Pescar no Mar

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PESCAR NO MAR Revista dos Pescadores Desportivos ANO I Nº0 SETEMBRO 2010 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Pesca em Fundo ou Pouco Fundo Parte I

Pescar nas Ondas Francisco Frias

Jopinto

Os Amigos do Mar


INDICE

EDITORIAL

Editorial ____________________________ 2

O objectivo desta publicação é apenas e só divulgar o gosto pelo mar e tudo o que o rodeia, respeitando e preservando todas as espécies que nele vivem, sem com isso deixar de usufruir daquilo que mais gostamos, pescar. Não teremos qualquer dúvida em denunciar aqui, quando necessário e com razões fundamentadas, quaisquer abusos ou agressões que possam privar as gerações futuras de desfrutar deste desporto. Pretendemos escrever sobre as várias modalidades que compõem a pesca desportiva de uma forma simples, despretensiosa e sem compromissos . Esta será absolutamente uma revista dos pescadores desportivos para os pescadores desportivos. Tentaremos desta forma interessar pela pesca desportiva com conselhos, artigos de opinião, técnicas de pesca, fotos e narrações, os mais novos e não só, para este interessante desporto incutindo em todos o respeito pelo mar. Achamos nós com a experiência adquirida durante alguns anos que a pesca desportiva tanto lúdica como de competição é uma excelente escola de formação para os jovens, pois obriga a muita concentração, alguma disciplina e respeito pelos outros, desenvolve a inteligência e o engenho para conseguir os fins propostos, tornando assim cada jovem num adulto mais equilibrado e melhor.

Opinião _____________________________ 3 Pescar nas Ondas _____________________ 4 Barco Fundeado ______________________ 9 Próximo Número ____________________ 12

FICHA TÉCNICA Ano 1 nº0 Setembro de 2010 Publicação: Bimestral Propriedade: Meiotom Editorial: Francisco Frias ou Jopinto Redacção: Jopinto, Francisco Frias Impressão: Meiotom Artes Gráficas. Publicidade: Francisco Frias Distribuição: Gratuita. Tiragem: 1000ex. Isento de Registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de Janeiro. Artigo 9 nº 2.

Em Sesimbra, o Clube de Pesca Desportiva “ZUCA” a primeira escola de pesca desportiva do País é bem um exemplo disso, tem formado ao longo dos anos para além de bons pescadores também excelentes pessoas.

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MEIOTOM

ZUCA

ARTES GRÁFICAS

Clube de Pesca Desportiva de Sesimbra

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OPINIÃO preciso disponibilidade economica e de tempo para se poder ir ao Mar e ir aprendendo, mas noto muita falta de “outro tipo de disponibilidade”, falta arranjar coragem e humildade para reconhecer o “que faz falta”, e acreditem que é um grande pecado, pois aquilo que perdem é demasiado, não só em aprendizagem mas tambem em convivencia. Deste lado existiu sempre disponibilidade, agora do outro lado é preciso reflectir e “avançar”, senão fica-se para tras e depois so mesmo dedicando-se a outras tecnicas mais de rebocadores e balde cheio. Cada um escolha por onde quer ir.

T odos nós Pescadores “Viciados” sabemos

que as Tecnicas de Pesca variam de pescador para pescador, e ainda bem pois nesta actividade de lazer faz bem “puxar pela cabeça” e deixar correr o pensamento. Vem isto a proposito que cada pescador tem para si como o melhor a pescar, seja em que tecnica fôr, e por isso mesmo somos orgulhosos da nossa “suposta eficacia”, o que convenhamos faz muito bem ao ego, seja a mostrar um bom peixe capturado, seja por qualquer outro motivo, mas… chego aquela idade em que digo e escrevo aquilo que entendo dizer e directamente sem funfuns nem gágás. As técnicas aprendem-se, mas a experiencia é fundamental, e quem não a tiver, não tem capacidade para dar lições. Claro que é

Jó Pinto

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PESCAR NAS ONDAS

Materiais Gortila UC-4 0.35 Fio para estralhos com elevada resistência ao nó.

Iron Silk 0.40 Fio para carreto muito redondo e por isso com uma excelente saída da bobine.

Anzois Plaway Anzois muito finos e afiados para penetrar nas cartilagens mais duras.

Canas de 5 metros Para lançamentos longos e manter as linhas acima da ondulação.

Carretos fortes Com boa saída de fio e muita força.

Destrocedores Para não deixar enrolar as montagens com o movimento forte da ondulação.

Anzois Brancos Para se confundirem com as iscadas também brancas.

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N0 Inverno

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aparecendo primeiro os juvenis, (é realmente impressionante como peixes ainda tão pequenos conseguem manter-se e viver numas condições tão difíceis), depois os grandes, mudamos então o nosso equipamento leve de Verão para mais pesado e vamos então procurá-los nas ondas, precisamos de canas compridas e fortes para lançar longe e manter a linha bem alto para as ondas não lhe pegarem arrastando as nossas chumbadas para fora da zona que pretendemos pescar, precisamos ter muita atenção com as formas e peso do chumbo pois é também um dos elementos mais importantes para ter sucesso neste tipo de pesca, é muito aborrecido lançar e ter que recolher logo a seguir porque a chumbada não se conseguiu fixar, vindo com a força do mar parar ao areal inviabilizando assim totalmente as nossas pretensões.

mar com toda a sua beleza é mais expressivo e grandioso durante o Inverno, as ondas fortes rebentam com violência nos areais dourados levantando areia e descobrindo os vários organismos que os peixes procuram. O pescador de praia tem que se adaptar a estas condições de mar bravo com ondas à volta dos 4 a 5 metros e conseguir colocar as suas iscas para lá da rebentação pois é aí que procuram a comida sargos e robalos, parece impossível à primeira vista que com vagas tão alterosas nadem nestas condições alguns peixes, pois precisamente com ondas tão fortes é que os nossos amigos aparecem, mal o mar acalma rapidamente vão procurar comida noutro local. Quando chega a altura, a partir de Setembro com a mudança de estação os sargos abandonam os buracos onde passaram o Verão e assim que as primeiras ondulações fortes de Outono fustigam as praias eles vão 5


PESCAR NAS ONDAS

Partimos de manhã bem cedo antes do nascer do dia, com o mar a rebentar com força sentimos o cheiro da maresia misturado com o das plantas e avançamos pelo meio do pinhal, levamos bem acondicionados e frescos os pitéus que lhes iremos oferecer, amêijoa branca navalhas e lingueirões os seus preferidos que procuram no areal levantado com a força das ondas. Com o alvorecer os toques começam a ser menos espaçados e no momento seguinte vimos a nossa cana vergar, a pequena corrida para a segurarmos é preenchida de pensamentos excitantes será grande? Sargo ou robalo? Será que o vou conseguir tirar do seu elemento com um mar tão forte, já com a cana na mão sente-se o nosso opositor e aí

confirma-se tem força é um sargo vigoroso que luta para se livrar do nosso anzol enrolamos suavemente sem pressas o fio vai entrando ou saindo conforme a afinação que demos à embraiagem do nosso carreto compensando assim em certos momentos a soma da força do nosso opositor com á força do mar evitando a desilusão da sua perda, quando entra na rebentação deixamos o mar fazer o seu trabalho sem forçar deixando ir na escoa da onda as vezes necessárias até finalmente ficar ali á nossa espera deitado na areal a debater-se sem hipótese de voltar ao seu elemento. O nascer do dia vai avançando mais ao lado vemos um colega a debater-se com um robalo de bom porte que ao contrário dos sargos 6


tem a particularidade de quando se sentem ferrados nadar direito á margem na ânsia de assim se conseguirem libertar, tem o pescador que acompanhar este movimento enrolando o fio o mais rápido possível para manter a tensão sempre constante sem folgas pois aproveitando a folga invariavelmente consegue desferrar-se, não foi este o caso pois o pescador trabalhou o peixe com mestria até o encalhar no areal . As iscas como já abordei mais acima devem ser bem frescas, o mesmo isco congelado não oferece tanta garantia de sucesso embora algumas vezes também funcione. Como devem ter reparado todas estas iscas são brancas e esse predicado tem realmente importância pois o movimento forte do mar

nas estações do ano mais rigorosas tem tendência para tornar a agua mais escura, uma isca branca será por isso mais visível neste ambiente turvo, os anzóis também preferimos os brancos em detrimento dos pretos que aplicados nas iscas brancas iriam pensamos nós fazer desconfiar os nossos opositores. Convém iscadas generosas bem fixas nos anzóis, não esqueçamos que teremos que as enviar para bem longe com a inerente chicotada violenta, uma isca mal presa pela certa irá engordar os nossos amigos não sendo essa a intenção quando os vamos pescar, mas sim traze-los até nós, vamos pois com perícia fixar a isca com a ajuda do elástico de iscar e assim teremos a certeza 7


PESCAR NAS ONDAS

que para além do isco também bem disfarçado no meio dele estará o nosso anzol. Muita atenção à segurança na praia no Inverno os enchios são frequentes deve o pescador observar as condições do mar para não ter nenhum sobressalto. 1ª regra, saber analisar o estado do mar, no Inverno as atenções terão que ser redobradas, se houver alguma espuma um pouco fora da rebentação mar dentro, quer dizer que o mar está de enchio, de tantas em tantas ondas dizem os conhecedores que é de sete em sete vem uma onda que lava tudo. 2ª regra colocar os nossos materiais para lá da marca na areia feita pela praia-mar anterior. 3ª regra com mar de enchio e não só, nunca virar as costas ao mar. 4ª regra, calcular muito bem o tempo que temos entre duas vagas para fazer o tal lançamento que vai colocar bem longe as nossas iscas, para lá da rebentação, já vi muita gente ser apanhada pela vaga, e se 8

apenas se molharam, o que no Inverno não é nada agradável, já é ter muita sorte, um conselho, quando isto acontecer cravem a vossa cana na areia será uma grande ajuda para manter o equilíbrio e não vos deixar cair. Mesmo assim e observando todos estes cuidados não deixem de ir pescar no Inverno é nesta altura com as praias só para nós que se obtêm os melhores resultados. Todos nós sabemos que levantar cedo nas estações do ano mais frias custa, mas concerteza que o contacto com o mar, o ar fresco da manhã, os peixes, as conversas com os companheiros de jornada, as longas caminhadas no areal, tudo isso revigorará o corpo e mente para enfrentar o nosso dia a dia com mais entusiasmo. Francisco Frias


PESCA EM BARCO FUNDEADO

Materiais Anzois Hayabusa 6/0 Uma agradavel surpresa, experimentem.

Bolsa Tica Funcional para montagens com anzois grandes.

Destorcedores Asari 30 libras aguenta a destorcer ate 13,6 kg para topo superior da montagem.

Destorcedores com alfinete Mustad Pode nao parecer mas ajuda a destorcer, fazendo com que uma unica montagem dure a pescar o dia todo sem deixar torções no fio da madre.

Carbon pro da Seaguar o mais perto que há do seaguar surf cast. Qualidade, resistencia, e confiança.

Stonfos 2.2 Os batentes que resistem na madre.

Perolas Sasame "L" A medida exacta para as montagens "Musculadas". Confiança a 100%

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PESCA EM BARCO FUNDEADO

Pesca em Fundo ou Pouco Fundo PARTE I

As Técnicas

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Sempre ouvi dizer que “quando existe muito peixe debaixo do barco, qualquer um apanha”, mas depois a dificuldade é que são elas, e então é só ouvir “POITADA -POITADA”. Tambem é verdade que não existe um “verdadeiro” aconselhamento de materiais, pelas lojas que vendem, mas e x i s t e m outros meios para se conseguir algumas opinioes crediveis, mas isto

escar a pouca profundidade tem como alvo peixes que na sua maioria são de pequeno porte, no entanto necessita sempre de tecnica apurada, pois os pequenos peixes estão escassos e dificeis. A tecnica já é conhecida de todos, com os materiais do costume e uma panoplia de iscos que ninguem se entende, pois o peixe tem dias…e apetites diversos, enfim nunca serão grades, mas para lá caminhamos, no entanto não podemos esquecer que esta pesca (à safia, choupa, etc.) nunca vai deixar de ser uma “grande escola”, pois é na dificuldade que aprendemos. Tambem o uso de anzois pequenos, fios mais finos etc., dão-nos a oportunidade de continuar a experimentar, e a testar, os novos materiais que vão saindo. Esta situação que atras referi é muito importante, pois as opinioes divergem muito, e continuamos a constatar que os materiais usados por uma grande maioria de pescadores desportivos, são de fraca qualidade, e a falta de experiencia numa atitude “passiva” deixa esses mesmos pescadores, à mercê das “grades” e da “ratice” dos pequenos peixes.

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O facto de estarmos a pescar a estas profundidades, pressupoe várias coisas: 1º Plataforma da nossa Costa Ocidental Existem zonas onde é facil e rapido atingir esta profundidade sem navegar muito, mas outras existem onde temos de “papar” muitas milhas, pois só assim se consegue atingir aquelas profundidades. 2º É necessario tambem estarmos dentro dos limites fixados por Lei para as embarcações poderem pescar nessas zonas. 3º Os equipamentos devem estar à altura do esforço, os fios devem ser mais resistentes, e os anzois maiores. 4º O numero de pescadores na embarcacao, deve ser reduzido pois por vezes a aguagem provoca muitos empachamentos, muitos cortes, e estraga-se muito material, alem de podermos ser visitados por tubaroes que nos limpam literalmente os anzois, as montagens, e ate as chumbadas (o Tubarao Anequim, por exemplo, adora comer as chumbadas, e depois vêm dizer que estes peixes têm niveis altos de Chumbo…pudera…). Enfim, temos de lutar com varios contratempos que surgem, daí que a experiencia acumulada de alguns, sirva para ajudar outros. Jopinto

já sãooutros quinhentos… Pescar entre os 100 e os 140 metros, com carretos dito “normais” já estamos a sintonizar outra “BOA ONDA”, mas requer muito mais que VONTADE.

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PRÓXIMO NÚMERO

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retendemos depois da experiência do número 0 fazer um número 1 com mais páginas e se possível com alguma publicidade que será a única fonte de receita deste simples periódico, terá mais artigos focando outras vertentes da pesca desportiva, iremos continuar a dar prioridade à qualidade dos textos e proporcionar alguns ensinamentos aos iniciados, (e não só), acerca deste desporto, será também este o meio de despertar nos leitores algum interesse pelo que rodeia a pesca desportiva alertando e divulgando algumas peripécias e tramas que vão minando o nosso excelente hobby pois esta publicação será apenas dependente apenas de nós pescadores. Jopinto continuará a escrever sobre pesca em barco fundeado com a desenvoltura e conhecimentos a que já nos habituou, de forma desinteressada, com o único objectivo de passar informação recolhida ao longo de muitas experiências vivídas com grande

emoção, desenvolverá assim vários temas, entre eles o que nos trás neste número inicial. Francisco Frias irá descrever alguns assuntos interessantes de como é estar e pescar na praia, materiais, montagens, experiências e peixes, pois são eles no fundo que nos motivam e com a sua colaboração forçada nos proporcionando raros momentos de distracção e alheamento dos nossos problemas, mas não será certamente esta a principal razão de ser pescador, ser pescador é muito mais que isso, para além de sonharmos ter preso no nosso anzol aquele peixe enorme que ficará para sempre na nossa memória, gostamos de estar perto do mar com toda a envolvente que o rodeia. Iniciaremos além de outros temas uma página dedicada à boa disposição que é apanágio dos pescadores, para além de algumas histórias vividas entre nós, descreveremos sem intenção de ofender ninguém alguns “cromos” que fomos conhecendo na pesca.

Os Amigos do Mar


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