NT - maio 2013

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Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE

MAIO 2013 D.R.

No final de maio, Luís de Sousa encerrou mais uma etapa da sua vida no Médio Oriente. O treinador, que guarda gratas recordações do trabalho realizado com Nuno Marques, deixou o cargo de responsável pela seleção iraquiana da Taça Davis e regressa a Portugal no início de junho. Há cerca de dez anos que o português trabalhava naquela zona do globo. Arábia Saudita, Egito, Qatar e Jordânia inscrevem-se no seu percurso. Sente que o seu trabalho tem sido reconhecido naquela zona do planeta. “Sou bastante respeitado”, refere. Recentemente, Luís de Sousa esteve em Portugal, para estágio com a equipa iraquiana. Apesar dos milhares de quilómetros de distância, Luís de Sousa acompanhava o ténis português. “Temos um excelente nível”, considera o treinador. Luís Sousa, de 57 anos, volta a casa e está “disposto a abraçar um novo projeto”.

Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico.

Treinador das Arábias


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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

A excelência portuguesa O ténis português tem intérpretes de excelência. Todos sabemos isso. E tem árbitros conceituados e treinadores prestigiados. Também é indesmentível. Nesta edição de Notícias do Ténis, o tema de capa é dedicado a Luís de Sousa, um treinador das Arábias, que, recentemente, foi o mentor do Portugal Open Kids, iniciativa que juntou no Jamor jovens portugueses (ocuparam os dois primeiros lugares na classificação), jordanos, iraquianos e egípcios, por ocasião do Portugal Open. Luís de Sousa é um dos muitos agentes do ténis português que, dentro ou fora do país, contribuem para o engrandecimento da modalidade. Irmão de Manuel de Sousa, o popular “Manecas”, Luís de Sousa, indelevelmente ligado ao percurso de Nuno Marques no circuito profissional, esteve quase uma década a trabalhar no Médio Oriente, onde realizou um trabalho de qualidade.

Esta é a nossa chancela. E a verdade é que o trabalho desenvolvido por muitos portugueses, em todas as vertentes da modalidade e em muitos lugares do Mundo, é reconhecido internacionalmente. Vem a propósito a certificação da ITF, no final de maio, do Programa de Formação de Treinadores da Federação Portuguesa de Ténis – peça que poderá ler também nesta edição da Notícias do Ténis – para os próximos cinco anos. É uma importante certificação para a Federação Portuguesa de Ténis, uma das dez federações nacionais inscritas na ITF que tem o Programa de Formação de Treinadores aprovado pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude, sob tutela da Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude. Reunir competências é fundamental para o exercício de qualquer profissão. E a competência profissional é fruto de todo o processo de formação. Estamos no bom caminho!

FERNANDO CORREIA

EDITORIAL

VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

«A verdade é que o trabalho desenvolvido por muitos portugueses, em todas as vertentes da modalidade e em muitos lugares do Mundo, é reconhecido internacionalmente»

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356

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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Treinador das Arábias D.R.

Luís de Sousa regressa a Portugal no início de junho, depois de quase uma década a trabalhar no Médio Oriente. Esteve na Arábia Saudita, no Qatar, na Jordânia e no Iraque e também passou pelo Egito e por Moçambique. Depois de ter concretizado o objetivo de colocar um tenista português no “top” 100 — Nuno Marques —, Luís de Sousa saiu de Portugal “para evoluir no ténis”, mas, no presente, entende que existem “condições para estar“ no país natal. O treinador português, responsável pela seleção iraquiana da Taça Davis até finais de maio, considera que o ténis português tem “um excelente nível, atendendo à dimensão e à realidade financeira” do país. Elogia ainda a formação em Portugal, sublinhando que “já existem condições para os jogadores portugueses criarem a sua base de treino“.

LUÍS DE SOUSA vai voltar à terra natal, depois de uma aventura de cerca de dez anos no Médio Oriente

NOTÍCIAS DO TÉNIS — Há cerca de dez anos, deixou Portugal, para trabalhar no estrangeiro. Por que o fez? LUÍS DE SOUSA — Para evoluir no ténis. Penso que hoje já não será assim, uma vez que existem condições para estar em Portugal e evoluir. No entanto, é preciso viajar bastante. — Trabalhou em países de matrizes sociais e culturais muito diferentes. A sua adaptação foi difícil?

— Adapto-me com facilidade. Há cerca de dez anos que trabalhava nesta área do Mundo. Já trabalhei na Arábia Saudita, no Egito, no Qatar, na Jordânia e no Iraque. — Por exemplo, no Qatar, um país com grandes recursos, como é trabalhar sem limitações orçamentais?

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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

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— Trabalhar num país como o Qatar, com um poder económico muito grande, tem vantagens e algumas desvantagens. As vantagens é que, se o projecto é bom, não interessa quanto custa. As desvantagens é que a vida é demasiado fácil para os jogadores, o que se reflecte negativamente no “court”. — No caso das tenistas, como é a realidade no Qatar, quando, aos 14 anos, são obrigadas a envergar “burka”? — As meninas, em geral, deixam de jogar aos 14 anos, embora haja algumas excepções. — Quanto tempo esteve no Qatar? — Não estou no Qatar desde 2010. Estive lá com duas funções, de 2005 a 2010. A primeira função foi a de preparar a equipa do Qatar para os jogos Asiáticos de 2006, que se realizaram em Doha. Após termos feito os melhores resultados de sempre, fui convidado a ficar como director técnico e “Head Coach” da federação, assim como consultor técnico do Comité Olímpico do Qatar. Depois, fiquei mais quatro anos e as minha funções eram as de organizar um plano nacional de ténis, que passava por: fomento da modalidade, formação de quadros técnicos (tinha na federação 26 treinadores de vários países), planeamento de todas as seleções do Qatar (sub-12, sub-14, sub-16, sub-18 e da Taça Davis), assim como colaborar na organização dos grandes eventos (Qatar Open, Qatar Ladies Open e o Masters).

LUÍS DE SOUSA sente que é “bastante respeitado” no Médio Oriente

— Como é trabalhar no Iraque, alvo de uma intervenção militar dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha e que saiu de uma ditadura? — O Iraque é, sem dúvida, a experiência mais difícil da minha vida, não só pela questão da segurança, mas, também, pelas dificuldades inerentes à guerra. Tenho problemas de comunicação (quase ninguém fala inglês), não existem “courts” em número suficiente, o nível dos quadros técnicos é muito baixo, uma vez que os melhores treinadores abandonaram o pais. Por todas estas razões, terminei o meu acordo no final de maio e regresso a Portugal.

— Acha que granjeou prestígio no Médio Oriente? — Relativamente ao prestígio que tenho como treinador de ténis, sinto que, especialmente no Médio Oriente, sou bastante respeitado, obviamente pelo trabalho desenvolvido nos últimos dez anos. Isso deixa-me feliz, por saber que o meu desempenho é reconhecido. — Trabalhou também em Moçambique, numa parceria que envolveu as federações de Portugal e de Moçambique e o então Instituto do Desporto de Portugal. Como recorda essa experiência?

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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

... «Nuno Marques era realmente um grande talento»

LUÍS DE SOUSA considera que a Portugal está “ao melhor nível” na formação

— Na sua opinião, o que precisa o ténis português para evoluir mais? — Não estando em Portugal, não tenho a perceção dessas necessidades, embora reconheça que há coisas que devem ser alteradas. Vamos dar tempo a esta nova direção, para desenvolver o seu programa. — Agora que volta a Portugal, está disponível para poder contribuir com a sua experiência? — Sempre disse que estava disponível para ajudar o ténis em Portugal. Inclusivamente, regresso no final deste mês a Portugal e estou disposto a abraçar um novo projecto.

Luís de Sousa foi treinador de Nuno Marques durante muitos anos. O técnico cruzou a juventude de Nuno Marques e com ele iniciou o profissionalismo do portuense, o primeiro português a entrar no “top” 100 (86.º, a 25 de setembro de 1995) e ainda o mais cotado de sempre em pares (58.º, a 21 de abril de 1997). — Que recordações guarda do período em que foi treinador de Nuno Marques? — As recordações do meu trabalho com o Nuno Marques são muito boas, uma vez que, há cerca de 25 anos, foi feito um trabalho com o objectivo de colocar um jogador português no “top” 100 ATP. Esse trabalho foi liderado por mim, mas não posso esquecer as pessoas que fizeram parte desse projecto e que contribuíram para que fosse um êxito: major Valentim Loureiro, professor Jorge Ramiro, como preparador físico, e o doutor Domingos Gomes. O Nuno Marques era realmente um enorme talento, talvez potencialmente o melhor jogador português de todos os tempos.

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— A minha experiência em Moçambique foi fantástica, não só porque tenho também sangue africano, mas pela experiência dos Jogos Africanos. Só tenho excelentes memórias desse meu trabalho e da maneira como fui tratado pelos jogadores e dirigentes da federação de Moçambique. — Mesmo tendo estado a milhares de quilómetros de distância de Portugal, acompanhava o ténis português? Acha que o nível é bom? — Relativamente ao ténis português, que eu acompanho à distância, acho que, atendendo à nossa dimensão e realidade financeira, temos um excelente nível. A nível de formação, estamos ao melhor nível e, obviamente, à medida que avançamos na idade e o peso financeiro começa a ser decisivo, começamos a ter problemas. Neste momento, temos alguns jogadores perto do “top” 100 e com potencial para estarem entre os cem melhores, temos duas jogadoras de bom nível e mais uma série de jogadores de médio nível. Temos alguns bons juniores e bons resultados nos menores de 14 anos. Obviamente que, a partir dos 14 anos, é necessário viajar muito e aí o factor financeiro é fundamental. — João Sousa e Rui Machado são exemplos de tenistas portugueses que optaram pelo treino do estrangeiro. Acha que já há condições de treino em Portugal? — Penso que, hoje, já existem condições para os jogadores portugueses criarem a sua base de treino em Portugal e daí partirem para jogar os torneios programados.


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Quatro mosqueteiros Luís de Sousa fala dos tenistas portugueses mais bem classificados na hierarquia mundial e também de João Lagos, o empresário que, diz, “é o grande visionário do ténis português”. Leia o que o treinador português pensa de Gastão Elias, João Sousa, Maria João Koehler, Michelle Larcher de Brito e João Lagos.

FERNANDO CORREIA

Gastão Elias “É, actualmente, o nosso número um, que seria de prever há cerca de dez anos, quando ganhou o Sport Goofy organizado por mim”.

João Sousa “Ótimo jogador, embora não o conheça bem”. GASTÃO ELIAS

Maria Koehler “Tenho grande admiração por ela, porque sei que anda por esse mundo sozinha a conquistar pontos. Excelente trabalho do Nuno [Marques], que, por razões profissionais, não pode acompanhá-la com a frequência desejada).

Michelle L. de Brito “Penso que é também uma ótima jogadora, embora não a conheça. Aqui faço uma ressalva que vale o que vale: não sei se ter o pai como treinador é a melhor opção…”

João Lagos “É, sem dúvida alguma o grande visionário do ténis em Portugal, nos últimos 30 anos. Não me esqueço de pessoas que foram fundamentais na formação de jogadores como Alfredo Vaz Pinto, Geza Torok, António Mota, António Semedo, Eduardo Carona, mas o João Lagos foi quem deu os primeiros passos para a profissionalização do ensino do ténis em Portugal. Não me posso esquecer também de pessoas que eu considero que foram muito importantes na viragem do ténis em Portugal: o presidente da Federação Portuguesa de Ténis Cordeiro dos Santos [de 1976 a 1981] e Alberto Coronel. que foi parceiro do João Lagos, em 1975, numa equipa a que também pertenci”.

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Com a chancela ITF De 1 de janeiro deste ano a 31 de dezembro de 2016, o Programa de Formação de Treinadores da Federação Portuguesa de Ténis tem a chancela ITF. A certificação, atribuída pelo Departamento de Desenvolvimento da ITF em finais de maio, é um reconhecimento dos padrões de qualidade do Programa de Formação de Treinadores da federação portuguesa. Criado pelo Departamento de Desenvolvimento (DdD), superintendido por Vítor Cabral, o sistema reúne todos os critérios exigidos pela ITF, que, em 2012 e ainda neste ano, foi confrontado com o programa, em sucessivas reuniões. A ITF considerou que estão respeitados os oito critérios para a certificação. O primeiro refere-se à existência de um departamento responsável pela formação de técnicos, que “funciona em ’full-time’ e em estreita ligação com a federação nacional”, que “tem um vice-presidente encarregado da área”. O segundo critério tem a ver com o “staff” do DdD — Vítor Cabral, coadvujado por Inês Pereira — e a ITF assinala ainda a existência de “um número de outros técnicos altamente qualificados de universidades e clubes, que colaboram ativamente em matérias relacionadas com o Programa de Formação de Treinadores da Federação Portuguesa de Ténis.

VÍTOR CABRAL superintende ao Departamento de Desenvolvimento da FPT, responsável pela área da formação de treinadores

Na análise à estrutura, a ITF refere a existência de quatro níveis e sublinha que “todos os cursos têm módulos teóricos e práticos, ministrados tanto por elementos afetos à Federação Portuguesa de Ténis como outros técnicos e outros especialistas de ténis e de ciências desportiva. “Os cursos são aprovados pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude”, nota-se.

A ITF salienta a realização regular de “workshops”, seminários, conferências e simpósios, que conferem créditos “para a formação contínua dos treinadores”. “O calendário anual é preenchido com cursos, no geral alguns em cada mês”, refere a ITF.

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... A realização de uma conferência bianual de treinadores, alternando com a conferência ibérica organizada conjuntamente com a federação espanhola, é realçada também pela ITF, concluindo que o calendário anual está estabelecido “de acordo com as necessidades das associações regionais e é publicado na internet no início de cada ano”. A ITF assinala a existência da Associação Portuguesa de Treinadores de Ténis — sócio ordinário da assembleia geral da Federação Portuguesa de Ténis — e recomenda aprofundamento da interligação. No capítulo da documentação, o Departamento de Desenvolvimento da ITF considera que “a Federação Portuguesa de Ténis produz regularmente bastante atualizações”. “O site tem uma secção específica para treinadores e outra para a formação de técnicos e é uma excelente ferramenta para manter atualizado o Programa de Formação de Treinadores”, acrescenta-se. Assinala a ITF que a Federação Portuguesa de Ténis promove contínua formação em todo o país e que existe “um relacionamento muito forte com o Instituto Português do Desporto e da Juventude”. “Na verdade, a federação portuguesa é uma das dez federações nacionais filiadas na ITF que tem o seu Programa de Formação de Treinadores aprovado pelo Estado português”, frisa a ITF, que alude ainda à ligação da Federação Portuguesa de Ténis com as universidades. A ITF acentua a criação do “Play and Stay Clube” e elogia o sistema de formação de treinadores de ténis.

A ITF assinala a realização regular de ações de atualização na formação de treinadores. Na foto, registo do Simpósio Nacional de Treinadores, em 2012, em Vilamoura No que se refere a números, a ITF refere que existem 2.500 treinadores em Portugal, pertencendo 1.500 ao primeiro nível, 800 ao segundo e 200 ao terceiro. Em conclusão, a ITF entende que a Federação Portuguesa de Ténis “desenvolveu muito o seu sistema nos últimos dez anos”, tornando-se “numa das primeiras federações nacionais a implementar o nível quatro”, em conformidade com o novo regime jurídico.

A cooperação com a ITF e com a Tennis Europe, bem como com países africanos de expressão portuguesa — Angola, Moçambique e Cabo Verde — também é destacada. “A Federação Portuguesa de Ténis está a fazer uma excelente trabalho na formação de treinadores e esperamos que continue a fazê-lo”, refere o Departamento de Desenvolvimento da ITF, superintendido por Dave Miley.

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À conversa sobre padel

Modalidade secular Reza a história que, em finais do século XIX, passageiros de navios britânicos improvisaram, nos convés, pequenos campos ladeados de telas.

D.R.

A 15 de junho, a Federação Portuguesa de Ténis promove o I Encontro Nacional de Padel, no auditório do Comité Olímpico de Portugal. A iniciativa, subordinada ao tema “Pensar Padel”, debaterá a modalidade em Portugal e a sua implantação de forma sustentada. “’Pensar Padel’ visa proporcionar a todos os interessados no fenómeno uma reflexão conjunta sobre a modalidade, que regista extraordinário crescimento e interesse em Portugal”, refere João Rapazote, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ténis. “Tudo o que se faz na vida deve ser bem feito. Pensado. Organizado”, acrescenta o dirigente da estrutura federativa, que, desde janeiro de 2011, tem o padel sob a sua alçada. Os números estimados referem que, em Portugal, existem entre cinco a seis mil praticantes da modalidade, que tem registado um crescimento acentuado. Em Espanha, o registo de praticantes de padel está calculado em mais de três milhões de atletas.

O PADEL vai estar no COP no sábado 15 de junho: uma mesa-redonda permitirá refletir sobre a modalidade em Portugal

Esta adaptação do ténis aos reduzidos espaços a bordo não foi esquecida e, em 1924, o norte-americano Frank Beal improvisou pequenos campos para a prática de padel em Nova Iorque. O desporto começou a ser chamado de padel-ténis. Anos mais tarde, em 1969, no México, Enrique Corcuera construiu o primeiro campo num hotel.

Além de ter definido as dimensões do espaço, o mexicano estabeleceu igualmente um regulamento para a modalidade. O espanhol Afonso de Hohenlohen também se entusiasmou pelo padel e trouxe a modalidade para a Europa. Em Portugal, a modalidade começa a ser praticada em 2001.

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DURANTE todo o dia, convidados nacionais e internacionais e inscritos debatem o padel em Portugal no COP

Um dia inteiro para refletir O programa do I Encontro Nacional de Padel estende-se desde as 10.30 às 18 horas, em dois períodos separados pelo almoço, a ter lugar no CIF — Club International de Football, no Parque Florestal de Monsanto. Na parte da manhã, “Pensar Padel” reserva um período para apresentações dos convidados nacionais e internacionais da Federação Portuguesa de Ténis.

No debate subordinado ao tema “Pensar Padel”, intervirão Miguel Medina, presidente da Federação Espanhola de Padel, um jogador profissional de nacionalidade espanhola e Vítor Cabral, diretor do Departamento de Desenvolvimento da Federação Portuguesa de Ténis. Após o almoço, a mesa-redonda está aprazada para as 15 horas, prolongando-se por três horas.

Oportunidade para discutir ideias, emitir opiniões e refletir conjuntamente sobre a modalidade no nosso país e a sua implantação de forma sustentada. As inscrições para o I Encontro Nacional de Padel estão abertas até 10 de Junho. Os interessados podem realizar o registo, acedendo à página da Federação Portuguesa de Ténis na internet. O valor é de 15 euros (inclui refeição).

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40 anos de amor D.R.

WTA festeja o 40.º aniversário neste ano, assinalando a efeméride como uma associação de amor. Em 1971, com Billie Jean King como a principal mentora, realiza-se o Virgínia Slims Series, com um conjunto de 19 torneios nos Estados Unidos. Foi o embrião para a fundação da Women’s Tennis Association dois anos mais tarde, num hotel em Londres, uma semana antes de Wimbledon. Desde então, o circuito cresceu de uma forma extraordinária e, nos dias de hoje, reúne 54 torneios em 33 países (incluindo o nosso país, com o Portugal Open) e é concluído com o WTA Championships de 22 a 27 de outubro, na Turquia, e o Tournament of Champions, uma semana depois, na Bulgária. Os registos não são absolutamente precisos, mas julga-se que Débora Fiúza possa ter sido a primeira tenista portuguesa a competir em torneios WTA, na década de 70. Semanas antes de ter participado na edição do Open da Austrália de 1974, a convite da organização, Débora Fiúza terá participado num “qualifying” de singulares de um torneio realizado na Nova Zelândia, de preparação do “major” australiano de piso rápido. Também é possível que Fátima Santiago e Leonor Peralta, que acompanhava Débora Fiúza em viagens ao estrangeiro, tenham jogado no circuito WTA nos anos 70.

MICHELLE LARCHER DE BRITO foi a primeira tenista portuguesa a somar dois triunfos no circuito WTA Anos mais tarde, há registo de Patrícia Valadas ter jogado o “qualifying” de singulares e o quadro principal de pares do Estoril Ladies Open, realizado no Cascais Country Club, em julho de 1989. Também na fase prévia desse mesmo torneio figura uma tenista de apelido Casanovas, mas não é líquido que seja Anabela Casanovas. Em 1990, Sofia Prazeres e Tânia Couto jogaram o quadro principal de singulares do Estoril Open de 1990.

Michelle Larcher de Brito foi a primeira tenista portuguesa a ultrapassar duas rondas em eventos WTA. Aconteceu em 2008, no Masters de Miami. No ano anterior, tornara-se na segunda tenista mais jovem depois de Jennifer Capriati a vencer um encontro em Miami. A tenista portuguesa, radicada nos Estados Unidos, não só cometeu esse feito como foi a primeira lusa a afastar uma jogadora do “top” 20, a polaca Agnieszka Radwanska, que, na altura, ocupava a 16.ª posição.

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«Quero atingir o ‘top’ 100 ATP» Pessoal

& transmissível D.R.

Treinado por Emanuel Couto, Salvador Bandeira completa 15 anos em dezembro. Residente na Aldeia dos Capuchos, começou a jogar ténis com três anos de idade. Juntamente com José Maria Dória, é o campeão nacional de pares em título no escalão de sub-14. No início deste mês, venceu o torneio de pares do Rafi Dorot Memorial 2, em Israel, fazendo dupla com Ricardo Gomes, da Felner Academy. Em finais de março, Salvador Bandeira formou dupla com António Sabugueiro na Islândia, no Icelandic Easter Open, e ambos foram campeões na prova de sub-16, organizada sob a égide de Tennis Europe. Em setembro do ano passado, na Albânia, o mesmo par português festejou o título no National Sport Park Open, reservado a cadetes. Em julho, juntamente com o espanhol Álvaro Pedrol, venceu o torneio de pares do VLTC Kettle Chips U-14 European Tour, em Malta. Um mês antes, Salvador Bandeira e Slim Troost, da Estónia, foram campeões no Liepaja International Tournament, na Letónia. Também no Vilamoura International U14, em junho de 2012, Salvador Bandeira ganhou em pares, ao lado de Sergey Schetinin. Nas duas semanas anteriores, arrecadou com o russo o título na Montenegro Cup e no Cungu & Co Open. Com o brasileiro Guilherme Osório, Salvador venceu o 18.º Lawn Tennis Club Tournament, em Angra do Heroísmo, em abril de 2012. A primeira conquista de um torneio de pares reporta-se a novembro de 2001: com Sabugueiro, venceu a Tennis Pro Project Cup, na Letónia.

Salvador Bandeira 14 anos

O ténis é... a minha vida. Jogo ténis… porque é, desde sempre, o meu desporto favorito. O que mais gosto no ténis é... participar em torneios internacionais. O que mais detesto no ténis é… perder. Para mim, treinar é... ter de me esforçar todos os dias, dando o meu melhor, para ir melhorando dia após dia. O sucesso significa… conseguir alcançar os meus objetivos, recompensa do meu esforço e empenho diário. No ténis, quero atingir... o “top” 100 ATP. Depois de vencer um encontro… fico contente e tranquilo, porque, depois de tanto esforço, veio a recompensa. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi... ter sido campeão nacional em pares [2012].

E a maior tristeza no ténis... foi não ter conseguido cinco pontos TE para, no Campeonato Nacional, ser o quinto cabeça de série. Se eu mandasse no ténis... fazia com que os jogadores portugueses tivessem as mesmas oportunidades que os estrangeiros. Em Portugal, o ténis precisa de… apoios. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... bom para desenvolver a modalidade. Um bom treinador é... o meu, Emanuel Couto. O meu ídolo no ténis é atualmente... Del Potro. O meu torneio preferido é... Wimbledon. A minha superfície preferida é… terra batida. No meu saco, não dispenso… água, elástico, corda, banana, toalha, raquetas e um par de ténis para corrida.


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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Um homem que corre riscos com um sorriso nos lábios «TIE-BREAK»

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

«Elogios a Nuno Marques, treinado durante muitos anos por Luís de Sousa, escutei muitas vezes, referências altamente prestigiosas, não apenas para o tenista, mas também para o ténis indígena»

Sem querer estar a explorar situações, acho que, não obstante se ter já falado e escrito tudo o que haveria para falar e escrever, é sempre de recorrer a factos concretos para acrescentar algo mais. Por exemplo, aqui há tempos, não me recorda o ano, houve um encontro de ténis entre portugueses e holandeses e, numa conversa com o treinador da equipa holandesa, ele mostrava-me, cada vez mais, a sua admiração pelo então jovem portuense Nuno Marques, chegando a dizer-me: — Carlos, este jogador tem um nível internacional que o colocaria brevemente no “top” 20, pelo menos. Elogios como este a Nuno Marques, treinado durante muitos anos por Luís de Sousa, escutei muitas vezes, referências altamente prestigiosas, não apenas para o tenista, mas também para o ténis indígena. Agora que já passaram bastantes anos, não ficará deslocado afirmar que técnico e jogador pareciam talhados um para o outro e pena foi que essa relação não tivesse sido mais regular e intensa. Além disso, há um outro aspeto que gostaria de referir: a maneira

como encaixavam um no outro dois indivíduos teoricamente antagónicos, com Luís sempre com aquele aspeto tímido, talvez envergonhado, por lhe meterem nas mãos o que viria a ser o melhor tenista nacional indiscutível durante 14 anos. Claro que, entretanto, os jogadores portugueses conseguiram cometimentos isolados, que só não merecem mais lamentações em termos de possibilidade de progresso e idoneidade na escolha do responsável por aquilo que Nuno Marques, infelizmente, nunca chegou a exibir. Mas isso, se me permitem, tem mais a ver com os condicionalismos a que o ténis sempre foi e ainda é exposto e também uma vida escolar, não esqueçamos isso, que veta desde logo a total entrega à prática de modalidade que nem sempre foi compreendida neste país. E temos de encarar com realismo nada piegas o que foi e o que poderia ter sido quando duas potências tão chegadas como jogador e técnico resolvem conquistar o seu merecido espaço no ténis mundial. Ficamos muito curiosos por verificar como vai decorrer a nova carreira a que o Luís se ofereceu, sem nunca esquecer que ele gosta de riscos...

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Associações Regionais AÇORES AVEIRO LEIRIA

ALGARVE

ALTO ALENTEJO

CASTELO BRANCO LISBOA

SETÚBAL

MADEIRA VILA REAL

COIMBRA PORTO VISEU


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