TCC arqurb Montando o Saber: a racionalização aliada ao módulo para a concepção de UMEI

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FRANCISCO RUY

MONTANDO O SABER:

A RACIONALIZAÇÃO ALIADA AO MÓDULO PARA A CONCEPÇÃO DE UNIDADES MUNICIPAIS DE ENSINO INFANTIL

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UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

FRANCISCO ANTONIO DE FREITAS RUY

MONTANDO O SABER: A RACIONALIZAÇÃO ALIADA AO MÓDULO PARA A CONCEPÇÃO DE UNIDADES MUNICIPAIS DE ENSINO INFANTIL

VILA VELHA 2015 Francisco Ruy

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FRANCISCO ANTONIO DE FREITAS RUY

MONTANDO O SABER: A RACIONALIZAÇÃO ALIADA AO MÓDULO PARA A CONCEPÇÃO DE UNIDADES MUNICIPAIS DE ENSINO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para a obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Orientadora: Andréia Fernandes Muniz

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FRANCISCO ANTONIO DE FREITAS RUY

MONTANDO O SABER: A RACIONALIZAÇÃO ALIADA AO MÓDULO PARA A CONCEPÇÃO DE UNIDADES MUNICIPAIS DE ENSINO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para a obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Aprovado em _______ de Novembro de 2015. COMISSÃO EXAMINADORA ___________________________ Prof.º Andréia Fernandes Muniz Universidade Vila Velha Orientadora

___________________________ Prof.º Luciana Aparecida Netto de Jesus Universidade Vila Velha Coorientadora

___________________________ Roberta Rocha de Toledo Pinheiro Examinador Externo Convidado

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Que a palavra parede não seja símbolo de obstáculos à liberdade nem de desejos reprimidos nem de proibições na infância etc. Não. Parede que me seduz é de tijolo, adobe preposto ao abdômen de uma casa. Eu tenho um gosto rasteiro de ir por reentrâncias baixar em rachaduras de paredes por frinchas, por gretas - com lascívia de hera. Sobre o tijolo ser um lábio cego. Tal um verme que iluminasse . (Manoel de Barros) Francisco Ruy

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Agradecimento 8

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Gratidão é o sentimento que mais me invade o peito até aqui, meu Deus, obrigado por poder escolher todo esse meu futuro, pela força depositada em mim, pela realização desse sonho e principalmente por ser meu amigo, ouvinte e pai eterno. Agradeço as pessoas mais importantes da minha vida, meus pais, que não estão mais aqui, mas que me geraram e me trouxeram ao mundo, meu eterno obrigado pelo o que eu sou, pelo amor e pela vida. Agradeço a minha irmã Marcia, minha Naninha, pelos conselhos, pela fé, amor e ensinamentos, por tudo, aos meus irmãos insuportáveis Ângelo e Lucas que eu amo. Agradeço aos meus melhores amigos que contribuíram diretamente para esse sonho e que estiveram do meu lado em cada dia de longos e longos projetos, aos mestres que me passaram todos os ensinamentos e foram durante todo esse tempo inspiração para os meus dias, aos amigos de infância por terem me aguentado durante todos esses anos, aos primos (as) e tios (as) que foram presentes e a todos que contribuíram para a realização desse sonho, obrigado por tudo, AMO VOCÊS!

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A escolha busca atendimento das metas vigentes do programa nacional de educação que coloca obrigatoriamente para todos os estados brasileiros, até final de 2016 a matrícula de crianças de 0 a 6 anos que estão fora das escolas, pelo menos 50% delas. Desta forma a unidade municipal de ensino infantil teve como princípio a modulação e racionalização aplicada à arquitetura, que foram usadas devido à obra ser pública e necessitar de agilidade para a construção.

Resumo

A metodologia buscou-se, através das bibliografias a plena compreensão do sistema de coordenação modular aplicada a arquitetura e seus sistemas conflitantes em fase de execução e os estudos de caso mostraram a plena aplicação desses conceitos a projetos de uso público. Foram tratadas também as legislações vigentes para a arquitetura escolar, diagnóstico e posteriormente o projeto da UMEI.

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A UMEI desenvolvida é um protótipo que visa o estudo da arquitetura aplicada de forma racionalizada. O projeto possuiu medidas modulares entre os sistemas e componentes envolvidos. Com isso o projeto atendeu ao programa, atribuindo racionalização ao estudo do protótipo que pode ser usado como base para demais unidades, possibilitando assim uma obra flexível ao mesmo tempo em que é ágil durante o planejamento e execução.


The methodology we sought, through bibliographies full understanding of modular coordination system applied to architecture and its conflicting systems being implemented and case studies have shown the full application of these concepts to public use projects. They were also handled the current legislation for school architecture, diagnosis and later the project UMEI.

Abstract

The choice of search service existing goals of the national program of education that shall put to all states by the end of 2016 the enrollment of children with 0-6 years old are out of school, at least 50% of them. Thus the pre-school municipal unit had the first modulation and rationalization applied to architecture, which were used due to work being public and require agility for construction.

The developed UMEI is a prototype that aims to study the applied form of streamlined architecture. The project owned modular measures between systems and components involved. Thus the project attended the program, giving the rationalization study of the prototype that can be used as a basis for other units, allowing a flexible work while that is responsive during the planning and execution.

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ILUSTRAÇÕES

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Figura 1- Aplicação dos sistemas de medidas modulares 36 Figura 2 - Sistema de referência 37 Figura 3 - Reticulado modular espacial de referência 37 Figura 4 - Exemplo de quadriculados modulares 37 Figura 5 - Adição e combinação de elementos modulares 38 Figura 6 - Estacionamento com modulação de 10m entre os pilares 39 Figura 7 - Malha de pilar com afastamentos iguais entre eles, aplicada a escola Várzea Paulista 39 Figura 8 - Afloramento de tubulação entre um vão de porta 44 Figura 9 - Recorte de vigamento para colocação de porta em altura padrão 44 Figura 10 - Arranjo de conexões mal resolvidas dificultando a aplicação do forro em PVC 45 Figura 11 - Elemento residual de janela com manobra de abertura impossibilitada por conta a parede de drywall 46 Figura 12 - Paredes internas em Drywall que mal implantadas na parte interna para divisão dos ambientes que podem ser vistas pela fachada 47 Figura 13 - Planta de implantação do conjunto de blocos da rede de escola Delhi Public School 51 Figura 14 - Bloco de separação dos pátios com os Jaalis implantados 51 Figura 15 - Escada na cor vermelha implantada na diagonal 51 Figura 16 - Volume geral da escola com a disposição dos cheios e vazios da fachada 52 Figura 17 - Planta Baixa do Pavimento Térreo 52 Figura 18 - Planta Baixa do Pavimento Superior (1º Pavimento) 52 Figura 19 - Sala de aula com elementos vazados para circulação cruzada do ar 53


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Figura 20 - Passarela de divisão entre os pátios adjacente a escada com elementos vasados 53 Figura 21 - Entrada da escola com elementos vasados na horizontal e vertical em tons de Terra Cota 53 Figura 22 - Pátio interno com bancos em concreto pintados de vermelho 54 Figura 23 - Pátio interno com disposição de bancos entre as árvores 54 Figura 24 - Foto de localização da EMEI Santo Dias da Silva. 55 Figura 25 - Caixa de escada pintada na cor azul marcando o volume 55 Figura 26 - Shad disposto acima do telhado em tom amarelado 55 Figura 27 - Planta do pavimento térreo 56 Figura 28 - Mino maleiro adjacente à escada 56 Figura 29 - Planta baixa do pavimento superior (1º pavimento) 57 Figura 30 - Fachada Nordeste com Cobogós de concreto 57 Figura 31 - Detalhamento técnico dos elementos padronizados em projeto 58 Figura 32 - Escola de Moravia e seu entorno imediato 59 Figura 33 - Mapa de Implantação da escola de Moravia 60 Figura 34 - Volume principal com brises voltado para a praça das árvores 60 Figura 35 - Pátio do conhecimento formado entre os blocos de sala e a rampa 61 Figura 36 - Planta Baixa do Pavimento Térreo com Setorização 61 Figura 37 - Planta Baixa do Primeiro Pavimento com Setorização 62 Figura 38 - Sala de aula com piso verde e parede em tijolos 62 Figura 39 - Refeitório aberto para o pátio do conhecimento 62 Figura 40 - Planta baixa do Terceiro Pavimento com Setorização 63 Figura 41 - Passarela de acesso entre os blocos que serve de pátio coberto 63 Figura 42 - Micro espaço criado entre os jardins 63 Figura 43 - Esquadrias do primeiro pavimento dos blocos das salas com panos e vidro e ao lado paredes furadas 64

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Figura 44 - Composição de materiais bem variada a partir do segundo pavimento 65 Figura 45 - Implantação Umei Hélida Figueiredos Milagres 66 Figura 46 - Volumetria da escola com vista para o solário 66 Figura 47 - Planta baixa do pavimento térreo da escola 67 Figura 48 - Sala de aula da Creche II 67 Figura 49 - Sala multiuso 68 Figura 50 - Sala de aula da Pré-escola 68 Figura 51 - Localização do terreno em meio ao contexto urbano e social 87 Figura 52 - Vista do reservatório do Shopping Vila Velha 87 Figura 53 - Campus de Biopráticas da Universidade Vila Velha 87 Figura 54 - Foto de satélite mostrando a implantação dos terrenos e seu entorno imediato 88 Figura 55 - Gabarito e acabamentos das edificações do entorno 89 Figura 56 - Rua sem saída compondo um Cul-de-sac 89 Figura 57 - Galpão em frente ao terreno da UMEI 90 Figura 58 - Calçada sem revestimento impermeável e sem meio-fio 90 Figura 59 - Figura rica do terreno de implantação 92 Figura 60 - Diagrama de bolhas 101 Figura 61 - Planta de implantação com setorização da UMEI 102 Figura 62 - Fachada Frontal 103 Figura 63 - Fachada dos fundos 104 Figura 64 - Planta baixo do pavimento térreo 105 Figura 65 - Planta baixa do primeiro pavimento 106 Figura 66 - Esquema de cores dos ambientes modulares 107 Figura 67 - Planta baixa Seccionada do térreo (ampliação da creche II e o sanitário da creche II e III) Figura 68 - Esquema de variação de implantação (modelo 01) Figura 69 - Esquema de variação de implantação (modelo 02)

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Figura 93 - Esquema simplificado da aplicação do sistema Pex Figura 94 - Esquema do sistema Pex executado Figura 95 - Acomodação dos conduítes entre os perfis metálicos das paredes

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Figura 70 - Guarita de entrada Figura 71 - Hall de entrada com acesso vertical Figura 72 - Pátio Interno Figura 73 - Auditório aberto ao exterior Figura 74 - Refeitório Figura 75 - Sala de artes/culinária Figura 76 - Creche III Figura 77 - Solário compondo o parque linear infantil Figura 78 - Sala de atividades extracurriculares Figura 79 - Esquemas de flores escolhidas para extração das cores de referência Figura 80 - Esquema de cores e espécies de vegetação Figura 81 - Planta de implantação do paisagismo Figura 82 - Solário da creche I Figura 83 - Solário da creche II Figura 84 - Espaço Água Figura 85 - Espaço Vegetação Figura 86 - Espaço Terra Figura 87 - Espaço sensações (pátio interno) Figura 88 - Fachada da creche sem o muro dos fundos Figura 89 - Fachada principal de acesso a escola Figura 90 - Esqueleto estrutural do sistema aplicado na UMEI (elementos pré-moldados) Figura 91 - Detalhe 01 Figura 92 - Esquema de aplicação dos sistemas de fechamento

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TABELAS

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Tabela 01 - Histórico das legislações para o ensino infantil brasileiro 74 Tabela 02 - Resumo da PORTARIA Nº 321 DE 26 DE MAIO DE 1988 76 Tabela 03 - Resumo dos Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil 77 Tabela 04 - Resumo do projeto básico para 188 crianças – modelo tipo 2 78 Tabela 05 - Resumo do código de obras do município da Serra 80 Tabela 06 - Resumo do código de obras do município de Cariacica 81 Tabela 07 - Resumo do código de obras do município de Vitória 81 Tabela 08 - Resumo do código de obras do município de Vila Velha 82 Tabela 09 - Índices urbanísticos da Zona de Especial Interesse Urbanístico 91 Tabela 10 - Programa de necessidades 97 Tabela 11 - Área total construída atribuída após pré-dimensionamento 100 Tabela 12 - Especificações dos principais elementos estruturais usados na UMEI 123 Tabela 13 - Especificações dos principais elementos de vedações (alvenaria, cobogós e panos de vidro) usados na UMEI 125 Tabela 14 - Especificações dos principais elementos de vedações (portas e janelas) usados na UMEI 126 Tabela 15 - Especificações dos principais elementos de vedações (Cobertura) usados na UMEI 126


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas BNH – Banco Nacional de Desenvolvimento Humano COEDI – Coordenação Geral de Educação Infantil EDIF – Departamento de Edificações

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SIGLAS

EMEI – Escola Municipal de Educação Infantil FIND – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PDE – Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação PROINFANCIA – Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Pública de Educação Infantil UMEI – Unidade Municipal de Educação Infantil UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação SEB – Secretaria de Educação Básica PDM-VV – Plano Diretor Municipal de Vila Velha ZEIU – Zona de Especial Interesse Social de estruturação e Integração Francisco Ruy

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1 INTRODUÇÃO 26 1.1 JUSTIFICATIVA 27 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO 27 1.3 OBJETIVO GERAL 28 1.3.1 Objetivos específicos 28 1.4 METODOLOGIA 30 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2 SISTEMA DE COORDENAÇÃO MODULAR

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2.1 HISTÓRICO DA MODULAÇÃO NO BRASIL 34 2.2 FUNDAMENTOS DA COORDENAÇÃO MODULAR 35 2.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA COORDENAÇÃO MODULAR 35 2.3.1 Sistema modular de medidas 35 2.3.2 Sistema de referência 36 2.4 APLICANDO O SISTEMA DE COORDENAÇÃO MODULAR 38 2.5 NECESSIDADES DE APLICAÇÃO DA MODULAÇÃO 39

3 COMPATIBILIZAÇÃO 42 3.1 APLICAÇÕES DA COMPATIBILIZAÇÃO 42 3.2 COORDENAÇÃO DE PROJETOS 43 3.3 PROBLEMAS DA COMPATIBILIZAÇÃO 43 3.3.1 Sistema estrutural 43 18

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3.3.2 Sistema hidrossanitário 45 3.3.3 Vedações e esquadrias 46

4 ESTUDO DE CASO 50 4.1 DELHI PUBLIC SCHOOL - ÍNDIA 50 4.1.1 Programa 50 4.1.2 Implantação 50 4.1.3 Morfologia 51 4.1.4 Espacialidade 52 4.1.5 Conforto 53 4.1.6 Materialidade 53 4.2 EMEI SANTO DIAS DA SILVA – SÃO PAULO 54 4.2.1 Programa 54 4.2.2 Implantação 54 4.2.3 Morfologia 55 4.2.4 Espacialidade 56 4.2.5 Conforto 57 4.2.6 Materialidade 58 4.3 JARDIM DE INFÂNCIA MORAVIA – COLÔMBIA 58 4.3.1 Programa 59 4.3.2 Implantação 59 4.3.3 Morfologia 60 4.3.4 Espacialidade 61 4.3.5 Conforto 64 4.3.6 Materialidade 64 Francisco Ruy

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4.4 UMEI HÉLIDA FIGUEIREDOS MILAGRES – VILA VELHA-ES 65 4.4.1 Programa 65 4.4.2 Implantação 65 4.4.3 Morfologia 66 4.4.4 Espacialidade 66 4.4.5 Conforto 68 4.4.6 Materialidade 68 4.5 RESULTADOS ALCANÇADOS 69

5 LEGISLAÇÕES VOLTADAS PARA A

ARQUITETURA ESCOLAR INFANTIL 74 5.1 HISTÓRICO DAS LEGISLAÇÕES 74 5.2 NACIONAL 76 5.3 ESTADUAIS 80 5.4 METODOLOGIA 81

6 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA

UMEI 86 6.1 CONTEXTO URBANO E SOCIAL 86 6.2 CONTEXTO ECONÔMICO 88 6.3 CONTEXTO AMBIENTAL 89 6.4 CONTEXTO LEGAL 90 6.5 ANÁLISE DE “PROSPECÇÃO” E POTENCIALIDADES DO TERRENO 91

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7 UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL

DE VILA VELHA (UMEI-VV) 96 7.1 CONCEITOS E PARTIDO 96 7.2 PROGRAMA 97 7.3 IMPLANTAÇÃO 100 7.4 MORFOLOGIA 103 7.5 ESPACIALIDADE 104 7.5.1 A modulação aplicada aos ambientes 107 7.5.2 Entrada 111 7.5.3 Pátio interno 112 7.5.4 Auditório 112 7.5.5 Refeitório 113 7.5.6 Sala de artes e culinária 113 7.5.7 Creche 114 7.5.8 Solários 114 7.5.9 Salas de atividades extracurriculares 115 7.6 ESPACIALIDADE 115 7.6.1 Rosa 118 7.6.2 Lilás 118 7.6.3 Azul 119 7.6.4 Verde 119 7.6.5 Amarelo 120 7.6.6 Laranja, vermelho e marrom 120 7.7 CONFORTO 121

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7.8 MATERIALIDADE 7.8.1 Sistema estrutural 7.8.2 Sistema de vedação 7.8.3 Revestimentos 7.8.4 Instalações

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CONCLUSÃO 134 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 138

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1 INTRODUÇÃO O direito ao acesso à educação infantil é um dever descrito em lei que entrou em vigor na Constituição Federal de 1988 como um dever social e igualitário a todos do país, que determina desenvolvimento psicológico, físico, intelectual e social de forma integral para crianças de até cinco anos de idade. De acordo com os novos planos e ações do governo para a qualificação da educação, esse direito deixa de ser uma ação de atividade social para assumir um papel de desenvolvimento educacional de grande importância para o país (EDUCAÇÃO, 2013). Com a recente meta que faz parte de uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), foi-se então estabelecida a universalização da educação infantil que tem seu fim de vigência até o ano de 2016. A ação tem como principal meta matricular 50% das crianças de até três anos de idades em creches e crianças de quatro a cinco anos de idade em préescolas ampliando assim a educação infantil (EDUCAÇÃO, 2013). Em paralelo com essa ação temos o Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), ação do governo federal que tem por finalidade prestar assistência

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financeira para a construção de edifícios escolares à prefeitura de cada município e ao Distrito Federal (FIND, 2012). Verifica-se desta forma que de acordo com as recentes metas para o desenvolvimento da educação, haverá uma demanda para projeto e construção de edificações de ensino infantil. Isso ocorrerá quando as mesmas já não comportarem as quantidades de alunos que ainda estão fora da escola e que fazem parte de uma lacuna social a ser corrigida no âmbito da educação infantil, pertencente ao município de Vila Velha/ES. A construção de novas unidades que atendam aos critérios de espacialidade, conforto, segurança, lazer e que assegurem os direitos e deverem para todas as crianças e famílias serão obrigações das prefeituras junto aos órgãos competentes. Com isso faz se necessário a construção de unidades qualitativas, de rápida execução e de forma racionalizada, que possam atender critérios mínimos exigidos em normas e que sejam facilmente adaptadas e repetidas quando se fizer necessário de acordo com a demanda de cada município.

contribui para obras mais compatíveis entre os sistemas e projetos com soluções globais de detalhamento, favorecendo os projetos executivos e a compatibilização de fato. O edifício quando modular ele facilmente se torna fabril, ele tem a partir de então produções em série que visam à agilidade e qualificação dos processos, além de estar mais apto a receber novos usos, futuras ampliações e capacidade de repetição. A compatibilização vem como etapa a auxiliar que não haja interferências entre os sistemas envolvidos, nesse caso ela atuará como base para que as implantações de novos equipamentos ao edifício, não venham acarretar em patologias ou problemas nas futuras e existentes instalações. 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO

A importância do desenvolvimento de um projeto que seja modular

As necessidades de novas unidades municipais de ensino infantil (UMEI) abre um tema a ser discutido que são projetos de uso público. Um projeto como este passa por um longo processo envolvendo desde licitações até a fase de execução propriamente dita. Todas essas etapas são partes importantes de um produto final que é o edifício construído e funcionando de fato. Brasil

e compatibilizado, prevendo futuras ampliações, adequações e novas demandas do edifício, vem com a necessidade de correção de construções mal acabadas e de gastos excessivos na execução. O planejamento adequado desse tipo de equipamento

(2007, apud BORDALO, 2013), menciona que Obra Pública é destinada à população e pode ter como contratante a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios (Administração Pública). O capital para a execução da construção reforma

1.1 JUSTIFICATIVA

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ou manutenção vem de recursos públicos que são quase que sempre controlados e fixos. Constata-se, nos últimos anos, que o setor da construção civil objetivando criar vantagens competitivas e se adequar a padrões normativos e de desempenho, tem buscado procedimentos/ técnicas no sentido da padronização dos processos projetuais visando reduzir a imprevisibilidade, eliminar os desperdícios e retrabalhos para atingir os melhores percentuais de produtividade (SILVA; SOUZA, 2003, p. 02).

A racionalização para esse tipo de obra é fundamental e de grande importância já que o edifício passa a ser um produto, onde partes de sua produção podem ser envoltas por cadeias de fabricação (produção em série) viabilizando seu custo além de ser repetido e remodelado sempre que necessário. Rosso (1980) define racionalização como a aplicação mais eficiente de recursos para a obtenção de um produto dotado da maior efetividade possível. Além de estar em plena conformidade com as normas técnicas e vigentes garantindo produtividade, construtibilidade e desempenho ambiental em todas as partes constituintes do projeto de arquitetura. Ainda sobre essa temática podemos colocar como base para uma obra ágil e rentável a modulação e a compatibilização, que juntas trarão soluções para problemas de incompatibilidades e para ampliações futuras do edifício.

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1.3 OBJETIVO GERAL O objetivo é desenvolver um projeto em nível de anteprojeto com detalhamento do que se fizer necessário, de um modelo de Unidade Municipal de Ensino Infantil (UMEI) que poderá ser usado como exemplo base para a implantação de quaisquer edifícios de mesmo uso na localidade de Vila Velha/ES, independente da região de implantação do terreno e da variação do programa de necessidades. O projeto adotará conceitos de modulação e compatibilização aliados, tornando o edifício qualitativo e com uma vida útil mais prolongada. 1.3.1 Objetivos específicos  Estudar a modulação e suas formas de aplicações na arquitetura, com objetivo de desenvolver um módulo a ser usado em todas as etapas possíveis que norteiam a produção do projeto;  Aplicar os conceitos da coordenação de projetos na construção e seus potenciais ganhos com sua aplicação viabilizando de forma prévia sistemas que mais interferem na produção arquitetônica como os sistemas hidrossanitário e estruturais através de estudos de caso;


 Estabelecer relações funcionais entre módulos e sistemas que compõe a produção arquitetônica, buscando elementos que se adequem ao módulo proposto em projeto.  Estudar todo o funcionamento de uma UMEI, buscando suas necessidades objetivas e subjetivas de maneira a entender de forma satisfatória critérios para planejamento, projeto e execução da mesma. 1.4 METODOLOGIA Todo o estudo será desenvolvido com base em uma pesquisa teórica dos temas em questão, que darão suporte para o desenvolvimento do projeto final que será uma Unidade Municipal de Ensino Infantil. Visando esse objetivo o trabalho será programado para que as etapas venham compreender o pleno entendimento dos conceitos abordados através dos referenciais bibliográficos. O trabalho além de compreensão dos conceitos abordados através das bibliografias contará com estudos de casos de edificações institucionais de educação que trarão em sua implantação os conceitos abordados nesse trabalho. Os projetos escolhidos para estudo de caso são regionais, nacionais e internacionais que resultam em como é feita a aplicação da modulação e da compatibilização em diferentes espaços resultando em obras mais funcionais, racionalizadas e de fácil execução.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO No primeiro capítulo foi descrito o grau de importância de se desenvolver o produto final que será uma UMEI baseada em cenários presentes no país. Como o projeto deverá ocorrer para que as demandas sejam alcançadas e que a arquitetura possa atender de forma plena e satisfatória as condições do local, tempo e custo de todo o edifício a ser construído. No segundo capítulo será abordado o tema modulação, suas medidas de aplicação, sistemas de referência, aplicação do sistema na arquitetura além de necessidade e viabilidade desse método aplicado ao processo da construção civil. No terceiro trataremos sobre a compatibilização, contextualizando sua importância e coordenação da fase de projeto. Falaremos sobre as importantes relações entre a arquitetura e seus sistemas mais conflitantes como hidrossanitário, sistemas estruturais e sistemas de fechamento e suas possíveis resoluções ainda em fase de projeto. O quarto capítulo serão os estudos de caso de edifícios institucionais de educação que trazem em sua concepção o conceito de modulação. Tratar quais foram os métodos projetuais para implantação dessas edificações tanto no Brasil como em outros países e quais são os obstáculos e ganhos para essa filosofia de projeto destinada a educação infantil. Francisco Ruy

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No quinto capítulo estudaremos as legislações em âmbito nacional, estadual e municipal que estão em vigor destinadas ao planejamento e construção de edificações de uso escolar infantil. Trataremos as legislações de forma que criaremos tabelas com necessidades objetivas para concepção do projeto. O sexto capítulo abordará toda a parte de diagnóstico da área de implantação da UMEI. Serão analisados todos os contextos importantes que interferem na locação da escola neste local. A análise compreende os contextos econômicos, sociais, urbanos, ambientais e legais, além de potencialidades e prospecções para a área destinada a implantação da UMEI. O sétimo capítulo será a plena abordagem do desenvolvimento do projeto, desde aplicação dos métodos até o produto final que será o projeto em nível de anteprojeto. Abordaremos requisitos para implantação da UMEI, conceito, partido além do detalhamento específico de interfaces quando se fizer necessário para objeto de estudo e seus ganhos com essa filosofia projetual de arquitetura.

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2 SISTEMA DE COORDENAÇÃO MODULAR 2.1 HISTÓRICO DA MODULAÇÃO NO BRASIL O conceito de modulação no Brasil surgiu a partir dos anos 50 com o surgimento da norma NB-25R em 1950, que estabelecia como módulo mínimo a medida de 10 cm que era chamado de modulação decimétrica. O Brasil foi pioneiro a estabelecer em norma essa medida modular que foi por anos usada por vários países, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). Os primeiros estudos sobre esse assunto se deram para que as construções pudessem ser mais racionalizadas. Estes estudos foram patrocinados pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) que tinha grande interesse nesse campo. Esse conceito permaneceu forte até se criar a ideia de que obras com essa filosofia eram mais sociais e de pouca qualidade. A queda da ideia de modular acontece a partir do fim da década de 70, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). Na década de 90 quando a construção civil estava em um processo de mudança que começara na década de 80 com a intensa produção da construção civil. Foi então que se percebeu a necessidade de retomada do conceito de modulação ainda com o objetivo de melhorar a produtividade e favorecer a perfeita relação entre projetistas, fabricantes e construtores (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). 34

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A partir de então as pesquisas vão começar por volta de 2006 pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) que lançou edital de revisão das normas já existentes sobre o assunto para oito universidades brasileiras. A alternativa objetivava descobrir problemas de implementação da norma. Os resultados não foram tão expressivos e não alcançou diretamente o setor da construção civil, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). Com isso houve pausas nos estudos e só em 2009 com a reunião de diversos membros da construção, da cadeia produtiva e dos representantes dos estudos passados foi então finalizada em 2010 a norma-diretriz. Foi então em primeiro de setembro de 2010 que entrou em vigor a NBR 15.873:2010 – Norma de Coordenação Modular para edificações que estabelece 100 mm como módulo mínimo para a cadeia produtiva da construção civil, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013).

A coordenação modular é outro conceito, que tem como função relacionar os módulos estabelecidos em projeto e os componentes externos necessários ao mesmo. E por fim temos o conceito de padronização que é a repetição de elementos construtivos dentro de uma cadeia produtiva, nesse caso a construção, garantindo agilidade e produtividade a obra. Como foi dito acima, o Brasil recentemente estabeleceu em norma, que o módulo mínimo para a construção civil será de 100 mm para módulos básicos. A norma estabelece ainda conceitos para a coordenação modular nas edificações, além de critérios para a fabricação de elementos da construção com o objetivo de estreitar as possibilidades de incompatibilidades entre os sistemas envolvidos, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013). 2.3 ELEMENTOS ESTRUTURANTES DA COORDENAÇÃO MODULAR

2.2 FUNDAMENTOS DA COORDENAÇÃO MODULAR Podemos destacar alguns conceitos básicos para se entender modulação. O primeiro é o significado de módulo. Segundo a NBR 5706 (1977), “módulo é a distância entre dois planos consecutivos do sistema que origina o reticulado espacial modular de referência”. Essa medida padrão é pré-estabelecida e serve de referência básica para quaisquer elementos projetados ou construídos em um determinado projeto em questão, (GREVE, 2007).

Para que a coordenação modular possa atingir todos os seus objetivos defendidos em norma de forma plena é essencial que ela caminhe sobre vertentes que estruturam sua aplicação que são o sistema modular de medidas e os sistemas de referência. 2.3.1 Sistema modular de medidas A medida usada como base para o sistema modular é sempre o módulo definido por M, valor esse pré-estabelecido. Segundo Francisco Ruy

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Mascaró (1976), o sistema modular tem que conter medidas funcionais e comuns a elementos construtivos, compor caráter aditivo e ser propícia a intercambialidade de medidas. Nesse sistema temos a medida modular que é o valor do módulo de fato representado por M, os submódulos que são valores estabelecidos pela divisão de um módulo por um número inteiro e os multimódulos que são estabelecidos pela multiplicação do mesmo por um valor inteiro. Rosso (1976) define 2M e 3M como multimódulos para elevações e plantas baixas respectivamente e M/4 e M/8 como submódulos para espessuras de acabamentos e elementos especiais. Com o valor de 3M estabelecidos para multimódulos podemos chegar a números preferenciais que são valores comuns ao grupo da construção civil, por exemplo, vãos de janelas de 30cm, 60cm, 90cm, 150cm e assim por diante. Ainda nesse grupo de medidas temos a medida de projeto representada por mP ou medida nominal, essa medida é de fato o valor de um determinado componente da construção estabelecida em projeto. Esse valor é quase sempre menor que a do módulo. Essa medida deve ser menor para garantir que sua colocação não ultrapasse o espaço de outro módulo adjacente pertencente a quadricula modular. A relação de espaço entre a medida de projeto e a medida modular é definida como ajuste modular e é representada por aM. Enquanto que os espaços que sobram entre o extremo de um componente e o outro é

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denominado junta modular (EUROPEAN PRODUCTIVITY AGENCY, 1962). As juntas podem ser caracterizadas em positivas quando a medida de projeto de determinado elemento for realmente menor que a do módulo, negativa quando a medida de projeto exceder a medida modular ou nula quando a medida do componente projetado for igual a do módulo. A figura 1 apresenta a colocação de blocos cerâmicos entre uma medida modular de forma que seu valor de projeto é inferior a essa medida, gerando assim uma junta positiva a ser completado pelos métodos de assentamentos, o ajuste modular também está representado, (GREVE, 2007).

Figura 1 - Aplicação dos sistemas de medidas modulares Fonte: GREVE; BALDAUF, 2013, p. 43

2.3.2 Sistema de referência Existem dois tipos de sistemas de referência, o reticulado modular e o quadriculado modular. Esses sistemas de referência


são formados por pontos, linhas e planos e é através deles que conseguimos locar elementos, ou seja, estabelecer o posicionamento de um determinado componente além de definir suas medidas determinando seu tamanho. Esses dois sistemas quando unidos como mostra à figura 2, são caracterizados por um plano horizontal de referência, definido por dois eixos cartesianos ortogonais x e y, e por dois planos verticais de referência, definidos pelos eixos cartesianos ortogonais x, y e z (ROSSO, 1976). O sistema de referência reticulado modular é caracterizado por conter os planos horizontais e verticais compondo caráter tridimensional estabelecido por linhas paralelas separadas por um valor igual ao módulo tanto no plano vertical como no horizontal. A principal função desse sistema é a relação comprimento, largura e altura de um determinado componente assegurando viabilidade do sistema modular em meio à construção de espaços como mostra a figura 3 (GREVE, 2007).

Figura 2 - Sistema de referência Fonte: GREVE; BALDAUF, 2013, p. 37

Figura 3 - Reticulado modular espacial de referência Fonte: GREVE; BALDAUF, 2013, p. 39

O sistema quadriculado modular é a projeção de um dos planos do sistema de reticulado modular que tem de fato o objetivo de representar de forma bidimensional e ortogonal vistas ou plantas de um projeto. Esse quadriculado pode ser dividido em modular, de projeto ou estruturas como mostrado na figura 4, (GREVE, 2007). Figura 4 - Exemplo de quadriculados modulares Fonte: GREVE; BALDAUF, 2013, p. 41

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2.4 APLICANDO O SISTEMA DE COORDENAÇÃO MODULAR O sistema de referência da quadricula modular é a melhor maneira de se fazer um projeto com esse conceito. É através dessa malha que conseguimos não só projetar, mas também prever toda a execução da obra, por exemplo, descartando os possíveis recortes de elementos construtivo. Após a malha ser estabelecida, devemos escolher como serão o posicionamento dos elementos em relação a ela.

podemos fazer uso da zona neutra, esse espaço é um intervalo que divide uma mesma malhar modular, exemplo dessa zona é a junta de dilação (GREVE, 2007).

Essa locação pode ser simétrica, assimétrica ou lateral levando em consideração apenas o elemento do projeto, ignorando seus métodos de assentamentos e acabamentos como rebocos e cerâmicas. O posicionamento simétrico consiste em posicionar o eixo do elemento sobre a linha da quadricula modular garantido facilidade de locação na fase de execução da obra. No método assimétrico posiciona-se o elemento deslocado em relação à linha da malha, esse deslocamento deve ser igual à medida de um submódulo do sistema. O posicionamento lateral coloca a face do elemento projetado paralelo à linha da malha modular. A figura 5 apresentam alguns elementos modulares preenchendo uma mesma medida modular, sendo alguns com posicionamento simétrico e outros de maneira lateral (GREVE, 2007). Em casos de elementos não modulares, devem sempre que possível adicionar combinações dos mesmos de maneira que consiga uma configuração modular. Em extremos exemplos 38

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Figura 5 - Adição e combinação de elementos modulares Fonte: GREVE; BALDAUF, 2013, p. 49


2.5 NECESSIDADES DE APLICAÇÃO DA MODULAÇÃO A modulação é muito aplicada hoje em dia nos sistemas estruturais de uma edificação. Muitos escritórios atualmente seguem uma malha específica para que a arquitetura esteja em plena relação com elementos estruturais como pilares. Essa “modulação” é feita a preferenciar dois casos que podemos chamar de principais que são:

No segundo caso a modulação é feita para edifícios institucionais com grandes repetições de espaços como escolas, hospitais, fábricas e etc. A malha nesse caso atende de forma a poder ter repetições sem que os pilares estejam dentro dos espaços de uma sala de aula como mostrado na figura 7.

Atender ao número exigido de vagas de garagem em um determinado edifício como mostrado na figura 6 onde o estacionamento estará nos pavimentos abaixo da edificação. Nesse caso a modulação da malha é feita de maneira que os pilares não interfiram em potenciais vagas. Figura 7 - Malha de pilar com afastamentos iguais entre eles, aplicada a escola Várzea Paulista Fonte: <http://concursosdeprojeto.org>

Figura 6 - Estacionamento com modulação de 10m entre os pilares Fonte: <http://www.vitruvius.com.br>

A implantação dos elementos e dos conceitos de modulação estão fortemente ligados à rápida execução e racionalização da construção. Essa filosofia de projeto vem há anos sendo usada em diversos tipos de edificações e com os mais diferentes métodos. Os métodos são sempre estabelecidos de acordo com a demanda ou com o objetivo a ser alcançado. Um projeto inteiramente modular, mais que atender a exigências de vaga ou a separação de salas, consegue como ponto forte ser racional, ou seja, poupa gastos, são mais qualitativos, de rápida execução, fácil manutenção e vida útil prolongada. Francisco Ruy

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3 COMPATIBILIZAÇÃO A compatibilização é a etapa primordial para uma perfeita relação entre projeto e construção e é através dessa temática que o projeto todo deve ser desenvolvido para que os resultados possam ser alcançados. Nesse trabalho abordaremos essa temática como forma de auxiliar o sistema de coordenação modular, levando em consideração não toda a sua abrangência que de fato será empregada no projeto, mas sim apresentar nesse estudo características que levam a problemas na arquitetura. Podemos destacar como os sistemas que mais são geradores de incompatibilidades na fase de projeto e de execução os sistemas estruturais e as instalações hidrossanitárias. Eles apresentam parte importante do funcionamento do edifício e suas interferências acarretam em patologias e aumento do custo para resolução dos problemas destacados quando já em fase de execução. 3.1 APLICAÇÕES DA COMPATIBILIZAÇÃO A produção da arquitetura acontece a partir de sucessões de projetos que vão acontecendo ao longo das fases projetuais até a efetiva construção. A cada nova fase, o projeto ganha mais complexidade e com isso uma série de novos detalhamentos e projetos são confeccionados. O amadurecimento das decisões e novos obstáculos e demandas, fazem com que as soluções sejam cada vez mais específicas e que necessitem estarem 42

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em conformidade com o todo e com o que será construído. A compatibilização é a ciência que anda junto a desenvolvimento do projeto garantindo que todas as etapas e demandas estejam integradas entre si. Melhado (1997), afirma que com as atuais técnicas junto aos textos institucionais, garantimos que a arquitetura é a base para que todos os outros projetos, que são complementares, possam ser desenvolvidos. Picchi (1993) define a compatibilização como a atividade de sobreposição de desenhos de projetos, visando identificar potenciais interferências. Ele ainda afirma que quando identificadas, os problemas devem ser corrigidos com reuniões prévias entre os projetistas com o objetivo de resolução das interferências. O Brasil na ultima década percebeu uma grande necessidade de que os processos construtivos venham ser compatíveis as demandas, garantindo mais eficácia, produtividade e maior relação entre projetistas e executores de obra. Essas novas necessidades objetivam maiores padronizações entre os processos produtivos, para que assim as normas venham ser atendidas com mais rigor, reduzindo a imprevisilidade, eliminando desperdícios e aumentando ainda mais a produtividade. Com isso os ganhos são evidenciados e refletidos nos subsistemas, favorecendo para que a obra seja mais planejada, padronizada e com tendência para a racionalização (GRAZIANO, 2003).

3.2 COORDENAÇÃO DE PROJETOS A organização das fases de projeto está ligada fortemente com o gerenciamento de projetos que é uma das ferramentas da compatibilização. A compatibilização sem gestão e gerenciamento não dará resultados significativos para o projeto. A coordenação de projeto é um ato que começa desde o inicio da elaboração dos projetos, ela serve para relacionar todas as etapas de um projeto e tornar cada vez mais coerente os projetos que compõe a produção arquitetônica. A coordenação serve para tornar viável as decisões e prever as melhores soluções globais de cada sistema envolvido. A coordenação sozinha não é suficiente para evitar as incompatibilidades em projetos, então é nessa hora que entra a compatibilização com a sobreposição dos projetos, compreendendo assim quais interferem diretamente um ao outro propondo-se assim uma melhor solução. 3.3 PROBLEMAS DA COMPATIBILIZAÇÃO 3.3.1 Sistema estrutural O sistema estrutural tem papel de extrema importância no projeto a ser executado, estando presente desde a fase inicial da obra, esse sistema precisa estar em perfeita relação com a arquitetura e com os demais complementares para que problemas de incompatibilização não venham ser encontrados durante a fase Francisco Ruy

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de execução. Dentre esses problemas, as plantas de forma são as que mais causam interferências, a ausência de marcação dos furos sejam para “shafts” ou para instalações que passam pelo piso ou pela laje são alguns dos problemas destacados. Essa falta de marcação dos locais de passagem das prumadas acarretam em furação desnecessária da laje ou soluções não globais empregadas na obra, aumentando o custo final de execução. A fim de se obter uma maior racionalização no processo de execução, o projeto deve convergir para soluções que permitam que as instalações sejam executadas depois de elevada a alvenaria. Uma alternativa para a execução das paredes hidráulicas é a utilização de um bloco especial chamado bloco hidráulico, que é fabricado com ranhuras verticais especialmente para facilitar o rasgo da parede onde serão embutidas as tubulações que podem ser de até 75 mm de diâmetro (VIOLANI, 1992, p. 245).

futuros. Em casos aonde a estrutura não pode ser interferida, a colocação de piso elevado ou aplicação de sistemas de passagem dos cabos pelo teto, apresentam ótimas soluções de sistemas que conseguem acomodar de forma organizada e eficiente os componentes necessários ao funcionamento da edificação sem interferência estrutural.

Figura 8 - Afloramento de tubulação entre um vão de porta Fonte:<http://cessconsultoria.blogspot.com.br>

Como mostra a figura 8, as tubulações estão aflorando no meio de um vão de porta, a sobreposição dos tubos, sejam eles de água quente ou fria, não foram identificados com as vedações e esquadrias, o que acarretou no problema destacado. A figura 9 demostra uma viga que foi recortada para a colocação de uma porta, causando perda estrutural do elemento possibilitando em uma futura falha da estrutura (VIOLANI, 1992). Algumas soluções na fase de projeto podem ser escolhidas para as posteriores variações do edifício e resolução de problemas 44

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Figura 9 - Recorte de vigamento para colocação de porta em altura padrão Fonte: <http://www.melz.com.br>


3.3.2 Sistema hidrossanitário No caso dos sistemas hidrossanitário os problemas mais comuns são tubulações que encontram sistemas de vigamento, instalações que passam dentro de pilares ou que cortam a laje sem espaçamento prévio como foi apresentado acima. A má elaboração dos projetos complementares acarretam em incompatibilidades entre os elementos como mostrado na figura 10, onde a aplicação do forro ficou inviabilizado. Podemos destacar ainda como problemas de compatibilização, colunas de alimentação que descem por dentro das paredes, acarretando em quebra da mesma para passagem das tubulações, em casos de grande quantidades que descem, não é válida a passagem destes tubos pelas paredes, uma vez que terá que ser feito isso em todos os pavimentos se for o caso de uma edificação vertical. Essas incompatibilidades entre os sistemas podem acarretar em patologias como vazamento das instalações, aparelhos sanitários com mau funcionamento, entupimento de tubulações além de inviabilidade para manutenção destes, (CARVALHO JUNIOR, 2013). De acordo com alguns estudos, um elevado percentual de paologias nas edificações é originado nas fases de planejamento e projeto da edificação. Algumas patologias inclusive, durante o uso das instalações, causando sériosavorrecimentos e prejuízos ao usuário (proprietário) do imóvel (CARVALHO JUNIOR, 2013, p. 30).

Figura 10 - Arranjo de conexões mal resolvidas dificultando a aplicação do forro em PVC Fonte: <http://slideplayer.com.br>

O shaft visa à plena organização das tubulações de uma edificação vertical, uma vez que esse sistema consegue acomodar de maneira independente as tubulações em relação à alvenaria além de facilitar a manutenção após a execução. A ausência desses espaços acarreta em exposição dos tubos, tornando necessário seu embutimento e consequentemente dificuldade de manutenção em casos de falhas no desempenho. Francisco Ruy

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3.3.3 Vedações e esquadrias As vedações junto com as esquadrias compõem parte importante na composição do edifício a ser construído. São esses componentes que agregam conforto, privacidade e segurança para os usuários desse espaço. As vedações externas estão diretamente ligadas as esquadrias como portas de entrada dos edifícios e as janelas e outros. Muitas das vezes, as vedações como divisórias ou paredes flexíveis, que estarão na parte interna do prédio, vem sempre posterior as que serão fixas em tijolos. Com isso a divisão dos ambientes e o planejamento dessas divisórias móveis devem entrar sempre em conformidade com as esquadrias e fechamentos já existentes na obra. Os problemas com as esquadrias e vedações como mostra a figura 11 são paredes em drywall “cortando” as esquadrias existentes, criando espaços que são mentores de patologias. Nesses casos fica quase que impossível o acabamento, o fechamento acústico e lumínico, além de interferências que uma sala pode causar na outra com luz e som. Além de interferência interna de execução a parte estética do edifício também fica comprometida como mostra a figura 12 quem tem os eixos das paredes na cor branco se destacando entre os vidros das esquadrias. O planejamento das esquadrias devem sempre andar em paralelo com as das vedações. As esquadrias devem estar sempre em conformidade com as vigas e pilares e os peitoris devem ser compatíveis às tomadas e tubulações e outros. As paredes 46

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internas devem respeitar as esquadrias existentes ou propor melhores soluções quando se fizer necessário. A compatibilização entre esses sistemas apresentam custo expressivo no valor final da obra, suas interfaces devem compor questões funcionais, estéticas e econômicas à obra.

Figura 11 - Elemento residual de janela com manobra de abertura impossibilitada por conta a parede de drywall Fonte: <http://www.inf.ufsc.com.br>


soluções globais de detalhamento e fácil execução e montagem, conseguimos extinguir grande erros de projetos. Essa prática que visa uma obra ágil, viável financeiramente e funcional entre os sistemas envolvidos, torna o projeto pleno para os usuários tanto nas funções atribuídas ao edifício quanto ao custo final da obra.

Figura 12 - Paredes internas em Drywall que mal implantadas na parte interna para divisão dos ambientes que podem ser vistas pela fachada Fonte: <http://www.inf.ufsc.com.br>

O planejamento eficiente das instalações, vedações e estruturas são essenciais para um bom funcionamento de toda a edificação, todos esses elementos serão de grande importância para o desempenho das funções de cada espaço. Além da arquitetura plenamente compatibilizada com os sistemas citados acima, eles devem estar em conformidade uns com os outros, com isso conseguimos obras com funcionamento pleno e não propicio a patologias futuras como as mostrada durante o capítulo. A arquitetura quando racionalizada, visando compatibilidades, Francisco Ruy

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4 ESTUDOS DE CASO 4.1 DELHI PUBLIC SCHOOL - ÍNDIA O modelo projetado consistia em atender a um padrão que seria replicado por uma rede de escolas tradicionais do norte da índia chamada Delhi Public School. O projeto foi elaborado pelo escritório de arquitetura Khosla Associates em uma área de 3.250 m² localizados em Bangalore, Índia. O projeto teve como limitador a ideia de que a obra precisa ser de rápida execução, baixo custo e de linguagem simples de forma que pudesse ser repetida em diferentes regiões e com variações em seu programa inicial. 4.1.1 Programa O programa geral do modelo a ser projetado visava atender a uma escola que comportassem um jardim de infância, escola júnior, escola médio e eventualmente uma escola secundária. O projeto a seguir engloba apenas o jardim de infância que foi construído em seis meses no ano de 2013. 4.1.2 Implantação A implantação acontece através de um grande bloco como mostra a figura 13, setorizado em azul, que foi adicionado paralelo ao muro de divisão do lote que se encontra na fachada Sudoeste. 50

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Esse grande e único bloco possui dois andares e está disposto adjacente ao acesso principal da escola e ao playground como mostra a figura 14, favorecendo ao público infantil menores percursos. A implantação permitiu que esse setor ficasse bem longe dos demais que eventualmente ficarão os estudantes mais velhos, criando assim privacidade entre os públicos.

4.1.3 Morfologia A forma acontece por meio de um grande bloco de dois andares que em sua parte de entrada possui apenas o andar térreo. O acesso ao segundo pavimento é feito por uma escada disposta na diagonal mostrada na figura 14 por meio de um pé direito duplo protegido por brises verticais. Como mostra a figura 15, essa grande caixa onde está implantada a escada é toda revestida por elementos vazados fazendo a marcação entre os pátios, além de compor esteticamente a volumetria da escola.

Figura 14 - Escada na cor vermelha Figura 15 - Bloco de separação implantada na diagonal dos pátios com os Jaalis implantados Fonte: <http://www.archdaily.com.br> Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Figura 13 - Planta de implantação do conjunto de blocos da rede de escola Delhi Public School Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Esse grande bloco possui dois pátios internos que garante convívio, conforto e privacidade aos alunos. As circulações horizontais tanto do térreo como do nível superior permanecem voltadas para eles. As fachadas noroeste e sudoeste que são aonde estão as salas de aulas, ganharam ritmo através da Francisco Ruy

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mescla entre espaços recuados e elementos vazados por toda extensão da fachada mostrada na figura 16.

Figura 17 - Planta Baixa do Pavimento Térreo Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Figura 16 - Volume geral da escola com a disposição dos cheios e vazios da fachada Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.1.4 Espacialidade A escola se desenvolve a partir de um módulo básico definido no início do projeto que é a medida de uma sala de aula de 65 m² de 10,6 x 6 m que está bem claro na planta do projeto como mostra a figura 17. Esse módulo deveria ser favorável ao empilhamento na vertical como na junção deles na horizontal atribuindo assim a forma do edifício. Dessa maneira as salas foram dispostas lado a lado e seu acesso foi feito através de corredores de 2,5 m que ladeiam o pátio interno.

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O pátio central linear foi considerado a alma do projeto para os arquitetos que visou contribuir continuidade da sala de aula com o objetivo de facilitar o aprendizado fora dela. Os ambientes como salas e banheiros criados no térreo se repetem no pavimento acima, na parte superior uma das salas foi subtraída dando lugar a um espaço de estar no intervalo como demonstrado em planta na figura 18. A figura 19 demonstra que as salas de aula são amplas e iluminadas e permite variedades de layout e de programas.

Figura 18 - Planta Baixa do Pavimento Superior (1º Pavimento) Fonte: <http://www.archdaily.com.br>


Os corredores adjacentes às salas são abertos e a “passarela”, figura 20, que está adjacente ao bloco da escada possui elementos vazados para o exterior e brises verticais para o interior da escola, contribuindo para ventilação e iluminação da circulação. A entrada da escola, figura 21, possui pergolado e elementos vazados atribuindo funcionalidade e efeito estético à entrada.

Figura 19 - Sala de aula com elementos vazados para circulação cruzada do ar Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.1.5 Conforto O clima em Bangalore é temperado e as atividades a céu aberto são favoráveis, o que permitiu a perfeita implantação do pátio interno. O pátio criado serve como forma de circulação para vento já que a implantação de sistema de refrigeração elétrico não seria uma solução economicamente viável. Nas paredes que estão para a área externa, quanto as que estão para o corredor, ambas receberam elementos vazados que fazem a circulação cruzada do ar, além de janelas para o exterior com grandes panos de vidros recuados, trazendo luz durante todo o dia para cada ambiente.

Figura 20 - Passarela de divisão entre os pátios adjacente a escada com elementos vasados Fonte: <http://www.archdaily. com.br>

Figura 21 - Entrada da escola com elementos vasados na horizontal e vertical em tons de Terra Cota Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.1.6 Materialidade A estrutura em concreto aparente que se repete por todo o projeto é o que de fato marca a aparência da escola. Tendo a estrutura Francisco Ruy

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como elemento fixo, foram dispostas paredes flexíveis de chapas corrugadas por toda extensão dos corredores possibilitando trabalhar cores da cultura local além de compor durabilidade a essa função. Os elementos vazados denominados Jaali (elemento em terra cota da arquitetura vernacular tradicional) compõem conforto, estética e singularidade a todo o projeto que objetivava tradição ao grupo escolar. Os pisos são em placas cimentícias e bancos em concreto foram pintados de vermelho trazendo alegria ao pátio interno como mostra a figura 22 e 23.

4.2 EMEI SANTO DIAS DA SILVA – SÃO PAULO Esse modelo de escola surge a partir de 1989 com a construção da escola Lauzane Paulista atual Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Sava Popovic na zona Norte de São Paulo, que por seu sucesso de implantação converteu-se para projeto padrão na construção de escolas. Compacto, modular e versátil foram os conceitos definidos para o projeto feito pelo Departamento de Edificações da Prefeitura de São Paulo (Edif). 4.2.1 Programa O projeto define como programa a locação de 8 salas de aula para o ensino infantil, além de espaços de usos múltiplos e brinquedoteca no térreo. O edifício tinha o objetivo de formular uma arquitetura de programa compacto, permitindo apropriação e adaptação das salas atribuindo diferentes usos. 4.2.2 Implantação

Figura 22 - Pátio interno com bancos em concreto pintados de vermelho Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

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A locação do edifício acontece sobre um platô em meio ao terreno Figura 23 - Pátio interno com em decline. O bloco é bem simplificado como mostra a figura 24, disposição de bancos entre as e pode ser definido como um grande retângulo com adição de árvores Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

uma caixa de escada em um dos seus menores lados. Segundo o arquiteto José Oswaldo Vilela, autor do projeto original a opção por dois pavimentos definida no projeto padrão é conseguir se


adaptar melhor as variedades de terrenos e dimensões estreitas como nesse caso.

térmico e iluminação das salas permite uma sutileza volumétrica ao grande bloco horizontal, figura 26. Todo o térreo possui recuo perante o pavimento superior garantindo um balanço estático ao projeto além de proteção solar indiretamente.

Figura 25 - Caixa de escada pintada na cor azul marcando o volume Fonte: <http://flasaengenharia.com.br>

Figura 24 - Foto de localização da EMEI Santo Dias da Silva Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.2.3 Morfologia A forma da escola é bem simplificada, trata-se de uma grande “caixa” fechada em seus menores lados com grandes aberturas em suas maiores fachadas. O volume possui adição da forma através da caixa de escada posto em umas dessas fachadas cegas, figura 25. O grande Shed adicionado para conforto

Figura 26 - Shad disposto acima do telhado em tom amarelado Fonte: <http://flasaengenharia.com.br>

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4.2.4 Espacialidade No térreo, como mostrado na figura 27, estão dispostos a parte de serviço como cozinha, refeitório e os ambientes complementares as eles, além do setor administrativo-pedagógico. O posicionamento dessas áreas e espacialidade que cada ambiente ocupa propicia que eles possam ser espelhados ou reposicionados sempre que necessário, atribuindo uma melhor relação com o terreno e seu entorno. A brinquedoteca mostrado em amarelo pertencendo a esse nível se abre tanto para o saguão interno como para o exterior permitindo variedade de usos entre os alunos durante o período escolar.

Figura 27 - Planta do pavimento térreo Fonte: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br>

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No pavimento superior estão às oito salas e um jogo de banheiros para atender o público pertencente ao andar. A modulação das salas no primeiro pavimento, mostrada na figura 29, seguem os eixos estabelecidos para os vãos dos pilares que assim como os grandes caixilhos-basculantes que foram dispostos pela extensão das fachadas. Todas as salas ganharam bancadas com lavatórios possibilitando diferentes apropriações dos espaços. Adjacente ao guarda-corpo da escada a EMEI Santo Dias da Silva se apropriou do espaço para criação de um mini maleiro que aparecem da figura 28.

Figura 28 - Mini maleiro adjacente à escada Fonte: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br>


posicionado de maneira longitudinal ao telhado recebendo sol da fachada nordeste e levando para ambientes do Oeste e Sudoeste que eventualmente estariam sombreados em períodos da manhã, fazendo com que sol e iluminação entrem por toda a escola. O pavimento térreo foi quase todo recuado como explicado acima, ganhando um sombreamento natural do Pavimento Superior além de ser revestido por elementos vasados como Cobogós de concreto garantindo circulação dos ventos e proteção solar para dentro da edificação como mostrado acima na figura 30. Figura 29 - Planta baixa do pavimento superior (1º pavimento) Fonte: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br>

4.2.5 Conforto As alternativas de conforto ambiental adotados no projeto padrão e que se uniu ao modelo à alternativa de implantação da edificação, contribuiu de maneira significativa para qualidade dos espaços da EMEI Santo Dias da Silva. As maiores fachadas do pavimento superior que estão para o Nordeste e Sudoeste foram as que receberam proteções solares de caixilhos envidraçados que filtram a luz além de criar sombreamento através dos perfis. Ainda nesse andar as menores fachadas que estão para o Sul e Norte receberam fachadas cegas o que não precisou posicionamento de elementos de sombreamento. O Shad foi

Figura 30 - Fachada Nordeste com Cobogós de concreto Fonte: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br>

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4.2.6 Materialidade A composição da escola é de arquitetura simples e convencional, trata-se de sistema de laje e viga em concreto armado para todo o sistema estrutural. Atendendo aos requisitos para uma obra com alta produtividade, fácil execução e baixo custo, foi necessária uma vasta pesquisa por parte dos arquitetos do departamento de edificações de São Paulo (Edif) para escolha e especificações de componentes padronizados. Os elementos como caixilhos, guarda-corpos, vedações e fechamentos foram escolhidos de modo que de maneira geral atendesse aos vãos estruturais propostos além de ser de fácil adaptação aos espaços definidos em projeto. Elementos que mais são propicies a problemas também receberam padronizações e detalhamento específico que podem ser vistos na figura 31, de maneira que atendesse aos diversos programas, mudando apenas comprimentos lineares no caso de muros ou volume no caso das caixas de gordura e inspeção. 4.3 JARDIM DE INFÂNCIA MORAVIA – COLÔMBIA Localizado em Medelín na Colômbia, a escola apresenta 950m² de área de implantação e foi projetada pelos arquitetos Alejandro Restrepo Montoya , Javier Castañeda Acero e equipes. As unidades infantis de nível municipal vêm desempenhando papel de grande destaque dentre os equipamentos públicos 58

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Figura 31 - Detalhamento técnico dos elementos padronizados em projeto Fonte:<http://infraestruturaurbana.pini.com.br>


já existentes dentro da comunidade de Moravia. A região de localização da escola possuem 35% de seus habitantes com a faixa etária de três aos dez anos, o que a torna lugar favorável para implantação de equipamentos educacionais, espaços públicos de forte relação entre os habitantes. O Jardim de Infância Moravia tem papel colaborativo para a vitalidade dos espaços urbanos já que ela se encontra em um lugar de forte histórico de ocupação informal, tornando quase que obrigatoriamente os espaços fechados de uso público suprir essa demanda qualitativa dessas áreas urbanas. A figura 32 mostra a relação entre escola e entorno imediato.

Figura 32 - Escola de Moravia e seu entorno imediato Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.3.1 Programa O projeto atende crianças de zero a cinco anos de idade da comunidade de Moravia em Medelín na Colômbia, além de oferecer espaços abertos às familias da região, tornando o programa mais amplo e flexivel. Devido a localização do terreno

ser em um área de grande carência social e alta porcentagem de edificações irregulares, o projeto teve como chave para o programa ações estrátégicas que fortacem o tecido social, uma delas foi munir a escola de espaços abertos e aptos ao recebimento da população externa da comunidade, criando uma escola mais viva e integrado ao contexto da cidade. 4.3.2 Implantação O edificio foi implantado por blocos independentes que se interligam por caminhos e pelos pátios que se criam entre eles. O terreno do projeto apresenta mais 90% de inclinação e fez com que a implantação dos blocos ficassem em níveis diferentes, o que acarretou na colocação de rampas e escadas entre os desníveis. A escola está implantada em meio a habitacões informais que a ladeiam, em um setor de alta negligência pública tanto de verba como de segurança. O edifício como um todo ficou bem posicionado ao terreno aproveitando os espaços e os desníveis para qualificação dos ambiente, além de favorecer a integração da parte externa com a interna gerando espaços mais privados aos usuários. Como mostrado na figura 33 o acesso ao edifício é feito pela Avenida Carrera 57 que cria ao contexto da cidade uma ligação direta da escola com o Centro Cultura de Morvia ao leste. A parte de fundos da escola permanece voltada para o norte dando para a Rua Calle 88 na parte mais elevada da cidade, o que gera um sombreamente natural pela topografia.

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juntamente com os pátios delimitam o que é o bloco linear da frente, com os demais de salas ao fundo

Figura 33 - Mapa de Implantação da escola de Moravia Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.3.3 Morfologia A escola se desenvolve em 3 pavimentos interligados por uma grande rampa central, além de escadas e um elevador. Na parte frontal do edifício o volume é bem linear, marcado por brises coloridos, um avanço da laje de cobertura cria um grande pórtico de entrada, além da subtração na parte esquerda do bloco compondo a volumetria. Um grande pátio é anexado ao volume frontal, figura 34, criando uma grande praça de acesso com árvores além de iluminação natural agradável. Os espaços internos são configurados segundo os blocos implantados. A grande rampa que permite acesso aos pavimentos

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Figura 34 - Volume principal com brises voltado para a praça das árvores Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

Um dos três blocos ao fundo, o primeiro da esquerda, como mostra a figura 35, possui sua fachada toda voltada para o interior da escola, esse volume não tem beiral do telhado nem mesmo acesso das varandas por essa fachada como os outros dois, o que o coloca em destaque dentre os outros. Os outros dois


blocos estão envoltos pelas circulações e possui assim beirais de proteção. Essas salas ao fundo possuem suas fachadas com aberturas em planos inclinados com 100º de inclinação, o que agrega forma variada a volumetria como um todo.

4.3.4 Espacialidade No pavimento térreo está um grande pátio de acesso com espaço para festividades e eventos externos com a comunidade. Existe um apoio logístico a escola com acesso independente logo na entrada ao lado esquerdo, como setorizado em laranja na figura 36. Nesse pavimento ainda encontram-se duas salas no mesmo nível do pátio, para diferentes atividades, um grande bloco de banheiros para apoio além de todas as escadas e rampas para acesso aos pavimentos acima. Esse pátio que é preenchido com árvores possuem grande relação com a rua ao mesmo tempo que é altamente qualificado para ser uma grande área de estar em dias de festa.

Figura 35 - Pátio do conhecimento formado entre os blocos de sala e a rampa Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

O volume de maneira geral possui uma composição bem elaborada, além de formas diferentes e planos inclinados, os elementos adicionados como brises, placas em materiais coloridos e a própria alvenaria, agregam composição marcante aos volumes.

Figura 36 - Planta Baixa do Pavimento Térreo com Setorização Fonte: <http://www.archdaily. com.br>

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No primeiro pavimento estão ao fundo as salas de Atenção e Interação para as crianças de um a três anos de idade, figura 37. Essas salas se ligam harmoniozamente com a praça do jogos. Nesse andar temos a parte de serviço com cozinha e áreas de apoio, além de refeitório, figura 39, banheiros e os acessos para o pavimento superior. As salas desse pavimento possuem grandes panos de vidro para o pátio interno, além de micro espaços de atividades mais privativos entre os canteiros, criando grande relação entre interior e exterior.

A cor verde do piso da sala e as paredes em um tom pasteis, figura 38, compõem uma paleta mais acolhedora, fresca e com plena relação com o entorno da cidade que é marcada por tijolos a vista. Na parte externa foi usado no pátios materias de tonalidades terrosas como no piso do refeitório, figura 39, que se interliga com a praça dos jogos.

Figura 38 - Sala de aula com piso verde e parede em tijolos Fonte: <http://www. archdaily.com.br>

Figura 37 - Planta Baixa do Primeiro Pavimento com Setorização Fonte: <http://www.archdaily. com.br>

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Figura 39 - Refeitório aberto para o pátio do conhecimento Fonte: <http://www. archdaily.com.br>


No terceiro pavimento, como mostra a figura 40 setorizado na cor amarela, encontram-se as Salas de Atenção e Interação para crianças de três a 5 anos. Todas as salas, tanto desse pavimento como do pavimento superior são compostas por banheiros. Existe ainda nesse andar dois setores de apoio a salas, além de 3 grandes salas multiusos para atividades das crianças. As salas ao fundo possuem saídas tanto para o pátio interno adjacente a rampa chamado de Pátio do conhecimento. A rampa possue grande relação com as salas e o pátio já que ela está no centro da escola e pode ser vista pelas salas.

A conexão entre o grande bloco linear da frente e as sala de Atenção e Interação ao fundo é feito por uma grande passagem que serve como pátio coberto adjacente a Praça do conhecimento, figura 41. Desse pavimento é possível ver os micro espaços criando no pavimento abaixo. Além de possuir relação com os jardins verticais criados que começam a invadir os muros altos da escola como mostrado na figura 42.

Figura 41 - Passarela de acesso entre os blocos que serve de pátio coberto Fonte: <http://www. archdaily.com.br>

Figura 40 - Planta baixa do Terceiro Pavimento com Setorização Fonte: <http://www.archdaily. com.br>

Figura 42 - Micro espaço criado entre os jardins Fonte: <http://www. archdaily.com.br>

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4.3.5 Conforto As maiores fachadas do edificio ficam voltadas para as fachadas leste e oeste, com isso tais fachadas foram envoltas de elementos sombreadores como brises e beirais. Os corredores que estão nas extremidadas das salas desempenham papel de proteção solar. Tanto o bloco linear da frente como os dos fundos receberam aberturas em duas de suas paredes, o que favoreceu a circulação cruzada do ar, além da troca de calor. As árvores plantadas no pátio de acesso oferecem transparencia de 60% para o sol, o que favorece a luz com sombra. Os pátios são sombreados pelos próprios blocos de salas, criando espaços iluminados, porém confortáveis termicamente, as vegetações trazem frescor já que equilibram a temperatura dos espaços. Algumas salas receberam furos nas laterais para melhor circulação do ar, além de amplos panos de vidro para iluminação natural como observados na figura 43. 4.3.6 Materialidade Os blocos são todos em tijolos que é considerado material comum na região. A linguagem dos materiais é bem diversificada porém clara. Os tons pasteis, bege e terracota estão presente nas paredes, pisos e tetos. A estrutura é em concreto armada e as lajem ficam aparente em muitos casos. As janelas receberam grande panos de vidros e brises de metais nas salas do fundo e 64

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Figura 43 - Esquadrias do primeiro pavimento dos blocos das salas com panos e vidro e ao lado paredes furadas Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

de concreto pigmentado nos do bloco de uso multiplo na frente. As paredes foram pintadas assim como os brises, usando as cores ocre, branco e terracota, cores como o azul, laranja e verde aparecem como pinturas marcantes em algumas paredes alegrando os espaços, como mostra a figura 44. A rampa é em concreto revestida com cerâmicas em ocre com os corrimãos na cor preta. O preto se repete fazendo a marcação das lajes no Primeiro e segundo pavimento. A composição é variada porém de linguagem simplificada e integrada ao meio urbano pelas cores bases usadas.


que em contrapartida estabelece que o projeto esteja dentro dos padrões definidos pelo Proinfância. 4.4.1 Programa O programa da escola é bem simplificado e atende cerca de 120 crianças da região de Jabaeté na grande Terra Vermelha. A unidade possuiu 4 salas de aula atendendo creche I, II, III e pré-escola, além de laboratório multiuso que pode ser laboratório de informática, refeitório, cozinha e administração. As crianças atendidas estão na faixa etária de 0 a 5 anos de idade. 4.4.2 Implantação Figura 44 - Composição de materiais bem variada a partir do segundo pavimento Fonte: <http://www.archdaily.com.br>

4.4 UMEI HÉLIDA FIGUEIREDOS MILAGRES – VILA VELHAES A unidade municipal de ensino infantil está localizada no bairro de Jabaeté na grande Terra Vermelha no município de Vila Velha. A UMEI foi inaugurada recentemente em janeiro de 2015 pela prefeitura de Vila Velha. A unidade que é a trigésima quinta dentro do município, possuiu 1600m² de área e o projeto foi concebido e executado através de parceria da PMVV com o Governo Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que financia parte dos recursos da construção

A escola foi implantada aos fundos de um complexo escolar que é a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Mário Gurgel, local que já apresenta necessidades de edifícios escolares e possuiu naturalmente circulação de pais e alunos. A UMEI está posicionada com sua fachada principal voltada para o Sudoeste, figura 46, o que desfavorece um pouco as outras três fachadas. Podemos colocar como caracterização da escola a cobertura, ela é comum para todos os ambientes, o que configura o edifício como bloco único implantado no terreno. Abaixo do grande telhado os ambiente são separados por pequenos blocos de formas retangulares que se organizam a criarem os espaços de salas, banheiros, pátio coberto e circulações horizontais da escola entre outros. Francisco Ruy

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4.4.3 Morfologia A unidade possuiu apenas um pavimento, como mostra a figura 46, ou seja, trata-se de uma edificação térrea de característica horizontal. A configuração da escola é feita por volumes independentes que compartilham a grande cobertura total da escola. Na fachada principal podemos ver o solário do lado direto da entrada, que ganhou pergolado em concreto e cobogós amarelos compondo permeabilidade a forma. A entrada é marcada por um pórtico na cor verde o que equilibra os dois volumes construídas adjacentes a ele na cor branca. A grande cobertura de várias águas é de telhas de cerâmica com platibanda baixa o que trás um aspecto contemporâneo ao volume. Figura 45 - Implantação Umei Hélida Figueiredos Milagres Fonte: <https://www.google.com.br/maps>

A unidade possui apenas um pavimento, criando uma relação direta com o conjunto de Jabaeté, a cobertura em telhas cerâmicas com várias águas se relaciona diretamente com os telhados de duas águas do conjunto habitacional da região. O local de implantação é de características simples e de volumes repetidos de um a dois pavimentos em sua maioria, a escola está bem relacionada quanto à implantação e volumetria. O acesso da escola é bem localizado e é feito por dois portões que separam pedestres de veículos, essas entradas estão voltadas para a Avenida Dinamarca.

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Figura 46 - Volumetria da escola com vista para o solário Fonte: <https://www.vilavelha.es.gov.br>

De maneira geral o volume é bem simples, linear e de materiais comuns que se destacam através das cores, na fachada foram usadas o amarelo e o verde dando cor e alegria ao volume, o pergolado e elementos vasados ganharam destaque e criaram composição equilibrada ao edifício.


4.4.4 Espacialidade A escola possui configuração bem simplificada e de fácil compreensão como setorizada em planta na figura 47. O acesso é feito por uma área bem livre de obstáculos que é coberta por um pergolado e liga o portão de entrada da escola com o pátio interno coberto. As portas de acesso das creches e da préescola são feitas por esse pátio que faz a ligação também com o parquinho, administração e refeitório. Na frente temos a creche III e a pré-escola enquanto que aos fundos temos as creches I e II.

Figura 47 - Planta baixa do pavimento térreo da escola Fonte: Acervo do autor

Todo o terreno da escola possuem caminhos sinuosos que servem para acessos as áreas como parquinhos, anfiteatro, setor de serviço e reservatório. As atividades são feitas dentro das salas com possibilidade de estender-se para os solários. As atividades festivas da escola podem ser feitas no anfiteatro aos fundos ou no próprio pátio coberto dentro da escola. As salas de aulas são bem amplas e atendem de maneira prática as necessidades dos alunos. A creche I possui berçário, fraldário além da própria sala de atividades com extensão para o solário. A creche II, figura 48, possui sala de atividades, banheiro interno e acesso ao solário, à creche III conta apenas com sala de atividades e a pré-escola possui bancada com pia para atividades de pintura entre outras. A sala multiuso, figura 49, que está próxima ao anfiteatro possui espaço amplo e iluminado para atividades, além de depósito.

Figura 48 - Sala de aula da Creche II Fonte: <https://www.youtube.com>

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pavimentos em média. A colocação de elementos vasados como cobogós nos solários e no refeitório favorece a circulação do ar além de proteger do sol.

Figura 49 - Sala multiuso Fonte: <https://www.youtube.com>

4.4.5 Conforto O posicionamento da escola é pouco favorável para a locação das salas, por conta que quase todas as fachadas recebem sol durante o dia. A figura 50 demonstra a pré-escola no período da manhã, a sala apresentada possui amplas janelas que trazem iluminação, porém o pergolado do solário adjacente, que fica do lado de fora e o próprio beiral do telhado não são suficiente para impedir as manchas solares dentro dos espaços, o que possibilita o aquecimento do ambiente que é desfavorável para nosso clima tropical litorâneo. Como apresentado, o telhado apresenta beiral que contribui para proteção solar e pluvial dos ambientes. A região é bem ventilada já que possui apenas edificações de dois 68

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Figura 50 - Sala de aula da Pré-escola Fonte: <https://www.youtube.com>

4.4.6 Materialidade O edifício é de alvenaria de blocos furados e a estrutura em concreto armado convencional. O telhado é composto de estrutura de madeira e telhas cerâmicas com 30% de inclinação. As paredes são pintadas e revestidas pela metade com cerâmicas. Todo o piso da escola é de Graniliti, portas em madeira e esquadrias de alumínio. As cores marcantes estão nas portas em azul, nos Cobogós em amarelo e no pórtico de entrada revestido


de cerâmica verde água. Os pergolados foram moldados em loco e estão em concreto aparente impermeabilizado. A UMEI apresentada construção convencional, elementos moldados em loco e nenhum método inovador de construção.   4.5 RESULTADOS ALCANÇADOS Os estudos de caso serviram para entendermos cada unidade de ensino em ambito internacional, nacional e local. As unidades abordadas foram projetadas e destinadas ao uso público e que se inseriram muitas das vezes em condições precárias de planejamento urbano. A abordagem itemizou cada estudo para que no fim pudesse se feito uma comparação entre todos as escolas apresentadas como mostrado a seguir. Dentre os estudos de casos citados acima, a escolha e abordagem de cada edificação levou em consideração a possibilidade de investigação de quaisquer decisão projetual infereda ao projeto. Sendo assim foi capaz de extrair de cada um algo que contribuisse qualidade a escola que foi o alvo de projeto desse trabalho. Delhi Public School A implantação é bem localizada e favorece as crianças a terem poucos deslocamentos entre parquinhos e entrada, além de estarem bem distantes dos outros blocos. O programa atende diversas faixas etárias e o bloco de estudo em questão conta

apenas com o jardim de infância dividido em um total de vinte e três salas de aula. A volumetria é horizontal e favoreceu para a criação de um projeto modular e de fácil repetição e ampliação da unidade. A salas estão bem posicionadas e ganharam extensão para o pátio interno que se cria entre elas. Os pátios configuram conforto e privacidade as crianças, além de possiblitar atividades entre diferentes turmas ao ar livre. O conforto é atendido através dos Jaalis e dos corredores que ladeiam os ambiente, além da circulação cruzada do ar entre os salas. O composição de materiais é bem simplificada com componentes industrializados como os fechamentos internos em chapas corrugadas, o que facilitou a construção da escola em apenas seis meses. EMEI Santo Dias da Silva A escola que é um bloco único foi facilmente implantado em um terreno com topografia acentuada. A locação do volume privilegiou o acesso para a rua lateral criando na parte mais baixa as areas de parquinho dos alunos. O programa é reduzido e as salas oferecem possibilidade de variação entre os usos, podendo ser aumentado ou modificado quando necessário o programa. A composição volumétrica é simples e única, trata-se de um grande bloco com área de convivio central para ocasiões festivas e a composição modular dos vãos dos pilares é bem marcada. As salas são bem divididas e a modulação possibilita ampliação sempre que necessário, tanto na horizontal como na vertical. O conforto térmico fica por conta dos brises, dos Francisco Ruy

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cobogós e da circulação cruzada do ar pelos shads que se voltam para o leste. Os materiais e componentes foram padronizados e se adequaram ao projeto da escola, favorecendo a uma obra racionalizada e limpa. A composição dos materiais é feita por estrutura de concreto, paredes em alvenarias, brises e caixilhos em metal e as caixas de escada ganharam cor para composição do volume.

possui grande qualidade ambiental e grande papel social dentro da região. UMEI Hélida Figueiredos Milagres

A implantação da Escola de Moravia é diferenciada por estar em um terreno de 90% de inclinação. Sua disposição é em blocos pequenos ao fundo onde estão as salas de aula e um grande bloco linear na frente que foi chamado de bloco multiuso. O programa atende crianças da região de Moravia que estão entre zero a cinco anos de idade e a escola comporta tanto espaços para atividades dos alunos como para o público externo como pais e vizinhança. Os volumes são soltos e o pátio interno junto com as grandes coberturas fazem papel de ligação entre eles. Os blocos das salas têm paredes inclinadas e compõem a volumetria de maneira diferente e ousada. Os espaços são bem qualitativos e apresentam relação constante entre externo e interno. O conforto fica por conta de grandes planos de vidros

A implantação é simplificada e se adequada a quase todo tipo de terreno plano, seus acessos são separados e feito por uma única fachada, o que facilita a implantação em meio de quadras. O programa é pequeno e o espaço comportaria novos usos, maiores ambientes de multiplas atividades, mais salas para creche III e pré-escola e maior relação com o público externo. A composição volumétrica da unidade é esteticamente agradável e se relaciona positivamente com o entorno, de maneira que a escola é percebida sem causar grande obstrução da paisagem que é linear. O volume favoreceu pouco os espaços entre as salas o que não garantiu novos espaços de uso comum dentro da escola. Os ambientes atendem ao programa de maneira satisfatória, os solários agregam conforto e privacidade aos usuários porém a relação interno e externo fica por conta apenas das janelas. O conforto térmico da escola é um caso a ser trabalhado, faltam elementos protetores de insolação para conforto interno dos ambientes. Quanto a materialidade da escola, as questões de industrialização poderiam ter sido

nas salas, brises nas fachadas e sombreamentos nos pátios internos feitos pelos próprios volumes da escola. A composição de materiais é diversificada ao mesmo tempo em que se relaciona harmoniosamente com o entorno através das cores. A escola

empregadas com mais ênfase, já que se trata de um unidade de programa reduzido e de pouca complexidade espacial. Os métodos construtivos foram tradicionais e atenderam bem as necessidades.

Jardim de Infância Moravia

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5 LEGISLAÇÕES VOLTADAS PARA ARQUITETURA ESCOLAR INFANTIL

A

5.1 HISTÓRICO DAS LEGISLAÇÕES O Brasil no âmbito das legislações voltadas para a educação infantil não possuiu um longo histórico no que se refere à prestação de assistência técnica para o bom planejamento de espaços escolares. A primeira creche citada e conhecida foi a de 1908 em São Paulo que tinha por finalidade prestar assistência aos filhos de operárias ou domésticas da época. A partir de então que foram surgindo novas instituições, legislações e projetos voltados para a educação infantil. Conseguimos compreender esse processo através da tabela 01 abaixo (PICHIOLI, 2008). Tabela 01 – Histórico das legislações para o ensino infantil brasileiro

Ano

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Instituições/Projetos/ Legislações

Ação

1908

Primeira creche ainda criada na cidade de São Paulo

1909

Primeira creche ainda criada na cidade do Rio de Janeiro

1909

Instituto de Proteção e Assistência à infância

1919

Departamento da Criança Assistência através de do Brasil doações.

Atendimento aos filhos das mães operárias ou domésticas.

Assistência para crianças.

médico-social


60.

de Janeiro

1909

Instituto de Proteção e Assistência à infância

1919

Departamento da Criança Assistência através de do Brasil doações.

1923

Decreto nº 16.300

Criação de creches ou salas de amamentação para mães trabalhadoras.

Decreto nº 21.417-A

Regulamentação do Decreto nº 16.300, assegurando vigilância e assistência para os filhos em fase de amamentação de mães trabalhadoras maiores de 16 anos.

1932

Assistência para crianças.

médico-social

1940

Departamento Nacional da Criança (DNCr)

Assistência médica preventiva.

1943

Legião Brasileira de Assistência

Amparo às famílias dos convocados para a II Guerra Mundial.

1953

Decreto nº 5.452

Aprovação da CLT com 6 artigos referentes ao direito à amamentação e a creches.

1964

Ministério da Saúde

Responsabilidade pela proteção materno-infantil e estabelecimento de normas para o funcionamento de jardins-de-Infância nos anos 60.

1964

Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor/FUNDABEM

Atendimento ao menor abandonado.

1967

Departamento Nacional da Criança

Criação dos Recreação.

Centros

de

1964

Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor/FUNDABEM

Atendimento ao menor abandonado.

1967

Departamento Nacional da Criança

Criação dos Recreação.

1971

Lei nº 5.692

Obrigatoriedade do ensino de 1º Grau (7 a 14 anos).

1975

Ministério da Educação e Cultura (setor de Educação Pré-Escolar)

Coordenação da Educação Pré-escolar.

1977

Projeto Casulo (LBA)

Atendimento a menores de 7 anos.

1981

Programa Nacional de Educação Pré-escolar

Atendimento pré-escolar público.

Centros

de

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no arquivo arquitetura escolar inclusiva: construindo espaços para educação infantil

Até a constituição de 1988 a educação infantil como creches e jardins não eram consideradas parte integrante do sistema educacional, logo não faziam parte do programa de necessidades de grupos escolares padrões. Essas tipologias de edifícios escolares ficavam em lugares separados dos demais grupos e eram quase que sempre em condições precárias de infraestrutura. É a partir de então em que as creches públicas começaram a prestar assistência à alimentação, segurança e higiene pessoal, enquanto que as creches privadas ofereciam assistência educacional com atividades de educação. Após isso a educação infantil passa a ganhar um novo olhar e novos decretos, leis e legislações são conferidas para garantia de Francisco Ruy

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qualidade tanto na parte de educação quanto em infraestrutura adequada aos espaços (PICHIOLI, 2008). 5.2 NACIONAL São poucas as legislações que trazem diretrizes realmente concretas para elaboração de espaços infantis de educação. Quanto a necessidades subjetivas existem vários exemplares que trazem como os espaços devem ser para atendimento desse público, mas poucas são as que inferem conteúdo objetivo, no caso as necessidades objetivas para elaboração de projetos. Em âmbito nacional nos temos a PORTARIA Nº 321 DE 26 DE MAIO DE 1988 que tem por objetivo fixar medidas e requisitos gerais de segurança para os projetos arquitetônicos, instalações e funcionamento das creches visando condições ideais para operação destes espaços voltados para crianças. Todas as legislações tanto Nacional, Estadual ou municipal foram planilhadas para melhor compreensão dos dados inferidos nelas como a tabela 02 a seguir que compreende o resumo da portaria descrita acima. Tabela 02 – Resumo da PORTARIA Nº 321 DE 26 DE MAIO DE 1988

PORTARIA Nº 321 DE 26 DE MAIO DE 1988 IMPLANTAÇÃO Unidade de Administração e Apoio

30% da área total construída.

Atendimentos e Cuidados

20% da área total construída.

Atividades e Lazer

50% da área total construída.

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ACESSOS

Unidade de Administração e Apoio

30% da área total construída.

Atendimentos e Cuidados

20% da área total construída.

Atividades e Lazer

50% da área total construída.

ACESSOS Corredor Principal

Mínimo de 1,5 para distancia total de 30m.

Corredor Secundário

Mínimo de 1,6 metros.

ESPACIALIDADE Unidade de Administração e Apoio Hall

0,2m² por aluno

Banheiro para o público externo

1 para homens e 1 para mulheres ambos acessíveis.

Secretaria

Usar 0,2m² por aluno.

Coordenação/Direção

Mínimo de 10m².

Depósito

Mínimo de 2m².

Sala de Reunião

Mínimo de 20m².

DML

Mínimo de 1m².

Auditório

Usar 2m² por aluno. Atendimentos e Cuidados

Recepção

1m² por criança da sala atendida considerar 30% dos alunos.

Banheiros

1 vaso sanitário para cada 6 alunos.

Amamentação

1,2m² por criança considerar 30% dos alunos.

Berçário

Mínimo de 2,5m².

Sala de Atividades

2m² por aluno.

Lactário

0,2m² por aluno da creche I.

Cozinha

2m² por aluno da creche II e III e


Amamentação

1,2m² por criança considerar 30% dos alunos.

Berçário

Mínimo de 2,5m².

Sala de Atividades

2m² por aluno.

Lactário

0,2m² por aluno da creche I.

Cozinha

2m² por aluno da creche II e III e pré-escola.

Despensa

40% da área da cozinha.

Lavanderia

0,4m² por aluno.

Almoxarifado

0,4m² por aluno.

Vestiário

0,5m² por funcionário. 1 vaso sanitário e 1 lavatório para 5 pessoas e 1 chuveiro para 10 pessoas.

Refeitório

1,2m² por aluno dos das creches II e III e pré-escola.

Pátio Coberto

2 m² por aluno.

Pátio Descoberto

4m² por aluno.

Estacionamento

12m² por carro.

Área total construída

7m² por criança.

Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC que trazem descrições, medidas e deveres quanto ao projeto de edificações de atendimento à educação infantil que estão resumidas na tabela 03 abaixo. Tabela 03– Resumo dos Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil

PARÂMETROS BÁSICOS DE INFRAESTRUTURA PARA INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL ESPACIALIDADE

Refeitório

1,0m² por aluno.

Solário

1,5m² por aluno. Paredes revestidas a 1,5m de altura e bancada de troca de 100x80x85cm em granito.

Fraldário Sala de Atividades

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no arquivo portaria nº 321 de 26 de maio de 1988

Podem ser usados para todo o território nacional os dados descritos no encarte Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil, documento elaborado em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) que fazem parte Belo Horizonte, Belém, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Goiânia e Manaus junto à Coordenação Geral de Educação Infantil (COEDI) além da

Cozinha

Despensa

Bancadas com 65 cm de altura. Preferencialmente em ilha paredes com 1,6m de revestimentos cerâmicos, portas de 90cm, passa pratos entre 60 a 80cm. 2 cubas de 56x43x15cm para apoio de preparo - 1 cuba de 50x40x20cm para serviços gerais - 1 cuba de 60x55x45cm para lavagem dos alimentos - 2 cubas de 50x40x20cm para lavagem de utensílios - fogão de 4/6 bocas com trempe de 40x40 e forno acoplado. Estantes acima de 30 cm do piso e mínimo de Ruy 45 cm de Francisco 77 profundidade das prateleiras. Área mínima de 2,4m² para 100l


Despensa

Depósito de lixo

cubas de 50x40x20cm para lavagem de utensílios - fogão de 4/6 bocas com trempe de 40x40 e forno acoplado. Estantes acima de 30 cm do piso e mínimo de 45 cm de profundidade das prateleiras. Área mínima de 2,4m² para 100l diários de lixo - porta de 80 cm inclinação do piso de 2% no mínimo - Pé direito de 2,4m e abertura de 1/10 da área do piso. ILUMINAÇÃO

Sala de atividades

1/5 da área do piso.

Lactário

1/8 da área do piso.

Administração

1/5 da área do piso.

Sala Multiuso

1/5 da área do piso.

Berçário

1/5 da área do piso.

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no arquivo parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil

Temos ainda em meio nacional o Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) criado pelo governo federal para prestação de assistência financeira ao Distrito Federal e aos municípios, viabilizando a construção de unidades de educação básica infantil. O programa estabelece quatro tipos de projetos padrões que devem ser usados pelos municípios para a obtenção de verba para a construção de tais edificações. Como se trata de um meio nacional de financiamento de recursos, o projeto pode ser estudado e dele retirado informações que 78

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auxiliem na produção arquitetônica de unidades educacionais em municípios que não possuem quaisquer legislações para planejamento desse tipo de instalação. A tabela 04 a seguir se trata do projeto tipo dois para 188 crianças em dois turnos onde foram listados os ambientes, suas áreas e as referências para obtenção do espaço referente ao uso e ao número de crianças contidas nele. Tabela 04 – Resumo do projeto básico para 188 crianças – modelo tipo 2

RESUMO DO PROJETO BÁSICO PARA 188 CRIANÇAS MODELO TIPO 2 APOIO

Cozinha

35,19m²

Despensa

6,03m²

Higienização

4,77m²

Lactário

7,5m²

Lavanderia

7,36m²

Rouparia

4,1m²

Vestiário Masculino Vestiário Feminino

3,51m²

1 para cada sexo.

3,51m²

1 para cada sexo.

Área de serviço e 26,93m² DML Central de gás Depósito de lixo

0,37m² por criança atendida. 17% da área da cozinha. 63% da área do lactário. 0,75m² por criança da creche I. 20% da área da cozinha. 57% da área da lavanderia.

1,44m² 100 litros diários

17% da área do Pátio coberto mais o refeitório. Conter 2 botijas. 100 litros diários


Feminino

3,51m²

1 para cada sexo.

Área de serviço e 26,93m² DML Central de gás Depósito de lixo

1,44m² 100 litros diários

Carga e descarga

1 vaga

Pátio coberto + refeitório

156,28m²

17% da área do Pátio coberto mais o refeitório. Conter 2 botijas. 100 litros diários 1 vaga devido ao agendamento de visitas. 1,66m² por criança.

ADMINISTRAÇÃO Hall Sanitário PNE masculino Sanitário PNE Feminino Administração Sala de Professores e Reunião

0,30m² por criança. 1 para cada sexo. 1 para cada sexo. 0,2m² por criança. 0,18m² por criança.

28,73m² 2,88m² 2,88m² 19,2m² 16,2m² CRECHE

Amamen 7,5m² tação Atividade 35,7m² s I - 10 ALUNOS

Fraldário

12,35m²

Solário

26,93m²

Depósito

3,38m²

Atividade s creche 35,63m² II Atividade s creche 35,51m²

0,75m² por criança. 3,57m² por criança. 1,23m² por criança. 2,69m² por criança. 0,33m² por criança.

Solário

26,93m²

Depósito

3,38m²

Atividade s creche 35,63m² II Atividade s creche 35,51m² III II - 16 ALUNOS III- 20 ALUNOS Banheiro 16,02m²

Solário

26,93m²

2,69m² por criança. 0,33m² por criança. 2,22m² por criança. 1,77m² por criança. 0,44m² por criança 1vaso sanitário e 1 lavatório para cada 9 crianças e 1 chuveiro para 12 criança. 0,74m² por criança.

PRÉ-ESCOLA Pré-escola 2 - 24 alunos Pré-escola 1 - 24 alunos Solário Sala multiuso Almoxarifado Banheiro PNE

35,58m² 35,7m² 26,93m² 38,4m²

1,48m² por criança. 1,48m² por criança. 0,56m² por criança. 1,92m² por criança.

7,5m² 7,5m²

1 para 48 crianças.

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no resumo do projeto básico para 188 crianças do modelo tipo dois do programa proinfância

2,22m² por criança. 1,77m² por

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CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DA SERRA Recuo Frontal Recuo Lateral Taxa de Ocupação (T.O)

5.3 ESTADUAIS Dentre as legislações que estão em vigor e contribuem objetivamente para a construção dos espaços de educação infantil no estado do Espirito Santo, temos os códigos de obras municipais. Dentro da região da grande vitória podemos destacar quatro municípios e seus respectivos códigos de obras que nos auxiliam com a elaboração de projetos, são esses a capital do estado Vitória, Cariacica, Serra e o município de Vila Velha aonde se encontra o terreno do projeto. Dentre esses municípios cada código fixa medidas, soluções e princípios básicos para projeto de edificações escolares. As seguintes informações descritas na tabela 05 são um resumo das informações contidas na LEI 1947, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 na seção IV do capítulo VI do Código de Obras do município da Serra, tratando nesse capítulo de obras públicas tais como escolas e creches. Alguns dados ficam subentendido para qual faixa etária deve ser aplicado, mas que podem servir para ambos os usos com análise prévia do arquiteto ou equipe responsável pelo projeto. Tabela 05 – Resumo do código de obras do município da Serra

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DA SERRA IMPLANTAÇÃO Mínimo de 6 metros. Mínimo de 3 metros.

Recuo Frontal Recuo Lateral Taxa de Ocupação Máxima de 50% da área do terreno. (T.O) Francisco Ruy 80 ACESSOS Corredor Principal Mínimo de 1,5 metros.

Corredor Principal Corredor Secundário

IMPLANTAÇÃO Mínimo de 6 metros. Mínimo de 3 metros. Máxima de 50% da área do terreno. ACESSOS Mínimo de 1,5 metros. Mínimo de 1,0 metro.

Escada

Mínimo de 1,5m para 300 alunos - patamar mínimo de 1,2m para mais de 14 degraus.

Rampa

Inclinação máxima de 6%. ESPACIALIDADE

Pátio Coberto

1/5 da área das salas de aula.

Pátio descoberto

1/3 da área das salas de aula.

Refeitório Cozinha

Usar área mínima de 35m² ou 1,0m² por aluno - pé direito de 3 metros para até 80m² de área - acima de 80m² usar 3,5m. Usar área mínima de 12m² ou 1/5 da área do refeitório – Pé direito de 2,8m.

Sanitários Masculinos

1 vaso sanitário, 2 mictórios e 2 lavatórios para 40 alunos e 1chuveiro para 100 alunos.

Sanitários Femininos

1 vaso e 2 lavatórios para 25 alunas e 1 chuveiro para 100 alunas. CRECHE

Sanitários

1vs. 1lv. Para 6 alunos e 1 chuveiro para 8

Sala de Aula

Usar área mínima de 12m² ou 1m² por aluno com comprimento máximo de 10m – Pé direito de 3m.

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no código de obras do município da Serra


O município de Cariacica tem seu código de obras respaldado pela LEI Nº 546, DE 27 DE AGOSTO DE 1971 que descreve parâmetros básicos de qualidade para edificações escolares descritas na seção VI do capítulo VII desta lei que se resume na tabela 06 a seguir. Tabela 06 – Resumo do código de obras do município de Cariacica

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE CARIACICA Recuo Frontal Taxa de Ocupação (T.O)

IMPLANTAÇÃO Mínimo 3 metros. Máximo 1/3 da área do terreno. ACESSOS

Corredor

Mínimo 1,8 metros.

Portas das Salas de Aulas

Mínimo de 0,90 metros. SALAS DE AULA

Área

Mínimo de 40,0m².

Iluminação

1/5 da área da sala.

Ventilação

1/10 da área da sala.

Revestimentos

Paredes com 1,5m de material cerâmico.

capítulo X contando com apenas qua-tro artigos de informações referentes a projetos que estão resumidos na tabela 07 abaixo. Tabela 07 – Resumo do código de obras do município de Vitória

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA ESPACIALIDADE 0,5m² por aluno.

Pátio Coberto Pátio 1,0m² por aluno. Descoberto Sanitários 1 vaso sanitário e 1lavatório para 25 pessoas. Máximo de 2 andares com altura a vencer entre eles de no máximo 4,5m. Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no código de obras do município de Vitória

As tabelas acima foram resultantes dos códigos de obras de municípios que mais estão próximos à cidade de Vila Velha e que podem servir de auxílio no planejamento e elaboração do projeto da Unidade Municipal de Ensino Infantil do município em questão, além de mostrar a necessidade e falta de legislações, normas, leis e decretos que contribuem para execução de obras dessa natureza.

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no código de obras do município de Cariacica

5.4 MUNICIPAIS

No código de obras do município de vitória que é respaldado pela LEI Nº 4821, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1998, as atribuições para edifícios escolares ficam descritas na seção III do

Tratando agora especificamente do município de Vila Velha onde estará de fato o projeto, nos temos apenas o código de obras com atribuições objetivas para a construção dessas unidades. Como Francisco Ruy

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tratado acima, existem exemplares que tratam sobre os espaços escolares de forma subjetiva, objetivando espaços salubres, convidativos, lúdicos e que auxiliem no desenvolvimento da criança entre outros aspectos. Esses documentos são relevantes e de grande importância para a produção dos espaços, mas, no caso de Vila Velha nada além do código de obras fixa medidas, normas, deveremos e obrigações, ou seja, necessidades objetivas que interfiram diretamente no projeto enquanto desenho de arquitetura, deixando por conta do autor do projeto a decisão de aspectos como área dos espaços, layout, quantitativos, especificações entre outras atribuições relevantes ao projeto. O resumo desse documento pode ser conferido na tabela 08. O estudo das legislações serve para dimensionamento prévio da edificação além de produção do programa de necessidades da UMEI. É através dessa análise que os espaços são prédimensionados, mesmo que de forma mínima, e então as decisões arquitetônicas começam a aparecer. Algumas atribuições técnicas devem ser consideradas, como no caso de Vila Velha o Plano Diretor Municipal (PDM) que atribui todos os índices urbanísticos para a área de implantação da unidade. É essencial que as normas técnicas como NBR 9050, que estabelece critérios de acessibilidade para quaisquer espaços de convívio humano sejam atribuídas ao projeto, que é obrigatório no caso de aprovação de projeto no município de Vila Velha. Após o atendimento de todos esses dados, conseguimos assegurar um espaço qualitativo e confortável para um bom desenvolvimento educacional e pessoal para todas as crianças. 82

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Tabela 08 – Resumo do código de obras do município de Vila Velha

CÓDIGO DE OBRAS DE VILA VELHA Recuo Frontal Recuo Lateral Taxa de Ocupação (T.O)

IMPLANTAÇÃO Mínimo de 6 metros. Mínimo de 3 metros. Máxima de 50% da área do terreno. ACESSOS

Corredor Principal Corredor Secundário

Mínimo de 2,0 metros. Mínimo de 1,6 metros. ESPACIALIDADE

Refeitório

1,0m² por aluno – Pé direito de 3m para área de até 80m² e 3,5m para áreas acima de 80m².

Pátio Coberto

50% da área construída das salas.

Sala de aula (Fundamental)

Área mínima de 48,0m².

Cozinha

Área mínima de 12m² ou 1/5 da área do refeitório.

Sanitários Masculinos (Fundamental) Sanitários Femininos (Fundamental) Bebedouro

1 vaso sanitário e 1 mictório para 25 alunos e 1 chuveiro para 15 alunos. 1 lavatório e 1 chuveiro para 25 alunas e 1 vaso sanitário para 15 alunas. 1 para cada 30 alunos.

Fonte: Desenvolvido pelo autor com base no código de obras do município de Vila Velha


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6 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA UMEI 6.1 CONTEXTO URBANO E SOCIAL O terreno escolhido se encontra no bairro Divino Espirito Santo no município de Vila Velha-ES como mostra na figura 51. A escolha do terreno foi em detrimento da pretensão do município em construir uma Unidade Municipal de Ensino Infantil no mesmo local, substituindo assim a UMEI Tia Nenzinha, que se encontra adjacente ao terreno proposto e que está em condições precárias de estrutura. Entretanto após inicio das licitações devido a conclusão da produção do projeto, aconteceremos alguns problemas de administração pública o que acarretou que o mesmo acabou saindo de padrões normativos como a NBR 9050 e ele então foi arquivado e a execução nem mesmo iniciada, com isso conclui-se que a área é alvo potencial para estudo de implantação do modelo padrão de UMEI proposto nesse trabalho. O bairro Divino Espirito Santo é predominantemente ocupado pelo uso residencial, mas na região encontramos também o uso comercial, institucional e de serviços, encontram-se no bairro o Hospital Vila Velha, referência no município e já pertencente ao bairro Boa Vista, porém adjacente ao terreno temos o Shopping Vila Velha que pode ser visto do local do terreno como mostra a figura 52 e o campos de Biopráticas da Universidade Vila Velha logo mais a frente na figura 53. 86

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Figura 52 - Vista do reservatório do Shopping Vila Velha Fonte: Arquivo pessoal do autor

Figura 51 - Localização do terreno em meio ao contexto urbano e social Fonte: Arquivo pessoal do autor

Figura 53 - Campus de Biopráticas da Universidade Vila Velha Fonte: Arquivo pessoal do autor

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6.2 CONTEXTO ECONÔMICO O custo da terra no local é bem baixo por se tratar de um bairro carente que busca integração com as zonas de ocupação do entorno, tornando assim viável a implantação da instituição além de facilitar a compra para a prefeitura e potenciais investidores. O área escolhida como mostrado na figura 54 trata-se de três terrenos que juntos somam 1828 metros quadrados de área e fachada frontal de 63 metros, a área é plenamente favorável com a demanda da região o que contribui ainda mais para o processo.

O entorno da área apresenta edificações de 1 a 2 pavimentos como mostra a figura 55 e arquitetura bem simples como sistemas de blocos cerâmicos furados, rebocados, pintados e/ou revestidos. Quanto às questões de impacto urbano, a edificação não trará grande efeito negativo à área, como por exemplo, para o transito, já que se trata de uma rua sem saída como mostra a figura 56 que possui fluxo apenas para moradores e usuários da creche atual existente. O fato de já haver uma UMEI na área faz com que o novo projeto tenha por objetivos resolver todos os problemas existenciais de estrutura da mesma além de trazer ganhos para a comunidade que irá se apropriar de um novo equipamento público de lazer para todos os públicos, sendo uma proposta de ganhos positivos para o local. Atualmente encontra-se adjacente ao terreno à UMEI Tia Nenzinha que faz com que o local seja frequentado por crianças e pais nos períodos de entrada e saída dos turnos, o público mais frequente do local pertence às classes D e E pertencentes ao bairro.

Figura 54 - Foto de satélite mostrando a implantação dos terrenos e seu entorno imediato Fonte: Arquivo pessoal do autor

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6.3 CONTEXTO AMBIENTAL

Figura 55 - Gabarito e acabamentos das edificações do entorno Fonte: Arquivo pessoal do autor

Figura 56 - Rua sem saída compondo um Cul-de-sac Fonte: Arquivo pessoal do autor

O terreno possuiu bom posicionamento solar, suas maiores fachadas estão voltadas para o leste e oeste e as menores para o norte e sul. O leste é bem favorável já que o pátio descoberto e o solário podem estar voltados para ele e esse sol logo de manhã é excelente para a saúde das crianças dessa faixa etária. O clima é o tropical quente super-úmido segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com ventos predominantes vindos do Nordeste. O entorno possui gabarito baixo e favorável aos ventos da região e a iluminação do sol, a fachada de acesso está voltada para o oeste e na frente possui um galpão de dois pavimentos como mostra a figura 57 que não contribui para sombreamento da futura unidade. Sobre os agentes poluidores sonoros podemos destacar uma escola de ensino fundamental na quadra de atrás do nosso terreno e o tráfego intenso nos horários de pico no trevo de acesso à Rua Luiz Gabeira. As visuais que podem ser identificadas são 2 arvores presentes no próprio terreno que poderão ser mantidas de acordo com a proposta do projeto. A área possui cerca de cinco terrenos baldios no entorno que podem gerar alguns problemas como pragas urbanas pela falta de limpeza e ações da natureza como sol e chuva. No dia da visita ao terreno a prefeitura estava fazendo uma operação de limpeza dos mesmos, tornando a área mais limpa e salubre. A rua de acesso ao terreno é asfaltada e ambos os lados da calçada não possui especificação impermeável como pisos cimentícios e afins, tornando insalubre em dias de chuva já que a área sofre Francisco Ruy

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com alagamentos, impossibilitando os percursos ao longo dos passeios como mostra a figura 58. O terreno é plano e favorável a implantação regular de uma edificação, sem necessidades de redistribuição ou nivelamento de terra do local, ele é ocupado por um pequeno cômodo adjacente a fachada frontal e duas árvores de médio porte, atualmente a área escolhida se encontra dividida em três terrenos que permanecem murados. 6.4 CONTEXTO LEGAL O terreno pertence à Zona de Especial Interesse Social de estruturação e Integração (ZEIU) segundo o Plano Diretor Municipal de Vila Velha (PDM-VV). A zona se refere a espaços que necessitam de reestruturação e inserção mais formal ao

Figura 57 - Galpão em frente ao terreno da UMEI Fonte: Arquivo pessoal do autor

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contexto desenvolvido da cidade como, por exemplo, com as zonas de ocupação prioritária. Os índices urbanísticos são favoráveis a esses objetivos e podem ser vistos na tabela 09. O projeto consiste em grau de impacto I o que é permitido para a área de inserção, como se trata de 3 terrenos a área passará por processo de remembramento dos três lotes para composição formal do terreno da escola. O local da implantação da escola possui rua sem saída com perfil de via local de bairro com 14m de largura em duas pistas de dois sentidos (faixa de rolamento e calçada de dois metros em ambos os lados). A área possui toda infraestrutura necessária para construção de quaisquer edificações de mesmo uso, tais como esgoto, energia, gás, iluminação pública e recolhimento de lixo entre outros.

Figura 58 - Calçada sem revestimento impermeável e sem meio-fio Fonte: Arquivo pessoal do autor


Tabela 09 – Índices urbanísticos da Zona de Especial Interesse Urbanístico ZONA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO ZONAS

Coeficiente de Aproveitamento (CA) Mínimo

ZEIU -Pólo da Glória ZEIU - Estruturação e Integração I ZEIU - Estruturação e Integração I ZEIU - Vale Encantado

Básico

Máximo

1

2

Afastamento Frontal (m)

Altura Máxima das Edificações (m)

Gabarito (Número máximo de pavimentos)

Taxa de Ocupação Máxima (TO)

Taxa de Permeabilid ade (%)

60

20

2,5 0,2

3 1

4

2,5

Fonte: Tabela desenvolvida pelo autor com base no PDM de Vila Velha

6.5 ANÁLISE DE “PROSPECÇÃO” E POTENCIALIDADES DO TERRENO A área escolhida possui condições favoráveis para a implantação da unidade municipal de ensino infantil por ser em primeiro lugar um objetivo inicial da prefeitura de Vila Velha. De acordo com condições técnicas o terreno está bem posicionado segundo as condições de conforto, munido de infraestrutura, possui índices urbanísticos favoráveis à construção além de possuir inserção plena com vias de grande importância para toda a região. A construção de uma unidade modelo atrairá olhares para a importância de uma edificação para áreas mais carentes da cidade, sendo um novo equipamento comunitário a todos do entorno, contribuindo para a vivência do bairro. Podemos destacar na Figura Rica como mostra a figura 59 um resumo de todos os pontos importantes dessa análise, facilitando a compreensão para estudo e projeto da área.

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Figura 59 - Figura rica do terreno de implantação Fonte: Arquivo pessoal do autor

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7. UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL DE VILA VELHA (UMEI-VV) 7.1 CONCEITOS E PARTIDO O projeto segue o conceito de modulação aplicado a racionalização para composição do complexo educacional. Esse tema foi alvo para decisões arquitetônicas a serem tomadas de todo o desenvolvimento do projeto. Esse conceito favorece para que a obra possa ser racional, compatível entre os sistemas e de rápida execução. Outro conceito aplicado para composição estética da escola foi a escolha da estação primavera, que determina época de florescer, colher, sentir, ver e viver as cores e flores, sensações importantes para o desenvolvimento dos alunos. Através dessa temática foi capaz de criar cada espaço usando uma espécie de flor como inspiração para cores, texturas e sensações, criando assim um ambiente lúdico e favorável ao aprendizado. Com ambos os conceitos aplicados o partido ficou por conta de estruturas pré-moldadas compatíveis com os fechamentos em placas cimentícias e drywall, cobertura aparente em telhas metálicas ao fundo e platibanda com um grande pórtico logo à frente na entrada da escola. As cores relacionadas com cada espécie de vegetação é alvo marcante na escola e determina uso e vivência de cada espaço, compondo caráter sensitivo de cada ambiente. 96

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7.2 PROGRAMA A definição do programa de necessidades foi desenvolvido com base na área total do terreno escolhido. Em primeiro momento foi analisado em qual dos tipos de projetos modelos do Proinfância tal área confortava, após análise de verificação do modelo, foi então concluído que o tipo dois de 2015 comportaria exatamente nessa área, porém o modelo obrigatoriamente exigia 35m de fundos, mas o terreno possuí apenas 30m, porém apresenta área maior que o esperado para tal modelo. Foi se então definido o programa com base no modelo tipo dois, atendendo 188 crianças em dois turnos. A área apresentava potencialidades para ser uma UMEI aberta à comunidade fazendo com que o programa estende-se ao público externo, atribuindo mais quatro salas para atividades extracurriculares de 20 alunos em cada, atendendo crianças do ensino fundamental do bairro, além de auditório para o público durante eventos externos, com isso teremos um total de 308 crianças sendo atendidas em dois turnos. Através disso foi se então criada à tabela 10 que descreve todos os espaços e suas respectivas funções, áreas e qual princípio básico para pré-dimensionado destes e sua potencial contribuição para que o espaço da creche se torne não só um edifício isolado, mas, um organismo com função de equipamento urbano social em meio ao bairro.

Tabela 10 – Programa de necessidades

PROGRAMA DE NECESSIDADES AMBIENTE

BASE

ÁREA

SETOR ADMINISTRATIVO A Diretoria Mínimo 10,0m² definir A Secretaria Mínimo 10,0m² definir 27,72m Sala dos professores 0,18m² por aluno ² Banhei Masculino 1 masculino PNE 4,00m² ros Feminino 1 feminino PNE 4,00m² Depósito Mínimo 2,0m² 4,00m² SETOR PEDAGÓGICO Sala de 3,60m² por aluno 36,0m² atividades Amament 0,75m² por aluno 7,50m² (*) ação CRECHE Berçário Mínimo 2,5m² 2,5m² I Fraldário 1,23m² por aluno 12,30m² Solário

REFERÊNCI A Portaria Portaria Proinfância ------Portaria Proinfância Proinfância Portaria Proinfância

1,50m² por aluno

15,0m²

Parâmetros básicos

1,77m²

28,32m²

Proinfância

Sala de atividades

CRECHE II Sanitário

0,44m² por aluno 1vaso sanitário e 1 lavatório para cada 9 crianças e 1 chuveiro para 12

7,04m² com: 2 sanitários Proinfância Francisco Ruy 97 2 lavatórios


chuveiro para 12 lavatórios criança. 2 chuveiros.

I Fraldário

1,23m² por aluno

12,30m²

Proinfância

Solário

1,50m² por aluno

15,0m²

Parâmetros básicos

1,77m²

28,32m²

Proinfância

Sala de atividades

CRECHE II Sanitário

CRECHE III

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0,44m² por aluno 1vaso sanitário e 1 lavatório para cada 9 crianças e 1 chuveiro para 12 criança.

7,04m² com: 2 sanitários Proinfância 2 lavatórios 2 chuveiros.

Solário

1,5m² por aluno

24,0m²

Parâmetros básicos

Sala de atividades

1,77m² por aluno

35,4m²

Proinfância

Sanitário

Sala 1

1,48m² por aluno

35,52m²

Proinfância

Sala 2

1,48m² por aluno

35,52m²

Proinfância

Préescola Sanitário

Sala de artes/Culinária Anfiteatro

0,44m² por aluno 1vaso sanitário e 1 lavatório para cada 9 crianças e 1 chuveiro para 12 criança.

7,04m² com: 2 sanitários Proinfância 2 lavatórios 2 chuveiros.

Sala 1

1,48m² por aluno

35,52m²

Proinfância

Sala 2

1,48m² por aluno

35,52m²

Proinfância

Depósito do pedagógico

2,00m² por aluno

48,0m² (*)

Portaria

Atender todos os alunos

A definir layout

----

Mínimo 2,0m²

4,00m²

Portaria

SETOR DE SERVIÇO 53,28m² (144 Proinfância alunos) (*)

Cozinha

0,37m² por aluno

Despensa

40% da área da cozinha

Lactário

7,50m² (10 Proinfância 0,75m² por aluno alunos) (*)

Francisco Ruy 7,04m²

7,04m² 0,44m² por aluno com: 1vaso sanitário e 1 2 lavatório para cada sanitários Proinfância 9 crianças e 1 2 chuveiro para 12 lavatórios criança. 2 chuveiros.

Higienização

63% da área do

21,31m² (*)

Proinfância

4,73m² (*) Proinfância


7,50m² (10 0,75m² por aluno Proinfância alunos) (*)

Lactário

Higienização Lavanderia Rouparia Secagem de roupa

63% da área do lactário 20% da área da cozinha 57% da área da lavanderia Sem dados

4,73m² (*) Proinfância 10,65m²

Proinfância

8,57m²

Proinfância

A definir

----

Depósito - material de limpeza

Mínimo 2,0m²

A definir

Portaria

Área de pré-descarga

Sem dados

A definir

----

5,32m²

Proinfância -------

1 vaga

4,00m² 4,00m² 84,0m² (84 alunos) 1 vaga

A calcular

A calcular

Copa Vestiário

Masculino Feminino

Refeitório Carga e descarga Reservatórios

10% da área da cozinha 1 masculino 1 feminino 1,0m² por aluno

Parâmetros básicos Proinfância ----

Sem 4,00m² ---dados Mínimo de Parâmetros Depósito de lixo 2,40m² 2,40m² para 100l básicos SETOR DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES 168,0m² Pátio coberto 2,0m² por aluno Portaria (84 alunos) Pátio descoberto 336,0m² 4,0m² por aluno Portaria (playground + horta) (84 alunos) 30,8m² (108 Hall de entrada 0,2m² por aluno Portaria alunos) 2,00m² Central de gás

(playground + horta) Hall de entrada

Auditório

SALAS PARA CURSOS

Banheiros

4,0m² por aluno 0,2m² por aluno

2,00m² por aluno 2,00m² Atividade por 1 aluno 2,00m² Atividade por 2 aluno 2,00m² Atividade por 3 aluno 2,00m² Informátic por a aluno 1 Masculino masculi no 1 Feminino feminin o

(84 alunos) 30,8m² (108 alunos)

Portaria Portaria

308,0m² (*)

Portaria

48,0m²

Portaria

48,0m²

Portaria

48,0m²

Portaria

48,0m²

Portaria

4,00m²

----

4,00m²

----

(*) – As lacunas que estão com esse símbolo são os ambientes que ficaram com as áreas internas menores que as descritas nessa tabela por falta de espaço nos mesmos, sendo assim necessário compor qualidade espacial de outra maneira definida em projeto. A área final de cada setor não foi computada devido a certos ambientes não possuírem legislação para tal pré-dimensionamento.

Fonte: Desenvolvido pelo autor

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As medidas estabelecidas acima foram usadas como base para o dimensionamento espacial da unidade, já os ambientes descritos, todos estarão sendo contemplados no projeto e terão áreas médias como descritas ali, havendo a possibilidade de terem ambientes maiores ou menores de acordo com o espaço do terreno. Esse pré-dimensionamento serviu ainda para computação da área total construída de cada setor, resultando assim em um valor base e preliminar de todo o complexo. Os dados podem ser observados na tabela 11 e posteriormente serão alterados de acordo com o desenvolvimento do projeto e que poderá ser conferido nas pranchas em anexo no quadro de índices urbanísticos. Tabela 11 – Área total construída atribuída após pré-dimensionamento

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA UMEI SETOR

ÁREA

Administrativo

55,72m²

Pedagógico

227,10m²

Serviço

209,76m²

Atividades extracurriculares

994,80m²

VALOR TOTAL

1487,38m²

Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.3 IMPLANTAÇÃO A implantação se inicia a partir de um primeiro critério que foi a locação e separação dos acessos entre entrada principal de pedestre, entrada de veículos e entrada de serviço. O segundo critério para locação dos setores foi o posicionamento solar do terreno, que implicou diretamente na escolha da localização de cada espaço e da necessidade dele com os raios solares. Após critérios de grande importância foi então feito um primeiro fluxograma como mostrado na figura 60 para direcionamento da localização de cada atividade, relacionamento sempre conforto, relação espaço com o exterior e segurança natural de cada local do terreno. Nesse fluxograma foram definidos em primeiro momento os principais acessos, localização dos setores e de espaços importantes como creches, refeitório, pátios, playground e o equipamento para a comunidade, espaços esses que implicam diretamente na composição volumétrica e espacial da edificação. Após o primeiro fluxograma pronto foi momento de locação de cada setor e suas relações com o terreno e o entorno, são eles o setor administrativo, de serviço, pedagógico e o auditório que está dentro do setor de atividades extracurriculares.


Figura 60 - Diagrama de bolhas Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Como mostra a figura 61 o setor que abriga o auditório e que terá acesso no primeiro pavimento para as salas de atividades extracurriculares foi o primeiro a ser locado. O seu posicionamento favorece e facilita o acesso do público a escola sem muito percurso pela mesma, garantindo vigilância natural aos alunos que estarão presentes no espaço. Ele foi locado na parte chanfrada do terreno o que possibilitou relação direta com o exterior onde será implantado um anfiteatro, favorecendo a relação entre ambos os usos através de uma parte problemática de desenho do lote.

O setor administrativo também foi locado logo na entrada para facilidade de contato com os pais e com o público externo, além de estar no meio da escola garantindo posicionamento estratégico entre os setores. O setor de serviço ficou ao extremo do lado esquerdo do terreno, o que favoreceu entrada separada, além de uso do afastamento lateral para circulação e acesso dos funcionários. O setor pedagógico foi posto ao fundo devido ao conforto e segurança do acesso, possibilitando relação entre pátio interno

Figura 61 - Planta de implantação com setorização da UMEI Fonte: Desenvolvido pelo autor

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e os solários através das salas. Um grande pátio interno foi posto ao meio entre os setores, o que possibilitou acessos e circulações internas isenta de corredores, criando usos de convivência e relacionáveis entre salas e ambientes através dos passeios internos. De maneira geral a implantação da escola é simples e os cinco setores foram implantados segundos seus critérios de acesso, conforto e segurança como descrito acima, a relação entre eles se mantém através do pátio interno o que possibilita relação entre interior e exterior.

no primeiro pavimento circundando essa fachada. A platibanda desse volume segue exatamente o limite do telhado contribuindo para a marcação do pórtico criado além de criar separação entre o auditório do lado direito e o setor de serviço ao lado esquerdo de uma maneira mais natural. Esse volume possui duas partes que foram subtraídas da forma caracterizando suas funções, são elas, a entrada, garantindo acesso e fluidez a forma e a parte de estacionamento possibilitando cobertura para os veículos ali estacionados. Para finalização volumétrica do bloco frontal foi adicionado uma guarita, marcando entrada e garantindo conforto aos usuários e alunos nas entradas e saídas da escola.

O projeto detalhado com todas as informações pertinentes a implantação tais como índices urbanísticos podem ser conferidos na prancha 01/08 em anexo no volume 02 desse trabalho. 7.4 MORFOLOGIA A forma da escola é simples e se caracteriza pela repetição de planos verticais marcados pelos pilares e vigas pré-moldadas da estrutura e dos cobogós em concreto, garantindo ritmo à fachada frontal e aos demais volumes. Podemos considerar o conjunto arquitetônico dividido em dois, em primeiro momento o volume frontal como mostra na figura 62, que possui dois andares e é claramente marcado pela estrutura e pelos cobogós. Nesse grande volume principal um pórtico foi alocado entre seis eixos de locação dos pilares, que ganharam beirais que avançam para o afastamento frontal garantindo conforto ao corredor que está

Figura 62 - Fachada Frontal Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Em segundo momento temos o setor pedagógico ao fundo de pavimento térreo com a fachada marcada pela repetição de elementos como vemos na figura 63. Os volumes ganharam cores que se relacionam com as atividades descritas no conceito. A cobertura das creches não possuiu platibanda, o que possibilitou grandes beirais tanto para os fundos como para o pátio interno. Os shed’s voltados para o sul, trazendo volume à todo o setor, além de proteger as envoltórias de intemperes como sol e chuva. As partes das salas da pré-escola e dos banheiros ganharam laje garantindo meio que uma transição entre as coberturas escolhidas além de composição agradável ao volume e que servirá de área para cobertura vegetação como grama.

O volume do auditório que está avançando para além do bloco frontal, garante transparência a forma e singularidade entre os usos internos. O volume se relaciona perfeitamente com o exterior onde está o anfiteatro e internamente com os demais setores através de sua marcante estrutura, eixos da modulação e volumes simples. Para finalização da composição volumétrica, o bloco frontal como foi mostrado na figura 62 possuiu fachada interna subtraída dando lugar ao grande hall de entrada que separa auditório do bloco da administração, esse grande vão inicial serve para direcionamento à área aberta do anfiteatro da escola compondo fluidez à todo complexo. 7.5 ESPACIALIDADE As questões de espacialidade foram pensadas para que cada ambiente fosse agradável, confortável e vívido para o convívio das crianças e que as questões destinadas à cidadania delas fossem atendidas. Os ambientes levaram em consideração as áreas estabelecidas na tabela do programa de necessidades que orientaram as medidas internas de cada espaço e setor.

Figura 63 - Fachada dos Fundos Fonte: Desenvolvido pelo autor

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A creche conta com dois pavimentos que juntos se somam para composição de todo o complexo escolar. Os espaços são todos de convívio dos alunos e alguns deles podem ser usados pela comunidade durante eventos externos e ocasiões especiais. Na


BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT imagem 64 podemos ver a planta do pavimentoPRODUCED térreo da escola o funcionamento da mesma. O projeto detalhado com todas as e a relação espacial entre cada espaço interno com o exterior, informações pertinentes ao anteprojeto desse pavimento pode suas relações de acessos, conforto e privacidade de cada área. ser conferido na prancha 03/08 em anexo no volume 02 desse A escola possui no térreo todos os ambientes necessários para trabalho. LISTA DE AMBIENTES

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Figura 64 - Planta baixo do pavimento térreo Fonte: Desenvolvido pelo autor

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01 - SECRETARIA 02 - DIRETORIA 03 - SALAS DOS PROFESSORES 04 - COPA 05 - REFEITÓRIO 06 - COZINHA 07 - CARGA E DESCARGA 08 - VESTIÁRIO MASCULINO 09 - ÁREA DESCOBERTA 10 - LAVANDERIA 11 - DEPÓSITO 12 - DESPENSA 13 - D.M.L 14 - VESTIÁRIO FEMININO 15 - ROUPARIA 16 - LACTÁRIO 17 - HIGIENIZAÇÃO 18 - CRECHE I 19 - AMAMENTAÇÃO 20 - BERÇÁRIO 21 - FRALDÁRIO 22 - SALA DE ARTE/CULINÁRIO 23 - SOLÁRIO CRECHE I 24 - CRECHE II 25 - SANITÁRIO CRECHE II/III 26 - SOLÁRIO CRECHE II 27- DEPÓSITO 28 - SANITÁRIOS ACESSÍVEIS 29 - CRECHE III 30 - ESPAÇO ÁGUA 31 - ESPAÇO VERDE 32 - PRÉ-ESCOLAS 33 - SANITÁRIOS INFANTIS 34 - ANFITEATRO 35 - AUDITÓRIO 36 - SANITÁRIO ADULTOS 37 - FOYER 38 - PÁTIO COBERTO 39 - HALL DE ENTRADA 40 - GUARITA 41 - BICICLETÁRIO 42 - ESTACIONAMENTO 43 - ÁREA DESCOBERTA 44 - DEPÓSITO DE LIXO 45 - CENTRAL DE GÁS


No segundo pavimento como mostra a figura 65 estão os crianças pré-cadastradas que podem usar o espaço fora do seu PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT ambientes complementares, como sala de desenvolvimento período escolar. O projeto detalhado com todas as informações motor, sala de informática, sala de educação especial e sala de pertinentes ao anteprojeto desse pavimento pode ser conferido atividades múltiplas. Esses ambientes são acessados pela rampa na prancha 04/08 em anexo no volume 02 desse trabalho. de entrada no térreo e são de usos dos alunos da creche e de LISTA DE AMBIENTES

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Figura 65 - Planta baixa do primeiro pavimento Fonte: Desenvolvido pelo autor

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46 - AUDITÓRIO 47 - CIRCULAÇÃO 48 - SALADE ATIVIDADES 01 49 - SALA DE ATIVIDADES 02 50 - SALA DE ATIVIDADES 03 51 - SALA DE INFORMÁTICA 52 - LAJE TÉCNICA


7.5.1 A modulação aplicada aos ambientes

exemplo, a Diretoria que possue 360x300cm ou os vestiários que possuem 300x300cm. Alguns ambientes como os de cor PRODUCED BY AN PRODUCT todas as medidas lineares divisíveis por 60cm Após análise das áreas a medida modular adotada foiAUTODESK a de EDUCATIONAL azul não possuem 60cm, essa medida serviu para criar uma malha, direcionando mas minimamente uma delas, como por exemplo a cozinha que a confecção de cada espaço. Na imagem 66 podemos ver os possui 790x600cm, 790cm não é múltiplo de 60cm mas 600cm ambientes que possuem cores laranja sendo espaços que tem sim. em suas medidas internas valores divisíveis por 60, como por LISTA DE AMBIENTES

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Figura 66 - Esquema de cores dos ambientes modulares Fonte: Desenvolvido pelo autor

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01 - SECRETARIA 02 - DIRETORIA 03 - SALAS DOS PROFESSORES 04 - COPA 05 - REFEITÓRIO 06 - COZINHA 07 - CARGA E DESCARGA 08 - VESTIÁRIO MASCULINO 09 - ÁREA DESCOBERTA 10 - LAVANDERIA 11 - DEPÓSITO 12 - DESPENSA 13 - D.M.L 14 - VESTIÁRIO FEMININO 15 - ROUPARIA 16 - LACTÁRIO 17 - HIGIENIZAÇÃO 18 - CRECHE I 19 - AMAMENTAÇÃO 20 - BERÇÁRIO 21 - FRALDÁRIO 22 - SALA DE ARTE/CULINÁRIO 23 - SOLÁRIO CRECHE I 24 - CRECHE II 25 - SANITÁRIO CRECHE II/III 26 - SOLÁRIO CRECHE II 27- DEPÓSITO 28 - SANITÁRIOS ACESSÍVEIS 29 - CRECHE III 30 - ESPAÇO ÁGUA 31 - ESPAÇO VERDE 32 - PRÉ-ESCOLAS 33 - SANITÁRIOS INFANTIS 34 - ANFITEATRO 35 - AUDITÓRIO 36 - SANITÁRIO ADULTOS 37 - FOYER 38 - PÁTIO COBERTO 39 - HALL DE ENTRADA 40 - GUARITA 41 - BICICLETÁRIO 42 - ESTACIONAMENTO 43 - ÁREA DESCOBERTA 44 - DEPÓSITO DE LIXO 45 - CENTRAL DE GÁS


A proposta para que cada ambiente fosse dimensionado com essa lógica tem por objetivo o ideal que todos estariam aptos a receber esquadrias, forros, revestimentos e outros sistemas que possuem medidas múltiplas de 60cm, como por exemplo janelas de 120x110cm, foros de 60x60cm ou revestimentos cerâmicos de 30x30cm entre outros. Se fizermos a ampliação de um dos ambientes modulares com a malha de 60cm ao fundo, como por exemplo a creche II e o sanitário da creche II e III mostrado na figura 67, podemos concluir a importância de se modular as medidas internas de cada espaço. Posterior a malha de 60cm disposta, conseguimos locar os elementos de maneira facetada, ou seja, colocar os componentes através de suas faces junto ao quadriculado modular, como por exemplo as paredes, janelas, portas e nichos como mostra a figura. A malha estrutural foi locada posteriormente aos ambientes dimensionados, os eixos entre os pilares são a somatória entre número de módulos e zonas neutras. Nesse caso temos um multimódulo de 13M, ou seja, 13 vezes o módulo de 60cm com mais uma parede de 10cm de espessura, chegamos a uma medida de 790cm entre os eixos dos pilares. Quando modulamos as partes internas dos ambientes conseguimos com que as paredes sejam zonas neutras, podendo assim especificar quaisquer sistemas construtivos para execução da escola, tendo como consequência apenas a variação entre os eixos dos pilares. De acordo com essa filosofia de projeto

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conseguimos subtrair ou somar ambientes à escola, compondo variação entre os programas. Na figura 68 podemos ver uma primeira variação de implantação dessa mesma escola dentro desse mesmo terreno.

Figura 67 - Planta baixa Seccionada do térreo (ampliação da creche II e o sanitário da creche II e III) Fonte: Desenvolvido pelo autor


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Figura 68 - Esquema de variação de implantação (modelo 01) Fonte: Desenvolvido pelo autor PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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01 - SECRETARIA 02 - DIRETORIA 03 - SALAS DOS PROFESSORES 04 - COPA 05 - REFEITÓRIO 06 - COZINHA 07 - CARGA E DESCARGA 08 - VESTIÁRIO MASCULINO 09 - ÁREA DESCOBERTA 10 - LAVANDERIA 11 - DEPÓSITO 12 - DESPENSA 13 - D.M.L 14 - VESTIÁRIO FEMININO 15 - ROUPARIA 16 - LACTÁRIO 17 - CRECHE II 18 - SANITÁRIO CRECHE II/III 19 - SOLÁRIO CRECHE II 20- DEPÓSITO 21 - SANITÁRIOS ACESSÍVEIS 22 - CRECHE III 23 - ESPAÇO ÁGUA 24 - ESPAÇO VERDE 25 - PRÉ-ESCOLAS 26 - SANITÁRIOS INFANTIS 27 - ANFITEATRO 28 - AUDITÓRIO 29 - SANITÁRIO ADULTOS 30 - FOYER 31 - PÁTIO COBERTO 32 - HALL DE ENTRADA 33 - GUARITA 34 - BICICLETÁRIO 35 - ESTACIONAMENTO 36 - ÁREA DESCOBERTA 37 - DEPÓSITO DE LIXO 38 - CENTRAL DE GÁS


Nesse primeiro caso podemos ver um modelo de escola sem a No segundo modelo como mostra a figura 69 podemos ver uma creche I e sem a sala de artes/culinária, compondo assim uma nova implantação em um terreno maior, nesse caso o auditório maior área que poderia se usada para o lazer. Nesse primeiro e a rampa foram subtraídos, ampliando assim a área de pátio modelo se quiséssemos poderíamos fazer a repetição completa descoberto. Esse modelo ganhou afastamento entre setor PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT da creche II e III e seus respectivos sanitários, com uma pequena administrativo e o pedagógico com o setor de serviço, garantindo variação de 10 cm a mais que seriam somados a creche III devido mais fluidez entre os volumes, contribuindo para o conforto. ela não possuir nenhuma zona neutra dentro do seu espaço entre os eixos dos pilares. LISTA DE AMBIENTES

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01 - SECRETARIA 02 - DIRETORIA 03 - SALAS DOS PROFESSORES 04 - COPA 05 - REFEITÓRIO 06 - COZINHA 07 - CARGA E DESCARGA 08 - VESTIÁRIO MASCULINO 09 - ÁREA DESCOBERTA 10 - LAVANDERIA 11 - DEPÓSITO 12 - DESPENSA 13 - D.M.L 14 - VESTIÁRIO FEMININO 15 - ROUPARIA 16 - LACTÁRIO 17 - CRECHE II 18 - SANITÁRIO CRECHE II/III 19 - SOLÁRIO CRECHE II 20- DEPÓSITO 21 - SANITÁRIOS ACESSÍVEIS 22 - CRECHE III 23 - ESPAÇO ÁGUA 24 - ESPAÇO VERDE 25 - PRÉ-ESCOLAS 26 - SANITÁRIOS INFANTIS 27 - ANFITEATRO 28 - PÁTIO COBERTO 29 - HALL DE ENTRADA 30 - GUARITA 31 - BICICLETÁRIO 32 - ESTACIONAMENTO 33 - ÁREA DESCOBERTA 34 - DEPÓSITO DE LIXO 35 - CENTRAL DE GÁS

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Figura 69 - Esquema de variação de implantação (modelo 02) Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Dessa maneira, aplicando esse conceito de projeto podemos criar diversas formas de implantação sempre que necessário. Esse método se torna completamente positivo devido os modelos poderem se variar e se remodelar de acordo com o programa de necessidades e seus sistemas construtivos aplicados, tornando assim um projeto de fácil adaptação ao uso e à construção. 7.5.2 Entrada Logo adjacente ao acesso principal foi deixado um grande recuo até o inicio do auditório, esse afastamento serve de respiro para o passeio e para os veículos que pararão ali para desembarque e embarque das crianças. Após esse merecido acesso o primeiro espaço concreto é a guarita, espaço destinado a espera dos pais e recepção de chegada dos alunos para seus respectivos dias letivos. Esse espaço é lúdico possui relação com o jardim na parte frontal do terreno e com o bicicletário além de possuir bancos e efeitos lumínicos ao entardecer proporcionado pelo sol ao bater nas aberturas feitas no teto e no muro da escola como mostra a figura 70.

Figura 70 - Guarita de entrada Fonte: Desenvolvido pelo autor

Passado a guarita, as crianças encontram um grande Hall de chegada com uma rampa de acesso vertical com um playground lúdico instalado nela mesma como mostrado na figura 71 que se abre ao pátio interno garantindo mudança de escala ao mesmo tempo em que atrai os alunos para brincadeiras, proporcionando às crianças liberdade e descontração logo na entrada.

Figura 71 - Hall de entrada com acesso vertical Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.5.3 Pátio interno

7.5.4 Auditório

Esse espaço é gerador de grande qualidade ao complexo educacional, é nele que todas as relações entre os ambientes serão estabelecidas. Ele servirá de local para brincadeiras em dias chuvosos e de muito sol, protegendo as crianças dos intemperes garantindo conforto. Os beirais de ambos os blocos tanto o frontal como o do fundo servem para proteção interna do pátio, ele possuiu forma retangular bem linear contornando os setores e se abrindo na parte chanfrada do terreno como descrito acima. O pátio garante privacidade para as crianças, conforto e segurança, além de qualidade espacial por ser um ambiente amplo e qualitativo como descrito e pode ser compreendido com a figura 72.

O auditório possui forte relação com a escola por ser um ambiente de uso tanto interno como externo. Seu projeto foi pensando para que ele se torne versátil e aberto aos eventos que acontecerem no anfiteatro como apresentações, recitais e teatros. O fechamento se propõe a abrir-se em dias festivos estendendo-se ao exterior, se relacionando com todo o pátio descoberto e seu paisagismo. Nesse bloco como mostra a figura 73 o pé-direito é duplo, garantido composição de arquibancada para acoplar 100 pais além de acesso vertical para o primeiro pavimento e apoio como banheiros e foyer.

Figura 72 - Pátio Interno Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 73 - Auditório aberto ao exterior Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.5.5 Refeitório

7.5.6 Sala de artes e culinária

O refeitório possui relação direta entre cozinha e pátio interno com a sala de artes/culinária que dá acesso aos fundos da escola. Esse espaço de alimentação é aberto e possui uma parede inteira voltada para frente da escola que é inteiramente de cobogós para composição de luz e sombra ao entardecer criando um efeito agradável ao espaço. O espaço possuiu pé direito de três metros de altura garantindo conforto aos pequeninos alunos. As mesas como mostra a imagem 74 estão dispostas de maneira que os alunos comam em grupos e se sentem um ao lado do outro em longos bancos.

Essa sala é totalmente aberta e possui relação direta com o exterior como mostra a figura 75, ela serve para atividades de pintura e artes em geral, além de confecção de comidas simples para as crianças feitas por elas mesmas tais como bolos, biscoitos e outros. A proposta desse espaço é que as crianças possam sair da sala e vivenciar de maneira controlada o espaço aberto, sem limites de portas e janelas como o usual.

Figura 74 - Refeitório Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 75 - Sala de artes/culinária Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.5.7 Creche

7.5.8 Solários

As creches foram projetadas para que espaços de convívio e atividades possam ir além de mesas e carteiras, nesses casos todas as janelas ganharam recuo tanto para conforto quanto para criação de um estar individual e lúdico para as crianças em horários de leitura ou atividades. As janelas são de peitoril baixo com 60cm de altura como mostra a figura 76 que trazem relação interior com o exterior para o público a qual se destina o espaço, as crianças.

São ao todo dois solários sendo uma para a creche I e o outro para a creche II, eles fazem papel de proteção dos alunos de zero a 2 anos em seus momentos de lazer. Os solários junto com os demais espaços ao fundo foram planejados para que cada um desempenhasse uma função e que juntos tragam uma espécie de parque linear infantil como mostra a figura 77. As atividades vão de brincadeiras no playground, contato com vegetação, além do elemento água e terra que trarão diferentes sensações para os alunos da escola compondo um paisagismo rico em aprendizado e experiência que irão se estender para composição interior de cada sala.

Figura 76 - Creche III Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 77 - Solário compondo o parque linear infantil Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.5.9 Salas de atividades extracurriculares As salas de atividades extracurriculares possuem vistas para os fundos e para o pátio interno, sua fachada predominante é o leste, a cobertura é aparente e todas as salas possuem shed’s que garantem conforto térmico e lumínico ao espaço. As esquadrias são amplas como mostra a figura 78 e seu peitoril possui altura de 60cm garantindo relação dos alunos com o exterior.

por objetivo descrever através da arquitetura toda a poética de ludicidade composta em cada proposta. A escola usa a estação primavera para composição dos espaços e é através disso que cada espécie de flores e folhagens compõe por meio das cores cada ambiente. Na figura 79 podemos ver todas as espécies de vegetações escolhida para composição do esquema.

Figura 78 - Sala de atividades extracurriculares Fonte: Desenvolvido pelo autor

7.6 PAISAGISMO O paisagismo foi criado de maneira a se comunicar diretamente com as crianças durante o período integral de ensino. Ele tem

Figura 79 - Esquemas de flores escolhidas para extração das cores de referência Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Através de pesquisas relacionando cores e arquitetura conseguimos compor um esquema geral de paleta de cores que poderiam ser usados como principais para cada espaço da escola. Esse esquema como mostra a figura 80 determina uma espécie de vegetação e posteriormente a cor predominante em suas flores ou folhagens, extraindo assim uma tonalidade que será para composição dos espaços. Depois do esquema pronto, as cores foram dispostas segundo suas relações, criando assim uma paleta organizada que vai do rosa ao marrom. As cores foram usadas para composição de revestimentos, mobiliários e para definição de cada uso na parte dos fundos onde estão os solários. Na figura 81 podemos ver a planta de implantação do paisagismo e suas interfaces entre espaço interno e externo e como a cor foi parte principal para definição de cada ambiente. O projeto detalhado com todas as informações pertinentes ao anteprojeto do paisagismo pode ser conferido na prancha 02/08 em anexo no volume 02 desse trabalho. Figura 80 - Esquema de cores e espécies de vegetação Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Figura 81 - Planta de implantação do paisagismo Fonte: Desenvolvido pelo autor PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

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01 - SECRETARIA 02 - DIRETORIA 03 - SALAS DOS PROFESSORES 04 - COPA 05 - REFEITÓRIO 06 - COZINHA 07 - CARGA E DESCARGA 08 - VESTIÁRIO MASCULINO 09 - ÁREA DESCOBERTA 10 - LAVANDERIA 11 - DEPÓSITO 12 - DESPENSA 13 - D.M.L 14 - VESTIÁRIO FEMININO 15 - ROUPARIA 16 - LACTÁRIO 17 - HIGIENIZAÇÃO 18 - CRECHE I 19 - AMAMENTAÇÃO 20 - BERÇÁRIO 21 - FRALDÁRIO 22 - SALA DE ARTE/CULINÁRIO 23 - SOLÁRIO CRECHE I 24 - CRECHE II 25 - SANITÁRIO CRECHE II/III 26 - SOLÁRIO CRECHE II 27- DEPÓSITO 28 - SANITÁRIOS ACESSÍVEIS 29 - CRECHE III 30 - ESPAÇO ÁGUA 31 - ESPAÇO VERDE 32 - PRÉ-ESCOLAS 33 - SANITÁRIOS INFANTIS 34 - ANFITEATRO 35 - AUDITÓRIO 36 - SANITÁRIO ADULTOS 37 - FOYER 38 - PÁTIO COBERTO 39 - HALL DE ENTRADA 40 - GUARITA 41 - BICICLETÁRIO 42 - ESTACIONAMENTO 43 - ÁREA DESCOBERTA 44 - DEPÓSITO DE LIXO 45 - CENTRAL DE GÁS


7.6.1 Rosa

7.6.2 Lilás

A cor rosa está presente na creche I, esse espaço possuem apenas crianças de zero meses a um ano, a cor nessa idade é muito importante e pouco importa qual, afinal os bebês ainda não conseguem distinguir seus gostos e preferência, podendo assim usa-la para ambos os sexos. A cor rosa em tom mais suave determina um cenário tranquilo, agradável e fresco tanto no berçário e na amamentação quanto na sala de atividades, fraldário e solário. O solário da creche I apresenta flexibilidade de mobiliário e nada é fixo como podemos ver na figura 82, tudo segue uma linha de tranquilidade e cuidado para com os bebês, tudo simbolicamente relacionado com as flores de cerejeiras, delicadas e graciosas.

Esse espaço compreende a creche II e as crianças presentes aqui possui de 1 a 2 anos de idade. Esse espaço vem com a mesma linguagem que a creche II e passa através da cor lilás tranquilidade, conforto, frescor em uma doze um pouco mais forte que vem posterior ao rosa na escala de cores. Esse tom como mostra a figura 83 é predominante e foi levando em consideração aos gostos infantis e suas capacidades de pouco distinção entre masculino e feminino sendo assim cabível a ambos os sexos. As salas assim como o solários terão brinquedos tão flexíveis como os da creche I, porém dessa vez em uma escala um pouco maior. O espaço artes/culinária recebe essa cor de forma viva o que agrega ainda mais vida à hora de criação de doces e bolos, fugindo do tradicional branco para essa área e afins. O degradê composto nos pisos já pode ser vistos criando uma união ao mesmo tempo que delimita os limites de cada espaço.

Figura 82 - Solário da creche I Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 83 - Solário da creche II Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.6.3 Azul

7.6.4 Verde

A cor azul nesse espaço traz o conceito de água, ela está presente na creche 3 e é um tom que atende tanto a meninos quanto a meninas, tornando o espaço não exclusivo entre um dos sexos mas algo natural capaz de atender a qualquer gênero. Nesse espaço como mostra a figura 84 a parte de fora traz brinquedos com água como esguichos no piso, bicas que saem do muro, além de módulos mais fundos no piso criando assim poças de água quando o espaço estiver molhado. Será uma área de convívio a todos em dias ensolarados de verão, trará qualidade aos espaços e lazer a todos da creche.

Esse espaço trará contato das vegetações com os alunos. Os espaços internos que usam essa cor são as pré-escolas. Na parte de fora como mostra a figura 85 possuem módulos gramados, vegetações como arbustos nos muros e uma horta vertical para uso dos alunos aprenderem sobre natureza e ecologia. Esse espaço com cor forte e predominante traz novas sensações visuais além de tato através de novas texturas do piso com as gramas.

Figura 84 - Espaço Água Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 85 - Espaço Vegetação Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.6.5 Amarelo

7.6.6 Laranja, vermelho e marrom

O amarelo é uma cor bem predominante e está presente na parte do auditório e em toda área descoberta restante. O amarelo traz consigo a ideia de areia e caixas em módulos de 120x120cm foram dispostos para brincadeiras das crianças, nessas áreas os espaços são mais livres e fluidos e árvores foram postas adjacentes aos muros para sombras dos locais. Nessa área está o auditório e o anfiteatro como podem ver na figura 86 que serve de espaço lúdico além de mescla entre o amarelo e o laranja criando ainda um degradê entre as cores escolhidas.

Nesse espaço que é o pátio interno estão presentes as três cores finais, o laranja, o vermelho e o marrom. O vermelho foi usado na área da administração que junto com o concreto e o branco das paredes se criou um ambiente formal ao mesmo tempo descolado pela cor chamativa no chão. A área mais aberta que está o refeitório ficou por conta da cor laranja que é bem usual para ambientes de alimentação como mostra a figura 87. A cor marrom ficou aplicada na área do Buffet das crianças e em alguns detalhes. Esse espaço sofre bastantes influências das cores presentes das salas das creches e pré-escolas fazendo com que haja uma grande aquarela no piso, misturado assim através dos módulos do chão.

Figura 86 - Espaço Terra Fonte: Desenvolvido pelo autor

Figura 87 - Espaço sensações (pátio interno) Fonte: Desenvolvido pelo autor

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As cores presentes nos espaços foram escolhidas de acordo com as espécies de vegetação. Cada espaço possui uma função e uma ideia para a criação de sensações que agregarão aprendizado aos alunos. O piso foi alvo certo para aplicação desse conceito já que era elemento comum entre todos os ambientes. A modulação foi auxiliadora para mistura das cores ao mesmo tempo em que criava uma divisão entre os espaços, tornando assim a ideia de cada setor harmônico um com o outro, trazendo assim qualidade a cada ambiente. 7.7 CONFORTO As questões de conforto começam desde a implantação da escola, os setores foram posicionados de forma que cada fachada estivesse favorável ao posicionamento solar. Toda a escola foi elevada a 60 cm de altura em relação ao nível da calçada, tal medida foi essencial já que foi identificado alagamentos na região de implantação. Quanto aos setores, o setor pedagógico

ficou ao fundo e toda a sua fachada permanece voltada para o leste, o sol nesse caso que é na parte da manhã é recomendável e favorável à saúde das crianças. O setor de serviços e suas áreas molhadas foram locados para o Norte, essa fachada pega sol durante quase todo o dia, favorecendo assim a salubridade do espaço. O setor de atividades extracurriculares ficou com suas aberturas também voltadas para o leste e um corredor circundando a fachada oeste foi posto para proteção solar dessa fachada desfavorável durante a tarde. A abertura do pátio interno ficou para o sul, fachada com insolação apenas no inverno, tornando assim o espaço iluminado sem a presença efetiva do sol. Nesse espaço interno do pátio o contraponto entre volume de 2 andares na frente e a creche térrea ao fundo, faz com que se crie uma espécie natural de shed gigante, iluminando assim toda a área de lazer coberta da escola. Toda a fachada da creche ganhou nichos internos que sombreiam a salas de forma natural através desses elementos criado, além de compor ritmo harmoniosamente a fachada como mostra a figura 88. Esses elementos foram dispostos através da malha modular criada em cada ambiente.

Figura 88 - Fachada da creche sem o muro dos fundos Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Os elementos como cobogós estão presentes no projeto em vários espaços compondo visibilidade, ventilação e proteção solar aos espaços. A fachada principal como mostra a figura 89 como citado acima está voltada para o oeste, foi então que o corredor de acesso as salas de atividades extracurriculares foi posto para essa fachada, protegendo assim as salas que estão postas nesse andar. As salas de atividades extracurriculares e as creches I, II e III receberam shed’s que estão voltados para a fachada sul, eles agregam conforto através da iluminação vinda das janelas posta no alto, além de criar uma saída natural do ar quente que é chamado de efeito chaminé. O setor pedagógico ganhou grandes beirais tanto para os fundos como para a parte de dentro do pátio interno, fazendo com que as paredes estejam mais protegidas dos

Figura 89 - Fachada principal de acesso à escola Fonte: Desenvolvido pelo autor

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intemperes como chuvas. As salas ganharam grande janelões de 120x200cm criando grande iluminação natural em todas as salas de aula da escola, além de grandes aberturas para ventilação quando necessário. A escola em geral possui grande fluidez dos ventos dominantes além de possuir variação de altura entre o bloco da frente mais alto que sombreia o de traz mais baixo. Os ambientes como descritos acima estão protegidos das péssimas insolações, favorecendo a iluminação natural além de relação direta com os espaços de paisagismo da escola, agregando qualidade espacial completa dos ambientes, tornando assim a UMEI salubre e vívida às crianças. O projeto detalhado com todas as informações pertinentes ao anteprojeto tais como cortes e elevações podem ser verificadas respectivamente nas pranchas 06/08 e 07/08 em anexo no volume 02 desse trabalho.


7.8 MATERIALIDADE

7.8.1 Sistema estrutural

Todas as escolhas relacionadas a construção e especificação do complexo, foi feita de maneira a compor a racionalização construtiva tornando os elementos mais compatíveis entre si. A relação de medidas dos componentes foram um dos pontos importantes para a escolha, sua padronização e inserção no campo de soluções globais também foi alvo de análise. As escolhas e análise de cada material foram feita após a definição do módulo, tornando assim a escolha do material mais assertiva, ideal para a especificação, compondo assim uma ordem mais favorável de estudo. As soluções globais na especificação tornam o projeto mais simples, mais fácil de ser executado e exclui complexidade durante a construção o que compõe caráter racional a obra, garantindo menos desperdício e erros durante a fase de execução. A arquitetura com o conceito de modulação, componentes certos e soluções globais de detalhamento aplicados, favorece para que o projeto se alto resolva em questões de compatibilização. Isso ocorre devido às decisões estarem envoltas por questões comuns que fazem com que cada elemento seja um compatível ao outro. Através disso conseguimos a compatibilização natural entre os sistemas, evitando problemas que só seriam identificados após a sobreposição de todos os

O sistema estrutural escolhido foi o pré-moldado composto por pilares, vigas e lajes. Esse sistema agiliza a obra, uma vez que as peças vem prontas para serem locadas no canteiro de obra, além de garantia de qualidade mínima garantida pelas empresas. Os pilares escolhidos foram os de seção quadrada de 30x30cm com braço de apoio, as vigas são de 30x20cm e as lajes são em modelo “TT”, todos eles em concreto. As especificações de cada elemento estrutural podem ser conferidas na tabela 12 e o esquema geral de especificação na figura 90.

projetos complementares.

Tabela 12 – Especificações dos principais elementos estruturais usados na UMEI

ELEMENTO Pilar

Viga

Laje

TIPO

Retangular com cabeça simples Retangular simples Calha/calha com platibanda Sistema em "TT"

MATERIAL

DIMENSOES

Concreto

30x30cm

Concreto

20x30cm

Concreto

20x30cm

Concreto

250x600cm

Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Figura 90 - Esqueleto estrutural do sistema aplicado na UMEI (elementos pré-moldados) Fonte: Desenvolvido pelo autor

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7.8.2 Sistema de vedação O sistema de vedação escolhido para as paredes internas da UMEI foi o Light Steel Framing, composto por estruturas e perfis metálicos e chapas em gesso acartonado configurando divisórias em drywall. Esse sistema é executado por profissionais especializados de forma racionalizada e ágil dentro da obra após elementos estruturais tais como pilares, vigas e lajes estarem prontos. As vantagens são muitas, tais como zero desperdício, chapas com medidas que auxiliam a modulação, espaço entre as chapas para colocação de isolantes térmicos e acústicos PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

Os pilares e vigas são simples e bem usuais para esse tipo de edificação, são modelos que agregam agilidade a obra além de trazer vantagens construtivas e estéticas. O modelo da laje escolhida possui vantagens devido ao seu desenho, o que faz com que a interface entre ela e a viga crie um espaço que pode ser usado para a passagem de tubulações como mostra o detalhe da figura 91. Esse espaço faz com que nenhuma tubulação encontre viga ao descer de um andar para o outro, podendo passar quaisquer tubulações pelo teto. Os demais detalhes construtivos com mais informações podem ser conferido na prancha 08/08 em anexo no volume 02 desse trabalho.

Figura 91 - Detalhe 01 Fonte: Desenvolvido pelo autor


entre outros. Os perfis internos são furados e propícios a passagem de instalações predias hidráulicas, elétricas e outras evitando a quebra da parede durante o processo de instalação destes, tornando a obra mais racionalizada e de fácil manuseio a ampliação. Esse sistema possue tipologias para áreas secas e úmidas, podendo ser usada tanto em salas de aula como em cozinhas e banheiros. Os cobogós em concretos foram dispostos em diversos lugares, agregando estética e conforto térmico e visual ao projeto. O fechamento do auditório é em vidro com manobra de abertura do tipo camarão para que este espaço seja versátil quando necessário. A tabela 13 lista todos os elementos destinados as vedações da edificação que foram especificadas no projeto além de mostrar um esquema simplificado dos sistemas de fechamento mostrado na figura 92. Tabela 13 – Especificações dos principais elementos de vedações (alvenaria, cobogós e panos de vidro) usados na UMEI

ELEMENTO Alvenaria

TIPO Internas

Cobogós

Externas De concreto

Panos de vidro

Sistema de camarão

MATERIAL Gesso acartonado Placa cimentícia Concreto Vidro de alto desempenho e estrutura em alumínio

DIMENSOES 120x300cm 120x300cm 60x60cm

Figura 92 - Esquema de aplicação dos sistemas de fechamento Fonte: Desenvolvido pelo autor

Nos sistemas de fechamentos como portas e janelas a especificação partiu da racionalização alinhada ao pleno desempenho dos componentes. Os fechamentos como janelas são de Policloreto de Vinila (PVC) sendo de fácil limpeza, alto desempenho acústico e térmico além de ser leve e de fácil execução, agregando soluções globais de detalhamento a UMEI. As portas tanto de salas de aulas como de áreas de serviços serão em madeira de lei e poderão ser instalados através do sistema de porta pronta como mostrado na tabela 14.

Detalhe separado

Fonte: Desenvolvido pelo autor

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Tabela 14 – Especificações dos principais elementos de vedações (portas e janelas) usados na UMEI

ELEMENTO Portas

Janelas

AMBIENTE Banheiros Salas Serviço Banheiros Salas de aula Salas da escola Serviço

MATERIAL

DIMENSOES

Madeira Madeira Madeira PVC PVC

80X210cm 80x210cm 90x210cm 60x60cm 120x200cm

PVC

120x100cm

PVC

60x60cm

Fonte: Desenvolvido pelo autor

O sistema de cobertura, parte que foi pensada com grande atenção, atribuiu grandes benefícios à edificação. A telha especificada foi a trapezoidal metálica sanduiche, garantindo proteção impermeável além de contribuir para o condicionamento acústico e térmico dos ambientes. As salas de atividades extracurriculares, o auditório, as creches e as pré-escolas foram os ambientes que receberam esse tipo de cobertura. A cor escolhida para as telhas foi a branca que agrega limpeza visual do lado de dentro dos espaços e grande reflexão dos raios solares do lado de fora do telhado. A estrutura de apoio escolhida foi a metálica que junta dos pilares e vigas em concreto atribui estética industrial ao projeto. Outros elementos como calhas e rufos podem ser conferidos na tabela 15 ali especificados. O projeto detalhado com todas as informações pertinentes ao

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anteprojeto da cobertura pode ser conferido na prancha 05/08 em anexo no volume 02 desse trabalho. Tabela 15 – Especificações dos principais elementos de vedações (Cobertura) usados na UMEI

ELEMENTO Telha Calha Rufo

TIPO Trapezoidal Sanduíche

MATERIAL

Aço galvanizado Concreto Acoplado com Impermeabiliza a viga do Aço Metálico galvanizado

DIMENSOES 107x200cm 30X20cm 20cm por metro linear

Fonte: Desenvolvido pelo autor

Os sistemas de vedações trazem segurança, conforto e privacidade ao usuário e são partes essenciais para execução completa da edificação. Cada sistema descrito acima foi pensado para que a obra atinja seu principal objetivo que é ser de rápida execução e racionalizada. Esses sistemas especificados são funcionais, fáceis de serem instalados e já vem há anos sendo aplicados ao uso institucional escolar. Todos os componentes listados auxiliam na modulação devido suas medidas e foram escolhidos para que sejam elementos que possam ser repetidos dentro de um mesmo projeto, atribuindo um processo fabril à execução desse modelo de UMEI.


7.8.3 Revestimentos Os revestimentos foram sem dúvida algo bem marcante e de grande importância para que o conceito da escola fosse atendido. Os pisos são os revestimentos que mais chamam atenção ao entrar na UMEI. Os materiais especificados nas partes internas das salas foram os vinílicos em placas de 60x60cm atendendo assim a modulação desses ambientes, cada cor foi escolhida de forma que houvesse uma relação entre conceito e espécie vegetal inspiradora. Esse material é indicado para ambientes com crianças devido suas grandes vantagens como alta resistência, fácil limpeza e rápida execução e custo relativamente baixo comparados a outros com as mesmas propriedades. Os materiais aplicados nos pisos fora das salas foram pintura epóxi sobre contra piso de concreto nas cores escolhidas para cada ambiente, as tonalidades atenderam ao conceito e criaram um espaço lúdico, agradável e convidativo ao bem estar infantil. As áreas de serviço ganharam o mesmo material citado acima, porém na cor cinza, nos sanitários infantis e de adulto os revestimentos ficaram por parte dos azulejos de 15x15cm que revestem as paredes agregando personalidade e mistura de cores em cada espaço de acordo com vegetação e cor de conceito, além de ter medida modular favorável a racionalização. 7.8.4 Instalações

As instalações são sempre alvos de problemas possíveis em quaisquer edificações, sua execução sem planejamento faz com que sempre tenhamos uma obra sem atendimento pleno ao uso. Essa carência de projeto além de não atender aos usos exigidos, gera incompatibilidades e patologias as edificações, interferindo diretamente na estética da mesma com as famosas “gambiarras”. O bom planejamento das instalações, atendendo assim todo o uso e a especificação apropriada do sistema que mais se enquadra ao edifício é de fundamental importância para que a obra seja racionalidade sem retrabalhos e problemas futuros. Quando falamos de instalações prediais, o principal sistema que mais acarreta problemas é o hidrossanitário devido sua rigidez aplicada às peças que o somam agregando funcionamento ao conjunto, o que torna a obra de difícil resolução sempre que houver alguma incompatibilidade durante a fase de execução que não foi vista em projeto. O sistema aplicado na UMEI foi o Pex, usado tanto para água quente e fria e ar condicionado, mas que pode também aplicar-se ao sistema de aquecimento solar e calefação. Essa tecnologia é relativamente nova no mercado e possui diversas vantagens e soluções para problemas de incompatibilizações. Seu sistema é feito em tubos flexíveis em Polietileno com conexões metálicas somando assim um conjunto completo que se aplica às colunas de alimentação, recalque, ramais e sub-ramais. O esquema de como o sistema funciona pode ser compreendido na figura 93 a seguir. Francisco Ruy

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Figura 93 - Esquema simplificado da aplicação do sistema Pex Fonte: <http://merckits.com.br>

Como mostrado no esquema a acima essa sistema não perde em nada comparado aos demais, eles possue o mesmo desempenho como os outros, mas possuem vantagens a mais. Dentre suas principais vantagens que foi primordial para aplicação na UMEI foi o fato de o tubo flexível poder fazer curvas sempre que necessário como mostra a figura 94, reduzindo assim as conexões entre eles como joelhos e cotovelos, evitando assim riscos de vazamentos entre as peças. O material é de alta resistência e pode receber 128

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um calor de até 95º C além de não sofre corrosão como as instalações galvanizadas. O sistema serve para que esses tais problemas sejam resolvidos garantindo assim vida mais útil às instalações e a edificação, além de facilidade de ampliação quando necessário já que as mangueiras são flexíveis.


e componentes no teto serão dispostos em leitos metálicos aparentes, facilitando a resolução de problemas além de poder dispensar a aplicação dos forros, agregando à UMEI uma estética industrial como comentado acima.

Figura 94 - Esquema do sistema Pex executado Fonte: <http://www.cfg.com.br>

As instalações elétricas terão sua passagem através das partes internas das paredes de drywall, tendo assim flexibilidade e liberdade de espaço. As paredes como são “ocas” acomodam de maneira facilitada os elementos dessa instalação como mostrado na figura 95. As fiações para alimentação de luminárias

Figura 95 - Acomodação dos conduítes entre os perfis metálicos das paredes Fonte: <http://brunarosa.arteblog.com.br>

As instalações são necessárias para o efetivo funcionamento das edificações, no caso da UMEI os dois sistemas principais foram pensados para que sejam de fácil execução e sirvam de novos testes para esse protótipo que é esse projeto. Tudo foi pensado

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para que o projeto pudesse ser fabril e ágio e compatibilizado entre os sistemas, para que nenhuma interfira no desempenho do outro. Existem muitos meios para se projetar uma edificação racionalizada e as decisões e especificações feitas nesse projeto foram os melhores meios encontrados para se compor uma UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL para o a cidade de Vila Velha. O projeto conta com caráter de baixo custo, fácil execução, facilidade de ampliação e que atendesse todas as necessidades dos usuários. Sendo assim temos um ótimo protótipo de projeto modelo a ser usado para as construções de novos complexos educacionais para o município, atendendo assim de forma objetiva as metas do governo federal.

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Conclus達o Francisco Ruy

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Após análise teórica e crítica das informações aqui contidas, pode-se concluir que a construção de escolas no Brasil, que auxiliam para o desenvolvimento da educação no país, tem sido meta vigente dentro de todos os estados, o que possibilita a ampliação do acesso legal as condições de cultura, capacitação e informação para cada cidadão. Novos alunos matriculados até 2016 tem sido o objetivo geral de dever obrigatório para cada estado brasileiro, atribuindo assim necessidade para projeto e construção de novos edificios escolares por todo o país. A escola proposta deve ser de execução rápida e eficiente para comportarem e atenderem de maneira agilizada e salubre o acesso a educação para todos os alunos. Com isso fez-se necessário o uso do sistema de coordenação modular, que veio como conceito para o planejamento adequado da arquitetura, visando a racionalização dos recursos e favorecendo para que a obra seja cada vez mais industrializada. Verificou-se então que as construções no Brasil de maneira geral tem passado por grandes transformações dentro e fora dos canteiros de obras, o que faz com que os executores busquem cada vez mais projetos simplificados quanto as especificidades dos componentes, soluções mais globalizadas e menor complexidade entre os sistemas envolvidos. Essa busca por novos padrões e metodologias vem pelo fato de que as construtoras tem encontrado problemas quanto a execução

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e gerenciamente de soluções muito específicas o que torna a construção ainda mais complexa, de alto custo e dependendo da construção dessas interfaces, propíceis a problemas futuros. A compatibilização entrou como requisito para gerenciamento das etapas e pela busca de resolução de problemas ainda não detectados, ela vem como mentora de prevenção a patologias e problemas futuros da edificação. Através dessa análise, junto com os estudos de caso que evidenciaram o uso pleno e satisfatório da racionalização em escolas internacionais e nacionais, além de composição poética e qualitativa desses espaços públicos, conseguimos desenvolver um projeto com base nas legislações vigentes e que se enquadrasse ao módulo escolhido, garantindo assim compatibilidade entre os componentes. Após isso as especificações foram pensadas de maneira a agilizar a obra através dos componentes pré-moldados, sistemas predias eficiencies em seu funcionamento e conceito poético aplicado, garantindo funcionalidade a obra e atendimento humanizado as crianças.

necessidade de construção de novos edificios de mesmo uso, sabendo assim que a obra será racional, ágil e não favorável a problemas futuros, garantindo produtividade para esse tipo de edificação além de atendimento pleno aos usuários dessa unidade municipal de educação infantil. Sendo assim o projeto teve conceito a estação primavera que serviu para tomadas de decisões na espacialidade da escola. A estação traz sensações que favorecem o aprendizado das crianças, ela foi tratada de forma que as cores , sensações e texturas das flores e plantas. Com isso pode-se compor os ambientes de acordo com cada idade e vegetação, atribuindo singulariadade ao espaços através de questões lúdicas presentes na arquitetura, qualificando os ambientes infantis para as 308 crianças que estarão presentes.

Conclui-se então que a obra ela ganha produção fabril em sua execução. As medidas modulares acarretam menos vunerabiliades de erros já que elas são comuns ao módulo, a estrutura é pré-fabricada, e o projeto é facilmente amplido de acordo com o módulo quando necessário. Com isso temos um protótipo de UMEI que serve para base sempre que houver

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ReferĂŞncia Bibliografica Francisco Ruy

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ROSSO, T. Racionalização da construção. São Paulo: FAUUSP, 1980. VIOLANI, M.A.F. As instalações prediais no processo construtivo de alvenaria estrutural. Semina Ci. Exatas/tecnol, Londrina, v. 13, n 4, p. 242-255, dez. 1992.

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO:

ESCALA: INDICADA

01 08 NOV/2015

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PAISAGISMO

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: PLANTA BAIXA - PAISAGISMO ESCALA: 1/200

02 08 NOV/2015

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QUADRO DE ESQUADRIAS E FECHAMENTOS

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: CONJUNTOS

ESCALA: 1/200

03 08 NOV/2015

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PRIMEIRO PAVIMENTO

QUADRO DE ESQUADRIAS E FECHAMENTOS

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: CONJUNTOS

PLANTA BAIXA - PRIMEIRO PAVIMENTO ESCALA: 1/200

04 08 NOV/2015

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PLANTA DE COBERTURA

QUADRO DE ESQUADRIAS E FECHAMENTOS

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: CONJUNTOS

PLANTA BAIXA - COBERTURA ESCALA: 1/200

05 08 NOV/2015

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CORTE AA

CORTE BB

CORTE CC

CORTE DD

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: CORTE AA, CORTE BB, CORTE CC E CORTE DD ESCALA: 1/200

06 08 NOV/2015

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO:

ESCALA: 1/200

07 08 NOV/2015

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DETALHE 04

UNIDADE MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL - UMEI FRANCISCO RUY PRANCHA ANTEPROJETO DE ARQUITETURA ASSUNTO: DETALHE 01 E 02 EM CORTE ESCALA: 1/75

08 08 NOV/2015

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DETALHE 01

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