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UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

COMPLEXO ESPORTIVO EM VILA VELHA FERNANDA BOZZI FRAGA Projeto

de

pesquisa

apresentado

“Trabalho de Conclusão de Curso orientação

do

professor

Universidade Vila Velha.

VILA VELHA/ES - BRASIL 2012

Clóvis

à

disciplina

II”, sob a Aquino,

da


UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

COMPLEXO ESPORTIVO EM VILA VELHA FERNANDA BOZZI FRAGA Projeto

de

pesquisa

apresentado

“Trabalho de Conclusão de Curso orientação

do

professor

Universidade Vila Velha.

DATA DE DEFESA: ___/___/______

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

________________________________________ PROFESSOR ORIENTADOR: CLÓVIS AQUINO

________________________________________ EXAMINADORA: LIZIANE JORGE

________________________________________ MEMBRO EXTERNO: LEONARDO ATHAYDE

Clóvis

à

disciplina

II”, sob a Aquino,

da


Dedicado àqueles que são os pilares de minha vida, e sem os quais, a mesma não teria sentido: minha família. À minha amada avó Ivany (in memorian), cujo afeto sempre levarei no coração; à minha tia Glória, pelo imensurável apoio e confiança depositados nesses anos de estudo e dedicação. E principalmente, à minha mãe, Gláucia, minha mais bela razão de existir.


“Liberdade é muito mais que palavras a dizer. Gostaria de agradecer. Espero um dia retribuir. Coração do meu céu, por favor, seja feliz! Agora vem a tua vez! Usufrua do teu amor! Sua prole sobreviveu, só resta agradecer... MÃE!” - Dead Fish, “Tango”, Afasia, 2001.


AGRADECIMENTOS

São muitos os responsáveis por essa vitória. Tudo isso não teria sido possível sem a presença, a força, a proteção e o amor do maior arquiteto do universo: Deus. Agradeço, primeiramente, àquele que me presenteou com o bem mais precioso: a vida.

Minha eterna gratidão, respeito e amor à minha mãe, Gláucia, à minha tia, Glória, e à minha avó, Ivany (in memorian), pois, sem elas, esse sonho não teria sido possível. Agradeço por acreditarem em mim, pelo apoio, sabedoria e amor incondicional. Agradeço à minha família: meu pai, Luiz, pelo incentivo, meus primos “irmãos mais velhos”, Larissa, Lorena e Miguel, que cumprem a cada dia essa função, de me protegerem, ampararem, amarem. A vocês, meu eterno amor e admiração.

Aos meus amigos, por entenderem a importância deste momento de trabalho, que por tantas vezes justificou a minha ausência. Às minhas “abigas” de faculdade, e agora colegas de profissão, pela amizade, cumplicidade, companheirismo, força e dedicação. Poly, Gabi, Paola, Kamilla e Mayara, vocês foram fundamentais durante esses cinco anos, tornando essa experiência muito mais motivadora e prazerosa.

Agradeço, principalmente, aos meus professores. Em especial, ao Clóvis, meu querido orientador, portador dos ensinamentos, da paciência e da atenção inesgotáveis dedicadas à confecção deste trabalho. Estou certa de que a minha formação acadêmica e pessoal não estaria completa sem os seus diálogos e concelhos.

Agradeço, enfim, a todos que contribuíram para a minha formação e que torceram por mim. Sou grata à todos, e principalmente à Deus, pois foi Ele quem me fundamentou a vitória.


RESUMO

Este trabalho apresenta, como tema central, a implantação de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha, no estado do Espírito Santo, Brasil. Quanto à metodologia, trata-se de uma intenção projetual, baseada em pesquisas, análises, estudos de caso e coleta de dados, que nortearam a elaboração do anteprojeto do objeto em questão. Aborda a evolução dos espaços e equipamentos esportivos, desde a antiguidade até o desenvolvimento deste trabalho. Gerou, dessa maneira, um ponto de partida para o projeto em si, de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha, a partir da fundamentação. O objetivo principal deste trabalho pode ser definido como a necessidade da criação de um espaço de convívio social através das atividades esportivas no determinado local a ser projetado.

Palavras chave: complexo esportivo, projeto, convívio social, atividades esportivas.


ABSTRACT

This work has as central theme the implementation of a sport complex in the city of Vila Velha. Regarding methodology, it´s a project intention, based on research, analysis, case studies and data collection, which guided the development of the project of the object in question. It discusses the evolution of the spaces and sports equipments, from antiquity to the present moment, when this work was made. Generated, in this way, a starting point for the project itself, of a sports complex in the city of Vila Velha, since the grounding. The main objective of this work can be defined as the needy to create a space for social interaction through sports activities in the particular location to be designed.

Key words: sport complex, project, social interaction, sports activities.


SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 6 ABSTRACT................................................................................................................. 7 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 10 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 1.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ARQUITETURA ESPORTIVA.......... 16 1.1. A origem na Antiguidade .............................................................................. 16 1.1.1. A Grécia antiga e a cultura esportiva ..................................................... 16 1.1.2. O Império romano e o esporte ............................................................... 21

2.

1.2.

A escassez esportiva na Idade Média ................................................... 24

1.3.

A volta do esporte na Era Moderna ....................................................... 24

1.4.

A afirmação esportiva na Era Contemporânea ...................................... 25

INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE ................................................................ 28 2.1. Espaços esportivos existentes na Região Metropolitana da Grande Vitória 28 2.2. A necessidade atual das práticas esportivas ............................................... 30 2.3. Estudos de caso ........................................................................................... 30 2.3.1. Termas Romanas .................................................................................. 30 2.3.2. O exemplo de Nervi ............................................................................... 33 2.3.3. Complexo do Maracanã ......................................................................... 38 2.3.3.1.

Estádio de Atletismo Célio de Barros ................................................. 39

2.3.3.2.

Estádio do Maracanã.......................................................................... 40

2.3.3.3.

Estádio do Maracanãzinho ................................................................. 46

2.3.3.4.

Parque Aquático Julio de Lamare ...................................................... 47

2.3.3.5.

A Reforma do Complexo .................................................................... 48

2.3.4. Reforma do “Tancredão” ....................................................................... 53 3.

COMPLEXO ESPORTIVO: POR QUE E PARA QUEM? .................................. 62 3.1. Construindo o programa de necessidades ................................................... 63 3.2. Diretrizes projetuais...................................................................................... 64 3.2.1. Objetivos ................................................................................................ 64 3.2.2. Modalidades físicas e esportivas ........................................................... 65

4.

CONDICIONANTES PRÉ PROJETUAIS .......................................................... 67 4.1. Localização do terreno ................................................................................. 67 4.2. Condicionantes legais .................................................................................. 68


4.3. Impactos urbanos ......................................................................................... 69 4.4. Caracterização ambiental............................................................................. 70 4.5. Considerações finais .................................................................................... 70 5.

INTENSÕES PROJETUAIS ............................................................................... 71 5.1. Partido arquitetônico .................................................................................... 71 5.2. Implantação.................................................................................................. 71 5.3. Ginásio Poliesportivo.................................................................................... 74 5.3.1. Dimensionamento .................................................................................. 75 5.4. Paisagismo................................................................................................... 76 5.5. Conclusões .................................................................................................. 79

6.

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 81

7.

ANEXOS ............................................................................................................ 86


10

LISTA DE FIGURAS 1.

Sítio arqueológico da cidade de Olímpia.........................................................17

2.

Planta baixa do Templo de Hera.....................................................................18

3.

Planta baixa do Buleuterion.............................................................................18

4.

Planta baixa e corte do Templo de Zeus.........................................................18

5.

Planta baixa do Philippeion.............................................................................19

6.

Planta baixa do Leonidaion.............................................................................19

7.

Planta baixa do Palestra..................................................................................19

8.

Planta baixa do Ginásio...................................................................................19

9.

Planta baixa do Nimpheo.................................................................................20

10.

Planta baixa do Hipódromo.............................................................................20

11.

Planta baixa do Teatro Epidauro.....................................................................20

12.

Planta baixa do Estádio...................................................................................20

13.

Dimensões e distâncias de visibilidade do Panathinaiko................................20

14.

Vista do Panathinaiko......................................................................................20

15.

Planta baixa do Coliseu...................................................................................22

16.

Sistema construtivo do Coliseu.......................................................................22

17.

Corte esquemático do Coliseu.........................................................................22

18.

Vista aérea do Coliseu.....................................................................................22

19.

Vista do Coliseu...............................................................................................23

20.

Vista aérea do Coliseu.....................................................................................23

21.

Pintura de Thomas M. Henry, futebol na Inglaterra, 1893...............................25

22.

Reforma “Tartarugão”, Vila Velha....................................................................28

23.

“Tartarugão” reformado, Vila Velha.................................................................28

24.

“Tartarugão” reformado, Vila Velha.................................................................28

25.

Estádio Kléber Andrade, atual e projeto de reforma, Cariacica.......................29

26.

Projeto Parque Tancredo Neves, Vitória.........................................................29

27.

Termas de Caracala, ilustração didática da Terma, Roma..............................31

28.

Termas de Caracala, ilustração, Roma...........................................................32

29.

Termas de Caracala, ilustração didática da Thermae, Roma..........................32

30.

Reconstrução virtual de uma Terma................................................................32

31.

Termas de Caracala, ilustração artística.........................................................33

32.

Stadio Flaminio, Roma, 1957..........................................................................34


11

33.

Stadio Artemio Franchi, Florença, 1931..........................................................34

34.

PalaLottomatica, Roma, 1960.........................................................................34

35.

Palazzetto dello Sport, Roma, 1957................................................................34

36.

Palazzetto dello Sport, Roma, 1957................................................................35

37.

Entrada do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957..............................................35

38.

Plantas baixas do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957...................................35

39.

Esquema de corte transversal do Palazetto dello Sport, Roma, 1957............36

40.

Nervuras da cobertura do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957......................36

41.

Nervuras da cobertura do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957......................36

42.

Esquema dos pilares em “Y” do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957.............36

43.

Esquema estático do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957..............................37

44.

Montagem dos blocos pré fabricados do Palazzetto dello Sport, Roma,

1957...........................................................................................................................37 45.

Iluminação através das janelas do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957.........37

46.

Pilares e iluminação através das janelas do Palazzetto dello Sport, Roma,

1957...........................................................................................................................37 47.

Galeria perimetral interna do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957..................37

48.

Leques de cimento armado que unem a cúpula aos pilares da galeria

perimetral do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957.....................................................37 49.

Construção da cúpula do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957.......................37

50.

Palazzetto dello Sport, Roma, 1957................................................................38

51.

Complexo do Maracanã, Rio de Janeiro.........................................................39

52.

Estádio de Atletismo Célio de Barros, Rio de Janeiro.....................................40

53.

Estádio de Atletismo Célio de Barros, Rio de Janeiro.....................................40

54.

Vista geral do Maracanã antes dos serviços de recuperação iniciados em

1999, Rio de Janeiro..................................................................................................42 55.

Vista da cobertura do estádio durante a obra de recuperação em 2000, Rio de

Janeiro........................................................................................................................42 56.

Recuperação do “balanço dos gigantes” sob a cobertura, Rio de Janeiro......42

57.

Vista geral da recuperação das rampas monumentais...................................42

58.

Detalhe da impermeabilização das estruturas de “balanço dos gigantes”.....43

59.

Proteção

das

estruturas

da

cobertura

por

meio

de

sistemas

de

impermeabilização, Rio de Janeiro............................................................................43


12

60.

Proteção

das

estruturas

da

cobertura,

após

a

conclusão

da

impermeabilização.....................................................................................................43 61.

Estádio do Maracanã......................................................................................43

62.

Estádio do Maracanã.......................................................................................43

63.

Estádio do Maracanãzinho..............................................................................47

64.

Parque Aquático Julio de Lamare....................................................................48

65.

Parque Aquático Julio de Lamare....................................................................48

66.

Planta baixa térrea da reforma do Maracanã..................................................48

67.

Simulação – Maracanã depois da reforma......................................................49

68.

Simulação – Maracanã antes e depois da reforma.........................................49

69.

Simulação – arquibancadas do Maracanã antes e depois da reforma............50

70.

Projeto de reforma: cortes e fachadas do Maracanã.......................................50

71.

Proposta de estacionamento e estação multimodal........................................51

72.

Esquema do estacionamento e estação multimodal.......................................52

73.

Acessos do estacionamento e estação multimodal.........................................52

74.

Vista aérea do “Tancredão” durante a reforma...............................................53

75.

Maquete eletrônica com vista aérea do “Tancredão”......................................54

76.

Setores do “Tancredão”...................................................................................55

77.

Eixos estruturadores do “Tancredão”..............................................................55

78.

Orla do “Tancredão”........................................................................................55

79.

Rede de circulação do “Tancredão”................................................................55

80.

Novo ginásio de esportes, “Tancredão”...........................................................56

81.

Ginásio do “Tancredão”...................................................................................56

82.

Ginásio do “Tancredão”...................................................................................56

83.

Academia para idosos do “Tancredão”............................................................57

84.

Parque infantil do “Tancredão”........................................................................57

85.

Pista de skate, “Tancredão”.............................................................................57

86.

Quadras esportivas, “Tancredão”....................................................................57

87.

Piscinas, “Tancredão”......................................................................................58

88.

Quadras esportivas do “Tancredão”................................................................58

89.

Estacionamentos do “Tancredão”...................................................................58

90.

Estacionamentos do “Tancredão”....................................................................58

91.

Áreas de estar do “Tancredão”........................................................................59

92.

Ginásio do “Tancredão”...................................................................................59


13

93.

Perspectiva da orla, “Tancredão”....................................................................59

94.

Perspectiva da orla, “Tancredão”....................................................................59

95.

Equipamentos do “Tancredão”........................................................................61

96.

Esquema de implantação do “Tancredão”.......................................................61

97.

Índices a serem respeitados............................................................................68

98.

Atividades permitidas.......................................................................................68

99.

Enquadramento de atividades por grau de impactos......................................68

100. Anéis Olímpicos...............................................................................................71 101. Esquema de implantação do La Villette...........................................................72 102. Eixos e pontos de referência do La Villette......................................................72 103. Pau ferro..........................................................................................................77 104. Ipês..................................................................................................................77 105. Cássia ferruginosa...........................................................................................77 106. Unha de vaca...................................................................................................78 107. Paineira............................................................................................................78 108. Eucalipto cidro.................................................................................................78 109. Eucalipto arco-íris............................................................................................79 110. Grama verde esmeralda..................................................................................79


14

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda o tema esportivo, relacionado a espaços existentes nas cidades para o desenvolvimento de atividades de esporte, lazer e convívio social.

As preocupações iniciais que motivaram a escolha do tema, um complexo esportivo na cidade de Vila Velha, partiram da tentativa de reunir questões que englobassem áreas específicas do curso de Arquitetura e Urbanismo. O tema retrata em seu projeto arquitetônico, questões históricas, sociais, técnicas e urbanas, contribuindo como revisão e conclusão de um período importante na formação acadêmica.

Segundo Campagnoni (2007), a prática de esportes por crianças, jovens e adolescentes vem crescendo, assim como, o entendimento do papel do esporte, que está se tornando fundamental e necessário para a formação de cidadãos. Este tem sido extremamente recomendado por médicos de muitas especialidades, como uma das providências mais saudáveis e eficazes para o tratamento de distúrbios de saúde e, principalmente, como combate ao stress.

Um dos principais motivos que levaram a escolha do tema pode ser apontado como a falta desse tipo de espaço no município de Vila Velha, fato que não corresponde à importância cultural, social e política do esporte na sociedade local, através do crescimento e desenvolvimento urbano, os quais não levaram em conta a necessidade da criação destes locais para atividades esportivas.

O trabalho apresentado desenvolve-se em cinco partes: contextualização histórica da tipologia do projeto em questão, interpretação da realidade (mostrando o atual estado dos principais complexos esportivos em Vila Velha e no Brasil), justificativa e público alvo do projeto, condicionantes pré projetuais e o projeto em si, a nível de anteprojeto arquitetônico e estudo preliminar paisagístico.

No primeiro capítulo é relatado o histórico da origem esportiva, desde a antiguidade (focada nos impérios Grego e Romano, bem como a importância das


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disputas esportivas e os exemplares arquitetônicos) até a prática de esportes na era contemporânea, além da tipologia das modalidades físicas e esportivas.

O segundo capítulo narra a interpretação da realidade, citando os espaços esportivos existentes na Região Metropolitana da Grande Vitória e no Brasil, além de abordar a necessidade atual e a importância das práticas esportivas, através de estudos de caso.

No terceiro capítulo é explicado por que é necessária a implantação do projeto de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha e o público alvo, seus objetivos, diretrizes projetuais e a escolha do programa de necessidades.

O quarto capítulo fala das condicionantes pré projetuais com o estudo e análise do terreno escolhido para o projeto, através da sua localização, condicionantes legais, impactos urbanos e caracterização ambiental.

Finalizando, o quinto capítulo contém o projeto propriamente dito, do anteprojeto arquitetônico do ginásio esportivo e o estudo preliminar do paisagismo, do Complexo Esportivo na cidade de Vila Velha.


16

1.

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ARQUITETURA ESPORTIVA

Neste capítulo, o histórico das práticas esportivas é abordado de forma bem detalhada, mostrando sua cronologia, desde a origem na Antiguidade até as práticas esportivas na Era Contemporânea, além de falar sobre as diferentes modalidades físicas e esportivas existentes.

1.1.

A origem na Antiguidade

Cereto (2004) explica que a gênese do esporte e da tipologia foi encontrada na tradição

helênica

greco-romana.

As

atividades

físicas

tornaram-se

prática

permanente da sociedade, visando um complemento do conhecimento intelectual. Para os espartanos, o esporte era fator primordial na educação do homem, enquanto os atenienses o dignificaram, estabelecendo uma relação de divindade com ele. A tipologia de um complexo esportivo e seus equipamentos caracterizavam as atividades de lazer do mundo antigo, além de terem em comum o fato de serem locais para concentração de público.

Em suma, esses espaços serviam tanto para atividades esportivas, quanto forma de lazer e agregação social. Essa relação do esporte com o cotidiano da sociedade se baseava na união entre intelecto e corpo.

1.1.1. A Grécia antiga e a cultura esportiva

Na Grécia antiga, a cultura esportiva existente era primordial para o desenvolvimento e o crescimento do ser humano. O sistema educacional acreditava que as atividades físicas eram fundamentais na formação do indivíduo. Além dos benefícios para a saúde, o vigor físico era sinônimo de beleza e grandeza do indivíduo. As atividades esportivas geravam disciplina, o método, o respeito indispensável na formação militar. (CERETO, 2004. p. 10).

O ápice das atividades esportivas na antiga Grécia ocorreu na cidade de Olímpia, localizada no vale dos Alfeios, no território de Pisatis, região Noroeste do


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Peloponeso. Nela, foram criados os Jogos Olímpicos no século IX a.C., realizados de quatro em quatro anos, para homenagearem a Zeus. A cidade não era habitada, tinha uma única função de sediar os jogos e promover atividades de cultos. Todas as edificações importantes das Olimpíadas da Antiguidade estavam nela, configurando o mais expressivo complexo esportivo grego. O sítio arqueológico existente na cidade de Olímpia consistia em um santuário (altis) com diversas edificações.

Figura 01: Sítio arqueológico da cidade de Olímpia 900 a.C. Fonte: Wikipedia, 2012 1: Propylon / 2: Prytaneion / 3: Philippeion / 4: Templo de Hera / 5: Pelopion / 6: Nymphaeum de Herodes Atticus / 7: Metroon / 8: Zanes / 9: Cripta / 10: Stadium / 11: Stoa Eco / 12: Edifício de Ptolomeu II e Arsínoe / 13: Stoa de Héstia / 14: Edifício helenístico / 15: Templo de Zeus / 16: Altar de Zeus / 17: Ex-voto dos Aqueus / 18: Ex-voto de Mikythos / 19: Niké de Peônio / 20: Gymnasion / 21: Palaestra / 22: Theokoleon / 23: Heroon / 24: Atelier de Fídias e Basílica paleocristã / 25: Banhos de Kladeos / 26: Banhos gregas / 27 e 28: Hospedarias / 29: Leonidaion / 30: Banhos sul / 31: Bouleuterion / 32: Stoa sul / 33: Villa de Nero Tesouros I: Sicyon / II: Siracusa / III: Epidamno / IV: Bizâncio / V: Síbaris / VI: Cirene / VII: ? / VIII: Altar / IX: Selinunte / X: Metaponto / XI: Megara / XII: Gela

Os primeiros edifícios foram construídos em torno do século VI a.C., no período arcaico, quando os skiludianos, aliados dos pisatanos, ergueram o Templo de Hera, seguido pelo Pelopion (Pelopeion, área do altar de sacrifícios), e pelo Bouleuterion, onde se localizava a administração local e eram realizadas reuniões do conselho.


18

Figura 02: Planta baixa do Templo de Hera, Olímpia 600 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Figura 03: Planta baixa Buleuterion, Olímpia 580 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

do

No período clássico, entre os séculos V e IV a.C., foi construído o Templo de Zeus (ou Olympieum, centro religioso do local), o Pritaneu (Prytaneion, a casa da sagrada chama olímpica e sede dos funcionários do santuário, usada também para entreter convidados de honra dos jogos e vencedores olímpicos) e o Metroon (templo dedicado à mãe de todos os Deuses - Cibele). Pode-se perceber então que, no primeiro momento, do período arcaico até o clássico, as construções eram dedicadas apenas aos deuses, não tendo o uso esportivo.

Figura 04: Planta baixa e corte do Templo de Zeus, Olímpia 470 a.C. Fonte: Ridruejo, 2011

A partir do período helenístico, no final do século IV a.C., começaram a ser construídos os equipamentos esportivos, como o Philippeion (única estrutura dedicada a um ser humano; memorial que continha estátuas da família de Alexandre, o Grande), o Leonidaion (casa onde visitantes ilustres se hospedavam durante os jogos), o Palestra (arena onde haviam eventos que não necessitavam de


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muito espaço, como lutas corporais e treinamentos em modalidades de ataque e defesa) e o Ginásio (Gymnasium, onde os atletas treinavam e se exercitavam antes das competições, de propriedade do Estado, onde haviam também salas para conferências, instalações esportivas, recintos para massagens, duchas e unções) além de criptas e casas de banho.

Figura 05: Planta baixa Philippeion, Olímpia 339 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

do

Figura 07: Planta baixa do Palestra, Olímpia 300 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Figura 06: Planta baixa do Leonidaion, Olímpia 330 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Figura 08: Planta baixa do Ginásio, Olímpia 250 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Já no período romano, do século III a.C. até o século IV d.C., foram iniciados extensos programas de restauração nos edifícios existentes e novas construções, como o Nimpheo (Nymphaeum, fonte onde atletas e espectadores podiam se refrescar), além de novos aquedutos e banhos. Além destes equipamentos, também havia hipódromo (destinado para disputa entre cavalos), teatro (embora não fosse específico

para

as atividades

esportivas,

foi

utilizado

para

determinadas


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modalidades) e estádio. Nesta época, o complexo sofreu abalos sísmicos e invasões bárbaras.

Figura 09: Planta baixa do Nimpheo, Olímpia 150 a.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Figura 11: Planta baixa do Teatro Epidauro, Grécia 125 d.C. Fonte: Ortner, 1957

Figura 10: Planta baixa do Hipódromo, Olímpia 150 d.C. Fonte: Mallwitz, 1972

Figura 12: Planta baixa do Estádio, Olímpia 150 d.C. Fonte: Ortner, 1957

Além da cidade de Olímpia, existia na cidade de Athenas o estádio que recebeu o título de mais magnificente, o Panathinaiko (Kallimarmaron, em grego: beleza em mármore), estádio de atletismo construído inteiramente em mármore branco do Monte Pentélico no ano de 566 a.C., com pista em forma de “U” e arquibancadas, que sediava competições e disputas para homenagear a deusa da guerra: Athenas.

Figura 13: Dimensões e distâncias de visibilidade do Panathinaiko, Athenas 566 a.C. Fonte: Campanini, 1950

Figura 14: Vista do Athenas 566 a.C. Fonte: Ortner, 1957

Panathinaiko,


21

A tipologia dos edifícios esportivos da antiguidade sofreu alterações com o passar do tempo, chegando ao período contemporâneo, até o presente momento, com formas diferentes das existentes no princípio dos esportes. Essa evolução se deve ao fato de haver um melhor aproveitamento no espaço utilizado para a prática de atividades, antes separadas por tipos, e hoje, uma única quadra pode ser utilizada para promover várias modalidades diferentes.

1.1.2. O Império romano e o esporte

A rivalidade entre Roma e Grécia fez crescer o interesse da cidade na participação das Olimpíadas. Após dominarem a Grécia, os romanos tiveram o direito de participar do festival sagrado de Olímpia. Sendo assim, em Roma, o caráter das competições adquiriu outros significados, assim como as edificações, que tomaram outra dimensão. Segundo Cereto (2004), a dominação do império romano mudou a conotação religiosa na Grécia. A religiosidade passou a se concentrar numa única casa, e os rituais passaram a ser um atrativo do imperador para o povo. O atleta, antes, dotado de sabedoria, educação e religiosidade da época grega, agora dava lugar para guerreiros romanos, gladiadores e escravos, que serviam para distrair e alegrar a população no circo ou anfiteatro.

Diferentemente das tipologias gregas, que em sua grande maioria eram enterradas, o anfiteatro romano adquiria uma altura e monumentalidade até então não encontrada na Grécia. Além disso, outro diferencial eram as dimensões internas, inferiores às arenas gregas, que tinham uma proporção longitudinal em função das competições de corrida; nas arenas romanas, o uso era para batalhas e suas formas eram, em geral, elípticas. Com isso, houve a necessidade de se verticalizar as edificações que, além de abrigar um público muito maior, também proporcionasse campos visuais mais adequados. O Coliseu (Colliseum) é o exemplo que exprime todo o poder da técnica construtiva romana. Cereto se referiu às novas construções romanas da seguinte forma: A sobreposição das ordens foi utilizada dando uma sensação de peso; à medida que o estádio vai subindo, coloca-se uma ordem mais leve. As arcadas provenientes das circulações nas galerias dão uma leveza ao


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anfiteatro e, ao mesmo tempo, estabelecem uma relação com o entorno mais equilibrada, não sendo uma barreira na cidade romana. Assim, essa permeabilidade formal adquiriu um caráter urbano inserindo o equipamento, mesmo com as dimensões, harmoniosamente na paisagem da cidade. (...) O Coliseu Romano – Anfiteatro de Flávio – contava com arquibancadas dotadas com excelente sistema de circulação com galerias e escadas bem distribuídas, tribuna de honra para o imperador e, na parte inferior, galerias onde ficavam os gladiadores e feras que protagonizaram batalhas apreciadas pelo público.

Esse

sistema

de

circulação

permitia

que

os

48.000

espectadores evacuassem suas dependências em apenas três minutos. Possuía uma cobertura para as arquibancadas em lona que possibilitava a proteção e o sombreamento para o público. Nas galerias inferiores do anfiteatro, ficavam as feras e os gladiadores com acesso direto à arena. (CERETO, 2004, p. 20).

Figura 15: Planta baixa do Coliseu, Roma 79 d.C. Fonte: Campanini, 1950

Figura 17: Corte esquemático do Coliseu, Roma 79 d.C. Fonte: Ortner, 1957

Figura 16: Sistema construtivo do Coliseu, Roma 79 d.C. 1 - Circulação; 2 - Ordens sobrepostas; 3 - Ancoramento; 4 - Cobertura em lona Fonte: Campanini, 1950

Figura 18: Vista aérea do Coliseu, Roma 79 d.C. Fonte: Macaulay, 1989 apud CERETO, 2004, p.30.


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Figura 19: Vista do Coliseu, Roma 79 d.C. Fonte: Bonechi, 1988 apud CERETO, 2004, p.30.

Figura 20: Vista aérea do Coliseu, Roma 79 d.C. Fonte: Bonechi, 1988 apud CERETO, 2004, p.31.

Entendendo o contexto histórico da criação desses espaços para o desenvolvimento de atividades esportivas, de acordo com Cereto: A principal contribuição do Império Romano na formação do pensamento contemporâneo está na magnitude das construções romanas para arquitetura de massas, definindo tipologias que formaram a arquitetura esportiva contemporânea. O edifício romano estabelece a importância da edificação como símbolo para o uso do espetáculo de massas. (CERETO, 2004, p.20)

O declínio dos jogos olímpicos ocorreu durante o império de Teodósio I em Roma, no século 393 d.C., extinguindo as atividades esportivas da Antiguidade. O imperador proíbe a realização das Olimpíadas, afirmando que tais atividades tinham o intuito de adoração aos deuses, e isso não seria mais permitido, pela implantação da religião cristã.

A partir da dominação da Grécia pelo Império Romano, é possível entender a diferença entre os dois povos, no que se refere ao homem da época. A Grécia buscava a perfeição do atleta, através de disciplina, respeito, saúde e vigor físico, de modo que o corpo refletisse a beleza de tais valores do mundo antigo. Já no Império romano, ao invés de atletas, eram formados guerreiros e gladiadores, com o único intuito de proporcionar lazer através das lutas para a população.


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1.2.

A escassez esportiva na Idade Média

No final do século IX d.C., invasões bárbaras deram fim aos impérios Grego e Romano. Dessa forma, a Igreja Católica assume um poder centralizador no local, impondo o Cristianismo. O crescimento da força dessa religião pregava a purificação da alma; os cuidados com o corpo foram colocados em segundo plano, pois, na época, este servia mais para penitências do que para desenvolvimento de aptidões esportivas. Dessa forma, as práticas esportivas entraram em fase de estagnação, durante o período de guerras e conquistas, que ocorreu na Idade Média.

Sem o desenvolvimento de atividades esportivas, as cidades sofreram uma decadência nesse setor, já que pela ótica do Cristianismo, tais práticas eram consideradas pagãs.

As Olimpíadas então foram banidas, e a produção arquitetônica esportiva passou por um longo período sem manifestação.

1.3.

A volta do esporte na Era Moderna

Na Europa, em meados do século XVIII, principalmente na Inglaterra, a burguesia conduziu

grandes

mudanças

sociais,

através

mudanças

tecnológicas

que

ocasionaram um profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Outros países, como França, Alemanha, Estados Unidos, entre outros, também aderiram ao movimento revolucionário industrial.

Ao longo do processo, a era da agricultura foi ficando no passado, dando espaço para a máquina, que superou o trabalho humano, sendo uma nova relação entre capital e trabalho, impondo novas relações entre nações.

No ponto de vista da população, o novo tipo de trabalho imposto pela presença das máquinas gerou um aumento na produtividade de trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto.


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Essa transformação radical na vida da população da época alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, que agora, necessitava de horas de descanso, recreação e lazer. Dessa maneira, as bases dos conceitos de esporte surgiram, quando a educação física voltou a ser sistematizada.

No século XIX, em Oxford, na Inglaterra, ocorreu a reforma dos conceitos esportivos, com a definição das regras para os jogos. A padronização dos regulamentos das disputas favoreceu a internacionalização dos esportes.

Figura 21: Pintura de Thomas M. Henry, futebol na Inglaterra, 1893 Fonte: FIFA, 2012

No fim do século XIX, foram implantadas três doutrinas de atividades físicas: a ginástica nacionalista (alemã), que valoriza aspectos ligados ao patriotismo e à ordem; a ginástica médica (sueca), voltada para fins terapêuticos e preventivos; e o movimento do esporte (inglês), que introduziu a concepção moderna de esporte e impulsionou a restauração do movimento olímpico, com o barão de Coubertin.

1.4.

A afirmação esportiva na Era Contemporânea

Rubio (2010) afirma que, no século XIX, entrando na Era Moderna, os Jogos Olímpicos foram “recriados” pelo pedagogo e historiador francês, Pierre de Coubertin. A primeira edição dos Jogos Olímpicos ocorreu no ano de 1896, em Atenas, na Grécia, respeitando o calendário grego (no qual foi espelhado) realizando-se de quatro em quatro anos.


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Para um melhor entendimento do fenômeno esportivo, visto que este pode também ser considerado como um processo, pois está em constante alteração, é necessário compreender também os momentos históricos com os quais se relaciona. Entendese a partir da análise de Rubio que: As condições que levaram o esporte moderno a se desenvolver foram bastante particulares e denunciadoras do lugar e momento histórico em que ocorreram. Foi, sobretudo, o renascimento do interesse pelos estudos clássicos, fazendo reviver na intelectualidade de então a fascinação que a cultura helênica exercia sobre a cultura europeia, além das descobertas de sítios arqueológicos que permitiam desvendar acontecimentos relacionados aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que levou Pierre de Coubertin a tomar para si a tarefa de organizar uma instituição de caráter internacional com a finalidade de cuidar daquilo que seria uma atividade capaz de transformar a sociedade daquele momento: o esporte. (RUBIO, 2010).

Tavares (2003) aponta que o estabelecimento do Movimento Olímpico, no final do século XIX, coincide com a criação e a proliferação de um amplo espectro de organizações de cunho internacionalista, cujo principal objetivo era a promoção da paz. Isso porque, embora durante o século XIX tivesse ocorrido um grande desenvolvimento das ciências humanas e da produção de ideias, os conflitos ainda eram resolvidos de forma brutal por meio de guerras. As organizações internacionalistas buscavam a resolução de conflitos, tanto de ordem interna como externa, pelo uso da razão e das leis, e não pelas armas. Dentro dessa lógica a competição esportiva era uma forma racionalizada de conflito, sem o uso da violência.

Em 25 de novembro de 1892, foi apresentado um projeto de restauração dos Jogos Olímpicos, na época do aniversário da União das Sociedades Francesas de Esportes Atléticos, que teve como paraninfo Pierre de Coubertin, mais conhecido como o Barão de Coubertin. Na ocasião, o barão manifestou seus desejos e intenções com relação aos jogos: “É preciso internacionalizar o esporte.” (LÓPEZ, 1992, p.21).


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Promover uma competição esportiva de âmbito internacional espelhada nos Jogos Olímpicos gregos, com caráter educativo e permanente, demandava a criação de uma instituição que desse o suporte humano e material para a realização de tal empreitada. Então, em Junho de 1894, na Sorbonne em Paris, teve início o congresso esportivo e cultural, no qual Coubertin apresentou a proposta de recriação dos jogos. O esporte contemporâneo é, segundo Ardoino e Brohm (1995), de parte a parte um fator histórico, uma totalidade de processos históricos contraditórios com um desenvolvimento irregular, porém combinado, que conduz às totalizações concretas complexas: às instituições e às práticas e discursos esportivos contemporâneos.

A primeira metade do século XX foi marcada por um desenvolvimento lento do esporte. Duas guerras mundiais (1914/1918 e 1939/1945), a revolução comunista de 1917 e a queda da bolsa de Nova York em 1929 criaram dificuldades em escala planetária para o treinamento de atletas, a realização de competições e viagens das equipes. Por causa das guerras mundiais, três edições dos Jogos Olímpicos foram canceladas, nos anos de 1912, 1940 e 1944.

Na segunda metade do século XX, notadamente entre 1950 e 1990, o esporte foi sacudido por uma nova realidade. A concepção do “ideal olímpico” e seu lema de “o importante é competir” saem de cena. A Guerra Fria estimula o uso ideológico do esporte, colocando em segundo plano o fairplay (jogo limpo). A simples prática esportiva deixa de ser relevante, pois o que importa agora é o rendimento, o resultado. Iniciou-se então um rápido processo de profissionalização dos atletas, alçados à condição de estrelas da mídia e heróis nacionais.

O papel do Estado, como instituição responsável pelos seus atletas, se altera. Este deixa de apenas tutelar as atividades esportivas e passa a investir em recursos humanos e científicos.

A partir do regresso das práticas esportivas, a Era Contemporânea ficou marcada com a realização de jogos, disputas e eventos esportivos de todos os tipos e modalidades.


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2.

INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE

Neste capítulo, será abordada a realidade em que vive a Grande Vitória, em relação à existência de espaços destinados ao desenvolvimento de atividades esportivas, mostrando os principais equipamentos da região. Fala também, da necessidade da prática do esporte e seus benefícios. Contém os estudos de caso, com exemplos importantes referentes ao assunto.

2.1.

Espaços esportivos existentes na Região Metropolitana da Grande Vitória

Vila Velha encontra-se até o presente momento com apenas o Ginásio de Esportes Presidente João Goulart, o “Tartarugão”, em funcionamento, localizado no bairro de Coqueiral de Itaparica. Depois de quase vinte anos de construção, o ginásio passou por uma grande reforma, principalmente porque estava em estado precário, com infiltrações, problemas no sistema elétrico e danos estruturais, o que interferia em sua utilização. Na reforma, o ginásio foi transformado em uma praça esportiva, com duas quadras externas. Até o presente momento, recebe competições nacionais e locais de diversas modalidades como basquete, futsal, handebol, voleibol, boxe e ginástica rítmica, além de projetos desenvolvidos pela SEMEL (Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Vila Velha), como “Vila Esporte Melhor Idade”, “Campeões do Futuro” e “Centro de Excelência Caixa Jovem Promessa”. O Ginásio tem capacidade para duas mil e quinhentas pessoas.

Figura 22: Reforma “Tartarugão”, Vila Velha Fonte: Divulgação/PMVV, 2011

Figura 23: “Tartarugão” reformado, Vila Velha Fonte: Divulgação/PMVV, 2011

Figura 24: “Tartarugão” reformado, Vila Velha Fonte: Divulgação/PMVV, 2011

Próximo ao município, na cidade vizinha de Cariacica, existe o Estádio Kléber Andrade, no bairro de Campo Grande. Em 2012, o mesmo se encontrava em reformas, previstas para serem finalizadas no ano de 2013. O estádio terá sua


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capacidade aumentada de vinte mil para trinta mil lugares nas arquibancadas, além de área para shows e eventos, pista de cooper, cinco quadras poliesportivas, lanchonetes, áreas verdes, pista de atletismo olímpica e estacionamentos. A implantação de um edifício educacional, com museu, centro de ginástica olímpica, artes marciais, vivência, academia e fisioterapia também fazem parte da nova concepção do Estádio. Na cidade de Vitória, encontra-se o Parque Tancredo Neves, o “Tancredão”, que até o presente momento está sendo reformado para uso recreativo, esportivo e contemplativo, tendo como ideia central dotar a área com uma estrutura que dê suporte à população para suas necessidades de lazer e esporte, através de diversos equipamentos, como ciclovia, pista de caminhada, calçadão da orla, piscina semiolímpica e de recreação, ginásio, quadras poliesportivas, quadra de futebol de areia, campo de futebol society e estacionamentos.

Figura 25: Estádio Kléber Andrade, atual e projeto de reforma, Cariacica Fonte: CulturaFC, 2011

Figura 26: Projeto Parque Tancredo Neves, Vitória Fonte: Espírito Santo no Ar, 2011

A partir dos exemplos citados acima, entende-se que a cidade de Vila Velha ainda não possui um espaço adequado para a prática de esportes, como mostra o anexo 1 (Mapa dos equipamentos esportivos do município de Vila velha), como as cidades vizinhas de Vitória e Cariacica, que possuem equipamentos para desenvolver um grande número de modalidades esportivas, pois nestes locais existe uma estrutura mais adequada para tal, como mostra o anexo 2 (Mapa dos estádios da Grande Vitória).

Sabendo-se então da situação no ano de 2012 no setor esportivo do município em questão, e também para que se possa dar início ao processo de desenvolvimento do


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objeto em suas dimensões históricas, sociais e culturais, com a finalidade de se obter relações que norteiem a elaboração do projeto de tal equipamento, faz-se necessária uma investigação sobre a relação histórica do esporte e sua arquitetura.

2.2.

A necessidade atual das práticas esportivas

No Brasil, a partir do século XVIII, a sociedade passou a buscar uma melhor educação para o corpo e a mente. A configuração dessas práticas esportivas e de outras que começavam a surgir, propiciou uma necessidade de se construir um espaço adequado para tais atividades. Segundo Ortner (1957), o desenvolvimento das construções esportivas na Antiguidade Clássica, com suas tipologias, a prática de esportes populares foi sendo modificada, juntamente com as modalidades. Até então, construções e instalações esportivas da antiguidade foram descartadas, pois os jogos praticados atualmente não são mais os mesmos da época citada. Porém, com o crescimento do esporte, aliado com a necessidade de conceber espaços para abrigarem determinadas atividades esportivas em um período de tempo muito curto, buscou-se soluções arquivadas, consciente ou inconscientemente, no mundo grego.

Assim, inúmeros esportes seguem até os dias de hoje com centenas de modalidades praticadas por todo o mundo. A importância desse legado é também sentida desde o início da formação escolar do cidadão, fazendo parte da grade curricular desde o ensino fundamental, com a preocupação no desenvolvimento físico, psicológico e no bem estar social. No âmbito competitivo, temos os jogos Olímpicos e os campeonatos mundiais, servindo como inspiração a milhões de atletas no mundo inteiro.

2.3.

Estudos de caso

2.3.1. Termas Romanas

Do latim, Thermae, termo usado pelos antigos romanos para designar locais destinados aos banhos públicos, com diversas finalidades, como higiene corporal, terapia com águas medicinais, recreação, esportes e, principalmente, o convívio social dos indivíduos da época.


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As Termas de Caracala ultrapassaram os gregos, em tamanho e em complexidade, tornando-se um lugar focado para atividade social e recreativa. Frequentar os banhos públicos diariamente era uma das atividades mais comuns do cotidiano da Antiga Roma; fazia parte da vida social dos moradores. Os banhos eram um lugar de socialização, de desenvolvimento de atividades para mulheres e homens que iam tomar banhos de imersão e conversar, como hoje em dia, em um clube.

O local era magnífico e generosamente equipado, com bibliotecas, calçadas, piscinas e instalações esportivas, chamados Palestra, forrado de mármore e imenso como um palácio, comportando até três mil banhistas. Com a construção de aquedutos, os romanos tinham água suficiente não só para uso doméstico, agrícola e industrial, mas também para os seus propósitos de lazer.

Figura 27: Termas de Caracala, ilustração didática da Terma, Roma Fonte: Divulgação The Archeology, 2010

Em relação ao espaço, a entrada era feita pelo Apodyterium, uma câmara onde o banhista trocava e guardava suas roupas (vestiário). Em seguida, seguia para o Frigidarium, uma câmara com um tanque de água fria. Depois do Tepidarium (um ambiente morno), finalmente, o banhista tomava um banho quente no Caldarium. Depois das etapas de banhos, o banhista retornava ao Tepidarium para uma massagem com óleos e raspagem dos resíduos. Também havia o Sudatorium, uma espécie de sauna.


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Figura 28: Termas de Caracala, Figura 29: Termas de Caracala, ilustração didática da Thermae, Roma Fonte: Divulgação The Archeology, 2010 ilustração, Roma Fonte: Divulgação The Archeology, 2010

O pátio, ou Palestra, era um jardim ao ar livre utilizado para atividades físicas. Quase sempre uma colunata delineava as bordas do local, como era nas Termas de Caracala.

Figura 30: Reconstrução virtual de uma Terma Fonte: Divulgação The Archeology, 2010

Dessa forma, os romanos elevaram o ato de tomar banho a um status de ritual artístico, e as Termas de Caracala refletiam esses avanços fisicamente, junto com tantas outras construções da época.

As termas proporcionavam um convívio social para a população, assim como um complexo esportivo também possui o mesmo intuito. As atividades de higiene, socialização, recreação esportiva e convivência geradas por elas são as suas principais características, pois estas se idealizam como um protótipo de um


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complexo esportivo atual, por isso foi necessário o desenvolvimento deste estudo de caso.

Figura 31: Termas de Caracala, ilustração artística Fonte: Divulgação The Archeology, 2010

2.3.2. O exemplo de Nervi

Pier Luigi Nervi, personalidade marcante no mundo da arquitetura esportiva da Era Moderna, influenciou de maneira positiva na construção de equipamentos esportivos. Arquiteto e engenheiro estrutural, formado pela Universidade de Bolonha em 1913, se tornou professor de engenharia na Universidade de Roma, durante os anos de 1946 a 1961.

Conhecido como engenheiro estrutural e arquiteto, foi pioneiro no uso decorativo de peças modulares pré fabricadas e famoso por seu uso inovador de concreto armado e protendido.


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Suas principais obras esportivas são o Stadio Flaminio em Roma, na Itália, construído em 1957; o Stadio Artemio Franchi em Florença na Itália, construído em 1931; o PalaLottomatica em Roma na Itália, construído em 1960 e o Palazzetto dello Sport em Roma na Itália, construído em 1957.

Figura 32: Stadio Flaminio, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Figura 34: PalaLottomatica, Roma, 1960 Fonte: Silvana, 2011

Figura 33: Stadio Artemio Franchi, Florença, 1931 Fonte: Silvana, 2011

Figura 35: Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Em 1955, o Comitê Olímpico Internacional concedeu a Roma a chance de sediar os Jogos Olímpicos do ano de 1960. Porém, a cidade estava em grande parte desprovida de instalações esportivas destinadas a acomodar uma competição dessa magnitude. Com isso, fez-se necessário construir arenas, vilas olímpicas e estádios para a realização das atividades e concomitantemente, abrigos para moradia dos atletas e demais participantes. Peter Luigi Nervi então projetou o renomado Palazzetto dello Sport.


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Figura 36: Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Figura 37: Entrada do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

O projeto foi apresentado e aprovado em 1956. Toda a parte de produção do sistema estrutural em concreto armado foram feitas por Nervi. A construção começou em Julho de 1956 e foi concluída em Setembro de 1957.

A arena possui 3.500 lugares, 4.800m² de área e 40.200m³ de volume. Sua cúpula possui 68,50m de diâmetro, feita inteiramente em concreto armado e elementos préfabricados a partir do módulo em forma de cunha, resultando numa laje nervurada, que é mais ampla para o exterior e no centro é mais estreita, assim gerando um jogo ótico para quem a observa de fora.

Figura 38: Plantas baixas do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011


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As nervuras, além de darem uma sensação plástica, foram feitas para melhorarem a resistência da arena e eliminarem o uso excessivo de colunas. A cobertura se apoia pelo concreto arcobotante, que é uma forma específica de justaposição mais fortemente associada com a arquitetura gótica. Ela transmite a força lateral empurrando um lado para o exterior da parede.

Figura 39: Esquema de transversal do Palazzetto Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

corte dello

Figura 40: Nervuras da cobertura do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Figura 41: Nervuras da cobertura do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Foram apoiados trinta e seis pilares em forma de “Y”, dispostos ao longo do perímetro da planta baixa, a uma distância angular de dez graus e 6,30 metros lineares entre si, que transferem a carga sobre a fundação do perímetro do anel. Além disso, estão inclinados de acordo com a tangente do ponto de interseção da cobertura de concreto.

Figura 42: Esquema dos pilares em “Y” do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011


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Figura 43: Esquema estático do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Desideri, 1982

Figura 44: Montagem dos blocos pré fabricados do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Desideri, 1982

O sistema de iluminação natural do estádio é feito pelas laterais e não pela vertical, a partir de aberturas instaladas ao redor do mesmo, o que amplia o espaço para dar um efeito agradável de monumentalidade.

Figura 45: Iluminação através das janelas do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Figura 47: Galeria perimetral interna do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Desideri, 1982

Figura 46: Pilares e iluminação através das janelas do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

Figura 48: Leques de cimento armado que unem a cúpula aos pilares da galeria perimetral do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Desideri, 1982

Figura 49: Construção da cúpula do Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Desideri, 1982


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O pavilhão é um edifício polivalente, usado principalmente para uso recreativo, pois abriga eventos esportivos e concertos sinfônicos. Com efeito, a construção é um marco na carreira de Nervi, pois é uma das expressões mais maduras de suas experimentações, abrangendo o estático construtivo e o arquitetônico com a sua vedação de método de construção original.

Figura 50: Palazzetto dello Sport, Roma, 1957 Fonte: Silvana, 2011

2.3.3. Complexo do Maracanã

O Complexo do Maracanã é um equipamento singular no espaço público, sendo um elemento importante na consolidação da cidade do Rio de Janeiro, que, segundo Arantes (1995), é um local duradouro, ao contrário do que se sucede com alguns edifícios particulares. Esse tipo de espaço representa a comunidade na qual se integra, sendo lugar de manifestações, práticas, identidades sociais e imagens criadas e recriadas a todo o momento.

A convivência com esse espaço público cria nos usuários uma conexão com o lugar, que é solidificada não só pelo projeto inicial de construção, mas também pelos eventos que ocorrem ali. Olhar o local de perto e de dentro é importante para o entendimento da relação entre espaço, cidade e sociedade, de acordo com Magnani (2002). Dentre os equipamentos existentes nesse espaço, podem ser citados o


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Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Estádio do Maracanã, o Ginásio do Maracanãzinho e o Parque Aquático Julio de Lamare.

Figura 51: Complexo do Maracanã, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

2.3.3.1.

Estádio de Atletismo Célio de Barros

O Estádio foi reinaugurado no Complexo do Maracanã em 25 de Outubro de 1974. Antes disso, era apenas uma pista de corrida com terra, que passou por reformas, onde foram construídas arquibancadas e as pistas foram modernizadas.

A área ocupa um total de 18.714m², com 15.501m² de área construída, 756m² para estacionamentos e 457m² de paisagismo, com espaço de lazer gratuito para a comunidade, com capacidade para mais de nove mil pessoas.

Durante a realização dos XV Jogos Pan-Americanos, o estádio foi transformado num centro e convivência, com praça de alimentação e quiosques promocionais. Até o presente momento, atletas utilizam o espaço para treinamento e competições.


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Figura 52: Estádio de Atletismo Célio de Barros, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

2.3.3.2.

Figura 53: Estádio de Atletismo Célio de Barros, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

Estádio do Maracanã

No final da década de 40, o principal estádio brasileiro era o Estádio Municipal do Pacaembu, localizado na cidade de São Paulo, com capacidade máxima para sessenta mil pessoas. Com a proximidade da Copa do Mundo no Brasil, em 1950, o Presidente Eurico Gaspar Dutra decidiu abrir um concurso para que arquitetos criassem um projeto para se construir um grande estádio na capital federal, na época, o Rio de Janeiro, que até então tinha como principal palco esportivo o Estádio de São Januário, cuja capacidade era de trinta mil pessoas.

Houve então, em 1947, um concurso público para a realização desse projeto, onde o projeto vencedor dos arquitetos Rafael Galvão, Pedro Paulo Bernardes Bastos, Orlando Azevedo e Antônio Dias Carneiro previa um lugar com capacidade para mais de cento e cinquenta e cinco mil pessoas, sendo então o maior estádio do mundo. As obras foram iniciadas no ano seguinte e o local ficou pronto para a Copa Mundial de 1950, porém, o final definitivo das obras só se deu quase quinze anos depois, no ano de 1965.

O estádio chegou a receber um público de cerca de cento e oitenta mil pessoas, tendo sido durante muito tempo o maior estádio do mundo. Ao longo do tempo, o local vem sofrendo constantes reformas. Até o presente momento, o estádio está em obras, mas continua de portas abertas.


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O campo possui medidas oficiais de 110x75m, inseridas numa área de 186.638m². Para a realização do Pan-Americano na cidade, no ano de 2007, foi iniciada uma grandiosa reforma no estádio, que sediou as cerimônias de abertura e encerramento do evento. O local possui hoje capacidade para mais de oitenta e sete mil pessoas, cabine de imprensa, vestiários, banheiros e bares.

A obra consumiu mais de quinhentos mil sacos de cimento, dez mil toneladas de aço e mais de sete mil horas de serviços de engenharia construtiva, sem interrupções. De uma forma geral, o estádio é constituído por uma estrutura em concreto armado, em formato de coroa circular, que contém os locais de acomodação do público (cadeiras e arquibancadas). A partir dessas acomodações, pode-se visualizar o gramado central, localizado sobre aterro, confinado por um muro de contenção circundante. A cobertura é formada por lajes maciças, apoiadas em vigas invertidas, que, por sua vez, apoiam-se em segmentos em balanço referentes às estruturas dos gigantes (os chamados “balanços dos gigantes”), formando uma proteção em marquise sobre as arquibancadas. Entre os elementos estruturais principais do estádio podem ser citados os ‘gigantes’, que apoiam os diversos elementos da estrutura de concreto armado, como os anéis de acessos (das cotas 4,5 m; 9,0 m e 23,0 m), as lajes inclinadas das arquibancadas e das cadeiras, as lajes das marquises de cobertura e as estruturas dos reservatórios d´água superiores. Outros elementos estruturais importantes da edificação são as duas rampas monumentais de acesso ao estádio. Cada rampa é formada por um conjunto de quatro planos inclinados entremeados por dois planos horizontais (patamares). O esquema estrutural das rampas é constituído por pórticos formados por pilares esbeltos que apoiam um conjunto de vigas paralelas que, por sua vez, suportam as lajes superiores das rampas e patamares, assim como lajes interiores, que funcionam como forro. Citam-se ainda, como elementos estruturais, as paredes de contenção em concreto dos fossos de separação entre as cadeiras e o campo de futebol. (JORDY, 2007, p.02).

No ano de 1999, foram encontrados inúmeros processos de deterioração, devido à falhas de concepção de projeto, atos de vandalismo e, principalmente, devido à inexistência de programas de manutenção predial.


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Figura 54: Vista geral do Maracanã antes dos serviços de recuperação iniciados em 1999, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

Figura 55: Vista da cobertura do estádio durante a obra de recuperação em 2000, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

A partir daí, foram feitos procedimentos executivos dos serviços de recuperação e de reforço realizados até 2001, conduzidos de forma criteriosa, obedecendo à ordem lógica de prioridades, segundo os respectivos riscos estruturais, seguindo projetos previamente elaborados e dentro de técnicas executivas aceitáveis. As intervenções se mostraram oportunas, e levaram em conta aspectos como a necessidade da eliminação de manifestações patológicas, correção de riscos estruturais, garantia da segurança e conforto aos usuários, além da preservação da construção monumental e do valor histórico da obra.

Figura 56: Recuperação do “balanço dos gigantes” sob a cobertura, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

Figura 57: Vista geral da recuperação das rampas monumentais, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

Estas, objetivaram igualmente o tratamento dos efeitos e das causas dos processos de deterioração. Por isso, os serviços de reabilitação, após suas conclusões, foram sucedidos por tratamentos protetores de impermeabilizações, principalmente na cobertura, com garantia de durabilidade da estrutura de concreto.


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Figura 58: Detalhe da impermeabilização das estruturas de “balanço dos gigantes”, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

Figura 59: Proteção das estruturas da cobertura por meio de sistemas de impermeabilização, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

Figura 60: Proteção das estruturas da cobertura, após a conclusão da impermeabilização, Rio de Janeiro Fonte: Jordy, 2007

A origem do nome Maracanã vem do tupi-guarani, e significa “semelhante a um chocalho”. Antes da construção do estádio, existia no local, grande quantidade de aves vindas do Norte do país, chamadas Maracanã-guaçu, que emitiam sons semelhantes ao de um chocalho.

Figura 61: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

Figura 62: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012


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A experiência do estádio é uma combinação de senso e de pensamento. Estádios e eventos que ocorrem dentro deles não podem ser plenamente compreendidos, a menos que alguém o experimente. (VERTINSKY, 2004).

O local onde se encontra o Maracanã é caracterizado por uma paisagem ferroviária árida, que divide o tecido urbano, separando os bairros de Maracanã e São Cristóvão. Embora o espaço público tenha falta de qualidade, o perímetro do local é muito utilizado pelos moradores, por seu potencial para atividades de lazer. No estádio, inserido na cidade, de acordo com Santos (2008), é criada uma configuração territorial que resulta cada vez mais numa produção histórica, tendendo a uma negação da natureza natural, substituindo-a por uma natureza inteiramente humanizada. Com essa produção artificial, a cidade vai sendo aos poucos construída, onde a natureza dá espaço para essas novas construções, cada uma com suas características e funções, que as tornam singulares, como é o caso do Maracanã.

Na a arquitetura, não existem dúvidas quando ao lugar, constituído por um conjunto analisável de signos. Um monumento como o Maracanã, é um exemplo de marco visual na paisagem urbana, e é uma construção singular na cidade com uma linguagem específica, tendo discurso próprio.

Para haver o entendimento da relação entre o espaço, a cidade e a sociedade, é preciso vivenciar o local, identificando como os usuários utilizam o mesmo, e quais sentidos são atribuídos a ele. O Maracanã é então, um espaço de lazer para aqueles que o frequentam em dias de jogos.

O modo como as pessoas sentem a atmosfera criada pelo estádio em dias de jogos, tem relação direta com o tipo de espaço e de construção realizados no local. De acordo com Auge (1994), pode-se destruir ou construir um espírito comunitário, um sentimento de identificação e pertencimento de acordo com o espaço fornecido. O Maracanã, com todas as suas peculiaridades, instalações, acessos e forma, pode contribuir para sentimentos de alegria, identidade, poder, entre outros. As pessoas se mostram satisfeitas e alegres, quando se movimentam por espaços abertos.


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Segundo Coelho Neto (2009), não há como negar que o espaço livre é o lugar de libertação do homem, é um espaço de festa.

Tavares (2011) diz que a frequência das pessoas nos estádios de futebol está associada a um hobby, equivalente ao de ir ao cinema ou colecionar figurinhas. O lazer representa uma conotação social, quando existe o prazer de encontrar os amigos e conversar, com o objetivo maior de relacionamento, de contato com o próximo. Também pode ser cultural, buscando o conhecimento, contato com informações, explicações, aproximando-se do interesse intelectual. Já em relação ao caráter liberatório, aparece então a necessidade do lazer, como uma saída, uma fuga do dia a dia, do trabalho cansativo e dos problemas sociais. O contexto do futebol, como outros esportes, proporciona aos atletas e espectadores uma válvula de escape, através de alegria, emoções, divertimento e prazer, sentimentos proporcionados pelo espaço esportivo, que levam essas pessoas ao plano do êxtase, que apaga, esconde ou atenua a trivialidade do dia a dia. Cabe aos espaços de lazer, permitir resgatar e criar esses momentos de alegria. Para Flávio Pereira, o lazer deve: “[...] mesmo que prazerozamente, e como diversão, contribuir para o aperfeiçoamento das possibilidades culturais, sociais e físicas do homem.”(PEREIRA, 1988, p.266).

Em relação a cidade, o estádio proporciona uma vista exterior, sendo esta a primeira experiência que um indivíduo pode ter, e só assim, entenderá o que irá acontecer dentro dele, iniciando então um diálogo com o espaço.

As pessoas então podem se interessar, apenas pela visual, em saber que lugar é esse, situado em meio ao espaço público. Hannah Arendt (2007) conceitua como público, tudo aquilo que pode ser visto e ouvido por todos. Essa aparência constitui a realidade e a visibilidade proporcionada, garantindo a realidade do mundo. A esfera pública, que é o próprio mundo, reúne os indivíduos estabelecendo uma relação entre eles, mas ao mesmo tempo evita uma colisão. Esta, não deve ser vista como um espaço limitado onde os indivíduos apenas habitam, mas sim como um espaço de interposição entre os homens que constroem e habitam o mundo. Arendt,


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fala ainda que esse mundo com seus espaços deve transcender a duração da vida dos homens para que gerações futuras possam usufruir dele, constituindo-se assim a memória de uma sociedade. Sem essa transcendência, a esfera pública, com seus espaços e suas histórias, se torna inviável.

Por ser uma obra arquitetônica que se destaca em seu entorno, o Maracanã acaba se tornando um símbolo para o Brasil, pela sua importância no mundo esportivo, sendo cenário de inúmeros jogos, que reúnem milhares de pessoas. O estádio acaba se tornando um lugar que recebe e gera vários sentidos e significados nas pessoas, revelando a sociedade. Menezes (2009) destaca que a organização física e arquitetônica do território, juntamente com as práticas de uso e apropriação de um espaço são elementos constituintes das imagens culturais e urbanas de uma comunidade. O Estádio do Maracanã, pela sua grandiosidade e pela importância enquanto símbolo do futebol registra o exemplar brasileiro mais pesquisado do tema esportivo através de publicações tornando-se ícone na cultura brasileira. (CERETO, 2003, p.08).

A construção arquitetônica, que cria linguagens e representações com diversos sentidos para os indivíduos, é considerada por Coelho Neto (2009) como a grande (e talvez única) forma de expressão que não é conscientemente dedicada às grandes massas. É, pelo menos, aquela a que estas têm acesso do modo mais imediato possível. Essa acessibilidade facilita a criação de símbolos importantes e significativos para uma sociedade, como é o caso do Estádio do Maracanã, onde mesmo os que não entram no local para assistir a uma partida de futebol, podem usufruir do mesmo através da visibilidade.

2.3.3.3.

Estádio do Maracanãzinho

Inaugurado em 1954, no Complexo do Maracanã, uma quadra multiuso para vôlei, basquete, handebol e futsal, com capacidade para acomodar mais de treze mil pessoas, denominada Maracanãzinho. Em 1970, um grave incêndio destruiu o revestimento termoacústico da cúpula na parte interna do ginásio, além de ter


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causado sérios danos à sua estrutura. No ano seguinte, o ginásio já estava totalmente recuperado. Em 2007, foi totalmente reformado, em sua reinauguração.

O local ocupa uma área de 11.198m², com capacidade para quase doze mil pessoas, com a instalação das cadeiras nas arquibancadas. O ginásio tem iluminação e ventilação natural, proporcionadas pela cúpula em aço e policarbonato instalado no teto. A quadra em si possui medidas oficiais de 40x20m. O piso é 60 cm elevado em relação ao nível original, para evitar alagamentos. O Maracanãzinho oferece também oito bares, oito lojas de conveniência e sanitários, além de quatro vestiários. Hoje, o ginásio está apto a receber partidas de vôlei, handebol, basquete, futsal e tênis.

Figura 63: Estádio do Maracanãzinho, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

2.3.3.4.

Parque Aquático Julio de Lamare

O Parque Aquático foi inaugurado em Setembro de 1978 no Complexo do Maracanã, e desde então, passou a ser palco de eventos esportivos de natação, polo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais. Ocupa uma área de 18.515m², sendo um dos maiores no gênero da América Latina. O parque dispõe de uma piscina olímpica com medidas oficiais de 25x50m, uma piscina coberta para aquecimento de 10x25m e um tanque para saltos de 25x25m com profundidade de 5m.


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Uma reforma no ano de 2007 proporcionou o recebimento de novos assentos para a arquibancada, deixando o local com uma capacidade de cinco mil lugares, com maior conforto e comodidade aos espectadores. Funcionam no parque, projetos esportivos para a comunidade, com natação, hidroginástica e ginástica.

Figura 64: Parque Aquático Julio de Lamare, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação SUDERJ, 2012

2.3.3.5.

Figura 65: Parque Aquático Julio de Lamare, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2011

A Reforma do Complexo

Para receber a Copa do Mundo de 2014, o Estádio do Maracanã necessitou passar por uma série de intervenções, algumas de caráter estrutural, capazes de elevá-lo ao mesmo nível dos modernos estádios projetados e construídos nos últimos anos, em todo o mundo. Essas intervenções seguem critérios rigorosos que fazem parte do Caderno de Encargos da FIFA (Fédération Internationale de Football Association) para os jogos da Copa do Mundo.

Figura 66: Planta baixa térrea da reforma do Maracanã, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2011


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O proncipal objetivo da reforma é atender às recomendações da FIFA com soluções criativas de engenharia, que viabilizem as intervenções necessárias, preservando a concepção original do estádio, cuja arquitetura é tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). As principais intervenções estão relacionadas à curva de visibilidade, acessibilidade e evacuação, área de jogadores e oficiais de jogo, hospitalidade e mídia, atendimento aos espectadores e cobertura.

. Figura 67: Simulação – Maracanã depois da reforma, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2011

O projeto da empresa pública Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) definiu, para a reforma do estádio, em sua estrutura arquitetônica, a redução da capacidade do estádio para setenta e seis mil lugares, a reconstrução da arquibancada inferior, geometria oval (para melhorar a curva de visibilidade), cento e oito camarotes e acesso por rampa monumental.

Figura 68: Simulação – Maracanã antes e depois da reforma, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2011


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Figura 69: Simulação – arquibancadas do Maracanã antes e depois da reforma, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2010

Em relação ao espaço onde o complexo se insere, ainda sem aprovação, um projeto de remodelação oferecerá uma estrutura de estacionamento para mais de cinco mil automóveis, de acordo com as exigências da FIFA.

Figura 70: Projeto de reforma: cortes e fachadas do Maracanã, Rio de Janeiro Fonte: Divulgação Emop, 2010


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O escritório Artetec Arquitetura e Construção, juntamente com o Random Arquitetura e Urbanismo aperfeiçoou uma antiga proposta de um estacionamento suspenso sobre a faixa ferroviária próxima ao estádio, com uma estação multimodal de transportes e um parque urbano. A implantação de um estacionamento longitudinal e suspenso sobre a faixa das linhas férreas prevê módulos de instalação para mais de cinco mil automóveis e bicicletas em dois níveis. O acesso dos mesmos será feito por dez rampas externas, com acesso direto ao estádio por meio de passarelas também suspensas.

A estação multimodal deve ser integrada ao estacionamento, como um eixo de convergência de transportes públicos (metrô, trem e ônibus) em uma estação central, com lojas e ilhas ajardinadas. Está também previsto no entorno do complexo esportivo arborização, lago, quiosques, ciclovias, lojas, bares e restaurantes (no próprio estádio).

Figura 71: Proposta de estacionamento e estação multimodal, Rio de Janeiro Fonte: Revista AU, 2009


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Figura 72: Esquema do estacionamento e estação multimodal, Rio de Janeiro Fonte: Revista AU, 2009

Figura 73: Acessos do estacionamento e estação multimodal, Rio de Janeiro Fonte: Revista AU, 2009

A proposta prevê detalhes que levam responsabilidade ambiental ao perímetro urbano, como a implantação de duas grandes cisternas: uma para a captação da água das chuvas incidentes no estacionamento e na cobertura da estação multimodal, que serão reaproveitadas para regar os jardins, alimentar o lago do parque e limpar os sanitários do complexo; e outra para as possíveis águas


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transbordadas dos rios Maracanã e Joana, que serão tratadas e devolvidas ao leito dos próprios rios.

Além disso, está prevista a implantação de uma densa área verde com a utilização de espécies da Mata Atlântica, para otimização da permeabilidade do solo, e a instalação de placas fotovoltaicas de captação de energia solar sobre o estacionamento e a estação multimodal.

O projeto está incorporado na proposta do Rio de Janeiro para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, mas ainda não existe nenhum contrato que garanta que será de fato implantado, mas é evidente que o conceito projetual da proposta seria um grande benefício para o local. 2.3.4. Reforma do “Tancredão”

Após uma longa espera, os moradores de Vitória e cidades vizinhas podem contar com a estrutura do Centro Esportivo Tancredo de Almeida Neves, o “Tancredão”, reformado, para incrementar ainda mais a prática esportiva no estado. Sua inauguração ocorreu em Dezembro de 2011.

Figura 74: Vista aérea do “Tancredão” durante a reforma, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006


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O Centro ocupa uma área de 52.764,54m² no bairro Mário Cypreste, na cidade de Vitória. A reforma do local garantiu que o mesmo proporcionasse uma estrutura completa para a manutenção da saúde e bem estar da população interessada na prática de exercícios físicos. O “Tancredão” possui um horário de funcionamento das 6 às 22 horas.

Como conceito gerador do projeto, os autores defendem a busca de um ambiente sustentável,

enfatizando

o

caráter

monumental,

capaz

de

promover

a

responsabilidade social e equilibrada, com as características intrínsecas da paisagem. Esta, segundo Barbieri (2006), define a memória do lugar, marcada pelas formas, do relevo e do mar, inspirando o gesto inicial que origina o novo traçado, onde o predomínio das formas redesenha o novo espaço projetado.

Figura 75: Maquete eletrônica com vista aérea do “Tancredão”, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006

O projeto organiza-se em setores independentes que se completam pelo desenho. Foi proposta como base toda a área com um parcelamento de solo com faixas de dimensões aleatórias, orientadas a partir do eixo Norte-Sul. O desenho comum e contínuo em todo o parque o transforma numa totalidade espacial, mesmo com usos


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diferentes a cada um dos setores. A área de lazer, o parque e o clube esportivo compõem um território referencial no bairro Mário Cypreste.

Figura 76: Setores do “Tancredão”, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006

Figura 78: Orla do “Tancredão”, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006

Figura 77: Eixos “Tancredão”, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006

estruturadores

Figura 79: Rede de “Tancredão”, Vitória Fonte: Vitruvius, 2006

circulação

do

do

Dentre os equipamentos existentes, pode-se citar, como a maior construção, o ginásio de esportes coberto, localizado estrategicamente no limite da faixa de segurança da rede de alta tensão, articulando ao seu redor todas as funções esportivas, juntamente com o estacionamento. Seu posicionamento lateral o conecta com a via pública, liberando a área central e a orla para uso do parque. Ocupa uma


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área total de 6.118,39m², possui acesso pela grande passarela e tem com capacidade para quase duas mil pessoas, tendo ainda cinco camarotes, três salas de imprensa e uma quadra poliesportiva, com 1.056m², além de vestiários. Ainda no ginásio, também existem duas lanchonetes sob as arquibancadas, auditório e salas de administração no térreo. Um bom projeto acústico realizado no local também possibilitou a realização de shows musicais no local. A estrutura da cobertura é definida por um conjunto de pórticos de concreto armado, modulados a cada onze metros, que cumprem um vão de cinquenta metros, sistematizado com Roll-on sobre treliças secundárias, que se apoiam em vigas e calhas nas cabeças dos pórticos.

Figura 80: Novo ginásio de esportes, “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Em relação à acessibilidade, as arquibancadas possuem áreas reservadas para cadeirantes, cadeiras para obesos e cadeiras para pessoas com mobilidade reduzida, na proporção prevista pela lei.

Figura 81: Ginásio do “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Figura 82: Ginásio do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012


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O local possui três academias de ginástica, sendo uma para idosos, uma popular e outra para aulas de aeróbica. Existe também um espaço aberto para instalação do centro de convivência da terceira idade, com 108m².

Figura 83: Academia para idosos do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Figura 84: Parque infantil do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Para esportes realizados ao ar livre, o Tancredão oferece pista de skate com quase 1.000m² e ciclovia com 520m de comprimento, pista para caminhada com 410m de comprimento e calçadão da orla com 463m. Também possui duas quadras, uma para handebol e futsal, com 800m², e uma para vôlei e basquete, com 420m². O campo de futebol de areia possui 1.036m², e outro de futebol society com grama sintética possui 1.350m². Essas quadras, exclusivamente, precisam de agendamento prévio para sua utilização.

Figura 85: Pista de skate, “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Figura 86: Quadras esportivas, “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Duas piscinas, uma semiolímpica e outra de recreação também fazem parte do complexo, numa área total de 2.524,16m². Nelas, são ministradas aulas de


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hidroginástica, natação e competições, e ainda possui arquibancadas para mais de trezentos lugares.

Figura 87: Piscinas, “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Figura 88: Quadras esportivas do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Com relação aos estacionamentos, o complexo dispõe de uma área de 5.226,35m² para automóveis, junto ao ginásio, na área de lazer, com capacidade para doze vagas de motos e duzentas e duas vagas para veículos, sendo uma para ambulância, quatro para deficientes e dez para idosos.

Figura 89: Estacionamentos do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

Figura 90: Estacionamentos do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

A área livre, subentendida como o parque em si, é uma somatória das áreas livres, ora recoberta com vegetação e árvores de sombra, ora com vegetação simples e rasteira. O parque à beira mar foi projetado através da ditadura da vista estabelecida no local, por sua função, que propicia o encontro entre terra e água. Nessas áreas existem pontos de convivência, com bancos, mesas, pérgolas para sombreamento, equipamentos de ginástica e equipamentos lúdicos.


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Figura 91: Áreas de estar do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

O

Tancredão

possui

também

Figura 92: Ginásio do “Tancredão”, Vitória Fonte: Fernanda Bozzi Fraga, 2012

refeitório

para

os

funcionários,

vestiários,

administração e depósito de lixo, numa área de 240,35m².

Tendo em vista que o parque inserido no contexto urbano exerce um impacto à cidade, os autores da reforma propuseram um parque jardim, um parque orla e um parque esportivo, como um desafio para torná-lo atraente, com uma paisagem dominada pelo mar, mas que foi subjugada pelas estruturas já existentes no local, como sistema viário, pontes, terminal rodoviário e áreas consolidadas.

Figura 93: Perspectiva da orla, “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Figura 94: Perspectiva da orla, “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Com relação aos acessos, o local possui passeios públicos junto à Avenida Dario Loureiro de Souza, que permitem o deslocamento de pedestres e veículos. A Segunda Ponte também proporciona acesso direto aos veículos visitantes do local, onde há um estacionamento para cerca de cento e oitenta vagas. Foram previstas, junto a Prefeitura Municipal de Vitória, a implantação de paradas de transporte coletivo junto ao passeio público em torno de todo o parque. A orla do local proporciona acessos de circulação para pedestres e ciclistas, através da ciclovia


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implementada, e também existe o acesso à água pelos decks de madeira e pedra que avançam sobre a baía, que constituem lugares de estar e contemplação da paisagem, servindo de suporte principalmente para atividades relacionadas à pesca.

As decisões construtivas do projeto, propositadamente, evitam o uso de tecnologias inovadoras ou não facilmente encontradas na região. A proposta se sustenta pelo desenho do conjunto, não utilizando “recursos tecnológicos” como ponto de apoio. A utilização do sistema estrutural em concreto armado pode ser vista como uma intenção mais barata para reforma, porém, apesar disso, é um sistema bastante eficiente, pois é resistente, apresenta proteção eficiente para as armaduras e possui maior durabilidade (sua resistência aumenta com o tempo).

As dimensões do complexo resumem-se em:

1. Área: 52.764,54 m², sendo mais de 5 mil m² de área construída 2. Ciclovia: 520 metros lineares, largura = 2,50m 3. Pista de caminhada: 410 metros lineares, largura = 2,50m 4. Calçadão da orla: 463 metros lineares, largura = 4,00m 5. Piscina semiolímpica: 25x12,5m - área: 312,50 m² 6. Piscina recreação: 23x12,5m - área: 287,50 m² 7. Ginásio: 6.118,39 m² / capacidade: 1.754 pessoas + 5 camarotes + 3 salas de imprensa / Quadra poliesportiva do ginásio: 24x44m (1.056 m²) 8. Quadra 1: Handebol e Futsal = 40x20m = 800 m² 9. Quadra 2: Vôlei e Basquete = 28x15m = 420 m² 10. Campo de futebol de areia: 37x28m = 1.036 m² 11. Campo de futebol society: 40x30m = 1.350 m² de grama sintética 12. Estacionamento: 5.226,35 m² = 202 vagas para carros, 12 vagas para motos. Destas 202: 1 vaga para ambulância, 4 vagas para deficientes, 10 vagas para idosos. 13. Base operacional: 240,35 m² 14. Garagem de barcos: 311,89 m² 15. Centro da 3ª Idade: 108,60 m² 16. Playground: 865,18 m² 17. Pista de Skate: 924,47 m²


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Figura 95: Equipamentos do “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010

Figura 96: Esquema de implantação do “Tancredão”, Vitória Fonte: Divulgação PMV, 2010


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3.

COMPLEXO ESPORTIVO: POR QUE E PARA QUEM?

O presente capítulo retrata o por quê da implantação de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha, além de apontar o público alvo desse equipamento. Mostra, de maneira específica, a escolha do programa de necessidades para o local. Indica as diretrizes projetuais que foram utilizadas para o desenvolvimento do projeto. Aponta os objetivos principais da criação do objeto em questão, e define as modalidades esportivas que poderão ser praticadas no local.

A relação entre intelecto e corpo, que vem desde a época da Grécia e Roma antigas, até a data da realização deste trabalho, tem se perdido um pouco, pelo fato da vida ser tão corrida. Essa proposta projetual tem como fundamento principal o intuito de promover um maior convívio social, através do desenvolvimento de atividades esportivas na cidade de Vila Velha.

A concepção do projeto irá propiciar um retorno da melhor qualidade de vida dos cidadãos, através do ideal da famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal, “mens sana in corpore sano” (uma mente sã num corpo sano). Segundo Braund (2004), a frase de Juvenal é parte de uma resposta dele mesmo, em questão sobre o que as pessoas deveriam desejar da vida. A intenção do autor era lembrar os cidadãos que faziam orações tolas, que tudo o que se deveria pedir numa oração, era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama maior de sentidos, podendo ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo sano pode produzir ou sustentar uma mente sã. O uso mais generalizado da citação expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

O público alvo, frequentador de um complexo esportivo não seria apenas a população local, constituída principalmente de crianças, jovens, adolescentes e idosos, estudantes, atletas e competidores, de várias idades; mas também de outros municípios vizinhos e até mesmo de âmbito regional, que seriam atraídos pelo desenvolvimento de atividades de lazer e esportes, torneios e campeonatos, que ali poderão ser realizados.


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De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), através do Censo Demográfico 2010, a cidade de Vila Velha é a mais populosa do Estado, superando até mesmo a capital, Vitória. A grande maioria da população do município reside na área urbana. Em números, a cidade de Vila Velha possuía, em 2010, 414.586 mil habitantes, enquanto Vitória possuía 314.042 mil habitantes, e Cariacica 356.536 mil habitantes. De toda população de Vila Velha, 155.390 mil habitantes estão entre uma faixa etária de 0 a 24 anos (37,48%), enquanto existem 44.484 mil habitantes acima de 60 anos (10,73%). Através desses números, podemos entender que a população do município em questão possui grande quantidade de jovens, adolescentes e crianças, além de uma quantidade considerável de idosos, que juntos, serão o público alvo do projeto.

Existe uma grande demanda neste setor, desde recreação, treinos, aulas, lazer e vivência, cuidados com a saúde e o corpo, até mesmo disputas e campeonatos, no município em questão; porém, pela falta de um local adequado para as atividades, estas são transferidas para cidades vizinhas, que possuem equipamentos adequados para promoverem tais eventos.

Portanto, a partir da constatação dos dados apresentados, fica clara a necessidade da implantação de um complexo esportivo no município de Vila Velha, cuja base para a elaboração do projeto de tal equipamento será adquirida pela identificação e análise, já descrita anteriormente nos capítulos 1, 2 e 3, dos aspectos históricos, sociais, culturais, do seu público alvo e dos condicionantes legais e físicos do terreno escolhido.

3.1.

Construindo o programa de necessidades

Através da realização de estudos de textos relativos ao tema, reunião de informações sobre o contexto histórico-sócio-cultural, analise de dados do local escolhido com relação aos condicionantes legais e naturais, elaboração do programa de necessidades no que se refere justamente sobre os espaços destinados ao desenvolvimento de atividades físicas escolhidas, foi possível construir o programa de necessidades. Foram realizados estudos e análises de obras já existentes, ou seja, estudos de caso que servirão de base para a


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elaboração do projeto propriamente dito, como por exemplo, as Termas Romanas, o complexo do Maracanã e a reforma do Tancredão.

Tendo o estudo de caso do complexo das termas romanas como exemplo, e pegando-as como partido, pode-se perceber que o complexo esportivo do presente momento da realização deste trabalho está associado à elas, pelo fato de estas serem um protótipo do mesmo. O legado romano ensina que o esporte não é apenas o desenvolvimento das atividades físicas, mas também o convívio social do público alvo (crianças, jovens e idosos) dentro do espaço em questão.

3.2.

Diretrizes projetuais

A partir dessa contextualização inicial, é possível levantar as principais questões para a construção de uma proposta projetual.

A criação de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha tem relação direta com os usuários, de forma democrática com os mesmos e com a cidade, principalmente com o objetivo de trazer benefícios, tanto para a educação do corpo quanto da mente da sociedade, frequentando eventos esportivos ou mesmo utilizando o espaço para a realização de exercícios físicos; de acordo com Ribeiro (2011), as tentativas de organizar e racionalizar as instalações para esportes e atividades físicas de lazer, saúde e educação, que aconteceram no passado, tiveram mais movimento coletivo, de mobilização de grupos sociais e algumas instituições, com intuito de prover o país de uma infraestrutura mais adequada e de suporte às atividades físicas de competição e de participação.

3.2.1. Objetivos

Sendo assim, a implantação desse equipamento, de acordo com o histórico do país, teria o enfoque da iniciativa pública, pois a grande maioria de usuários do local seria a população como um todo.


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Os objetivos principais podem ser citados como:

1. Definição do espaço como equipamento de uso público; 2. Integração paisagística; 3. Pensar nos espaços com proporções adequadas, com intuito de amenizar problemas de manutenção e evitar o aparecimento de espaços indefinidos; 4. Listar

todas

as

atividades

esportivas

que

ali

serão

proporcionadas; 5. Incorporar no programa espaço de caráter cultural; 6. Ter como critério de implantação, a proximidade com os sistemas de transporte público para amenizar problemas de trânsito e do impacto paisagístico e ambienta; 7. Implantar o projeto em uma área que comporte este tipo de equipamento.

3.2.2. Modalidades físicas e esportivas

O Brasil é conhecido mundialmente por seu desempenho em várias modalidades esportivas. Dentre as mais populares e consagradas, estão o futebol, o vôlei e a natação. No entanto, outros esportes também vêm conquistando seu espaço, à medida que o país cria programas de incentivo, e principalmente, cria também, locais para que essas práticas esportivas sejam desenvolvidas.

As modalidades mais comuns, que são ensinadas nas escolas, desde o ensino fundamental, até a formação dos cidadãos, são o futebol, vôlei, basquete e handbol. Estas, possuem suas variações de acordo com o tipo de quadra: podem ser praticadas em quadras poliesportivas e de areia.

Diferentes atividades esportivas, como artes marciais, esportes aquáticos, atletismo e ginásticas, são mais difíceis de serem ensinadas nas escolas. Tais atividades, geralmente são encontradas em escolinhas específicas para o determinado tipo de esporte, com aulas em apenas alguns dias da semana.


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Essa é a intenção da criação de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha: oferecer um espaço onde a população possa desenvolver as atividades esportivas mais populares dentro da cultura brasileira, como futebol de campo, futebol de salão, futebol de areia, vôlei de quadra, vôlei de praia, basquete, handbol, ginásticas, atletismo, natação e artes marciais.

3.2.3. Programa de necessidades

O projeto do complexo esportivo na cidade de Vila Velha visa vinculá-lo ao entorno imediato, criando uma relação espaço-funcional que permita um fluxo contínuo com o restante do terreno, alimentando as diferentes atividades que ali serão executadas, evitando seu isolamento espacial, através de:

1. Acessibilidade interna e externa; 2. Integração com o entorno e com a paisagem; 3. Multiplicidade funcional; 4. Valorização de atividades esportivas; 5. Valorização do patrimônio ambiental, procurando harmonizar as estruturas com o entorno imediato; 6. Incorporar uma infraestrutura adequada ás necessidades locais; 7. Adequada comunicação visual, que exteriorize as atividades desenvolvidas e que seja incorporada à própria estrutura das edificações.


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4.

CONDICIONANTES PRÉ PROJETUAIS

Neste capitulo, as condicionantes pré projetuais (leis e diretrizes estabelecidas) foram abordadas pela necessidade de terem sido seguidas durante todo o desenvolvimento do projeto do complexo esportivo, juntamente com os estudos realizados sobre o terreno escolhido.

4.1.

Localização do terreno

Através das justificativas anteriores, entende-se que a proposta de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha é bem fundamentada, de acordo com o passado, relacionado com o presente e futuro, assim como pela carência do município, que ainda não possui um grande espaço adequado para a realização de práticas esportivas.

O local proposto para a implantação do projeto é uma área localizada no bairro Vale Encantado, como mostra anexo 3 (Mapa de localização do terreno). O terreno está próximo a Rodovia Estadual Darly Santos, que se encontra em processo de requalificação viária, cujas áreas adjacentes estão em crescimento no sentido urbanístico, tornando-se ideal para a atuação do projeto. Além disso, outro fator que propiciou a escolha do local foi que este, até a data do presente trabalho, é uma área não ocupada, e principalmente, disponível.

A expansão urbana da cidade, nos próximos anos, em direção ao Oeste do município, será consolidada na medida em que o eixo viário metropolitano da Rodovia Estadual Leste-Oeste e a duplicação da Rodovia do Contorno, em Vitória, forem finalizadas. Com esses avanços, a área determinada para a implantação do projeto estará inserida num local de grande fluxo de veículos e pessoas, tendo as vias como principais ligações da região, permitindo uma maior mobilidade ao crescimento do município.


68

4.2.

Condicionantes legais

O terreno proposto encontra-se na ZEIU (Zona de Especial Interesse Urbanístico) do Vale Encantado. As ZEIU’s são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, prioritárias para a implantação de intervenções dirigidas para a ocupação urbanística ordenada e melhoria dos espaços urbanos.

A partir de análise do PDM (Plano Diretor Municipal) da cidade de Vila Velha, estabelecem-se algumas regras a serem seguidas:

Figura 97: Índices a serem respeitados, Vila Velha Fonte: PDM-VV, 2007

Figura 98: Atividades permitidas, Vila Velha Fonte: PDM-VV, 2007

Figura 99: Enquadramento de atividades por grau de impactos, Vila Velha Fonte: PDM-VV, 2007


69

Percebe-se através da Figura 97, Quadro V, os índices a serem respeitados na zona onde está localizado o terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto. Como mostra também a Figura 98, as atividades permitidas na ZEIU do Vale Encantado são as de Grau I, II e III. De acordo com a Figura 99, as atividades propostas para a área do complexo esportivo, como ensino de esportes, equipamentos de infraestrutura urbana e campo desportivo estão enquadradas nas atividades permitidas para a zona, por grau de impacto urbano e ambiental.

4.3.

Impactos urbanos

Entende-se que através da criação de um projeto do porte de um complexo esportivo na cidade causará uma série de impactos urbanos não apenas na área em que será desenvolvido, mas em um raio com uma abrangência muito maior. Com a implantação do equipamento em nível municipal, haverá um melhor aproveitamento das áreas de interesse ambiental, com o complexo e áreas de lazer para a comunidade.

São inúmeros os fatores que devem ser pensados para que estes impactos sejam amenizados. A proposta projetual abordará, principalmente, integração paisagística e morfológica com o local, através de sua arquitetura, de modo que a inserção desse tipo de equipamento seja benéfica para a cidade e a população, pensando em proporções adequadas, para que o mesmo dialogue com a cidade de forma positiva, através da multiplicidade funcional. Assim como foi feito no projeto de reforma do “Tancredão”, a proposta do complexo esportivo em Vila Velha também buscará definir um plano geral que crie uma estrutura espacial coerente organizado e dotando o espaço de qualidades visuais e ambientais, capaz de transformar a praça num local aprazível e bonito, além de pensar nos passeios, vias de circulação e avessos como locais de convívio.

Em relação ao meio ambiente, criar áreas de estar, constituídas por massa verde, definindo locais mais propícios aos usuários, recuperando a vegetação original, quando possível, que é característica da região. Definir também uma unidade ao


70

projeto, visando à integração harmônica de todos os equipamentos que constituem o conjunto, para que o impacto seja amenizado.

Os fatores citados são parte de um conceito que buscará um ambiente sustentável para o projeto, capaz de promover a responsabilidade social e um espaço equilibrado com as características intrínsecas da paisagem, amenizando o impacto causado no local.

4.4.

Caracterização ambiental

De acordo com a SEMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Município de Vila Velha), a área de implantação do projeto possui pouca vegetação nativa, distribuída espaçadamente. A maior parte da vegetação é dominada por espécies ruderais, com o prevalecimento de herbáceas e arbóreas exóticas, especialmente acácias australianas e leucenas. O local possui solo arenoso, bastante degradado pela extração de areia. Existem também locais aterrados e pontos de acondicionamento inadequados de resíduos.

4.5.

Considerações finais

Com base na análise e na discussão dos resultados deste estudo, é possível concluir que o projeto proposto de um complexo esportivo na cidade de Vila Velha torna-se viável e necessário não só para a população, mas também para outros municípios próximos.


71

5.

INTENSÕES PROJETUAIS

O projeto do Complexo Esportivo na Cidade de Vila Velha pode ser definido como um pequeno fragmento verde inserido na cidade. Sua definição de “complexo” está relacionada

diretamente

ao

programa

de

necessidades

do

equipamento,

distanciando-o de uma simples praça esportiva.

5.1.

Partido arquitetônico

O símbolo olímpico, representado pelos anéis olímpicos, foi tirado como partido para o desenvolvimento de todo o projeto. Composto por cinco anéis entrelaçados, representa a união dos cinco continentes habitados existentes no planeta Terra (considerando as Américas do Norte e Sul como um continente único). A versão colorida dos anéis azul, amarelo, preto, verde e vermelho formam este símbolo.

Figura 100: Anéis Olímpicos Fonte: CULTURAFC, 2012

5.2.

Implantação

O terreno, situado em meio à vegetação nativa em todo o seu entorno, teve sua área incorporada à sua localização. A implantação do projeto foi proposta a partir da definição de dois eixos principais que atravessam o terreno nos sentidos Norte-Sul e Leste-Oeste, que podem ser citados como principais elementos agregadores do espaço, criando um acesso a todos os equipamentos existentes no complexo, assim como foi projetado o parque La Villette, em Paris, França, pelo arquiteto Bernard Tschumi, no ano de 1999.


72

Em La Villette, Tschumi adotou a estratégia de criar um edifício descontínuo, dividido em um determinado número de pontos de referência, que foram distribuídos por todo o terreno, e que nada mais são do que locais dedicados à diversão com atividades de lazer. Os eixos principais interligam todas as atrações do parque.

Figura 101: Esquema de implantação do La Villette Fonte: TSCHUMI, 2012

Figura 102: Eixos e pontos de referência do La Villette Fonte: TSCHUMI, 2012

Definidos os espaços, foram então determinadas as áreas para cada equipamento e atividades,

de

acordo

com

suas

funções,

como

recreativas,

esportivas,

contemplativas e de permanência.

A definição espacial foi dada pela orientação dos campos esportivos no quadrante Norte-Sul, que estabeleceu a lógica do desenho complementar do complexo, nos locais delimitados para funções esportivas. Os dois conjuntos de quadras esportivas se orientam nesse eixo, criando grandes espaços esportivos.


73

Próximo ao conjunto de campos esportivos, ao Sul do terreno, foi localizado o Skatepark, com 1.021m² de área livre para manobras radicais dos apreciadores deste esporte.

A localização das piscinas (olímpica e infantil) foi definida pela necessidade de um espaço mais reservado e por ser um equipamento que requer maiores cuidados de manutenção e preservação.

As áreas de playground infantil e academia popular ao ar livre foram projetadas de modo que ficassem “protegidas” por todos os lados, pelo fato de haver a necessidade de maiores cuidados com os usuários destes equipamentos.

Duas praças, podendo ser utilizadas para feiras, eventos, shows, permanência e demais atividades foram inseridas nas duas extremidades do complexo, sendo locais de agregação social e atividades ao ar livre.

O estádio de futebol, um dos principais equipamentos do complexo, também foi orientado pelo eixo Norte-Sul. Possui arquibancadas para jogos importantes, além de estacionamento próximo e uma área livre para aglomeração de torcidas.

O complexo também foi projetado com dois conjuntos de restaurantes e vestiários, ao longo dos percursos.

As áreas de estacionamentos foram projetadas a partir da ideia de que as vagas necessárias fossem diluídas em todo o terreno. São, ao todo, oito estacionamentos para veículos, ônibus, carga e descarga e ambulância, totalizando 1.089 vagas. Os acessos estão localizados sempre nas entradas dos estacionamentos, com guaritas e portais que recebem esse fluxo de veículos e pedestres.

Ao centro do terreno, encontra-se o ginásio poliesportivo. O acesso ao mesmo se dá através do bloco de administração; uma entrada, onde atletas, imprensa e espectadores devem passar para se dirigirem ao ginásio.


74

5.3.

Ginásio Poliesportivo

Projetado a partir do partido arquitetônico já citado anteriormente, o ginásio possui uma volumetria retangular simples, que contribuiu para a disposição funcional dos ambientes internos.

No pavimento térreo, as entradas principais se encontram na fachada frontal (entrada principal para espectadores), na fachada lateral direita (entrada de serviço – atletas, juízes e imprensa – e saída de emergência, em frente ao estacionamento da ambulância) e na fachada lateral esquerda (entrada de serviço do restaurante).

Ao centro do ginásio, se encontra a quadra poliesportiva com medidas oficiais de 24x40m.

No térreo, se encontram os ambientes destinados aos atletas, como as salas de aquecimento, banheiros, vestiários e sala de atendimento médico. Existem também dois vestiários para juízes. Para os funcionários, foram projetados banheiros feminino e masculino, copa, depósito de material de limpeza, sala de segurança e monitoramento, sala de manutenção, administração, depósito de material esportivo, depósito de aparelhos esportivos e área técnica. A imprensa conta com uma sala para entrevistas, mais reservada. O restaurante dispõe de câmara para resfriados e congelados, depósito seco, cozinha de pré-preparo, cozinha, bar, caixa e salão para recebimento de clientes. Para visitantes e espectadores, estão localizados dois conjuntos de sanitários (masculino e feminino), além de banheiros acessíveis para portadores de necessidades especiais. A circulação se dá por meio de uma escada na lateral direita do ginásio, além de um elevador para portadores de necessidades especiais, e de escadas que dão acesso à arquibancada do ginásio.

O primeiro pavimento dispõe de uma grande área de circulação para os usuários. Possui duas lanchonetes, banheiros masculino e feminino, banheiros acessíveis para portadores de necessidades especiais, depósito, bebedouros, arquibancada e varanda.


75

No segundo pavimento, está localizada a área mais restrita. Nele, foram projetados dois camarotes, com copa de apoio, banheiros masculino e feminino, banheiros acessíveis para portadores de necessidades especiais e três cabines de televisão.

A cobertura, metálica tipo sanduíche, com chapa de alumínio natural envernizado, tratamento acústico no núcleo com poliestireno expandido e lã mineral, e chapa de aço pré pintada, de forma que o ginásio se torne confortável acusticamente. A estrutura dessa cobertura foi toda projetada em perfis metálicos. Para ventilação e circulação de ar, foram inseridos brises e fechamentos em alumínio.

A fachada possui um painel em torno da edificação, em chapa de ACM, com desenhos que remetem ao partido, com anéis e as cores do símbolo das olimpíadas.

5.3.1. Dimensionamento

Térreo: 3.701,93m² (3.032,32m² de área computável) Wc PNE masculino – 4m²

Sala de imprensa – 45,59m²

Wc PNE feminino – 4m²

Dep. de material esportivo – 114,66m²

Wc masculino – 54,16m²

Dep. de aparelhos – 135,17m²

Wc feminino – 59,12m²

Circulação – 669,91m²

Vestiário feminino (atletas) – 113m²

Sala de aquecimento 1 – 120,99m²

Vestiário masculino (atletas) – 113m²

Sala de aquecimento 2 – 97,01m²

Sala atendimento médico – 41,16m²

Salão do bar – 139,23m²

Wc masculino (func.) – 4,5m²

Bar – 37,96m²

Wc feminino (func.) – 4,5m²

Cozinha – 100,08m²

Copa (funcionários) – 16,92m²

Cozinha de pré preparo – 47,60m²

Dep. de material de limpeza – 17,86m²

Depósito seco – 35,34m²

Vestiário de juízes 1 – 22,33m²

Câmara de resfriados – 10,92m²

Vestiário de juízes 2 – 22,33m²

Câmara de congelados – 10,92m²

Administração – 46,06m²

Área técnica – 219,09m²

Sala de segurança – 46,06m²

Área de segurança – 342,70m²

Sala de manutenção – 46,06m²

Quadra poliesportiva – 960m²


76

Primeiro pavimento: 2.289,69m² (1.276,25m² de área computável) Wc PNE masculino – 4m²

Depósito – 37,58m²

Wc PNE feminino – 4m²

Arquibancada 1 – 388,21m²

Wc masculino – 59,12m²

Arquibancada 2 – 388,21m²

Wc feminino – 59,12m²

Varanda – 246,48m²

Lanchonete 1 – 29,06m²

Wc masculino – 10,61m²

Lanchonete 2 – 29,06m²

Wc feminino – 10,61m²

Bebedouros – 61,79m²

Circulação – 164,70m²

Segundo pavimento: 534m² (353,04m² de área computável) Wc PNE masculino – 4m²

Cabine de televisão 2 – 44,08m²

Wc PNE feminino – 4m²

Cabine de televisão 3 – 44,08m²

Circulação – 180,96m²

Wc feminino – 28,88m²

Camarote 1 – 40,28m²

Wc masculino – 28,12m²

Camarote 2 – 74,48m²

Copa de apoio – 37,24m²

Cabine de televisão 1 – 47,88m²

Em suma, o projeto do ginásio poliesportivo possui 4.661,61m² de área computável, com capacidade para 1.631 lugares para espectadores.

5.4.

Paisagismo

A intenção paisagística conceitual do projeto foi desenvolvida como estudo preliminar, de forma que compusesse todo o terreno do complexo esportivo. Foram utilizadas espécies existentes na região da Grande Vitória, propícias ao clima tropical.

Seguindo os dois eixos principais do complexo, foram inseridas árvores de grande porte (Pau ferro), com uma copa relativamente grande, que proporcionam um sombreamento agradável em todo o percurso. Estas também foram colocadas em volta da praça ao ar livre para eventos, com o intuito de amenizar o ruído que possivelmente ocorrerá em dias de shows e demais atividades.


77

Figura 103: Pau ferro Fonte: JARDINEIRO, 2012

Próximo ao primeiro conjunto de restaurantes, a Oeste do terreno, e do skatepark, existem três Ipês: branco, amarelo e rosa. Esse tipo de árvore, também de grande porte, proporciona uma grande área de sombreamento para quem procura um espaço agradável para se sentar e descansar. A ideia de coloca-las próximas ao restaurante foi de criar um espaço para as pessoas se reunirem e fazerem lanches e piqueniques no local.

Figura 104: Ipês Fonte: JARDINEIRO, 2012

Ao longo de toda a ciclovia, existe uma fileira de Cássias ferruginosas; árvores de médio porte, com floração várias vezes ao ano, que proporciona sombreamento e um colorido agradável para quem passeia de bicicleta pelo complexo.

Figura 105: Cássia ferruginosa Fonte: JARDINEIRO, 2012


78

Em todos os estacionamentos, foram utilizadas Unha de vaca, árvores próprias para essas áreas, por serem de médio porte, relativamente baixas e serem ornamentais. Estas, possuem uma copa que criam um sombreamento adequado para protegerem os veículos.

Figura 106: Unha de vaca Fonte: JARDINEIRO, 2012

No primeiro conjunto de quadras esportivas, a Nordeste do terreno, foi projetada uma fileira de Paineiras, árvores de grande porte, cuja copa cria um ótimo sombreamento ao seu redor, e protegem, de certa forma, as quadras.

Figura 107: Paineira Fonte: JARDINEIRO, 2012

Na face Oeste das piscinas olímpica e infantil, foram utilizados Eucaliptos, pois as folhas não caem com facilidade (para não sujar as piscinas) e pelo fato de serem árvores de grande porte, que criarão sombreamento nas arquibancadas no período da tarde, onde o Sol está a Oeste das mesmas.

Figura 108: Eucalipto cidró Fonte: JARDINEIRO, 2012


79

Próximo ao playground infantil, foi disposta uma fileira de Eucaliptos arco-íris. Como é um local utilizado basicamente por crianças, essa árvore de grande porte se integra ao meio, por possuir um tronco colorido, como diz o nome, sendo perfeita para a localização escolhida.

Figura 109: Eucalipto arcoíris Fonte: JARDINEIRO, 2012

Em todo o terreno, foi utilizada a grama verde esmeralda como forração. Por ser um espaço amplo e aberto, com incidência permanente de Sol durante o ano inteiro, a grama verde esmeralda é considerada uma boa escolha para o local.

Figura 110: Grama verde esmeralda Fonte: JARDINEIRO, 2012

Todo o paisagismo do complexo esportivo foi pensado de modo que intervisse no local, gerando conforto, funcionalidade e estética aos usuários.

5.5.

Conclusões

A partir do estudo realizado, entende-se que o convívio social da antiguidade clássica foi se tornando uma rotina do dia a dia para determinados povos, através da construção dos equipamentos esportivos e principalmente das termas romanas. A partir do século XIX, na Era Moderna, Pierre de Coubertin recriou os jogos Olímpicos, trazendo à tona antigas e novas modalidades de esportes que foram se


80

espalhando por todo o mundo. Dessa maneira, tornou-se necessária a construção de equipamentos esportivos que dessem suporte para as práticas então retomadas na sociedade. Através de análises realizadas nos estudos de caso, foi possível a criação de um programa de necessidades ideal para o projeto, levando em consideração equipamentos e espaços essenciais para o tema abordado. Nesse contexto, pelas necessidades vistas e apontadas em relação à cidade de Vila Velha, no que diz respeito a estes espaços, a implantação de um projeto neste tema, até a presente data deste trabalho, é oportuno, pois, como o país será sede de jogos importantes nos anos seguintes (como a Copa Mundial e os Jogos Olímpicos), compreende-se que o tipo de construção será de valiosa importância, tanto para treinamento quanto para sediar determinados jogos, não somente até a data destes eventos, mas também para o futuro; além de, principalmente, gerar um convívio social para a população.

O anteprojeto arquitetônico e a intenção paisagística conceitual referentes ao projeto do Complexo Esportivo na cidade de Vila Velha estão baseados na consideração do lazer como cultura no tempo disponível, e não em contraposição, mas sim, em estreita ligação com as obrigações da vida social, como instrumento de mudança e convívio social para todos.


81

6.

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junho

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86

7.

ANEXOS


87

ANEXO 1 Mapa dos equipamentos esportivos do municĂ­pio de Vila Velha



89

ANEXO 2 Mapa dos est谩dios da Grande Vit贸ria



91

ANEXO 3 Mapa de localização do terreno



93

ANEXO 4 Projeto Arquitet么nico e Paisag铆stico


94

LISTA DE PRANCHAS

01/14 Situação com entorno 02/14 Situação 03/14 Planta baixa Térreo 04/14 Planta baixa 1º Pavto. 05/14 Planta baixa 2º Pavto. 06/14 Planta de cobertura 07/14 Cortes AA e BB e detalhes 01 e 02 08/14 Corte CC e fachada frontal 09/14 Fachadas posterior e lateral esquerda 10/14 Fachada lateral direita e perspectivas 11/14 Implantação humanizada 12/14 Implantação 13/14 Cortes transversais 14/14 Perspectivas













Arundina bambusifolia

Bauhinia ariegata Caesalpinia ferrea Tabebuia roseo-alba Tabebuia heptaphylla Tabebuia chrysotricha Eucalyptus citriodora Eucalyptus deglupta Chorisia speciosa Senna siamea

Roystonea oleracea Rhapis excelsa

CORT


PE



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