Folha diocesana ed226

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FOLHA

IOCESANA

Os movimentos eclesiais são uma concreta realidade eclesial de participação prevalecentemente laical. | PÁGINA 6 |

INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 226 | Abril de 2015

O Ano da Paz é uma oportunidade para refletir o porquê da violência, conscientizando-nos da necessidade de uma convivência fraterna, saudável, pacífica, fecunda e frutuosa. | PÁGINA 4 |

Aproxima-se o Dia Primeiro de Maio | PÁGINA 8 |


Calendário Diocesano

Editorial

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pós o tempo quaresmal, a igreja no Brasil se dedica a refletir sobre o ano da Paz iniciado no primeiro domingo do Advento de 2014. A paz é fruto da justiça e não há justiça sem ética: “tudo que não puder contar como fez, não faça”, é o que nos traz o texto do jornalista Juliano Nunes. O texto da psicanalista Ilza Maria de Pinho Tavares nos ajuda a entender que as frustrações da vida podem nos deprimir, desanimar; no entanto, devemos assumir o controle procurando ajuda certa para superar os obstáculos encontrados. Acompanhamos a notícia do Encontro de coordenadores dos movimentos, uma concreta realidade eclesial de participação prevalecentemente laical, um itinerário de fé e de testemunho cristão. Padre João Evangelista dá mais orientações sobre música litúrgica. Agora ele trabalha sobre o hino do Glória “antiquíssimo e venerável hino que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro, e lhe apresenta suas súplicas”. O patrono da Igreja – São José – foi celebrado com grande festa através da novena e homenagem na paróquia de Paulistas e também pelos jacurienses que viveram momentos de fé e resgate de suas tradições na Festa do padroeiro. Temos a alegria em convida-los, queridos leitores, para a celebração do aniversário da nossa diocese. Fiquem atentos à programação disposta na edição da Folha Diocesana desse mês.

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Abril 2 Missa da Unidade (10h) e Almoço dos padres na Paróquia São Miguel 03 Sexta feira Santa (Coleta para a Terra Santa) 05 PÁSCOA 6 a 12 Férias coletivas dos padres 14 PASCOM 18 Segundo Encontro Diocesano para líderes jovens 18 Escola de Teologia: Eclesiologia II (Pe. José Aparecido de Pinho)

Maio 01 São José Operário - Aniversário da instalação da Diocese e Dedicação da Catedral (Encontrão Bíblico) 05 Colégio dos Consultores às 9h30mim 05 Coordenação de Pastoral às 14h 07 Pastoral Presbiteral às 10h 12 PASCOM 13 a 15 Encontro Diocesano da Pastoral da Criança 16 Escola de Teologia: Bíblia I (Pe. Jacy) 16 e 17 Encontro da Pastoral Missionária 17 Visita Equipe do Cônego em Sabinópolis 19 Reunião dos Padres às 8h30min 24 PENTECOSTES 27 Aniversário natalício de Dom Jeremias e Confraternização com padres na Paróquia São Miguel

expediente

DAREDAÇÃO

ABRIL2015

Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos Bicalho Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com

Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 3243-3829 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com www.folhadafloresta.com.br

O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

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1MAIO de

Aproxima-se o Dia Primeiro de Maio: Dia de São José Operário, Dia do Trabalho; em nossa diocese é a Festa da Dedicação da nossa Igreja Catedral, os 29 anos da instalação da Diocese e aniversário de Consagração da Diocese a Nossa Senhora. São muitos os motivos que temos para celebrar, louvar e agradecer. Para que a Festa aconteça e seja bonita, precisamos da colaboração de todos. Veja o nosso programa: 14h – Chegada, acolhida e lanche. 15h – Celebração Eucarística 16h30min. – Caminhada Bíblica 17h – Adoração e Bênção do Santíssimo Sacramento. 18h – Encerramento. Entre tantas motivações e intenções para este dia, destacaremos a Festa da Dedicação da Igreja Catedral e os 29 anos da Diocese na caminhada dos Grupos de Reflexão. Portanto, a Eucaristia e a Palavra como alimentos primordiais na vida e na trajetória da Igreja Diocesana. Na caminhada bíblica abordaremos temas estudados nos roteiros dos grupos de reflexão 2.014. Cada Área Pastoral deverá escolher um representante para levar um dos banners na apresentação após a Comunhão e durante a caminhada.

Celebremos com alegria!

a m o c a u b i r t n o c A N A S E C O I D FOLHA Dados para depósito bancário: Editora Folha Diocesana de Guanhães Cooperativa: 4103-3 Conta Corrente: 10.643.001-7 SICOOB-CREDICENM

A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ

COMEMORAÇÃO - ABRIL E MAIO DE 2015 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães 06 19 21 28 28 Maio 1º

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Pe. Ivani Rodrigues Dom Emanuel Messias de Oliveira Dom Emanuel Messias de Oliveira Pe. José Aparecido dos Santos Pe. Pedro João Daalhuizen

Nascimento Ordenação Episcopal Nascimento Ordenação Nascimento

Pe. João Gomes Ferreira Pe. Amarildo Dias da Silva Pe. Osmar Batista Siqueira Pe. José Martins da Rocha Pe. Jacy Diniz Rocha Dom Jeremias Antônio de Jesus Pe. Dilton Maria Pinto

Ordenação Ordenação Ordenação Nascimento Ordenação Nascimento Ordenação


Fé & Política

ARTIGOS

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Juliano Nunes Jornalista -nunesjuliano@outlook.com

Immanuel Kant dizia: tudo que não puder contar como fez, não faça.

ÉTICA: FAZER O QUE É CERTO emos acompanhado com sustos ao noticiário nos últimos meses. A cada dia, cada fato novo, as informações nos preocupam à medida que envolvem políticos e profissionais do alto escalão da principal estatal e maior empresa do Brasil: a Petrobras. Não bastasse os eleitos pelo nosso voto, executivos de grandes empreiteiras estão indo para a cadeia dada participação deles em um esquema de superfaturamento e desvios de recursos públicos na empresa de exploração de petróleo criada no governo Vargas. Segundo um dos delatores, as fraudes existem desde, pelo menos, o segundo mandado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nada disso, infelizmente, é novidade, mas nossa reação é sempre como se fosse a primeira vez. E vamos acompanhando a escalada de fatos novos com algumas perguntas no pensamento: o Brasil tem jeito (?), vale a pena ser honesto (?), onde foi parar a ética (?). Olhamos ao redor e testemunhamos a baixa qualidade

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dos serviços públicos obstante ao gigantesco volume de impostos pagos anualmente, até na mínima compra feita por uma família pobre. Voltando às perguntas do parágrafo anterior, onde está a ética? A discussão social sobre essa palavra é recente, talvez motivada por tantos escândalos e tanta publicidade a eles dada, entretanto, no âmbito filosófico, as conversas ao redor do ethos, origem grega do verbete, é secular. Os filósofos gregos o definiram como conjunto de hábitos e crenças que definem uma comunidade ou nação. Assim, o ético em uma nação pode não ser em outra, contudo, dentro de uma mesma comunidade – a brasileira, por exemplo – todos devem seguir os mesmos parâmetros. As regras de trânsito valem para todos os brasileiros ou estrangeiros residentes ou em passagem por nosso país. Pode-se definir ética como “fazer o que é certo”. Pertinente em qualquer roda de conversa, suas lições

deveriam ser o centro de diálogos familiares, assunto de sala de aula e bate-papo entre amigos. Isso porque muitas vezes, ou na maioria delas, apontamos o dedo para o político, empresário ou concidadão, quando também reconhecer nossos atos antiéticos: dirigir de forma imprudente, jogar lixo na rua, não devolver o troco recebido a mais no caixa, apenas para ficar em alguns exemplos. Immanuel Kant dizia: tudo que não puder contar como fez, não faça. Uma vez feito, será necessária uma série de outros fatos de modo a um encobrir o outro. O resultado será trágico e, em se tratando de políticos, autoridades e executivos, uma das consequências será uma “tempestade” de notícias negativas e a descrença de grande parte dos brasileiros sobre seu país. Mas as esferas pública e empresarial não são os únicos ambientes

propensos a atitudes antiéticas. Quando mencionei famílias e escolas como palco para o tema, a intenção foi exatamente reforçar a importância de pais e mestres como mentores e exemplos vivos de comportamento ético. As crianças, adolescentes e jovens têm nessas pessoas a visão mais próxima de sua realidade e se espelham nelas. Construir o conceito de ética nesses cidadãos e fazer dele uma prática constante é a maneira mais eficiente de formar homens e mulheres responsáveis para com sua comunidade. Caso contrário, o custo pela irresponsabilidade dos futuros adultos será pesado para todo o país e vamos continuar a viver de escândalo em escândalo. Não interessa quem seja, onde trabalhe nem qual seja o cargo; o comportamento ilibado de cidadãos e profissionais é condição imprescindível para a construção da sociedade, em todos os seus núcleos – famílias, empresas, órgãos públicos.

A ALMA NÃO É UMA COISA egundo Claude Bernard, “Uma mão habilidosa sem a cabeça que a dirige é um instrumento cego; a cabeça, sem a mão que realiza, é importante”. Quer se trate de angústia, agitação, melancolia, fobia, alterações da memória, ou da afetividade, ou da vontade, ou da linguagem, ou do pensamento, ou da personalidade, ou alguma das síndromes psiquiátricas, ou mesmo de uma simples ansiedade, é preciso, inicialmente, tratar o traço visível da doença, depois suprimi-lo, o que é possível através da farmacologia, ou seja, de medicamentos. Porém, como “a alma não é uma coisa”, como diz Elizabeth Roudinesco, mas sofre, e joga para uma das partes do organismo

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alguns sintomas, como um pedido de socorro, entra-se imediatamente com algum medicamento indicado por um médico competente, que não cura, mas desloca o conflito e o recalca; pois a química de medicamento não vai se eternizar na alma, e o moderno profissional da saúde – psiquiatra, enfermeiro ou médico – já não tem tempo para se ocupar da longa duração do psiquismo, vez que, na sociedade liberal depressiva, seu tempo é contado, e a cura de tais doenças dá-se, propriamente, somente através da fala do sujeito e da escuta do profissional competente. Dir-se-ia que um psicoterapeuta, o psicanalista, atualmente, é, reconhecidamente, este profissio-

nal que poderá ajudar na cura dos sofrimentos psíquicos ou da alma. Então, por que sofrer tanto?

Ilza Maria de Pinho Tavares Especialista em Psicologia da Educação. Psicanalista pelo Círculo Psicanalítico de Minas Gerais (CPMG). Sabinópolis Tel.: (33) 3423 1270.

“a alma não é uma coisa”, como diz Elizabeth Roudinesco, mas sofre, e joga para uma das partes do organismo alguns sintomas, como um pedido de socorro


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provada por unanimidade na 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ocorrida de 30 de Abril a 09 de Maio de 2.014, o Ano da Paz teve início no Advento do ano passado, e vem ao nosso encontro com a proposta de um período de reflexões, orações e ações sociais que se estenderá até o Natal deste ano. Após a Quaresma retomaremos esta proposta. Todos nós somos convidados a pensar ações concretas que ajudem a despertar para a necessidade de cultivar a Paz, combatendo com o nosso testemunho de fé e fraternidade a cultura de morte e violência que nos cerca. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2.012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que a onda de violência migrou das capitais para o interior, na esteira de novos pólos de crescimento econômico. Segundo Waiselfisz, as taxas de assassinatos em capitais e grandes municípios diminuíram 20,9%, no período de 2003 a 2012, enquanto as de municípios menores cresceram 23,6%. Certamente tudo isso deve nos preocupar muito! E preocupados desejamos não somente encontrar as causas, mas atacá-las na tentativa de encontrar soluções. O Ano da Paz é uma oportunidade para refletir o porquê da violência, conscientizando-nos da necessidade de uma convivência fraterna, saudável, pacífica, fecunda e frutuosa. É oportunidade para as famílias refletirem sobre os seus valores, buscando dialogar e resgatar elementos que em muitos la-

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res já se perderam, tais como o diálogo, o respeito, a obediência, a fidelidade, a fé, a ética, o amor e a alegria de estarem juntos, reunidos, em torno de uma mesa, por exemplo. Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, afirma que as relações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldades de se manterem vivas e que há uma violência generalizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”. Como, então, definir a Paz? Será somente a tranquilidade da ordem, a ausência de lutas, de violências ou perturbações? Sabemos sim, que é tudo isso, mas sabemos também que o conceito de paz vai além da tranquilidade e da calmaria. A Palavra de Deus a define como uma situação permanente de felicidade, na qual se destacam os importantes aspectos de abundância de bens e convivência harmoniosa entre

educação, saúde, amor e respeito pela dignidade do outro. A violência também é fruto da exclusão e da rejeição, da falta de amor nas relações. O Ano da Paz deverá, portanto, nos ajudar na superação da violência e da injustiça em todos os níveis. “Despertar para a convivência cortês e fraterna. Para termos mais urbanidade, despertemos para a irmandade, conforme nos ensinou Jesus”. (Dom Leonardo Ulrich Steiner). É possível sim um mundo de paz e uma sociedade mais fraterna se todos nós, cristãos e batizados, homens e mulheres de bem, estivermos mais atentos no resgate de tantos valores que já se perderam, valores humanos e cristãos. A família, sem dúvida, como projeto de Deus para o ser humano, continua sendo o lugar onde se devem formar os homens e mulheres de paz. Por isso toda a atenção de um pai e de uma mãe para com os seus filhos é imprescindível e nunca será suficiente. Pai e mãe não podem dormir sossegados sabendo que seus filhos estão expostos aos usuários e traficantes de drogas, expostos aos financiadores da violência e da morte, expostos àqueles que lutam para destruir a cada dia os valores que ainda restam, expostos a um mundo virtual que traz benefícios, mas que também leva tanta gente a esquecer que este mundo virtual também faz parte do mundo real e faz com que tantos filhos e filhas de Deus se percam na pornografia, na imoralidade e tantas outras futilidades do mundo moderno. Nós vivemos no interior. Nossa Diocese é praticamente rural. Tudo parece calmo e tranquilo. Porém, vez ou outra, somos surpreendidos com notícias de violência ou escândalos que nos abalam: homicídios, crimes passionais, violência doméstica, tráfico de drogas, alcoolismo; jovens que se sentem poderosos sobre uma moto e que saem em alta velocidade sem nenhuma responsabilidade causando a própria morte, dor e sofrimento para tanta gente. Ficamos chocados com a violência nos tempos de campanha política, com a corrupção e o descaso na área da saúde, com a falta de hospitais dignos que possam atender adequadamente à população, principalmente os mais carentes. É um absurdo um paciente ter que viajar de três a cinco horas para encontrar um tratamento. Todos nós precisamos rezar para nunca ficar doente! Estamos no Ano da Paz! E a paz sempre é inquieta! E por quê? Por que a paz se constrói com nossos esforços, com nossa dedicação e com o nosso testemunho de fé e amor.

Fé & Política

“SOMOS DA PAZ” — CNBB — ANO DA PAZ - 2.015

Dom Jeremias Antonio de Jesus Bispo Diocesano

A construção da paz passa pela justiça o brasão do papa Pio XII (+1958) está escrito que a paz é fruto da justiça, afirmação tirada do profeta Isaías (32, 17), como se o profeta e o pontífice nos dissessem que a paz não é algo pronto, que se colhe

N

pelos caminhos da injustiça” (Tb 4,5). Esse exemplo nos ensina que a justiça que queremos ver presente nas instituições precisa começar com a ação de cada um de nós e ser continuamente praticada. A paz, que é fruto da justiça, é um projeto inacabável, nunca concluído, pois sempre haverá um elemento querendo destruí-lo. É um movimento, uma guerra constante entre dois ferrenhos inimigos: guerra e paz, amor e ódio, justiça e injustiça, bem e mal. Querer a paz é o mesmo que não querer abandonar a luta diária contra as diversas formas de injustiça. A violência contra a vida é uma das mais bárbaras formas de injustiça. No Mapa da Violência, divulgado no ano passado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, com o apoio da UNESCO, vimos que 112.709 pessoas foram mortas em situações de violência, sendo 56.337 vítimas de homicídio, 46.051, de acidentes de transportes, e 10.321, de suicídios. Cerca de 53% dos homicídios foram de jovens entre 15 a 29 anos. Lamentável! Como deve ser de seu conhecimento, a CNBB, em sua 52ª Assembleia Geral, declarou 2015 como o “Ano da Paz”, que culminará no próximo Natal. Que ações podemos ainda fazer em prol da tão sonhada paz? É preciso construir uma cultura de paz, retomar o tema da Campanha da Fraternidade de 1996: “Justiça e paz se abraçarão”, retirado do Salmo 85,11.

A paz, que é fruto da justiça, é um projeto inacabável, nunca concluído, pois sempre haverá um elemento querendo destruí-lo.

A palavra hebraica para paz é Shalom, usada como saudação e, ao mesmo tempo, como bênção e esperança as pessoas. A palavra hebraica para paz é Shalom, usada como saudação e, ao mesmo tempo, como bênção e esperança. É uma meta. É o desejo de superação da injustiça. O Concílio Vaticano II, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, nos ensina que “a paz não é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta de uma dominação despótica, ela é chamada “obra da justiça” e, por esta razão, a paz nunca se alcança duma vez para sempre, antes, deve estar constantemente a ser edificada” (nº 78). A paz não será autêntica senão quando for, como já o dizia o Profeta Isaías, o fruto da justiça: justiça entre os parceiros sociais e justiça entre os povos. E uma sociedade não será justa nem será humana senão quando respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana. Importa, então, tornar-se um ser fraternal, que sabe reconhecer a dignidade e as necessidades dos outros e procura cooperar com eles para criar um mundo de paz. Diante disso nós perguntamos: será que um dia haverá verdadeira paz no mundo, diante de tantos escândalos, tantas injustiças e corrupção? A paz implica garantir que todas as pessoas tenham moradia, comida, roupa,

Pe. Ismar Dias de Matos * p.ismar@pucminas.br

O Ano da Paz é uma oportunidade para refletir o porquê da violência, conscientizando-nos da necessidade de uma convivência fraterna, saudável, pacífica, fecunda e frutuosa.

sem esforço. Tudo o que é bom para nós é fruto de muito trabalho. Sabemos, por experiência, que a justiça é algo complexo e que, para existir, depende de estruturas construídas por nós, algo sólido que seja capaz de colocar um freio em nossas diversas tendências de corrupção. Sim, a corrupção é uma realidade de várias faces e está presente em todas as épocas e culturas. É difícil encontrar alguém de mãos limpas, totalmente limpas, para atirar a primeira pedra em um corrupto. A corrupção é como um rio, nasce pequeno, de uma pequenina fonte, e vai crescendo, recebendo afluentes até virar um rio caudaloso, profundo, perigoso. Quem hoje rouba milhões, já tem uma longa história: começou roubando coisinhas “insignificantes”, bancando o esperto, dando pequeninos golpes aqui e ali, e ninguém cuidou de fazer justiça na época. O que hoje vemos de podridão em nível nacional, acontece também nos estados, nas prefeituras, nas autarquias, nas famílias, nos pequenos grupos, em qualquer instituição. Lemos nas Sagradas Escrituras que o velho Tobit, antes de morrer, chamou o seu filho Tobias e lhe deu vários conselhos, dentre os quais, este: “Meu filho, lembra-te do Senhor todos os dias e não queiras pecar nem transgredir Seus mandamentos. Pratica a justiça todos os dias da tua vida e não andes

Pe. Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br


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provada por unanimidade na 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ocorrida de 30 de Abril a 09 de Maio de 2.014, o Ano da Paz teve início no Advento do ano passado, e vem ao nosso encontro com a proposta de um período de reflexões, orações e ações sociais que se estenderá até o Natal deste ano. Após a Quaresma retomaremos esta proposta. Todos nós somos convidados a pensar ações concretas que ajudem a despertar para a necessidade de cultivar a Paz, combatendo com o nosso testemunho de fé e fraternidade a cultura de morte e violência que nos cerca. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2.012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que a onda de violência migrou das capitais para o interior, na esteira de novos pólos de crescimento econômico. Segundo Waiselfisz, as taxas de assassinatos em capitais e grandes municípios diminuíram 20,9%, no período de 2003 a 2012, enquanto as de municípios menores cresceram 23,6%. Certamente tudo isso deve nos preocupar muito! E preocupados desejamos não somente encontrar as causas, mas atacá-las na tentativa de encontrar soluções. O Ano da Paz é uma oportunidade para refletir o porquê da violência, conscientizando-nos da necessidade de uma convivência fraterna, saudável, pacífica, fecunda e frutuosa. É oportunidade para as famílias refletirem sobre os seus valores, buscando dialogar e resgatar elementos que em muitos la-

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res já se perderam, tais como o diálogo, o respeito, a obediência, a fidelidade, a fé, a ética, o amor e a alegria de estarem juntos, reunidos, em torno de uma mesa, por exemplo. Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, afirma que as relações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldades de se manterem vivas e que há uma violência generalizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”. Como, então, definir a Paz? Será somente a tranquilidade da ordem, a ausência de lutas, de violências ou perturbações? Sabemos sim, que é tudo isso, mas sabemos também que o conceito de paz vai além da tranquilidade e da calmaria. A Palavra de Deus a define como uma situação permanente de felicidade, na qual se destacam os importantes aspectos de abundância de bens e convivência harmoniosa entre

educação, saúde, amor e respeito pela dignidade do outro. A violência também é fruto da exclusão e da rejeição, da falta de amor nas relações. O Ano da Paz deverá, portanto, nos ajudar na superação da violência e da injustiça em todos os níveis. “Despertar para a convivência cortês e fraterna. Para termos mais urbanidade, despertemos para a irmandade, conforme nos ensinou Jesus”. (Dom Leonardo Ulrich Steiner). É possível sim um mundo de paz e uma sociedade mais fraterna se todos nós, cristãos e batizados, homens e mulheres de bem, estivermos mais atentos no resgate de tantos valores que já se perderam, valores humanos e cristãos. A família, sem dúvida, como projeto de Deus para o ser humano, continua sendo o lugar onde se devem formar os homens e mulheres de paz. Por isso toda a atenção de um pai e de uma mãe para com os seus filhos é imprescindível e nunca será suficiente. Pai e mãe não podem dormir sossegados sabendo que seus filhos estão expostos aos usuários e traficantes de drogas, expostos aos financiadores da violência e da morte, expostos àqueles que lutam para destruir a cada dia os valores que ainda restam, expostos a um mundo virtual que traz benefícios, mas que também leva tanta gente a esquecer que este mundo virtual também faz parte do mundo real e faz com que tantos filhos e filhas de Deus se percam na pornografia, na imoralidade e tantas outras futilidades do mundo moderno. Nós vivemos no interior. Nossa Diocese é praticamente rural. Tudo parece calmo e tranquilo. Porém, vez ou outra, somos surpreendidos com notícias de violência ou escândalos que nos abalam: homicídios, crimes passionais, violência doméstica, tráfico de drogas, alcoolismo; jovens que se sentem poderosos sobre uma moto e que saem em alta velocidade sem nenhuma responsabilidade causando a própria morte, dor e sofrimento para tanta gente. Ficamos chocados com a violência nos tempos de campanha política, com a corrupção e o descaso na área da saúde, com a falta de hospitais dignos que possam atender adequadamente à população, principalmente os mais carentes. É um absurdo um paciente ter que viajar de três a cinco horas para encontrar um tratamento. Todos nós precisamos rezar para nunca ficar doente! Estamos no Ano da Paz! E a paz sempre é inquieta! E por quê? Por que a paz se constrói com nossos esforços, com nossa dedicação e com o nosso testemunho de fé e amor.

Fé & Política

“SOMOS DA PAZ” — CNBB — ANO DA PAZ - 2.015

Dom Jeremias Antonio de Jesus Bispo Diocesano

A construção da paz passa pela justiça o brasão do papa Pio XII (+1958) está escrito que a paz é fruto da justiça, afirmação tirada do profeta Isaías (32, 17), como se o profeta e o pontífice nos dissessem que a paz não é algo pronto, que se colhe

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pelos caminhos da injustiça” (Tb 4,5). Esse exemplo nos ensina que a justiça que queremos ver presente nas instituições precisa começar com a ação de cada um de nós e ser continuamente praticada. A paz, que é fruto da justiça, é um projeto inacabável, nunca concluído, pois sempre haverá um elemento querendo destruí-lo. É um movimento, uma guerra constante entre dois ferrenhos inimigos: guerra e paz, amor e ódio, justiça e injustiça, bem e mal. Querer a paz é o mesmo que não querer abandonar a luta diária contra as diversas formas de injustiça. A violência contra a vida é uma das mais bárbaras formas de injustiça. No Mapa da Violência, divulgado no ano passado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, com o apoio da UNESCO, vimos que 112.709 pessoas foram mortas em situações de violência, sendo 56.337 vítimas de homicídio, 46.051, de acidentes de transportes, e 10.321, de suicídios. Cerca de 53% dos homicídios foram de jovens entre 15 a 29 anos. Lamentável! Como deve ser de seu conhecimento, a CNBB, em sua 52ª Assembleia Geral, declarou 2015 como o “Ano da Paz”, que culminará no próximo Natal. Que ações podemos ainda fazer em prol da tão sonhada paz? É preciso construir uma cultura de paz, retomar o tema da Campanha da Fraternidade de 1996: “Justiça e paz se abraçarão”, retirado do Salmo 85,11.

A paz, que é fruto da justiça, é um projeto inacabável, nunca concluído, pois sempre haverá um elemento querendo destruí-lo.

A palavra hebraica para paz é Shalom, usada como saudação e, ao mesmo tempo, como bênção e esperança as pessoas. A palavra hebraica para paz é Shalom, usada como saudação e, ao mesmo tempo, como bênção e esperança. É uma meta. É o desejo de superação da injustiça. O Concílio Vaticano II, na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, nos ensina que “a paz não é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta de uma dominação despótica, ela é chamada “obra da justiça” e, por esta razão, a paz nunca se alcança duma vez para sempre, antes, deve estar constantemente a ser edificada” (nº 78). A paz não será autêntica senão quando for, como já o dizia o Profeta Isaías, o fruto da justiça: justiça entre os parceiros sociais e justiça entre os povos. E uma sociedade não será justa nem será humana senão quando respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana. Importa, então, tornar-se um ser fraternal, que sabe reconhecer a dignidade e as necessidades dos outros e procura cooperar com eles para criar um mundo de paz. Diante disso nós perguntamos: será que um dia haverá verdadeira paz no mundo, diante de tantos escândalos, tantas injustiças e corrupção? A paz implica garantir que todas as pessoas tenham moradia, comida, roupa,

Pe. Ismar Dias de Matos * p.ismar@pucminas.br

O Ano da Paz é uma oportunidade para refletir o porquê da violência, conscientizando-nos da necessidade de uma convivência fraterna, saudável, pacífica, fecunda e frutuosa.

sem esforço. Tudo o que é bom para nós é fruto de muito trabalho. Sabemos, por experiência, que a justiça é algo complexo e que, para existir, depende de estruturas construídas por nós, algo sólido que seja capaz de colocar um freio em nossas diversas tendências de corrupção. Sim, a corrupção é uma realidade de várias faces e está presente em todas as épocas e culturas. É difícil encontrar alguém de mãos limpas, totalmente limpas, para atirar a primeira pedra em um corrupto. A corrupção é como um rio, nasce pequeno, de uma pequenina fonte, e vai crescendo, recebendo afluentes até virar um rio caudaloso, profundo, perigoso. Quem hoje rouba milhões, já tem uma longa história: começou roubando coisinhas “insignificantes”, bancando o esperto, dando pequeninos golpes aqui e ali, e ninguém cuidou de fazer justiça na época. O que hoje vemos de podridão em nível nacional, acontece também nos estados, nas prefeituras, nas autarquias, nas famílias, nos pequenos grupos, em qualquer instituição. Lemos nas Sagradas Escrituras que o velho Tobit, antes de morrer, chamou o seu filho Tobias e lhe deu vários conselhos, dentre os quais, este: “Meu filho, lembra-te do Senhor todos os dias e não queiras pecar nem transgredir Seus mandamentos. Pratica a justiça todos os dias da tua vida e não andes

Pe. Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br


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NOTÍCIA&ARTIGO

Encontro de coordenadores dos movimentos definição do que seja um “movimento” na Igreja é variado. “O que se entende hoje, por ‘Movimentos’? – interroga João Paulo II no pronunciamento aos participantes do Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais em Roma – O termo é com frequência referido a realidades diversas entre si, às vezes, até por configuração canônica. Se, por um lado, ela não pode certamente esgotar nem fixar a riqueza das formas suscitadas pela criatividade vivificante do Espírito de Cristo, por outro, porém, está a indicar uma concreta realidade eclesial de participação prevalecentemente laical, um itinerário de fé e de testemunho cristão, que assenta o próprio método pedagógico sobre um carisma preciso dado à pessoa do fundador, em circunstâncias e modos determinados”. Tais movimentos eclesiais propõem novas formas de espiritualidade que conjugam união com Deus e vida com os homens, participação eclesial e com-

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promisso/ responsabilidade na construção da cidade terrena. Conscientes de que os movimentos e novas comunidades são uma oportunidade para que muitas pessoas, sobretudo as que por algum motivo estão afastadas, tenham uma experiência de encontro vital com Jesus Cristo, e assim recuperem sua identidade batismal e sua ativa participação na vida da Igreja (cf Doc. Aparecida 312), foi realizado o 2º Encontro de coordenadores dos movimentos da Diocese Guanhães - em Guanhães, em 7 de março de 2015 – coordenado pelo padre João Carlos Sousa. Membros dos diversos movimentos da diocese atenderam ao chamado e se fizeram presentes para partilharem suas experiências (Terço dos homens, apostolado da oração, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, movimento litúrgico, RCC, ECC, Cursi-

lho de cristandade, movimento da Mãe Rainha, movimento Célula Jovem, Sociedade São Vicente de Paulo, grupo missionário de S.S. do Maranhão, legião de Maria, e outros). Padre João Carlos ouviu atentamente os relatos, dialogou com os coordenadores e marcou um encontro diocesano para os coordenadores do terço dos homens e os coordenadores dos ministros da Eucaristia para 9 de maio, quando serão estudados 'estatutos' para melhor organizar tais movimentos. Padre Jacy Diniz, pároco de Guanhães, se fez presente para dar as boas-vin-

das aos participantes e dizer o quão é importante a participação dos leigos nos trabalhos da Igreja. Participaram deste encontro 50 coordenadores de algumas cidades da diocese, dentre elas, Coluna, Guanhães, Materlândia, Peçanha, Santa Maria do Suaçuí, São José do Jacuri e São Sebastião do Maranhão. Ao final, nosso bispo diocesano, dom Jeremias Antônio proferiu palavras de incentivo e agradecimento a todos e ressaltou a importância do trabalho do leigo na comunidade, sem o qual o pároco pouco pode fazer.

O hino do glória canto do glória remonta aos primeiros séculos da era cristã. Assim o descreve a Instrução Geral do Missal Romano: “O glória é um antiquíssimo e venerável hino que a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro, e lhe apresenta suas súplicas. É cantado ou pela assembleia dos fiéis ou pelo povo em alternância com os cantores, ou ainda, só pelos cantores”. Por sua própria estrutura literária latina, que mesmo traduzida conserva seu fraseado com ritmo, o glória é especialmente rico em possibilidades de solução musical. Ele pode ser cantado de forma direta, ou alternado entre o coro e o povo, ou com um verso responsorial, que seria normalmente o verso inicial, embora muitos liturgistas defendam que o hino em si não tem refrão. Portanto, o glória é um hino doxológico (de louvor e de glorificação) que

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canta a glória do Pai e do Filho. Porém, o Filho se mantém no centro do louvor, da aclamação e da súplica. Movida pela ação do Espírito Santo, a assembleia entoa este hino que tem a sua origem naquele canto que os anjos entoaram nos ouvidos dos pastores de Belém, na noite do nascimento de Jesus. Nos seus primórdios, o glória fazia parte do ofício da manhã. Foi por vol-

tícias do seu uso em todas as festas e domingos, exceto na quaresma, entoado, inclusive, pelos presbíteros. Este canto possui algumas partes de fácil percepção: o canto dos anjos no natal de Jesus, os louvores ao Pai, os louvores, súplicas e aclamações a Cristo, e um majestoso final que inclui o Espírito Santo (o que não implica um louvor ao Espírito Santo). O Espírito está relacionado com o Filho, pois os

ser evitados, assim como os abreviados (glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). Também, não se deve colocar um hino de louvor que não seja “o glória” no lugar deste. A letra é uma oração de grande beleza que deve ser conservada na íntegra em sua versão original (como é rezada: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados...) ou na versão aprovada pela CNBB (Glória a Deus nos altos céus, paz na terra aos seus amados...). Pode-se cantá-lo também alternado entre o coral e a assembleia, ou em coros. Porém, há de se lembrar de que não se deve cantá-lo na quaresma e no advento, pois este não está em sintonia com tempos penitenciais. É apropriado para o domingo, o dia do Senhor.

A letra é uma oração de grande beleza que deve ser conservada na íntegra em sua versão original (como é rezada: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados...) ou na versão aprovada pela CNBB (Glória a Deus nos altos céus, paz na terra aos seus amados...) ta do século IV que ele começa a aparecer na liturgia eucarística do natal do Senhor, sendo entoado apenas pelo bispo. Assim foi por muitos anos. Só no final do século XI é que se tem no-

louvores e as súplicas se concentram nele. Ele é o Senhor que desde todos os tempos habita no seio da Trindade. Os glórias que não podem ser cantados por toda a assembleia devem

Padre João Evangelista dos Santos Presbítero da Diocese de Guanhães


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Jacurienses vivem momentos de fé e resgate de suas tradições na Festa do padroeiro São José ntre os dias 10 e 19 de março a cidade de São José do Jacuri viveu momentos memoráveis com a celebração eucarística e com as novenas preparatórias para a Festa de São José. Houve dias de catequese para as Famílias, com presença de sacerdotes da Diocese de Guanhães - Derci, José Aparecido Martins, Amarildo, José Geraldo, o vigário geral Pe. José Aparecido de Pinho e João Evangelista. Suas homilias convidaram a comunidade a refletir sobre a situação enfrentada pelas famílias nos dias de hoje. Foram tratados diversos temas, entre eles destacaram-se “Família que reza permanece

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unida”, “São José, esposo e homem justo”, “Com São José, a família é fonte de paz e amor”, entre outros. A fé e a tradição motivaram centenas de fiéis que vieram inclusive de várias comunidades da zona rural, para rezar e pedir por chuva. Pedido inclusive atendido prontamente em resposta à fé do povo, já que logo após os cortejos, uma chuvinha mansa refrescou o calor assolador dos últimos dias. O pedido de

chuva foi bastante oportuno às festividades de São José que, segundo crença popular, dia 19 de março é um dia de esperança para o homem do campo. Os festejos, idealizados e organizados pelos membros do CPP (Conselho Paroquial Pastoral), formaram uma comissão composta por casais representantes das pastorais atuantes na paróquia e outros grupos da comunidade, sob a coordenação do Pe. João Carlos de Souza. No dia 19, dia oficial do padroeiro São José, o município contou com a tradicional missa às 9h, e após, a procissão que percorreu ruas da cidade, seguida por um grande número de fiéis.

Após as missas e as novenas, as famílias retomaram a tradição de se reunir em frente à matriz junto às barraquinhas, onde aconteceu o tradicional leilão comunitário. O evento contou ainda com moda de viola executada ao vivo por cancioneiros artistas locais. A grande atração da noite ficou por conta da apresentação do grupo HiperDia, grupo de prevenção das doenças de hipertensão e diabetes, que prepararam uma seresta que completou a animação do público. A mensagem que fica é que cada um de nós - jacuriense - possa ter acolhido no coração a palavra de Deus semeada nesses dias dedicados a São José. Que busquemos viver como cristãos legítimos, condição para experimentarmos algo maravilhoso: A sensação de nunca estarmos sozinhos, pois Jesus, Maria e José caminharão conosco. E Viva São José! Por Irléia Nunes

NOVENA E HOMENAGEM A SÃO JOSÉ NA PARÓQUIA DE PAULISTAS De 13 a 22 de março, a paróquia de Paulistas celebrou com a novena em honra a São José, Padroeiro da Igreja e da nossa paróquia; cada dia com um tema e uma homenagem especial: aos jovens, família, marginalizados, trabalhadores, mulheres, autoridades , agentes de pastorais e toda a comunidade paroquial. Nosso pároco, Pe. Ivani Rodrigues, disse: faço questão de celebrar a Missa todos os dias e convidarei também outros padres para celebrarem conosco”. E assim fez. Padres de outras paróquias se fizeram presentes em Paulistas, dentre o padre José Adriano, em sua homilia falou sobre a importância do 1º mandamento mencionado no Evangelho de Marcos, (12, 28-34) “Ouve , ó Israel” com gestos , enfatizou a importância de ouvir; padre Dercy veio de Santa Maria do Suaçui, e com sua característica e contagiante alegria,

durante a homilia contou histórias enquanto caminhava entre os fieis, questionando, provocando reflexão; padre Amarildo veio de São Sebastião do Maranhão, e, com sua homilia envolvente refletiu sobre a importância dos sinais divinos em nossas vidas, aos quais devemos estar atentos para não passarem despercebidos. No 3º dia da novena o padre Ivani homenageou aos dizimistas e ressaltou a importância de buscar o sentido mais profundo da devoção para chegar à Festa de São José como uma pessoa melhor. Do

contrário, não faria sentido. Durante suas celebrações, o padre Ivani expressou sua alegria em celebrar a Eucaristia todos os dias da novena, com o objetivo de provocar uma melhor consciência do sagrado, especialmente por estarmos no tempo quaresmal, no qual somos chamados à conversão. Agradeceu a presença dos fieis durante a novena, lembrando que a devoção aos Santos deve ter um propósito, pois, se ela for apenas física, de nada nos servirá, ela deve ser um sinal que nos leva a um plano mais elevado de consciência. A devo-

ção aos santos, se real e verdadeira nos levará automaticamente a entrar no mistério de Jesus Cristo. Falou-nos da importância do silêncio nas celebrações, lembrando o exemplo de São José, que no silêncio ouviu a revelação da vontade Divina. No encerramento houve missa e, em seguida, procissão e partilha fraterna, preparada e organizada por toda a comunidade, ao som dos Louvores do Show Católico organizado pelos jovens. Nossos agradecimentos ao padre Ivani Rodrigues, por acolher nossa maneira de festejar e por alegrar-se com a nossa alegria; e aos padres que vieram celebrar conosco, padre José Adriano, padre Dercy e padre Amarildo, nossa eterna gratidão. Equipe de Comunicação da Paróquia São José


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DIOCESEEMFOCO

'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' (Papa Francisco)

#Programa Nova Geração Um canal de comunicação com a juventude.

A Pastoral da Juventude exerce sua missão de evangelizar os jovens também através do #Programa Nova Geração. Todos os sábados, às 15:00 horas na Rádio Vida Nova Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br. Curta e acompanhe a nossa página no facebook e nos dê sua opinião e sugestão!

Pastoral da Juventude Diocese de Guanhães/MG

O novo site da Diocese de Guanhães já está na net www.diocesedeguanhaes.com.br Faça-nos uma visita! Divulguem!


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