível pelas Disposições Administrativas para uma fase de conclusão do projeto, desde logo se assumiu como boa prática de gestão assegurar que os procedimentos de auditoria se iniciassem mais cedo, no sentido de apoiar a verificação e validação da elegibilidade das despesas apresentadas pelos vários parceiros e assegurar atempadamente a identificação de eventuais constrangimentos, dúvidas e/ou correções relacionados com esta componente. Os procedimentos de contratação externa destes serviços foram apenas desencadeados em 2012, com algum atraso face ao marco inicialmente previsto em candidatura (31/12/2011), devendo-se o desvio verificado a dúvidas que se colocaram quanto à possibilidade de os correspondentes serviços serem executados pelo Revisor Oficial de Contas(ROC) que já desempenhava as funções de fiscal único da FMB, apesar de o mesmo não possuir experiência em auditorias a projetos apoiados pelo Programa LIFE. Após alguma reflexão sobre esta matéria, e no sentido de assegurar uma maior transparência e abrangência do procedimento de contratação, a proposta técnica e decisão tomada pela coordenação executiva foi no sentido da abertura de procedimento de consulta não só aquela entidade mas também a outras com competências análogas, incluindo outros ROC que se conhecia terem desempenhado funções de auditoria a projetos LIFE. Sem qualquer implicação efetiva na execução do projeto para além do incumprimento formal da meta estabelecida em candidatura, devidamente comunicada no Relatório de Arranque, os procedimentos de contratação externa destes serviços foram apenas concluídos em 2012. O auditor externo contratado é, desde então, Carlos Miguel Dias Barros, com NIF 204 081 491 e instalações na Rua Padre Estevão Cabral, 120, sala 204, 3000-316 COIMBRA, com quem foi assinado o correspondente contrato de prestação de serviços em Maio de 2012, de que se deu conhecimento no Relatório de Arranque. À data de redação do 1º Relatório de Progresso a análise por parte do auditor, concluída em maio de 2013, tinha incidido sobre as despesas apresentadas desde o início de projeto até 31.12.2012, permitindo então identificar pequenas necessidades de correção de documentos, classificação contabilística e/ou imputação de despesas a centros de custos. Conforme salientado no 1º Relatório de Progresso, as principais necessidades de ajuste e pequenas correções relacionavam-se então com:  

 

a declaração de enquadramento em matéria de IVA (que motivou a solicitação de uma nova e seu envio à Comissão); ausência de referências impressas ao código do projeto por parte de alguns fornecedores e/ou simples aposição do carimbo com essa informação. Este facto levou a que a coordenação executiva desse indicações explícitas aos serviços de contabilidade (apensas ao relatório) para que se deixassem de aceitar documentos dos quais essas referências estivessem ausentes; pequenas correções na classificação LIFE de algumas despesas face ao indicado em candidatura, pelo facto de os respetivos bens se encontrarem (ou não) na lista de imobilizado dos respetivos adquirentes; dúvidas do auditor sobre a elegibilidade do custo total de equipamentos (e não apenas da sua depreciação), que foram entretanto devidamente esclarecidas pelo apoio técnico e equipa de monitorização, em coerência com as disposições administrativas em vigor e apensas ao contrato; dúvidas do auditor sobre a elegibilidade das despesas associadas à assistência externa estabelecida através do alargamento de Protocolo assinado com o EPC – já existente à data de início do projeto mas objeto de adenda específica no sentido de assegurar as novas funções e trabalhos necessários – igualmente esclarecidas, bem como da elegibilidade das despesas complementares, associadas ao fornecimento externo de refeições aos reclusos, que constitui uma obrigação contratual e portanto igualmente entendida como elegível.

No contrato estabelecido com o auditor previa-se a realização de auditorias com uma frequência semestral, que teriam por base o envio e síntese da informação contabilística dos vários parceiros, pela FMB, com base em procedimentos trimestrais. O momento de auditoria subsequente (final de 2013, tendo por alvo despesas entre 1.01.2013 e o terceiro trimestre daquele ano) não foi contudo desencadeado, pelo facto de no último trimestre de 2013 BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 12


se terem transmitido aos serviços como prioridades de trabalho o fecho de contas, a proposta de elaboração de orçamento e plano de atividades destinados a ser aprovados pela administração que tomaria posse em janeiro de 2014 e o encerramento contabilístico de um conjunto de projetos complementares, em curso na FMB, financiados através de outros instrumentos (projetos PRODER das Casas do Bussaco e Miradouro Virtual). Essas decisões tiveram como consequência que apenas em janeiro de 2014 se pudesse desencadear a sistematização da informação contabilística necessária à auditoria, o que por sua vez foi dificultado pelo término e não renovação de contrato com a funcionária Ana Couceiro, que apenas retomou funções em fevereiro, através de avença extraordinária entretanto despoletada pelo novo coordenador executivo, Dr Fernando Correia. Nesse mês, foram apurados e apresentados por Ana Couceiro mapas de execução atualizados, que evidenciavam uma execução financeira global inferior à necessária para apresentação do Relatório Intercalar, motivo que conduziu ao pedido de adiamento da sua data de entrega apresentado e autorizado pela Comissão. Ao longo de março e abril, os trabalhos de atualização dos mapas financeiros passaram a ser objeto de supervisão/monitorização direta pelo coordenador de projeto, Eng. Luís Jordão e pelo novo coordenador executivo, Dr. Fernando Correia., no sentido de aferir o momento em que a execução financeira atingisse níveis que satisfizessem os requisitos de apresentação do Relatório Intercalar, tendo-se decidido que a auditoria poderia/deveria incidir até essa data, se viável e desencadeado o recomeço dos trabalhos de auditoria, para que, numa fase inicial, incidissem até finais de 2013. Inesperadamente, por decisão pessoal da funcionária Ana Couceiro responsável pela elaboração dos mapas e pelas questões contabilísticas, esta decidiu abandonar funções antes da equipa de auditoria entrar em trabalho, verificando-se posteriormente que havia deixado por executar algumas das recomendações/solicitações do auditor (designadamente, não instruindo os dossiers de despesas com as notas de lançamento e extratos contabilísticos). Já com a atual funcionária em funções – contratada em finais de Junho para satisfazer as funções da anterior - e à medida que foram sendo impressas as notas de lançamentos e extratos, detetaram-se igualmente outras necessidades, designadamente ao nível de custos indevidamente imputados ao centro de custos do projeto e/ou de custos que deviam estar imputados e foram lançados de forma agregada, nos finais de 2013. Estes constrangimentos, imprevistos e reflexo de uma falta de rigor não detetada previamente nunca esperada até ao momento em que foram identificados – de salientar que os indicadores de execução de trabalho e gestão sempre foram as listas de despesas apresentadas nos mapas Excel de modelo LIFE e não a informação contabilística de base, apenas fornecida/analisada pelo auditor – motivaram ainda reuniões extraordinárias sobre o assunto entre a coordenação executiva, novos funcionários, ROC contratado para auditoria externa do projeto e ROC que é fiscal único do beneficiário coordenado FMB. Conjuntamente, deliberou-se ser preferível proceder a uma verificação integral de todos os lançamentos, desde o início de projeto, com eventuais correções de erros de imputação a centros de custos, previamente à realização da auditoria propriamente dita. Com este procedimento, assegura-se que esta possa incidir sobre informação na qual os serviços e equipa de gestão depositem doravante inteira confiança. Esta revisão rigorosa motivou assim a apresentação da atualização contida no presente relatório face ao que foi originalmente remetido à Comissão em Julho 2014. Neste contexto, e sem prejuízo de se ter desde já procedido a uma verificação de todas as despesas registadas no mapa Excel, passou desta forma a ser credível utilizar os referidos mapas, que acompanham este Relatório, no que respeita à verificação da execução financeira do projeto. De facto, os ajustes necessários passaram pela verificação, para cada despesa lançada no mapa, da coerência com o lançamento em centro de custo (em termos da imputação e/ou centro de custos a que foi imputada). Embora essa verificação prévia seja obviamente relevante para a posterior auditoria e cumprimento integral das Disposições Administrativas, é de pouca ou reduzida expressão para aferição da execução financeira real do projeto, já que se veio a verificar que constavam do mapa Excel apenas despesas incorridas pelo projeto e efetivamente pagas á data do reporte financeiro 31/05/2014. Aquando da visita de João Salgado da equipa de monitorização externa da ASTRALE GEIE –IDOM, em 24 de Setembro de 2014, já se dispunha de um relatório financeiro atualizado, tendo-se aproveitado a visita para identificação de eventuais dúvidas e/ou necessidades de alteração, bem como para o devido esclarecimento interno da eventual inelegibilidade de algumas das despesas apresentadas no mapa anexo. Sem prejuízo de tal facto e eventual identificação futura de algumas despesas cuja elegibilidade seja questionada- facto que se procurou com a revisão aqui descrita, mitigar -, considera-se estarem globalmente e em rigor, atingidos os requisitos necessários à apresentação do Relatório Intercalar.

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Em cumprimento com as Disposições Administrativas e propostas da equipa de gestão, foi tomada a decisão de a verificação/validação dos lançamentos em centro de custo ser efetuada no mais curto espaço de tempo possível, contudo, em concordância com a morosidade que a tarefa exigiu, de forma a permitir que se prossiga com o acompanhamento processual por parte da equipa de auditoria externa (ROC).

4.3. Avaliação do Sistema de Gestão A avaliação que atualmente se faz do sistema e equipa de gestão é globalmente positiva, dada a capacidade com que foi capaz de enfrentar um conjunto de constrangimentos e adversidades não previstas, as quais poderiam eventualmente ter colocado em causa a execução e objetivos do projeto, no âmbito da cronologia das ações previamente programadas Para a obtenção desses resultados foi determinante o trabalho de criação e consolidação da equipa de projeto, que assim conseguiu tamponar de alguma forma o adiamento da renovação de contratos que se verificou em finais de 2013, bem como a incerteza assim criada nalguns setores. Apesar da saída de elementos avaliados como prestantes, nos quais se destaca o Arq. Paisagista Jóni Vieira, espera-se contudo que as medidas e substituições equacionadas e colocadas em prática deem a necessária e desejada continuidade a uma gestão equilibrada, atenta às necessidades e aos problemas que se colocam no dia-a-dia do programa afeto ao Projeto Bright, bem como à sua comunicação à Comissão e equipa de monitorização. Face às imprecisões identificadas em 2014 ao nível do reporting contabilístico, especialmente no que se refere às despesas de 2013, considera-se indispensável que para futuro, a gestão do projeto seja regularmente dotada não só de frequente atualização da informação já compilada em mapas Excel, mas também nos balancetes contabilísticos, anteriormente não disponibilizados — algo que foi já implementado por ordem do anterior executivo (Dr. Fernando Correia), sendo reforçado pelo atual executivo (Eng. António Gravato), dado ser uma medida preconizada e ajustada. Com a adoção deste tipo de procedimento, que envolve trabalho conjunto, frequente, regular e transparente, entre o coordenador executivo de projeto, gestor de projeto e responsável pela contabilidade, de preferência com frequência mensal e associado ao processamento de pagamentos, poderá minimizar-se, atempadamente, a identificação e correção de desfasamentos, como os agora identificados previamente à redação deste relatório, motivados pelas deficitárias lacunas detetadas, após saída da funcionária que tinha por função assegurar os lançamentos em centro de custos, e na qual se depositava total confiança que se averiguou não ser correspondida em eficiência exigida. No que respeita a comunicação com a Comissão e equipa de monitorização, é intenção da equipa do Projeto retomar com intensidade e manter a total abertura e transparência com que até à data se tem atuado, no sentido de conjuntamente e com a colaboração de todos, se identificarem e resolverem atempadamente quaisquer necessidades e problemas que se venham a colocar, por forma a dar continuidade à senda de exigência e sucesso que emana deste projeto — que na prática tem sido capaz de ultrapassar com êxito os inúmeros obstáculos com que se tem deparado.

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5. ASPETOS TÉCNICOS 5.1. Progresso Geral Em termos gerais, e apesar de uma progressão diversificada consoantes as várias ações e frentes de trabalhos (consequência dos diferenciados problemas a que teve que dar devida resposta), abaixo pormenorizados, considera-se que o projeto exibe, a nível técnico, um progresso muito próximo daquele que seria esperado para esta fase cronológica. De facto e do ponto de vista técnico os trabalhos de conservação no terreno estão a níveis próximos do desejado e progridem novamente a bom ritmo, após os atrasos induzidos pela intempérie de Janeiro de 2013, posteriormente agravados com novas tempestades, já em 2014. Do ponto de vista financeiro, conforme comunicado à Comissão em Fevereiro de 2014, a execução então aferida não permitia atingir, por pouco, os níveis necessários à apresentação do Relatório Intercalar. Contudo e com esforços concertados de todos os parceiros, essa execução foi reforçada, desde então, para níveis que, seguramente, o possibilitam, como se comprova mais à frente nos sectores a ela dedicados. Destacam-se, contudo alguns constrangimentos inesperados que motivam a aferição/validação de todas as despesas apresentadas no mapa Excel anexo, com despesas efetivamente incorridas e pagas, relativamente aos seus lançamentos contabilísticos em centros de custos, previamente à realização de nova auditoria. Pelos motivos descritos na secção aplicável deste relatório, esta é uma tarefa à qual foi dada máxima prioridade e se espera concluir até ao início de Setembro, de forma a proporcionar á Comissão e equipa de monitorização todos e quaisquer esclarecimentos necessários ao processamento do 2º adiantamento do projeto, bem como ao esclarecimento de quaisquer dúvidas eventualmente colocadas pelo auditor externo. As secções seguintes apresentam, com enfoque e detalhe, os desenvolvimentos verificados desde o início de projeto em cada ação até à presente data.

5.2. Progresso Técnico, por Ação 5.2.1. Ação A.1 - Elaboração de Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones Os trabalhos desta ação tinham uma duração prevista de seis meses, com início próximo do arranque do projeto. Por via de fatores associados à contratação de meios necessários à sua execução, conforme relatado no Relatório de Arranque, o seu início veio a sofrer ligeiros atrasos, sem contudo se comprometer o início dos trabalhos que deles dependiam. Desde que concluído numa versão preliminar, o Programa de Ações foi utilizado para apoio à operacionalização dos trabalhos no terreno. Apesar de esta ser uma ação preparatória, os seus resultados práticos não só se traduzem na orientação operacional dos trabalhos de conservação como se prevê ainda que, até ao final do projeto, possam apoiar o desenvolvimento do Plano de Comunicação pós-LIFE, bem como a definição das necessidades de controlo de seguimento e/ou controlo de manutenção de exóticas invasoras que será necessário prosseguir em pós-projeto. A 19 de Janeiro de 2013, conforme relatado no 1º Relatório de Progresso, o território de Portugal Continental foi afetado pelo ciclone “Gong”, caraterizado por rajadas pontuais de elevada intensidade de vento, com velocidades na ordem dos 110 km/h na região centro-norte litoral, onde se situa a MNB. O ciclone originou o derrube de milhares de árvores de dimensões significativas, com a consequente abertura de clareiras, obstrução da circulação e impedimento de acessos a várias áreas. A passagem, a 9 de Fevereiro de 2014, da tempestade “Stephanie” veio posteriormente agravar as consequências já muito negativas do mau tempo sentido em 2013. Por via do temporal de Janeiro de 2013, as propostas iniciais tiveram de ser ajustadas às novas realidades do terreno, em vários casos impeditivas da sua continuidade nos moldes inicialmente previstos. Tal como descrito no Relatório de Arranque, os trabalhos iniciais desta ação incluíram tarefas como: integração em SIG de cartografia de base necessária à identificação/definição de parcelas operacionais de intervenção; análise de informação histórica relativa à distribuição de outros valores naturais (especialmente briófitos e líquenes) existentes na MNB; levantamentos de campo relacionados com a caracterização de povoamentos, núcleos e exemplares de espécies exóticas com características BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 15


invasoras; integração com informação de monitorização recolhida pela equipa da UA; levantamento de práticas aplicáveis ao controlo físico/mecânico, químico e biológico de espécies exóticas invasoras existentes, bem como de problemas e resultados associados a ensaios e ações de controlo. Com base na informação recolhida, promoveu-se a definição de um zonamento geral da MNB e das áreas a intervencionar com trabalhos do projeto, baseado em parcelas operacionais, o qual integra um conjunto de categorias para as quais se propuseram diferentes níveis e tipos de intervenção, tanto ao nível do controlo de invasoras como da beneficiação/valorização com autóctones: Áreas Sociais, Áreas de Conservação, Áreas de Conservação/Valorização, Áreas de Contenção de Invasoras / Beneficiação, Áreas de Contenção e Monitorização de Invasoras e Áreas de Reconversão (figura 5.2.1.1). As categorias definidas relacionam-se com a presença/ausência de valores naturais, distância a esses valores e/ou usos complementares que se considera devem ser mantidos (e.g. os associados a áreas de arboreto e jardins). Para cada categoria, definiram-se objetivos de controlo (e nalguns casos de erradicação) para as espécies invasoras detetadas, identificando-se as técnicas de controlo inicial, de seguimento e de manutenção a adotar (incluindo técnicas menos agressivas em áreas de maior sensibilidade e técnicas mais agressivas em áreas de maior necessidade e/ou menor presença de valores naturais relevantes) bem como os trabalhos de valorização que se afigura adequado promover (ao nível do fomento e plantação de autóctones, em coerência com as existências atuais), tendo por perspetiva temporal não só o horizonte de projeto mas também, desde já, o período que se lhe sucede.

Figura 5.2.1.1 – Distribuição espacial das categorias de zonamento do Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones.

Globalmente, as áreas abrangidas por cada uma das classes de zonamento são as que se apresentam na tabela 5.2.1.1. Tabela 5.2.1.1 – Zonamento Geral do Programa de Ações: áreas totais de acordo com os objetivos de gestão Objetivo

Área (ha)

Conservação

7.83

Conservação / Valorização

24.95

Controlo de Invasoras / Beneficiação

19.90

Monitorização de Invasoras

36.11

Valorização / Reconversão

13.31

Área Social

3.01 Total

105.10

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Atendendo aos valores aí apresentados, aos objetivos estabelecidos no Programa de Ações e aos compromissos assumidos em candidatura, é de salientar que os objetivos de intervenção iniciais, de intervenção numa área total de 45,6 ha, foram revistos em alta, no Programa de Ações, para necessidades mais vastas, de assegurar intervenções de controlo em pelo menos 46,09 ha durante o período de projeto (área total correspondente ao somatório das parcelas inseridas em Áreas de Conservação, Áreas de Conservação/Valorização, e Áreas de Valorização/Reconversão). Tal como atrás referido, os objetivos de áreas/parcelas a ser objeto de intervenções no período de projeto suplantam os estabelecidos na candidatura; salienta-se contudo um conjunto de espécies (Pittosporum sp., Prunus laurocerasus e Fascicularia bicolor) para as quais as ações de controlo inicial não abrangem, no período do projeto, a totalidade dos povoamentos e área de distribuição, por apresentarem uma distribuição substancialmente superior às áreas de intervenção inicialmente previstas. Ao nível da valorização, os trabalhos propostos no Programa de Ações incluem a beneficiação das áreas degradadas e áreas limítrofes daquelas onde atualmente se regista a presença não só do adernal como também de outros habitats naturais (louriçais e carvalhais), bem como o fomento da presença e distribuição espécies características de outros habitats (medronhais, azereirais, azevinhais, carvalhais e sobreirais), em áreas de valorização, associadas à transição entre os habitats naturais e o arboreto. Nas áreas mais afetadas por povoamentos de exóticas – Pinhal do Marquês - previu-se a reconversão dos povoamentos dentro do período do projeto, com recurso a maior densidade de plantações. Conforme descrito no 1º Relatório de Progresso, os efeitos do ciclone de Janeiro de 2013 obrigaram a ajustes das propostas iniciais. A tempestade de Fevereiro de 2014 veio entretanto reforçar a necessidade de reajustamentos. As principais dificuldades observadas após Janeiro 2013 relacionam-se com a obstrução de caminhos, falta de acesso a áreas de trabalho, obstrução de parcelas de trabalho devido á queda de árvores por “efeito dominó”, trabalhos adicionais necessários à estilha ou retirada de materiais previamente às intervenções de controlo, aumento de necessidades de propagação para fazer face a necessidades de ensombramento de clareiras e a necessidade de podas especializadas e/ou serviços de corte/remoção de árvores de grande porte (que apenas podem ser executados com recurso a meios externos, não considerados na proposta inicial mas autorizados pela Comissão após o 1º Relatório de Progresso). Os problemas referidos são amplificados pelas clareiras abertas e pela maior instabilidade dos povoamentos limítrofes: sempre que se verificam situações de maior pluviosidade e/ou vento a queda de árvores repete-se em zonas adjacentes às dos primeiros estragos, como se observou na passagem da tempestade de Fevereiro 2014. Nesse contexto, a avaliação realizada à data deste relatório aponta para a prioritização de intervenções em zonas mais afastadas das áreas que sofreram danos com os temporais de 2013 e 2014 e que coincidam com Áreas de Conservação de adernal - em detrimento do avanço da frente de trabalho para as zonas adjacentes igualmente contemplada - Áreas de Conservação/Valorização, onde o problema da queda de árvores se tem revelado intenso e obriga a trabalhos quase contínuos e não previstos, de corte, estilha e remoção. O único deliverable da ação, que constitui o seu resultado esperado, foi enviado à Comissão com o 1º Relatório de Progresso, já com ajustes face ao documento inicial. Está disponível em versão digital no sítio web do projeto, mantendo-se como elemento orientador da operacionalização dos trabalhos. Continuará a ser usado como referência, suscetível de ajustes pontuais, baseados nos resultados observados, no sentido de melhor se assegurarem, de forma dinâmica, os objetivos e metas de conservação e demonstração. Para as áreas mais afetadas pelos temporal de Janeiro de 2013, a realização complementar de dois estágios curriculares não remunerados – um na área de paisagismo e outro em gestão florestal, ambos sem custos para o projeto – permitiu desenvolver um trabalho mais detalhado de avaliação de necessidades e propostas de gestão, complementar dos trabalhos desta ação. No que à área de intervenção do projeto diz respeito as propostas desses estágios vão no sentido de se dar execução, em período de projeto, a um conjunto de trabalhos relacionados com a limpeza, desobstrução e plantação das clareiras originadas pelo temporal, conforme solicitado à Comissão no 1º Relatório de Progresso e entretanto autorizado. Já em 2014, e para atender às novas necessidades de reajustamento dos trabalhos acima descritos, foram também realizados 2 estágios curriculares não remunerados, por alunos provenientes de instituições de ensino superior espanholas, ambos na área da “gestão e conservação do meio natural”. Deles resultou a atualização da identificação de pontos críticos de obstrução/degradação de vias que dificultam a circulação e intervenção em parcelas que se apresenta na figura 5.2.1.2, a qual tem apoiado a planificação da progressão da frente de trabalho.

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Figura 5.2.1.2 – Distribuição atualizada espacial de pontos críticos de obstrução de vias de acesso a parcelas de trabalho (2014).

Indicadores de execução Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones: 1

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5.2.2. Ação A.2 - Elaboração de Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado Os trabalhos desta ação tinham uma duração prevista de seis meses, com início próximo do arranque do projeto. Conforme relatado no Relatório de Arranque, por via de atrasos associados à contratação externa de meios necessários à sua execução, o seu início veio a sofrer ligeiros atrasos, sem contudo se comprometer o início dos trabalhos que deles dependiam: no primeiro semestre após arranque existia já uma versão ainda não consolidada do Programa de Ações, que foi sendo objeto de ensaio/implementação, possibilitando o arranque, sem atraso, das ações que lhe sucediam (ações D.5 e D.6). Excetua-se dessa situação o caso da ação D.7 – relativa a trabalhos com público escolar. Esta, apesar de abrangida pelo Programa de Ações ao nível das linhas gerais que a deveriam nortear, foi sucessivamente adiada e atrasada, conforme relatado no Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso, por motivos distintos e em nada relacionados com esta ação. Para orientação dos trabalhos da ação D.5 (envolvimento do público em geral) o Programa de Ações contempla a definição de um conjunto de percursos/trilhos interpretativos dirigidos a três temáticas relacionadas com as atividades do projeto: o habitat adernal, as espécies exóticas invasoras e os viveiros de propagação. Na prática, apenas os primeiros destes percursos/trilhos – trilho “adernal” e trilho “invasoras” – obedeceram a uma efetiva formalização/delimitação em terreno e elaboração de brochuras/desdobráveis de apoio à sua utilização sem guia (concebidos/produzidos na ação D.4). No caso das visitas ao viveiro, por precaução de furtos, optou-se exclusivamente pelo modelo de visita guiada, sem prejuízo de nela se contemplar, conforme preconizado, o contacto com as diferentes atividades aí promovidas designadamente com os espaços de produção, de armazenamento/crescimento, e funções associadas.

Figura 5.2.2.1 – Distribuição espacial dos trilhos “adernal” e “invasoras”.

Para complementar os passeios e visitas da ação D.5 o Programa de Ações preconiza um conjunto de atividades práticas diferenciadas, incluindo atividades voluntárias de conservação e ateliers/oficinas lúdico-pedagógicas. Enquadram-se nas primeiras atividades voluntárias associadas a cada um dos percursos/trilhos: o controlo de Tradescantia fluminensis e recuperação do adernal, em articulação com o uso do trilho “adernal”, dirigido a uma parcela delimitada próximo das Portas de Coimbra; o controlo de Acacia sp., em articulação com o uso do trilho “invasoras”, dirigido a uma parcela no Pinhal do Marquês; a recolha e propagação de sementes, realizado na envolvente aos viveiros e suas instalações. Ao nível dos ateliers/oficinas lúdico-pedagógicas, o Programa de Ações define um universo de atividades que inclui os seguintes ateliers: “Vamos construir um herbário…”, “Vamos ajudar os morcegos.”, ”Um ninho para um passarinho.”, “Aves pelos ares.”, “No rasto dos mamíferos.”, “Sementes com vida!”, “Reciclar e reutilizar para conservar.”. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 19


Para orientação da ação D.6 (envolvimento de instituições/voluntariado), o Programa de Ações contemplava inicialmente a oferta de quatro “atividades-tipo” de voluntariado dirigidas a diferentes objetivos: “Controlo de invasoras arbóreas em áreas de reconversão”; “Controlo de erva-do-diabo (Tradescantia fluminensis)”; “Controlo seletivo de invasoras arbóreas em áreas de conservação”; “Recolha e sementeira/estacaria de espécies autóctones”. A cada uma destas atividades estão associadas tipologias específicas de voluntários que atendem ao seu nível de conhecimentos, idade e dimensão do grupo. Já após o temporal de Janeiro de 2013, por via das necessidades de desobstrução e limpeza de parcelas, o Programa de Ações foi ajustado de forma a integrar uma nova atividade-tipo, relacionada com a “Limpeza, recolha e trituração de material vegetal, em parcelas e caminhos”, com a qual se procurou fazer face às novas necessidades. No que respeita às orientações genéricas inicialmente apresentadas para efeito dos trabalhos da ação D.7, verifica-se que as mesmas foram integradas no Caderno de Encargos entretanto elaborado e lançado a concurso pelo parceiro CMM, o qual incluiu aliás uma perspetiva mais alargada, de integração com outras componentes educativas e ambientais – tais como a agenda XXI local e programa EcoEscolas – para estabelecimento de sinergias com outras atividades já conhecidas dos alunos. Neste âmbito, para o remanescente do tempo de projeto, foi elaborado um Programa que visa debelar as contrariedades verificadas no seu arranque. Este constitui assim um plano de ação com enfoque na materialização concreta apoiado e sustentado pelo Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado. O Programa específico para a ação D7 a ser concretizado pelo beneficiário associado CMM Pode ser consultado no Anexo IV. O único deliverable da ação, que constitui o seu resultado esperado, foi enviado à Comissão com o 1º Relatório de Progresso, já com ajustes face ao documento inicial e coerente com o atrás referido, por se terem entretanto testado e avaliado negativamente outras soluções que se mostraram menos adequadas aos objetivos das atividades que este procurava orientar. Está disponível em versão digital no sítio web do projeto, mantendo-se como elemento orientador da operacionalização dos trabalhos. Continuará a ser usado como referência, suscetível de ajustes pontuais, baseados nos resultados observados, no sentido de melhor se assegurarem, de forma dinâmica, os objetivos e metas de conservação e demonstração.

Indicadores de execução Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado: 1

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5.2.3. Ação C.1 - Ações de Reativação/Operação de Viveiro e Beneficiação de Autóctones Os trabalhos da ação C.1 são parte complementar de uma estratégia integrada de controlo/erradicação e de valorização/beneficiação das áreas a conservar, a qual assenta numa lógica de demonstração das vantagens em atuar simultaneamente segundo estas duas vertentes no sentido de se atingirem melhores resultados de conservação da biodiversidade. Tal como descrito no Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso, a componente dos trabalhos da ação C.1 relacionada com a reativação/operação do viveiro foi antecipada em vários meses face às metas iniciais, de forma a poder beneficiar-se da época do Outono de 2011 para recolha do primeiro material vegetal destinado a propagação. Assim, desde Outubro de 2011 que o viveiro se encontra em funcionamento, com alargamento sucessivo das suas funções e reabilitação continuada das infraestruturas de apoio e espaço envolvente. Conforme motivos expostos no Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso, os trabalhos complementares de compostagem que se contemplaram em candidatura para apoio às necessidades do viveiro e escoamento da biomassa resultante das ações de controlo apenas foram iniciados a título experimental. Numa avaliação atualizada dos problemas associados à sua implementação e dos escassos benefícios que deles seriam expectáveis face à solução de estilhagem e utilização direta da estilha resultante para fins de conservação, mais simples e igualmente benéfica/necessária, são definitivamente considerados desnecessários e abandonados dos objetivos do projeto, conforme posteriormente pormenorizado. No que respeita a plantações efetuadas em prol da beneficiação de autóctones, iniciaram-se no Outono de 2011/Primavera de 2012 em pequena escala, tendo vindo a ser sucessivamente incrementadas em paralelo com os avanços dos trabalhos de controlo da ação C.2. As secções seguintes apresentam em maior detalhe os desenvolvimento e situação atual de cada uma destas componentes da ação.

Reativação/Operação de Viveiro Os trabalhos propostos visavam a reativação e operação de infraestruturas que se mantinham descativadas por falta de meios e do know how necessários à prossecução das funções de apoio de ações de conservação da biodiversidade local para a execução das quais são indispensáveis e determinantes. Tendo beneficiado de procedimentos prévios associados à comunicação da aprovação do Projeto, os trabalhos iniciaram-se com o seu arranque, o que permitiu despoletá-los em antecipação às datas previstas na candidatura (último trimestre de 2011 em vez de segundo trimestre de 2012). Destacam-se, neste contexto, trabalhos de reabilitação realizados no sentido de assegurar o pleno funcionamento dos estufins (incluindo reparação de telhados e reabilitação dos sistema de rega e aquecimento) e das zonas de estufa-fria, assim como dos talhões que envolvem a área do viveiro, que estão a ser utilizados para propagação desde o Outono de 2011. Entre 2011 e 2013 procedeu-se à reabilitação de um conjunto de talhões na envolvente às estufas e de todo o sistema de recolha, armazenagem e distribuição de água a partir de origens locais, no sentido de minimizar a utilização de água da rede pública. Tais trabalhos envolveram a reconstrução do sistema de rega de espaços exteriores (incluindo restabelecimento de ligações e tubagens a antigas origens de água, reparação/impermeabilização de um antigo tanque de rega, construção de estação de bombagem e restabelecimento do sistema de drenagem e rega), a par com a pintura e substituição de materiais degradados nas estufas e estufins.

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Figura 5.2.3.1 – Tanque e casa de bombagem destinada à rega dos viveiros, após conclusão dos trabalhos de reabilitação.

No sentido de assegurar a sua melhor operação, o viveiro foi objeto de uma proposta detalhada de ordenamento/funcionamento, encontra implementada desde Setembro de 2012 e enviada com o 1º Relatório de Progresso, com pequenos ajustes introduzidos posteriormente. A proposta previu ainda a criação, em articulação com a equipa de comunicação do projeto, de uma nomenclatura e sinalética identificativa para cada um dos locais de produção/armazenamento. Incluindo a identificação do propósito de cada espaço, esta dá apoio às visitas promovidas em ações de comunicação e envolvimento e proporciona uma melhor orientação dos operários sobre as possibilidades de utilização inerentes. Paralelamente, dando cumprimento ao Programa de Ações estabelecido na ação A.2 no que respeita à monitorização, foram definidos procedimentos de registo de entradas de plantas, saídas de plantas e realização de sementeiras e estacarias. Estes dados foram desde o início compilados numa folha de cálculo de forma a torná-los facilmente acessíveis e possibilitar o seu tratamento. Já em 2014, a folha de cálculo original foi otimizada de forma a proporcionar com maior facilidade a geração de indicadores e estatísticas agregadas. Em articulação com as necessidades dos programas dinamizados com público e entidades externas, procedeu-se ainda à recuperação da antiga carpintaria (figuras 5.2.3.2 a 5.2.3.4), no sentido de a mesma poder acolher visitas e atividades/oficinas como as descritas posteriormente neste relatório (ações D).

Figura 5.2.3.2 – Trabalhos de reabilitação da antiga carpintaria para instalação de sala didática de apoio aos viveiros e oficinas/visitas (início de obras).

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Figura 5.2.3.3 – Trabalhos de reabilitação da sala didática de apoio aos viveiros e oficinas/visitas (trabalhos de construção civil concluídos).

Figura 5.2.3.4 –Sala didática de apoio aos viveiros e oficinas/visitas após conclusão dos trabalhos de recuperação.

Figura 5.2.3.4 –Sala didática de apoio aos viveiros e oficinas/visitas em funcionamento

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Ao longo de 2014, atendendo às maiores necessidades de produção de plantas induzidas pelo temporal de Janeiro de 2013, as instalações do viveiro foram alargadas por via da sua expansão através da (re)utilização do antigo campo de ténis, destinado a aumentar a capacidade disponível para plantas em crescimento (figura 5.2.3.5). Os trabalhos foram acompanhados do alargamento do sistema de rega inicial. Com estas últimas adaptações espera-se assim acomodar as necessidades adicionais de plantas e, tanto quanto possível ao longo do Outono de 2014, iniciar plantações em clareiras abertas pelo temporal, de forma a proporcionar ensombramento que minimize o aparecimento de novos focos de invasoras (ver descrição da ação C.2).

Figura 5.2.3.5 – Área de expansão dos viveiros no antigo court de ténis (trabalhos de 2014).

Não tendo sofrido significativamente com o temporal de Janeiro de 2013 e beneficiando da antecipação da sua reativação, as instalações do viveiro exibem assim, à data do Relatório Intercalar, resultados já muito acima do esperado em candidatura, incluindo a propagação e crescimento de cerca de 24.000 plantas. Com o alargamento ao campo de ténis, manutenção dos níveis de trabalho e know how entretanto adquirido nas técnicas de propagação mais adequadas a cada espécie, os quantitativos de produção ascendem, à data de redação deste Relatório, a 69.327 plantas em viveiro, a que acrescem 14.813 plantas já usadas para beneficiação de 13,41 ha de parcelas em recuperação. A propagação baseou-se em recolhas sucessivas, iniciadas no Outono de 2011 sobre um universo de apenas 11 espécies mas anualmente alargado a um universo cada vez maior, tanto em termos de quantidade de espécies como de material recolhido e usado para propagação (tabelas 5.2.3.1. e 5.2.3.2). Foi acompanhada de ensaios de propagação, tanto com sementes como com estacas, que geraram informação útil e nalguns casos não disponível acerca dos melhores métodos a aplicar a cada uma das espécies-alvo identificadas na candidatura. Para além dessas, tem-se procurado assegurar, de forma regular, outros ensaios de propagação, com resultados nalguns casos positivos, direcionados para fetos característicos do adernal (Polypodium vulgare) e outras espécies cuja presença na Mata é conhecida e pode/deve ser alargada (Dicksonia antarctica, Dryopteris affinis, Picea smithiana, Calocedrus decurrens, Tilia sp, Ulmus minor, Polystichum setiferum, Abies sp. entre outros). Também, como já referido em relatórios anteriores, o viveiro tem ainda beneficiado da continuação de ofertas, por parte de terceiros de alguns dos exemplares existentes, (destacando-se, desde o último relatório, ofertas por parte da QUERCUS, da CMM e novamente da SOPORCEL).

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Tabela 5.2.3.1 – Quantidade de plantas em viveiro à data de redação deste relatório (plantas em propagação). Nome Comum / Científico

Quantidade

em propagação (alfobres/ cuvetes) Abrunheiro-bravo

Prunus spinosa

72

Aderno

Phillyrea latifolia

566

Aveleira

Coryllus avellana

20

Azereiro

Prunus lusitanica

6499

Azevinho

Ilex aquifolium

14760

Castanheiro

Castanea sativa

571

Folhado

Viburnum tinus

1232

Lódão

Celtis australis

60

Medronheiro

Arbutus unedo

216

Murta

Myrtus communis

1600

Pilriteiro

Crataegus monogyna

3087

Sobreiro

Quercus suber

7302

Murta

Myrtus communis

1600

Gilbardeira

Ruscus aculeatus

2250 Total: 39.835

Tabela 5.2.3.2 – Quantidade de plantas em crescimento em viveiro à data de redação deste relatório. Tipo de Propagação estacaria | sementeira

Nome Comum / Científico

Quantidade disponível

em crescimento/desenvolvimento (vasos e cuvetes) Abrunheiro-bravo

Prunus spinosa

0

36

36

Aderno

Phillyrea latifolia

180

206

386

Alfarrobeira

Ceratonia siliqua

0

305

305

Amieiro

Alnus glutinosa

0

72

72

Aveleira

Coryllus avellana

0

20

20

Azereiro

Prunus lusitanica

79

0

79

Azevinho

Ilex aquifolium

1880

14760

1880

Azevinho-variegado

Ilex aquifolium 'Variegata'

0

13

13

Azinheira

Quercus rotundifolia

0

10

10

Carrasco

Quercus coccifera

0

625

625

Carvalhiça

Quercus lusitanica

0

480

80

Carvalho-alvarinho

Quercus robur

0

4239

4239

Carvalho-cerquinho

Quercus faginea

0

66

66

Carvalho-negral

Quercus pyrenaica

0

0

150*

Castanheiro

Castanea sativa

0

620

620

Choupo-álamo

Populus nigra

0

0

90*

Choupo-branco

Populus alba

0

0

90*

Faia

Fagus sylvatica

0

0

96*

Folhado

Viburnum tinus

728

1232

400

Lódão

Celtis australis

0

60

60

Loureiro

Laurus nobilis

0

60

126

Medronheiro

Arbutus unedo

0

1500

216

Pilriteiro

Crataegus monogyna

87

3000

87

Pinheiro-manso

Pinus pinea

0

Sobreiro

Quercus suber

0

7635

7635

738*

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Tabela 5.2.3.2 (continuação) – Quantidade de plantas em crescimento em viveiro à data de redação deste relatório. Tipo de Propagação estacaria | sementeira

Nome Comum / Científico

Quantidade disponível

em crescimento/desenvolvimento (vasos e cuvetes) Teixo

Taxus baccata

0

0

8*

Ulmeiro

Ulmus minor

0

0

140*

Ulmeiro

Ulmus sp.

0

30

30

Vidoeiro

Betula celtiberica

0

0

13*

Zimbro

Juniperus sp.

0

0

2*

0

1384

Hera

Hedera sp.

1384

Selo-de-salomão

Polygonatum odoratum

0

32

32

Gilbardeira

Ruscus aculeatus

0

1690

1690

Vinca

Vinca sp.

8007

0

8007

Fentilha

Dryopteris affinis

0

0

3**

Feto-real

Osmunda regalis

0

0

8**

Lingua-cervina

Phyllitis scolopendrium

0

0

7**

Feto-doce

Polypodium vulgare

0

0

8**

Polystichum setiferum

0

0

41**

36.691

29.492

Fentanha

* Plantas adquiridas externamente [compra / oferta] | ** Repicagem Total:

12.345

No que respeita aos equipamentos previstos para a ação procedeu-se à aquisição e fornecimento de uma estilhadora e de um trator com respetivos acessórios de maior prioridade (reboque, caixa de carga, brocadora/ perfuradora, grua, guincho, carregador frontal), o que foi conseguido através de valores de aquisição substancialmente inferiores aos inicialmente esperados e libertou verbas que se solicitou à Comissão no 1º Relatório de Progresso fossem usadas para satisfazer necessidades não previstas. Complementarmente, assegurou-se também a aquisição de outros equipamentos relacionados com as necessidades sentidas, como uma perfuradora de solo, que permitiu assegurar as plantações com as espécies autóctones, direcionadas para as parcelas onde simultaneamente estavam em curso e/ou executados trabalhos de controlo de invasoras. Os principais constrangimentos detetados nestas tarefas foram de reduzida influência e não comprometeram as suas metas, relacionando-se essencialmente, tal como referido nos relatórios anteriores, com questões de gestão de pessoal e falta de condições nos edifícios de apoio às atividades. Em relação às questões de pessoal, continua a registar-se a falta de mais um elemento fixo na equipa de operários dos viveiros, com experiência na matéria (nomeadamente técnicas de propagação gestão de viveiros e outras operações inerentes à atividade). Seria suficiente mais um operário qualificado, cujos procedimentos de contratação chegaram a ser desencadeados sem sucesso (i.e. sem que a eles concorressem profissionais com o perfil necessário) e se espera retomar. Se até à data tal facto não condicionou a atividade da equipa, porquanto o recluso a ela alocado e a que nos reportámos no 1º Relatório de Progresso se mantem em funções, a sua saída, esperada para o futuro, certamente conduzirá a constrangimentos cujas consequências urge minimizar. Nesse sentido, foi já deliberado pela Administração da FMB dar prioridade a esta questão, no sentido de a equipa ser reforçada com um elemento adicional até ao final de 2014. As condições precárias de alguns dos locais que os viveiros utilizam como escritórios e armazém de material obrigaram, tal como descrito nos relatórios anteriores, a pequenas obras de reconversão e adaptação a melhores condições, que se prevê possam ser continuadas pela equipa associada às pequenas obras e manutenção de equipamentos, a reforçar com um elemento especializado a curto prazo (já que neste período, face às prioridades, essa equipa não especializada, se dedicou sobretudo à instalação do sistema de rega e beneficiação da sala destinada a oficinas/ateliers). Ainda neste contexto, a inexistência de um veículo pequeno para as deslocações dos seus operários aumentava consideravelmente o tempo de execução de algumas tarefas, nomeadamente as recolhas de

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sementes, recolhas de estacas e outros trabalhos que implicam deslocações e acesso ao interior da Mata. Após a autorização que se seguiu ao 1º Relatório de Progresso desencadearam-se consultas informais no sentido de dar andamento ao procedimento de aquisição da moto 4 que se solicitou para esses fins, os quais sofreram contudo um atraso imprevisto devido à alteração dos Estatutos da FMB, pela publicação dos quais foi necessário aguardar. O procedimento encontra-se em curso, esperando-se que a aquisição possa estar concluída ao longo do próximo trimestre. Instalação/Operação de Unidade de Compostagem Como tarefa complementar da reativação/operação do viveiro, foi equacionada em candidatura a instalação de uma unidade de compostagem, que teria por objetivo valorizar a matéria orgânica resultante do controlo de invasoras (matéria verde das herbáceas e folhagem e matéria castanha de trituração/estilha do material lenhoso). Com esse objetivo, procedeu-se a um conjunto de trabalhos técnicos de planificação da unidade de compostagem, bem como a uma instalação precária do material a compostar no espaço que lhe chegou a estar destinado. Os planos previstos incluíam uma solução de compostagem em pilhas, baseada na recolha do material, sua trituração e encaminhamento/transporte para uma plataforma previamente existente, no espaço localmente conhecido como “campo da Bola”, junto às Portas do Serpa. A área chegou a operar de forma “experimental” até à ocorrência do temporal de Janeiro de 2013, época em que ficou completamente obstruída, inacessível, e impossível de utilizar. Contudo, tal como referido no 1º Relatório de Progresso, o composto aí produzido a título “experimental” revelou-se pouco eficaz para apoio à propagação, sendo sobretudo utilizado, quando disponível, para apoio às plantações no terreno, numa lógica de “mulching”, destinada a minimizar a colmatação do solo e apoiar o desenvolvimento radicular, nos primeiros meses após as plantações. No uso para propagação, nos viveiros, os resultados obtidos foram sempre menos positivos. A sua utilização, enquanto disponível, restringiu-se à mistura com outros substratos e solo, no sentido de assegurar uma mistura que era destinada a fases de crescimento e que, quando utilizada para sementeiras ou estacaria, não conduziu a resultados tão eficazes como quando era apenas utilizado substrato ou composto adquirido no mercado. À data de entrega do 1º Relatório de Progresso, esperava-se ser possível desobstruir num curto prazo o espaço destinado à compostagem. Contudo, isso só poderá ser feito com a contratação da assistência externa de trabalhos de desobstrução autorizada pela Comissão após o 1º Relatório de Progresso, solução que ainda não se encontra no terreno por motivos vários, pormenorizados noutras secções deste documento. Acresce que, tal como também já identificado naquele Relatório, a quantidade de biomassa disponível devido ao ciclone de Janeiro de 2013 é muito superior à que se previa dispor apenas com os trabalhos de controlo de exóticas (por via do elevado número de árvores que caíram) e foi ampliada pela tempestade de 2014. Nesse contexto, as instalações inicialmente previstas seriam efetivamente insuficientes para acolher a sua compostagem. Atendendo ao atrás referido, e dando resposta ao solicitado pela Comissão no seu último ofício, a opção tomada envolve o abandono da solução de compostagem inicialmente previsto em candidatura, com o consequente abandono da necessidade de aquisição dos equipamentos que iriam estar estritamente afetos a essa solução (em concreto, o “parafuso de revolvimento de pilhas”, a “máquina calibradora e ensacadora de terra vegetal”,e a “banda transportadora”. Esta decisão técnica foi devidamente ponderada e teve em conta também, entre outros aspetos, a seguinte informação adicional: 

resultados dos ensaios-piloto de controlo de Tradescantia fluminensis e solução considerada mais eficaz para os trabalhos de gestão/controlo subsequentes: conforme referido na secção referente à ação C.2, a solução em curso envolve o amontoamento, nas parcelas, do material vegetal retirado, com aplicação de diferentes soluções sobre os montes assim criados e evitando a complicada logística de remoção da matéria verde. Sendo esta solução eficaz, o afluxo de material “verde” inicialmente previsto à unidade de compostagem (proveniente sobretudo da remoção desta herbácea) seria sempre substancialmente inferior, enquanto o de material “castanho”, como já referido, substancialmente superior, por haver mais biomassa lenhosa. Nos ensaios preliminares, a degradação de material “castanho” foi reduzida, provavelmente por deficit de azoto na relação carbono/azoto ideal; na situação futura, esse deficit seria ainda superior, conduzindo potencialmente a uma degradação ainda mais lenta ou mesmo à não degradação (i.e. inviabilizando a otimização do processo de compostagem em pilha); necessidades adicionais de estilhagem do material lenhoso provocadas pelos temporais de 2013 e 2014: a desobstrução das parcelas de trabalho, tendo em conta as árvores e ramadas caídas, BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 27


tem originado necessidades de estilhagem muito superiores às que resultariam apenas do controlo de invasoras lenhosas. Fruto disso, e de uma utilização muito mais intensiva do que esperado, o equipamento adquirido tem sofrido avarias frequentes, sem prejuízo de se estarem a produzir quantidades de estilha muito superiores, com utilidade para o projeto. Entre outros destinos finais, a estilha produzida tem sido usada para cobertura dos amontoados de Tradescantia (conforme resultados dos ensaios-piloto), mistura com substrato e terra para “mulching” de apoio às plantações, espalhamento no terreno para cobertura do solo (minimização de erosão em zonas declivosas e de aparecimento de invasoras em clareiras) e, mais recentemente, para cobertura do piso do campo de ténis que foi utilizado para expansão dos viveiros (no sentido de garantir algum isolamento térmico e hídrico, necessários ao crescimento das plantas ali armazenadas). Neste contexto, as quantidades produzidas são até insuficientes para a totalidade destes usos e existem inclusivamente períodos de escassez, provocados pelas avarias referidas; oferta, por parte de entidade gestora de unidade de compostagem, de 34 toneladas de composto, num contexto de apoio às atividades do projeto e de reabilitação da Mata no período pós-temporal: fruto dos contactos da nova Administração da FMB ao nível da angariação de apoios institucionais para a reabilitação da Mata, a ERSUC, empresa intermunicipal que gere os resíduos sólidos urbanos da região, assegurou a disponibilização deste seu “produto”, como forma de apoio. Neste contexto, as necessidades de produção – ainda que limitadas pelos fracos resultados da compostagem “experimental” e sua expectável limitação face ao atrás referido – ficam totalmente superadas.

Figura 5.2.3.6 – Uso de estilha para cobertura/controlo de Tradescantia fluminensis.

Figura 5.2.3.7 – Uso de estilha para mistura com substrato e terra para “mulching” de apoio às plantações.

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Figura 5.2.3.8 – Uso de estilha para isolamento térmico e hídrico no antigo court de ténis (expansão do viveiro).

Com a decisão tomada, que se entende não comprometer de forma alguma os objetivos e resultados do projeto – estes eram, conforme referido, trabalhos complementares aos de reativação/operação do viveiro – considerou-se contudo oportuno também, neste Relatório, solicitar alguns ajustes ao projeto que vão no sentido de melhorar a necessidade de produção de estilha, cujas disponibilidade é escassa para as necessidades de conservação e de desobstrução das parcelas. Nesse contexto, a secção aplicável do presente Relatório aponta para a solicitação da utilização das verbas resultantes da não aquisição do equipamento inicialmente destinado à compostagem para aquisição de uma segunda unidade de trituração/estilha, dotada como a existente de unidade motriz autónoma e se possível mais robusta do que a adquirida. Tal solução permitirá dotar as duas equipas de controlo da possibilidade de estilhagem em simultâneo, reduzindo ainda os períodos em que a ausência de estilhagem por motivos de avaria conduz a limitações no trabalho daquelas equipas. Caso essa solução seja aceite, considera-se que o objetivo de candidatura não é comprometido (o equipamento destina-se a valorizar o material lenhoso existente), mas antes ampliado (já que a valorização acaba por ser apenas efetuada em fins diferentes, nestes casos até mais relacionados com os trabalhos diretos de controlo, nas parcelas em que os mesmos incidem). De forma complementar, considerou-se ainda útil a aquisição de um acessório adicional para as motoserras com o qual se possibilita a serração dos troncos de grandes dimensões em pranchas ou toros, permitindo assim a sua remoção e transporte sem intervenção de maquinaria pesada (figura 5.2.3.9). A sua utilização é particularmente adequada em parcelas nas quais a presença de máquinas possa constituir problemas de conservação, especialmente as que se estão agora, que incluem as zonas de adernal, igualmente afetadas pelo temporal. Também, no que respeita aos constrangimentos verificados a respeito da intervenção nessas parcelas, foi ainda adotada uma solução que envolveu a aquisição e utilização complementar de um rachador de madeiras, que assim proporciona a remoção mais fácil das parcelas, transformando-a em lenha que é posteriormente valorizada para aquecimento das estufas do viveiro (figura 5.2.3.9). Em ambos os casos, trata-se de pequenos equipamentos que não estavam previstos nas listagens iniciais mas que, face aos reduzidos custos, necessidade urgente para apoio à desobstrução e elevada eficácia, se considerou necessário adquirir, dando disso conhecimento no primeiro relatório inicialmente subsequente, como é o caso do presente Relatório Intercalar.

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Figura 5.2.3.9 – Pequenos equipamentos adquiridos para fazer face às dificuldades de remoção de troncos de grandes dimensões das parcelas de trabalho: em cima: acessório para moto-serra que permite a serração em pranchas e toros; em baixo: rachador de toros para lenha de aquecimento de viveiros

Beneficiação de Autóctones Em termos de plantações em áreas de intervenção, contabilizam-se à data de redação do presente Relatório um total de 4.767 árvores e arbustos e 10.046 herbáceas, conforme discriminado por espécie na tabela 5.2.3.3. No que respeita a espécies arbóreas, as plantações incidiram em cerca de 13.41 ha das áreas em intervenção no âmbito do controlo de exóticas e invasoras lenhosas promovidas na ação C.2. Adicionalmente às áreas de ensaios-piloto já referidas no 1º Relatório de Progresso, as plantações de herbáceas dirigiram-se a áreas de controlo integrado de lenhosas e de Tradescantia fluminensis, cuja área total ascende a 2,16 ha.

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Tabela 5.2.3.3 – Plantações efetuadas em parcelas à data de redação deste relatório. Nome Comum / Científico

Tipo de Propagação

Quantidade

Sementeira/Aquisição ext.

31

árvores e arbustos Alnus glutinosa

Amieiro

Arbutus unedo

Medronheiro

Sementeira

1003

Betula celtiberica

Vidoeiro

Aquisição ext.

71

Castanea sativa

Castanheiro

Sementeira

199

Celtis australis

Lódão

Sementeira/Repicagem

20

Crataegus monogyna

Pilriteiro

Sementeira/Estacaria/ Aquisição ext.

81

Cupressus lusitanica

Cedro-do-buçaco

Sementeira/Repicagem

69

Cupressus sempervirens

Cipreste-comum

Aquisição ext.

16

Fagus sylvatica

Faia

Aquisição ext.

5

Ilex aquifolium

Azevinho

Sementeira/Estacaria

118

Laurus nobilis

Loureiro

Sementeira

2

Phillyrea latifolia

Aderno

Sementeira/Estacaria/Repicagem

195

Pinus pinea

Pinheiro-manso

Sementeira/ Aquisição ext.

80

Populus alba

Choupo-branco

Aquisição ext.

10

Prunus avium

Cerejeira

Aquisição ext.

10

Prunus lusitanica

Azereiro

Sementeira/Estacaria/ Aquisição ext.

145

Quercus coccifera

Carrasco

Sementeira

625

Quercus faginea

Carvalho-cerquinho

Aquisição ext.

179

Quercus lusitanica

Carvalhiça

Sementeira

80

Quercus pyrenaica

Carvalho-negral

Aquisição ext.

50

Quercus robur

Carvalho-alvarinho

Sementeira

912

Quercus rotundifolia

Azinheira

Sementeira/ Aquisição ext.

50

Quercus suber

Sobreiro

Sementeira

724

Taxus baccata

Teixo

Aquisição ext.

6

Tilia sp.

Tília

Aquisição ext.

2

Tilia x europaea

Tília-comum

Aquisição ext.

1

Ulmus minor

Ulmeiro

Aquisição ext.

56

Viburnum tinus

Folhado

Sementeira/Estacaria/repicagem

27

Total

4767

herbáceas Vinca minor

Pervinca-menor

Estacaria

5100

Hedera spp.

Hera

Estacaria

3820

Ruscus aculeatus

Gilbardeira

Sementeira

560

Ophiopogon japonicus

Erva-da-sombra

Estacaria

520

Dryopteris affinis

Fentilha

Repicagem

16

Polystichum setiferum

Fentanha

Repicagem

15

Pteris cretica

Feto-prata

Repicagem

15 Total

10.046

Em áreas densamente afetadas por povoamentos de exóticas invasoras os objetivos do Programa de Ações preveem a reconversão de povoamentos dentro do período do projeto. Desta forma, com as plantações implementadas em áreas de Valorização/Reconversão, pretendeu-se fomentar a reconstituição de ecossistemas formais e funcionais de acordo com a aptidão de regeneração potencial observada após os trabalhos de controlo. As espécies arbóreas e arbustivas instaladas correspondem assim, na generalidade, a espécies características de habitats constantes do anexo I da Diretiva Habitats (92/43/CEE). Visa-se assim, por BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 31


um lado o reforço das espécies naturalmente presentes (medronheiro, azevinho, carvalho e sobreiro), mas também o fomento da presença e distribuição de espécies características de outros habitats (azereirais, carvalhais-ulmais com presença de lódão e cerejeira-brava), em áreas de valorização associadas à transição entre os habitats naturais e o arboreto. Desta forma, e conforme descrito no 1º Relatório de Progresso, os critérios para determinação de áreas, escolha e instalação das espécies foram essencialmente os seguintes:     

pré-existências: vegetação dominante - alguns exemplares de porte significativo, exemplares sub-desenvolvidos por via da anterior ocupação por parte de espécies exóticas invasoras; potencial de regeneração natural: avaliação qualitativa por aferição de existência de plântulas de regeneração seminal; adequação face a condicionantes edáficas, orográficas e micro-climáticas; interesse para os esforços globais de conservação na Mata Nacional do Buçaco (e.g. estratégias de melhoria de habitats de fauna); manutenção da memória e identidade histórica intimamente ligadas ao uso do solo de áreas específicas, tendo por base a sua génese e os fatores distintivos em relação a paisagens destinadas à conservação da natureza.

Para cada parcela, identificaram-se as áreas a colmatar, densificar ou instalar em coerência com as existências atuais e com a disponibilidade nos viveiros. Deste trabalho, resultou a plantação das espécies arbóreas e arbustivas atrás referidas (num total de 4.767 exemplares), numa área de aproximadamente 13,41 ha, inseridos em 18,45 ha, destinada a potenciar 6 habitats, conforme sintetizado na tabela 5.2.3.4.

Tabela 5.2.3.4 –Reconversão/Valorização progressiva de áreas invadidas – Ordenamento e áreas Habitat (92/43/CEE ) código/espécie(s) dominante(s)

Designação /descrição

Parcelas

Área (ha)

Valorização/Potenciação de Habitats 9380

Azevinho

Florestas de Ilex aquifolium

PM3; PM8

0,56

9230pt1

Carvalho-alvarinho

Carvalhais de Quercus robur

PM1; PM2; PM3; PM8

2,94

9330

Sobreiro

Florestas de Quercus suber

PM1.; PM3; PM6.; PM9.

2,99

91F0

Carvalho-alvarinho/Ulmeiro

Florestas mistas de Quercus robur e Ulmus sp.

PM1; PM6

1,65

5330pt3

Medronheiro

Medronhais

PM8, AD1, ARB18

3,23

5230pt3

Medronheiro/Azereiro

Medronhais-azereirais

PM8.

0,21

5330pt3 [Adernal]

Adernal

Sub-tipo do 5330pt3 – Matos termo-mediterrânicos prédesérticos

AD1, AD2, AD4, AD5

1,21

Sub-Total

12.79

Outra ocupação do solo Pinheiros

Pinus sp.(Pinus pinea, Pinus pinaster, Pinus radiata)

Preservação da verdade histórica e manutenção da identidade da paisagem: “Pinhal do Marquês”

PM6; PM8

0,48

Amieiros, Bétulas, Ulmeiros

Espécies ripícolas

Galeria ripícola da Ribeira do Vale dos Fetos

VF1, VF2

0,14

Total

13.41

Com a perspetiva também referida de assegurar a ligação a aspetos histórico-culturais, foram ainda beneficiados 0,62 ha, igualmente com espécies autóctones mas nas quais os objetivos ecológicos não foram determinantes (áreas de “Outra ocupação do solo”, da tabela 5.2.3.4). BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 32


Para melhor assegurar a monitorização de resultados dos trabalhos de controlo e beneficiação, bem como de análise de eventuais necessidades de retancha, toda a informação de plantações está a ser objeto de registo em sistema de informação geográfica, com dois níveis distintos:  

ao nível do espécime individualizado, no caso de arbóreas e arbustivas; ao nível de áreas intervencionadas, no caso de espécies herbáceas.

A figura 5.2.3.10 apresenta os dados disponíveis à data deste relatório, com identificação dos locais concretos de plantação de arbóreas e arbustivas (e respetivos habitats a fomentar, individualizados em parcelas específicas), bem como das áreas de plantações herbáceas e arbustivas.

Figura 5.2.3.10 – Distribuição espacial das áreas de plantação de espécies arbustivas/herbáceas (2014).

Os registos e monitorização em curso permitem concluir que, das plantações efetuadas, existe uma taxa de sucesso de cerca de 80 %. Sempre que detetados exemplares mortos, o local da plantação inicial é identificado para, na primeira ação de plantação subsequente, se promover a retancha. Quando, por via das condições observadas, se verifica que a inadaptação às condições locais possa constituir o motivo para a mortalidade observada – o que até agora apenas sucedeu em alguns casos – a espécie inicialmente utilizada é substituída por outra igualmente coerente com os objetivos estabelecidos para a parcela mas potencialmente mais robusta para fazer face às condições locais. Indicadores de execução (face ao estipulado em candidatura) Reativação e operação regular das infra-estruturas de viveiro ✓ Identificação, colheita e propagação de espécies autóctones ✓ Cartografia digital de apoio à gestão ✓ Área total de floresta autóctone beneficiada/conservada 13,14 ha de 30,6 ha ( 43% ) Área de Pinus pinaster objeto de substituição progressiva 7,16 ha de 5 ha (143%)

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5.2.4. Ação C.2 - Ações de Controlo e Erradicação de Espécies Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones A concretização dos trabalhos de conservação do projeto assenta primordialmente no desenvolvimento, em articulação temporal e espacial, das ações C.1 e C.2. No contexto da ação C.2 destacam-se como linhas de intervenção propostas em candidatura o desencadear de um conjunto de trabalhos de controlo inicial, seguidos de controlo de seguimento e controlo de manutenção, tendo por objetivo a redução significativa dos fatores de ameaça existentes na MNB ao nível da presença de várias espécies exóticas com caraterísticas invasoras. Tal como descrito no Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso, os trabalhos da ação C.2 foram iniciados previamente à data esperada (antes mesmo da conclusão dos trabalhos preparatórios da ação A.1, que inicialmente sofreram algum atraso), sendo progressivamente analisados, avaliados e ajustados em função dos resultados verificados e das orientações entretanto estabelecidas no Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones. Globalmente, estes trabalhos repartem-se sob duas vertentes complementares: 

dinamização de ensaios-piloto de avaliação/demonstração para controlo de Tradescantia fluminensis (espécie sobre a qual não existia em contexto nacional e Europeu qualquer trabalho prévio à escala de gestão), incluindo análise e seleção da(s) metodologia(s) mais adequadas para aplicação em ações de controlo/gestão;

dinamização de ações demonstrativas de controlo/erradicação, dirigidas a espécies lenhosas e herbáceas, com recurso às práticas metodológicas mais adequadas a cada contexto (incluindo a adoção das melhores práticas resultantes dos ensaios-piloto no caso de Tradescantia fluminensis e o ensaio/seleção de outras técnicas conhecidas, no caso das lenhosas, numa lógica de aplicação das técnicas mais eficazes para atingir os objetivos de controlo e erradicação). Neste contexto, integram-se não só a aplicação de controlos iniciais como também trabalhos sucessivos de controlo de seguimento e manutenção, com avaliação regular da sua eficácia e aplicação dos correspondentes ajustes nas práticas e metodologias, quando necessário. Na prática, à data de redação do presente relatório e conforme esperado, os trabalhos associados aos ensaios-piloto com Tradescantia fluminensis encontram-se concluídos, tendo-se apenas mantido as fases de observação e avaliação, com as quais se procura continuar a avaliar a eficácia dos métodos aplicados, bem como os seus efeitos ecológicos (incluindo-se nesse contexto a monitorização ecológica a que respeita a ação E.2, dinamizada pelo parceiro UA). Atualmente, mesmo sobre esta espécie, os trabalhos em curso correspondem estritamente a trabalhos de controlo, tendo por alvo atingir as metas estabelecidas ao nível de parcelas e áreas intervencionadas, à semelhança do que sucede com as espécies lenhosas (sobre as quais foi desde logo possível iniciar o controlo, devido à existência de maior/melhor conhecimento prévio sobre as técnicas aplicáveis). Sem prejuízo de tal facto, e dado que o presente Relatório abrange a execução do projeto desde o seu arranque, a secção aplicável detalha os trabalhos realizados nesta vertente e principais resultados obtidos (entretanto vertidos para os trabalhos de gestão sobre a espécie, que visam o seu controlo, descritos conjuntamente com os de controlo de espécies lenhosas, na secção posterior).

Ensaios-piloto de controlo de Tradescantia fluminensis. O primeiro ensaio iniciou-se no período abrangido pelo Relatório de Arranque, seguindo-se as restantes parcelas de ensaio, todas elas instaladas (e na sua maioria com análises de eficácia de controlo concluídas) à data do 1º Relatório de Progresso. O conjunto de ensaios-piloto incluiu a instalação e monitorização da eficácia de controlo em contextos diferenciados, nos quais se aplicaram diferentes métodos Na tabela 5.2.4.1 apresenta-se uma síntese das principais características associadas a cada um dos ensaios-piloto. A sua descrição pormenorizada pode ser encontrada no anexo II, ponto 1). Na figura 5.2.4.1, assinam-se a vermelho as parcelas com a distribuição espacial dos ensaios-piloto.

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Figura 5.2.4.1 – Distribuição espacial das parcelas-piloto de controlo/erradicação de Tradescantia fluminensis.

Tabela 5.2.4.1 – Caraterísticas das parcelas-piloto de controlo e erradicação de Tradescantia fluminensis. Parcela

Localização

Tipo de intervenção

n.º intervenções de seguimento

Área (ha)

Parcelas- Piloto Piloto 1

AD4

- Arranque manual seguido de aplicação de estilha e folhada - Sementeira e plantação de Ruscus aculeatus - Remoção e transporte dos resultantes

3

0,18

Piloto 2

AD1

- Arranque manual, seguido de aplicação de estilha e folhada - Sementeira e plantação de Ruscus aculeatus - Remoção e transporte dos resultantes

3

0,36

Piloto 3

ARB21 (FMB)

- Arranque manual “em tapete”, - Plantação de Vinca sp. - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, aplicação de fitocida, cobertura com folhada, cobertura com filme plástico)

2

0,04

Piloto 4

ARB23

- Remoção manual (sem estratégias de controlo adicionais) - Ensombramento com tela geotêxtil - Controlo químico com glifosato;

-

0,07

Piloto 5

PM8

- Controlo químico com glifosato

-

0,08

Piloto 6

VF1, VF2

- Arranque manual localizado, de - Plantação simultânea de Vinca sp.

-

0,12

Piloto 7

ARB22 (SAL)

3

0,13

Piloto 8

ARB21

-

0,11

- Arranque manual “em tapete” - Plantação de Vinca sp. e Hedera sp. - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, aplicação de fitocida, cobertura com folhada) - Arranque manual “em tapete” - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, aplicação de fitocida, cobertura com folhada, cobertura com filme plástico)

Total

1.10

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Os resultados dos ensaios, de que se apresentam algumas imagens exemplificativas traduzidas nas figuras 5.2.4.3 a 5.2.4.6, encontram-se consolidados no que diz respeito à avaliação da eficácia de cada método. Tal facto possibilitou entretanto o arranque de ações de controlo em maior escala, dirigidas às áreas de Conservação e Conservação/Valorização, conforme objetivos estabelecidos na ação A.1.

Figura 5.2.4.2 – Controlo de Tradescantia fluminensis seguido de plantação de Vinca difformis (à esquerda do caminho, área intervencionada, após 2 anos de plantações; à direita área não intervencionada, ocupada com Tradescantia fluminensis).

Figura 5.2.4.3 – Nas áreas em que é plantada Vinca difformis , para além de um coberto idêntico ao original, a coexistência com outras espécies é viável, o que não sucede nos povoamentos invasores de Tradescantia fluminensis.

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Figura 5.2.4.4 – Montes de Tradescantia fluminensis cobertos com filme plástico, um ano após intervenção. Na envolvente, o crescimento é residual e apenas exige pequenos trabalhos de controlo.

Figura 5.2.4.5 – Montes de Tradescantia fluminensis sem qualquer tratamento adicional, um ano após intervenção. O local constitui-se como novo foco de invasão, apesar de a envolvente, o crescimento ser residual.

Figura 5.2.4.6 – Áreas de Tradescantia fluminensis cobertas com tela, dois anos após intervenção. Um controlo eficaz, mas difícil de implementar do ponto de vista logístico.

Tal como expectável em qualquer ação de controlo de flora exótica invasora, verifica-se igualmente – com maior expressão nalguns métodos e menor noutros - a necessidade de promoção de controlos de seguimento destinados a eliminar ressurgimentos. O anexo II ponto 2) contém a descrição detalhada dos resultados obtidos. Em síntese, os trabalhos associados aos ensaios-piloto permitiram testar, avaliar e selecionar as melhores técnicas e métodos a aplicar para cumprimento dos objetivos de controlo de Tradescantia

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fluminensis os quais, desde há cerca de três trimestres, já se encontram no terreno. Da análise comparativa dos mesmos, relativamente ao custo/eficácia de controlo é possível referir que: 

do ponto de vista de facilidade de operacionalização, o recurso à aplicação de químicos é a solução mais adequada (obrigando contudo a operadores especializados e limitando-se a áreas menos sensíveis do ponto de vista ecológico), seguido do arranque manual (preferencialmente em tapete), com ou sem cobertura com estilha, plástico ou geotêxtil;  do ponto de vista de eficácia de controlo, os resultados são globalmente análogos, muito embora os períodos necessários para os atingir sejam distintos. O arranque é a solução mais célere (sobretudo quando efetuado com cuidado para não deixar material vegetal no terreno que possa propagar), logo seguido da aplicação de químicos, da cobertura com estilha e, por último, da cobertura com plástico ou geotêxtil;  no que respeita ao destino final do material retirado, a solução mais eficaz e menos complexa do ponto de vista logístico é o amontoamento e deposição local, em pequenas áreas, nas quais se possa proceder em seguimento a um controlo mais eficaz e localizado, evitando uma logística complicada de recolha e transporte para outro destino final (suscetível aliás de, por perda de material vegetal ao longo do transporte, fomentar o surgimento de novos focos). Tendo em consideração o atrás referido, procurou-se com o piloto instalado na parcela 8 demonstrar de forma combinada as “melhores práticas” identificadas a partir do conjunto de ensaios, conjugando as que evidenciaram resultados positivos e que exijam, do ponto de vista de operacionalização, menos recursos. Foi nesse sentido utilizado como “método de referência” para os trabalhos de controlo desde então desencadeados nas parcelas de Conservação e Conservação/Valorização. Como principais constrangimentos aos ensaios realizados salientam-se os efeitos diretos que o temporal de janeiro de 2013 e a tempestade de fevereiro de 2014 teve na sua conclusão (especialmente por destruição total da parcela 7 e parcial da parcela 4) e de forma mais relevante e preocupante, os efeitos indiretos e subsequentes que, derivados da abertura de clareiras (com redução do ensombramento associado ao estrato arbóreo previamente existente) se verificaram ao nível do surgimento/germinação do banco de sementes existente no solo. Em parte das parcelas onde se registou a redução de ensombramento do solo, e sempre que este não foi coberto através de qualquer dos métodos referidos (plantações densas, estilha ou coberturas artificiais) verificou-se, a par com o nascimento de espécies autóctones, o surgimento de outras espécies com características invasoras – especialmente Phytolacca americana, Conyza spp. e Acer pseudoplatanus. Estes novos focos de invasão, que se registaram sobretudo nas parcelas 5 e 7 e nas áreas não plantadas da parcela 3, surgem geralmente com elevada densidade, a partir de sementes existentes, cuja germinação se encontrava de alguma forma condicionada pela presença de Tradescantia fluminensis (figuras 5.2.4.7 a 5.2.4.9).Nestes casos, para que os trabalhos de erradicação sejam bem sucedidos, os controlos de seguimento subsequentes - que na generalidade das situações são progressivamente reduzidos - têm de ser incrementados tanto em frequência e intensidade como relativamente ao universo das espécies-alvo a controlar.

Figura 5.2.4.7 – Áreas invadidas por Conyza spp..

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Figura 5.2.4.8 – Áreas invadidas por tintureira (Phytolacca americana).

Figura 5.2.4.9 – Áreas invadidas por plátanos (Acer pseudoplatanus).

Trabalhos de Controlo/Erradicação – Tradescantia fluminensis Decorrendo das práticas e metodologias avaliadas nos ensaios-piloto, e aferidos os resultados de que se deu conta na secção anterior, foi possível iniciar no terreno ações conducentes ao efetivo controlo e erradicação de Tradescantia fluminensis, de forma generalizada, sistemática e integrada com os trabalhos de controlo de invasoras lenhosas, de que se dá conhecimento na secção seguinte. As áreas totais já intervencionadas nesta perspetiva, que teve o seu início em setembro de 2013, ascendem, à data de redação deste Relatório, a um total de 3.33 ha, distribuídos pelas parcelas que se discriminam na tabela 5.2.4.2 e com polígonos azuis na figura 5.2.4.10. Às áreas atrás referidas acrescem ainda as dos ensaios-piloto iniciais (num total de 1,10 ha, representados pelos polígonos vermelhos na figura 5.2.4.10), bem como um conjunto de pequenas parcelas, distribuídas por várias áreas da Mata, que integram plots de monitorização dos trabalhos da 2 ação E.2 e cujo somatório ascende a 1800 m (quadrados vermelhos na figura 5.2.4.10), contabilizando assim um total de 4.61 ha de área intervencionada. A necessidade de proceder a tratamentos de controlo/erradicação nessas parcelas dispersas, separadas da frente de trabalho - a cargo da FMB e recorrendo aos mesmos métodos que para as restantes intervenções - prendeu-se com o objetivo de alargar o período de recolha de dados relativos a efeitos ecológicos pós-intervenção, por parte da equipa da UA. Uma vez que a “frente de trabalho” de controlo/erradicação não atingiu ainda todos os pontos/quadrados de monitorização a adoção desta solução permite desde já, à equipa de monitorização da UA, ir recolhendo informação pós-intervenção para o conjunto de parcelas que integram o seu plano de amostragem (enquanto os trabalhos contínuos, em frente de trabalho, progridem conforme calendarização e prioridades estabelecidas na ação A.1).

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Tabela 5.2.4.2 – Áreas intervencionadas para controlo e erradicação de Tradescantia fluminensis à data de redação deste relatório. Parcelas- de intervenção AD2

- Arranque manual - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, cobertura com folhada)

1

0,26

TF_ARB18_AD1

AD1, ARB18

- Arranque manual, seguido de aplicação de estilha e folhada - Plantação de Ruscus aculeatus, Vinca sp. e Hedera sp. - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, aplicação de fitocida, cobertura com folhada)

-

1,16

TF_ARB 21

ARB21 (FMB)

- Arranque manual “em tapete”, - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, aplicação de fitocida, cobertura com folhada, cobertura com filme plástico)

2

0,33

TF_Fonte_Fria

ARB17, VF2

- Remoção manual (sem estratégias de controlo adicionais) - Remoção e transporte dos resultantes

1

0,10

TF_S_Jose

ARB22

- Arranque manual “em tapete”, - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, cobertura com folhada)

-

0,31

TF_ARB_21_S_Pedro

ARB21

- Arranque manual “em tapete”, - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, cobertura com folhada, aplicação de glifosato)

-

0,22

- Arranque manual “em tapete”, - Plantação de Ruscus aculeatus - Remoção e transporte dos resultantes e deposição em pilha (simples, cobertura com folhada)

1

0,94

TF_AD2

TF_P_Luso

PM1

Total

3.33

Figura 5.2.4.10 – Áreas de controlo de Tradescantia fluminensis.

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As primeiras intervenções em “frente de trabalho” para controlo de Tradescantia fluminensis estiveram condicionadas por inacessibilidade às parcelas de Conservação e/ou Conservação/Valorização destinadas a execução destes trabalhos, devido à obstrução induzida pelo temporal de janeiro de 2013. Foram por isso iniciadas em áreas adjacentes à parcela-piloto 8 e em áreas suscetíveis de constituir focos de maior risco de invasão para objetivos de conservação (figura 5.2.4.10), por aplicação de metodologias combinadas, análogas às que já haviam sido aplicadas naquela parcela-piloto. O material resultante da remoção (manual e em tapete) foi depositado em pilhas, em locais previamente identificados na parcela (depressões e concavidades), com subsequente aplicação de um dos quatro métodos ensaiados para a eliminação: 

degradação natural dos propágulos depositados nas camadas mais profundas, possibilitando o ressurgimento da planta à superfície das pilhas e necessitando de remoção em continuidade de novos rebentamentos, até se esgotarem os propágulos viáveis;  aplicação periódica/regular de fitocida (glifosato), em baixas concentrações, à superfície da pilha;  cobertura das pilhas com folhada e/ou estilha, inibindo a fotossíntese e acelerando a sua decomposição;  cobertura das pilhas com filme plástico, inibindo a fotossíntese e promovendo o aumento da temperatura no interior por processo fermentativo anaeróbio da pilha, conduzindo à decomposição. Na sequência dos trabalhos de desobstrução promovidos após o temporal foi entretanto possível deslocar a frente de trabalho para os locais inicialmente previstos, desencadeando o controlo seguido de amontoa (figura 5.2.4.11).

Figura 5.2.4.11 – A remoção e deposição em pilha (seguida de aplicação á pilha de um método físico ou químico) tem sido a aplicada após os ensaios-piloto. Após pouco tempo, a dimensão/volume da pilha é reduzida, por perda de água dos tecidos e sua degradação por decomposição, e o foco de potencial invasão restrito aos locais de deposição, facilmente controláveis.

Desde então, tem-se realizado a aplicação de técnicas como as acima descritas, de forma sequencial, em parcelas classificadas como de Conservação/Valorização (na Porta das Lapas), e, mais recentemente, nas de Conservação (Caifás e Portas de Coimbra), conforme imagens exemplificativas apresentadas nas figuras 5.2.4.12 e 5.2.4.13. Este trabalho tem sido promovido de forma integrada com o controlo de invasoras lenhosas que se descreve na secção seguinte e se iniciou bastante mais cedo, nas áreas de Reconversão Ecológica do Pinhal do Marquês, entretanto atingindo áreas onde o combate a Tradescantia fluminensis se havia identificado como prioritário.

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Figura 5.2.4.12 – Intervenção em área de Conservação/Valorização (limítrofe ao Adernal), com plantação de Ruscus aculeatus, Vinca sp., Hedera sp. e espécies ripícolas junto da linha de água (Alnus glutinosa, Populus sp.) e espécies caraterísticas de adernal em parcela (Phyllirea latifolia, Arbutus unedo, Quercus robur, Q. suber).

Figura 5.2.4.13 – Intervenção em área de Conservação/Valorização (limítrofe ao Adernal): à esquerda, situação inicial à direita, situação pós-intervenção.

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Trabalhos de Controlo/Erradicação – invasoras lenhosas Desde o seu arranque, em maio 2012 à data de redação do presente relatório (data de reporte), os trabalhos de controlo de invasoras lenhosas abrangeram um total de 18,45 ha. (aquando da revisão foram intervencionados mais 7,3 ha ) Essa é a área que contempla pelo menos um controlo inicial, com trabalhos de 1ª intervenção. Inclui 2,46 ha em área exterior ao muro da Mata, confinantes com a área de adernal pelo flanco sudoeste da Serra do Buçaco, com a qual se pretendeu assegurar uma faixa de proteção ao habitat, em intervenção realizada com recurso a voluntariado da ação D.6. Nestes 18,45 ha, registaram-se também operações de segunda, terceira e quarta intervenção, correspondentes a controlo de seguimento, nas áreas assinaladas na figura 5.2.4.14: 1º seguimento em cerca de 5,25 ha, 2º seguimento em 2,21 ha e 3º seguimento em 1.49 ha, num total de 9,70 ha (no interior das quais se reforçaram os trabalhos iniciais face aos resultados obtidos com a 1ª intervenção, capitalizando as práticas adquiridas e aperfeiçoando as metodologias ensaiadas).

Figura 5.2.4.14 – Distribuição espacial das áreas intervencionadas para controlo de invasoras lenhosas à data de redação deste relatório.

Dando cumprimento ao planeamento estabelecido na ação A.1, as intervenções de controlo centraramse nos primeiros 8 trimestres em parcelas de Valorização/Reconversão, as quais constituem, à data de redação do presente relatório, cerca de 8,08 ha, a maior tipologia de zonamento abrangida por estes de trabalhos. Nos 3 semestres seguintes, os trabalhos abrangeram já parcelas de Conservação e Conservação/Valorização, nas quais foram intervencionados 3,64 ha. Nesse mesmo período, os trabalhos incidiram pontualmente em parcelas de Controlo de Invasoras/Beneficiação e Monitorização de Invasoras, em áreas que totalizam 1,68 ha e 0,54 ha, respetivamente. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 43


As intervenções contemplaram a aplicação de metodologias para as quais existia maior informação e consenso, e foram desencadeadas em áreas que se apresentavam significativamente invadidas, quase exclusivamente, com Pittosporum undulatum e Acacia sp.. De uma forma geral, de acordo com as caraterísticas de cada unidade de paisagem e respetivo zonamento, foram testadas e implementadas as metodologias constantes do anexo II ponto 3): Na tabela 5.2.4.3 apresenta-se uma síntese das áreas intervencionadas, identificando-se a espécie invasora alvo dos trabalhos de controlo, o tipo de intervenção e as parcelas abrangidas pelos trabalhos.

Tabela 5.2.4.3 – Áreas intervencionadas com trabalhos de controlo de invasoras lenhosas desde o início do projeto à data de redação deste relatório. Nome Comum / Científico

Tipo de intervenção

Parcelas e subparcelas

Área (ha)

PM1.3; PM3.3.; PM2.1.; PM6 , PM6.2.; PM8.5. ; PM9.1. , PM9.2., CV1

5.24

1ª intervenção / Controlo inicial

Mimosa

Acacia dealbata

Arranque, descasque seletivo/sistemático simples, descasque seletivo/sistemático com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato; golpe/perfuração com injeção de glifosato

AD1.1.; PM2.2.; PM3.2.; PM6.1.; PM6.3.; PM8.1.; PM8.3.; PM8.4.; CV 1. , ARB26.1, ARB7.1

Austrália

Acacia melanoxylon

Arranque, descasque seletivo/sistemático simples, descasque seletivo/sistemático com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato; golpe/perfuração com injeção de glifosato

Pitósporo

Pittosporum undulatum

Arranque, descasque seletivo/sistemático simples, descasque seletivo/sistemático com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato; golpe com injeção de glifosato

PM1.2.; PM3.1.; PM6.6., PM8.2.; PM8.7. , AD1.2., AD1.3. , AD2.1.

2.89

Lourocerejo

Prunus laurocerasus

Arranque de espécimes jovens, descasque seletivo simples

PM1.4.; AD8., AD1.2., ARB18.

3.19

Total

4.12

15.44

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 44


Tabela 5.2.4.3 (cont.) – Áreas intervencionadas com trabalhos de controlo de invasoras lenhosas desde o início do projeto à data de redação deste relatório. Nome Comum / Científico

Tipo de intervenção

Parcelas e subparcelas

Área (ha)

PM8.5.; PM6.2.,

2.53

1º seguimento Mimosa

Acacia dealbata

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

Austrália

Acacia melanoxylon

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM2.2., PM6.1., PM6.3., PM8.1., PM8.3., PM8.4.,

2.90

Pitósporo

Pittosporum undulatum

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM8.2.; PM8.7.

0.56

Total

5.25

2º seguimento Mimosa

Acacia dealbata

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM1., PM1.3.

0.62

Austrália

Acacia melanoxylon

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato (exceto parcelas AD[adernal] e CV[carvalhais] )

PM8.5., AD1.1., AD3., CV1.

1.21

Pitósporo

Pittosporum undulatum

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque

AD3.

0.38 Total

2.21

3º seguimento Mimosa

Acacia dealbata

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM2.1.; PM2.2., PM 3., PM3.2.

0.55

Austrália

Acacia melanoxylon

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM2.2.; PM3.2.

0.56

Pitósporo

Pittosporum undulatum

Arranque (origem seminal e radicular), aperfeiçoamento de descasque, aplicação de glifosato

PM1.2.; PM3.1.

0.38

Total

1.49

Constituição de faixa de salvaguarde/proteção da floresta relíquia [fora da cerca] Mimosa

Acacia dealbata

Arranque, descasque simples, descasque com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato

EM1; EM1.1

1.70

Austrália

Acacia melanoxylon

Arranque, descasque simples, descasque com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato

EM2

0.59

Pitósporo

Pittosporum undulatum

Arranque, descasque simples, descasque com pincelagem de glifosato, corte com pincelagem de glifosato

EM3

0.24 Total

2.53

Conforme referido na secção anterior, uma vez atingidos resultados conclusivos relativamente aos ensaios-piloto realizados com Tradescantia fluminensis, a frente de trabalho de controlo de invasoras lenhosas foi integrada as áreas de controlo de Tradescantia fluminensis, de forma a assegurar uma maior coerência dos trabalhos de intervenção e aplicação mais eficaz dos recursos. Desde então, os trabalhos de controlo de lenhosas e Tradescantia fluminensis prosseguem conjuntamente, de acordo com as prioridades estabelecidas na ação A.1. Em síntese, sendo as áreas daí resultantes as discriminadas nas tabelas 5.2.4.2 e 5.2.4.3, a abrangência espacial das intervenções, à data de redação deste Relatório, é a que se apresenta na figura 5.2.4.20 (onde igualmente se identificam as áreas de distribuição das espécies exóticas invasoras a combater).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 45


Figura 5.2.4.15 – Distribuição espacial do conjunto de intervenções de controlo realizadas à data deste Relatório, sobrepostas à distribuição das invasoras dominantes e zonamento de Programa de Ações.

As figuras 5.2.4.16 e 5.2.4.17, evidenciam alguns aspetos da “paisagem” resultante das intervenções de controlo integradas (sobre lenhosas e herbáceas), que à data de redação deste Relatório já se encontram em desenvolvimento em áreas de adernal, o principal habitat alvo das medidas de conservação.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 46


Figura 5.2.4.16 – Descasque de Pittosporum undulatum em área de adernal, no âmbito das intervenções integradas (lenhosas e Tradescantia fluminensis) já em curso

Figura 5.2.4.17 – Descasque de Acacia sp. e arranque e amontoado de Tradescantia fluminensis, em área de adernal, no âmbito das intervenções integradas em curso.

Os registos sistemáticos das intervenções permitem desde já verificar que os procedimentos adotados, a formação e know-how adquiridos e os conhecimentos postos em prática conduziram a que a produtividade da equipa de trabalho (operários e reclusos) exiba uma evolução positiva, traduzida num aumento inicial da área intervencionada por unidade de tempo dedicada aos trabalhos de controlo (figura 5.4.23), seguida da sua posterior estabilização a níveis que se aproximam dos limites de execução.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 47


Figura 5.2.4.18 – Evolução da produtividade e capacidade de intervenção das equipas de trabalho.

Do exposto na figura é de concluir que a produtividade progrediu positivamente, permitindo desenvolver agora os trabalhos de forma mais célere, sem prejuízo da consistência de resultados, através de uma “curva de aprendizagem” comum de outros processos de capacitação aquisição de novas competências. No que respeita a principais resultados das ações de controlo, conclui-se que: 

 

o arranque manual generalizado é de uma forma de controlo eficaz, sendo que o maior efeito adverso se prende com a quebra das raízes, sobretudo das mais superficiais, constituindo assim propágulos que poderão potenciar a regeneração de indivíduos que podem dar continuidade ao ciclo de invasão. Estes factos obrigam a monitorização e, caso necessário, ações de manutenção e seguimento; o arranque de plantas jovens e a eliminação de indivíduos de maior porte resulta na exposição do banco de sementes à radiação solar, pelo que é estimulada a sua germinação, obrigando a intervenções de seguimento e manutenção; a marca de corte deixada nos indivíduos tratados com fitocida permite verificar que estes são eliminados de forma mais eficaz e célere. Existem contudo efeitos adversos que se prendem com a mais rápida diminuição do ensombramento pela perda acelerada da folha, e por se verificar alguma mortalidade, ainda que não preocupante, de espécimes de flora autóctone nas imediações das áreas onde as exóticas invasoras foram tratadas com fitocida (ainda que a aplicação tenha sido feita ao nível do individuo e de forma sistémica -aplicação não generalizada e sem derrames); alguns espécimes de Acacia dealbata e A. melanoxylon que sofreram descasque simples ainda se mantêm verdes, sem sinal aparente de esmorecimento. Para tal facto contribuirá a configuração favorável do terreno, em permanente ensombramento, que induzirá uma redução dos fatores de stress (especialmente hídrico) sobre os indivíduos intervencionados; em áreas nas quais se procedeu a descasque seletivo de Acacia sp. com aplicação de glifosato, verificou-se a ocorrência de mortalidade em indivíduos selecionados para efeitos de manutenção do ensombramento - e que, como tal, não tinham sido objeto de qualquer intervenção. Este facto indicia a existência de dinâmicas ao nível do subsolo e/ou ligações radiculares que permitem que a molécula ativa do fitocida circule para indivíduos que aparentemente, à superfície, pareceriam independentes; os ensaios de aplicação foliar de fitocida sobre indivíduos jovens provenientes de banco de sementes permitem acelerar e melhorar os controlos de seguimento. Os resultados variam em função da concentração da solução de composto de glifosato aplicada: concentrações mais elevadas (25 a 30%) revelam-se mais eficazes e com resultados mais consistentes. A aplicação em concentração mais baixa (10 a 15 %) possibilita o ressurgimento de forma mais intensa de focos dispersos de Acacia sp. e Pittosporum undulatum.

Os principais constrangimentos encontrados na implementação destes trabalhos relacionam-se sobretudo com situações já relatadas nos anteriores relatórios, as quais estão relacionadas com: 

necessidade adicional de, por via da queda de árvores em caminhos e acessos, assegurar trabalhos de desimpedimento e desobstrução, com corte, remoção e trituração/estilha de material vegetal caído (figuras 5.2.4.19 e 5.2.4.20), previamente às intervenções de conservação propriamente ditas, situação que, sendo resolúvel com a equipa e meios disponíveis, implica no entanto a alocação de BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 48


tempo de operários e máquinas a estas funções (i.e. obrigando à alocação de recursos humanos para fins distintos dos inicialmente previstos, e também necessidades adicionais de equipamentos, especialmente ao nível da estilha/trituração, que começa a estar condicionada pelo uso excessivo do equipamento inicialmente adquirido e suas avarias frequentes).

Figura 5.2.4.19 – Trabalhos não esperados relacionados com a desobstrução de caminhos e parcelas, necessários no período pós ciclone de 2013.

Figura 5.2.4.20 – Necessidades de estilhagem superiores às inicialmente esperadas, em virtude da desobstrução de caminhos e parcelas, necessários no período pós-ciclone de 2013.

necessidade adicional de, por via da existência de árvores em risco de queda no interior das parcelas e beira de caminhos, assegurar o seu corte e desmonte especializado, através de meios não equacionados inicialmente, que implicam assistência externa especializada, parte da qual já assegurada em voluntariado mas que necessita de ser complementada por via de procedimentos de contratação ainda em curso e que só se prevê poder adjudicar após transferência do 2º adiantamento; BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 49


Figura 5.2.4.26 – Necessidades de técnicos arboricultores credenciados, para trabalhos de desrame, corte e remoção de árvores em risco de queda. Na imagem, promovidos em regime de voluntariado, no período pós-ciclone de 2013.

aparecimento, por via de sementes, de exóticas invasoras muito agressivas nas diversas clareiras abertas devido à queda de árvores, com a subsequente redução das condições originais de ensombramento, em áreas externas aquelas nas quais se previa intervir. Destacam-se, conforme já referido a respeito dos ensaios-piloto, não só as espécies de Acacia spp., mas também de outras espécies invasoras não lenhosas (Conyza sp. e Phytolacca americana). Esta situação obrigará a um acompanhamento constante ao longo do restante período de execução do projeto, no sentido de se proceder aí também a intervenções adicionais, como forma de minimizar o aparecimento de novos focos de invasoras que, mesmo em áreas externas, podem constituir uma ameaça relevante à conservação do adernal.  alteração à legislação nacional relacionada com o uso de fitofarmacêuticos obriga a formação de operários, de forma a que estes sejam dotados de licença de aplicação. Esta situação é particularmente limitante para o caso dos reclusos, cuja acesso a períodos de formação se encontra dificultada, obrigando à procura de soluções que permitam a realização de formação na própria Mata (i.e. no contexto de trabalho, trazendo a formação certificada ao local). Tal como referido em relatórios anteriores, a maioria destes problemas deriva de fatores imprevistos (o temporal de janeiro de 2013) e tem vindo a ser objeto do devido acompanhamento e minimização, incluindo a proposta de soluções (entretanto aprovadas pela Comissão) e, na medida do possível, a sua execução e implementação. Nesta fase, verifica-se que conduziram a um atraso relativo dos trabalhos face aos níveis verificados e relatados para as fases iniciais do projeto. Contudo, o fato de terem sido parcialmente compensados pelo aumento de produtividade das equipas e colocação em prática das devidas soluções, permitem que, e face aos objetivos estabelecidos em candidatura, a meta prevista para 31 de dezembro do corrente ano (50% das áreas de controlo intervencionadas), seja encarada como perfeitamente exequível, ou mesmo antecipada, caso se mantenha o ritmo atual de progressão da frente de trabalho. Ao nível de indicadores quantitativos de execução, tomando como referência os já identificados no 1º Relatório de Progresso, salientam-se os seguintes resultados: Indicadores de execução (face ao estipulado em candidatura) área abrangida por trabalhos de controlo inicial de invasoras arbóreas (ha): 22,75 (74 %) área abrangida por trabalhos de controlos de seguimento de invasoras arbóreas (ha): 8,94 área abrangida por trabalhos de controlo inicial de invasoras herbáceas (ha):4,43 área abrangida por trabalhos de controlos de seguimento de invasoras herbáceas (ha): 1,10 espécies invasoras arbóreas abrangidas pelos trabalhos (nº): 4 espécies invasoras herbáceas abrangidas pelos trabalhos (nº): 3 (incl. Phytolacca americana e Conyza spp.) métodos ensaiados/desenvolvidos para controlo de Tradescantia fluminensis: 8.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 50


5.2.5 Ação E.2 – Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto Os trabalhos da Ação E.2 visam a monitorização e avaliação das dos efeitos ecológicos das ações de conservação do Projeto, designadamente ao nível dos efeitos dos trabalhos de controlo/erradicação de espécies invasoras na conservação/beneficiação de espécies e habitats autóctones. Complementam a monitorização da eficácia dos métodos de controlo e valorização propriamente ditos, realizada pela equipa da FMB no âmbito das ações C.1 e C.2. A Ação está subdividida em duas Subações (fauna; flora e vegetação) e foi já objeto da redação de dois Relatórios que constituem deliverables (Relatório de Arranque, em agosto de 2012, enviado à Comissão com o 1º Relatório de Progresso e 1º Relatório de Progresso, de agosto de 2013, que se envia pela primeira vez com este Relatório). Abaixo apresenta-se a evolução dos trabalhos em cada uma delas, resumida no cronograma da tabela 5.2.5.1. No final da secção apresenta-se ainda um resumo dos trabalhos complementares efetuados.

Tabela 5.2.5.1 – Síntese do desenvolvimento da Ação E.2, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respetiva relevância, correção e efeitos no projeto.

2012 E.2 Fauna

2013

2014

Restante período

1º trim 2º trim 3º trim 4º trim 1º trim 2º trim 3º trim 4º trim 1º trim 2º trim 3º trim 4º trim

Acção

do projeto

Desvio

Relevância /

Efeitos no

Solução

Projeto

Previsto X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Executado

Demora na ex ecução de

Reforço dos

algumas tarefas

recursos

dev ido ao Ciclone humanos da UA. X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Gong.

Maior eficácia no cumprimento do

E.2 Flora e

Previsto

Vegetação

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Alguns equipamentos prev istos adquiridos

Executado X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

atrav és de outros projetos da UA.

Solicitação de alteração de

plano de trabalhos.

v erbas entre rubricas do orçamento da UA e reforço de v erbas da UA.

Fauna No início do projeto foi prevista a monitorização da fauna, nomeadamente a partir do acompanhamento de um conjunto de espécies indicadoras. Atendendo à grande quantidade de informação científica sobre diversidade e abundância de vertebrados, recolhida pela UA previamente ao projeto, optou-se por considerar essa informação como a situação de referência pré-intervenção BRIGHT. Assim, para a fauna, a avaliação dos efeitos das ações de conservação BRIGHT efetua-se comparando a evolução dos dados recolhidos durante o BRIGHT com a situação de referência. No início do projeto considerou-se complementar a monitorização da fauna vertebrada com amostragens de invertebrados, para enriquecer a informação disponível acerca dos efeitos das ações BRIGHT na fauna. Do início do Projeto até julho 2012 foram selecionados e marcados todos os pontos e transetos de amostragem para os vários grupos faunísticos, tendo-se tentado criar o maior ajuste possível entre as amostragens BRIGHT e pré-BRIGHT, sem prejuízo da avaliação direcionada aos objetivos do BRIGHT, conforme descrito no relatório de arranque (agosto de 2012). Com a ocorrência do ciclone Gong, a metodologia adotada sofreu alguns ajustes, conforme relatório de progressos (agosto de 2013, enviado com este Relatório). Passa-se a apresentar uma descrição sucinta da evolução dos trabalhos efetuados e em curso, no entanto salienta-se desde já a relevância em reforçar os recursos humanos da UA inicialmente planeados, a calendarização para cumprir adequadamente dos trabalhos, conforme já comunicado em reunião de parceiros e aceite pelos restantes parceiros, incluindo o beneficiário coordenador FMB. A complexidade dos dados recolhidos, e respetiva análise robusta, antevê também a necessidade de um reforço nos recursos humanos da equipa da UA relacionados com análise estatística, o que de acordo com o discutido entre parceiros poderá ser assegurado sem aumento do orçamento geral do projeto, através da utilização de verbas do orçamento da FMB (por via dos períodos BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 51


em que alguns dos elementos da equipa da FMB se encontravam contratados com recurso a estágios profissionais, i.e., sem uso das verbas LIFE). Nesse contexto, a possibilidade de avançar com esta solução é colocada à Comissão em secção específica deste relatório

Invertebrados As amostragens deste grupo iniciaram-se no ano de 2012, através de várias metodologias. Procurou-se manter uma amostragem mensal, estratificada conforme as unidades de paisagem da Mata. No entanto, devido sobretudo às condições climatéricas que condicionam a atividade dos invertebrados, essa regularidade não foi sempre possível. Paralelamente às amostragens de campo, efetuadas com a regularidade possível, tem-se efetuado uma revisão bibliográfica das espécies ocorrentes na Serra do Buçaco (com especial enfoque na Mata do Buçaco), a caracterização da entomofauna característica de Phillyrea latifolia, e realizaram-se esforços focados nas ordens Lepidoptera e Coleoptera. Para estas ordens, têm sido desenvolvido esforços adicionais ao nível bibliográfico e, consequentemente, de evidências de presença/ausência de representantes das espécies ao longo dos transetos dedicados aos Lepidoptera, percursos esses localizados nas áreas de dominância de P. latifolia, Quercus robur e Q. lusitanica ou Arbutus unedo. Prevê-se que os trabalhos futuros prossigam com o intuito de adição de informação sobre a entomofauna característica de P. latifolia, espécie pouco estudada na Península Ibérica quanto a este aspeto, e principal componente do adernal, que o Projeto visa proteger. Os trabalhos de invertebrados são realizados de forma a adicionar informação à que é obtida a partir dos Vertebrados. Os trabalhos são desenvolvidos por investigadores da UA, não remunerados pelo Projeto.

Peixes, Anfíbios e Répteis Para estes 3 grupos taxonómicos, o plano de trabalhos previa amostragens mensais nas linhas de água principais da Mata, nas massas de água (anfíbios) e nos locais de ocorrência preferenciais (répteis), o que tem acontecido com normalidade. Não houve necessidade de ajustes devidos ao ciclone Gong. Até ao momento foram observadas - e estão a ser monitorizadas - 5 espécies de peixes, 7 de anfíbios e 5 de répteis. Os resultados obtidos até ao momento não permitem averiguar se existem diferenças significativas entre a situação atual e a de referência, ainda que não indiciem que de facto qualquer dos grupos esteja a ser afetado (quer positiva, quer negativamente) pelas ações do Projeto.

Aves Conforme o plano de trabalhos estipulado de início, as aves encontram-se a ser amostradas por estação fenológica, em 35 pontos de amostragem, com principal incidência na época de reprodução, devido à conspicuidade das aves e importância desta época face aos objetivos do projeto. Até ao momento foram registadas - e estão a ser monitorizadas - 57 espécies. À data do ciclone Gong, a amostragem de inverno encontrava-se em curso, tendo ficado incompleta devido à inacessibilidade a muitos pontos de amostragem, obrigando a alguns ajustes temporários dos locais, sendo que a partir do Verão de 2013 se retomaram os pontos originais. Houve a necessidade de ajustamentos na metodologia, nomeadamente no tempo de censo em cada ponto, para comparar mais adequadamente os dados BRIGHT com os dados pré-BRIGHT, conforme explicado no relatório de progresso (de Agosto de 2013). Após efetuados todos os ajustes necessários, os trabalhos decorrem, mas cada época de amostragem leva mais tempo a completar do que inicialmente previsto, pelo que será necessário reforçar os recursos humanos inicialmente planeados para cumprir adequadamente a calendarização da monitorização. (ver Anexo III )

Caixas-ninho O plano de trabalhos inicial contemplava a avaliação da “ocupação” de territórios de aves, através da monitorização de 250 caixas-ninho. A queda de árvores ocorrida com o ciclone Gong derrubou e/ou destruiu inúmeras dessas caixas-ninho, que já haviam sido colocadas na Mata. Assim, a monitorização completa e eficaz da nidificação das aves para a época de reprodução de Primavera 2013 através do acompanhamento das caixas-ninho ficou impossibilitada. Procedeu-se ao levantamento das caixas-ninho intactas, e face às dificuldades de acesso à maioria delas, e de forma a manter a metodologia de forma suficientemente eficaz, selecionou-se um total de 60 caixas-ninho/localizações para continuar a monitorizar. Ainda assim, houve necessidade de colocar novas caixas-ninho em muitos destes pontos

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 52


para monitorizar na época de reprodução de 2014. Devido aos constrangimentos logísticos e de terreno, para desimpedimento dos caminhos e parcelas, e ainda para colocação das novas caixas-ninho em altura, a UA recebeu auxílio de recursos humanos e meios técnicos da FMB. De momento, a monitorização das 60 caixas-ninho decorre normalmente, mas estas alterações levaram a alguns atrasos gerais, face ao plano inicialmente proposto.

Mamíferos Os mesomamíferos da Mata têm vindo a ser monitorizados através do registo mensal de indícios de presença num transeto de 5 km e através de fotoarmadilhagem. A diversidade e atividade de morcegos tem vindo a ser monitorizada mensalmente através do registo e análise de ultrassons gravados em 6 transetos de 500m cada. Os micromamíferos são amostrados em 6 linhas de armadilhagem, por época do ano. A ocorrência do ciclone Gong impossibilitou o acesso a muitos locais de amostragem, tendo por isso afetado a realização dos trabalhos nos meses de janeiro/fevereiro de 2013 e obrigou a ajustamentos no traçado dos transetos de mesomamíferos, tendo-se adotado troços alternativos durante os meses seguintes. Foi retomado o traçado original a partir do Verão de 2013. No caso dos transetos de morcegos, estes foram retomados logo em fevereiro de 2013. No que respeita à armadilhagem fotográfica de carnívoros, decorria com normalidade (uma vez por época do ano) até ter ficado comprometida devido à passagem do ciclone Gong. Este condicionamento deveu-se à inacessibilidade aos locais de amostragem, que comprometiam a segurança necessária para a sua visita regular, mas também à segurança do próprio equipamento, que, sendo bastante oneroso, durante algum tempo não pôde ser colocado em campo. Com muitos voluntários, visitantes e curiosos a percorrer a Mata, pelos mais diversos motivos, pela exposição de locais anteriormente recônditos, pela diminuta dimensão relativa da Mata (novos locais de amostragem comprometem a independência das estações de amostragem) e atendendo a roubos de material ocorridos na campanha anterior, esta metodologia só voltou a aplicar-se no Outono de 2013. A partir dessa época, os trabalhos retomaram a normalidade possível. Os trabalhos de micromamíferos decorrem com normalidade, embora algumas linhas de amostragem tenham contado com ligeiros ajustes devido aos muitos danos causados pelo ciclone Gong. A amostragem de Inverno de 2013 não se realizou devido às condições meteorológicas particularmente adversas, mas de resto, os trabalhos prosseguiram conforme possível.

Análise de dados Até ao momento, os dados recolhidos durante as amostragens do Projeto não diferem de forma significativa dos dados da situação de referência. No caso das aves, foram detetadas algumas diferenças pontuais, mas estas diferenças poderão estar relacionadas com questões metodológicas, nomeadamente a utilização de diferentes tempos de censo em cada contagem BRIGHT e pré-BRIGHT. A partir de agosto de 2013, a metodologia foi afinada de forma a permitir uma análise mais robusta no futuro. De um modo geral, face ao pouco tempo transcorrido (à escala dos vertebrados), os resultados obtidos até ao momento indicam a necessidade de se continuar a analisar o efeito das intervenções do projeto na fauna.

Flora e Vegetação No âmbito da Subacão 2, foram realizadas diversas atividades com o objetivo de monitorizar os efeitos das ações de controlo de invasoras ao nível da flora e vegetação, complementando a avaliação da eficácia dos métodos em si, realizada pela FMB. Neste sentido, ao longo do período do projeto foi atribuído especial enfoque aos trabalhos de monitorização na Floresta Relíquia (FR) da Mata Nacional do Buçaco (MNB), que integra o habitat adernal. De uma forma geral, também para os trabalhos de monitorização de flora e vegetação, o ciclone Gong causou importantes dificuldades e atrasos, sendo necessário reforçar os recursos humanos inicialmente planeados para cumprir adequadamente a calendarização da monitorização.

Amostragem

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Os trabalhos desta SubAção foram iniciados com a definição da situação de referência (relatório de arranque da UA, agosto de 2012), onde para cada espécie foram selecionadas áreas de amostragem a monitorizar, de forma a avaliar os efeitos das ações previstas no Projeto. Partindo da situação de referência, foram implementadas áreas de amostragem fixas dentro da Floresta 2 2 Relíquia, perfazendo um total de 36 quadrados de 1m para a Tradescantia fluminensis, 16m para um 2 2 quadrado de amostragem de Robinia pseudoacacia, e 2300m de quadrados de 100m para as restantes espécies invasoras. No seguimento das sugestões comunicadas pela Comissão e equipa de monitorização do projeto após apresentação do Relatório de Arranque, para além das instalações 2 previstas para a FR, foram ainda marcados dois quadrados de 100m no Pinhal do Marquês (num total 2 de 200m ), em áreas invadidas com Acacia dealbata e A. longifolia. 2

Assim, no global foram instaladas 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em quadrados de 1m (com três réplicas por parcela) e 23 parcelas de invasoras em comunidades florestais (sendo 3 de controlo, 2 correspondentes aos três Habitats naturais presentes na FR) em quadrados de 100m .

Metodologia de Monitorização A metodologia apresentada no relatório de agosto de 2012 foi ajustada de forma a ter em conta as recomendações da Comissão e da equipa de monitorização, transmitidas após o Relatório de Arranque, e detém como principal objetivo avaliar a existência de diferenças significativas que possam vir a ocorrer na flora e vegetação decorrentes das intervenções florestais de controlo de invasoras. Para as 6 espécies invasoras arbóreas, Acacia dealbata, A. melanoxylon, Ailanthus altissima, Pittosporum undulatum, Prunus laurocerasus, Robinia pseudoacacia, nas áreas de amostragem fixa e de 2 acordo com a situação de referência, são amostrados quadrados de 100m onde são levantadas coberturas das espécies por três níveis de vegetação (estrato arbóreo – 1; estrato arbustivo – 2; estrato 2 herbáceo – 3). Dentro de cada quadrado de 100m é ainda realizada a medição de cobertura basal das árvores, através do método da medição do DAP (Diâmetro à Altura do Peito). De acordo com a metodologia acima descrita, é também contabilizado o número de árvores mortas após as intervenções florestais finais. No caso da Tradescantia fluminensis, são levantadas percentagens de cobertura das espécies 2 herbáceas presentes, nas áreas de amostragem a monitorizar (em 3 réplicas de 1m por parcela).

Levantamentos de Cobertura Após a marcação das áreas fixas de amostragem, deu-se início aos levantamentos de percentagem de coberturas da vegetação dentro de cada quadrado de amostragem. No âmbito da metodologia estabelecida, foram realizados os levantamentos de percentagem de cobertura antes de qualquer intervenção em todos os quadrados de monitorização instalados. Até à data, foram já efetuados levantamentos de coberturas de vegetação pós-intervenção, nomeadamente nas manchas de Tradescantia fluminensis já intervencionada junto às Portas de Coimbra 2 2 e em todos os quadrados de 100m instalados na FR. Para os quadrados de 100m , onde são monitorizadas as invasoras em comunidades florestais (FRAde-FRCar-FRLou, PM1-PM2, FR1-FR18), foram até à data realizados os inventários pré-intervenção/controlo de percentagem de cobertura e pósintervenção inicial, medidos os DAP´s (Diâmetro à Altura do Peito) de todos os exemplares arbóreos presentes e marcadas as árvores medidas. Com o objetivo de registar e documentar todas as intervenções florestais realizadas no interior das parcelas de monitorização pela equipa da FMB, foram ainda realizados “Dossiers de Campo” para preenchimento durante as intervenções florestais realizadas no interior dos quadrados, que têm vindo a ser preenchidos pelas equipas da FMB.

Tratamento estatístico de dados em IBM SPSS Statistics 20 De modo a avaliar a eficácia das intervenções florestais, os dados de cobertura levantados nos quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis foram introduzidos numa base de dados e de seguida transferidos para o software IBM SPSS Statistics 20. Para a análise estatística, recorreu-se a uma análise comparativa das populações florísticas com recurso à aplicação de testes estatísticos paramétricos e não paramétricos. Neste sentido, recorreu-se aos dados de estatística descritiva e à aplicação de alguns testes estatísticos, nomeadamente: análise comparativa das populações florísticas BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 54


com recurso à aplicação da ANOVA para pressupostos de comparações múltiplas e aplicação de comparação de médias/medianas de duas amostras emparelhadas, com recurso aos testes não paramétricos de Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test.

Resultados No seguimento dos levantamentos de campo realizados para elaboração da carta de situação de referência, observou-se a existência de diversas manchas de espécies invasoras e de indivíduos isolados que no seu conjunto perfazem uma área invadida global muito significativa de aproximadamente 6,49 ha. Após os levantamentos de campo e análise cartográfica, considera-se que as espécies invasoras mais preocupantes na FR são Acacia melanoxylon, Pittosporum undulatum e Tradescantia fluminensis. Para a Tradescantia fluminensis os dados de monitorização existentes até à data incluem levantamentos de % cobertura antes de qualquer intervenção e levantamentos de cobertura após uma primeira remoção dentro das 11 parcelas de monitorização. Com base nos resultados recolhidos e tratados nas 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em monitorização, a análise estatística em IBM SPSS Statistics 20 permitiu observar já algumas diferenças significativas entre a % de cobertura pré-intervenção e pósintervenção. Relativamente às invasoras em comunidade florestal, foram realizados os inventários de cobertura em comunidades florestais e medidos os DAP´s em 23 parcelas de monitorização. Neste seguimento, de acordo com as intervenções florestais realizadas no interior dos quadrados instalados na FR, têm vindo a ser recolhidos os dados de inventário (pós-intervenção inicial), DAP´s e efetuados cálculos adicionais de BA (Área Basal) e SBA (Área Basal de Suporte), de modo a sistematizar os dados recolhidos que servirão de base para uma análise comparativa.

Considerações Finais De acordo com os resultados obtidos até ao presente, observou-se após a remoção de Tradescantia fluminensis nas parcelas em monitorização, que a sua progressão é significativamente mais lenta nas manchas onde esta aparece esparsa. Neste sentido, tal como preconizado e executado pela equipa da FMB, considera-se que para o planeamento de áreas prioritárias de intervenção em Tradescantia fluminensis deverá ser adotada uma estratégia de controlo do tipo “de dentro para fora” ou seja, começar por intervir nas zonas de fronteira entre zona não invadida e zona invadida (esparsa), progredindo depois para o interior das manchas invadidas (mista e contínua). A aplicação desta metodologia poderá evitar maiores taxas de propagação nas zonas de transição, evitando assim progressões da espécie enquanto se intervém em determinado local. O maior contratempo ocorrido durante o período transato (desde Julho de 2012 a Maio de 2014) foi a passagem do ciclone Gong a 19 de Janeiro de 2013, que condicionou temporariamente alguns acessos à zona central do Adernal e ao extremo sudoeste de São João do Deserto. As árvores caídas que estiveram a obstruir muitos caminhos que dão acesso a estes locais dificultaram o trabalho e obrigaram a um maior dispêndio de tempo nos trabalhos normais de campo, levando a alguns atrasos nas tarefas previstas. Novamente se destaca a retoma da normalidade possível graças à afetação de meios humanos e técnicos da FMB para a limpeza das áreas afetadas. Através das ações de monitorização realizadas até agora, poder-se-á considerar à partida a existência de um efeito de controlo eficaz, principalmente nas parcelas de Tradescantia fluminensis esparsa. Por outro lado, observa-se após a remoção desta invasora, que existe um banco de sementes com capacidade regenerativa rico em espécies nativas, fator que justificou ter-se transmitido à equipa da FMB a necessidade da remoção faseada desta espécie, sobretudo no interior dos três Habitats naturais da FR, sem prejuízo dos objetivos estabelecidos em candidatura. Com base nos dados de monitorização recolhidos até à data, nas parcelas de Tradescancia fluminensis intervencionadas, observa-se um acréscimo na diversidade de espécies autóctones e ainda a germinação de um banco de sementes significativo de Phillyrea latifolia, principalmente na parcela FRT2 junto às portas de Coimbra onde não se realizou qualquer cobertura depois do arranque manual. De um modo geral, observa-se ainda que após o arranque manual de Tradescancia fluminensis, ocorre a regeneração natural de diversas espécies específicas dos habitats naturais presentes, sendo que, passado cerca de um ano, a progressão desta invasora para o interior dos quadrados “limpos” não ocorre com grande expressão/velocidade principalmente nas zonas onde esta se distribui de forma mista e esparsa.

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Relativamente às 6 invasoras arbóreas em monitorização, torna-se necessário recolher novos dados mais equidistantes temporalmente, de forma a avaliar possíveis alterações fitossociológicas. No entanto, nesta fase, já é possível observar uma tendência para a alteração do coberto arbóreo, bem como das Áreas Basais de Suporte, sobretudo nos quadrados onde existem indivíduos invasores de grandes dimensões. 2

Relativamente às espécies invasoras arbóreas monitorizadas nos quadrados de 100m , realizou-se até agora uma primeira intervenção florestal (baseada no descasque e arranque manual), pelo que a partir da monitorização pós-intervenção inicial, é possível observar por agora alguns indivíduos a evoluir para o estado decrépito, bem como um decréscimo ao nível das percentagens de cobertura das espécies invasoras sinalizadas. No entanto, dados mais conclusivos ao nível da evolução e eventual alteração das comunidades florísticas, só serão possíveis através de dados temporais adicionais de monitorização. Com o objetivo de validar, tratar e desenvolver estatisticamente alguns dos resultados que este trabalho apresenta, e sobretudo de forma a avaliar a eficácia do projeto LIFE+ BRIGHT, torna-se necessário assegurar a monitorização contínua da flora e vegetação, por forma a demonstrar com dados conclusivos a eficácia do projeto. Dados os constrangimentos explicados, mormente relacionados com os temporais que assolaram a FMB, torna-se necessário reforçar a afetação de recursos humanos inicialmente previstos para a equipa da UA. A complexidade dos dados recolhidos justifica também um reforço nos recursos humanos da equipa da UA relacionados com análise estatística.

Ações complementares

Análise da dispersão de sementes pela fauna De forma complementar ao projeto, a mestranda da UA Lúcia Pereira (não remunerada pelo projeto) tem desenvolvido uma análise do potencial de mamíferos carnívoros para a dispersão de sementes de autóctones e de invasoras. Inicialmente estava também prevista a mesma análise, com aves, mas o ciclone Gong impossibilitou estes trabalhos. Em Janeiro de 2014 terminou o trabalho de campo (recolha de sementes dos excrementos) e de momento os trabalhos decorrem apenas nos viveiros (análise das taxas de germinação). Até ao momento percebe-se que a digestão das sementes por carnívoros afeta as espécies de forma diferente, potenciando, por exemplo, a germinação e dispersão de Prunus laurocerasus, sendo que os resultados ainda não permitem uma análise estatística robusta.

Outras tarefas Para além das tarefas de monitorização da fauna, flora e vegetação, a UA tem desenvolvido/participado noutras ações, de forma independente ou dando auxílio à FMB, entre as quais participação em eventos temáticos como o Sement Event, ações de voluntariado organizadas pelo Dept. Biologia UA (DBio-UA), workshops e mini-cursos temáticos, exposições, aulas de campo do DBio-UA, apoio a estagiários da FMB, apoio na produção de ações e materiais educativos/pedagógicos, inventariação dos macrofungos da Mata, e ainda a participação em encontros científicos, divulgando as ações do Projeto e respetivos resultados, como sejam: IX Encontro Internacional de Fitossociologia (ALFA), XIII Jornadas de Conservação da Natureza e Educação Ambiental (FAPAS), IV Congresso da Fauna Selvagem (WAVES), 7º Congresso Florestal Nacional (SPCF), II Jornadas Quiropterianas (CIR e Fundação CulturSintra), XI Congresso da SECEM e VIII Congresso de Ornitologia (SPEA), entre outros. Conforme previsto no plano inicial do projeto, a UA tem também escrito e publicado artigos científicos e de divulgação (Anexos).

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5.3. Ações de Disseminação Conforme previsto em candidatura, o projeto inclui um conjunto de ações de comunicação/divulgação, disseminação e transferência de resultados cujos objetivos vão para além desses fins, necessários a qualquer projeto LIFE. Destacam-se, neste contexto, um conjunto de ações destinadas a envolver ativamente diversos públicos nos trabalhos de conservação, com objetivos específicos de conservação, que têm vindo a evidenciar revelar-se de extrema utilidade e interesse em termos de valor de demonstração. Nas secções seguintes apresenta-se uma descrição detalhada dos desenvolvimentos de cada uma dessas ações, das quais a ação D.7 é a única que ainda se apresenta com atrasos, apesar de se ter verificado o seu arranque e os novos elementos da equipa do parceiro responsável pela sua execução (MM) estarem fortemente empenhados e motivados na sua execução. Em complemento da descrição apresentada nas secções seguintes, foram produzidos e acompanham este relatório um conjunto de anexos que incidem sobre a projeção do projeto nos media, materiais gráficos concebidos/produzidos, bem como um conjunto substancial de fotografias representativas dos trabalhos. No que respeita aos deliverables previstos para esta fase, a tabela 5.3.1 apresenta uma síntese da situação atual.

Tabela 5.3.1. – Estado de execução/entrega dos deliverables previstos em candidatura Deliverable

Data Prevista

Data Conclusão

Envio

Programa de Ações de Combate e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones

30/03/2012

30/08/2012 30/08/2013 (atualização)

1º Relatório de Progresso

Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado

30/03/2012

30/08/2012 30/08/2013 (atualização)

1º Relatório de Progresso

Flyers (3) para apoio a trabalhos das ações D.5. e D.7

30/03/2012

30/06/2012

Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso

Guias de Campo

30/03/2013

31/12/2014 (previsto)

não enviados (em execução , ver anexo IV )

Fichas de Mini-Guias de Campo (alternativa/complemento dos anteriores, devido aos atrasos na sua execução induzidos pelo atraso na ação D.7)

não previsto

várias

1º Relatório de Progresso (5) e este relatório (2)

Kit Pedagógico

30/06/2013

31/12/2014 (previsto)

não enviados (em execução , ver anexo IV)

Kit de Flora

30/06/2012

não iniciado, por se manter desnecessário até à data

Cf. comunicado no Relatório de Arranque e neste relatório

Brochuras/desdobráveis sobre espécies de fauna, flora e habitats alvo dos trabalhos do projeto

31/08/2012

30/04/2013

1º Relatório de Progresso

Relatórios Técnico-Científicos de Monitorização e Avaliação de Resultados

31/08/2013 (2)

31/08/2013 (2)

1º Relatório de Progresso (1) e este relatório (1)

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5.3.1. Acção D.1 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Sítio Web Com o objetivo de assegurar uma maior comunicação, visibilidade e participação, nos trabalhos do projeto, e satisfazendo requisitos associados à comunicação e informação que devem integrar qualquer projeto LIFE+, foi desenvolvida e colocado online, com algum atraso face ao marco inicialmente previsto (01/04/2012 em vez de 31/12/2012), o sítio web do projeto. Tal como descrito no Relatório de Arranque, os desvios verificados na disponibilização online do sítio foram suplantados pelo facto de, até à sua colocação, se ter assegurado na página da FMB a disponibilização de um menu sobre o projeto, a partir do qual se acedia a documentação e informação adicional: de notas de imprensa e notas de agenda regularmente publicados e dirigidos aos media e informação/agenda sobre atividades dirigida ao público em geral. O sítio web foi desenvolvido para ser apresentado em duas línguas (Português e Inglês), verificando-se contudo algumas limitações internas na equipa à redação de conteúdos na língua inglesa, que por vezes obrigam a que nem todos os conteúdos disponibilizados em Português estejam igualmente disponíveis em Inglês. Como resultado da consulta efetuada no âmbito do procedimento de contratação aplicável, o custo da assistência externa aplicável à programação foi inferior ao orçamentado, encontrando-se no entanto em execução algumas componentes relacionadas com serviços complementares destinados a atualização de conteúdos a inserir na página, à medida que progridem os resultados no terreno (essencialmente imagem e documentação sobre a evolução dos trabalhos). Neste contexto, e face à versão disponível à data do 1º Relatório de Progresso, destaca-se a conclusão e apresentação do vídeo formal de apresentação do projeto, que complementa os anteriormente disponíveis (de produção externa e resultantes de reportagens e/ou outras formas de acompanhamento/divulgação, complementares às do projeto).

Figura 5.3.1.1 – Vídeo de divulgação do projeto, uma novidade ao nível de conteúdos face ao anterior relatório.

Ao nível de conteúdos, após as últimas correções e ajustes introduzidos tendo em atenção os comentários da Comissão ao último relatório, optou-se por um modelo que exibe pequenas diferenças entre a versão inglesa e versão portuguesa (esta última mais detalhada), sem prejuízo de se manter na versão inglesa toda a informação essencial. No que respeita a documentos para download (apresentações, deliverables, relatórios), encontram-se disponíveis apenas na língua em que tenham sido inicialmente redigidos/apresentados. A página possui um conjunto de menus – Projeto, Documentos, Atividades, Voluntariado, Divulgação, Galeria, Links e Contactos - através dos quais se proporciona acesso a mais informação. Os seus conteúdos, nomeadamente ao nível de atividades mais recentes e/ou concluídas, são mensalmente atualizados na versão portuguesa, em articulação com as atividades desenvolvidas pelo projeto. Neste âmbito, são de referir três níveis de atualização:

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     

os destaques mais recentes, que incluem pequena notícia e foto, acessíveis a partir da página principal; o arquivo de atividades, acessível a partir Atividades >Arquivo de Atividades, e no qual consta o histórico de destaques; o arquivo de notas de imprensa, acessível a partir Divulgação > Press Realese, para o qual são carregados ficheiros em formato pdf com as respetivas notas de agenda e comunicados de imprensa; o arquivo de notícias, no menu Divulgação > Notícias, que inclui uma recolha e apresentação,não exaustiva, de ficheiros digitais com cópias das principais notícias publicadas sobre o projeto; o arquivo de fotografias, acessível a partir do Galeria, inclui imagens sobre alguns dos trabalhos executados; um “contador de árvores”, que vai sendo atualizado à medida que os trabalhos plantações no terreno progridem.

Tendo em atenção os comentários recebidos da Comissão a respeito da versão inglesa, esta apresenta atualmente todos os seus conteúdos gerais traduzidos, sendo objeto de atualização trimestral. O término de contrato (e sua não renovação) do elemento anteriormente responsável pela área de comunicação do projeto – Cândida de Sá – conduziu a um período curto em que atualização mensal não foi promovida. Contudo, à data de redação deste Relatório existe já um novo elemento na equipa com o objetivo de assegurar as funções da anterior funcionária – Joana Amado – pelo que se perspetiva que o trabalho seja rapidamente retomado, sem consequências para os utilizadores da página. Neste contexto, apesar de não ter sido viável assegurar, como seria desejável, um período comum de trabalho e “passagem de testemunho”, este foi efetivamente assegurado já após a saída da anterior funcionária, que para o efeito se deslocou à FMB a partir do momento em que a nova funcionária estava ao serviço, numa pequena assistência externa destinada a esse fim. Uma vez que as limitações de língua inglesa se mantêm com a nova funcionária contratada, não é expectável que a versão inglesa seja atualizada com frequência superior à já referida (a qual assegura o cumprimento dos objetivos de candidatura). Globalmente, é entendimento da equipa que o site tem dado resposta aos objetivos para os quais foi concebido. Apesar de se considerar que poderá ser objeto de melhorias, o seu uso tem proporcionado uma comunicação ampla e, em articulação com outras atividades de comunicação, pedidos de informação diversos, de entidades e pessoas singulares, sobretudo associados às atividade de voluntariado, contribuindo para angariar novos públicos para participação nessas atividades. Ao nível da utilização, é possível registar, à data de redação deste relatório, um total de 7.137 visitas, o que aponta para uma utilização média mensal de 209 visitantes, ligeiramente superior à meta inicialmente esperada (200 visitantes/mês). Ao nível dos pedidos de informação sobre o projeto e atividades, regista-se um total de 35 pedidos, através da página web. Em termos de indicadores quantitativos de execução, salientam-se ainda os seguintes resultados ao nível da informação disponível para descarga:   

nº de notícias digitalizadas: 143 nº de relatórios de projeto: 3 (Relatório de Arranque, 1º Relatório de Progresso, Relatório Intercalar) nº de outros relatórios de projeto: 3 (Relatório de Arranque e 1º Relatório de Progresso do parceiro UA; 1º

 

nº de apresentações sobre o projeto:7 nº de materiais de comunicação/divulgação: 19 (3 desdobráveis, 4 brochuras, 5 outdoors, 7 placards

Relatório de Progresso do parceiro CMM)

intervenção)

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5.3.2. Acção D.2 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Placards e Outdoors Em candidatura, previa-se no âmbito desta ação a conceção, produção e colocação de placards e outdoors com descrição dos trabalhos do projeto, incluindo pelo menos a identificação das áreas de intervenção dos trabalhos de conservação, dos espaços onde decorram as principais atividades com público, e o conjunto de portas de entrada da Mata do Buçaco, em locais bem visíveis a quem se desloque à área de intervenção. Decorrendo da antecipação do arranque dos trabalhos das ações C.1 e C.2, muito embora o início da sua colocação no terreno só estivesse prevista para fase posterior, estes trabalhos foram também antecipados face às metas iniciais, conforme relatado no Relatório de Arranque. Nos primeiros três trimestres assegurou-se o desenho e definição de diferentes tipos de outdoors (grande dimensão e média dimensão), bem como dos placards destinados a assinalar intervenções no terreno, bem como a produção/colocação de alguns destes materiais. No período subsequente, por via de necessidades de compatibilização com outros materiais de sinalética e comunicação em colocação na Mata, o modelo inicialmente previsto para os placards de parcela (que chegou a ser aplicado a duas parcelas) foi objeto de uma redefinição gráfica, com a correspondente substituição dos placards originais e, desde então, colocação de novos placards, no modelo definitivo, apresentado no 1º Relatório de Progresso, em novas áreas de intervenção. Atualmente, conforme figura 5.3.2.1, os placards colocados no terreno incluem um total de 16 placards, dos quais 8 são explicativos de trabalhos, 5 de caráter informativo geral e 3 de “apadrinhamento” de parcelas (conforme modelos de exemplo apresentados na figura 5.3.2.2). Os seus conteúdos integrais são disponibilizados no Anexo de peças gráficas que acompanha este Relatório, no qual se incluem todos os materiais concebidos/produzidos no âmbito do projeto.

Figura 5.3.2.1 –Distribuição espacial dos placards colocados no terreno.

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Figura 5. 3.2.2– Exemplos dos tipos de placards colocados no terreno (explicativos, informativos e de apadrinhamento)

Após conclusão do respetivo modelo gráfico, foi colocado em área exterior à Mata um primeiro outdoor de grande dimensão com o qual se comunicava a existência do adernal e a sua importância. Esteve afixado durante um período de 4 meses numa das rotundas de acesso ao Luso/Buçaco a partir da Mealhada, contribuindo para um acréscimo substancial do afluxo de visitantes e de pedidos de informação sobre o adernal e, de uma forma geral, sobre os trabalhos do projeto e do apoio do LIFE+. Tal como referido no 1º Relatório de Progresso o temporal de 19 de janeiro danificou-o, impossibilitando a sua manutenção no local, estando prevista a sua reposição, com conteúdos atualizados e direcionados à apresentação de imagens sobre os trabalhos de controlo, até ao final de 2014. Adicionalmente prevêse a colocação de um segundo outdoor semelhante ao que será colocado na Mealhada, na estrada nacional EN224, direção Luso/Mortágua, afim de capitalizar potenciais visitantes vindos dessa direção.

Figura 5. 3.2.3– Imagem de outdoor e possível localização de novo outdoor na EN 234 (Luso/Mortágua)

Desde o segundo semestre de 2012 foram produzidos também os outdoors de divulgação de eventos anuais de comunicação/disseminação do projeto, agregados no programa “Sement Event”. Foram concebidos de forma a possibilitar a reutilização em edições posteriores sem necessidade de nova produção, tal como já efetuado na edição de 2013. A opção pela contratação de pessoal para os trabalhos de design (em vez da assistência externa inicialmente prevista), referida como uma possibilidade no Relatório de Arranque, foi concretizada e

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comunicada no 1º Relatório de Progresso, com claras vantagens para as áreas dependentes deste tipo de trabalhos especializados. Face à disponibilidade deste elemento na equipa, e em articulação com necessidades entretanto verificadas para assegurar o envolvimento dos agentes da restauração e alojamento com os trabalhos do projeto – para atingir uma maior participação de turistas nos programas da ação D.5 – foram concebidos/produzidos um conjunto de materiais não contemplados inicialmente mas que se evidenciam como meios adequados para compensar a reduzida utilização, por parte dos visitantes e turistas, dos programas para eles criados no âmbito daquela ação. Destacam-se, neste contexto e entre outros, trabalhos relacionados com:   

definição de modelo gráfico para placards de divulgação destinados a afixação em estabelecimentos de restauração e alojamento; definição de outdoors de média dimensão, para divulgar o projeto e eventos organizados pelo mesmo em paragens de autocarro distribuídas pelo concelho da Mealhada; definição do modelo gráfico de um balcão de apresentação e divulgação do projeto e da Mata no contexto do Dia Mundial da Floresta, que foi mantido num estabelecimento comercial em Coimbra (CoimbraShopping). A respetiva produção não teve custos para o projeto, tendo sido financiado pelo parceiro da iniciativa, Sonae Sierra; produção de placas de sinalização rodoviária em diversos locais com indicação do caminho a seguir até à Mata do Buçaco. Foram colocadas cerca de 6 placas nos acessos à Auto-estrada, Porto (EN1), Lisboa (EN1). A respetiva produção não teve custos para o projeto, tendo sido financiadas pelo Município da Mealhada.

Tal como também referido no 1º Relatório de Progresso, promoveu-se a conceção/produção de um conjunto de materiais de informação destinados a apoiar a gestão e utilização do viveiro, que se mostraram particularmente necessários para uma melhor operação e utilização dos espaços pelo pessoal operário, assim como para apoio às visitas de media e dinamização de ações de envolvimento. Apesar de orientações no sentido de se incluírem sempre os logótipos LIFE+ e Natura 2000, bem como de uma frase com menção ao apoio recebido do LIFE, verificou-se pontualmente, no início dos trabalhos, algumas situações em que tal não sucedeu, como aliás identificado pela Comissão e equipa de monitorização. Nesses casos, procedeu-se às devidas correções, estando esta necessidade, atualmente, completamente interiorizada nos procedimentos de produção de novos materiais. Globalmente, os trabalhos previstos na ação continuam portanto a decorrer conforme previsto em candidatura, com a exceção de tal como confirmado no 1º Relatório de Progresso, se basearem em contratação de pessoal e não em assistência externa (com benefícios evidentes para os resultados obtidos). Por esse mesmo motivo, prevê-se a sua continuidade em idênticos moldes, incluindo a renovação do contrato com o técnico em causa a partir do término do contrato em vigor. Em termos de metas, estão não só a atingir os objetivos a que o projeto se propunha como a ir além destes, dando resposta a novas necessidades das ações que deles dependem e não contempladas na proposta inicial, sem que isso represente qualquer acréscimo de custos, dado que se optou por soluções de conceção (recursos internos) e produção/reutilização menos onerosas. Neste contexto, salientam-se como principais indicadores de execução:    

nº de modelos gráficos de placards e outdoors concebidos: 6 nº de outdoors produzidos/colocados nas entradas da Mata: 5 nº de outdoors de grande dimensão produzidos/colocados fora da Mata: 1 nº de placards de divulgação produzidos/colocados em parcelas de intervenção: 19

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5.3.3. Ação D.3 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Relatório para Leigos Esta é, pela sua natureza, uma ação que decorrerá em período posterior, pelo que os trabalhos até à data realizados são meramente preparatórios e de compilação de informação, no âmbito da monitorização de progresso de cada ação que é executada pela equipa de gestão. Os trabalhos até aqui realizados neste incluíram a monitorização interna de desenvolvimentos, pela equipa de gestão e operacionais, e a recolha e consulta, pela equipa de comunicação, dos modelos e boas práticas associadas à redação deste tipo de documentos. Adicionalmente, previu-se no sítio web a existência de um espaço específico para a posterior disponibilização de versões digitais deste relatório do projeto, complementando os restantes relatórios que estão a ser disponibilizados à medida que redigidos e enviados para a Comissão. No que respeita à monitorização, tal como previsto nas ações A.1. e A.2, foram produzidas algumas folhas de cálculo com as quais mantém o registo da informação de maior relevo. Tal como já referido neste documento, no caso específico da gestão viveiro, por via de maiores necessidades de atualização, a folha de cálculo inicial foi progressivamente melhorada no sentido de manter “automatizados” um conjunto de indicadores, desde que se mantenha o seu carregamento regular com a informação em papel produzida pelos operários. A saída da equipa de projeto do elemento anteriormente responsável por esse trabalho – Cláudio Coelho, em estágio profissional entretanto concluído - foi acompanhada de transferência dessas funções para Jorge Sousa, que se encontra também em estágio profissional (desde 2 de Junho de 2014, até 1 de Junho de 2015, sem custos para o projeto). Foi também estruturado o Sistema de Informação Geográfica do projeto, gerido e atualizado regularmente pelo funcionário Nelson Matos, a partir do qual se tem extraído as estatísticas e mapas que acompanham os relatórios entretanto redigidos. A informação aí armazenada tem vindo a ser aumentada, não só em quantidade de dados como também em diversidade de temas, incluindo à data de redação deste Relatório, genericamente, as seguintes layers de informação:           

Cartografia de base: Militar, ortofotomapa e modelo digital de terreno; Parcelário, rede viária e áreas edificadas/uso social; Identificação, localização e extensão dos principais habitats naturais presentes na MNB; Zonamento Geral da MNB de acordo com objetivos do projeto; Identificação, localização e extensão das principais manchas de espécies exóticas invasoras (lenhosas e herbáceas); Áreas e tipologias de intervenção sobre invasoras lenhosas; Áreas e tipologias de intervenção sobre invasoras herbáceas (incl. Parcelas Piloto); Áreas com tipo de habitat a promover/reconverter/valorizar; Marcação de plantações ao nível do espécime individual; Áreas/parcelas de apadrinhamento Identificação, localização e extensão das principais manchas de danos e clareiras resultantes dos temporais;

Globalmente, não se identificaram nem se esperam quaisquer constrangimentos e/ou necessidades de reformulação da ação face aos objetivos e metas da candidatura aprovada. A manutenção em funções dos elementos da atual equipa, que se prevê assegurar tanto ao nível da renovação de contratos como da contratação dos elementos que atualmente se encontram em estágio, contribuirá para assegurar a continuidade e qualidade da monitorização, bem como a posterior redação do Relatório para Leigos.

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5.3.4. Acção D.4 - Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Ações Complementares Globalmente, tal como descrito no Relatório de Arranque, os trabalhos da ação foram iniciados dentro dos prazos e têm estado a decorrer dentro da calendarização proposta. Tal como referido nos relatórios já apresentados, a sua execução tem contudo vindo a ser promovida com recursos distintos dos inicialmente previstos. A proposta de execução de um estágio profissional por parte de um elemento da área do design veio a revelar resultados que dispensaram a utilização dos recursos inicialmente orçamentados em serviços externos para conceção/produção gráfica. Conforme comunicado no 1º Relatório de Progresso, assegurou-se no contexto da continuidade daquele estágio a contratação daquele elemento da área de design, Ana Mannarino, no sentido de reforçar a equipa do projeto. Esta contratação foi assegurada sem que tal implicasse acréscimo de custos de pessoal (uma vez que, tal como igualmente relatado, parte dos orçamentos inicialmente previstos para despesas de pessoal não têm sido usados devido ao recurso a instrumentos nacionais, mais vantajosos para o período de contratação/estágio inicial, apoiados pelo IEFP). Daqui decorreu também a não utilização de parte do orçamento da assistência externa inicialmente prevista para serviços de conceção/produção gráfica (relativos a apoio a esta ação, ações D.2 e D.5). Em termos gerais, conforme foi dado conhecimento nos relatórios anteriores, os trabalhos gráficos da ação apresentaram diferentes níveis de desenvolvimento e incluíram, até à data de redação deste Relatório:  

 

definição e seleção/aprovação de propostas gráficas para o logótipo e assinatura do projeto, entre Setembro e Novembro de 2011 (enviado com Relatório de arranque) e respetivo manual de normas gráficas aplicáveis (disponível para download a partir do sítio web); definição e utilização de modelos de documentos word para notas de imprensa e notas de agenda, utilizados desde Novembro de 2011 para contactos com imprensa, na sequência do envio das quais têm sido publicadas diversas notícias e reportagens, em órgãos de comunicação nacional e regional (as mais significativas colocadas no sítio web do projeto, sendo o conjunto das identificadas disponibilizado em Anexo específico deste Relatório); promoção do seminário público de apresentação do projeto, em instalações da FMB, em Outubro de 2011 (ver Relatório de Arranque); recolha de conteúdos e conceção de 3 folhetos/flyers sobre o adernal e sua flora autóctone, fauna e espécies invasoras, enviados conjuntamente com o 1º Relatório de Progresso. A sua produção, em fotocópia A4 a cores, é feita à medida das necessidades das ações em que são utilizados, encontrando-se também disponíveis para descarga as versões digitais, tal como previsto, a partir do sítio web do projecto; recolha de conteúdos e conceção de um 4 brochuras/desdobráveis sobre a fauna da Mata, trilhos/percurso “adernal” e trilho/percurso “invasoras”, enviados com o 1º Relatório de Progresso. À semelhança dos folhetos/flyers, a sua produção é feita em fotocópia a cores (A3), à medida das necessidades de utilização, encontrando-se também disponíveis para descarga as versões digitais a partir do sítio web do projeto; definição e conclusão de versões pdf e versões impressas e plastificadas de fichas de um futuro “Guia de Campo”. Estes materiais, enviados com o 1º Relatório de Progresso, procurar colmatar a falta do Guia de Campo a produzir pela CMM, enquanto não houve início da ação D.7, sendo utilizados para apoio às atividades D.5, D.6 e D.7. Com o início das atividades da ação D.7, espera-se que possam constituir a base para o Guia de Campo final, o qual se prevê estar concluído até ao final de 2014 (com atraso face ao inicialmente esperado, dados os sucessivos atrasos naquela ação). No total, encontram-se produzidas oito fichas temáticas (sobre invasoras, flora autóctone, aves, anfíbios, mamíferos, cogumelos comestíveis, cogumelos tóxicos e cogumelos não tóxicos) cujos conteúdos foram estruturados/fornecidos pelo parceiro UA. As três últimas foram produzidas após o 1º Relatório de Progresso e são pela primeira vez enviadas à Comissão no Anexo gráfico deste documento.

Para além dos materiais atrás referidos, a opção de execução interna permitiu assegurar uma maior flexibilidade face às necessidades que, consoante a evolução do projeto, se foram fazendo sentir, em matéria de comunicação, sensibilização e divulgação. Nesse contexto, indo para além dos esperado, foram concebidos e têm sido produzidos através de fotocópia um conjunto de materiais gráficos, sistematizados e apresentados no Anexo aplicável deste Relatório, que incluem:

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 

materiais diversos para divulgação associados a atividades com crianças, ações de voluntariado, e outras organizadas no âmbito das ações D.5 e D.6; materiais digitais e impressos diversos associados às programações de 2012 e 2013 do “Sement event”, incluindo posters, desdobráveis com programação e eflyers enviados para efeitos de divulgação, em articulação com o abaixo referido.

Desde o final de 2013, com o arranque dos trabalhos de educação ambiental a cargo do Município da Mealhada, o elemento interno responsável pelo design tem também assegurado as funções de apoio previstas em candidatura para a FMB. Nesse contexto, destaca-se a conceção conjunta dos materiais gráficos destinados a comunicação das atividades realizadas pelo parceiro CMM, acordada entre ambas as equipas. Desta resultou a conceção gráfica (pela FMB) de um conjunto de materiais que vão para além do previsto em candidatura e a produção/afixação, pela CMM, desses mesmos materiais (sem custos adicionais para o projeto).

Figura 5.3.4.1 – Exemplos de posters mensais concebidos para as atividades dinamizadas pelo parceiro CMM.

Globalmente, esses materiais incluíram, neste primeiro ano de atividades, a conceção de um póster mensal com síntese e calendarização das atividades previstas pela CMM, destinado a atrair públicos para aquelas atividades, bem como materiais para eventos específicos (como o Natal, Páscoa e Dia da Árvore). Na figura 5.2.8.1 apresentam-se alguns exemplos dos pósters mensais, encontrando-se no Anexo gráfico um exemplar de cada material produzido. Como principais constrangimentos desta componente da ação salientam-se a não execução dos trabalhos associados à ação D.7 que, devido aos sucessivos atrasos da mesma, viram a sua execução inviabilizada/comprometida até à data. Tal como já referido, procurou-se nesse contexto, quando aplicável, colocar em prática soluções complementares – caso das fichas de “Guias de Campo”, utilizadas também noutras atividades. O arranque dos trabalhos da ação, em Novembro de 2013, e a prática recolhida com o primeiro ano de implementação de atividades, está a gerar informação e conteúdos que irão ser utilizados para, em trabalho conjunto da FMB e CMM, se preparem as bases para a posterior conceção/produção não só daqueles Guias como também do Kit Pedagógico igualmente previsto. Em ambos os casos, tratando-se de materiais de apoio à ação D.7 que necessitavam de trabalho prévio para verificação de quais os conteúdos a integrar, optou-se, tal como previsto em candidatura, pela condução de um ano “experimental” do programa educativo para posterior consolidação da sua conceção/produção. O facto de o arranque desse ano experimental ter sido atrasado dois anos face ao esperado só permitirá dispor destes materiais ao longo do próximo ano letivo, encontrando-se atualmente ambas as equipas técnicas (CMM e FMB) envolvidas nas bases da sua preparação, trabalho que se espera ser adjudicado externamente e estar concluído até ao final de 2014. No que respeita ao Kit de Flora, tal como referido no Relatório de Arranque, existia à data de arranque de projeto material com idênticas características, verificando-se ser preferível que a sua conceção e BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 65


produção fosse adiada para uma fase posterior. A utilização do Kit existente, sem custos para o projeto mas para os fins nele previstos, tem vindo a satisfazer, até à data de redação deste Relatório, os objetivos a que esta sub-tarefa se direcionava. Mantém-se contudo o objetivo de, a partir do momento em que se esgotem os materiais disponíveis, conceber e adjudicar a produção de um kit, em quantidades que satisfaçam as necessidades necessárias até à conclusão do projeto, o qual terá em conta não só o modelo existente como também a experiência adquirida com a sua utilização e prováveis necessidades de adaptação.

Eventos e Comunicação A par com o trabalho gráfico atrás descrito foi também no âmbito desta ação que se organizaram, desde 2011, os eventos anuais direcionados e atividades dirigidas a uma maior comunicação e disseminação/transferência de resultados do projeto. No que respeita a eventos, os trabalhos decorreram como planeado e segundo os modelos e calendarização previstos, não se identificando quaisquer constrangimentos à sua execução. Regularmente, e com uma frequência superior à proposta em candidatura, têm sido preparadas e enviadas notas de imprensa, notas de agenda e outra documentação, da qual têm resultado diversas notícias sobre as atividades realizadas pelo projeto. Esta informação encontra-se disponível (tanto as notas de imprensa como os respetivos resultados) para consulta e download a partir do sítio web. Dado o sucesso obtido com a primeira edição da iniciativa “Sement event” na qual se incluiu o primeiro seminário público de apresentação do projeto (programa que em 2011 se realizou com apoio pontual do Fundo Florestal Permanente, sem custos para o projeto), este passou a ser desde a sua edição de 2012, o espaço de excelência para os eventos desta ação e da ação D.8. Desde 2012, tem sido na organização/ programação anual deste evento que se procura agregar, num mesmo período, de forma intensiva, exemplos dos vários tipos de atividades de envolvimento já promovidos ao longo do ano com os workshops de disseminação/transferência de resultados, sessões de divulgação anuais e outras atividades de caráter técnico propostas em candidatura. No que concerne a esta ação foi nesse contexto que se promoveram as duas sessões de divulgação anuais (2012 e 2013), subsequentes ao seminário público de apresentação dinamizado em 2011. Fora da programação do “Sement event”, e indo além do esperado inicialmente para o ano de 2014, o projeto foi também alvo de apresentação num simpósio organizado também pela FMB mas com outros apoios direcionado à temática da floresta. O referido simpósio, intitulado “Viver a Floresta – diferentes visões para os recursos endógenos renováveis”, decorreu a 6 de Junho de 2014 e contou com a presença de 80 participantes, entre os quais o Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Eng. Francisco Gomes da Silva, sensibilizado para a questão na primeira pessoa. Decorrendo destes e outros eventos, e da regularidade de produção de notas de agenda e notas de comunicação, o projeto tem sido alvo de acompanhamento noticioso de âmbito local, regional e nacional, conforme atesta a informação que integra o anexo específico, apenso a este documento, sobre a cobertura pelos media. Em termos de indicadores quantitativos, destacam-se:              

brochuras/desdobráveis (nº): 4 (trilho adernal, trilho invasoras, fauna, Sement event) flyers (nº): 5 (adernal, invasoras, fauna, escapadela no bussaco, voluntariado para PME´s, escapadela no bussaco-promoção) fichas de Guia de Campo (nº): 7 (versão preliminar) kits pedagógicos (nº): 2 kits de flora (nº): 0 notas de imprensa emitidas (nº): 56 conferências de imprensa dinamizadas (nº): 3 seminários públicos organizados (nº): 1; 68 participantes sessões de divulgação anual organizadas (nº): 2; 115 participantes (Sement event 2012 e 2013) notícias em jornais nacionais (nº): 176 notícias radiofónicas (nº): 2 notícias em portais web (nº): 243 artigos em revistas especializadas (nº): 5 Outros eventos de comunicação/divulgação(nº): 1; 80 participantes (Viver a floresta)

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5.3.5. Ação D.5 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Público em Geral Procurando dar resposta a pedidos com que a equipa do projeto se viu confrontada logo após o seu arranque e divulgação nos media, foi viável a partir de Fevereiro de 2012, sem prejuízo da posterior conclusão da ação A.2, iniciar de forma preparatória o acolhimento de visitas guiadas de grupos, a pedido, às áreas de intervenção, em programas que incluíam também pequenos trabalhos de voluntariado (conforme conceito preconizado em candidatura). A primeira visita ocorreu a 18/02/2012 (antecipando o marco inicialmente estabelecido para 01/04/2012), com a participação de um grupo de dezoito escuteiros que se dedicaram a trabalhos de combate a invasoras (arranque de exemplares de pequena dimensão de Acacia sp., ao longo do percurso efetuado). A essa seguiram-se várias outras, devidamente articuladas com os resultados da ação A.2, entretanto concluída, e com os desenvolvimentos e necessidades da ação C.2. No período que decorreu entre a apresentação do Relatório de Arranque e o 1º Relatório de Progresso foi concluído o planeamento e calendarização das restantes atividades da ação tal como já evidenciado no 1º Relatório de Progresso elas quais continuam, à data deste Relatório, a apresentar índices de procura, desenvolvimento e resultados distintos. O programa de visitas guiadas com grupos organizados tem sido sobretudo executado de forma regular/mensal com grupos de idosos de IPSS´s e de forma pontual, a pedido, com grupos de escolas exteriores ao concelho, escoteiros e ONG´s. Fruto do esforço da equipa de comunicação junto das IPSS´s e de resultados particularmente positivos durante as primeiras edições com este público – ensaiadas durante o “sement event” de 2012 - os idosos têm sido particularmente ativos na adesão ao programa. Por esse motivo, têm-se dinamizado edições mensais regulares (por vezes bimensais, extravasando o previsto em candidatura), com uma participação concreta e dedicada a trabalhos de apoio ao projeto, que geralmente é realizada nas instalações do viveiro. Dado o seu sucesso (tanto em termos de procura por parte das IPSS’s como dos resultados ao nível do apoio a tarefas do viveiro), o programa tem vindo a ser alargado em termos de frequência e abrangência do público-alvo (inicialmente apenas se consideraram as IPSS’s concelhias e desde há vários meses tem vindo a trabalhar-se também com IPSS’s de concelhos limítrofes, na envolvente regional, de forma a alargar o universo e satisfazer a procura dirigida ao projeto). Tal como referido no 1º Relatório de Progresso, decorrendo das necessidades adicionais em matéria de obstrução de parcelas e caminhos de acesso, as atividades de pequeno voluntariado associadas a estas visitas e inicialmente contempladas como resultado da ação A.2 (controlo de invasoras, recolha de sementes e apoio a plantações/sementeiras) foram alargadas de forma a incluir, para os públicos aplicáveis (geralmente os grupos de jovens), a possibilidade de recolha de material vegetal caído nas parcelas e nos caminhos. O programa de passeios pedestres, oferecido mediante inscrição prévia com base na definição dos trilhos criados para o efeito na ação A.2 - trilhos “adernal” e “invasoras” - tem merecido menos procura do que esperado por parte de visitantes e turistas. O facto de em 2014 se ter contratado uma monitora a tempo inteiro, necessidade que se havia elencado no segundo semestre de 2013 como possível solução para ultrapassar este problema, poderá inverter esta situação, caso a oferta seja calendarizada/dinamizada na base mensal e regular inicialmente previstas (mesmo que sem inscrições prévias e sempre a título gratuito). Sem prejuízo de tal facto, procurou-se disponibilizar os programas de passeios como parte complementar dos trabalhos de voluntariado da ação D.6, sempre que os respetivos grupos manifestassem nisso interesse. Com este ligeiro desvio face ao objetivo inicial, verificou-se que o programa não foi efetivamente executado com base numa frequência regular, mas sim em função dos pedidos gerados. Com a recente contratação da monitora a tempo inteiro espera-se assegurar o retorno aos objetivos iniciais e integrar na sua execução um número maior de visitantes e turistas. Espera-se igualmente que os resultados práticos decorrentes desta contratação possam ser amplificados através de uma maior articulação com os agentes turísticos locais, dando continuidade a trabalhos que a equipa de comunicação do projeto teve a cargo mas que se viram temporariamente interrompidos pela não renovação do contrato com a funcionária Cândida de Sá e com as novas prioridades relativas ao turismo estabelecidas pelo novo Conselho Diretivo da FMB.

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Enquanto a integração efetiva da oferta dos passeios não é promovida de forma mais articulada com outras unidades de alojamento local, foi ainda ensaiada a sua oferta com as unidades de alojamento que a própria FMB gere, no conceito designado de “escapadela na Mata” (em que ou passeios guiados ou ateliers eram oferecidos a quem se alojasse nas Casas da Mata. Contudo, a opção desse público, geralmente famílias, recaiu sempre sobre as oficinas, em detrimento dos passeios, aparentemente não tão atrativos. Em articulação e mais frequentemente de forma isolada (i.e. não agregada a passeios), o conjunto de ateliers/oficinas de conservação estabelecidos na ação A.2 apresenta diferentes níveis de procura consoante a temática da oficina. Claramente, existem oficinas que, são preferidas relativamente às restantes, tal como é o caso das oficinas “Sementes com vida!” e “Construindo um herbário…”, que têm sido oferecidos a uma maior número de participantes. À data de redação deste relatório foram envolvidos nas atividades desta ação um total de 1436 participantes, provenientes de diversos grupos/entidades, entre os quais se destacam:           

O já referido o Corpo Nacional de Escutas – Junta Regional de Coimbra; Casa da Criança da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada; Cáritas Diocesana de Coimbra; Pais e crianças associadas ao Projecto Educativo “Duendes na Mata”; Connect Comunicação; Agrupamento de Escolas de Alvaiázere; Fisher Scientific, Lda Sinuta S.A Cutuvia – Agência de Viagens e Turismo, Lda Associação Nacional de Aposentados da CGD Jardim de Infância Drª Odete Isabel

Sem prejuízo dos constrangimentos referidos e formas colocadas em prática para os ultrapassar, a execução da ação tem estado pouco abaixo dos níveis esperados para esta fase do projeto, atingindo-se globalmente os seguintes indicadores quantitativos de execução:       

Passeios pedestres promovidos (nº): 30 Visitas guiadas promovidas (nº): 123 Ateliers/oficinas promovidos (nº): 73 Público abrangido com atividades da ação (nº): 1798 Trilhos pedestres criados: 2 Bagas de gilbardeira (Ruscus aculeatus) recolhidos (kg): 4,772 Plantas semeadas em viveiro (nº): 960

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5.3.6. Ação D.6 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Empresas De entre as várias componentes do Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado, a Ação D.6 destaca-se pelos indicadores positivos que tem sido possível alcançar. Fica demonstrado que o recurso a esta valência permite uma eficaz angariação de mão-de-obra para apoio à conservação, apesar da conjuntura socioeconómica nacional, à semelhança do que tem vindo a ser evidente noutros contextos geográficos. O início dos trabalhos deu-se com um ano de antecedência face ao que estava previsto, tendo os trabalhos da ação envolvido um número crescente de entidades e de participantes que a eles aderem. A natureza e visibilidade das atividades levadas a cabo conduzem, inerentemente e de forma sustentada, à consolidação da ação D.6, enquanto uma das componentes de peso no processo de comunicação/divulgação/disseminação do projeto através da comunicação social. Esta é um facto verificável e mensurável face ao histórico de notícias vindas a público e que constam do sítio internet do projeto. Além do quantificável fator adesão, as diversas ações de voluntariado têm vindo a envolver um leque diversificado de entidades (não apenas empresas como inicialmente se previa mas também outro tipo de instituições, de todos os quadrantes da sociedade, e os respetivos colaboradores). A participação do tecido económico local, regional e nacional tem permitido assegurar um contínuo aporte de apoio às atividades de conservação desenvolvidas in situ, graças ao potencial de visibilidade que daí advém para as referidas entidades que têm políticas de responsabilidade social e/ou ambiental, e estão cada vez mais consciente da necessidade de as ações externas que desenvolvam sejam contributivas para o impacto social assim gerado. O acréscimo desses apoios foi particularmente relevante após a passagem do ciclone Gong a 19 de Janeiro de 2013 e tempestade Stephanie, conseguido pelo desencadeamento de um conjunto de mecanismos de comunicação e pedidos de auxílio imediato que se dirigiram através da comunicação social. Neste período, o voluntariado em muito contribuiu para o correto desenvolvimento dos trabalhos mais prementes de desobstrução e limpeza de vias para circulação internas e parcelas. Os voluntariados com empresas e instituições não especializadas não foram, contudo, desencadeados no momento imediato, subsequente à passagem da intempérie, mas no período que se seguiu a intervenções levadas a cabo por parte de empresas e entidades que atuam no setor das florestas (de enfoque técnico premente à solução dos problemas identificados e assim incluídas numa primeira vaga de intervenções). Com os esforços de angariação de novos voluntários e de contínua divulgação nos media, os trabalhos de voluntariado têm prosseguido em consistente crescimento, envolvendo, à data de redação do presente Relatório não só a continuação da tipologia de ações associadas à reposição das condições de normalidade, ainda necessárias, como também o aprofundamento e reforço do controlo de invasoras e beneficiação de floresta autóctone por ações de reflorestação. Destacam-se ainda alguns casos pontuais mas igualmente significativos, em que o apoio cedido pelas instituições se alargou à oferta (nalguns casos regular) de produtos (e.g.. fertilizantes, plantas, e outros bens materiais necessários), complementando tanto as necessidades adicionais induzidas pelos temporais, como as de continuidade do projeto (como é o caso da oferta de 30 toneladas de composto ofertado pela ERSUC, no mês de Junho). À semelhança do referido para o caso da ação D.5, o conjunto de atividades inicialmente previsto foi ampliado para incluir também trabalhos de remoção e limpeza/desobstrução de parcelas e caminhos, que em muito têm contribuído para assegurar as necessidades não previstas e equacionadas e a que se obrigaram por via das intempéries de 2013 e 2014. Ainda, procurou-se aliar às ações de voluntariado, a disponibilização de programas em formato passeio/visita, como parte complementar a estas, sempre que as empresas/instituições manifestassem nisso interesse. De facto, verifica-se atualmente, face a trabalhos prévios estrategicamente planeados, não ser quase necessário o programa ser acionado pela FMB, isto é, ele é autoalimentado apenas com a resposta a pedidos gerados — registando-se ainda uma tendência crescente a este nível, a qual é demonstrativa do êxito dos esforços comunicativos encetados Em 2013, uma ação para um conjunto de voluntários “anónimos” que contactaram a Fundação no sentido de auxiliar a Mata após o temporal de janeiro, teve, pela sua repercussão mediática, acompanhamento televisivo de alguns dos canais nacionais, tanto na sua divulgação, como no acompanhamento. Conseguiu-se assim alavancar, no período subsequente, um significativo conjunto de grupos de voluntariado sem filiação institucional, modalidade que regista contudo uma tendência decrescente mercê de serem iniciativas ditas por impulso e solidariedade, de resposta a um acidente mediático.

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Não obstante, o exposto no presente relatório permite verificar que, globalmente, as ações de voluntariado registam níveis de adesão e fidelização superiores aos que seriam inicialmente expectáveis. Contribui para este facto, uma metodologia e estratégias que vêm sendo ajustadas e que se materializa nas condições de receção aos voluntários. É realizada uma apresentação prévia aos trabalhos físicos a desenvolver, procurando por um lado motivar os voluntários e por outro veicular uma informação dirigida, em modelo de formação, que permita enquadrar as atividades a realizar no quadro geral dos objetivos do projeto (e.g. valores naturais a preservar, metodologias a aplicar, regras de conduta e segurança, etc. ). Complementarmente, verificam-se sinergias de comunicação e divulgação entre os trabalhos dinamizados pela FMB e a partilha de informação entre os participantes nas ações de voluntariado. Estas dinâmicas geram novas intenções de participação por parte de outras empresas e grupos, em efeito de cascata, sendo a ampla disseminação de informação e passagem da perceção de plena satisfação de quem fez voluntariado, uma forma bastante eficaz de maior envolvimento e desejável angariação de mais aderentes. Como se pode observar nas tabelas 5.3.6.1 e 5.3.6.2, em ocasiões emblemáticas procedeu-se à organização de ações com o envolvimento simultâneo de mais do que uma empresa/instituição, decorrendo destas, posteriormente, participações individualizadas e dedicadas. Tabela 5.3.6.1 – Empresas e outras instituições Empresa / Instituição

Data

Ação

Número de participantes

Sanindusa

31-03-2012

12

Montepio

29-06-2012

Valorização de floresta autóctone ao de floresta autóctone Controlo de Invasoras

Universidade de Aveiro

11-07-2012

Controlo de Invasoras

30

20

Universidade de Aveiro

18-07-2012

Controlo de Invasoras

29

GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (envolvimento de vários grupos económicos nacionais e internacionais)

26-10-2012

Controlo de Invasoras

100

Município de Mealhada

27-10-2012

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

40

Universidade de Aveiro

17 a 18-11-2012

Valorização de floresta autóctone

42

Silvapor

23-11-2012

Valorização de floresta autóctone

10

Desfio das Letras

25-11-2012

Controlo de Invasoras

10

Sociedade de Águas de Luso

30-11-2012

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

70

Talentus - Formação

15-12-2012

Valorização de floresta autóctone

15

Silvapor

23-01-2013

Valorização de floresta autóctone

10

Ass. Florestal ‘Caule’ e Sapadores do Município de Penacova

28 a 31-01-2012

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

14

Ass. Florestal ‘Caule’ e Sapadores do Município de Penacova

04 a 08-02-2012

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

14

Terra Crua

04 a 08-02-2012

Valorização de floresta autóctone

6

Terra Crua

27-03-2013

Valorização de floresta autóctone

10

Alves Bandeira

25-05-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

100

Açoreana Seguros

08-06-2013

Valorização de floresta autóctone

60

Universidade de Aveiro

10-07-2013

Controlo de Invasoras

25

Universidade de Aveiro

17-07-2013

Controlo de Invasoras

25

Escloa Superior Agrária de Coimbra e Centro de Ecologia Funcional UC

27-07-2013 a 04-08-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

20

Instituto de Emprego e Formação Profissinal (IEFP)

11 a 12-07-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

18

Montepio

20-09-2013

Controlo de Invasoras

25

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Tabela 5.3.6.1(cont.) – Empresas e outras instituições Empresa / Instituição

Data

Ação

Número de participantes

GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (envolvimento de vários grupos económicos nacionais e internacionais)

11-10-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

80

Município de Mealhada

24-11-2013

Valorização de floresta autóctone

22

Sociedade de Águas de Luso

13-12-2012

Valorização de floresta autóctone

30

Liberty seguros

29-01-2014

Valorização de floresta autóctone

25

Tree Services

17 a 21-02-2014

Valorização de floresta autóctone

4

“Equinócio – Cultura de Ação” e PHC-Software de Gestão

20-06-2014

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone / Limpeza, recolha e trituração de material vegetal

106

Total empresas/instituições: 21

Total participantes: 972

Tabela 5.3.6.2 – Instituições de solidariedade social e outras organizações Organização / Instituição / Público

Data

Ação

Número de participantes

Associação Jovens Cristãos de Luso

17-08-2012

Controlo de Invasoras /Recolha de Sementes

22

Público (sem filiação)

23-08-2012

Controlo de Invasoras

6

Público (sem filiação)

30-08-2012

Controlo de Invasoras

6

Juventude Socialista (Núcleo de Mealhada)

21-07-2012

Controlo de Invasoras

20

‘Grupo de Jovens de Barcouço’

06 a 07-09-2012

Controlo de Invasoras

10

Escola EB 1 Pampilhosa

11-12-2012

Controlo de Invasoras /Recolha de Sementes

30

Público (sem filiação)

16-03-2012

200

Cáritas Diocesana de Coimbra

21 a 22 -03-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone Valorização de floresta autóctone

IPSS de Pedralva

22-03-2012

Valorização de floresta autóctone

8

IPSS de Aguim

22-03-2012

Valorização de floresta autóctone

15

IPSS de Avelãs de Caminho

22-03-2012

Valorização de floresta autóctone

15

IPSS Avelãs de Cima - Anadia

24-04-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

18

Público (sem filiação)

19-05-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Controlo de Invasoras

60

Centro de Dia de Barcouço

22-05-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal

16

Centro paroquial de Solidariedade Social de Ventosa do Bairro

22-05-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal

15

Centro Social e paroquial da Moita

06-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal

13

Santa casa da Misericórdia de Penacova

06-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal

12

Corpo Nacional de Escutas

22-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Controlo de Invasoras

60

Centro de Apoio Social de Paredes do Bairro e Figueira de Lorvão

25-06-2013

Valorização de floresta autóctone

35

Centro Social e Recreativo da Poutena

27-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

10

Centro de Apoio Social de Vila Nova de Monsarros

24-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

41

10

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Tabela 5.3.6.2 (cont.) – Instituições de solidariedade social e outras organizações Organização / Instituição / Público

Data

Ação

Número de participantes

Santa Casa da Misericórdia de Mortágua

24-06-2013

Limpeza, recolha e trituração de material vegetal / Valorização de floresta autóctone

15

Centro de Apoio Social de Vila Nova de Monsarros

24-06-2013

Recolha de Sementes/Valorização de floresta autóctone

12

Centro de Acolhimento de Penacova

29-07-2013

Recolha de Sementes/Valorização de floresta autóctone

18

Centro Social da Freguesia de Casal Comba

19-07-2013

Valorização de floresta autóctone

17

Centro de Acolhimento de Penacova

30-07-2013

Valorização de floresta autóctone

18 40

Público (sem filiação)

03-08-2013

Controlo de Invasoras

Centro Social da Vacariça

20-09-2013

Valorização de floresta autóctone

Associação Jovens Cristãos de Luso

22-09-2013

Controlo de Invasoras /Recolha de Sementes

Público (Sement Event)

23-11-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

EB Luso

23-11-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

22

Centro Social Polivalente de Ourentâ

26-11-2013

Recolha de Sementes/Valorização de floresta autóctone

16

Centro Social da Varziela

27-11-2013

Valorização de floresta autóctone

9

CASPAE

28-11-2013

Valorização de floresta autóctone

5

Caritas Centro rainha santa isabel

28-11-2013

Valorização de floresta autóctone

16

Centro social nossa senhora dos milagres – Cernache - Cáritas

29-11-2013

Valorização de floresta autóctone

12

Público (Sement Event)

30-11-2013

Controlo de Invasoras / Valorização de floresta autóctone

22

Público (Pop. escolar)

01-02-2014

Controlo de Invasoras

12

Centro Social da Pedrulha (coimbra)

21-02-2014

Valorização de floresta autóctone

15

Centro de solidariedade social da Adémia

31-03-2014

Valorização de floresta autóctone

15

Corpo Nacional de Escutas

07-06-2014

Controlo de Invasoras

150

Clube W123 Portugal

07-06-2014

Valorização de floresta autóctone

40

Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas Com Epilepsia (EPI

15-06-2014

Valorização de floresta autóctone

30

Total instituições: 35

15 13 15

Total participantes: 1134

Na generalidade, a ação D.6 apresenta portanto resultados muito positivos, destacando-se como principais indicadores da sua execução:        

entidades envolvidas em ações de voluntariado (nº): 56 empresas envolvidas em ações de voluntariado (nº):21 fundadores envolvidos em ações de voluntariado (nº): 4 participantes envolvidos em ações de voluntariado (nº): 2016 ações de voluntariado dinamizadas (nº): 72 árvores/arbustos plantados em ações de voluntariado (nº): 2800 caminhos desobstruído/limpos de material vegetal (m): 4054 áreas de intervenção com ações de voluntariado de controlo de invasoras (ha): 13.72

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5.3.7. Ação D.7 - Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Escolas Com execução atrasada face ao esperado em candidatura, e conforme descrição detalhada em relatórios anteriores, identifica-se o arranque da ação D.7., relacionada com o envolvimento do público escolar. Após atrasos sucessivos, o empenho colocado pelo novo executivo municipal do parceiro MM após as eleições autárquicas de Setembro de 2013 conduziu ao início da sua concretização, cujos resultados se consideram positivos, e de que se dá conhecimento, para além desta secção, também num relatório específico, elaborado pelo parceiro, com mais informação. O facto de a sua execução não ter decorrido como previsto no Relatório de Arranque relacionou-se, como se deu oportunamente conta em relatórios anteriores, com os constrangimentos com que o parceiro MM se debateu ao nível da contratação de pessoal, condição prevista para implementação das atividades. Como fica explícito no relatório do parceiro MM, para minimizar os efeitos anteriormente descritos, este procurou alargar o âmbito da ação a uma gama mais vasta de ciclos educativos, assim como aos seus agregados familiares, conduzindo a níveis de participação e envolvimento que deverão ser mantidos e se consideram adequados. Na sequência dos constrangimentos verificados no período que precedeu o arranque efetivo por parte do MM, a equipa da FMB procurou auxiliar no desenho de soluções alternativas, as quais foram objeto de discussão nas reuniões internas de gestão do projeto e posteriormente apresentadas à equipa de monitorização durante a visita realizada em finais de 2012. À data, ficou prevista a viabilidade de contratação de assistência externa como forma de ultrapassar as limitações à contratação de pessoal estabelecidas pelo Orçamento de Estado, estando previsto um calendário de implementação que, grosso modo, incluía a aprovação do correspondente Caderno de Encargos pela Assembleia Municipal que iria realizar-se em Dezembro de 2012, com o subsequente lançamento dos procedimentos de contratação pública inerentes, através das plataformas eletrónicas. Era assim previsível que a referida assistência externa estivesse adjudicada e no terreno a partir de Março de 2013, permitindo “ensaiar” o programa educativo ao longo do período que decorreria entre as férias da Páscoa e as férias do Verão, ainda no contexto do ano letivo 2012/13. Contudo, como transmitido pelo parceiro, não foi possível concluir a elaboração do Caderno de Encargos ao longo de Dezembro de 2012 de forma a que o mesmo pudesse ser atempadamente distribuído e agendado para a ordem de trabalhos da referida Assembleia Municipal. Neste contexto, toda a documentação inerente teve de aguardar pela Assembleia Municipal seguinte, atrasando o processo em cerca de 3 meses e conduzindo a que o procedimento já só pudesse ser lançado para a plataforma eletrónica com idêntico atraso, i.e., obrigando a que as atividades a contratar apenas pudessem de facto iniciar-se, com as escolas e alunos, no decorrer do ano letivo 2013/2014. O prazo para apresentação de propostas terminou a 20 de Maio de 2013 tendo estas sido objeto de avaliação com o desencadeamento do consequente processo de adjudicação, com as atividades a iniciar efetivamente a 23 de novembro de 2013. Foi assim possível, no ano de 2013/14, assegurar uma significativa participação e envolvimento dos alunos, professores e agregados familiares, com as atividades de sensibilização e de conservação ativa previstas e que de facto se vieram a concretizar. De salientar, contudo, o papel preponderante que a FMB desempenhou no assegurar de um mínimo de atividade associada à Ação aqui descrita. Como forma de minimizar os constrangimentos registados pela não execução desta ação por parte do parceiro MM, a FMB dinamizou, de forma menos intensa e frequente do que o previsto na ação afeta ao MM, algumas ações de sensibilização educação ambiental junto de escolas do concelho. Estes trabalhos foram até data do arranque por parte do MM, realizados no âmbito do programa “A Mata Vai à Escola”, sem custos para o projeto e envolvendo recursos e meios próprios e/ou mobilizados através de outros mecanismos.

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Figura 5.3.7.1 - Atividades da iniciativa “A Mata vai à Escola”, promovidas pela FMB, incluíram referências e informação sobre o projeto

Complementarmente foram acolhidos todos os pedidos de visita de escolas e alunos, no âmbito das atividades organizadas na ação D.5. Decorrente desta solução, ainda que precária, foram dinamizados ao longo do ano letivo 2012/2013 um quantitativo de 13 sessões em escolas do concelho, abrangendo 226 alunos, no âmbito das quais se procedeu à divulgação dos trabalhos do projeto, a par com a sensibilização para os valores da Mata, incluindo o adernal. Para apoio a essas atividades foram utilizados os materiais produzidos entretanto – fichas de Guias de Campo, flyers e desdobráveis. Também, no âmbito da programação das edições de 2012 e 2013 do “Sement event”, se logrou integrar algumas atividades com alunos e escolas, que abrangeram 10 escolas e cerca de 150 alunos. O Parceiro MM deu início às atividades regulares a 23-11-2013, no âmbito da realização da edição 2013 do “Sement event” com a organização de uma Oficina de Sementes. No período do ano letivo 2013/2014 coincidente com as férias escolares de inverno o MM promoveu a realização de 13 oficinas/atividades cujos temas se procurou integrar com a quadra festiva em que decorreram. Analogamente na quadra festiva das férias da primavera, as 3 oficinas/atividades promovidas e dirigidas a toda a comunidade escolar e famílias tiveram como mote a Natureza e a Páscoa, fomentado o sentido de responsabilidade ambiental perante o meio natural, o estímulo, a curiosidade e a sensibilidade perante a natureza e o meio ambiente. A partir de Janeiro 2014 foi dinamizado um conjunto de atividades intitulado “BRIGHT vai à escola”, subordinado a 3 temas diferentes: “Bussaco”, “Duendes na Floresta”(capitalizando e integrando o Projeto “Duendes na Mata do Buçaco”) e ainda “Ambiente e Sustentabilidade”. Com estas atividades ter-se-á conseguido transmitir conhecimentos e despertar a população escolar alvo para o valor natural que a MNB encerra, sobressaindo, contudo e de forma algo surpreendente, o aparente desconhecimento que grande parte da população escolar tem sobre a MNB e/ou suas atividades/ações, sendo que em relação à Floresta Relíquia e ao adernal o desconhecimento é quase total, demonstrando assim a premente necessidade de intensificação da ação D.7 conduzindo a uma maior sensibilização para a conservação deste habitat. Os grupos de atividades regulares “quartas com ciência no parque” e “sábados e domingos no parque”, dinamizadas tanto no parque da cidade de Mealhada, como nas escolas do concelho, possibilitaram o desenvolvimento de oficinas/atividades em dois momentos diferentes, sendo que o primeiro potenciava a participação estrita da população escolar e o segundo possibilitava a participação por parte de alunos e respetivas famílias.

Para o remanescente do período do Projeto, para continuar a materializar a ação D.7., foi eleborado um programa operacional que contempla ajustes orçamentais (ver Questões à Comisão – ajustes orçamentais). A descrição do programa (uma operacionalização do programa da ação A.2) encontra-se no Anexo IV.

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Figura 5.3.7.2 (a-c)- Atividades desenvolvidas nas escolas, promovidas pela CMM , incluíram ações de controlo de invasoras e plantações

O Parceiro MM no âmbito do desenvolvimento autónomo da ação D.7 angariou cerca de 600 plantas, tendo procedido à sua doação à FMB com objetivo de reflorestação de áreas intervencionadas no âmbito das Ações C.1 e C.2. Fruto das contrariedades a que esteve votado o desenvolvimento do Programa de ações de sensibilização, envolvimento e voluntariado para escolas, não foi ainda possível ao MM desencadear e iniciar os trabalhos de produção dos materiais pedagógicos esperando-se que estes se encontrem finalizados em dezembro 2014. Os indicadores de execução da ação D7 por parte do MM, afiguram-se, na generalidade muito positivos:    

Atividades/oficinas dinamizadas (nº): 33 Ciclos de ensino abrangidos (nº): 4 Participantes envolvidos em ações de sensibilização e envolvimento (nº):2051 Materiais pedagógicos produzidos (nº): 0

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5.3.8. Ação D.8 - Programa de Acções de Disseminação e Transferência de Resultados Incluídos nesta ação encontram-se um conjunto de trabalhos com fases distintas de calendarização e execução. De uma forma geral, é possível referir que aqueles que diziam respeito ao período já decorrido foram programados e executados conforme previsto e/ou com alguma antecipação face aos marcos estabelecidos, com exceção da participação na edição de 2014 da Greenweek que, pelos motivos abaixo descritos, se optou pudesse ser antes efetuada na edição de 2015 daquele evento. No que respeita às visitas de divulgação com elementos da comunicação inicial, e tal como descrito no Relatório de Arranque, foram inicialmente objeto de uma primeira programação e definição entre a equipa de projeto e a equipa externa que então assegurava a assessoria de comunicação. Foi então definido um modelo/programa que se considerava adequado a estas visitas e, identificados os primeiros “alvos” de convite, incluindo a seleção prévia de órgãos de comunicação que se entenderam mais adequados a este fim. O respetivo dossier de imprensa foi estruturado e o programa chegou a ser agendado e acordado com os elementos convidados, mas não se concretizou. Decorrendo da experiência e adaptações desde então induzidas com este objetivo pela equipa interna de comunicação, os contactos com os media passaram a ser objeto de programas mais informais e menos “pesados” em termos de programação, coerentes com as solicitações de jornalistas e igualmente eficazes ao nível do seu retorno em termos de comunicação, reportagens e transmissão de informação para o público em geral. Neste contexto, e beneficiando também de um processo de “bola de neve”, mais personalizado no estabelecimento de contactos com os media, o projeto tem sido visitado por diversas equipas de órgãos de comunicação nacionais, regionais e locais, cujos resultados práticos se evidenciam na publicação de um conjunto de notícias, reportagens e artigos que se apresentam no Anexo de Media enviado com este relatório. Na prática, alocando-se menos recursos do que inicialmente esperado (designadamente ao nível de despesas de serviços relacionados com alojamento, deslocação e estadia de elementos dos media, nunca necessárias), os resultados de disseminação têm sido substancialmente superiores ao previsto, i.e. promoveram-se trabalhos mais custo-eficazes no que à comunicação com os media diz respeito. Fruto desse trabalho, salientam-se como principais resultados, em termos de cobertura mediática, vários exemplos apresentados no Anexo de Media que acompanha este relatório e no qual se incluem:  reportagens/coberturas televisiva nos principais canais nacionais;  entrevistas radiofónicas em estações regionais e nacionais;  artigos em imprensa/revistas especializadas de âmbito nacional;  notícias diversas na imprensa generalista de âmbito nacional, regional e local. Ao nível da disseminação de caráter mais técnico e transferência de resultados, promoveram-se duas linhas de intervenção, igualmente bem-sucedidas e com resultados acima das metas esperadas (sem que isso implicasse dispêndio de mais recursos do que os já orçamentados em candidatura): a conceção/produção de uma primeira versão do stand de projeto e sua presença em eventos nacionais e a organização dos workshops técnicos de transferência de resultados. Antecipando as datas inicialmente previstas e visando a participação do projeto em eventos de âmbito nacional com os quais se estabeleceram contactos, procedeu-se à conceção/produção da primeira versão do stand do projeto (acautelando a possibilidade de os respetivos conteúdos serem posteriormente atualizados com novos desenvolvimentos e resultados), o qual ficou operacional a partir de Maio de 2012. Desde então, conforme descrito no 1º Relatório de Progresso, a equipa de projeto esteve presente com o stand, para efeitos de disseminação, nas feiras de âmbito nacional abaixo referidas:     

EXPO.tur - 1ª Feira de Turismo Rural e Natureza, em Santarém, no âmbito da edição de 2012 da Feira Nacional de Agricultura; edições de 2012 e 2013 do Green Festival, em Cascais, eventos de âmbito nacional com elevada importância para o estabelecimento de networking e contactos institucionais no âmbito de programas de responsabilidade corporativa, essenciais aos trabalhos da ação D.6; edições de 2012 e 2013 da OBSERVANATURA, em Setúbal, com participação direcionada a apresentação dos programas de envolvimento do público e de uma comunicação técnica sobre o projeto; edição de 2013 da ExpoFlorestal, em Albergaria-a-Velha, para disseminação junto de outros agentes envolvidos em gestão florestal e controlo de invasoras; edição de 2013 do Congresso Florestal Nacional, em Vila Real, incluindo apresentação de comunicação geral sobre o projeto;

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edição de 2014 da ObservaRIA, em Estarreja, com participação direcionada a apresentação dos programas de envolvimento do público da ação D.5 e apresentação de uma comunicação sobre a monitorização ecológica da ação E.2. Para o presente ano, prevê-se tal como já vem sendo hábito nova presença na edição de 2014 do Green Festival, em Outubro, trabalho que se encontra em estruturação pelo novo elemento da equipa com funções de comunicação, em articulação com os restantes elementos da equipa de projeto. A pedido das respetivas organizações e/ou como resposta a desafios apresentados pela FMB a terceiros, foram ainda executados um conjunto de ações de divulgação e comunicação que tiveram lugar fora da área de intervenção e não estavam previstas em candidatura. A sua organização foi promovida atendendo aos seus contributos para disseminação e comunicação do projeto e/ou para incrementar a atenção de públicos específicos para o problema das invasoras e de conservação do adernal:      

"Buçaco fora de Muros" no Coimbra Shopping - Comemorações Dia da Árvore, na semana correspondente, em 2012, 2013 e 2014; Apresentação “Pecha Kucha” na Capital Europeia da Cultura 2012, Guimarães (interação dos trabalhos do projeto com o design); Mostra Local de Artesanato de Mealhada, nas edições da Feira de Gastronomia e Artesanato de Mealhada de 2012, 2013 e 2014; Exposição no hall da Assembleia de República, em Abril de 2013; Open Day na Escola de Hotelaria de Coimbra, em Maio de 2013; 4º Encontro Regional de Voluntariado para a Água, organizado pela Agência Portuguesa do Ambiente em Tavira, Novembro de 2013;

No Anexo fotográfico que constitui parte integrante deste relatório são enviadas fotografias exemplificativas do conjunto de participações associadas a esta ação. Quando aplicável, as comunicações orais apresentadas para efeitos de disseminação têm sido colocadas, à medida que vão sendo realizadas, no sítio web do projeto, a partir do qual podem ser descarregadas por qualquer utilizador. No âmbito das programações de 2012 e 2013 do “Sement Event”, foram organizados e dinamizados quatro workshops técnicos, dois dos quais relacionados com o controlo de invasoras e dois com a recolha e propagação de espécies autóctones. O resultado obtido com os workshops, em número já superior ao previsto em candidatura, é encarado como particularmente positivo. Nesse sentido, tal como transmitido no 1º Relatório de Progresso, decidiu-se aumentar a sua execução para uma base anual, superando as metas estabelecidas em contexto de candidatura e contribuindo para uma maior disseminação de resultados junto de possíveis interessados. De referir que alguns dos participantes nestes workshops integram equipas que conceberam outros projetos LIFE, entretanto aprovados, com o propósito de controlar invasoras, como é o caso do Município do Barreiro — o que poderá significar e se traduzir, mais tarde, em novas parcerias institucionais para transferência efectiva de conhecimento gerado e/ou acumulado no corpo técnico da FMB. Naquele mesmo contexto – programação do “Sement Event” - o seminário técnico organizado para efeitos de networking na edição de 2012 mostrou-se uma boa base de ensaio para a conferência final do projeto que se pretende organizar no âmbito desta ação, no último semestre do projeto. Constituiu-se também como uma boa base para uma rede de contactos em torno de objetivos associados ao controlo de invasoras, e assim para a troca de experiências particularmente úteis à ação E.4 Também, como resultado da estratégia de integração de reclusos na equipa de operários de projeto, de referir que o projeto foi galardoado em 2013 com a atribuição do Prémio Manuel António da Mota, que reconhece intervenções exemplares em matéria de cidadania. Na sequência desse galardão, o projeto mereceu uma mais ampla cobertura pelos media, que se traduziu também em novos contactos por parte de interessados em realizar trabalhos de voluntariado. Por último, de referir que o mini-guias de metodologias de controlo de invasoras se encontram e fase de ultimação podendo observar-se a respetiva maquete na figura 5.3.8.1, esperando-se a sua conclusão para Setembro 2014.

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Figura 5.3.8.1 – Maquete de mini-guia de controlo de invasoras

Globalmente, destacam-se como principais indicadores da ação:  stands produzidos (nº): 1  participações com stand em eventos de cariz nacional (nº): 8  participações em outros eventos (nº): 5  workshops sobre controlo de invasoras promovidos (nº): 2  workshops sobre propagação de autóctones promovidos (nº): 2  visitas de divulgação para os media (nº): 4

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5.4. Avaliação da Implementação do Projeto Em termos gerais, e em coerência com o referido nas secções anteriores, a avaliação atualmente feita da evolução do projeto evidencia: 

do ponto de vista metodológico, os resultados obtidos com o ensaio e avaliação das metodologias (métodos e práticas) de controlo de espécies exóticas invasoras permite concluir pela identificação de métodos eficazes, suscetíveis de replicação noutros contextos e com elevado potencial de demonstração. Destacam-se, neste contexto, o ensaio e seleção de uma cluster de métodos para controlo de Tradescantia fluminensis (práticas novas em contexto europeu), mas também o desenvolvimento/ajustamento de metodologias anteriormente testadas em Portugal com Acacia sp. que necessitaram de ser ajustadas aos contextos geográfico e ecológico específicos do Projeto, bem como outras metodologias de controlo de Pittosporum sp. que nunca antes haviam sido aplicadas em contexto nacional (cujos resultados estão já a ser disseminados/replicados para aplicação adaptativa noutro projeto LIFE, recentemente iniciado nos Açores). Também, ainda que de forma que é requerida uma análise mais aprofundada e sustentada no tempo e espécimes, o desenvolvimento/aplicação de novas metodologias de controlo de Robinia pseudoacacia, baseadas no descasque do tronco, por simples esfregar, em período de repouso vegetativo, permitiram obter indicadores que aparentemente nos levam a observar serem de eficácia prometedora.

em complementaridade com o referido e necessidades de mão-de-obra de controlo, em especial dos controlos de seguimento não especializados, o projeto está a revelar o potencial de incorporação de mecanismos de envolvimento de público e cidadãos nas ações de controlo, através de programas de voluntariado especificamente concebidos para o efeito, naquele que constitui um caso exemplar em contexto nacional;

também, e como caso de exceção que mereceu a atribuição de um galardão em 2013 na área da cidadania e responsabilidade social – Prémio Manuel António da Mota – as metodologias de envolvimento e integração de reclusos enquanto mão-de-obra válida para os trabalhos de controlo, erradicação e conservação, constituem sem dúvida um fator diferenciador mesmo a nível europeu, que se perspetiva vir a ser potenciado/replicado noutro projeto LIFE recentemente aprovado ao Município do Barreiro.

Do ponto de vista metodológico, identificam-se também alguns insucessos de pequena expressão, como sejam os relacionados com os resultados incipientes da unidade de compostagem inicialmente prevista, cuja conclusão não se afigura viável devido a constrangimentos sobretudo relacionados com o temporal de Janeiro de 2013. Para os minimizar e manter a valorização da biomassa resultante das ações de controlo (cujos volumes foram exponencialmente elevados, como consequência direta dos dois temporais mais significativos e no curto espaço de tempo de 1 ano apenas), identificaram-se contudo soluções alternativas que envolvem a utilização da estilha, não processada, com resultados igualmente válidos, necessários e eficazes para os objetivos de conservação. Com execução muito atrasada face ao esperado em candidatura, e conforme detalhado em relatórios anteriores, referencia-se o arranque da ação D.7., relacionada com o envolvimento do público escolar, sob responsabilidade direta e única do Parceiro MM. Contudo e após sucessivos atrasos, o empenho colocado pelo novo executivo municipal do parceiro MM após as eleições de Setembro de 2013 conduziu a um potenciado arranque, cujos resultados se consideram positivos e de que se deu conhecimento na secção aplicável deste Relatório, bem como no relatório especificamente elaborado pelo parceiro, com mais informação, também anexado a este relatório. Para minimizar os efeitos anteriormente descritos, o Parceiro alargou o âmbito da ação a uma gama mais vasta de ciclos educativos, assim como aos seus agregados familiares, conduzindo a níveis de participação e envolvimento que deverão ser mantidos e se consideram adequados.(Anexo IV) Sendo ainda prematuro fazer uma avaliação dos efeitos ecológicos das ações de controlo na conservação do adernal – trabalho que se encontra em curso e foi igualmente condicionado pelos efeitos dos temporais e de uma época anormal de chuvas sucessivas – algumas das intervenções evidenciam BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 79


aparentemente efeitos e/ou tendências positivas, o que se considera relevante face ao escasso período temporal decorrido e à escala temporal a que esses efeitos normalmente seriam observáveis, que será sempre mais alargada do que a duração do projeto. Sem prejuízo de tal facto, o projeto está decididamente a contribuir para reduzir a presença e ameaça de exóticas invasoras á conservação do adernal, permitindo também a reconversão ecológica de uma área substancial, dentro da área de intervenção, cuja ocupação à data de início do projeto se resumia essencialmente a povoamentos quase puros de exóticas invasoras. Por último, de salientar ainda que a opção metodológica por associação dos trabalhos de valorização/plantação a aqueles outros de controlo/erradicação se mostrou, não só útil, como também determinante para mais rapidamente se assegurar o coberto do solo, evitando assim o crescimento, a partir do banco de sementes, de novos focos de invasão, o que significaria ou um retrocesso, ou novos atrasos, que assim se evitaram. Especificamente no caso do projeto, e no sentido de garantir uma melhor relação custo/eficácia e futura sustentabilidade dos trabalhos, tal só foi viável de assegurar através de trabalhos bem sucedidos de recuperação e operação dos antigos viveiros, e sua expansão a um ritmo que vai muito além do previsto inicialmente. Para atingir os resultados já evidentes e amplamente reconhecidos foi igualmente determinante o apoio de um conjunto de trabalhos de disseminação, envolvimento e comunicação que, apesar de formalmente integrados na candidatura como tal, constituem vetores essenciais para obter o apoio e especialmente mão-de-obra extra, tão necessários a atividades como as aqui encetadas, promovidas e relatadas.

5.5. Análise de Benefícios de longo prazo Não é possível nesta fase identificar e quantificar com precisão os benefícios de longo prazo induzidos pelo projeto, já que ele se encontra apenas a meio da sua execução. Contudo, tal como referido noutras secções, não só os trabalhos de controlo se estão a revelar eficazes, minimizando uma ameaça que era real e relevante para a conservação de uma habitat único em contexto europeu, como também se perspetivam desde já alguns indícios de efeitos ecológicos positivos sobre biodiversidade das populações de fauna e flora ocorrentes na área de intervenção. No que respeita aos programas de envolvimento, a sua consolidação permite desde já identificar como viável a sua continuidade em período pós-projeto, de forma que permitirá assegurar de modo mais custoeficaz as necessidades de mão-de-obra associadas aos trabalhos de controlo de seguimento e monitorização, indiscutivelmente necessários, muito emborase preveja que com menor frequência e intensidade. Também, numa perspetiva de longo prazo, de salientar que os trabalhos do projeto estão a possibilitar a criação e capacitação de uma equipa tecnicamente forte e competente, consistente e multidiversificada, com capacidade de estruturação de novas candidaturas ao LIFE e/ou a instrumentos similares, necessárias para conservar valores específicos existentes na mata que não foram ainda alvo de intervenção no âmbito do projeto. Desde já se identificam nesse contexto, a título de exemplo, os isolados populacionais de Prunus lusitanica, uma espécie globalmente ameaçada, de que os exemplares aqui insertos são igualmente únicos em contexto, pelo menos, nacional, bem como de várias espécies de fauna e flora (em especial anfíbios, muitos dos quais constituindo endemismos, invertebrados e briófitos) que têm merecido pouca atenção ao nível da conservação em contexto europeu. Conforme já referido, espera-se que os métodos testados e avaliados sejam mais amplamente aplicados, tal como já se começa a verificar noutros projetos LIFE com os quais se estabeleceram redes e se colabora, no acompanhamento e/ou aconselhamento (assessoria técnica). Também é desejável, que as más práticas aplicadas na envolvente geográfica da área de trabalho do projeto sejam substituídas pelas otimizadas e disseminadas por meio do presente Projeto, por via da sensibilização e envolvimento de proprietários limítrofes, facto que já é também uma realidade e se espera ampliar.

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Num contexto mais amplo, espera-se que as parcerias em curso e já estabelecidas possam ser consolidadas e ampliadas, reforçando o número de agentes e pessoas envolvidas com atividades de conservação associadas às necessidades da Mata. Por último, de salientar ainda que os trabalhos do projeto permitiram também, complementarmente, um conjunto de resultados não esperados, entre os quais se destacam a Certificação Florestal e o desenvolvimento do projeto Bussaco Digital, com os quais constituem motores motivacionais capazes de gerar elevadas sinergias.

Certificação da MNB pelos referenciais FSC© e PEFCTM O caráter inovador e demonstrativo do projeto originou, a par com outras dinâmicas confluentes não diretamente relacionadas e que se prendem com a constante exigência de reconhecimento do interesse público pela Mata Nacional do Buçaco e pela sua gestão a cargo da FMB, o surgimento e alavancar da necessidade de instaurar mecanismos que transmitam à sociedade a existência de um garante de gestão adequada e responsável dos seus espaços florestais. Em consonância com os pressupostos e objetivos do projeto, tal demonstração estaria redundante - e inequivocamente assegurada pelo cumprimento dos padrões das iniciativas de certificação Forestal do © FSC - Forest Stewardship Council e PEFCTM- Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes, validado, acompanhado e controlado por uma entidade independente e credenciada pelas iniciativas de certificação (Entidade Certificadora). A certificação florestal permite assim abordar e contribuir para a salvaguarda e/ou resolução das seguintes problemáticas (de resto, em concomitância com a generalidade dos objetivos do projeto): 

manutenção e promoção das funções não-produtivas das florestas (serviços - e.g. lúdicorecreativas e de turismo, de investigação/produção científica, etc.).

manutenção e melhoria adequada dos valores naturais e dos recursos florestais, com manutenção da saúde e vitalidade dos ecossistemas florestais.

manutenção e promoção das funções produtivas das florestas (lenhosas e não lenhosas).

manutenção, conservação e melhoria adequada da diversidade biológica nos ecossistemas florestais.

manutenção e melhoria adequada das funções de proteção na gestão florestal

manutenção e melhoria de outras funções e condições socioeconómicas (incl. postos e condições de trabalho, rentabilidade dos investimentos em serviços e recursos florestais, etc.).

correta gestão das relações de vizinhança em áreas florestadas contíguas e/ou limítrofes

O desenvolvimento do projeto permitiu não apenas alavancar os meios físicos e organizacionais necessários ao cumprimentos dos requisitos dos referenciais de certificação, como ser este o próprio mote para a inclusão em esquemas de certificação florestal. Foi ainda a visibilidade conferida pelo seu desenvolvimento que permitiu envolver um parceiro regional (Unimadeiras, S.A.), que custeou todo o processo de certificação. Refira-se ainda que a MNB passou a ser o único espaço florestal público em Portugal a estar abrangido pela certificação florestal.

Bussaco Digital Urgindo implementar estratégias para recuperar/reflorestar as áreas afetadas, a iniciativa Bussaco Digital (BD), idealizada na Fundação Mata do Buçaco (FMB), foi desenvolvida pela Universidade de Aveiro (Departamento de Comunicação e Arte) em parceria com a FMB, a SAPO Labs e a Fundação PT. O projeto consiste na criação de uma plataforma digital, através da qual qualquer utilizador, em qualquer parte do mundo e por simples registo online, pode intervir, à distância mas diretamente, através de

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plantação ou dedicatória de árvores. O acesso online à informação/localização da árvore fisicamente plantada permite visitar/acompanhar sempre o seu crescimento/maturação ao longo do tempo (anos). Este recurso capacita e fomenta a interação e impacto sociais, promovendo e estendendo a consciência ambiental global focalizada para um problema local. As contribuições dos utilizadores possibilitam ainda ações de conservação complementares, informando/sensibilizando/consciencializando a sociedade para a premência de uma estratégica e sustentável gestão florestal, pressupostos alinhados com o Projeto BRIGHT. O desenvolvimento desta plataforma apenas foi possível graças ao desenvolvimento das ações C.1 e C.2 ,nomeadamente pela sua ligação aos trabalhos de reativação dos viveiros da MNB, que facultam a existência da disponibilidade de plantas, assim como dos trabalhos de controlo de invasoras, que pressupõem a ocupação dos espaços intervencionados com autóctones. Também a visibilidade conferida pelo Projeto foi preponderante para o envolvimento dos parceiros que permitiram a materialização do Bussaco digital, já implementado e operacional, com efeitos comprovados.

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6. COMENTÁRIOS AO RELATÓRIO FINANCEIRO Em coerência com as disposições e modelo de relatório, o mapa de despesas de projeto constitui anexo ao presente documento. Em termos gerais, e como já referido, as despesas apresentadas por cada um dos parceiros são entendidas elegíveis porquanto representam custos que foi necessário incorrer para dar cumprimento específico a necessidades do projeto, Em alguns casos, devidamente assinalados e descritos no Relatório de Arranque e Primeiro Relatório de Progresso, o mapas apresentam itens de despesa que não se encontravam elencados na candidatura inicial mas que foram comunicados à Comissão e/ou objeto de pedido de autorização (p.e alguns itens de consumíveis, despesas de pessoal com designer,….). Nesse mesmo contexto, o mapa de despesas integra igualmente alguns itens de menor valor cuja justificação/fundamentação é apresentada/comunicada nas partes técnicas deste Relatório (p.e. a aquisição do destroçador de lenha, a aquisição de acessório para motosserra não equacionado inicialmente e destinado a assegura a desobstrução de parcelas) e que visaram ultrapassar de forma eficaz necessidades sentidas ao longo da execução, para cumprimento das metas, resultados e objetivos do projeto

6.1. Sumário de Despesas Em termos globais, e em coerência com os mapas de despesas de cada parceiro e do projeto, a tabela apresenta a síntese de execução financeira identificada à data de apresentação deste Relatório. Não se identificam, nesta fase, quaisquer aspetos que justifiquem o enquadramento de uma alteração de projeto, a não utilização de uma parte relevante de orçamento com despesas de pessoal, por via da adoção e utilização de mecanismos complementares (p.e. estágios profissionais), bem como a aquisição de equipamentos por custos unitários inferiores aos orçamentados em candidatura.

Tabela 6.1 – Síntese da Execução Financeira do projecto até 30/06/2012. Orçamento do Projecto (€)

Rubrica de Despesa

Pessoal

Despesas €

%

1.447.774,00

563.098,13

38,89

Viagens e Estadas

12.980,00

4.309,24

33,20

Assistencia Externa

885.394,00

244.733,78

27,64

Infraestruturas

0

0

0,00

Equipamentos

412.250,00

118.759,63

28,81

Protótipos

0

0

0,00

Aquisição de Terrenos/Direitos

0

0

0,00

Consumiveis

211.173,00

85.882,03

40,67

Outros Custos

29.850,00

16.809,07

56,31

Despesas Gerais

82.455,00

45.871,48

55,63

3.081.876,00

1.079.463,37

35,03

Totais

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6.2. Sistema Contabilístico Em termos genéricos, tal como referido no Relatório de Arranque, os trabalhos relacionados com a colocação em prática do sistema de contabilidade associado ao projecto foram iniciados previamente à sua data de arranque. Adicionalmente aos trabalhos já então relatados, e na sequência das reuniões realizadas com a equipa de auditoria externa contratada, tem-se promovido alguns ajustes dos centros de custos anteriormente estruturados no sentido de melhor se evidenciarem os modelos de afectação/imputação de custos associados a despesas gerais e a definição de modelos de imputação dos custos de pessoal. Adicionalmente, tendo em conta os comentários da Comissão após a visita da equipa de monitorização, procedeu-se a uma confirmação generalizada das timesheets preenchidas e à sensibilização dos colaboradores para o seu adequado preenchimento e assinatura. Esta informação tem sido igualmente transmitida aos parceiros, no âmbito das reuniões de gestão. Por parte da FMB, o trabalho de contabilidade executado a nível interno primeiramente pela técnica Ana Couceiro e atualmente pela técnica Ana Sofia Ferreira tem sido articulado do ponto de vista externo com o TOC responsável pela contabilidade, com o qual são promovidas reuniões mensais associadas aos lançamentos contabilísticos do projeto e das restantes atividades da FMB.

6.3. Acordos de Parceria Os acordos entre parceiros foram estabelecidos e formalizados em início de projeto, através da assinatura de Protocolos de que se deu conhecimento no Relatório de Arranque. Os modelos utilizados como base para esse fim seguiram as boas práticas e indicações do LIFE+. Decorrendo desses acordos, foram até à data processadas transferências para o parceiro UA. A escassa execução financeira do parceiro MM, e um mecanismo de faseamento de transferências diferentes do acordado com a UA não obrigaram ainda a qualquer transferência para o parceiro MM.

6.4. Auditor Externo Sem qualquer implicação efetiva na execução do projeto para além do incumprimento formal da meta estabelecida em candidatura, devidamente comunicada no Relatório de Arranque, os procedimentos de contratação externa destes serviços foram apenas concluídos em 2012. O auditor externo contratado é, desde 2012, Carlos Miguel Dias Barros, com NIF 204 081 491 e instalações na Rua Padre Estevão Cabral, 120, sala 204, 3000-316 COIMBRA, com quem foi assinado o correspondente contrato de prestação de serviços em Maio de 2012, de que se deu conhecimento no Relatório de Arranque.

6.5. Sumário de Custos por Acção A tabela 6.2 apresenta uma síntese da execução financeira do projeto por ação, a qual tem em conta a informação atualmente disponível ao nível de centro de custos. Como referido, essa informação carece de verificação/validação, num processo que se prevê esteja concluído até ao final de Agosto de 2014. Tabela 6.2 - Custos Incorridos pelo projecto à data deste relatório por acção Rubrica

A1

A2

C1 180.800,20 €

Pessoal

C2 46.903,34 €

D1

D2

D4

15.981,49 € 15.981,49 € 16.004,31 €

D5

811,80 € 5.239,80 €

2.744,36 €

2.744,36 € 23.031,75 €

378,72 €

15.898,83 €

135.679,47 €

Equipamentos

30.206,06 €

39.249,74 €

Consumiveis

43.078,88 €

20.116,89 €

Outros Custos

2.307,09 €

4.333,96 €

426,03 €

Despesas Gerais

4.195,45 €

1.565,32 €

59,80 €

Totais

811,80 € 5.239,80 € 276.682,50 €

247.848,71 €

Assistencia Externa

D7

3.232,51 € 17.480,56 €

196,00 €

Viagens

D6

3.232,47 €

9.680,74 €

418,82 € 28.617,17 €

932,50 €

D8

E1 181.374,46 €

2.577,85 €

E2

E3

82.107,29 € 1.156,68 €

5.501,77 €

12.751,74 €

260,18 € 1.353,00 €

Total 563.098,13 € 4.309,24 € 244.733,78 €

1.326,26 €

33.117,24 €

13.927,85 €

118.759,63 €

2.935,54 €

57,01 €

7.339,96 €

4.422,26 €

1.149,28 €

331,14 €

6.451,07 €

85.882,03 €

208,35 €

332,66 €

382,58 €

1.003,78 €

261,42 €

7.553,20 €

1.241,32 €

2.380,37 €

821,26 €

26.148,06 € 19.544,20 € 46.252,47 € 17.012,24 € 12.602,88 € 40.512,31 € 10.816,57 €

25.982,83 €

16.809,07 € 7.273,21 € 2.351,93 €

45.871,48 €

261.110,61 € 111.176,28 € 3.704,93 € 1.079.463,37 €

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7. ANEXOS 7.1. Anexos do Relatório Intercalar Anexo I

Reuniões regulares da Equipa de Gestão do projeto, que integram os decisores e técnicos de cada equipa (coordenação e beneficiários):  

       

 

uma primeira reunião em outubro de 2011, visando a planificação e arranque dos trabalhos do projeto e troca de informação sobre procedimentos aplicáveis a questões administrativas e financeiras, incluindo feedback do parceiro FMB relativamente à reunião de kick-off; ao longo do primeiro trimestre de 2012, diversas reuniões bilaterais entre membros da equipa da FMB e de cada uma das equipas parceiras, no sentido de melhor preparar e definir aspetos relacionados com as ações do projeto sob sua responsabilidade a que se seguiu em abril uma reunião específica sobre o Relatório de Arranque; em julho de 2012, reunião tendo por agenda a análise geral do estado dos trabalhos e preparação do “Sement event de 2012”; em agosto de 20 12, reunião tendo por agenda a análise do estado dos trabalhos, preparação do “Sement event” e feedback recebido ao Relatório de Arranque; em novembro de 2012, reunião tendo por principal agenda a apresentação dos trabalhos iniciais do parceiro UA (relatório previamente entregue); em dezembro de 2012, reunião tendo por principal agenda a análise do estado dos trabalhos e as necessidades de ajustes apresentadas pelo parceiro MM, seguida da visita da equipa de monitorização; em março de 2013, reunião tendo por principal tema o feedback dado pela Comissão à primeira visita da equipa de monitorização, a discussão das consequências do temporal no andamento dos trabalhos do projecto e o arranque efectivo dos trabalhos do parceiro MM; em julho de 2013, reunião tendo por principal tema os procedimentos de contratação do parceiro MM e seus atrasos; em novembro de 2013, reunião tendo por principal tema os atrasos e as necessidades de trabalho a realizar pelo parceiro MM, com presença da nova equipa de decisores do MM, que então comunicaram formalmente a decisão de arrancar com os trabalhos com a maior brevidade; em fevereiro de 2014, reunião sob a égide da nova coordenação executiva tendo por agenda principal a necessidade de pedir o adiamento de entrega do Relatório Intercalar, por incumprimento dos critérios financeiros (150% do 1º adiantamento gasto), bem como ajustes solicitados pelo parceiro UA; em maio de 2014, reunião de balanço sobre o andamento dos trabalhos, transição da gestão do projeto e perspetivas/necessidades de continuidade, incluindo acerto dos trabalhos prioritários, por cada parceiro, para o trimestre seguinte. Em Setembro 2014 – Reunião de Pareciros motivada pela Visita Técnica realizada por João Salgado, da equipa de monitorização externa da ASTRALE GEIE-IDOM.

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Anexo II

1) Descrição das intervenções em parcela-piloto de controlo de Tradescantia fluminensis:

 

   

Piloto 1 - parcela instalada no 1º semestre de projeto, em área de adernal degradado, nas imediações de uma área de uso social, na qual se procedeu ao arranque manual, seguido de aplicação de estilha e folhada morta e posterior sementeira e plantação de Ruscus aculeatus; Piloto 2 – parcela instalada em área também destinada a trabalho com voluntários, em zona de adernal degradado, na qual se procedeu ao arranque manual, seguido de aplicação de estilha e folhada morta e posterior sementeira de Ruscus aculeatus (1º ano). Em períodos subsequentes, já com apoio de voluntários e no sentido de igualmente avaliar a possibilidade de realização destes trabalhos com esse tipo de público, a parcela foi objeto de controlos de seguimento dirigidos a pequenos focos de ressurgimento de Tradescantia fluminensis, incluindo plantações de Ruscus aculeatus (2º ano), e reforço de aplicação de estilha ou folhada (2ª e 3º anos); Piloto 3 – em área fortemente invadida pela espécie - destinada a trabalho de voluntariado de funcionários da FMB e localizada em zona de arboreto - na qual se procedeu ao arranque manual “em tapete”, seguido de plantação com Vinca sp. (1º ano) e de ações pontuais de controlo de seguimento destinadas a pequenos focos de ressurgimento (2º ano); Piloto 4 – em área fortemente invadida pela espécie, em zona de arboreto, na qual se aplicaram 3 métodos distintos em espaços confinantes: remoção manual (sem estratégias de controlo adicionais), ensombramento com tela geotêxtil e controlo químico com glifosato; Piloto 5 – em área de valorização/reconversão, na qual se aplicou apenas controlo químico com glifosato; Piloto 6 – em áreas ajardinadas do Vale dos Fetos, na qual se aplicou apenas o arranque localizado, com simultânea plantação de espécies autóctones de valor ornamental destinadas a “combater”, por competição, a presença de Tradescantia fluminensis; Piloto 7 – em área de arboreto destinada a ações de voluntariado, fortemente invadida pela espécie, na qual se procedeu ao arranque “em tapete” seguido de deposição local com cobertura dos locais de deposição com estilha e início de plantação das áreas intervencionadas com Vinca difformis, Hedera sp. e Ruscus aculeatus. Piloto 8 – última parcela a ser instalada, em área de arboreto, previamente ao início dos trabalhos generalizados de controlo, na qual se procurou fazer convergir os resultados mais positivos dos vários métodos, no sentido de adotar uma metodologia com vantajoso rácio custo/eficácia, suscetível de replicação e suficientemente flexível para acautelar as diversas situações de coberto e micro-clima conhecidas na Mata. Globalmente, este método envolve a remoção através de arranque manual (sempre que possível em tapete), com posterior amontoamento do material vegetal em locais previamente escolhidos (evitando a logística e custos associados à sua retirada), seguido da aplicação de uma das técnicas complementares aos amontoados assim criados: aplicação de glifosato (quando estejam em causa áreas menos sensíveis), cobertura com estilha ou ensombramento com plástico/geotêxtil (consoante a disponibilidade de estilha ou não). A estes trabalhos acrescem sempre a plantação/sementeira com as espécies características do sub-coberto local no sentido de minimizar a curto prazo o período de exposição direta da superfície do solo à luz solar.

2) Descrição dos Resultados das intervenções em parcela-piloto de controlo de Tradescantia fluminensis: 

No caso das parcelas onde se procedeu à remoção manual e cobertura com estilha, instaladas em adernal (pilotos 1 e 2), a presença de novas germinações é reduzida. Nos dois primeiros anos, áreas mais húmidas e/ou onde a camada de estilha foi menor (sobretudo na parcela 1) foram áreas onde a espécie ressurgiu em maior quantidade e onde já houve maior necessidade de intervenções de seguimento. Estas parcelas apresentam, após controlo de seguimento no 3º ano, resultados positivos e consolidados. Os trabalhos complementares associados à plantação e/ou sementeira com flora autóctone, verificam-se igualmente bemsucedidos, sendo necessário que as sementeiras ultrapassem o período de dormência natural para assegurar os primeiros rebentamentos foliares (o intervalo de quatro estações entre BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 86


sementeira e plantação).Tanto em condições da aplicação da estilha como em áreas de remoção simples, é possível observar-se uma intensa instalação de herbáceas anuais que permite o desenvolvimento de Ruscus aculeatus reintroduzido, assim como o aparecimento espontâneo desta espécie e de outras também características do adernal, incluindo o próprio aderno. 

No que respeita a aplicação de métodos que envolvam apenas a remoção manual, sempre que as condições locais permitam que a mesma seja feita “em tapete” (i.e. condições de maior ensombramento e/ou humidade como as das parcelas piloto 3, 4 e 7), os resultados são de uma forma geral muito positivos, apenas necessitando controlos de seguimento destinados a remover pequenas plântulas que surgem esporadicamente e resultam, provavelmente, de restos de material vegetal não retirado. Nestes casos, e quando o ensombramento arbóreo o permita, a aplicação generalizada de estilha para cobertura revela-se desnecessária, sendo suficientes as intervenções de seguimento e as plantações. Estas devem ser realizadas com espaçamentos curtos no sentido de, o mais rapidamente possível, se assegurar uma cobertura herbácea com densidade próxima da inicial (e a consequente manutenção do ensombramento do solo).

O ensombramento com geotêxtil (piloto 4) revela-se, ao nível dos resultados preliminares, muito positivo, verificando-se a eliminação da parte aérea da planta. Contudo, será necessário monitorizar a sua evolução, para verificação, da correspondente eliminação subterrânea. É contudo um método que, por comparação com o arranque manual, se revela desvantajoso quanto ao rácio custo/eficácia, envolvendo necessidades de logística substanciais e nem sempre aplicável, dado ser sobretudo utilizável em áreas onde a presença arbustiva e/ou arbórea seja diminuta.

A utilização de herbicida (glifosato, nos pilotos 4 e 5) apresenta igualmente bons resultados, permitindo a regeneração e aparecimento de espécies autóctones cujo banco de sementes estaria “dormente”. Sobretudo na parcela piloto 5, a eliminação de Tradescantia fluminensis foi notória, com posterior ressurgimento de um conjunto de espécies que antes não se evidenciavam no local e não foram objeto de sementeira. Num contexto em que se considerem os seus efeitos positivos, de forma integrada, esta é uma técnica que aparentemente se revela viável, sem consequências ambientais de maior desde que a aplicação seja executada de forma cuidada. O seu potencial de aplicação deve ser equacionado para áreas nas quais a remoção “em tapete” seja inviável e que, simultaneamente, se localizem fora de áreas com valores naturais particularmente relevantes.

Na parcela 6, em que se procurava fomentar a competição de Vinca sp. com Tradescantia flumimensis através de um processo gradual (arranque/plantação em faixas) os resultados não se afiguraram favoráveis, permitindo concluir da desvantagem competitiva direta da vinca face à espécie invasora. Nesta parcela preconiza-se assim, futuramente, a necessidade da remoção completa da espécie invasora, complementados com trabalhos mais intensos de plantação de Vinca sp., para atingir os bons resultados verificados no piloto 3.

Por último, de referir que os trabalhos promovidos no piloto 7, envolvendo remoção manual e plantações com várias espécies autóctones, foram inicialmente bem-sucedidos e apresentaram resultados análogos aos do piloto 3, embora neste caso com um coberto mais diversificado (já que envolveram plantação não só de Vinca sp. mas também de Hedera sp. e Ruscus aculeatus). Contudo, sendo esta uma zona muito atingida pela destruição do temporal de Janeiro de 2013 e os trabalhos de remoção de árvores que lhe sucederam, pelo que o seu estado atual está francamente abaixo daquilo que seria expectável e possível. Um excessivo pisoteio e a ausência de qualquer coberto arbóreo, contribuíram para o agravamento dos problemas aqui dados conta.

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3) Descrição das metodologias e resultados das intervenções de erradicação e controlo de espécies exóticas invasoras lenhosas:

arranque manual de espécimes de pequeno porte (geralmente <1m de altura), não deixando qualquer planta na área intervencionada (A). Inicialmente e por uma questão de “visibilidade” e comunicação as plantas arrancadas foram deixadas nas bermas dos caminhos, sendo posteriormente removidas para local destinado ao seu processamento em estilha. Numa segunda fase, em áreas de elevados declives, os materiais resultantes do arranque foram depositados “em cordão” paralelo à curva de nível e/ou estilhados diretamente no local, como forma de assegurar uma estratégia complementar de mitigação da erosão do solo nas vertentes intervencionadas; aplicação foliar de fitocida em baixas concentrações (10%, 15%, max. 30% de composto comercial de glifosato), sobre espécimes de pequeno porte (geralmente <1m de altura), em áreas degradadas sem presença significativa de valores naturais. Quando estes estavam presentes, aplicou-se temporariamente um filme plástico sobre os espécimes a preservar, de forma a protegê-los da aplicação de fitocida, em talhões definidos, demarcados e referenciados; descasque simples de indivíduos de médio porte (geralmente >1m e <3m de altura), realizado de forma seletiva, deixando alguns exemplares de forma a evitar a eliminação total do ensombramento, uma vez que a exposição solar (luz e calor) constitui um dos fatores de promoção da germinação do banco de sementes existente no solo (figura B). O método de seleção foi gradualmente preterido pela aplicação total e sistemática, face aos resultados alcançados, avaliando o benefício da permanência de alguns indivíduos face ao reforço por parte destes, do banco de sementes. descasque com aplicação de fitocida à base de glifosato em indivíduos de médio porte (geralmente >1m e <3m de altura), realizado de forma seletiva mantendo ensombramento. Neste caso foi retirada a casca do tronco do individuo, sendo a área de lenho exposto imediatamente pincelada com fitocida, em concentrações relativamente altas (cerca de 33% de composto comercial de glifosato). Verificou-se ser uma metodologia adequada a áreas com maior grau de degradação, mas desaconselhada em áreas com intensa presença de valores naturais a preservar. Não foi por isso aplicada em áreas de Conservação, sendo limitada a áreas de Conservação/Valorização. Os exemplares tratados com fitocida ostentam uma marca identificativa (golpe de serrote), de forma distingui-los daqueles em que apenas foi aplicado o descasque; para os espécimes de porte arbóreo (geralmente >3m de altura) procedeu-se, também de início de forma seletiva - tendo-se posteriormente optado por aplicar de forma global - o descasque simples, descasque com pincelagem de fitocida (em áreas com ausência ou menor presença de valores naturais) e a realização de um (ou vários) cortes ao alburno, a 45º, seguidamente preenchidos com uma solução de fitocida à base de glifosato (25 a 33% de composto comercial); em áreas com significativa presença de valores naturais, sobretudo em parcelas de Conservação e Conservação/Valorização, foi sistematicamente aplicada a metodologia de “injeção” de fitocida (solução com cerca de 33% de composto comercial de glifosato), consistindo na execução espaçada de perfurações em todo o perímetro do tronco até cerca de 3 cm ao alburno por meio de berbequim elétrico portátil, com o preenchimento imediato da solução de glifosato. Esta metodologia (figura C) requer cuidados especiais e uma aplicação meticulosa para se prevenir derrames acidentais que possam afetar os valores naturais presentes, assegurando ainda que o fitocida irá atuar apenas ao nível do individuo, de forma sistémica, minimizando os potenciais efeitos adversos associados à utilização superficial; em casos específicos, envolvendo exemplares resultantes de rebentamento de toiças antigas que sofreram corte simples, ensaiaram-se duas metodologias: o sem aplicação de fitocida: corte de todas as varas, deixando a de maior dimensão, seguido de descasque da vara sobrante e da restante toiça com o cuidado de interromper o câmbio em volta da toiça até ao solo. Este trabalho carece de execução minuciosa para o seu sucesso (figura D); o com aplicação de fitocida: corte de todas as varas de menor vigor deixando apenas uma de maior dimensão e aplicando de imediato fitocida à base de glifosato nos cortes realizados, perspetivando que a vara assim deixada agirá como "motor", promovendo a circulação do fitocida por todo o sistema(figura E). Em presença de valores naturais, a aplicação por pincelagem é substituída pelo método de “injeção”, com perfuração do tronco e preenchimento dos orifícios com solução de glifosato.

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Figura A – Arranque de exemplares de pequenas dimensões de Acacia sp.

Figura B – Descasque de troncos e paisagem de Acacia sp. descascadas no Pinhal do Marquês (parcelas de Valorização/Reconversão) logo após a intervenção.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 89


Figura C – Perfuração e injeção do tronco com glifosato, em áreas de Conservação.

Figura D – Corte simples das touças mais pequenas deixando a touça mais vigorosa descascada.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 90


Figura E – Corte simples das touças mais pequenas aplicando fitocida nas mesmas e deixando a touça mais vigorosa descascada.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) Relatório Intercalar p. 91


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