Que os ricos paguem a crise

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A paulatina perda de poder aquisitivo, o retrocesso nas conquistas e direitos laborais, e nas liberdades fundamentais que levamos anos denunciando agrava-se agora pola ofensiva do burguesia europeia de pretender impor jornadas laborais de 65 horas, e polos nefastos efeitos de umha das maiores crises que padece o capitalismo nas últimas décadas. A virtual economia especulativa dos EUA derivou numha enorme crise financeira após o incremento dos juros e a impossibilidade de milhons de trabalhadores/as de fazerem frente as hipotecas e aos créditos. Alguns dos principais bancos ficárom sem fundos suficientes e a sua falta de solvência arrastou o sector imobiliário e da construçom, tendo efeitos imediatos no conjunto da economia produtiva. O modelo neoliberal do Estado espanhol, sustentado polo conjunto das forças políticas institucionais –desde o PSOE e o PP até o BNG e IU– tem enormes similitudes com o norte-americano. Daí que as conseqüências da crise económica gerada nos EUA já comecem a deixar-se sentir. A economia do cimento e do tijolo, das imobiliárias, está em declínio e som centenas os operários da construçom com rescisom de contratos. As cada vez maiores dificuldades para chegar a fim de mês provoca a queda do consumo e, portanto, o fechamento de empresas ou despedimento de parte do seu pessoal. Nem a burguesia, nem a casta política que, como cans guardians, defendem os seus interesses nas suas instituiçons, estám dispostos a perder ou ceder nos seus privilégios. Por isso optam por congelar salários, aumentar as jornadas de trabalho e despedir trabalhadoras/es.

Mas o conjunto dos governos capitalistas, entre eles o espanhol, optam por tirar as castanhas do lume desviando imensos fundos públicos dos bancos nacionais para cobrir o enorme buraco. Mas os ricos cada vez som mais ricos, amassam mais e maiores fortunas. Os bancos, indústrias, grandes empresas de serviços, anunciam ano após ano maiores benefícios. Sem pudor e com absoluta impunidade, a burguesia nom oculta os seus obscenos lucros à custa da nossa sobreexploraçom.

Nom nos enganemos!! Vam ser tempos duros. Sabemos que nom som momentos de vinho e rosas, mas tampouco de resignaçom e fraqueza. Toca defender com decisom e firmeza o nosso presente e o nosso futuro. A classe obreira e o conjunto do povo trabalhador galego nom pode seguir depositando confiança nas promessas incumpridas das forças políticas burguesas, nem nas de ámbito espanhol nem nas autonomistas, tampouco nos dirigentes sindicais entreguistas e vende-obreiros. Resulta siginificativa a falta de disponibilidade para convocar urgentemente umha jornada nacional de luita, umha greve geral, quando enfrentamos umha das maiores agressons à classe trabalhadora das últimas décadas.


NÓS-UP apresentou ao bipartido, há mais de três anos, em Setembro de 2005, umha Tabela reivindicativa de mínimos para o novo governo autonómico, 444 medidas concretas para umha nova política nacional e de esquerdas. PSOE-BNG nem se dignárom a responder a umha proposta aplicável no actual quadro jurídico-político de carência de soberania nacional e economia de mercado. Hoje estám mais vigentes e som mais necessárias do que nunca. (http://www.nosgaliza.org/web444/) Corresponde-nos a nós, povo trabalhador galego, exigir a quem corresponda, o governo espanhol e a Junta da Galiza, umha mudança radical na política socioeconómica, mediante a implementaçom de medidas de choque com base na: -Nacionalizaçom dos sectores estratégicos e intervençom pública impulsionando empresas mistas. -Constituiçom de um Sector Lácteo Galego de carácter misto. -Restituiçom do carácter público de todos os serviços autonómicos privatizados polo PP-PSOE-BNG. -Aumento da pressom fiscal sobre os ricos e reduçom entre as rendas mais baixas. -Subsídio dos produtos alimentares básicos, transporte, consumo energético e acesso às novas tecnologias de tod@s @s trabalhadores/as com rendas inferiores os 8.000€ anuais. -Incremento salarial garantindo aumento do IPC. -Salário Mínimo Interprofissional de 700€. -Aumento das pensons de jubilaçom superior ao IPC. -Reduçom da jornada laboral. -Supressom das ETTs e da precariedade laboral no emprego público. -Retirada de ajudas e subsídios a todas aquelas empresas privadas que nom tiverem o conjunto d@s assalariad@s com contrato estável e indefinido. -Eliminaçom das horas extras. -Implantaçom do salário social. -Plano Galego de Emprego (PGE) para atingir o pleno emprego. -Medidas excepcionais de discriminaçom positiva no PGE à juventude, mulheres e maiores de 40 anos. -Anulaçom dos reformas laborais das últimas duas décadas. -Modificaçom da legislaçom laboral para evitar despedimentos. -Supressom do IVA. -Criaçom do Banco Nacional Galego da fusom das Caixas de Aforro e dos fundos autonómicos para dinamizar a economia mediante juros testemunhais.

Umha das primeiras medidas a adoptar nom é a congelaçom salarial dos políticos: é reduzir os seus salários obscenos. ·Por que razom Tourinho ganha mais de 80.000 mil euros por ano e Quintana acima dos 71 mil dos Conselheir@s? ·Por que razom altos funcionários do regime, como a presidenta do parlamentinho, superam os 110 mil euros, os conselheiros da CRTVG cerca de 120 mil? É impostergável suprimir o plus dos altos cargos, esses 15.000€ anuais de carácter vitalício que recebem os funcionários que tiverem ocupado cargos na Administraçom autonómica. E porque Juan Carlos de Bourbon e família recebem fundos públicos sem baterem pancada? ·Há que desviar os mais de 25 milhons de euros que o Estado dá à Casa Real para fomentar o emprego e combater a precariedade laboral. Que os Bourbons se ponham a trabalhar. Basta de parasitas sociais!!


Nom tem o mais mínimo sentido comum seguir investindo mais de 1% do PIB em armas e militares. ·Devemos exigir a supressom do gasto militar. O Estado espanhol ocupa o posto 15 no ranking de investimento em armamento. O PSOE aumentou em mais de 5.5% com respeito ao ano passado o gasto militar!! Para comprar avions Eurofighter e tanques Leopard Zapatero tem dinheiro! ·Porque temos as trabalhadoras e os trabalhadores galegos que contribuir para sanear mediante dinheiro público as empresas e entidades financeiras com problemas de liquidez quando os seus donos amassárom com o nosso suor e sangue fortunas milionárias? Ou nos tempos de fartura os oligarcas distribuírom entre nós o ganho das suas fabulosas fortunas? Nom podemos apoiar que magnates como Amáncio Ortega, Tojeiro ou Jacinto Rei –os verdadeiros donos deste País– se burlem de nós. Para os responsáveis directos da nossa precariedade e empobrecimento, nem água!! ·Nom podemos consentir seguir enterrando mais dinheiro na Cidade da Cultura. Centos de milhons de euros tenhem, e seguem a ser investidos, nesta obra faraónica completamente inútil para os interesses e necessidades da maioria social. Primeiro o PP e agora BNG e PSOE injectam umha boa parte do orçamento autonómico no disparate do monte Gaiás. Este ano, os orçamentos da Junta dedicam mais de 40 milhons de euros na obra para simultaneamente entregarem a gestom deste negócio ao capital privado.

A actual crise do capitalismo nom é umha mais. A grave situaçom ambiental do planeta que já começa a ser visível nas nossas vidas diárias exige umha mudança profunda, radical do modelo socioeconómico. O capitalismo está em declínio. Cada vez é maior o número de povos do mundo que o questionam e experimentam modelos alternativos. O povo trabalhador galego nom vai poder superar esta adversa situaçom, da que ainda só estamos a padecer os seus primeiros sintomas, sem deixarmos atrás a dependência nacional de Espanha, que nos empobrece e impossibilita o nosso pleno desenvolvimento, sem apostarmos na soberania nacional, num governo galego. Só o povo galego deve ter plena competência para adoptar todas aquelas decisons sobre o nosso presente e o nosso futuro. Nem Madrid nem Bruxelas devem substituir a nossa capacidade de decisom. As ingerências externas som responsáveis polo nosso atraso endémico. Sem soberania política nunca poderemos ultrapassar a exploraçom económica dos nossos recursos e a permanente marginalizaçom que nos condena a continuar a emigrar, padecendo os salários e as pensons mais baixas do Estado, suportando as maiores taxas de desemprego, precariedade e sinistralidade laboral, uns elevados índices de pobreza e exclusom social. En definitivo, tendo umha das rendas mais baixas. Galiza tem que ser livre! Mas isto é insuficiente senom for acompanhado por umha redistribuiçom justa e equitativa da riqueza, pola construçom de umha nova sociedade alicerçada em novos valores. O Socialismo é a única garantia para evitar o que a burguesia pretende: voltar às condiçons laborais de há 200 anos, que com tanto sangue e sofrimento a classe obreira conseguimos superar. Mas as conquistas nom som irreversíveis. Hoje a classe trabalhadora tem que recuperar o espírito de luita das geraçons que permitírom as conquistas que nos querem arrebatar.


A casta política profissional, independentemente da sigla e da retórica –PP, PSOE, BNG e IU– defende interesses similares, enriquece-se e obtém enormes privilégios à custa do povo trabalhador, legislando para Amáncio Ortega, Manuel Jove, Tojeiro ou Carmela Arias. Som horas de mudarmos esta situaçom. É necessário deter a voracidade ilimitada da burguesia. O patronato só pode ser freado mediante a luita unitária e organizada da nossa classe. As trabalhadoras e trabalhadores galegos, o conjunto dos sectores populares, nom podemos continuar impassíveis e ancorados na resignaçom paralisante. Há que mobilizar-se, protestar, reivindicar, exigir responsabilidades. Há que participar activamente nas luitas das empresas e centros de trabalho, implicar-se nelas, evitar que sejam instrumentalizadas polas burocracias sindicais para favorecer interesses políticos espúreos. Chegou pois a hora de luitar. É o momento da unidade de classe, de confiar na nossa imensa força e potencialidade.

Evitemos despedimentos, reduçom de salários, aumentos de jornadas, incrementos da energia, transportes e bens de primeira necessidade!! Preparemos as condiçons para o êxito de umha jornada nacional de luita que obrigue a mudar de rumo!



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