Revista Fazer Bem | 11ª edição

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Publicação da

Ano 11 | nº 11 | junho 2022

Banco de Alimentos de Porto Alegre:

Duas décadas de combate à fome e à má nutrição



R E V I S T A

Segurança Alimentar Responsabilidade Social Nutrição

Publicação da Rede de Bancos de Alimentos do RS ANO 11 | EDIÇÃO 11 | JUNHO 2022

SUMÁRIO 4

OPINIÃO - EDITORIAL OPINIÃO - ARTIGO Três regras de ouro no Zen Budismo

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

5 6 26 28

MATÉRIA PRINCIPAL Duas décadas garantindo alimentos e esperança

32

ACONTECE NA REDE TECNOLOGIA SOCIAL

MATÉRIA ESPECIAL Operação Covid-19

40 43 44

CONVERSANDO COM OS BENEFICIÁRIOS VOLUNTARIADO PERFIL SOCIAL Antonio Parissi

46 48 52 54

QUALIDADE E CAPACITAÇÃO INTERNACIONAL BANCOS SOCIAIS

EXPEDIENTE Conselho Editorial Adir Fração, Paulo Renê Bernhard, Antonio Parissi, Denise Zaffari, Adriana da Silva Lockmann e Paola Weiss Monti Jornalista responsável Simone Rocha de Souza (MTB/RS 8.412) Projeto Gráfico e Produção Plus | Publicidade + Jornalismo Cid D´Avila (Diagramação) Fotos Arquivo Rede de Bancos de Alimentos/RS Impressão Gráfica Comunicação Impressa - Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Periodicidade: Semestral

Rede de Bancos de Alimentos do RS Av. Francisco da Silveira Bitencourt, 1928 – Sarandi CEP 91150-010 - Porto Alegre/RS Jorge Luiz Buneder Presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos/RS Paulo Renê Bernhard Presidente da Rede de Bancos de Alimentos/RS Entre em contato conosco bancodealimentos@bancodealimentosrs.org.br www.redebancodealimentos.org.br

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OPINIÃO – EDITORIAL

Mais aliviados... Mas com a consciência de que a fome ainda bate na porta de muitos, e, por isso, nossa batalha continua

F

inalmente podemos respirar um pouco melhor. Mais aliviados nesta fase que vivemos. Vacinados, voltando aos poucos ao tão falado “novo normal”. Saímos de um período conturbado e entramos para outro que não pode deixar no esquecimento o que vivenciamos nos últimos dois anos. Foi um aprendizado, que agora nos remete a um contínuo alerta: não podemos baixar a guarda. O outro, mais necessitado, clama por nosso apoio. Há, ainda, muitos pratos estendidos, que precisam ser preenchidos com alimentos saudáveis, seguros e capazes de dar a força necessária para seguir a luta diária. Reafirmamos o que destacamos anteriormente: 2020 e 2021 foram anos desafiadores. Período que fomos provocados (e porque não dizer forçados?) a nos reinventar, a encontrar soluções inovadoras para impedir que os danos causados pela pandemia fossem ainda maiores. E conseguimos. Graças ao suporte da sociedade civil organizada, que foi uma verdadeira pilastra de amparo aos mais necessitados, ao garantir que não faltassem alimentos para as mais de 600 mil famílias atendidas pelas 964 organizações sociais cadastradas em nossa Rede de Bancos de Alimentos do RS. Novas mãos se juntaram neste grande desafio, sejam propiciando pratos cheios, sejam solicitando o apoio necessário para garantir alimento em suas mesas. A Operação Covid-19, implementada imediatamente após a divulgação do decreto nacional, em 18 de março de 2020, que reconhecia o estado de calamidade pública

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Por JORGE LUIZ BUNEDER Presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos e Coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS

no país, assim como os decretos municipais e estaduais que regulamentaram protocolos sanitários de enfrentamento ao coronavírus, levou alento, conforto e esperança a quem não tinha condições de garantir o alimento à mesa de sua família. Foram doados 10 milhões de quilos de alimentos de março de 2020 a março de 2022. 10 milhões! Foi o suficiente para proporcionar quase 30 milhões de refeições. Esta edição da Revista Fazer Bem traz uma matéria completa sobre a Operação Covid-19. Não deixe de ler, para também se inspirar com a história da família Gerdau, que ao longo de 120 anos de história empresarial traz consigo um legado de responsabilidade social e solidariedade, hoje perpetuado pela família por intermédio do Instituto Helda Gerdau. Além disso, os mais

de 21 anos de fundação do Banco de Alimentos de Porto Alegre são relembrados por uma linha do tempo, na qual constam as mais relevantes conquistas desta importante organização, que vem inspirando a promulgação de leis e de novos bancos de alimentos pelo Brasil afora. Temos certeza de que ao folhear as próximas páginas você vai seguir por um destes dois caminhos: ou se certificará que todo seu apoio foi muito, mas muito importante mesmo, para juntos combatermos a fome, a má nutrição e o desperdício de alimentos; ou vai se sentir instigado a também querer fazer parte desta história. Afinal, ninguém sai indiferente depois de saber que é possível sim minimizar o sofrimento do próximo. Boa leitura!


OPINIÃO – ARTIGO

Três regras de ouro no zen budismo Por MONJA COEN Fundadora da comunidade zen budista Zendo Brasil e autora de seis livros

H

á três regras de ouro no zen budismo. A primeira delas é não fazer o mal. Comprometemo-nos a não fazer nada que possa ser maléfico ou prejudicial a qualquer ser, qualquer forma de vida, incluindo a nós mesmos. Não fazer o mal também significa não fazer mau feito, não agir de qualquer maneira sem pensar nas consequências próximas e nas distantes. Refletir, meditar, investigar e tomar a decisão adequada antes de falar, agir e pensar. A segunda é fazer o bem. Que nossas ações, palavras e pensamentos sejam benéficos. Também significa fazer bem, fazer com atenção plena, elegância, respeito, cuidado e carinho. A terceira regra de ouro é fazer o bem a todos os seres.

Fazer bem e fazer o bem aqui se confundem e entrelaçam. Alimentar todos os seres com dignidade, providenciando saúde física, mental e social. Incluir tudo e todos em nossas ações, palavras e pensamentos. Que sejam benéficas e propiciam vida plena. Assim, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul se compromete com nossos valores básicos do zen budismo de fazer o bem a todos os seres, de cuidar e compartilhar. Chegou a era de cooperação e harmonia. Ou ganhamos todos juntos ou perderemos todos. Somos a vida da terra. Estamos todos interligados, intercomunicando com todas as formas de vida. Dependemos da água, do solo, das árvores, das plantas, dos céus e do ar puro. Dependemos de quem planta e de quem cuida e colhe. Dependemos do tempo, das chuvas, sol e vento. Dependemos de quem transporta e negocia. Dependemos de quem seleciona e escolhe alimentos que seriam descartados e os oferece a quem precisa. Há muito a ser feito. Há muitos a serem incluídos em nosso olhar e atenção. Cuidando somos cuidados. O que fazemos repercute em nós e em toda a vida. Por isso precisamos nos comprometer a criar uma cultura de paz, justiça e cura da terra e de todos os seres. Que possamos cumprir nossos compromissos e sempre FAZER BEM.

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ACONTECE NA REDE

CAMPANHA NATAL DO BEM: Parceria entre RBS TV e Rede de Bancos de Alimentos RS bate novo recorde de solidariedade arrecadando 811 toneladas Abertura da Campanha Natal do Bem 2021 ocorreu em Canela

N

ossa já tradicional CAMPANHA NATAL DO BEM bateu um novo recorde de doações na sua 7ª edição, em 2021: 811 toneladas de alimentos arrecadados e distribuídos para 964 entidades no Rio Grande do Sul. A iniciativa do Jornal do Almoço (RBS TV), Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS) e Rede de Bancos de Alimentos contou com a participação de toda a sociedade, em uma corrente de solidariedade. Neste ano, as doações foram realizadas pelo site Doe Alimentos, que recebeu 35 mil internautas doadores, e os eventos “1º Drive-Thru” e “3ª Cavalgada do Bem” foram os destaques da campanha.

Em sete anos, o NATAL DO BEM já doou 2.933.847 quilos de alimentos, o que representa 8.801.541 refeições.

Foram 78 dias de campanha, de 23 de outubro de 2021 a 8 de janeiro de 2022, com mais de 2 mil voluntários que se somaram a esse trabalho. O Natal do Bem é hoje a maior campanha de arrecadação dos Bancos de Alimentos no Estado, conquistando a população e levando o espírito de solidariedade para todos os lares gaúchos.

1º Drive-Thru do Natal do Bem No dia 11de dezembro aconteceu o “1º DriveThru do Natal do Bem”, envolvendo 17 cidades. Nas cidades de Alegrete, Bagé, Butiá, Cachoeirinha, Canoas, Cruz Alta, Caxias do Sul, Gravataí, Guaíba, Santa Maria, Pelotas e Porto Alegre, a ação foi realizada em formato de Drive-Thru. Já nas cidades de Bagé, Camaquã, Capão da Canoa, Cruz Alta, Gravataí, Santa Maria, Pelotas, Tramandaí, Venâncio Aires e Viamão as arrecadações ocorreram em 54 supermercados. 6 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

Seguindo as recomendações dos órgãos de saúde durante a pandemia, a campanha teve como foco a arrecadação de forma virtual pelo site Doe Alimentos: www.doealimentos.com.br. Os doadores também deixaram 1,6 mil mensagens de carinho, que foram sorteadas e lidas nas edições do Jornal do Almoço.

Arregimentação da sociedade Empresas, fundações e institutos também fizeram doações pelo site Doe Alimentos, ou, diretamente na sede dos 23 Bancos de Alimentos. Contribuíram expressivamente para a Campanha, dentre as milhares de doações, a família Gerdau/Instituto Helda Gerdau, Instituto Cultural Floresta, BrazilFoundation-Fundo Luz Alliance/Gisele Bündchen, SLC Agrícola, Rede Grande Sul Supermercados, GBOEX, Rafael Toro Academia de Finanças, Anoreg/RS, Grupo BIG, Farmácias São João, Dimed, Lojas Quero-Quero, Supper Rissul, entre muitas outras organizações.


3ª Edição das Cavalgadas do Bem supera expectativas A 3ª Edição das Cavalgadas do Bem aconteceu no dia 18 de dezembro, em 68 cidades, angariando 101.920 quilos de alimentos, mais um recorde alcançado. Foram 112 grupos de Cavalgadas recebendo alimentos no lombo do cavalo. Uma verdadeira mobilização de Grupos de Cavalgadas, CTGs e Piquetes. Eles percorreram a cavalo e carros de apoio as ruas de Canoas, Santa Maria, Gravataí, Farroupilha, Jaguari, Esteio, Caxias do Sul, Alegrete, Encruzilhada do Sul, Pelotas, Camaquã, entre muitos outros municípios. Os donativos coletados foram destinados às unidades dos Bancos de Alimentos nas cidades onde a instituição está presente. Nos demais municípios, as doações foram distri-

buídas às famílias carentes pelos próprios grupos de cavalgadas. “Foi uma parceria que superou todas e quaisquer expectativas”, comemora o presidente da Rede de Banco de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard.

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ACONTECE NA REDE NATAL DO BEM:

Reconhecimento da sociedade Nosso agradecimento especial ao Grupo RBS, Jornal do Almoço, RBS TV e FMSS e a todos aqueles que nos apoiaram: empresas doadoras e parceiras, voluntários, entidades beneficiadas, Agência Conjunto, PluGzOne, FIERGS, Rotary, Lions, Maçonaria, SETCERGS, Movimento Escoteiro, MTG, sindicatos, artistas parceiros e principalmente, aos milhares de doadores que acreditaram que juntos podemos acabar com a fome no Estado.

Ação pioneira no país, após aprovação de lei federal de combate ao desperdício Box Print, Sodexo e Banco de Alimentos RS fecham parceria

Resultados da 7ª Edição do Natal do Bem: de 811.879 quilos alimentos

2.435.637 54.125 refeições

54.125

cestas básicas

(15 quilos cada)

famílias atendidas

216.501 pessoas beneficiadas Vídeo

Confira o encerramento da Campanha transmitido pela RBS TV, no Jornal do Almoço em: https://bit.ly/NataldoBem22

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Restaurante corporativo da Box Print destinará todo seu excedente ao Projeto Criança Cidadã

A Sodexo On-site, empresa líder em serviços de alimentação e facilities, e a Box Print, uma das maiores produtoras de embalagens do Brasil, uniram-se ao Banco de Alimentos do RS e ao Instituto Stop Hunger, OSCIP mantida pelo Grupo Sodexo, para atuar no combate à fome. O contrato assinado foi o primeiro firmado no país após aprovação da lei de combate a perdas e desperdícios de alimentos (Lei nº 14.016/20), sancionada pelo Governo Federal, que autoriza estabelecimentos como bares, lanchonetes, cooperativas, restaurantes e supermercados a doarem alimentos que foram produzidos, mas não servidos, para o consumo humano. Assim, o restaurante corporativo da Box Print destinará todo seu excedente ao Projeto Criança Cidadã, em Campo Bom (RS). “Estamos muito felizes em po-

der ser pioneiros nesse compromisso tão importante com a sociedade e meio ambiente e contar com o apoio da Sodexo On-site que nos atende há alguns anos. Esperamos que muitas empresas vejam essa iniciativa e implementem em suas operações. Assim juntos, poder público, privado e sociedade, poderemos implementar efetivamente uma metodologia alicerçada em economia circular que ajudará a combater a fome em diversas regiões”, afirma André Schmitt, gerente administrativo da Box Print. “Esta parceria se constitui em um dos maiores instrumentos de combate à fome no País, já que oportuniza a participação de um grande contingente de empresas comerciais, industriais e de serviços que mantêm cozinhas de refeições coletivas”, declara Paulo Renê Bernhard, presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS.


FIESC e organizações de Florianópolis lançam Banco de Alimentos A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) anunciou em 8 de setembro seu apoio ao Banco de Alimentos de Santa Catarina, uma iniciativa do Rotary Club de Florianópolis – Jurerê. O projeto vai arrecadar, armazenar e distribuir alimentos às entidades e organizações voltadas para a promoção social de pessoas e comunidades carentes. “Estamos lançando mais uma iniciativa em prol da sociedade catarinense, especialmente das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social”, destacou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. A federação disponibilizou um espaço no Centro Logístico de São José, na Grande Florianópolis, para servir de entreposto entre as mercadorias que serão doadas e disponibilizadas à comunidade. “Estaremos atuando em conjunto, por meio do programa Eu Voluntário, que faz parte da nossa área de

Cerimônia de lançamento ocorreu na FIESC, em 8 de setembro

Responsabilidade Social”, disse Aguiar. Coordenador do projeto, Jorge Luiz Bof destacou que o combate à fome deve ser uma prioridade. “Temos hoje aproximadamente 10% da nossa população passando necessidades alimentares. Isso significa mais de 20 milhões de brasileiros que não comem regularmente”, citou. O diretor de Relações Governamentais da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), Jaime Luz Ziliotto, eleito presidente do Conselho de Administração, destacou a importância da união. “Não podemos achar que os problemas sociais são problemas dos governos. São problemas nossos, da sociedade. Precisamos fazer nossa parte”, apontou. Segundo a presidente do Rotary Club Florianópolis Jurerê, Amelia Silveira, as doações serão feitas para 32 entidades cadastradas, que farão o repasse dos alimentos para as comunidades.

Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS recebe Comenda Porto do Sol A Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS recebeu a Comenda Porto do Sol, mais alta honraria da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, proposta pela vereadora Lourdes Sprenger. O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, disse em seu pronunciamento que o setor industrial “tem uma longa trajetória na área de assistência às populações menos providas”. “Hoje a Fundação abriga 14 Bancos Sociais que vão desde a entrega diária de alimentos a entidades benemerentes registradas, até a realocação de materiais de construção, vestuário, móveis, livros, equipamentos de informática, passando pelo Banco de Transplantes e Banco de Pele”, lembrou. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 9


ACONTECE NA REDE

Sesi promove corrida pela saúde e solidariedade

Mascotes Feijão e Arroz do Banco de Alimentos prestigiam corrida em Guaíba

Estão abertas as inscrições para o calendário de Corrida do Sesi – Correr Faz Bem, que tem como objetivo promover a prática de atividades físicas e incentivar a solidariedade, por meio da arrecadação de alimentos. O pagamento da inscrição será em doação de alimentos para a Rede de Bancos de Alimentos do RS, compondo uma sacola no valor de R$ 30 pelo site corridadosesi.sesirs.org.br. As primeiras corridas aconteceram no Dia do Trabalhador (1º de maio) em 15 municípios do Estado. Em Bagé, Canoas, Erechim, Horizontina, Ibirubá, Montenegro, Nova Hartz, Novo Hamburgo e Portão ocorrerão provas sem caráter competitivo. Já nos municípios de Bento Gonçalves, Campo Bom, Guaíba, Lajeado, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul haverá premiação por categoria. Em Farroupilha, a corrida aconteceu no dia 15 de maio. O calendário da Corrida do SESI seguirá acontecendo nos seguintes municípios: Horizontina (data a definir); Panambi (19/6); Santa Rosa (10/07); Pelotas (10/7); Parobé (14/8); São Leopoldo (18/9); Rio Grande (25/9); Encantado (a definir); Canoas (9/10); Caxias do Sul (16/10); Montenegro (6/11); Canela (4/12) e Erechim (11/12). Inscrições: corridadosesi.sesirs.org.br

Banco de Alimentos é inaugurado em Bagé Bagé já conta com um Banco de Alimentos, associado à Rede de Bancos de Alimentos do RS. A cerimônia de lançamento ocorreu em 10 de setembro de 2021, com a presença do prefeito Divaldo Lara, empresários, clubes de serviço, lideranças religiosas e comunidade. Augusto Lara foi eleito presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos, que tem como sede o antigo prédio da Escola Estadual Sepé Tiarajú, que passou por reforma completa, com readequação do espaço. Bagé se une a este grande propósito de combate à fome, passando a integrar a rede de outros 21 bancos de alimentos associados 10 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

Lançamento ocorreu em 10 de setembro de 2021

à Rede de Bancos de Alimentos do RS, abrangendo 28 municípios e seguindo a mesma sistemática de trabalho, com padronização de serviços

e alinhamento da metodologia, com intuito de proporcionar alimentos, saúde e segurança alimentar às comunidades carentes.


SICREDI União Metropolitana RS organiza Dia C com Caminhão Cooperativo Para atenuar os efeitos da pandemia, o Sicredi União Metropolitana, cooperativa presente em Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Glorinha, Gravataí, Sapucaia do Sul e Viamão, organizou uma ação que destinou alimentos e produtos de higiene em prol da Rede de Bancos de Alimentos do RS. A iniciativa integrou ações do “Dia C – Dia de Cooperar” e contou com a participação de caminhões cooperativos, que fizeram uma carreata pelas principais ruas das cidades, passando pelos pontos de cole-

Ação do “Dia C – Dia de Cooperar” beneficiou a Rede de Bancos de Alimentos do RS.

tas, recolhendo as doações. “Essa ação do Caminhão Cooperativo, com a união entre sociedade, associados e Sicredi, simboliza

esse esforço pelo bem comum que nos move”, afirma Ronaldo Sielichow, presidente da cooperativa Sicredi União Metropolitana RS.

ULBRA promove campanha de arrecadação

Lançamento ocorreu em uma live que comemorou os 49 anos da Ulbra

Os 50 anos da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), a ser celebrados no dia 16 de agosto de 2022, serão comemorados com uma ação social de arrecadação de mantimentos em parceria com o Banco de Alimentos. A ação foi aberta simbolicamente em uma live que comemorou os 49 anos da Universidade, com participação do presidente da Rede de Bancos de Alimentos RS, Paulo Renê Bernhard. A intenção é que, ao longo deste ano, todas as 23 unidades da Rede de Escolas e dos campi universitários no Brasil se engajem. “Nossa meta é arrecadar 50 toneladas”, destacou o capelão da Aelbra e representante da comissão nacional que organiza as celebrações do cinquentenário, Maximiliano Wolfgramm. Nas cidades onde o Banco não está presente, as

unidades da Ulbra já estão firmando parcerias com entidades sociais que atuam no recolhimento e distribuição de alimentos. Além das doações físicas, em ações que a Instituição promoverá ao longo do ano, também será possível fazer doações virtuais, por um QR Code, dirigido ao Banco de Alimentos.

Parceria emociona Para o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, é uma emoção compartilhar dessa iniciativa da Ulbra. “Há 20 anos, um dos primeiros Bancos que tivemos fora da Capital foi em Canoas, onde está localizada a universidade, e contamos com a participação de muitos professores”, recorda. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 11


ACONTECE NA REDE

Rede de Bancos de Alimentos do RS retoma o SÁBADO SOLIDÁRIO

TROTE SOLIDÁRIO 2022/1 arrecada mais de 24 toneladas de alimentos no Estado

Campanha realizada por voluntários foi retomada em junho de 2021

Realizada há duas décadas, a campanha de arrecadação de alimentos não ocorreu em 2020, em atendimento aos decretos estaduais e municipais estabelecidos, mas foi retomado em junho de 2021, nos 23 Bancos de Alimentos associados à Rede de Bancos de Alimentos do RS, abrangendo 30 cidades. A ação é realizada por voluntários, integrantes de clubes de Rotary e Lions, universidades, escotismo, maçonaria, CTGs, associações de empresas, e muitos outros, que doam o seu tempo para ajudar a acabar com a fome. Na capital gaúcha, a logística das doações é realizada pelas transportadoras associadas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), entidade responsável pelo gerenciamento logístico do Banco de Alimentos e conta com o apoio da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS). Os alimentos são destinados para mais de 900 entidades gaúchas previamente cadastradas, como escolas infantis, asilos, associações comunitárias, casas de excepcionais. 12 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

A ação que já é marca registrada entre os calouros de Medicina do Estado, mais uma vez, garantiu excelentes resultados. A edição 2022/1 do Trote Solidário, promovido pelo Núcleo Acadêmico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (NAS - Simers) em parceria com a Rede de Bancos de Alimentos do RS, arrecadou 24,6 toneladas de alimentos na Capital e em mais 13 municípios gaúchos, incluindo doações on-line pelo site Doe Alimentos – www.doealimentos.com.br. “Desde 2008 o Trote Solidário vem beneficiando mais de 700 mil famílias. O que nos dá muito orgulho em saber que mudar a realidade nos ritos de recepção aos novos universitários, dando lugar para ações de caráter social, tem ajudado muita gente”, afirma o diretor de Políticas Estratégicas do Simers, Vinícius de Souza.

Solidariedade Além de alimentos, também foram arrecadados 23.322 livros em parceria com o Banco de Livros da FIERGS, 1,5 toneladas de tampinhas plásticas e realizada a coleta de doação de 566 bolsas sangue. “A população já conhece a iniciativa e tem sido muito participativa”, declara o presidente do Núcleo Acadêmico do Simers, Gustavo Pizzuti.

Ao todo, 2.224 futuros médicos de 19 universidades participaram da ação, em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Santa Maria, Pelotas, Erechim, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Uruguaiana, Lajeado, Caxias do Sul e Ijuí, em parceria com os Bancos de Alimentos e Núcleos Bancos de Alimentos dessas localidades. Também colaboraram na ação os hemocentros do Estado, o Instituto da Criança com Câncer e o curso Fleming.

Troféu Em reconhecimento ao trabalho, é oferecido o Troféu Trote Solidário às universidades. Nesta edição, os alunos de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) alcançaram o primeiro lugar, seguidos pela da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Já no interior, a campeã foi a Universidade Franciscana (UFN), de Santa Maria. Em segundo ficou a Universidade do Vale do Taquari (Univates) e a Universidade de Passo Fundo (UPF) em terceiro.


ACONTECE NA REDE –RS

ALEGRETE

Alegrete realiza sua primeira campanha de arrecadação de alimentos Atuando como Núcleo Banco de Alimentos, junto a Rede de Bancos de Alimentos do RS, Alegrete realizou sua primeira campanha de arrecadação de alimentos em 4 de setembro, com o Sábado Solidário. A ação foi coordenada pelo sargento da Brigada Militar Adão Roberto Rodrigues, com o apoio de diversos voluntários dos clubes de serviços, militares, escoteiros do Grupo Honório Lemes, universitários, meios de comunicação, que se mobilizaram em frente aos supermercados Nacional e Peruzzo para receber as doações. Foram arrecadados mais de 750 quilos de alimentos.

Mobilização da sociedade para criação do Banco de Alimentos

Durante a pandemia, lideranças de Alegrete se mobilizaram para a criação do Banco de Alimentos. Tudo começou em 25 de janeiro de 2021, em uma reunião no Centro Empresarial de Alegrete, em que o sargento Adão Roberto e a assistente social Cynara Ramos apresentaram o projeto ao presidente da entidade, Francisco Pedroso, que apoiou a proposta. Em 23 de junho foi lançado o Projeto Banco de Alimentos de Alegrete. Participaram da reunião online representantes dos Clubes de Serviços, Universidades, Movimento Escoteiro, Guarnição Federal de Alegrete e Movimento Tradicionalista Gaúcho da região. Em 6 de julho foi dado mais um importante passo, com a instituição da diretoria provisória: Adão Rober-

to Rodrigues (Bombeiro Militar), Marcos Saldanha Junior (MTG), Quelci Liane Vale Pedroso (Nutricionista), Cynara Pereira Ramos (Assistente Social), Mariela Aurora dos Santos (Unipampa), Rugar Roslei Radtke (10º BLog), Leonardo Flores Figueredo (6º RCB), Curt Kullmann (Lions Club), Maria de Fátima Marchezan (Rotary Club), Pietro Caiel (Grupo Escoteiro Honório Lemes) e Francisco Pedroso (Centro Empresarial de Alegrete). O projeto conta com apoio de diversas instituições: CAAL, Lions Club Alegrete, Unipampa, Centro Empresarial de Alegrete, Rotary Club Alegrete Sul, Rotary Club Alegrete Norte Centro, Grupo Escoteiro Honório Lemes, 4ª Região Tradicionalista, Consulado do Inter, 10° BLog, 12º BEComb e 6° RCB.

ALVORADA Banco de Alimentos de Alvorada manteve os atendimentos durante a pandemia O Banco de Alimentos de Alvorada distribui mensalmente, em média, 200 cestas básicas para cinco entidades da região. As famílias beneficiadas são cadastradas e avaliadas antecipadamente, para que as cestas sejam destinadas realmente aos necessitados. A Sociedade Espírita Simão Pedro, que trabalha há 64 anos com a comunidade regional, reforça que “graças a ajuda desta conceituada organização, que é o pilar central do nosso trabalho, estamos conseguindo atender de 150 a 200 famílias” e agradeceu a atenção, carinho e assistência. Da mesma forma, o Grupo Espírita Alan Kardec também faz a distribuição dos alimentos para 35 famílias e agradeceu por receber a ajuda do Banco de Alimentos. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 13


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CACHOEIRINHA

BAGÉ

Bagé ganha Banco de Alimentos e arrecada CIC – Berço do uma tonelada e meia de alimentos no Banco de Alimentos primeiro Sábado Solidário de Cachoeirinha O Banco de Alimentos de Bagé completa 40 anos arrecadou 1,5 toneladas de alimentos com ação solidária em seu primeiro Sábado Solidário, contando com o apoio de parceiros e voluntários. “Com a missão de combater a fome e levar a esperança a quem mais precisa, o nosso Banco de Alimentos é do tamanho da solidariedade do nosso povo”, destaca presidente do Banco de Alimentos de Bagé, Augusto Lara.

Banco de alimentos entrega de 660 quilos de alimentos a entidades A assistente social e vice-presidente do Banco de Alimentos, Belkis Borba Nunes, destaca a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido pela direção e equipe de voluntários. “Estamos muito felizes em poder fazer nossa primeira entrega de alimentos para entidades do nosso município, totalizando 660 quilos. Doar alimentos é um ato de empatia e amor ao próximo.” Para a psicóloga e responsável pelo setor administrativo da Vila Vicentina, Fabiana Bálsamo, os alimentos chegaram em um momento importante. “Obrigada a todos que doaram”, disse Fabiana. Conforme a presidente da Fundação Geriátrica José e Auta Gomes, Maria Nirlete Silva, ações como a do Banco de Alimentos demonstra a solidariedade dos bageenses. “Parabéns à direção e voluntários pelo excelente trabalho que vêm desenvolvendo. Nossos idosos agradecem muito.”

Lata no Chão arrecada mais de uma tonelada de alimentos O time Lata no Chão realizou uma ação solidária durante Encontro de Carros Baixos, que aconteceu no kartódromo de Bagé. Durante a ação, foi arrecadada mais de uma tonelada de alimentos.

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Mais duas toneladas de doações

Com a soma de esforços de uma grande rede de solidariedade entre a comunidade, voluntários e parceiros do Banco de Alimentos, Bagé tem trabalhado muito para levar esperança a quem mais precisa, doando duas toneladas de alimentos a instituições bageenses. Instituições que receberam a doação de 500 quilos, cada uma: Vila Vicentina, José e Auta Gomes, Apecan e Lar Juliano.

No mês de fevereiro o Centro das Indústrias de Cachoeirinha (CIC) completou 40 anos de história e realizou a doação de 40 cestas básicas, com 525,6 quilos de alimentos, através da campanha Indústria Solidária. A Campanha buscou sensibilizar os empresários da região e comemorar de forma solidária com os que mais precisam. As doações foram entregues pelo presidente do CIC, José Airton Venso, ao presidente do Banco de Alimentos de Cachoeirinha, Caio Sbruzzi.

Campanha Solidária do Inedi

Em maio de 2021 o colégio Inedi, de Cachoeirinha, realizou a entrega de 260,19 quilos de alimentos, que foram arrecadados durante campanha solidária interna da instituição. As doações foram entregues durante a rematrícula para o segundo semestre do ano.


CAXIAS DO SUL Banco de Alimentos promove formatura do curso de Auxiliar de Cozinha

Campanha Abril Verde arrecada mais de 587 quilos de alimentos Em abril de 2021 o Banco de Alimentos de Cachoeirinha realizou a Campanha Abril Verde, mês verde para conscientização da segurança no trabalho. Foram divulgadas cartilhas de segurança, desde o uso correto de EPI e alerta tanto para si quanto para as situações acontecendo ao seu redor. Pensando na preservação de vidas, a campanha também incentivou a doação de alimentos dentro das empresas participantes. Foram arrecadados 587,97 quilos de alimentos entre cinco empresas participantes: Alimentta, Bomber Speakers, Incobor, Inbracell e Jimo.

Campanha Caminhão Cooperativo Sicredi Em julho de 2021 o Banco de Alimentos recebeu a doação do Sicredi Cachoeirinha, através da campanha em comemoração ao mês do cooperativismo. A ação contou com a colaboração de funcionários da instituição, com a doação da população em pontos de coleta que faziam parte da rota do Caminhão Cooperativo Sicredi. Foram arrecadados mais de 1.050 quilos de alimentos.

O Banco de Alimentos de Caxias do Sul promoveu no dia 17 de dezembro a formatura do Curso Profissionalizante de Auxiliar de Cozinha, o primeiro realizado na nova Cozinha Experimental, que tem o objetivo de inserir profissionais capacitados no mercado de trabalho. O curso contou com 20 participantes, a maioria encaminhada pelas entidades atendidas pelo Banco de Alimentos. “Foi uma oportunidade para as pessoas que desejavam obter uma qualificação, pois a empregabilidade é alta neste segmento”, avalia a diretora técnica de Segurança Alimentar e Nutricional, Cristina Fabian Gregoletto. Segundo ela, o comprometimento da turma foi excelente.

Presente de aniversário O Banco de Alimentos de Caxias do Sul chega ao 16º aniversário. Criada em 2005, a entidade recebeu melhorias recentemente. Há um ano, foi entregue o novo espaço, junto à Ceasa Serra, com 800 m². As novas instalações possuem cozinha experimental, vestiário, local para serviços administrativos e ampla área para recebimento e armazenamento de doações.

Encontro de voluntários O Banco de Alimentos comemorou em dezembro 16 anos de fundação. Para marcar a data e encerramento do ano, a entidade promoveu um encontro com voluntários no dia 9 de dezembro. O objetivo foi reunir o grupo para fazer uma prestação de contas, agradecer pela solidariedade prestada e pelo trabalho realizado. Dois dias depois, eles estiveram mobilizados para o último Sábado Solidário de 2021. Realizada no segundo sábado do mês, a ação havia sido suspensa em março de 2020 por causa da pandemia. Em julho de 2021, o Sábado Solidário foi retomado no seu formato tradicional, com participação presencial dos voluntários. De julho a novembro foram arrecadados 24.546 quilos de alimentos por meio desta ação. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 15


ACONTECE NA REDE –RS

CRUZ ALTA Banco de Alimentos arrecada mais de 22 toneladas de alimentos

Banco de Alimentos de Cruz Alta realiza o Super Sábado Solidário

Em campanha realizada junto à festa de Nossa Senhora de Fátima, que acontece há 70 anos em Cruz Alta, foram arrecadados mais de 22 toneladas de alimentos. Em função da pandemia, a Romaria realizada de forma online no dia 10 de outubro. Antes disso, os festeiros iniciaram a novena em preparação ao dia de fé e devoção a Santa. O Banco de Alimentos se uniu aos casais organizadores e de 1 de agosto a 10 de setembro, fizeram um chamamento. “Pedimos que todos que participassem da novena e de outros eventos promovidos pelos festeiros da Romaria de Fátima, doassem alimentos não perecíveis para ajudar as instituições”, afirma a presidente do Banco de Alimentos de Cruz Alta, Suzy Matheus. A arrecadação foi destinada as 31 instituições cadastradas.

O Super Sábado Solidário realizado no dia 9 de abril foi um sucesso. O evento contou com a presença de autoridades do município e principalmente de algumas entidades beneficiadas, que expuseram seus produtos e serviços desenvolvidos em projetos de geração de renda. Empresas parceiras também expuseram seus serviços para a comunidade. Dias antes do evento, as empresas propuseram campanhas internas entres seus funcionários e clientes, incentivando a doação de alimentos não perecíveis e o volume arrecadado foi entregue neste dia. O evento aconteceu na Praça Erico Veríssimo e também celebrou a posse da nova diretoria da gestão 2022/2023, liderada pela presidente Marilda Nogueira Rubin.

Carnaval do Bem Durante o Super Sábado Solidário também foram entregues alimentos arrecadados, na campanha “Carnaval do Bem”, realizado pelas Escolas de Samba, através da parceria com a LESCA - Liga de Escola de Samba de Cruz Alta e o Banco. A ação movimentou as agremiações na competição pela solidariedade. A Escola de Samba Unidos do Beco foi a ganhadora do troféu “Responsabilidade Social 2022”.

GRAVATAÍ Banco de Alimentos de Gravataí distribui 96 toneladas de alimentos durante a pandemia O Banco de Alimentos de Gravataí trabalhou incessantemente e conseguiu ampliar o nível de doações durante a pandemia, distribuindo 96 toneladas de alimentos, material de limpeza e higiene para cerca de 18 mil pessoas.

Parceiros A Rede de Bancos de Alimentos do RS, que faz frequentes aportes fi16 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

nanceiros para aquisição de alimentos pelo site Doe Alimentos, contribuiu muito. Assim como a empresa Massas Romena, que entrega mensalmente uma tonelada de massa fresca. A Fundação Banco do Brasil doou 1.015 ces-

tas básicas, a empresa Massas Marsala doou 650 cestas básicas e 8.300 pães. Além disso, a Caixa Econômica Federal e a Cooperativa Sicredi também realizaram campanhas para arrecadação de alimentos.


GUAÍBA

Cestas com uma dose a mais de esperança Em abril, o Banco de Alimento de Cruz Alta entregou cestas de alimentos as famílias assistidas com uma porção a mais de solidariedade: além de alimentos, bombons e bíblias, doadas por voluntários cristãos. Já as caixas de bombons quais foram viabilizadas através da campanha Páscoa do Bem, realizada pela rede de supermercados Super Útil, que incentivou seus clientes a doarem caixas de bombons adquiridas por preços especiais.

Banco de Alimentos de Guaíba comemora 100 toneladas de alimentos doados em 16 anos Comemorando 16 anos de fundação, o Banco de Alimentos de Guaíba festeja a fabulosa marca de 100 toneladas de alimentos arrecadados e distribuídos, apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, atendendo a 20 instituições credenciadas. A meta foi alcançada graças a solidariedade da sociedade.

Sicredi faz doação em comemoração ao Dia do Cooperativismo Agência do Sicredi Guaíba doou 7.500 quilos de gêneros alimentícios ao Banco de Alimentos, no dia 3 de julho, em comemoração ao Dia do Cooperativismo. A campanha foi realizada pelos funcionários e colaboradores junto aos supermercados e clientes da agência.

A agência de Guaíba da Caixa Econômica Federal (CEF) repassou 1.270 quilos de alimentos ao Banco de Alimentos de Guaíba. As doações resultaram em 120 cestas básicas. A campanha Caixa Mais Solidária em parceria com o Programa Pátria Voluntária, do Governo Federal, foi realizada a partir de abril de 2021.

PRF doa alimentos A Polícia Rodoviária Federal (PRF) doou 1.621 quilos de alimentos, entregues pelo comando da corporação, na sede do Banco de Alimentos, no dia 22 de setembro. Os donativos foram arrecadados durante a campanha Estrada Solidária, realizada pela PRF em todo o Estado.

Reeleição da diretoria

Ações fortalecem a arrecadação de alimentos Os parceiros são fundamentais para a manutenção das doações às famílias carentes do município, mas algumas ações pontuais também colaboram muito, como a do Instituto General Motors, que doou 200 cestas básicas; a do Rotary Club de Gravataí, que doou 110 cestas; e a loja de moda masculina De Marco, que realizou campanha institucional, arrecadando 120 cestas básicas que foram entregues ao Banco.

Caixa Econômica Federal doa alimentos através do Programa Caixa Mais Solidária

Já o programa Pátria Solidária do Governo Federal contemplou o Banco de Alimentos de Gravataí com R$ 100 mil para aquisição de cestas básicas, com o objetivo de atender famílias carentes, idosos em instituições de longa permanência, além de atender aos moradores de ruas que vivem em situação de vulnerabilidade social.

O Banco de Alimentos de Gravataí teve sua diretoria reeleita com o empresário Renato Rosa de Oliveira, renovando seu mandato por mais dois anos, além da maioria dos demais diretores. A direção da entidade segue firme no seu trabalho de conquistar novos parceiros para poder aumentar a quantidade de alimentos adquiridos e poder ampliar o leque de entidades e famílias atendidas em suas necessidades básicas de alimentação. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 17


ACONTECE NA REDE –RS

PELOTAS

Empossada nova diretoria do Banco de Alimentos de Pelotas

Em 18 de outubro foi empossada a nova diretoria do Banco de Alimentos de Pelotas. Na ocasião, a nova presidente, Ivone Maria Kruger, reforçou a necessidade de seguir com os projetos já em andamento na gestão da presidente Elena Engers e assumiu o compromisso de aumentar ainda mais o fluxo de doações. Nova diretoria: presidente: Ivone Maria Kruger; vice-presidente: Elena Engers; diretora secretaria: Luciula Lopes Morales; diretora financeira: Beatriz Lang Passos Bonat; diretora de patrimônio: Maria Luiza Xavier; diretora jurídica: Sônia Mara Sá Brito Cardoso; diretora de marketing: Kamila Albuquerque Barros; diretora de logística: Kelen Schimidt; diretora relação com mercado: Maria Helena Affonso Martins; diretora técnico: Maristela Siqueira (nutricionista).

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PORTO ALEGRE

Homenagem ao aniversário de Porto Alegre Na passagem dos 250 anos da cidade de Porto Alegre, comemorados no dia 26 de março de 2022, o Banco de Alimentos homenageou a capital dos gaúchos, que também foi o berço do primeiro Banco de Alimentos do País. Para celebrar a data, foi instalada uma faixa comemorativa nas instalações dos Bancos Sociais e doadas 250 cestas de alimentos para o gabinete da primeira dama da prefeitura de Porto Alegre, que destinou os alimentos para comunidades atendidas.

Campanha Contabilidade Solidária

O Conselho de Contabilidade do RS (CRC-RS) e o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado do RS (Sescon-RS), já parceiros de longa data, uniram-se este ano com o Banco de Alimentos para realizar a campanha Contabilidade Solidária. O Banco de Alimentos disponibilizou um QR

Code e link criados especialmente para a campanha, oportunizando que as doações pudessem ser efetuadas de qualquer lugar do Estado. Por todo o Estado, os delegados representantes também promoveram arrecadação de donativos, que, nesse caso, foram distribuídos nas entidades carentes de suas respectivas regiões.


Ticket e Banco de Alimentos lançam podcasts sobre alimentação saudável Para celebrar o mês do Meio Ambiente, celebrado em Junho, a Ticket, marca de benefícios de refeição e alimentação da Edenred Brasil, firmou uma parceria com o Banco de Alimentos de Porto Alegre para a produção de uma série de podcasts sobre alimentação saudável. O canal educativo “Pitadas de Conhecimento” traz quatro episódios com dicas e orientações nutricionais para que as pessoas aprendam a selecionar e preparar melhor as refeições. “A Ticket é reconhecida por suas ações que visam o acesso dos trabalhadores à alimentação de qualidade. O envolvimento em um projeto como esse reafirma nosso compromisso de multiplicar os benefícios e as refeições saudáveis, e permite que estendamos este conhecimento a um público ainda maior”, comenta Felipe Gomes, diretor-geral da Ticket. Todo o conteúdo foi criado pelo time de nutricionistas do Banco de Alimentos de Porto Alegre e os episódios estão disponíveis no Spotify, em bit.ly/pitadasdeconhecimento.

SLC incentiva contribuições ao Banco de Alimentos

Empresa faz campanha “SLC Contra Fome’

Para incentivar doações para o Banco de Alimentos, a SLC Agrícola deu o ponta pé inicial e destinou R$ 237 mil em produtos para o projeto. A doação beneficiou 4 mil famílias, o que representa 156 mil refeições. A ação integra uma série de iniciativas da produtora de alimentos para ajudar no combate à fome no país. Ao todo, o projeto já distribuiu 180 toneladas de alimentos nos Estados em que a empresa atua. Segundo Eduardo Logemann, presidente do Grupo SLC, a empresa quer somar

esforços para ajudar a população em situação de vulnerabilidade social e econômica. “A colaboração faz parte do propósito da empresa desde sua fundação e agora convida a sociedade a se engajar na luta contra a fome”, disse o executivo. Batizada de SLC contra Fome, a ação também serve de ponte para quem quiser fazer doações ao Banco de Alimentos. Por meio do link bit.ly/slcagricolacontrafome é possível contribuir com valores a partir de R$ 4.

Presidente da NTC&Logística visita o Banco de Alimentos O presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, e diretores, visitaram as instalações do Banco de Alimentos de Porto Alegre no dia 30 de agosto de 2021. O projeto de combate à fome, que já conta com a participação ativa do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), desde a sua fundação, agora passa a contar também com o apoio da NTC&Logística. Na oportunidade, Francisco Pelucio foi homenageado com a Comenda de 20 anos do Banco de Alimentos, entregue pelo presidente do Banco de Alimentos, Paulo Renê Bernhard. Participaram da visita Marcelo Rodrigues, diretor financeiro da NTC; Paulo Lustosa, presidente da FENATAC; João Pierotto, vice-presidente extraordinário de Responsabilidade Social da NTC&Logística e diretor do Banco de Alimentos; Adir Fração e Ademir Frasson, ex-dirigentes do TRC, fundadores do Expresso Mercúrio e diretores do Banco de Alimentos. João Pierotto, Adir Fração e Ademir Frasson, além de diretores do Banco de Alimentos, participaram da criação do primeiro Banco de Alimentos do Brasil, fundado em Porto Alegre, e juntos, ajudaram a propagar essa iniciativa para mais de 30 cidades. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 19


ACONTECE NA REDE –RS

PORTO ALEGRE Festival do Japão arrecada alimentos em live solidária

A Live do Festival do Japão RS, transmitida pelas plataformas do Facebook e YouTube no dia 15 de agosto, abordou o tema “Saúde e Longevidade” e contou com a participação de atrações internacionais, que demonstraram receitas ao vivo e apresentaram danças e tambores japoneses. Além disso, durante a live

foram incentivadas as doações ao Banco de Alimentos por intermédio da divulgação de QR Code. O incentivo às doações ocorreu durante todo o mês de agosto, incluindo doações em pontos físicos, como na Academia da Polícia Militar, e nas empresas Multi Aquecedores e Comercial Hikari.

Sérgio Mário Gabardo recebe homenagem do Banco de Alimentos O presidente do SETCERGS e 1º vice-presidente do Banco de Alimentos, Sérgio Mário Gabardo, foi homenageado com placa descerrada na Galeria de Honra da Logística Social do Banco. A cerimônia aconteceu no dia 14 de julho de 2021 e contou com a presença de Adir Luiz Fração, conselheiro e fundador do Banco de Alimentos e João Pierotto Neto, vice-presidente extraordinário de Responsabilidade Social da NTC&Logística. Paulo Renê Bernhard, presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS, também realizou a entrega da Comenda de Honra dos 20 anos do Banco de Alimentos à diretoria do SETCERGS, instituição fundadora do Banco de Alimentos. 20 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

Gigante Solidário: troca de cestas básicas por uniformes se encerra no primeiro dia Um sucesso. Assim pode ser definida a ação Gigante Solidário, promovida pelo Sport Club Internacional no dia 2 de julho de 2021. A iniciativa tinha como objetivo a troca de cestas básicas por 800 kits com materiais esportivos de patrocinadores de temporadas passadas. Prevista para ocorrer em dois dias, a procura foi tanta que os produtos se esgotaram em algumas horas.

Com o valor de R$ 85.773,30 arrecadados, foram doados 18.394 quilos de alimentos às entidades beneficiadas pelo Banco de Alimentos, compondo 1.082 cestas básicas de 17 quilos cada, beneficiando 4.328 pessoas. A campanha foi idealizada pelas vice-presidências de Relacionamento Social, Marketing e Parque Gigante. A ação contou com o apoio da BRIO, Estapar, Brigada Militar, EPTC e Logística e voluntários.


Exposição “Pantanal, beleza ameaçada” em prol do Banco de Alimentos Por dois meses, a icônica escadaria do Viaduto Otávio Rocha (Viaduto da Borges de Medeiros, no centro da Capital), recebeu a exposição “Pantanal, beleza ameaçada”, com fotografias de Douglas Fischer e Daisson Flach. O evento foi gratuito e buscou auxiliar o Banco de Alimentos de Porto Alegre na luta contra a fome. As obras expostas foram disponibilizadas para venda, impressas em fine art, com valores destinados ao Banco de Alimentos.

Multiplan doa alimentos para campanha de vacinação “Parceria Solidária” A Multiplan, administradora do BarraShoppingSul em Porto Alegre, fez a doação de 250 cestas básicas para a campanha de arrecadação de alimentos do projeto Parceria Solidária, que arrecadou alimentos nos drives-thrus de vacinação. A entrega foi realizada no Banco de Alimentos, parceiro da prefeitura nesse projeto. Participaram da visita Vander Giordano, vice-presidente institucional da Multiplan; Bruno Vanuzzi, diretor imobiliário da Regional Sul da Multiplan; Eduardo Vitagliano, superintendente do BarraShoppingSul; e Luisa Guedes, gerente de Comunicação da Multiplan. O secretário de Desenvolvimento Social, Léo Voigt, que representou a gestão municipal na entrega, recebeu os alimentos e parabenizou a empresa pela dupla colaboração: pelo lado econômico, com os empregos gerados nos negócios e pela campanha realizada. “Essa doação fortalece a estratégia de proteção social da prefeitura. Uma tarefa complexa, especialmente em momento de crise”, destacou o secretário municipal.

Gisele Bündchen doa 30 toneladas ao Banco de Alimentos

O Banco de Alimentos recebeu da top gaúcha Gisele Bündchen, através do Fundo Luz Alliance, uma parceria dela com a Brazil Foundation, uma linda doação que levará mais alimento e esperança para a vida de centenas de famílias: mais de 30 toneladas de alimentos, o equivalente a100 mil refeições. Essa parceria acontece desde o ano passado. Em 2020, o Banco já havia sido beneficiado com a doação de milhares de quilos de alimentos, produtos de higiene e cobertores.

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PORTO ALEGRE ARP é a nova parceira da Rede de Banco de Alimentos

Em meio às comemorações dos seus 65 anos, a Associação Riograndense de Propaganda (ARP) anuncia parceria com a Rede de Bancos de Alimentos do RS, para apoiar a Rede e incentivar a colaboração de profissionais e mercado da comunicação. “Queremos fazer nossa parte no apoio à iniciativa de tamanha seriedade, que tem tudo a ver com o que acreditamos: se preocupar com as pessoas, principalmente em um momento delicado como o que estamos enfrentando”, afirma a presidente da ARP, Liana Bazanela. A primeira agência a se engajar na campanha de combate à fome foi a GIO Comunicação, com uma campanha criada para o público jovem. Marcante, descontraída e criativa, a cada semana a campanha apresenta um alimento e convida o público a participar, doando pelo site Doe Alimentos - www.doealimentos.com.br

Prefeitura e Banco de Alimentos firmam parceria para doações nos drives de vacinação Quem se vacinou nos drive-thrus pode contribuir com a campanha de arrecadação que a Prefeitura de Porto Alegre firmou com o Banco de Alimentos. As doações de alimentos não perecíveis foram entregues em quatro pontos: Big Sertório, Big BarraShopping, Beira-Rio e PUCRS. “O momento exige união total de esforços para salvar vidas e garantir a dignidade dos cidadãos diante da crise”, disse o prefeito Se-

bastião Melo. A iniciativa junto às secretarias municipais teve a liderança do Gabinete da Primeira-Dama. “Precisamos nos colocar no lugar de quem mais precisa”, defendeu a primeira-dama Valéria Leopoldino.

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Formiguinha recebe Prêmio de Serviço “A Bondade Importa” O Projeto Formiguinha, do Banco de Alimentos, coordenado pelos Diretores Voluntários e Leões Cloé Fernandes e José Fernandes, do LCPA Santa Flora recebeu o Prêmio de Serviço “A Bondade Importa”, do Distrito Múltiplo de Lions para o RS, SC e PR pela arrecadação de 151 toneladas de alimentos em 5 anos. Este prestigiado prêmio é concedido anualmente a alguns Lions e Leo Clubes pela realização de um ótimo serviço em uma das áreas de causa global. O prêmio A Bondade Importa é um desafio para Leões e Leos desenvolverem projetos de serviços inovadores e criativos que visem causar um impacto positivo nas comunidades.

“Bê-á-bá Digital” orienta idosos sobre ferramentas digitais Uma cartilha produzida por uma aluna da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) em parceria com o Conselho Municipal do Idoso (Comui) e o Banco de Alimentos de Porto Alegre foi distribuída a idosos para auxiliá-los no uso de ferramentas digitais para superar o distanciamento na pandemia. Intitulada “Bê-á-bá Digital”, a obra é decorrente do trabalho de conclusão de graduação em Biomedicina de Giovana Diniz de Oliveira Bonetti, sob a orientação da professora Claudia Giuliano Bica. Também participam da obra Eleonora Kehles Spinato, do Comui, e a presidente do Grupo Longevidade Viva a Vida, Cristina Padilha Lemos. O material impresso foi distribuído gratuitamente pelo Banco de Alimentos de Porto Alegre a grupos de convivência de idosos, grupos organizados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e idosos ligados à Secretaria Municipal de Esportes. A cartilha pode ser baixada pelo link:

bit.ly/cartilhabeaba


REGIÃO DO CALÇADO Artistas plásticos de Novo Hamburgo usam seu trabalho como forma de solidariedade A convite do Banco de Alimentos Região do Calçado, os artistas Magna Sperb, Marcelo Lenko, Régis Bondan e Leonardo Lessa produziram artes exclusivas para a campanha AMOR + SOLIDARIEDADE, que estampou cerca de 370 camisetas, comercializadas para que a renda seja revertida para compra de cestas básicas. Magna Sperb optou por um desenho que lembre o entrelaços, uma das marcas de sua obra. Seu desenho traz a ideia de esperança e doação, como símbolos uma mão e um coração.

Campanha Unidos Pelo Bem Mais de duas toneladas de alimentos foram repassadas ao Banco de Alimentos – Região do Calçado (Barc) e a Associação Evangélica de Ação Social (Aevas), através da campanha Unidos pelo Bem, da União FM. A ação, que mobilizou parceiros e diversos ouvintes, realizou um drive-thru solidário no dia 23 de outubro. Durante a manhã, quem passava pela estrutura montada na Comunidade da Ascensão, no centro de Novo Hamburgo, pode conferir ao vivo a discotecagem do DJ Renato Rocha, conhecer alguns comunicadores da rádio e ganhar mimos, concorrendo ainda ao sorteio de diversos prêmios. “A fome não espera. Só temos que agradecer aos parceiros, e a todos que se dispuseram a doar. Foi um dia especial”, disse o diretor da Rádio União FM, Rodrigo Giacomet.

Já Marcelo Lenko apresenta um desenho onde se destacam olhos dentro de um coração, uma imagem quase festiva que traz um sentimento de alegria e espontaneidade. “Entrega” foi a inspiração de Leonardo Lessa, que apresenta um desenho onde se vê um par de mãos entregando um coração para outra pessoa. Régis Bondan foi o único entre

os quatro artistas que escolheu outro tema para a obra, uma reflexão. Com um desenho mais escuro e soturno, ele usa uma rua vazia e pouco iluminada como uma representação dos caminhos da vida e a preocupação com o fato das pessoas ainda estarem passando fome.

Parceria com a Krause Assistencial O Banco de Alimentos firmou parceria com o Grupo Krause Assistencial, de Novo Hamburgo, para celebrar uma data histórica. O Grupo Krause, uma das marcas mais tradicionais de Novo Hamburgo e região, completa uma conquista muito especial: seus 100 anos de história, comemorados no dia 30 de março. Para celebrar essa história de responsabilidade e compromisso com as pessoas, a Krause Assistencial lançou a campanha “Protegeu, Ajudou”. Durante o período da ação, prevista até o dia 30 de novembro de 2022, 50% do valor da taxa de adesão de todas as modalidades do plano Melhor Viver serão destinados para o Banco de Alimentos. No dia 8 de abril foi assinado o Protocolo de Intenções na sede do Krause Assistencial, com a participação de Ademir Rodrigues, presidente do Banco de Alimentos, e Gilberto Franceschetti, diretor do Grupo Krause.

Florybal apoia Banco de Alimentos A campanha do ingresso solidário do Parque Terra Mágica Florybal, de Canela, em que o público trocou 2 quilos de alimentos não perecíveis por um desconto no ingresso, pagando apenas R$ 20 na entrada do parque, arrecadou mais de 2 toneladas de alimentos em prol do Banco

de Alimentos. A campanha ocorreu de 24 de janeiro a 31 de março, tendo uma ampla procura por ingressos. Pessoas de várias cidades do Vale dos Sinos contribuíram para a ação e ainda puderam conhecer o parque e se divertir com a variedade de atrações do local. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 23


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RIO GRANDE O melhor prato é o prato cheio

Quando um chef de cozinha prepara um prato para ser degustado, é seu papel pensar em variáveis que compõe o mesmo, de forma que o resultado final seja do agrado de quem o consumirá. A combinação dos sabores, aromas, cores e nutrientes são alguns dos predicados que permeiam o planejamento da iguaria, até que se consolide o prato. Assim como os ingredientes se combinam em um prato, a harmonização de pessoas também é importante, principalmente em prol do bem comum. E assim é o Banco de Alimentos de Rio Grande (BARG), composto por voluntários, parceiros e mantenedores, que se uniram para combater a fome na cidade. Afinal, o melhor prato é o prato cheio. Mapeamento Professores e alunos do IFRS Campus Rio Grande aceitaram o desafio de criação de um site para o mapeamento das distribuições de alimentos do Banco de Alimentos de Rio Grande. “Neste projeto os alunos têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos de forma prática em uma demanda real da sociedade, contribuindo para a sua formação pessoal, acadêmica e profissional”, afirma a professora Raquel de Miranda Barbosa, uma das responsáveis pelo projeto. Em dezembro 2021, na comemoração dos 10 anos do BARG, foi realizado o pré-lançamento do mapeamento, que agora já está finalizado. 24 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

SANTA MARIA Sábados Solidários e Trote Solidário distribuem mais de 79 toneladas de alimentos O Banco de Alimentos de Santa Maria distribuiu mais de 79 toneladas de alimentos durante o primeiro trimestre de 2022. Com apoio dos membros da diretoria, voluntários e instituições, a organização conseguiu ajudar mais de 40 entidades. Foram promovidos quatro Sábados Solidários, nos dia 8 de janeiro, 5 de fevereiro, 5 de março e 9 de abril. Além desta ação, foi promovido o Trote Solidário no dia 26 de março, incentivado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que contou com a presença de duas universidades: a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Franciscana (UFN).

Rádio Imembuí celebra aniversário com ação em prol do Banco de Alimentos Em comemoração aos seus 80 anos, a Rádio Imembuí entregou mudas de árvores nativas para os ouvintes que doaram alimentos não perecíveis, em uma ação realizada no dia 11 de fevereiro.

Agradecimento O Banco de Alimentos de Santa Maria realizou a entrega do Certificado de Agradecimento aos diretores Cláudio e Alcides Zappe como forma de agradecimento pelo apoio prestado ao Banco de Alimentos desde sua fundação.

A ação arrecadou 2,6 toneladas de alimentos não perecíveis, nos supermercados Beltrame, da Hélvio Basso; Carrefour, da Av. Rio Branco; Nacional, da Av. Medianeira; Peruzzo, da Presidente Vargas; Rede Vivo, da Av. Dores; e Big, da Fernando Ferrari.

Prestação de contas à comunidade O presidente do Conselho de Administração, Adão José Fighera, em um ato de transparência, realizou uma prestação de contas do trabalho desenvolvido pelo Banco de Alimentos de Santa Maria durante uso da Tribuna Livre da Câmara de Vereadores, no dia 25 de março. Na mesma data foram entregues os certificados “Amigo do Banco de Alimentos” aos vereadores que destinaram emendas impositivas para a organização.

Campanha pelo Doe Alimentos destina mil cestas básicas à Santa Maria

No final do mês de março, o Banco de Alimentos de Santa Maria recebeu a entrega da empresa Campal de 1.000 cestas básicas, com sete quilos de alimentos não perecíveis, adquiridos com a doação da comunidade gaúcha pelo portal Doe Alimentos - www. doealimentos.com.br - da Rede de Bancos de Alimentos do RS.


URUGUAIANA Alunos de medicina da Unipampa levam bom exemplo à sociedade

VALE DO SINOS

Vale do Sinos cria Projeto Seme@ndo Saúde

Universitários do curso de Medicina da Universidade Federal de Uruguaiana (Unipampa), participaram do Trote Solidário doando alimentos que foram doados ao Banco de Alimentos de Uruguaiana. Um trabalho importante com muita dedicação dos jovens conseguindo boas doações e elogios da comunidade pela iniciativa.

VENÂNCIO AIRES

O Seme@ndo Saúde é um projeto do Banco de Alimentos do Vale do Sinos que visa aproximar a instituição da comunidade. O objetivo é elaborar e compartilhar dois posts semanais, nas redes sociais do Banco. Serão abordados assuntos relacionados à alimentação e nutrição, além da publicação de receitas. Acompanhe: Instagram: @bancodealimentosvs Facebook: /bancodealimentosvs

E-book com receitas nutritivas e equilibradas Venâncio Aires unida pelo combate à fome Venâncio Aires volta a receber as atividades presenciais do Sábado Solidário, quando várias entidades trabalham juntas, como os Rotarys e os Lions, além da Ordem Demolay e do Rotakids. Os voluntários também participam de todos os preparativos do Natal do Bem, atuando ainda na Cavalgada do Bem. O Banco de Alimentos de Venâncio Aires estuda a possibilidade de participar em novos eventos presenciais.

O Banco de Alimentos Vale do Sinos lançou seu primeiro e-book com receitas testadas e nutricionalmente equilibradas, além de serem compostas de ingredientes acessíveis. O livro digital foi lançado em uma Live e após o lançamento, foram realizadas mais duas lives para divulgação e preparo de uma das receitas. O objetivo do projeto foi oferecer um material de qualidade por

um valor acessível. Cada pessoa pode estipular o preço que deseja pagar pelo material, com um valor mínimo de R$ 19,90. Todo o recurso é usado para comprar alimentos. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 25


TECNOLOGIA SOCIAL

Site Doe Alimentos ferramenta de de alimentos www.doealimentos.com.br De março de 2020 a março de 2022, o portal proporcionou mais de 35 mil transações, gerando a compra de 676.337 quilos de alimentos

S

e até pouco tempo atrás poderia haver dúvidas de como estender a mão ao próximo, pelo pensamento “quero ajudar, mas não sei como”, agora não existe mais esse obstáculo. Não há barreiras ou mesmo fronteiras com a tecnologia disponível. Foi exatamente essa a percepção da Rede de Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, quando precisou enfrentar o mais duro dos períodos da história moderna: valer-se da tecnologia para expandir o alcance de suas ações por um sistema de doação virtual, durante a pandemia. Rapidamente após o Brasil decretar situação de pandemia, em março de 2020, o Banco de Alimentos se mobilizou e aperfeiçoou um sistema já existente, para atender as exigências que o momento demandava. Ao mesmo tempo em que o momento impunha isolamento social, havia o recuo das arrecadações, pois algumas ações como o Sábado Solidário e o Trote Solidário não podiam continuar. Em contrapartida, quem já sofria com a insegurança alimentar pela pobreza, passou a sofrer mais ainda com a queda nas doações e até mesmo com a perda de empregos e redução de renda. Era preciso agilidade para continuar a atender quem não poderia esperar: quem tem fome. Desenvolvido há alguns anos, em 2020 a plataforma Doe Alimentos - www.doealimentos.com.br - se transformou em uma ferramenta chave para a continuidade da missão de combate à fome.

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se tornou grande arrecadação e doação Começava a Operação Covid-19 “A plataforma foi de extrema importância, pois o Banco de Alimentos pode trabalhar por um formato que não dependia de deslocamento. Quem desejava doar passou a ter a opção de ajudar em poucos cliques, por meio de seu computador ou smartphone”, explica Paulo Renê Bernhard, presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS.

A ferramenta conquistou a sociedade, que entendeu a importância do chamamento para combater o grande flagelo que se instalara não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Ao longo de dois anos, de março de 2020 a março de 2022, o Doe Alimentos proporcionou mais de 35 mil transações, gerando a compra de 676.337 quilos de alimentos.

Parcerias indispensáveis ajudam no sucesso da ação Corrida do Sesi

Lubrishow estimulou doações em prol do Banco de Alimentos

Desde o início, a campanha promovida pela Rede de Bancos de Alimentos do RS para estimular as doações via o Doe Alimentos contou com importantes parcerias de empresas, de artistas e da sociedade. Empresas como o Grupo RBS, que mantém uma campanha permanente, além do Natal do Bem, a SLC Alimentos, CRC-RS, Lubrishow e muitas outras iniciativas se associaram à causa e garantiram muitas arrecadações. Durante lives, mais de 50 artistas disponibilizaram nas telas QR Codes criado pelo Banco de Alimentos para que as pessoas pudessem doar recursos na hora, durante seus shows. Mesmo com o retorno às atividades presenciais, a internet continua uma grande aliada no combate à fome e mais cooperações passaram a ser formadas.

Agora, em 2022, o Banco de Alimentos passa a contar com outro grande parceiro: o Sesi/RS. A instituição, por meio da Corrida do Sesi, passa a fomentar a prática da atividade física na busca pela saúde e bem-estar como uma ferramenta para promover a solidariedade. Cada participante da corrida efetuará sua inscrição doando alimentos pela plataforma Doe Alimentos, compondo uma sacola no valor de R$ 30,00. Para facilitar a inscrição, o Sesi está divulgando em suas redes sociais e site do evento um link rastreável, direcionado para o portal Doe Alimentos.

Como funciona? A facilidade de doação virtual continua em alta. Os interessados em contribuir podem acessar o site www. doealimentos.com.br, fazer um breve cadastro e, de forma rápida, montar a sua sacola de doações com os diversos itens disponíveis no site. Sem quantidade mínima, o doador pode escolher doar produtos como arroz, leite, feijão, café, farinha de trigo e óleo de soja, em valores variados. Outra opção é comprar cestas prontas, nos valores de R$ 50,00, R$ 90,00 ou R$ 150,00.

Peça seu QR Code Todos podem aderir à causa de combate à fome, seja como doador ou incentivador. Uma das mais recentes estratégias que vem sendo usadas de forma muito eficaz são as campanhas de festas ou eventos solidários, no qual convidados e participantes são estimulados a contribuir com valores em dinheiro para serem revertidos em alimentos para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Quem desejar se associar à grande causa de combate à fome, pode inovar suas estratégias de divulgação e comunicação oferecendo ao seu público um QR Code rastreável, direcionado para o portal Doe Alimentos. Para tanto, basta solicitar um link e QR Code à Rede de Banco de Alimento do RS. Contemporâneo e humanitário. Simples assim.

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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Mais do que oferecer acesso à alimentação, Banco de Alimentos estimula boas práticas na saúde Estudos científicos da equipe técnica do Banco de Alimentos, aliados aos trabalhos executados nos projetos da área de nutrição e saúde, possibilitam um atendimento mais eficaz às instituições beneficiadas, com propostas de alternativas viáveis e saudáveis dentro de suas realidades para que os usuários tenham acesso ao alimento com segurança alimentar e nutricional

M

ais do que proporcionar o alimento à mesa de quem mais necessita, o Banco de Alimentos atua para garantir a segurança alimentar e higiênico sanitária dos alimentos, trabalhando para assegurar que a alimentação supra as necessidades básicas dos beneficiários, com a adequada atenção e cuidado desde o armazenamento até o preparo dos alimentos. Para tanto, ao longo de duas décadas de atuação, o Banco de Alimentos construiu uma história de cooperação entre empresas, cidadãos doadores e instituições beneficiadas, contando, ainda, com importantes apoiadores, entre eles Universidades, em prol de assegurar aos beneficiários melhor qualidade de vida, com acesso ao alimento seguro. Por meio dos estágios curriculares, voluntariados e pesquisas, o Banco de Alimentos, juntamente com as Universidades, por intermédio dos cursos de Nutrição, Gastronomia, Psicologia, Fisioterapia, Serviço Social, entre outros, trabalha para transformar a cultura da Segurança Alimentar e Nutricional e de saúde das instituições beneficiadas. “Essa interatividade é de extrema importância, pois os universitários que atuam como estagiários têm a oportunidade de aprender e desenvolver, na prática, sua área de estudo, e nós, do Banco de Alimentos, recebemos muito mais do que apoio na execução das tarefas, recebemos novas ideias e estímulos típicos da juventude. Tenho certeza que esse conjunto de ações é uma sementinha plantada para a multiplicação de mais empreendimentos sociais, pelo bem comum”, destaca a nutricionista chefe do Banco de Alimentos Adriana Lockmann.

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Esse é nosso objetivo diário: promover a saúde por intermédio da oferta de alimentos e de projetos de disseminação de conhecimento sobre o tema alimentação, para diversos públicos. A proposta é demonstrar, na prática, que alimentos com composição adequada, assim como a higiene e boas práticas na manipulação e armazenamento são essenciais para se viver bem. Nutricionista chefe do Banco de Alimentos Adriana Lockmann


Impacto da ciência na transformação cultural Para atingir o objetivo de combater a fome e a má nutrição, disseminando mais conhecimento para que os beneficiários tenham mais qualidade de vida, o Banco de Alimentos desenvolve e implementa inúmeros projetos nas instituições atendidas, contando com recursos incentivados, intermediados pelos fundos municipais do Idoso e da Criança e Adolescente e regulamentados por lei. Com apoio de estudos e artigos científicos redigidos, orientados principalmente pela nutricionista Adriana Lockmann, que é mestre em Gerontologia Biomédica pela PUCRS e doutoranda em Ciências da Saúde – Epidemiologia, pela UFCSPA, o Banco de Alimentos tem construído uma base científica, impactando na transformação positiva pelas boas práticas de saúde. Essa transformação é um caminho sólido para o crescimento contínuo deste grande projeto, que é o combate à fome.

Estudos científicos A proximidade entre a Academia e o Banco de Alimentos tem gerado ótimos resultados no que se refere ao conhecimento da realidade vivida entre os beneficiários, principalmente da população idosa, extre-

mamente vulnerável. Por meio de estudos de campo, entrevistas, avaliações e intervenções, essas pesquisas revelam a necessidade de maior fomento de investimentos e políticas de saúde pública para estes indivíduos. Por outro lado, de sua parte, o Banco de Alimentos tem contribuído para a melhoria da saúde da população atendida por meio dos seus seis projetos de educação e saúde, que proporcionam o encontro direto en-

tre os beneficiários e as equipes técnicas de cada área - Nutrição, Gastronomia, Psicologia, Fisioterapia, Serviço Social, entre outros. Durante os encontros nas atividades de cada projeto, as equipes têm a oportunidade de levar um pouco mais de conhecimento a cada participante, capacitando as pessoas para melhores práticas na manipulação de alimentos e na escolha de alimentos mais saudáveis. “Por intermédio da ciência, com um linguajar simples, estamos ajudando as instituições, propondo alternativas viáveis e saudáveis dentro de suas realidades menos privilegiadas, para que tenham acesso ao alimento com segurança alimentar e nutricional”, explica Adriana. Um exemplo disso é a explicação aos participantes de como uma pessoa com diabetes pode manter uma alimentação adequada e saudável, sem alto custo. “Ensino, durante os encontros, que se a pessoa não tem arroz integral, rico em fibras e baixo teor glicêmico, que ela pode adicionar um pouco de linhaça para melhorar a preparação. Ou até mesmo adicionar um pouco de linhaça no pãozinho francês. São opções viáveis, que aproximam os preceitos da Nutrição ao dia a dia da população”, ressalta Adriana Lockmann. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 29


SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Estado nutricional dos idosos Trabalhos científicos têm demonstrado a relação entre o estado nutricional e a condição física e clínica de idosos vinculados a instituições da Rede Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul.

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ntre as pesquisas publicadas está o artigo “Associação entre estado nutricional e qualidade de vida de idosos”, publicado na Revista Amazonense de Geriatria e Gerontologia (2021), e que tem, entre outros autores, a nutricionista Raquel Goiânia, a professora Denise Zaffari e a nutricionista Adriana Lockmann como coordenadora do banco de dados da pesquisa oriundo do Projeto Passos da Longevidade. O trabalho demonstrou o resultado da avaliação entre o estado nutricional e a qualidade de vida de idosos atendidos neste projeto do Banco de Alimentos. Com a proposta de conhecer a realidade da população idosa que frequenta os grupos de convivência nas instituições beneficiadas com a doação de alimentos, os pesquisadores coletam informações, planejam e executam ações de educação em saúde para melhorar a qualidade de vida dos beneficiários. Os resultados demonstram o risco de várias situações associadas ao envelhecimento, com problemas diversos de saúde, como diminuição da capacidade cognitiva e da autonomia, redução da percepção sensorial e da capacidade funcional e doenças crônicas. Essas situações podem ser amenizadas por meio de inter30 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

venções adequadas ao estilo de vida, incluindo a adoção de uma alimentação saudável, a prática de atividade física, a cessação do tabagismo, a redução do estresse, entre outras. A má nutrição na idade avançada aumenta o risco de doenças, reduz a funcionalidade, piora a qualidade de vida e aumenta a mortalidade.

Qual a causa? Conforme a referida pesquisa, vários são os fatores que levam o idoso a ter uma situação nutricional desfavorável, como fatores fisiológicos, econômicos e biopsicossociais. Além disso, a baixa condição econômica, a capacidade cognitiva e funcional prejudicadas, a depressão e o isolamento, juntamente com os demais fatores que influenciam o consumo alimentar e o estado nutricional dos idosos, contribuem para perda de peso não intencional, desenvolvimento de carências nutricionais ou excesso de peso que irá afetar, de maneira significativa, a saúde e a qualidade de vida. A fome está diretamente relacionada com doenças. Assim como a má nutrição. Por isso a equipe técnica do Banco de Alimentos trabalha para que o alimento seja fonte de saúde. Se as pessoas tiverem acesso a uma alimentação equilibrada, terão saúde. “Esse é nosso objetivo diário: promover a saúde por intermédio da oferta de alimentos e de projetos de disseminação de conhecimento sobre o tema alimentação, para diversos públicos. A proposta é demonstrar, na prática, que alimentos com composição adequada, assim como a higiene e boas práticas na manipulação e armazenamento são essenciais para se viver bem”, destaca Adriana Lockmann.



MATÉRIA PRINCIPAL

Banco de Alimentos de Porto Alegre:

Há mais de 21 anos assegurando alimentação e esperança de uma vida melhor a quem mais precisa

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ensar globalmente, agir localmente. Essa expressão frequentemente utilizada em diferentes contextos e áreas tem como principal definição um sobreaviso: cada um de nós tem que fazer a sua parte para tornar nossa sociedade melhor. Isso também vale, e muito, para as relações humanas, que impreterivelmente necessitam de cooperação e solidariedade em prol do coletivo, a começar pelo nosso entorno, por nossa comunidade. Foi sob essa ótica que um grupo de cidadãos – diretores de empresas, sindicatos, entidades e clubes de serviços – se reuniu há mais de 22 anos, inspirados pela ex-

periência do Banco de Alimentos de Portugal, para juntos combater o flagelo da fome e da má nutrição na Capital gaúcha. Juntos, sob a tutela do Conselho de Cidadania da FIERGS, estes cidadãos conscientes de sua responsabilidade para com a sociedade lançaram em 6 de dezembro de 2000 o Banco de Alimentos de Porto Alegre, pioneiro no Brasil. “Nossa proposta foi desde o inicio, combater a fome e levar esperança para comunidade carentes”, relembra Paulo Renê Bernhard, o atual presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Alimentos do RS. A ação inicialmente

buscou arregimentar a sociedade empresarial, grupos de serviços, universidades. Na continuidade elaborou um Mapa Social, pelo qual realizou o cadastramento de instituições assistenciais que faziam o atendimento direto a pessoas mais necessitadas. Hoje são mais de 300 entidades atendidas, que assistem a mais de 233 mil famílias, ou, 935 mil pessoas por ano. Por sua metodologia e ótimos resultados, mais do que ser o primeiro do gênero no país, o Banco de Alimentos de Porto Alegre se tornou uma referência nacional no combate à fome, à má nutrição e ao desperdício alimentar.

Fundadores do Banco de Alimentos de Porto Alegre ADCE-RS, AGAS, A. Leopoldina Juvenil, FIERGS, Sesi-RS, F. Maurício Sirotsky Sobrinho, F. Rotarianos de POA, Setcergs, Sind. Ind. da Alimentação do RS, SINDHA, Parceiros Voluntários e WMcCann

Início do Banco de Alimentos: instituição ganhou o seu primeiro depósito, onde está instalado até hoje

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Primeiro caminhão doado para o Banco de Alimentos

Início da Campanha Sábado Solidário, com diretores Paulo Renê Bernhard e Jorge Luiz Buneder. Ao centro, o executivo do Walmart

Lançamento do primeiro projeto de Nutrição do Banco de Alimentos, o projeto Nutrindo o Amanhã


O aniversário de 15 anos de fundação do Banco de Alimentos foi comemorado em grande estilo, no Leopoldina Juvenil

Organizações que participaram da criação do Banco de Alimentos de POA Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Associação Leopoldina Juvenil, Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (SESI-RS), Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS), Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre, Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), Sindicato das Indústrias da Alimentação do Estado do Rio Grande do Sul (SIA), Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (SINDHA), Parceiros Voluntários e WMcCANN.

I Encontro de Bancos de Alimentos 06/10/2005

Rotary Club doa Câmara Fria ao Banco de Alimentos

Criação da Rede de Bancos de Alimentos, a partir da metodologia exitosa do Banco de Alimentos de POA

Assinatura do Termo de Compromisso para criação dos Núcleos de Bancos de Alimentos (12-09-2007)

II Encontro de Bancos de Alimentos (6/10/2007)

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MATÉRIA PRINCIPAL

Referência nacional no combate à fome

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estes mais de 21 anos de operação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre se tornou modelo para a formação de 25 bancos de alimentos no país, ao compartilhar com outras localidades seu know how e metodologia para contribuir no combate à fome. Alguns fatores endossam a credibilidade e bons resultados conquistados pela instituição, como as doações contínuas de empresas e da sociedade civil; campanhas de conscientização e arrecadação atrativas, como o Sábado Solidário e o Trote Solidário; o trabalho executado pelas equipes em prol da segurança alimentar e nutricional, garantido por profissionais especializados e apoio de universidades; a infraestrutura de armazenamento; a logística social, com caminhões próprios e também com o apoio de transportadoras, que asseguram que as arrecadações cheguem a todos os cantos necessitados; e a transparência de toda operação, com a publicação de um relatório anual, desde o primeiro ano de sua fundação, em 2000.

Criação do Espaço Hortifrutigranjeiros, onde acontece toda higienização e separação dos alimentos recebidos para doação

III Encontro de Bancos de Alimentos (15/10/2008)

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Novos bancos Entre os mais recentes bancos formados no país a partir da experiência porto-alegrense estão o Banco Metropolitano de Curitiba (PR) e o de Florianópolis (SC), além de discussões avançadas em Palmas (TO). No Rio Grande do Sul, mais e mais cidades encamparam a ideia, integrando a Rede de Bancos de Alimentos do RS, criada em 2007 para ampliar o atendimento a todo o Estado. Atualmente, a Rede conta com 23 bancos, que atendem 31 municípios. Os mais recentes são de Bagé, Torres,

Alegrete e Viamão, sendo os três últimos funcionando como Núcleos. Para o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, o reconhecimento da experiência porto-alegrense é resultado do trabalho desempenhado de forma profissional e transparente. “Não há mais espaço para processos desorganizados. É preciso organização, com gestão empresarial e planejamento, pois uma governança corporativa permite melhores resultados com menores custos”, ressalta Bernhard.

21 anos em números

Doações do Banco de Alimentos de Porto Alegre

58.511.158

quilos de alimentos doados em 21 anos

175.533.47 300

instituições atendidas mensalmente

19.416 77.916

Criação do Laboratório de Análise Sensorial, onde podem ser analisados os alimentos e onde são realizadas oficinas diversas

refeições

famílias beneficiadas mensalmente pessoas atendidas mensalmente

Empresa TNT Mercúrio entrega doação de caminhão ao Banco de Alimentos (16/07/2010)

Jogo no Estádio Beira Rio, do Sport Club Internacional, com a camiseta do Colorado contendo o logotipo comemorativo aos 10 anos do Banco de Alimentos (28/11/2010)


Banco de Alimentos de Porto Alegre investe em novos processos para garantir a segurança alimentar e nutricional Inspirado no modelo português de combate a fome para sua criação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre avançou muito em sua operação ao longo de sua história, desenvolvendo novos processos para combater a fome, garantir a segurança alimentar e nutricional dos beneficiados e minimizar ao máximo o desperdício de alimentos. Diferentemente de Portugal, onde o forte é a atuação de voluntários na captação e doação de alimentos, o modelo implementado na capital gaúcha investiu na capacitação para uma melhor qualidade de vida, com boas práticas e bons hábitos certificados por projetos de Nutrição, Saúde e Educação, com o apoio de universidades. “Por intermédio de projetos especiais, que atendem principalmente aos públicos de idosos e de crianças, conseguimos não só fornecer o alimento, mas capacitar as instituições cadastradas e também o público beneficiado para usufruir de uma alimentação mais saudável e segura, de acordo com as normas sanitárias vigentes”, destaca o presidente do Banco

Evento em comemoração aos 10 anos do Banco de Alimentos, realizado na FIERGS (29/11/2010)

Suporte acadêmico

Denise Zaffari

de Alimentos de Porto Alegre, Paulo Renê Bernhard. Grande parte dessa conquista é mérito de parceiros acadêmicos, como a Unisinos, que investe no Banco de Alimentos com recursos humanos, doando horas trabalhadas de profissionais altamente especializados e oportunizando aos seus alunos a experiência de atuar diretamente com o público, por meio de estágios em seis projetos (leia matéria nesta edição).

Lançamento do Encontro dos voluntários Projeto Cozinha do Banco de Alimentos Nota Dez (04/12/2010)

Segundo a diretora do Banco de Alimentos de Porto Alegre Denise Zaffari, que é coordenadora do Curso de Nutrição Campos POA e professora do Mestrado em Nutrição e Alimentos da Unisinos, o atendimento junto aos públicos beneficiários possibilita que o Banco de Alimentos execute sua missão com um atendimento pleno. Denise Zaffari, juntamente com sua colega, também professora da Unisinos, Luiza Rihl Castro, prestam uma assessoria acadêmica ao Banco, atuando 4 horas por semana, cada uma, em reuniões com a equipe de Saúde e Nutrição, discutindo em conjunto sobre as melhores estratégias de intervenção em cada comunidade ou instituição. “A Academia potencializa ainda mais a já característica qualidade do Banco de Alimentos, que, por sua vez, intensifica o ensino-aprendizagem dos universitários que fazem estágio nos projetos”, destaca Denise, indicando que o estágio proporciona uma formação completa aos futuros profissionais.

IV Encontro de Bancos de Alimentos

Início do Trote Solidário em parceria com o Núcleo Acadêmico do Simers, elo qual até hoje foram arrecadados 287.491 quilos de alimentos

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MATÉRIA PRINCIPAL

Experiência e luta gaúcha inspiram edição de novas leis para estimular o combate à fome - Lei 14.016/20

Lei federal autoriza estabelecimentos a doarem alimentos que não forem comercializados As conquistas da Rede de Bancos de Alimentos do RS nestes últimos 20 anos não se limitaram a combater a fome. Neste período o Banco de Alimentos buscou sensibilizar o Senado Federal sobre a importância da promulgação de uma lei que permitisse o combate

Banco de Alimentos revitaliza as suas instalações em comemoração a Copa do Mundo de 2014

Lançamento do projeto Passos da Longevidade

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ao desperdício de alimentos. Finalmente, durante a pandemia, foi sancionada a Lei 14.016/20, que autoriza estabelecimentos a doarem alimentos que não forem comercializados. Esta lei autoriza a doação de alimentos in natura, produtos in-

Jantar Beneficente em comemoração aos 15 anos do Banco de Alimentos, realizado na Associação Leopoldina Juvenil

dustrializados e refeições prontas, desde que estejam dentro do prazo de validade e em condições próprias para o consumo. A medida abrange empresas, hospitais, supermercados, cooperativas, restaurantes, lanchonetes e todos os demais estabelecimentos

Grenal em que pela primeira vez os clubes Grêmio e Internacional vestiram camisetas com a identidade visual do Banco de Alimentos


que forneçam alimentos preparados prontos para o consumo de trabalhadores, de empregados, de colaboradores, de parceiros, de pacientes e de clientes em geral.

desta implantação junto as todas as instituições envolvidas no processo.

Agilidade

A expertise do Banco de Alimentos de 21 anos de trabalho focaNova fase do em uma eficiente gestão empresaA lei permite que empresas rial permite que o planejamento siga que trabalhem com alimentação três etapas, executadas concomitanpossam doar excedentes de alimen- temente: orientação, sensibilização e tos que estejam próprios para o viabilidade de execução. consumo humano e esse respaldo A equipe de Saúde e Nutrição jurídico estimulará que mais em- elaborou um manual para orientar a presários contribuam com a batalha execução da iniciativa e está fazendo diária de combate a fome. “É uma visitas a empresas que são passíveis virada de página em nossa história”, de serem doadoras, para apresentar a comemora o prenovidade e oriensidente do Banco tar as formas de “Quando regulamentada, a de Alimentos de bem lei poderá ser implementada contribuição, Porto Alegre, Paucomo sua forma em todo o país buscando lo Renê Bernhard, de aplicação. que foi incansável “O objetierradicar a fome” e persistente no vo maior do BanPaulo Renê Bernhard trabalho de sensico de Alimentos bilização de parlapara implemenPresidente Banco de mentares e autoritação desta lei Alimentos de Porto Alegre dades em Brasília, será de sensibipara que a lei de lização do maior e da Rede de Bancos de âmbito federal número de emAlimentos do RS fosse aprovada. presas que atuam “Quando regulano mercado, tanmentada, a lei poderá ser implemen- to no Rio Grande do Sul, quanto tada em todo o país buscando erradi- no País”, explica Paulo Renê. Essa car a fome”, completa. capacidade logística é de extrema O Banco de Alimentos em par- importância, pois a distância entre ceria com as faculdades de Nutrição doadores e receptores não pode ine Gastronomia já está participando viabilizar o processo.

Início da campanha Natal do Bem, feita em parceria com a RBS TV. Até hoje foram arrecadados 2.933.847 quilos de alimentos

Lançamento do projeto Primeiros Passos

Lançamento do projeto Oficina do Sabor

Inspiração se expande para outras áreas A criação do Banco de Alimentos também motivou a criação de outros bancos sociais, que formaram a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais - Indústria da Solidariedade, implementada pelo Conselho de Cidadania da FIERGS. Atualmente são 14 bancos: Banco de Alimentos; Banco de Computadores; Banco de Gestão e Sustentabilidade; Banco de Livros; Banco de Órgãos e Transplantes; Banco de Materiais de Construção; Banco de Mobiliários; Banco de Plástico; Banco de Projetos Comunitários; Banco de Refeições Coletivas; Banco de Resíduos; Banco de Tecido Humano-Pele; Banco de Vestuários; e Banco de Voluntários.

Primeira Cavalgada do Bem, realizada em parceria com a RBS TV, junto a campanha Natal do Bem (15/12/2018)

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MATÉRIA PRINCIPAL

Sementes bem plantadas rendem bons frutos

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ona Lucila Osório mal sabia que seria completamente seduzida por uma ideia que estava sendo plantada quando aceitou o convite do amigo e colega de diretoria da FIERGS Jorge Luiz Buneder para conhecer uma ação que irradiava solidariedade pelas instalações de sua empresa, a Stemac. “Em 1999 ele me convidou para conhecer o trabalho social que seus colaboradores tinham abraçado. Incentivados pela empresa e por Buneder, que tem um forte senso de dever social, eles arrecadavam roupas, lavavam, passavam e doavam, gerando um trabalho lindo de ajuda aos mais necessitados”, conta Lucila. Era o universo conspirando a favor, segundo ela. Inspirada pelo bom exemplo, Lucila passou a participar das reuniões do Conselho de Cidadania da FIERGS. “Já a partir das primeiras reuniões comecei a pensar em como poderia ajudar mais, até que uma noite cheguei em casa e conversei com meu marido Luís Felipe (falecido) sobre um pavilhão que estava

Lançamento do projeto Funcionalidade para idosos

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desocupado e que poderia ser emprestado à iniciativa por um tempo”, relembra “Ele achou a ideia maravilhosa”. Esse “um tempo” já dura mais de 21 anos. É neste pavilhão emprestado que até hoje funciona o Banco de Alimentos de Porto Alegre. “Eu vejo o papel do empresário engajado em causas sociais como uma forma de contribuir para uma sociedade mais justa, e até mesmo retribuir e agradecer por tudo que conquistou”, declara Lucila, que é presidente do Banco de Vestuários.

Legado A semente da solidariedade também foi repassada para os filhos de Lucila. Luís Felipe e Ana Laura seguiram o exemplo da mãe e se dedicam a causas sociais, como em ações da Liga de Combate ao Câncer de Sapiranga. “É uma felicidade imensa poder ter saúde para ajudar ao pró-

Banco de Alimentos completa 20 anos de fundação

ximo e também deixar um legado, como essa sementinha que foi plantada e que já está dando bons frutos, com meus filhos engajados em causas sociais. Quiçá também verei meus netos comprometidos com o social”, diz Lucila.

Durante a pandemia, a Rede de Bancos de Alimentos arrecadou e doou 10 milhões de quilos de alimentos


Os pratos estão cada vez mais vazios Se antes da pandemia a fome já afligia milhares de famílias, após a instalação da maior crise sanitária e hospitalar da história brasileira esse flagelo aumentou. Os pratos estão cada vez mais vazios, pois milhares de famílias continuam a viver com insegurança alimentar. Um a cada quatro brasileiros diz que a quantidade de comida disponível em sua mesa foi inferior à necessária para alimentar sua família nos últimos meses, conforme pesquisa realizada pelo Datafolha, divulgada no final de março deste ano. A situação só não é pior por conta de ações promovidas pela sociedade civil organizada, como os Bancos de Alimentos, por exemplo, mantidos exclusivamente com doações de empresas e comunidade.

Cenário negativo Em 2020, a pandemia provocou o aumento da insegurança

alimentar, consequência da alta de preços e do desemprego. Milhões de brasileiros perderam renda. Agora, mais recentemente, o conflito entre Rússia e Ucrânia intensificou o problema da insegurança alimentar, com o aumento das commodities e dos fertilizantes, que podem afetar a distribuição de alimentos no mundo inteiro. O Brasil ainda vive um cenário de inflação, juros e desemprego na casa de dois dígitos. Por essas razões, é fundamental que todos olhem para a dura realidade. O presidente da Rede de Bancos de Alimentos ressalta que a responsabilidade social deve fazer parte do DNA da iniciativa privada. “É preciso assumir o compromisso de contribuir para um mundo melhor”, defende Paulo Renê Bernhard. A mobilização contra a fome deve ser permanente. Pode parecer óbvio, mas não é: quanto mais ajuda for agrupada, menos pessoas sofrerão com a fome e a desnutrição.

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MATÉRIA ESPECIAL / OPERAÇÃO COVID-19

Durante pandemia, Rede de Bancos de Alimentos do RS doou 10 milhões de quilos de alimentos à população carente No pior momento da história recente do Brasil, a Rede mobilizou ainda mais a sociedade e durante a Operação Covid-19 conseguiu garantir alimentação a quem mais sofreu com as consequências da crise sanitária e econômica que afetou o mundo

Q

uando há pouco mais de 2 anos foi decretada a situação de pandemia no Brasil, seguindo a realidade mundial, a sociedade ainda não tinha a dimensão do que o período que estava por vir representaria. Depois de março de 2020 as incertezas só aumentaram, assim como uma das piores interrogações da vida: “o que vamos comer?”. Quando escolas e serviços não essenciais paralisaram suas atividades, rapidamente a Rede de Bancos de Alimentos do RS se mobilizou para impedir uma catástrofe entre as pessoas em maior vulnerabilidade social e em dois anos de Operação Covid-19, a organização arrecadou e doou 10 milhões de quilos de alimentos. “A capacidade de resposta a esse desafio foi efetiva e praticamente instantânea. Com pessoas engajadas, corpo de pessoal, voluntários, equipe de logística e todos os envolvidos, como as empresas que nos apoiam e a sociedade, nós conseguimos captar e distribuir alimentos de forma segura, seguindo todos os protocolos de saúde. Afinal, não poderíamos deixar de cumprir nossa missão no momento mais crucial de nossa história, quando mais do que nunca as pessoas con40 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

tavam conosco”, destaca o presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard.

Todos deram as mãos Além dos recursos humanos e solidariedade, o sucesso da Operação Covid-19 foi assegurado pela própria estrutura organizacional da Rede, que mantém uma metodologia inovadora de arregimentar apoiadores, em uma gestão de qualidade e credibilidade, assim como sua infraestrutura, com depósitos, equipamentos e câmeras frias. Outro ponto fundamental foi

o uso da tecnologia, pela qual a Rede intensificou campanhas para arrecadação online, via o site Doe Alimentos (matéria nesta edição). Os 10 milhões de quilos de alimentos arrecadados de março de 2020 a março de 2022 foram distribuídos a 30 cidades gaúchas que mantêm Bancos de Alimentos, atendendo a 964 instituições, que, por sua vez, atenderam a 634.461 famílias, chegando a 2.537.842 pessoas. O total de arrecadação no período serviu 28.550.729 de refeições. Além disso, foram arrecadados e doados 1.290.595 de itens de higiene e limpeza.

Dados da Operação COVID-19 Rede de Bancos de Alimentos RS Março de 2020 a Março 2022

Quantidade de alimentos (Kg) Refeições Pessoas beneficiadas Famílias atendidas Número de cidades beneficiadas Entidades beneficiadas Itens de higiene e limpeza

9.516.910 28.550.729 2.537.842 634.461 30 964 1.290.595


Instituto Helda Gerdau garantiu alimentação a milhares de famílias Pelas doações do Instituto Helda Gerdau, foi possível distribuir dois milhões de quilos de alimentos, equivalentes a seis milhões de refeições que atenderam 133 mil famílias Há quem diga que são nos momentos de maior dificuldade que se revelam os verdadeiros amigos. De fato, este pensamento foi comprovado durante a pandemia, quando mais do que nunca importantes parceiros do Banco de Alimentos foram cruciais para o enfrentamento do fantas-

ma da fome, que passou a assombrar milhares de pessoas. Muitos parceiros contribuíram fortemente no combate a esse flagelo, principalmente o Instituto Helda Gerdau. A família Gerdau, por intermédio de seu Instituto Helda Gerdau, repassou recursos ao Banco de Ali-

mentos que lhe permitiram adquirir dois milhões de quilos de alimentos, equivalentes a seis milhões de refeições, que atenderam 133 mil famílias, ou, 532 mil pessoas, no período da pandemia, com a quantidade já assegurada de mais 2,4 milhões de quilos de alimentos para 2022.

Uma história de solidariedade e empenho pela transformação social

A

s práticas de responsabilidade social permeiam toda a história centenária da Gerdau, que tem um forte compromisso com a sociedade, promovendo importantes ações em prol da melhoria da qualidade de vida da população. Causas sociais estão perpetuadas no DNA dos membros da família, que exercem, também, uma liderança transformadora ao incentivar o comprometimento dos seus colaboradores em ações de relevante impacto na sociedade. As iniciativas da responsabilidade social da companhia surgiram nos seus primeiros anos de existência. Seu fundador, Johannes Heinrich Kaspar Gerdau (João Gerdau), apoiou atividades sociais e comunitárias em igrejas e hospitais, como a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, desde 1901, quando fundou a empresa, até sua morte em 1917. Sinal disso é que a família Gerdau participou da criação dos Bancos Sociais e dos Bancos de Ali-

mentos, integrando seus conselhos Curador e de Administração, desde suas fundações. “Acreditamos que o desenvolvimento de uma empresa está diretamente relacionado à evolução da sociedade e de sua economia. Entendemos que realizar iniciativas sociais transformadoras, em parceria com a sociedade civil e os governos, é fundamental para a construção de uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos”, afirma Jorge Gerdau Johannpeter, bisneto de João Gerdau.

Helda Gerdau A família, consciente da importância de seu papel, ampliou o seu trabalho social criando uma associação formalizada para gerir a atuação

filantrópica, o Instituto Gerdau, que depois passou a se chamar Instituto Helda Gerdau, uma homenagem à mãe de Germano, Klaus, Jorge e Frederico Gerdau Johannpeter, filha de Ottília e Hugo Gerdau, este o filho mais velho de João, e casada com Curt Johannpeter. A matriarca da família, Helda Gerdau, foi protagonista do desenvolvimento da companhia e uma líder exemplar, que procurava fazer o que era correto, o que era mais justo e inspirou a todos que a conheciam. Ao mesmo tempo em que criava um ambiente alegre, de afeto e união, a sua voz ativa era ouvida além da sua morada, fazendo com que seus valores resultassem em um enorme legado. Valores estes que fazem parte do DNA da Gerdau. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 41


MATÉRIA ESPECIAL / OPERAÇÃO COVID-19

Gerdau é uma referência empresarial e social

O

braço social está no core business (no centro do negócio) da companhia. Não é à toa que a empresa é uma referência quando se aborda o tema ESG (que vem de Environmental, Social and Corporate Governance, sigla em inglês para governança corporativa, ambiental e social). As milhares de famílias beneficiadas com os dois milhões de quilos de alimentos adquiridos pelo Banco de Alimentos por intermédio de doações pelo braço social da família, lider das empresas Gerdau receberam, ainda, mais de 600 mil itens de higiene e limpeza, tais como sabão, sabonete, papel higiênico, barbeador, escova e pasta de dentes, absorventes femininos, álcool, gel, luvas, máscaras, entre outros. Para este ano, 2022, estão assegurados pelo Instituto Helda Gerdau a destinação de mais 2,4 milhões de quilos de alimentos.

“Não fosse a participação efetiva do Instituto Helda Gerdau e Banco de Alimentos, estaríamos amargando uma situação imprevisível de fome, miséria, dor e sofrimento na Capital gaúcha, já que as famílias atingidas pela pandemia da Covid-19, e pelo agravamento da crise financeira, não teriam com quem mais contar, pois as doações caíram drasticamente”, revela o presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard. Ser referência é praticamente um padrão. Recentemente a Gerdau foi escolhida como a empresa industrial com melhor reputação no Brasil, sendo a mais bem avaliada e admirada, segundo pesquisa Ranking Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco) 2021. Além disso, pelos ótimos resultados financeiros e pelas con-

Equipe de Saúde e Nutrição do Banco de Alimentos garante a segurança dos alimentos doados

quistas em outras frentes, em 2021 a Gerdau também foi escolhida a Empresa do Ano, por Melhores e Maiores, anuário publicado pela revista Exame desde 1974. Esse reconhecimento é reflexo do compromisso de longo prazo de uma empresa que tem no seu DNA a geração de valor para toda a sociedade.

Junte-se a nós: Como você pode ajudar o Banco de Alimentos A Rede de Bancos de Alimentos do RS possui know-how e metodologia operacional multiplicada para inúmeros outros Bancos de Alimentos do Brasil, e até de outros países, e sua expertise pode ser utilizada por quem deseja se juntar à missão de combater a fome, a má nutrição e o desperdício. A ajuda pode ser, inclusive, em eventos corporativos, institucionais e sociais. Por que não celebrar uma data também contribuindo para com o próximo? Um evento pode ser um meio de arrecadação. Basta solicitar ao Banco de Alimentos um link ou QR Code e divulgar entre o público que participará da ação, para que ele contribua para essa 42 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

grande causa, fazendo doações diretamente ao Banco de Alimento, via portal Doe Alimentos: www.doealimentos.com.br A colaboração também pode ser recorrente. Fazer parte da rotina empresarial. Entre em contato conosco. Será um prazer seguirmos juntos pelo caminho da defesa e segurança alimentar para quem mais precisa.


CONVERSANDO COM OS BENEFICIÁRIOS

Suporte aos mais necessitados “Mãe, nosso armário ‘tava’ vazio, agora vai encher!” “Oba! É comida!”

A

s expressões acima, de pura alegria, são de crianças, ao receberem uma cesta básica de alimentos e produtos de higiene e limpeza em uma ação de fim de ano na Instituição de Educação Infantil Madre Teresa, localizada no bairro Rubem Berta, na Zona Norte de Porto Alegre. Entre choros e risos, de alívio e felicidade, 121 famílias receberam cestas básicas diretamente das mãos do Papai Noel, em dezembro de 2021. “Era a garantia de que teriam o que comer em casa”, conta a diretora da casa, Irmã Adely Heck. Conforme a diretora, na ocasião o Banco de Alimentos doou 100 cestas e a casa conseguiu juntar mais 21 para contemplar as famílias atendidas. “Pegamos um tecido vermelho, fizemos fitas e amarramos em cada sacola, entregue uma a uma pelo Papai Noel”, relembra Irmã Adely. “Além dos alimentos, tínhamos leite e balas, e escrevemos cartões para as crianças compreenderem o significado daquela ação, dizendo ‘Este ano trocamos os presentinhos por alimentos’. Nossa, foi emocionante! As crianças pulavam de alegria e muitos pais e mães choraram de emoção”. Papai Noel deixou claro para a garotada: antes, havia passado no Banco de Alimentos para pegar os presentes. “Foi o Natal mais bonito que tivemos”, diz Irmã Adely.

Madre Teresa, instituição conveniada do Banco de Alimentos de Porto Alegre, oferece alimentos também para as famílias das crianças atendidas em turno integral Sem fome

A Instituição de Educação Infantil Madre Teresa, que completou 31 anos de fundação, atende hoje 181 crianças, sendo 13 portadoras de transtorno do espectro autista, de 3 a 5 anos e 11 meses, atendidas em turno integral. “Muitas dessas crianças só se alimentam aqui”, conta a diretora. Por isso, no final da tarde, elas recebem um lanche reforçado. Durante os nove meses que a instituição permaneceu fechada em 2020, devido a pandemia, todas as famílias beneficiárias receberam as

Ação de Natal:

cestas básicas doadas pelo Banco de Alimentos. E mesmo depois do retorno das atividades, algumas famílias continuam recebendo, para garantir que outros membros da família não passem fome. “Nós nem conseguimos imaginar viver sem esse apoio do Banco de Alimentos, que auxilia muitas instituições realmente necessitadas”, destaca a diretora do Madre Teresa. A casa participa de três projetos do Banco de Alimentos: Nutrindo o Amanhã, Primeiros Passos e Cozinha Nota 10.

“O Papai Noel foi o mensageiro do Banco de Alimentos, suprindo alimentos para acabar com a fome dos mais necessitados. A presença do Banco de Alimentos faz a diferença na nossa instituição.”

junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 43


VOLUNTARIADO Família Sanabio se dedica a muitas ações do Banco de Alimentos, como trabalhar voluntariamente no Sábado Solidário

O tempo é um bem precioso, e quando doado, é muito mais valioso Em 2021, 57 milhões de brasileiros fizeram trabalho voluntário, diz pesquisa, que revelou, ainda, que em duas décadas, a quantidade de pessoas que dizem já ter praticado alguma atividade voluntária ao longo da vida saltou de 18% para 56%

A

frase “tempo é dinheiro” significa muito mais do que gestão do tempo, produtividade, ou resultados financeiros. O tempo é um bem precioso, que, quando doado, tem um significado ainda mais valioso, e ele é imensurável no trabalho voluntário. Em uma sociedade onde há uma considerável necessidade de inclusão social e econômica, o trabalho de voluntários, que doam seu tempo e ou recursos financeiros com o propósito de ajudar pessoas, grupos ou comunidades, têm sido o grande pilar para minimizar os efeitos da desigualdade e aumentar as oportunidades de uma vida melhorar a quem mais precisa. 44 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

A pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) e DataFolha, e divulgada em final de abril, apontou que 57 milhões de pessoas foram voluntários ativos no país em 2021, representando um aumento de 18% para 56%, em 20 anos. Além disso, a pesquisa revelou que houve um crescimento significativo da prática voluntária durante a pandemia, quando foi formada uma rede de apoio, com recursos financeiros, materiais e/ou doação de tempo: 47% de pessoas passaram a praticar mais o voluntariado. Para o Idis, o resultado sinaliza um potencial de crescimento, que

pode ser impulsionado se as empresas colocarem suas iniciativas de voluntariado corporativo na esteira da agenda ESG - Environmental, Social and Governance, sigla em inglês para os princípios ambiental, social e de governança.

Família unida pelo bem social Se, muitas vezes, sobram justificativas de falta de tempo e de não se saber como ajudar em alguma causa social, também se sobressaem bons exemplos de colaboração e amparo ao próximo. É o caso dos mais de 3.000 voluntários que integram as ações da Rede de Banco de Alimentos do RS, que dedicam seu


VOLUNTARIADO tempo e esforço para auxiliar quem mais precisa. Entre esses voluntários está a família Sanabio, voluntária no Banco de Alimentos de Porto Alegre há 8 anos. Marcelo Horta Sanabio, a esposa Patrícia Cerdeira Sanabio, os filhos Vitor Cerdeira Horta Sanabio, 22 anos, e Lucas Cerdeira Horta Sanabio, 19 anos, começaram a praticar o voluntariado em 2016, quando fundaram o grupo Escoteiros Laçador, junto ao Pão dos Pobres. “Logo conhecemos o projeto Sábado Solidário, do Banco de Alimentos, e decidimos participar, atuando em frente ao supermercado Asun, no bairro Cidade Baixa. A partir de então, começamos a nos engajar com mais ações do Ban-

co, participar de reuniões, encontros em eventos e também ajudar a montar as cestas básicas na sede do Banco”, conta Marcelo, que jun-

to com a esposa Patrícia é diretor voluntário do Banco de Alimentos de Porto Alegre. O trabalho voluntário da família já contagiou muita gente, como os colegas de Marcelo, que é procurador federal. “O pessoal

acaba se engajando. Muitos passaram a juntar lacres de latinhas, tampinhas plásticas, a colaborar pelo programa Nota Fiscal Gaúcha e em outras ações”, conta. “É recompensador ver todo o esforço do trabalho”, diz Marcelo. “Toda vez que participamos de uma reunião ou ação, a gente se arrepia. O dia que eu não me emocionar mais com isso será sinal que não estarei fazendo certo”, completa Patrícia. Para incentivar mais pessoas a abraçar uma causa, Marcelo indica: “Quem ainda não conhece a sensação que o trabalho voluntário proporciona, deveria experimentar. É mais do que gratificante, é energizante e rejuvenescedor”.

Uma história que vem sendo escrita há quase dez anos

As nutricionistas Adriana Lockmann e Estela Lopes Scariot, à direita

Algumas coisas são para a vida toda. Não há prazo de validade. É o caso da relação da nutricionista Estela Lopes Scariot e o voluntariado no Banco de Alimentos de Porto Alegre, que já dura quase 10 anos. Ela começou a escrever sua história como voluntária na instituição, ao atuar como estagiária no projeto Cozinha Nota 10, quando ainda estava no primeiro ano de Nutrição, na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Após a primeira passagem pelo Banco, Estela voltou para elaborar seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), focado na saúde de idosos. Concluído o TCC e a graduação, após atuar junto aos grupos de idosos nos projetos Passos da Longevidade, Estela retornou ao Banco de Alimentos pelo mestrado, estudando e avaliando os efeitos dos programas de educação alimentar, dos projetos Passos da Longevidade e Oficina do Sabor,

junto ao público atendido. Agora ela se prepara para mais uma etapa no Banco: o trabalho de doutorado. Conforme a nutricionista chefe do Banco de Alimentos, Adriana Lockmann, o trabalho voluntário e a pesquisa realizada por Estela têm contribuído muito para o bem-estar dos idosos atendidos pelas instituições cadastradas no Banco de Alimentos. “O trabalho de estagiários e voluntários junto às comunidades oportuniza uma troca muito importante. De um lado os beneficiários aprendendo hábitos mais saudáveis e de outro, acadêmicos se qualificando mais ainda com a experiência vivenciada”, explica Adriana. Para Estela, a sensação que o trabalho voluntário propicia é muito gratificante. “Eu evolui muito como profissional e como pessoa. É recompensador saber que estamos contribuindo para o bem-estar das pessoas”, afirma. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 45


PERFIL SOCIAL Antonio e Lourdes Parissi têm 65 anos de união e parceria

Empatia e solidariedade estão no DNA deste grande homem

P

oucos minutos de conversa com ele já são suficientes para admirar seu caráter humanitário, sua personalidade generosa. Assim como são o bastante para, no mínimo, fazer qualquer um repensar sobre o seu olhar para com o outro: ‘será que estamos fazendo o suficiente para deixar um legado para um mundo melhor?’ Chegando aos 91 anos, bem vividos e com dinamismo de fazer inveja a muitos, Antonio Parissi tem um senso de responsabilidade social admirável e continua ativo em projetos cujo propósito seja oferecer oportunidade de melhoria na qualidade de vida a pessoas mais necessitadas. Pode-se dizer que o perfil solidário está no DNA de Parissi. Quando menino, em Passo Fundo, costumava jogar bola com a garotada nos finais de tarde, e quando estava na hora de voltar para casa, sempre convidava alguns para jantar, com total apoio da mãe. O pai tinha um hotel e sempre havia comida para mais um. Ou, uns. E assim seguiu sua adolescência e início da fase adulta, quando se mudou para Porto Alegre para cursar a faculdade de Direito. Quando voltava a Passo Fundo, dava um jeito ou outro de ajudar os amigos e conhecidos, seja com indicações de emprego ou outro tipo de apoio. 46 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

Nesta trajetória, Parissi se casou com Lourdes, sua grande companheira de vida. “Ela sempre me incentivou em tudo. Nunca ouvi um não dela, quando conversávamos sobre novos projetos”, conta. Casados há 65 anos, eles têm quatro filhos, oito netos e logo ganharão o quinto bisneto.

Vida profissional e social Antonio Parissi, advogado, economista e contador, foi professor universitário e executivo de grandes empresas, entre elas uma das principais empresas de agronegócio e alimentos do país, a Bunge Alimentos, e de um grupo financeiro, a Habitasul. Em todos os momentos, soube conciliar suas atividades profissionais com as de responsabilidade social. “Sempre tive a sorte de ter apoio por onde passei”, destaca. Pela Bunge Alimentos, onde atuou por 22 anos, conseguiu fomentar os negócios de pequenos produtores rurais em todo o Rio Grande do

Sul e Santa Catarina. Pela financeira Habitasul, administrava socialmente a carteira imobiliária, flexibilizando regras para que famílias pudessem ter sua casa própria. Há mais de 15 anos Parissi participa voluntariamente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, onde foi vice-provedor e hoje preside o Conselho Fiscal. “É o maior complexo de saúde da América Latina”, destaca, orgulhoso. Antes, porém, aos 24 anos entrou para o Rotary, onde alcançou o cargo de vice-diretor de Board do Rotary Internacional, pelo qual viajou para o mundo inteiro e recebeu as mais altas condecorações. “O Rotary tem três grandes finalidades: buscar soluções de saúde; buscar soluções de combate à fome; e buscar soluções para o desenvolvimento humano”, explica Parissi. Em setembro de 2012, recebeu o honroso título de Cidadão de Porto Alegre, da Prefeitura Municipal.


O germinar de um grande propósito

Atuar ativamente no Sábado Solidário faz parte da vida do casal Antonio e Lourdes Parissi

Foi no Rotary, há 40 anos, que Parissi conheceu o grande amigo e companheiro de inúmeras ações sociais, Paulo Renê Bernhard, hoje presidente voluntário da Rede de Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul. E foi nestas missões que surgiu a ideia de se formar um agente promotor de combate à fome. “Não podíamos mais ficar à mercê de campanhas de arrecadação de alimentos em finais de ano e em datas comemorativas. A fome é permanente. Não espera”, revela. Quando um amigo da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas trouxe uma ideia da Europa, em 1996, os parceiros rotarianos Parissi e Paulo Renê começaram a articular um projeto de parcerias para formar um banco de alimentos. “Eu era assessor da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e convidamos o então presidente da instituição, Nelson Sirotsky, para se unir a esse grande projeto”, conta Parissi.

Foram muitas reuniões de discussão e captação de cooperações na Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, até que a FIERGS abriu suas portas abraçando a causa, por intermédio do industrial Jorge Luiz Buneder, hoje coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS e presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos. Com todo o esforço de uma elite de empresários e entidades parceiras, em 2000 foi criado o Banco de Alimentos de Porto Alegre, o primeiro Banco de Alimentos do Brasil, inspirado no modelo do Banco Alimentar de Portugal.

Multiplicador Desde sua fundação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre já arrecadou e distribuiu mais de 70 milhões de quilos de alimentos a quem mais precisa, além de ser um modelo

semelhante ao sistema uma franquia para inúmeros outros bancos de alimentos no país, ao ceder sua metodologia e expertise. “Nós estamos fazendo nossa parte, principalmente incentivando o crescimento de crianças saudáveis e o cuidado para com os idosos”, diz Parissi, que ainda atua fortemente para levar o know-how gaúcho a mais Estados brasileiros. Já implementou um Banco de Alimentos em Curitiba (PR) e está implementando em Florianópolis (SC). “O segredo do sucesso é a movimentação vigorosa e apoio da sociedade civil”, indica Antonio Parissi. PS: Não, nos desculpe, mas o segredo são atitudes de homens como você, Parissi, que conseguiu reunir grandes mentes para formar essa grande potência de combate à fome, ao desperdício de alimentos e desenvolvimento de projetos de nutrição, segurança alimentar e saúde. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 47


QUALIDADE E CAPACITAÇÃO

Projetos contribuem para que Banco de Alimentos cumpra sua missão

C

umprindo sua missão de responsabilidade social, de propiciar alimentos a quem mais necessita, assegurando a boa nutrição e segurança alimentar, o Banco de Alimentos, em parceria com importantes parceiros, como as universidades Unisinos, PUCRS, UFCSPA, Fadergs, Sogipa, La Salle e UFRGS, vem proporcionando aos usuários, ligados às instituições atendidas pelo Banco atividades de educação em saúde e nutrição, em seis proje48 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

Possibilitar mais saúde e qualidade de vida por meio de uma alimentação adequada, saudável e segura é um dos pilares da instituição tos, cujos objetivos são melhorar a qualidade de vida. Mesmo no auge da pandemia, em 2020 e meados de 2021, quando o momento exigia isolamento social, as equipes de traba-

lho de cada um dos projetos não pararam. Não mediram esforços para continuar seu compromisso pelo bem social e, rapidamente encontraram a solução migrando para atendimentos virtuais. Desafios superados, em 2021, aos poucos, os acompanhamentos passaram a ocorrer de forma híbrida, presencial e virtual, ou voltaram ao presencial. Veja a seguir os resultados de cada um ao longo de suas histórias.


Projeto Nutrindo o Amanhã O Projeto Nutrindo o Amanhã surgiu em 2004, sendo o primeiro projeto criado pela equipe do Banco de Alimentos. O objetivo principal é a manutenção da saúde e a prevenção de doenças de crianças e adolescentes das instituições cadastradas parceiras, através de dinâmicas de educação alimentar, de saúde e de higiene. Outra importante função do projeto é monitorar o estado nutricional das crianças e adolescentes atendidos. Esse controle é de suma importância para detectar mudanças no estado nutricional e, assim, poder planejar, junto à escola, à Unidade Básica de Saúde e à família, estratégias para combater a má nutrição. Ao longo de 16 anos, o Nutrindo o Amanhã contribuiu com a saúde de quase 15 mil crianças e adolescentes das mais diversas instituições comunitárias e filantrópicas da capital gaúcha, cuja importância foi reconhecida inúmeras vezes através de prêmios e homenagens aos seus idealizadores e organizadores. O projeto, conduzido pelo nutricionista Kayode Assis da Silva, mesmo durante pandemia se manteve ativo, contando com a colaboração de 13 estagiários e três voluntários. Em 2021, a equipe foi responsável por monitorar e realizar avaliação nutricional de 323 crianças e adolescentes. Foram realizados 2.053 atendimentos, 119 visitas, 61 dinâmicas de educação alimentar e nutricional, 19 dinâmicas higiene e saúde, em cinco Escolas de Educação Infantil (EEI) de Porto Alegre.

Projeto Cozinha Nota Dez O Projeto Cozinha Nota Dez foi iniciado em 2010 para auxiliar as instituições atendidas a resolver diversas inadequações, e situações de risco de contaminações dos alimentos, atendendo, assim, às boas práticas de manipulação em todas as etapas do processo de produção das refeições. As necessidades, apontadas em visitas buscam garantir que os alimentos sejam preparados e consumidos de acordo com as exigências da legislação higiênico-sanitária. Em 2021, o Cozinha Nota Dez, liderado pelo nutricionista Kayode Assis da Silva, com a ajuda de três estagiários curriculares e voluntário, atendeu cinco instituições parceiras. Das instituições participantes do projeto, quatro evoluíram de categoria e uma manteve o selo de Cozinha Nota Dez. O projeto capacitou todos os manipuladores de alimentos das instituições participantes através de

cursos e palestras, e também realizou a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Outra mudança em 2021 é a migração para o formato mais sustentável, eliminando o papel

para aplicação de questionários e planos de ação para formato digital. Entre os beneficiados, está o Instituto Espírita Dias da Cruz. “A parceria com o Banco de Alimentos veio em um momento muito importante para todos nós. Estamos tentando melhorar o nosso atendimento, mas precisávamos de uma ajuda com a cozinha. O Kayode mostrou que estávamos seguindo por um caminho errado e nos ajudou a seguir por um caminho correto. Ele e as estagiárias treinaram os nossos estoquistas e com a ajuda dos Bancos Sociais forneceu jaleco e toucas para as cozinheiras. Só temos o que agradecer a todos”, ressalta a diretora Claudia Franciosi. Em mais de dez anos de projeto, foram beneficiadas 141 instituições de Porto Alegre e capacitados 553 manipuladores de alimentos pelos nutricionistas e estagiários, beneficiando 20 mil pessoas. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 49


QUALIDADE E CAPACITAÇÃO

Projeto Primeiros Passos O projeto Primeiros Passos foi criado em 2010 a partir das demandas observadas no projeto Nutrindo o Amanhã, que identificaram a necessidade de cuidado e atenção com as crianças dos berçários de Escolas de Educação Infantil (EEI) atendidas pelo Banco de Alimentos. Com a implantação do projeto, o Banco incentiva as práticas alimentares adequadas e a adoção de hábitos de higiene, para a prevenção de doenças e a minimização dos riscos inerentes à saúde.

Resultados O projeto originou a construção de um Curso de Capacitação teórico prático, direcionado a educadores e manipuladores de alimentos. Além disso, o Banco de Alimentos editou o Manual Vigilância à Saúde em EEIs, com orientações sobre a organização do ambiente e cuidados com a saúde. Em 2018, sob a coordenação da nutricionista Evelyn Carvalho de Lima, foi campeão do Prêmio Criança, da Fundação Abrinq, que premia os melhores projetos do Brasil voltados para a defesa de direitos de crianças e adolescentes. Em 2021, sob responsabilidade do nutricionista Kayode Assis da Silva, o projeto também passou a atender grupos de mães em processo de amamentação. Ainda em 2021, o projeto fez 93 postagens nas redes sociais, 11 vídeos, oito episódios de Podcast e dois e-books, abordando cuidados do recém-nascido, amamentação, introdução alimentar, educação alimentar e desenvolvimento infantil.

Projeto Oficina do Sabor O projeto Oficina do Sabor iniciou em 2017 para estimular práticas alimentares saudáveis, por meio de oficinas culinárias direcionadas aos idosos ligados a instituições cadastradas no Banco de Alimentos. Com a finalidade de estimular a melhora no padrão alimentar e na adesão ao tratamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (obesidade, diabetes, hipertensão, altera50 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

ção nos níveis de colesterol e osteoporose), o projeto também estimula a prática de hábitos alimentares saudáveis para a prevenção de doenças, a melhora na autoestima e a autonomia dos idosos. Durante a pandemia, de abril de 2020 a setembro de 2021 as oficinas culinárias ocorreram de forma virtual, com vídeos gravados, postados nas redes sociais e enviados aos

idosos. Também foram ministradas oficinas ao vivo pelo YouTube e desenvolvidos materiais didáticos, enviados semanalmente aos idosos. Desde a criação do projeto foram ministradas 278 oficinas culinárias com 460 idosos de 42 instituições e grupos de convivência. Foram confeccionados 182 materiais educativos, assim como 514 fichas técnicas de preparações foram calculadas e entregues aos idosos. Desenvolvido na sede do Banco de Alimentos, no Laboratório de Análise Sensorial, o projeto é coordenado pela nutricionista Nathalia Perazzo Martins, contando com cinco estagiários de Nutrição, um motorista que faz o deslocamento dos idosos e uma auxiliar de serviços gerais.


Projeto Funcionalidade para Idosos O projeto Funcionalidade para Idosos foi criado em 2019 a partir de uma demanda identificada no projeto Passos da Longevidade, onde foi evidenciada grande fragilidade entre os idosos atendidos, em decorrência do próprio processo de envelhecimento, e de alterações fisiológicas, destacando-se as perdas graduais na capacidade física, na função cognitiva e a diminuição das atividades sociais. O projeto conta com uma fisioterapeuta e uma nutricionista, além dos estagiários e voluntários, tendo como coordenadora a fisioterapeuta Priscila Pinheiro dos Santos e Marina Petrasi como a nutricionista responsável. O projeto é direcionado ao público acima de 60 anos e atende idosos de instituições vinculadas ao Banco de Alimentos oriundos de comunidades em situação de vulnerabilidade social. Atende, atualmente, 40 idosos, de dois grupos de convivência de instituições na zona norte de Porto Alegre. As atividades presenciais incluem

a prática de exercícios terapêuticos, associados à participação em oficinas de saúde e ao estímulo ao maior consumo de proteínas, por meio do fornecimento, semanalmente, de kits de alimentos fonte de proteína de alto valor biológico, como atum, albumina em pó, leite desnatado, peito de frango e queijo muçarela. Os exercícios terapêuticos, realizados em grupos de dez idosos ocorrem na frequência de duas vezes por semana e com duração de 50 minutos, sendo empregado um protocolo de exercícios multicomponente. As oficinas de saúde são quinzenais e abordam temas pertinentes à saúde do idoso, de forma lúdica, atrativa e de fácil compreensão, além de terem uma abordagem multidisciplinar. Neste sentido, o Projeto Funcionalidade proporciona prevenção de doenças e agravos à saúde, promovendo integração social e qualidade de vida aos atendidos.

Projeto Passos da Longevidade O Passos da Longevidade é um projeto interdisciplinar, que visa manter e melhorar a qualidade de vida e prevenir agravos de idosos participantes de grupos de convivência ligados às instituições parceiras. O projeto conta com as áreas da Nutrição, Psicologia e Serviço Social. Implementado em 2013 pela nutricionista Adriana Lockmann, o projeto se propõe a auxiliar as comunidades a manterem seus idosos independentes e autônomos. Para tanto, os profissionais e estagiários do projeto vão até as instituições semanalmente. Inicialmente, realizam as avaliações dos idosos e realizam intervenções em saúde de forma lúdica, através da educação alimentar e nutricional e

educação psicossocial. A equipe é composta por nutricionista, psicóloga, assistente social e já contou com 136 estagiários e voluntários destas áreas e, mesmo durante a pandemia, o projeto não parou suas atividades. No ano de 2021 seguiu de forma virtual e também presencial. Realizou 314 encontros virtuais, 23 presenciais, 85 avaliações do consumo alimentar, 242 atividades de Nutrição, 299 de Psicologia, 328 interdisciplinares e 219 de Serviço Social no atendimento a 105 idosos e com a participação de 19 estagiários e voluntários destas áreas. Desde sua criação, o projeto já realizou 1.980 encontros, 911 avaliações do estado nutricional,

1947 de consumo alimentar, 425 avaliações cognitivas, 464 avaliações do grau de dependência, 229 de qualidade de vida, 716 atividades de Nutrição, 702 de Psicologia, 594 interdisciplinares, 20 de Fisioterapia e 289 de Serviço Social no atendimento a 371 idosos. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 51


INTERNACIONAL

Nova York combate a insegurança alimentar Diretora do Banco de Alimentos faz visita técnica ao Food Bank For New York City para conhecer experiência americana

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esmo na principal potência econômica e política do mundo, cujo PIB representa quase um quarto da economia global, há fome. Sim, os Estados Unidos também enfrentam o maior flagelo da humanidade, conforme constatou a diretora voluntária do Banco de Alimentos de Porto Alegre, Suzany Reck Herrmann, durante visita técnica ao Food Bank For New York City, em 22 de dezembro de 2021. “A fome é um problema mundial. Por isso é fundamental que se busque a conscientização da sociedade sobre a importância de se cuidar do outro, oportunizando não apenas o alimento, mas o cuidado com a segurança alimentar e nutricional, por uma vida melhor”, destaca a diretora.

Segundo Suzany, conhecendo a estrutura, operação e logística do programa, percebe-se o quão avançada a Rede de Bancos de Alimentos do RS está. “Apesar de sermos mais jovens, nossa operação é completa e eficaz. Inclusive os diretores do Food Bank de NYC se surpreenderam com nossa organização e resultados”, celebra a diretora.

Uso de excedentes Para diminuir o desperdício de alimentos, o estado de Nova York aprovou uma nova lei que determina que empresas que gerem duas toneladas ou mais de alimentos não utilizados por semana devem doar ou

compostar o excedente da produção. Com isso, cascas de batata, cebolas e outros alimentos não utilizados pelas empresas precisarão ser devidamente compostados ou doados. A regra é voltada para restaurantes, mercearias, hotéis, universidades e centros de eventos. Já hospitais, casas de repouso, asilos e escolas não entram na lista.

Food Bank For New York City Criado há 36 anos, o Food Bank For New York City tem trabalhado para minimizar a pobreza alimentar em cinco distritos, organizando a distribuição de alimentos, informações e apoio para a comunidade. Por dia, 32 caminhões com 25 mil boxes com alimentos saem dos pavilhões para os pontos de distribuição, cujo local e data são previamente divulgados. O programa conta com mais de 200 funcionários e recebe contribuição financeira do governo local com um aporte anual, além de doações por campanhas diversas. Fornece 80 milhões de refeições gratuitas por ano. Pela Cozinha Comunitária, doa mais de 100 mil refeições todos os meses. Além disso, oferece vale-refeição, assistência fiscal gratuita e auxílio econômico, pelo qual distribuiu mais de US$ 38 milhões aos nova-iorquinos de baixa renda no ano passado. 52 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022


Dubai: Projeto Um Bilhão de Refeições A diretora voluntária do Banco de Alimentos de Porto Alegre, Suzany Reck Herrmann, também visitou o UAE Food Bank, primeiro banco de alimentos nos Emirados Árabes Unidos, em 22 de abril de 2022, em Dubai. O UAE Food Bank é uma organização de caridade, lançada em 2017 sob a égide das Iniciativas Globais Mohammed bin Rashid Al Maktoum (MBRGI), e possui o projeto One Billion Meals (Um Bilhão de Refeições), organizado sob as diretrizes do Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e governante de Dubai.

A organização está empenhada em distribuir alimentos aos necessitados, eliminando o desperdício de alimentos, colaborando com as autoridades locais e instituições de caridade para criar um ecossistema abrangente para armazenar, embalar e distribuir alimentos.

Visitas técnicas à França e Portugal Assim como o Banco de Alimentos de Porto Alegre já recebeu inúmeras comitivas e visitas de várias cidades e estados brasileiros, assim como do exterior, como Egito, Argentina, Alemanha, França, Estados Unidos, Austrália, entre outros, para conhecer as instalações e metodologia de operação local, diretores voluntários da instituição gaúcha também realizam visitas técnicas a Bancos de Alimentos internacionais.

França O diretor do Banco de Alimentos de Porto Alegre, Adir Luiz Fração, esteve no Banque Alimentaire des Alpes-Maritimes, localizado em Nice, no sul da França, que trabalha com a doação de

alimentos para 30 municípios da região. A organização francesa tem como maior destaque o trabalho realizado por voluntários, principalmente Rotarianos e Leões. A França possui mais de 70 Bancos de Alimentos e destaca-se pela forte participação do governo e da União Europeia, que arcam com 65% dos custeios dos Bancos locais.

Portugal A diretora do Banco de Alimentos de Porto Alegre Denise Zaffari, que também é coordenadora do Curso de Nutrição Campos POA e professora do Mestrado em Nutrição e Alimentos da Unisinos, conheceu a metodologia do Banco Alimentar de Lisboa, em Portugal, que foi inspiração para a criação do Banco de Alimentos de Porto Alegre, o primeiro no Brasil.

Um dos principais diferenciais do Banco português são as fontes de doações, recebendo alimentos provenientes do varejo, da indústria e da sociedade civil, mas principalmente de pessoas físicas.

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BANCOS SOCIAIS BANCO DE TECIDO HUMANO-PELE

Conselho Federal de Medicina autoriza o uso da membrana amniótica em tratamento de vítimas de queimaduras

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iniciativa do Banco de Pele da FIERGS, publicada em 28 de outubro com o parecer nº 12/2021 do CFM, permitirá o abastecimento dos Bancos de Tecidos do País e ajudará a salvar vidas. O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a regularização do uso da membrana amniótica na prática médica em diversas situações clínicas: em queimados, oftalmologia, ginecologia e úlceras dos membros inferiores. Após a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), o Banco de Tecidos, instalado na Santa Casa de Porto Alegre, recebeu pele e membrana amniótica de outros países para ajudar no tratamento das vítimas. Entretanto, nosso país ainda não dispunha de uma autorização para o uso da membrana amniótica como substituto cutâneo em pacientes com grande perda cutânea diferentemente de outros países da América dos Sul, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, entre outros. Em 2005, foi fundado, pelos Bancos Sociais da FIERGS o primeiro Banco de Tecido Humano do Brasil, que ganhou o nome de seu idealizador, Dr. Roberto Corrêa Chem. A aprovação do uso da membrana amniótica no Brasil soma-se a importantes triunfos nessa área. “A luta pela aprovação do uso da membrana amniótica foi intensa, e hoje, comemoramos a autorização junto ao Conselho Federal de Medicina. Mais uma conquista que ajudará a salvar milhares de vidas no país”, afirma Jorge Luiz Buneder, coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS. O Banco de Tecido Humano

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Dr. Roberto Corrêa Chem foi o idealizador do Banco de Pele

tem a função de captar, processar, preservar e disponibilizar lâminas de pele alógena com a finalidade de transplante. Nas situações de queimaduras graves, o enxerto de pele é uma excelente opção no tratamento e manutenção da vida dos pacientes. A membrana amniótica pode substituir a pele, com a vantagem de ser mais acessível, além de ser mais econômica. “A membrana amniótica, que após o nascimento da criança é descartada, pode ser utilizada como um curativo biológico, cobrindo determinadas feridas, sejam elas de queimaduras ou de politraumatizado”, afirma Dr. Eduardo Chem.

Procedimento A membrana amniótica (placenta) será captada somente no parto cesárea e com o consentimento da família. Após a captação, será levada a um banco de tecido humano-pele, para que seja feita a esterilização,

como se faz com a pele. A utilização da membrana amniótica auxilia na cicatrização e possibilitará o atendimento das necessidades por pele no país. A normatização acerca de sua captação, preparo, conservação e utilização obedecerá à legislação vigente no Brasil e ao regimento sanitário para transplante de órgãos e tecidos, que define os critérios de funcionamento dos bancos de tecidos e alocação gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes. O Banco de Tecido Humano-Pele Dr. Roberto Corrêa Chem é integrante do Projeto dos Bancos Sociais da FIERGS e está instalado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, sob a presidência e responsabilidade técnica do Dr. Eduardo Mainieri Chem. O projeto já envia peles para todos os Estados brasileiros e somente em 2021 forneceu 40.488 cm², para 31 transplantes no País.


FUNDAÇÃO GAÚCHA DE BANCOS SOCIAIS

Após pandemia Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais retoma cursos de qualificação profissional Após meses de paralisação das atividades de cursos presenciais devido à pandemia, em abril a Fundação Gaúcha de Bancos Sociais (FGBS) retomou o ensino com dois cursos de iniciação profissional. Entretanto, em breve a fundação começará a ministrar cursos de qualificação profissional, oferecidos por intermédio da ampliação da parceria com o SENAI-RS. “É uma retomada inovadora, pela qual os alunos serão capacitados para atuar profissionalmente em suas respectivas áreas de aprendizagem”, afirma a gerente administrativo-financeiro da FGBS, Lucelene Navarro. Os cursos serão nas áreas de construção civil, mobiliário, computação e vestuário, e terão 160 horas/ aula, com conteúdo programático da grade de ensino do Senai e certificado de conclusão. A previsão é que as aulas de qualificação profissional iniciem até o final do primeiro semestre do ano. Neste meio tempo, as aulas das turmas de iniciação profissional serão finalizadas, tanto o Curso Básico de Informática, de 80 horas/aula, do Banco de Computadores, como o Curso de Transformação de Retalhos Têxteis em Peças de Decoração, de 60 horas/aula, do Banco de Vestuário.

Aulas de informática passarão de iniciação profissional para qualificação profissional

“Esse aprimoramento da grade de ensino proporcionará mais conhecimento e maior probabilidade dos alunos entrarem no mercado de trabalho, conseguindo melhores empregos, com melhores salários e chances de melhorar sua qualidade de vida”, destaca Lucelene.

Inscrições Os cursos são gratuitos e abertos à comunidade, para pessoas com mais de 16 anos, sem limite de idade. O agendamento das inscrições deve ser feito através do e-mail cursos@ bancossociais.org.br ou telefone 513026.8020. Após marcado o agendamento, será informado dia e horário da inscrição presencial.

Banco de Alimentos e Banco de Livros recebem homenagem do SIMERS O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) lançou o Hub de Solidariedade, uma plataforma voltada a estimular a promoção, apoio e reconhecimento de ações e projetos de responsabilidade social. Um projeto inovador e vanguardista no país. Durante a cerimônia de lançamento, em 27 de dezembro de 2021, foram apresentados os resultados finais da segunda edição do Trote Solidário 2021, com a premiação da universidade vencedora, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Também foram agraciados os parceiros da entidade médica em atividades

Requisitos e documentação Idade: Acima de 16 anos (menor de 18 anos de idade tem que vir acompanhado do responsável), sem limite de idade. Escolaridade: Saber ler e escrever ou ter no mínimo a 4ª série Identidade, CPF, comprovante de residência, comprovante de vacina Covid-19

Local e horário dos cursos Os cursos ocorrem todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 13h15min às 17h15min, na sede da FGBS, localizada na Av. Francisco Silveira Bitencourt, 1928, bairro Sarandi, em Porto Alegre.

Equipe da Rede de Banco de Alimentos do RS e do Banco de Livros recebem premiação

sociais durante a pandemia, entre eles, a Rede de Banco de Alimentos do RS e o Banco de Livros. Para o diretor de Projetos Especiais da entidade médica, Vinícius de Souza, o momento enfrentado com a pandemia evidenciou ainda mais o impacto das ações pelo coletivo. “O Hub nasceu da possibilidade de transformar a sociedade e da demanda da própria sociedade de ser transformada. Conectar projetos e fazer eles se transformarem em realidade é essencial”, destacou Vinícius.

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BANCOS SOCIAIS FUNDAÇÃO GAÚCHA DE BANCOS SOCIAIS

Executivos da Corsan visitam Bancos Sociais

Multiplicadores da Corsan estiveram na FGBS e outros 100 participaram de palestra online

Multiplicadores ambientais da Corsan participaram de uma visita técnica à Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS) da FIERGS em abril deste ano para conhecerem o Projeto Bancos Sociais, que tem a Companhia como patrocinadora. O projeto foi apresentado pelo diretor superintendente dos Bancos Sociais, Paulo Renê Bernhard. Representantes da DMAS e multiplicadores das regionais mais próximas (Surmet e Sursin) compareceram presencialmente, e cerca de 100 participantes conferiram a palestra de maneira remota.

Presidente da Assembleia Legislativa-RS, Valdeci Oliveira, visita os Bancos Sociais A Fundação dos Bancos Sociais da FIERGS recebeu a visita do presidente da Assembleia Legislativa do RS (ALRS), deputado Valdeci Oliveira, que foi recepcionado pelo presidente da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, e pelo superintendente geral do Sistema FIERGS/CIERGS, Carlos Heitor Zuanazzi. O Presidente da Assembleia Legislativa veio conhecer a iniciativa dos Bancos Sociais visando ampliar este leque de solidariedade junto à sociedade. Em sua gestão pretende fazer um fortalecimento do enfrentamento à fome e pobreza extrema no Rio Grande do Sul. Para alcançar este objetivo almeja lançar um programa que potencializará as entidades já existentes. Participaram ainda da visita Tiago Silveira, superintendente de comunicação da ALRS; Paola Carvalho, assessora técnica da Área Social do Banco de Alimentos; Eluza Rafo, chefe de gabinete da Presidência da ALRS; Alexandro Lopes, chefe de gabinete parlamentar e Joaquim Moura, assessor de comunicação da ALRS. 56 • REVISTA FAZER BEM • ed 11 • junho 2022

O presidente da Assembleia Legislativa declarou aos meios de comunicação ter ficado impressionado com as atividades desenvolvidas pela Fundação da FIERGS e definiu como um “projeto espetacular”.

Da esquerda para direita: superintendente-geral do Sistema FIERGS/CIERGS, Carlos Heitor Zuanazzi, Paulo Renê Bernhard, e o deputado Valdeci Oliveira


Gustavo Zanatta, prefeito de Montenegro visita os Bancos Sociais da FIERGS O prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, e comitiva, conheceram as instalações dos Bancos Sociais da FIERGS e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, no dia 7 de março de 2022, buscando apoio e emparceiramento para implantação da metodologia desenvolvida pelos Bancos de Alimentos no município. A comitiva foi recebida pelo diretor da FGBS e presidente da Rede de Bancos de Alimentos, Paulo Renê Bernhard; e pelo superintendente-geral do Sistema FIERGS/CIERGS, Carlos Heitor Zuanazzi. Foram visitadas as instalações dos Bancos Sociais, especialmente a do Banco de Alimentos.

Participaram ainda da visita o secretário de Habitação, Luís Fernando Ferreira; o assessor especial da Secretaria de Habitação, Vitor Cardoso; assessores da Secretaria e colaboradores do Banco de Alimentos.

Prefeito Gustavo Zanatta (segundo, da esq. para dir.) e comitiva estiveram no Banco de Alimentos de Porto Alegre para conhecer a metodologia

BANCO DE MOBILIÁRIOS

BANCO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Banco de Mobiliários da FIERGS recebe 800 prateleiras de aço da Junta Comercial

Banco de Materiais de Construção foi um dos Bancos Sociais mais demandados durante a pandemia

A Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS) destinou no ano passado à Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS 800 prateleiras de aço novas. As 800 estantes de aço foram repassadas a entidades cadastradas pelos Bancos Sociais e também foram utilizadas nas instalações do Banco de Livros e de Computadores, para armazenamento de doações recebidas.

Assim como grande parcela da população, que aproveitou o período de isolamento social durante a pandemia para fazer alguma melhoria em casa, as instituições cadastradas na Fundação de Bancos Sociais do RS também entenderam que seria um bom momento para fazer alguns reparos em suas instalações. Para tanto, procuraram apoio junto ao Banco de Materiais de Construção, que foi bastante demandado em 2020 e 2021. Cumprindo sua missão, o Banco de Materiais de Construção conseguiu ajudar as organizações a renovar seus prédios e/ou acomodações, repassando uma variedade muito grande de materiais. O Banco é mantido com doações de sobras de materiais de obras de empresas da indústria da Construção Civil, tais como tintas, portas, janelas, vasos, telhas, pisos, azulejos, pias, materiais elétricos e hidráulicos, canos plásticos e galvanizados, vidros, cimento, brita, pontas de estoque, entre outros. junho 2022 • ed 11 • REVISTA FAZER BEM • 57


BANCOS SOCIAIS BANCO DE LIVROS

Projeto Passaporte para o Futuro abre infinitas possibilidades

Projeto Leitura Unindo Gerações integra jovens e idosos em uma rica troca de experiências

O Banco de Livros tem executado um importante papel na sociedade: oportunizar a expansão de horizontes por intermédio da leitura. Assim é no projeto Passaporte para o Futuro, executado desde 2012 e abrangendo, hoje, 104 unidades prisionais do Estado, impactando mais Durante a pandemia, o mediador de leitura de 43 mil apenados. “TeJairo Klein gravou vídeos com dicas literárias, contação de histórias e mediação de leitura mos vários relatos de apenados que mudaram sua visão e perspectiva de melhoria de vida. Já ouvimos que a biblioteca na unidade prisional é como um oásis ou que foi o maior presente recebido. Isso é muito gratificante”, conta Neli Miotto, bibliotecária do Banco de Livros. O impacto positivo pode ser medido pelo aumento nas notas dos apenados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) carcerário, principalmente em redação e linguagem. “Antes, 40% dos apenados entregavam a folha de redação em branco. Em 2016 e 2017, apenas uma folha voltou em branco”, revela Neli, que completa ter conhecimento de quatro apenados estarem cursando faculdade no modelo de Ensino à Distância (EAD), nos cursos de Direito, Pedagogia, Sociologia e Ciências Agrícolas. Além disso, o projeto Passaporte para o Futuro foi desdobrado em um subprojeto, que está em fase de elaboração de sua quinta edição: o livro Vozes de um Tempo, que será lançado na próxima Feira do Livro de Porto Alegre. A publicação reúne textos de apenados, que são livres para se expressar. No início, em 2012, o número de textos não chegava a 100. Agora, são 350. Durante a pandemia, o projeto proporcionou aos apenados algumas atividades online de dicas literárias, contação de histórias e mediação de leitura. As atividades eram gravadas na sede do Banco de Livros e encaminhadas para as unidades prisionais, para que os beneficiários não ficassem sem o incentivo à leitura.

Cadeirantes dançando, pessoas com problemas de locomoção pedindo apoio para se jogar na pista e aproveitar os embalos da música, e outros se jogando ao som das marchinhas de carnaval, dançando, cantado, relembrando os velhos e bons tempos. Esse foi o cenário testemunhado pela equipe do Banco de Livros que executa o projeto Leitura Unindo Gerações em muitas casas de longa permanência (asilos) ao trabalharem a dinâmica de música para o resgate de memórias promovendo um Carnaval nas unidades participantes. O projeto, iniciado este ano em oito casas de longa permanência de Porto Alegre, consiste em estruturar uma biblioteca nos locais e trabalhar a leitura com dinâmicas, escrita, música e contação de histórias, por intermédio de uma parceria com o Projeto Pescar. A proposta é que os jovens do Pescar participem de atividades com os idosos, reestabelecendo os vínculos dos mais velhos com os jovens, e oportunizando à juventude a experiência de aprender com esse relacionamento. “O ganho é de ambos os lados”, destaca Neli Miotto, bibliotecária do Banco de Livros. O Banco de Livros mantém inúmeros projetos, desde escolas infantis até unidades prisionais.

Sede está muito mais arejada e organizada

Sede do Banco de Livros ganha novo layout A sede do Banco de Livros foi totalmente reestruturada neste ano. O local recebeu prateleiras novas de aço, doadas pela Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS) e com as novas estruturas também teve melhorias na organização do espaço, ficando muito mais arejado e reorganizado. Agora, o local também conta com um espaço para o processamento técnico e de higienização dos livros.

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