4 minute read

Transforma Portugal Estudantes que fazem a diferença

TRANSFORMA

“Basta um sorriso”

Advertisement

Os Jovens Seniores da Calvaria Sorriem

Não só o isolamento do resto do mundo passou a ser algo novo na vida de milhares de centros de dia. Coisas tão simples, como a higiene dos idosos, tornaram-se processos mais complicados… e caros. Bárbara Pereira quis minimizar o problema. Com a sua ajuda, “Os jovens seniores da Calvaria sorriem”.

Por Rúben de Matos O voluntariado não é propriamente algo novo na vida de Bárbara. As primeiras experiências deram-se muito por influência da disciplina de Educação Moral e Religiosa, ainda na escola. Por essa via, a sua ajuda chegou a associação como o Banco Alimentar ou a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Já no Secundário, a estudante de Engenharia Biomédica começou a fazer voluntariado numa instituição de apoio a crianças deficientes na sua zona.

“Não fazemos muito, mas para eles aquilo vale tudo. Só o facto de estarmos ali já para eles é uma alegria. É uma alegria eles receberem-me, nem

consigo expressar”, confessa a jovem de 22 anos, natural de Leiria. A vontade de inventar e ajudar está também longe de ser nova. A mais recente teve como intermediária a mãe. Contabilista, a mãe de Bárbara assegura a contabilidade de um conjunto de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da região de Leiria. Um dia, numa simples conversa entre mãe e filha, a mãe comentou as dificuldades que uma IPSS da Calvaria de Cima, freguesia do concelho de Porto de Mós, estava a sentir na higiene que prestava aos idosos que já existia e na entrega de alimentos. É

“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegurar a higiene destes idosos. Por isso, qualquer ajuda é bem-vinda.”

nesse ponto que o projeto “Os jovens seniores da Calvaria sorriem” surge para ajudar.

Ajudar e fazer a diferença

“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegu-

rar a higiene destes idosos”, conta Bárbara. O Transforma Portugal veio ajudar à materialização dessa vontade, ajudando a pagar as deslocações e o material necessário para a higiene. Para a ajudar, Bárbara lançou o convite a duas colegas de mestrado. Sentiu-lhes o espírito e, por isso, o tiro foi certeiro: “Apesar de trabalharem e

estudarem ao mesmo tempo disse-

ram “sim” ao desafio”. A ajuda, ainda que pequena, faz toda a diferença.

“Por mais pequena que seja a ajuda,

é sempre bem-vinda”, completa. A ida a casa dos idosos tornou-se mais necessária durante os períodos de confinamento, mas continua a ser ainda urgente. “Não vejo porque

não o continuar. Claro que os objetivos podem mudar, mas na prática continua a ser sempre precisa alguma

ajuda”. Objetivos diferentes à parte, o desfecho é o mesmo. Com os mais novos ou os mais velhos, “basta um sorriso” para ter valido a pena, conta.

A voz dos estudantes que fazem voluntariado. Nesta edição, trazemos-te as histórias de mais dois projetos apoiados pelo movimento Transforma Portugal. No Guia do Voluntariado, editado pela Forum Estudante, damos-te a conhecer outros exemplos de ações e iniciativas de estudantes que fazem a diferença no terreno. Sabe mais em transformaportugal.pt

SPES

A visita possível

A solidão chegou também aos hospitais. Muitos doentes viram-se privados de receber visitas. O SPES, um grupo de estudantes de Coimbra, quiseram manter-se perto dos doentes, ainda que à distância.

Por Rúben de Matos Se, para alguns, férias são isso mesmo, para Diana Rosa e duas colegas do curso de Psicologia a definição da palavra é um bocadinho diferente. Terminado o primeiro semestre e com dois meses de férias pela frente, a abertura de candidaturas do Transforma Portugal fez nascer uma perspetiva de que, pelo menos, iam ter algo com que se entreter nos próximos tempos. O ponto de partida pode ser traduzido em duas questões simples: “Como é que podemos ajudar os sem abrigo? E como é que podemos ajudar o planeta?”. A resposta surgiu com o “Reciclar Saúde”. A plataforma disponibilizada pelo Transforma ajudou a recrutar voluntários, o que permite que a equipa esteja divida em duas frentes na cidade. Diana destaca ainda o apoio dado pela Comunidade Vida e Paz, que ajudou a identificar os sem-abrigo que poderiam ser ajudados pelo projeto. Todas as sextas-feiras lá estão as duas equipas no Cais do Sodré ou em Santa Apolónia, no Rossio ou na zona da Avenida Almirante Reis, distribuindo kits de proteção contra a Covid-19 e alimentos. A equipa de voluntários recolhe ainda o lixo que possa estar acumulado para depois fazer a reciclagem. Neste campo, a separação das rolhas permite até já ajudar quem se pode servir desse material para conseguir pagar tratamentos de saúde. Apesar de não haver uma história igual, o sentimento é sempre o mesmo. “Eles conversam e ficam sempre agradecidos. No início tinham receio, o que é normal. Não sabiam quem éramos, nem quais eram as nossas intenções. É também uma forma de se protegerem pelas histórias compli-

“Eu recebo muito mais do que dou. Eu estou ali porque quero colaborar e aquilo que eles me dão e que me permitem crescer pessoalmente não tem preço.”

cadas que alguns já viveram”, conta a jovem de Sintra. Depois que os restaurantes puderam voltar a abrir as portas, querem poder estabelecer parcerias com alguns estabelecimentos do setor na cidade, para distribuição de refeições que possam sobrar no fim de um dia de trabalho. A seu tempo esse crescimento deverá surgir, acredita Diana.