Jornal do Empreendedorismo - Colégio Camillo de Mattos

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ANO II – JORNAL Nº 011 Editor Chefe: Maria Cristina Destri Ferreira / Direção Geral: Ana Cleide Souza de Castro. Direção do conselho editorial: Michelle Fernanda Ferreira. Redação: Flavia Carla Roberti; Priscila Evangelista, Luciana Martins Ribeiro, Madelaine Pires.

JORNAL DO EMPREENDEDORISMO “O JORNAL DA FUNDAÇÃO EDUCANDÁRIO CEL. QUITO JUNQUEIRA” Ribeirão Preto, 13 de Maio 2017.

Theolina Zemila de Andrade Junqueira - Sinhá Junqueira, Nasceu em Franca - SP, filha de Francisco Martiniano da Costa e Maria Rita da Costa. Entre 1883 e 1887 estudou em uma escola rural na sua cidade natal. Casou-se em 1891, com seu primo Francisco Maximiano Junqueira. Após o casamento morou na Fazenda da Serra, no distrito de Bonfim Paulista. Em 1912, o casal adquiriu, de Carlo Barberi, um imóvel na rua Duque de Caxias, onde construíram um palacete, cujas obras terminaram em 1932 (atual Biblioteca Altino Arantes). Com o falecimento de seu esposo, em 1938, Theolina tornou-se sua única herdeira, uma vez que o casal não teve filhos. Em 1940, Sinhá Junqueira, como era popularmente conhecida, da continuidade ao projeto de seu marido de construir uma entidade assistencial para crianças pobres. Desta forma, adquiriu em 1940 da Cia. Agrícola Ferreira Meirelles, uma propriedade denominada Morro da Vitória, no bairro Tanquinho, para a construção do Educandário “Cel. Theolina Zemila de Andrade Junqueira - Sinhá Junqueira Quito Junqueira”. As obras foram iniciadas em 1941 e a inauguração se deu em 19/11/1943. Neste mesmo ano, doou uma grande quantia em dinheiro para a construção de um Centro de Puericultura na cidade, posteriormente denominada Fundação Maternidade Sinhá Junqueira, então localizada na esquina da rua Sete de Setembro com Bernardino de Campos. Contribuiu ainda na campanha promovida por Assis Chateaubriand para aquisição de obras para o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Foi também a responsável pela instalação da Biblioteca Altino Arantes, no prédio onde residiu com seu marido. Em 1947, instituiu por testamento como sua herdeira a Fundação de Assistência Social Sinhá Junqueira, com a finalidade de dar assistência e amparo aos empregados das Usinas Junqueira, bem com o auxiliar organizações filantrópicas e culturais de diversas localidades. Sinhá Junqueira faleceu em Ribeirão Preto-SP, no dia 08/11/1954.

Origem do Educandário Em 1938, uma campanha lançada pelo jornal Diário da Manhã, mobilizou a comunidade ribeirãopretana em prol da construção de um abrigo para menores, que oferecesse condição de estudo, moradia e alimentação. Em 4 de setembro de 1938, o jornal anunciou a doação de cem contos de réis feita pelo Cel. Quito Junqueira para o abrigo. A comissão encarregada decidiu intitular o futuro abrigo de Educandário “Cel. Quito Junqueira”, em homenagem a Francisco Maximiano Junqueira, agradecendo sua doação. Em novembro de 1938, o Cel. Quito Junqueira fez uma nova doação à Instituição: 10 alqueires de terras. Todavia, em 19/11/1938, o coronel veio a falecer, interrompendo os projetos do abrigo. Em julho de 1940, sua viúva, Dona Theolina de Andrade Junqueira, conhecida como Sinhá Junqueira, assumiu a liderança da implantação do Educandário. As obras foram iniciadas em 1941 e a inauguração se deu em 19/11/1943. Francisco Maximiano Junqueira – Quito Junqueira

“Menino, esta casa é tua, nela encontrarás abrigo, carinho e trabalho.” Sinhá Junqueira.

Entrevista com Ex-Educando.

Em ritmo de nostalgia, entrevistamos Thiago Alexandro da Silva, ex-interno da Fundação Educandário, que morou na escola entre 1986 a 2001, sendo este o último ano a ser internato. Atualmente, Thiago é Designer Gráfico e nos contou um pouco a respeito de como foi sua experiência na Fundação. 1-Como era a rotina na fundação? Era internato, entrava no domingo e só saía no sábado. 2-Cite alguns acontecimentos engraçados que ocorreram na Fundação Educandário? Vários... Natal, festa junina, sempre nos divertiu muito nestas datas. 3-Quais são suas melhores lembranças? Amigos, festas, a cor de cada canto dos lares ficaram na memória, tudo amarelinho, a piscina, campo, são vários. Ficariam dias aqui, escrevendo sobre isto.

4-Data de entrada e saída da fundação 1986 a 2001 (último aluno a sair fui eu) depois transformou na escola que vocês conhecem hoje, antes era internato 5-O que a Fundação representou para você durante todos esses anos? Tudo que sou hoje devo a Fundação, serei grato a vida toda. Amo e defendo esta Fundação. 6-Tem algum amigo que ainda faz contato? Sim, vários. Temos até grupo de WhatsApp, com vários ex-educandos. Ao encerramos a entrevista, Thiago parecia feliz e emocionado por relembrar desses anos importantes para a sua vida. “Simplesmente serei sempre grato a Deus por ter feito parte desta família. Fecho os olhos e consigo ver cada canto desta Fundação. Escadas, piscinas, biblioteca, curral, amigos tudo parece ser recente, sinto muita saudade”. Thiago, relembrou sua passagem pelo Educandário com muita emoção e carinho. Professora Flávia Carla Roberti. “Tenho orgulho de dizer que estudo no Educandário. Essa escola faz a diferença por todos que passam por ela.” – Thawanne Sales – 9º A

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Entrevista com a Secretária Administrativa Adriana Campos. Para abrangermos mais conhecimentos sobre a Fundação, entrevistamos Adriana Cristina Campos, uma das funcionárias mais antigas da escola, que atua como Secretária Administrativa na Fundação, desde 1991. 1-Qual é sua função? Sou Secretária Administrativa, atendo ao Diretor Administrativo, Sr. Wagner, também faço a prestação de contas, administração da documentação que são enviados ao RH. Ajudo a Diretoria nas certificações do Educandário. 2- Quais foram as principais mudanças durante sua trajetória no Educandário? A grande mudança foi a passagem do internato, que atendia somente meninos, para externato, que passou a atender ambos os sexos. Ocorreram outras também, como a proposta da FEA-USP, de melhorar o desempenho do Educandário, de alterar algumas propostas no desenvolvimento da Fundação, e a iniciação do Projeto EducaJovem. 3- O que você acha da proposta Social da Fundação? Eu admiro os profissionais, são competentes, têm muito respeito com os alunos. O atendimento é gratuito da Educação Infantil ao Fundamental II. O trabalho dos profissionais é lindo! 4- Quais são as perspectivas para o futuro? Desejo que continue para sempre tendo recursos para manter o Projeto da D. Sinhá, que Deus continue abençoando e dando sabedoria para quem cuida e Administra essa Fundação. Ao encerrarmos a entrevista, tivemos a sensação de que Adriana está agradecida por trabalhar no Educandário e ter acompanhado essa linda história. “O Educandário é um lugar abençoado, Dona Sinhá, além de ter ajudado as crianças, também colaborou com a nossa Fauna, aqui pode ser considerado como um local de proteção para todos.” Mel 9ºA, Giovanna, Natália 9ºB.

Linha do tempo

13 de maio 1938, realizada uma reunião para criação do Abrigo para Menores de Ribeirão Preto – Educandário Cel. Quito Junqueira. 19 de novembro 1943, o Educandário passa a acolher em regime de internato, crianças do sexo masculino, idade entre 6 e 18 anos, e oferece gratuitamente: educação, abrigo, alimentação, vestuário, cuidados médicos e odontológicos, material e uniforme escolares, recreação, atividades esportivas e oficinas profissionalizantes. 19 de março 1944, solenidade de inauguração oficial do Educandário “Cel. Quito Junqueira”. 1960– 1969 A Lei Municipal no 975/60 reconhece a Fundação Educandário “Cel. Quito Junqueira” de Utilidade Pública. Atividades educacionais oferecidas: Escola de Reforço a Aprendizagem (Curso pré-primário, Recuperação e Reforço) e Escola Estadual de Primeiro Grau “Camillo de Mattos”. Criação de uma pequena Oficina de Encadernação, em 1962. 1970 – 1979 Oficinas profissionalizantes e vivência de trabalho para alunos, definidas a partir da aptidão, idade e interesse: Tipografia e Encadernação, Sapataria, Roseiral, Horticultura, Almoxarifado, Cozinha, Escritório. Existência de Serviços Médicos e Dentários para os educandos. 1998 O Colégio Camilo de Mattos administrado pelo Governo do Estado, passou a ser mantido pela Fundação Educandário “Cel. Quito Junqueira”.

2000 – 2017 A Fundação Educandário “Cel. Quito Junqueira” passa a oferecer para a comunidade as seguintes atividades: Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II em tempo integral; Atividades Complementares (Reforço Pedagógico de Português e Matemática, Informática, Educação Musical, Judô e Escolinha de Futebol); Oficinas de Iniciação Profissional; acompanhamento odontológico, médico, psicológico e social, em 2003. Em 2014 é criado o projeto de contraturno escolar, denominado EducaJovem, que atende adolescentes de 11 a 18 anos, estudantes de escolas públicas, com atividades de iniciação musical, artes, danças, teatro, cidadania, mídias, educação ambiental e tantas outras que proporcionam aos adolescentes o pleno desenvolvimento individual e promovem a percepção de cidadania e maior inserção na sociedade. Inaugura-se o Centro de Memória do Educandário, em 15/12/2016. Atualmente, a Fundação Educandário “Cel. Quito Junqueira” tem capacidade de atendimento para 700 alunos, no ensino regular, nos segmentos de Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II, direcionados para crianças e adolescentes de 4 a 14 anos e em período integral. Busca a excelência do ensino, diversificando as atividades didáticas, com laboratórios de Ciências, Informática, Sala de Multimeios, Cinemateca, e Biblioteca com rico acervo em diversas áreas. A formação continuada dos nossos professores conta com uma proposta inovadora, em que promove um ciclo anual de palestras com grandes pensadores da área educação, tratando temas pertinentes. O acesso dessa formação também é ampliado para professores da Rede Municipal e Estadual de Ensino.

“O Educandário possui um ensino muito bom, em período integral. Agora, temos quadra e pátios cobertos, também com mesas de pebolim. Se antes já era bom, agora está melhor ainda.” Pedro Henrique Firmino Fabris – 9º B.

Por que ensino de período integral? O ensino do período integral tem sido um grande diferencial na educação dos jovens brasileiros, pois, através dele, os alunos alcançaram conhecimentos em menos tempo. Estudar em período integral não significa somente o aumento de tempo em que o aluno passa dentro da escola, mas sim um bom planejamento por parte dos professores para aproveitar esse tempo melhor, mostrando que as atividades escolares não acontecem somente na sala de aula, mas em todos os lugares em que há aprendizado. Para as mães dos alunos, a escola de período integral, além de dar assistência aos filhos no contraturno, modifica a cultura da família de hoje, pois os pais podem trabalhar sem ter preocupações de onde deixar os seus filhos. Percebe-se que a escola de período integral é um grande fator na construção de uma sociedade, pois traz elementos importantíssimos para a evolução educacional com um ensino contínuo e com incentivo, discussão e reflexão de diversas temáticas comtemporâneas, que são abordadas dentro do conteúdo escolar e são indispensáveis para a formação dos alunos. Por: Bruna, Rafaela, Taynara - 9º A. “Comecei a estudar na Fundação Educandário este ano e já pude perceber que é uma Escola que faz a diferença. Professores que nos motivam, auxílio de estagiários, cursos excelentes e uma disciplina notável. Tudo isso coordenado por pessoas maravilhosas, que nos incentivam a sermos cada dia melhores.” - Beatriz Ferrari Leal - 9ºB.

Cápsula do Tempo Para que os alunos desenvolvam a noção de tempo e memória as disciplinas de História e Geografia estão construindo uma “cápsula do tempo”, com os alunos dos 6º anos. Serão guardados desenhos, cartas, brinquedos, objetos pessoais, fotos dos alunos e dos professores, assim como um exemplar deste jornal. O objetivo é enterrar a cápsula em algum local na Fundação e desenterrar somente em 2020, com o intuito de relembrar e recordar esse momento histórico.

Referências: CAVALINI, Luciana. Sinhá Junqueira in AMORIM, Galeno (Org). Os Desbravadores, Ribeirão Preto: Palavra Mágica, 2001. EDUCANDÁRIO, Origem e História. <http://www.educandariorp.com.br/origem. php>. Acesso em 15. Nov. 2016. ROSA, Lílian Rodrigues de Oliveira; REGISTRO, Tânia Cristina. Ruas e Caminhos de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Centro Universitário Barão de Mauá, 2006.

Foto Panorâmica: Nathália – 9º A. Página 2


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