Galiza vencerá!

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A necessária leitura política do (des)acordo normativo Abrente, Outubro de 2001

Qualquer pessoa que ler o título deste artigo poderá pensar que já está bem de politizar a língua. Permita-se-me adiantar-me respondendo que num país como o nosso, como em qualquer outro cuja soberania é disputada, o conflito político está presente em todas e cada umha das manifestaçons da sua vida social e em todos e cada um dos seus sinais de identidade nacional questionados. De facto, a decisom tomada pola Real Academia Galega (RAG) a 17 de Novembro1 é umha mostra evidente de como a política pesa na questom da língua; igualmente, a própria proposta universitária respondia de jeito bem claro a umha outra pulsom política. Se a primeira foi condicionada polo Partido Popular a partir da Junta da Galiza, a segunda ajusta-se como umha luva às necessidades políticas do Bloque Nacionalista Galego neste momento histórico. Enquanto o Governo autonómico, por meio dos seus qualificados porta-vozes, nom oculta a sua satisfaçom pola resposta da RAG, boa parte da base social favorável à normalizaçom do idioma lamenta o resultado, parecendo nom perceber o condicionante político da proposta resultante da negociaçom auspiciada pola Asociación Sócio-Pedagóxica Galega (AS-PG) e como essa proposta

1 A 17 de Novembro de 2001, sob liderança de Francisco Fernández del Riego, o Pleno da RAG rejeitou a proposta da AS-PG, apoiada polos departamentos universitários de Galego, para modificar o padrom ‘oficial’ do galego escrito a partir de um acordo de compromisso entre as normas isolacionistas e as chamadas ‘de mínimos’.

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