Livro Aracati

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VELAS PRONTAS PARA O FUTURO
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DE VELAS PRONTAS PARA O FUTURO Fortaleza | Ceará | 2022
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Falésias de Quixaba

Copyright ©2022 by Fundação Demócrito Rocha

FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)

Luciana Dummar

Presidente

André Avelino de Azevedo

Diretor Administrativo-Financeiro

Marcos Tardin

Gerente-Geral

Raymundo Netto

Gerente Editorial e de Projetos

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Gerente Educacional

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Gerente de Audiovisual

Andrea Araujo

Gerente de Marketing & Design

ARACATI: DE VELAS PRONTAS PARA O FUTURO

Nazareno Albuquerque

Coordenador Geral

Valéria Xavier

Coordenadora Executiva

Raymundo Netto

Coordenador Editorial e Estabelecimento de Texto

Maristela Crispim

Pesquisa e Texto

Camila Almeida

Fotografia

Daniela Nogueira

Revisora

Andrea Araujo

Edição de Design e Projeto Gráfico

Alessandro Muratore e Miqueias Mesquita

Designers

Juliana Montenegro

Analista de Projetos

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACATI

Bismarck Maia

Prefeito

Guilherme Bismarck

Chefe da Casa Civil

Roberta Barbosa

Chefe de Gabinete

Reinaldo Salmito Articulador Institucional

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

C932a Crispim, Maristela

Aracati: de velas prontas para o futuro / Maristela Crispim, Camila Almeida. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021.

160 p. : il. : 29,5cm x 20,5cm.

ISBN: 978-85-7529-999-9

1. Turismo. 2. Cultura. 3. Educação. 4. Economia. 5. Aracati (CE). 6. Brasil. I. Almeida, Camila. II. Título.

CDD 338.47910981

2021-4748

Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410

CDU 380.8(81)

Índice para catálogo sistemático: Turismo : Brasil 338.47910981

Turismo : Brasil 380.8(81)

Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha

Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora

CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará

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Canoa Quebrada 9
SUMÁRIO 11 Aracati: a terra dos bons ventos e das oportunidades 31 Cidade Histórica 34 O Dragão do Mar 37 Comércio e Costumes 40 A “Terra dos Apelidos” 42 A economia do turismo 46 Orgulho Aracatiense 50 Cultura Popular e Patrimônio Histórico 65 Origens de Canoa Quebrada 73 Recantos e pousadas de charme 78 Turismo internacional 86 Esportes Radicais
93 Um litoral para novos investimentos 103 O Turismo e compras 110 Tradição Artesanal 117 Ventos para novas energias 123 Atrativa por Natureza 127 Logística de qualidade 131 Educação é Prioridade 139 Estímulo aos Esportes 143 Saúde para Todos 148 Segurança cidadã 153 O Carnaval e as delicias de Aracati 158 anexo
Rio Jaguaribe
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Canoa Quebrada

Aracati: a terra dos bons ventos e das oportunidades

Investimentos em infraestrutura, educação, saúde, esportes, lazer, patrimônio histórico, paisagismo e outros têm elevado a auto estimado aracatiense, estimulado outras relações com a cidade e a contínua abertura de novosnegócios.

"Ecoa na cidade uma frase que nos enche de orgulho: a alegria de ser aracatiense. Parece que se passaram décadas, mas foram apenas pouco mais de quatro anos. E hoje todos os equipamentos estão reformados ou refeitos. Temos escolas absolutamente novas e, mais do que novas, têm um padrão de qualidade, de acabamento e de equipamentos comparado ao que há de melhor em escolas privadas nas capitais: climatizadas, com cadeiras acolchoadas, lousas digitais, projeto paisagístico, tablets para os alunos, kits escolares para aluno e professor na qualidade e na quantidade corretas. Mochilas, estojos, fardamento, calçados, absolutamente tudo para uma educação verdadeiramente transformadora foi e continuará sendo entregue.

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Areninha Cumbe

Sem falar nas dezenas de praças construídas, nos postos de saúde reformados, na UPA, no novíssimo e ampliado Hospital Municipal, nas centenas de quilômetros de ruas e avenidas asfaltadas e nas estradas que ligam às localidades mais distantes, que são verdadeiras rodovias. O Aracati hoje liga sua sede aos distritos por estradas municipais asfaltadas e sinalizadas nos mesmos padrões das BRs e das rodovias estaduais.

Com exceção de Fortaleza, nenhum município do Ceará tem tantas Areninhas como Aracati. Eu passei a entender, a partir da nossa primeira, o grande impacto social que ela causa. Muito mais do que o esporte, ela se transforma no ponto de referência das pessoas. Lá estão a mamãe, a madrinha, o tio, a tia, a vizinha etc. Todo mundo se beneficia com os bancos, as sombras das árvores e a iluminação.

Nós já temos vinte e duas inauguradas e mais quatro para inaugurar. Procuramos colocar mais itens junto às Areninhas para termos ainda mais impacto social, como parquinhos, academia ao ar livre e quadras pequenas para as crianças menores. O adulto joga futebol, mas está todo mundo ali convergindo, e nada que não seja salutar acontece. E, se acontecer, está vigiado por toda a população daquela comunidade, daquele bairro, daquela localidade.

Tudo isso mudou a qualidade de vida do aracatiense. Sabemos da nossa importância como mola propulsora do desenvolvimento. Mesmo nos países mais ricos, quando há uma crise econômica, é o governo que induz a economia. A saída da crise perpassa por investimentos públicos maciços. E nós fizemos a nossa parte, com a casa organizada, com os salários em dia e com os fornecedores recebendo pontualmente pelos serviços bem prestados. Isso trouxe riquezas para o município, e essa prosperidade se vê em cada canto do Aracati, em cada bairro, em cada comunidade. Seja uma farmácia, uma padaria, um restaurante, um mercado, uma casa de vinhos. Imagine! Em Aracati temos casa de vinho. E tudo isso está acontecendo numa velocidade impressionante, mudando bairros que eram marginalizados, que sofriam com ruas de terra e becos escuros, em endereços valorizados.

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Fachada histórica na Rua Grande
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Praça Maria Alice da Silva
Vista aérea do Colégio Municipal 19

HMED 82

leitos, distribuídos em clínica médica, clínica cirúrgica, clínica traumatológica, UTU, SRPA e Isolamento.

5.729,71

m² de área Ambulatório, Bloco Administrativo, Lavanderia, Unidade de Terapia de Urgência - UTU, recepções, banheiros. Centro Cirúrgico, Sala de Recuperação Pós-Anestésica, Centro de Imagem, Emergência e Setor de Isolamento.

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Hospital Municipal Eduardo Dias

É esse novo Aracati que faz com que as pessoas tenham alegria e, acima de tudo, orgulho de ser aracatiense.

A geração de novos negócios é diária e não encontra comparação em nenhum outro município do Estado. Somos hoje uma cidade com nível crescente na qualidade da educação e com uma das menores taxas de mortalidade infantil do mundo. Sabemos que, para essas transformações chegarem a absolutamente toda a população, é uma caminhada que leva tempo, mas estamos encurtando esse período de forma muito acelerada.

Fizemos concursos públicos, contratamos professores, pedagogos, engenheiros, eletricistas e uma infinidade de profissionais que agora contribuem com as aposentadorias do futuro. Há anos o Aracati não realizava concurso público.

Valorizar as pessoas é essencial. Somos um dos poucos municípios que concederam todos os reajustes do Governo Federal e pagamos em dia. Desde de 2021, pagamos o 14º salário aos professores

E todos os servidores efetivos e contratados receberão seu 13º, que está além dos contratos estabelecidos e não é praxe nos municípios brasileiros. Toda a educação receberá um salário a mais no final do ano. Isso é uma forma de valorização e um incentivo para melhorarmos sempre a educação das nossas crianças.

É a mesma coisa na área da saúde. Hoje temos o melhor hospital municipal do Ceará. Não há outro que se compare, com todos os equipamentos novos. Tudo dentro do Hospital é da mais alta qualidade, do uniforme à farda, seja do médico, seja da enfermeira, passando pela instrumentação e chegando à alimentação. O paciente se alimenta bem, depois de passar por um centro cirúrgico novo, dorme em uma cama confortável, e o acompanhante come bem o dia todo e fica numa poltrona reclinável e confortável, nova, como nos melhores hospitais particulares.

Temos ainda o novo Centro de Imagem, e ampliamos de 44 para 94 o número de leitos em nosso Hospital Municipal. Nós estamos felizes de termos a oportunidade de fazer isso.

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Profissionais da Unidade de Pronto Atendimento – UPA

Espaço das Artes

Na cultura, por que hoje se tem alegria de ser aracatiense? Por que da elevada autoestima? Aqui sempre foi cantado em verso e prosa o rico patrimônio histórico que temos, tombado em 2.000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Esse patrimônio estava árido, abandonado, não era promovido, não era induzido a receber melhorias. A maioria dos prédios estava se destruindo, com as fachadas deterioradas. E refletia isso no particular, no sítio histórico ou não. Quando tudo está se acabando, sem planta alguma na casa, não se pintam as paredes nem se cuida.

A partir do primeiro ano, mudamos o paisagismo e implantamos jarros grandes. Isso parece uma coisa pequena, mas é extremamente simbólico. De oito em oito metros, na extensão enorme da Rua Grande, mudamos todos os canteiros, dos dois lados, que eram de areia. Plantamos árvores, fizemos jardim e colocamos jardineiras em todos os lugares com varanda. Fizemos paisagismo nos becos, pequenas ruas transversais dessa rua histórica, adquirimos bens históricos e restauramos. Hoje, o que se reflete na Rua Grande? Todos sentem uma rua viva, pulsante. Agora, muitas casas renovaram a sua fachada. Tem uma que é até simbólica de tão bonito que ficou o paisagismo.

Museu Jaguaribano
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Igreja Matriz
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Em Aracati, todos têm esse sentimento de pertencimento em relação à Rua Grande, de ser dono daquele patrimônio histórico – mesmo quem não mora ali. Quando você vê esse patrimônio histórico retomado e reformado e você mora em outras localidades, também sente orgulho, porque não é só lá que essa transformação acontece.

Aracati tem uma coleta de lixo que é considerada de excelência. Não é à toa que, em frequentes e seguidas pesquisas, o índice de maior aceitação e aprovação é justamente da limpeza pública, com mais de 90%.

Nos bairros mais distantes, há drenagem, limpeza pública, prédios e praças recuperados, Areninha, escola de boa qualidade e ruas pavimentadas. Quando isso tudo melhora, a cidade se transforma num ambiente para se bem nascer, bem viver e prosperar.

Vocação Turística

E para falar do turismo de Aracati, temos de lembrar um pouco a história de como ele se implantou, porque há consequências até hoje.

No fim da década de 1960, Aracati começou a descobrir o paraíso da Vila dos Pescadores de Canoa Quebrada. Para cá vieram estrangeiros, aqueles que eram considerados hippies. Houve a primeira praia de nudismo do Ceará e um filme francês rodado aqui. Foi como Canoa Quebrada nasceu.

Nessa época, e mais ainda nos anos 1970, evoluíram todos os processos de urbanização, as questões ecológicas, os princípios do turismo da forma de então. Surgiram conceitos como ecoturismo e urbanismo sustentável, surgiram as leis de proteção ambiental e todo um novo ordenamento.

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Majorlândia, sobretudo depois da década de 1970, cresceu muito fortemente e com todas as circunstâncias de então. O que se pensava com relação à ecologia? Ao urbanismo? À promoção do turismo? À eficiência técnica sobre como fazer turismo? Sobre como construir os equipamentos? Ela cresceu dessa forma, sem essas questões serem ponderadas. Não podemos esquecer que a história do turismo de Aracati tem esse remanescente.

Majorlândia já teve seus tempos áureos. Na alta estação, no Carnaval, não se encontrava lugar para se hospedar. Faltava água, as ruas ficavam sujas, não havia ordenamento de trânsito nem segurança pública. Nas festas, como as das Regatas de Canoa, as autoridades pediam para vir e se apresentar.

Tivemos um trabalho árduo, baseado nas mesmas premissas com que eu tive a oportunidade de lançar no Brasil o Plano Nacional de Turismo, a partir da década de 1990, com promoção, capacitação e infraestrutura. Isso é o que faz o turismo acontecer como indústria geradora de desenvolvimento e preservação.

É muito importante transformar uma cultura de turismo desordenado e muitas vezes nocivo ao meio ambiente, e até mesmo aos residentes mais idosos, além de uma noção de turismo como fonte geradora de renda, emprego, com ordem, regramentos e planos de emergência.

Hoje, não temos problema algum de limpeza pública. Não falta água em Canoa Quebrada e em Majorlândia, nem mesmo no Carnaval, com quase 400 mil visitantes.

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Platolândia 27

A Segurança Pública também mudou. Nós implantamos, com a Guarda Municipal, um ótimo relacionamento com as Polícias Civil e Militar e com o Corpo dos Bombeiros.

O setor privado compreende e investe ano a ano. Novos negócios foram abertos em todo o Aracati e, em especial, nos pontos mais turísticos, como Canoa Quebrada. Com a reabertura da economia, estamos assistindo a um turismo sendo retomado e o setor privado fazendo a sua parte, investindo, contratando e capacitando. Isso tudo é muito relevante.

Aracati tem várias locações e vários dotes. Primeiro, a sede do município é horizontal, e o município todo, de forma geral, está também a nível do mar. Não há problemas geográficos que dificultam o turismo ou a boa moradia. Temos as praias. As mais conhecidas, Canoa, Majorlândia e Quixaba, são pujantes, mas temos outras lindíssimas que estão sendo descobertas agora e vão ficar melhores ainda, porque estão recebendo estradas de acesso, como Lagoa do Mato,

Garrafinhas de areias coloridas
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Quixaba

Fontainha e Retirinho. Estamos reduzindo o trajeto entre a sede e essas praias de 40 km para apenas 12 km.

Em termos de hospedagem, hoje há uma vertente no turismo muito grande do aluguel de residências, como em um hotel, com todos os serviços, mas com a vantagem da convivência com grupos maiores. É um tipo de turismo que pretendemos promover em Majorlândia, até porque a origem dela é de balneário de segunda residência. Então, há muita demanda.

Nas outras praias, como Quixaba e Fontainha, nascerão pousadas com esses investimentos que a Prefeitura vem realizando – não só com as estradas, mas com a melhoria de estrutura urbana, construção de praças, platôs e acessos à praia.

Fontainha
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Lagoa do Mato 30

Já fizemos em Majorlândia e Quixaba grandes platôs que são pontos de convergência para o turista.

No turismo da cultura, já compramos e restauramos prédios. Já está tudo pronto para começar a implantar o turismo de arte. O Espaço das Artes terá acervo próprio, e a meta é termos exposições permanentes e nos tornarmos referência nessa área, a ponto de as pessoas viajarem quilômetros para ver uma exposição de determinado artista. Temos uma verdadeira galeria de arte pública e gratuita em Aracati.

Queremos que Aracati seja um local de eventos, seja no Réveillon, seja como referência do maior Carnaval de praia do Nordeste, seja com eventos temáticos.

Criamos o Festival Gastronômico e, nas edições em que ocorreu, foi um sucesso imenso. Esse é o potencial de Aracati. Sua vocação é prestar serviço, que se une à cultura, arte e potencialidades naturais, como as falésias. Mas não basta ter uma natureza bela. Tem que haver capacitação, promoção e infraestrutura.

Estamos no caminho certo, cuidando da cidade, resgatando a infraestrutura, modernizando a gestão, desenvolvendo nossas potencialidades, despertando o orgulho e a alegria de ser aracatiense e, acima de tudo, colocando as pessoas em primeiro lugar.

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Falésias de Canoa Quebrada 34

Cidade Histórica

Fundada entre o Rio Jaguaribe e o Oceano

Atlântico, a história de Aracati se confunde com o desenvolvimento econômico do Ceará, tendo seu patrimônio histórico como testemunha.

Apalavra “Aracati” vem do tupi-guarani e pode ser traduzida como “terra dos bons ventos”, o que um aracatiense aprende c edo. Daí vem o costume de colocar a cadeira na calçada até no Iguatu, Centro-Sul do Ceará, na certeza de que o vento Aracati vai soprar e aliviar o calor sertanejo.

Esse pedaço de chão estrategicamente localizado entre o rio Jaguaribe e o oceano Atlântico também recebeu outros nomes ao longo de sua história, como Cruz das Almas, Arraial de São José do Porto dos Barcos do Jaguaribe e Santa Cruz de Aracati.

Desde 1842, é apenas Aracati.

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O Dragão do Mar

Nascido em Aracati, o abolicionista Dragão do Mar é um símbolo de bravura e resiliência do povo cearense e dá nome ao aeroporto do Município.

Ahistória de Francisco José do Nascimento é singular. Ele nasceu em 1839, em Canoa Quebrada. Mais comumente conhecido por “Chico da Matilde”, entrou para a história

Em 1874, foi nomeado prático da Capitania dos Portos e, ao conviver com o drama do tráfico negreiro, envolveuse na luta pelo abolicionismo. Em vigília, localizava as embarcações que entravam no porto e conduzia sua jangada para comunicar o rompimento do tráfico negreiro no Ceará. Em 1881, colaborou com a denominada “Greve dos Jangadeiros”, movimento histórico que fechou o porto da capital ao tráfico e foi um dos marcos que conduziria o Ceará a ser o primeiro estado a libertar os seus escravizados.

FOTO: REPRODUÇÃO
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Fontainha
Pôr do Sol no Rio Jaguaribe 40

Comércio e Costumes

O comércio de Aracati é diversificado e referência

na região, assim como também seus negócios tradicionais.

Conta o folclore que, no passado, o aracatiense tinha o mesmo prestígio de um português e de um marinheiro. Hoje não existe mais essa comparação. Porém o aracatiense continua orgulhoso e vaidoso de sua terra.

Aracati não teve um fundador. Seu desenvolvimento aconteceu quando, para o acanhado povoado de São José do Porto dos Barcos do Jaguaribe, ocorreram forasteiros de todos os lugares, em busca de fazer fortuna e riqueza com a fabricação e a exploração das carnes secas, as denominadas “charqueadas”.

Na Rua Grande, a principal da cidade, que apesar de outras várias denominações continua sendo chamada de Rua Grande, estão localizados os sobrados com fachadas de azulejos e o casario antigo de Aracati, tombados pelo patrimônio histórico.

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Alguns desses sobrados serviram de residência para figuras notáveis do Aracati, como os escritores Adolfo Caminha, Paula Ney, Beni Carvalho, o político, presidente da província do Ceará, Pedro José da Costa Barros, o pianista Jacques Klein, o monsenhor Bruno Figueiredo, Cândido Antunes de Oliveira (Barão de Messejana) e José Pereira da Graça (Barão de Aracati), a artista plástica Nice Firmeza, o ator Emiliano Queiroz, entre outros aracatienses de destaque na vida política, social e econômica do Ceará.

De sua dependência comercial e cultural com Pernambuco no passado, herdou o Carnaval e os demais festejos populares. Hoje, infelizmente, somente se mantém o Carnaval como a maior festa popular do Ceará.

A vocação do município é essencialmente comercial, haja vista que a feira livre da cidade funciona desde o ano de 1941. A cidade de Aracati é um polo comercial importante com forte abrangência em toda a região.

Nunca teve uma agricultura permanente nem uma pecuária destacada. Em algum período de sua história, havia uma indústria que se notabilizou pelo funcionamento em quase 100 anos: a Fábrica de Tecido Santa Tereza.

O parque salineiro, que era um polo produtor e exportador, explorava de maneira quase artesanal as salinas. O mesmo acontecia com a extração e a industrialização da cera de carnaúba.

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Vista aérea da Rua Grande, Centro Histórico de Aracati

A “Terra dos Apelidos”

Famosa por apelidar nativos e viajantes, e sendo terra de muito cearenses ilustres, Aracati ainda mantém alguns costumes de antigamente.

Aracati é nacionalmente conhecida como a “terra dos apelidos”. Isso se deve à figura de Castorina Chaves Pinto, que se notabilizou pelos apelidos que aplicou, como aconteceu com um rapaz baixote de cabelos alourados que recebeu o apelido de “Prego dourado”. Até um juiz de Direito, que tinha a cabeça muito grande, foi apelidado de “Cabeça de Comarca”. Sem falar no digno arcebispo de Fortaleza, dom Antônio de Almeida Lustosa, que, por ser muito magro, foi apelidado por Castorina Pinto de “Envelope aéreo”.

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A economia do turismo

Num passeio pelas ruas de Aracati, é possível conhecer e se encantar por comércios antigos e provar algumas das delícias apreciadas pelos locais.

Patrimônio Gastronômico

Quem vem ao Aracati não pode deixar de saborear o sanduba no Xicão Lanches, beber do afrodisíaco aluá de tamarindo da Casa Ponciano e se deliciar com o inesquecível sorvete e o picolé de Zé de Sofia (Sorveteria Sucesso). Esses são alguns bens imateriais que o Aracati preserva para os visitantes.

Casa Ponciano, tradicional pelo seu aluá de tamarindo
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Restaurante Naim 48
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Orgulho Aracatiense

O aracatiense tem orgulho do passado, se entusiasma com o presente e inova e projeta muita coisa boa para o futuro.

Finalmente, Aracati não se resume somente à sua história passada ou aos seus vultos ilustres. Tem um passado e seu povo muito se orgulha dele, mas Aracati também é presente. Aliás, um presente que está fazendo do aracatiense um povo cada vez mais seduzido por sua terra.

É como diz um aracatiense: é preciso espantar para bem distante os espíritos derrotistas, nos ufanar de nossa terra e cantar os versos mais famosos do baião do Aracati: “Eu vou de caminhão comendo o pó do chão; não me incomodo, não, porque eu quero é ir pro meu Aracati...”.

Sítio
Cumbe
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Quixaba 51
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Cultura Popular e Patrimônio Histórico

O casario colonial de inspiração portuguesa faz da Rua Grande um atrativo especial, adornado recentemente por um novo paisagismo.

Inicialmente povoada pelos índios potiguara, Aracati deu início à sua ocupação defi nitiva com as charqueadas, a partir da década de 1.740. Hoje, suas arborizadas ruas de paralelepípedos contam parte dessa história em conjunto histórico de inspiração portuguesa que inclui casas, sobrados, casarões e igrejas, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2.000.

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Beco das Flores 55

O patrimônio histórico de Aracati se estende ao longo da Avenida Coronel Alexanzito, que todos chamam – não tem jeito – de Rua Grande. Os becos que interligam essa via histórica com a Avenida Coronel Alexandrino, a Rua do Comércio, agora brilham como espaços-aconchego adornados pelo paisagismo, como o Beco das Flores, local mais fotografado e postado nas redes sociais de Aracati, atualmente.

O Centro Histórico é aquela região que existe desde o início da formação de qualquer cidade. Em Aracati, a maioria do patrimônio tombado está na Rua Grande, mas há prédios históricos em outros pontos, como na Rua do Comércio e na Rua Santos Dumont.

Com aparência que remete a paisagens mediterrâneas, o paisagismo do Beco Chico de Janes, inspirado no Beco das Flores, já foi uma iniciativa da proprietária dos imóveis das esquinas.

Chico de Janes, o mais irreverente folião do Carnaval de Aracati, foi delegado e proprietário de pensão e de um bar chamado de “Amansa Sogra”. Hoje há, em sua homenagem, um bloco chamado “Lá vai o Chico”, uma banda de Carnaval muito animada chamada “Chico de Janes” e o beco, acima citado, adornado por flores, entre a Rua Grande e a Rua do Comércio.

A mudança se faz sentir ao longo de toda a Rua Grande, com jardineiras, ora com flores, ora com ervas, que vão compor o cardápio do dia, adotadas e cuidadas pelos moradores que, agora, sim, têm orgulho de pintar as fachadas das suas casas que formam um conjunto histórico e colorido por tintas e plantas.

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Vista aérea do Centro Histórico 57
Espaço das Artes 58

O resgate, a recuperação e a ressignificação de importantes imóveis históricos acompanham esse movimento. Restaurado e adaptado para novas funções, o Espaço das Artes pretende dar à cidade um novo sabor a ser desfrutado por moradores e visitantes. O prédio, que antes foi de Antônio Cândido Antunes de Oliveira, o Barão de Messejana, vai incentivar e promover a produção artística de diferentes tipos e deve receber acervos de artes e culturas locais, assim como exposições cearenses e nacionais.

Fundado em 1941, o Aracaty Club, mais famoso clube social da cidade, testemunhou as festas mais badaladas da elite aracatiense, entre bailes, festas de Carnaval e a escolha de sua Rainha, festas de debutantes, aniversários etc. Renovado, agora vai começar a contar outras histórias, do Festival de Gastronomia a formaturas de escolas públicas e casamentos comunitários.

Edifício do século XVIII, o Teatro Francisca Clotilde foi adaptado como equipamento cultural no início do século XX, pelo Círculo Operário São José, que atuou durante décadas com a classe operária da cidade. Anos mais tarde, o artista plástico aracatiense Hélio Santos batizou o espaço com o nome de Francisca Clotilde, poetisa, contista, dramaturga, romancista, professora, abolicionista e também a primeira mulher a ser admitida para lecionar em Escola Normal, em Fortaleza.

Ela nasceu em Tauá em 1862, mas se mudou em 1908 para Aracati, onde fundou o Externato Santa Clotilde e faleceria em 1935. Dona Chiquinha, como era carinhosamente chamada, tornou-se uma personalidade fundamental para o desenvolvimento educacional e cultural de gerações.

Participou da campanha abolicionista e foi defensora da emancipação feminina. Publicou contos, poemas e artigos também por meio do pseudônimo “Jane Davy”.

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Aracaty Club

A Casa de Adolfo Caminha deve ganhar a função de Secretaria de Turismo e Cultura e Biblioteca do Município.

Adolfo Caminha nasceu em Aracati. No Rio de Janeiro, estudou na Escola Naval. Todos se admiraram de sua inteligência e coragem quando, aos 17 anos, em uma festa com a presença do imperador dom Pedro II, fez um discurso contra a escravidão.

Quando ainda vivia no Rio de Janeiro, publicou seu primeiro livro, de poemas, chamado Voos incertos. Como marinheiro, viajou para muitos lugares, mas voltou a viver no Ceará. Em Fortaleza, tornou-se funcionário público.

Seus livros mais conhecidos são os romances A normalista e Bom-crioulo. Ele também escrevia para revistas e jornais e participou da “Padaria Espiritual”, movimento de rapazes das letras e artes, um dos mais originais do Ceará.

Francisca Clotilde (18641935), uma das pioneiras da literatura feminina cearense FOTO:

REPRODUÇÃO
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Casa de Adolfo Caminha

Antes de completar 30 anos, Caminha, que seria um dos principais autores da corrente Naturalista da literatura brasileira, morreu de tuberculose. Em sua homenagem, hoje existem várias praças, ruas e escolas com seu nome, não só em Aracati e Fortaleza, mas em Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Criado em 1968, o Instituto do Museu Jaguaribano classifica, cataloga, expõe, conserva e restaura móveis e objetos considerados de valor histórico, artístico ou arquitetônico para o povo aracatiense.

Adolfo Caminha (1867-1897), um dos maiores naturalistas da literatura brasileira

Além da exposição permanente, é um centro de pesquisa sobre a história do município e da Zona Jaguaribana. Nele, estão centenas de peças e relíquias não só da vida colonial aracatiense, mas de quase todas as localidades da região.

O sobrado está de pé desde o início do século XIX. A construção tem quatro pavimentos, dezoito janelas na fachada, piso e escadas de madeira. Guarda detalhes do tempo em que os prédios de Aracati eram feitos seguindo o modelo das casas portuguesas, inclusive com o tradicional revestimento de azulejos.

O sobrado foi a residência do coronel Alexanzito, que deu nome à rua. No andar de baixo, funcionava um comércio. Era costume na época, a família residir no piso superior, enquanto o comércio, gabinete, consultório, no térreo.

O acervo conta a história dos ciclos econômicos da região, como carros de boi, teares e moinhos. Em cada andar, é possível ver pinturas que retratam as casas do século XIX. Também há fotos e móveis de personagens aracatienses, como do escritor Adolfo Caminha, e em algumas salas há imagens de santos e outros objetos religiosos. Dentre eles, as lâmpadas de prata que pertenceram à Igreja Matriz.

FOTO: REPRODUÇÃO
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No museu funciona também uma biblioteca com livros raros.

No início do século XX, os escritores de Aracati se reuniam no local para recitar poesias. Eles chamavam esse encontro de Tertúlias aracatienses.

Hoje, escritores ainda se reúnem no sobrado. Eles integram a Academia dos Escritores Aracatienses.

A Casa de Câmara e Cadeia foi um dos primeiros prédios a serem construídos no Ceará. A obra começou no século XVIII, em 1779. Passou por muitas mudanças que alteraram seu projeto original, mas ainda é possível observar alguns detalhes, como a fachada, as torres e os desenhos das janelas com suas molduras em arco abatido e os balcões com grades de ferro.

Ali funcionou a Cadeia Pública de Aracati. Desse tempo, quando havia as celas, ainda existem os armadores de rede com o desenho em argola.

A Cadeia Pública funcionava na parte térrea, enquanto a Câmara no pavimento superior. Até 1988, era possível ver os presos em suas celas, que davam de frente para a Rua Grande. Atualmente, nos dois pavimentos, abriga a Câmara dos Vereadores de Aracati.

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A capela que deu lugar à Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora do Rosário) foi erguida em 1714 (século XVIII). O curioso é que a parte da frente da capela era de tijolo, mas as paredes laterais eram de taipa e cobertas de palha. Com as enchentes do rio Jaguaribe, a capela caiu. No mesmo lugar, foi construída outra capela, em 1747. Desde então, o templo foi ampliado aos poucos e ganhou adereços.

Sua fachada tem um desenho barroco rico em detalhes. Os sinos chegaram em 1845. O maior pesa 550 quilos, o médio, 250, e o menor, 80. No interior da Igreja, a imagem barroca da padroeira Nossa Senhora do Rosário repousa sobre altar de madeira de talha dourada. Parte do piso é de lajotões de argila queimada.

Palácio da Liberdade

A fachada simétrica, os jardins laterais e as pinhas que ladeiam a parte de cima revelam que o Paço da Liberdade (Palacete Major Leite Barbosa) é uma construção do fim do século XVIII/ início do século XIX.

Numa pintura de José dos Reis Carvalho, integrante da Comissão Científica de Exploração que veio ao Ceará, a serviço do imperador, na década de 1850, há uma referência ao prédio.

No começo do século XX, foi comprado pelo major Miguel Leite Barbosa, um rico industrial da família dos proprietários do Cotonifício e Fábrica de Tecido Santa Tereza.

Atualmente, abriga o gabinete do prefeito de Aracati.

O patrimônio histórico de Aracati é cenário da maior festa popular no Brasil, o Carnaval, que atrai não apenas moradores do município e da região, mas muitos visitantes, fazendo a população flutuante crescer geometricamente durante os quatro dias de folia.

Igreja Matriz
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Casa da Câmara Municipal e Cadeia
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Igreja Matriz
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Paço da Liberdade, sede do gabinete do prefeito, e Antigo Solar dos Leite Barbosa
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Origens de Canoa Quebrada

O símbolo da “Lua e a Estrela” fascina e atrai pessoas do mundo inteiro e traz muitas histórias e significados, contados em versos por Zé Melancia.

Zé Melancia, ou José da Rocha Freire, nasceu em 1909, em Canoa Quebrada. Foi apelidado assim porque nasceu quando a mãe estava no meio de um roçado de melancias. Foi um homem de muitas artes: pescador, fabricador de jangadas de piúba, cantador, compositor de versos e líder comunitário. Com esforço, conseguiu publicar folhetos com sua poesia. Mas era analfabeto. Durante o tempo de escola só aprendeu a escrever o próprio nome. Sua inspiração poética era ditada para a filha colocar no papel.

Os verdes mares emoldurados por dunas brancas, falésias coloridas e coqueirais enchem de orgulho os aracatienses e atraem, desde a década de 1970, visitantes interessados em suas belezas e histórias que não estão apenas no patrimônio edificado.

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E é com os versos de Zé Melancia que contaremos a origem do nome Canoa Quebrada:

A Deus todo dia eu peço Felicidades para nós todos

Graça, amor e progresso

Como poeta apresento

A minha terra em verso

Tem filho dessa velha terra

Que não conhece de nada

Não sabe por que motivo

Chamam Canoa Quebrada

Eu declaro tudo em verso

Por quem ela foi fundada

Francisco Aires da Cunha

Capitão Mar-e-Guerra

Vindo ele de Portugal

Destinado à nossa terra

Para fundar povoados

Da orla marítima à serra

Trazia ordem soberana

De Dom Manuel de Portugal

No entanto o Capitão Aires

Procurava o Litoral

Foi se entender com Jerônimo

O fundador de Natal

Aires da Cunha queria

Falar com Martim Soares

Jerônimo lhe respondeu

Martim está em outros mares

Nada disso impediu

O navegador dos mares

Jerônimo de Albuquerque

Deu a Aires toda nota

Capitão Aires da Cunha

Prosseguiu com sua frota Sem saber que essa viagem Causava grande derrota

Vinha muito a beira costa

Sem esperar foi chocado

Seu barco com uma pedra

Foi um caso inesperado

Na cabeça da Ponta Grossa

O barco foi arrombado

Foi na cabeça do Norte

Que o barco se arranhou

Mais Aires com muito jeito

Finalmente retirou-se

Procurou ir mais a frente

Mas seu barco não deixou

Aires vendo que não dava

Procurou uma enseada

Então foi nossa velha praia Que ficou denominado Com esse nome até hoje Que tem Canoa Quebrada

Em mil seiscentos e cinquenta

Eu encontrei escriturado

Em um livro muito antigo

Daquele tempo passado

Eu li esse acontecimento

Ainda tenho guardado

O barco estava na costa

Sem passar um só vivente

Depois passa um viandante

Aires lhe chamou presente

Disse o viandante a Aires

Daqui além mora gente

Daqui a mais de uma légua

Tem uma povoação

Com o nome de Aracati

Lá mora o velho Simão

Aires com seus tripulantes

Rumaram em direção

Aires da Cunha deu a Simão

O seu barco de presente

Simão dirigiu-se à praia

Trazendo contingente

Pra destruir o barco

Naquele mesmo ambiente

Barco para aquela gente

Era uma palavra à toa

Aquele povo só conhecia

Batelão, balsa e canoa

Então esse motivo

De nome de terra boa

Vamos quebrar a canoa

Dizia os trabalhadores

Foi origem dessa terra

Que apresento aos senhores

Leiam essa biografia

Que serão conhecedores

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Essa é a origem do passado

Eu trago a minha memória

Da minha terra querida

Quem antes não conhecia

Lendo me deram vitória

Está tudo esclarecido

Que a história representa

A origem de Canoa Quebrada

De Mil Seiscentos e Cinquenta

Também sua fundação

O poeta em nada aumenta

Canoa Quebrada também

Deu vulto de ilustração

Francisco José do Nascimento

Tinha o título de Dragão

Era o Chico da Matilde

Um herói da abolição

Uma senhora ilustrada

Joaquina Cambuga Teixeira

Essa mulher tinha um título

Da Rainha Labirinteira

Em renda e labirinto

Ela era de primeira

Tiveram outros personagens

Formado em filosofia

Maestro violinista

Mestre de carpintaria

E o poeta dos verdes mares

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O símbolo de Canoa Quebrada também tem a sua história. Nas noites de lua minguante, naquela praia, vê-se, no céu, uma estrela que fica dentro da meia-lua e, com o passar do tempo, se distancia.

Em 1979, houve um concurso para escolher o símbolo da praia. O morador Chico Artesão desenhou a meia-lua com uma estrela em um casco de tartaruga e ganhou.

A vocação turística estourou depois que o famoso símbolo da lua e estrela foi esculpido pelo arquiteto Carlos Limaverde numa das falésias da Praia de Canoa Quebrada, com inspiração nos anéis que o artesão Chico Eliziário fazia em casco de tartaruga.

A tradicional vila de pescadores, transformada em ponto de encontro de estrangeiros “descolados” nas décadas de 1970 e 1980, passa por intensa renovação urbanística, a começar pela Primeira Praça de Canoa, batizada de Maria Alice da Silva, que recepciona o visitante com uma via larga e amplo estacionamento.

Na sequência, a famosa Broadway oferece aquela experiência de centro comercial da vila de pescadores, com lojas e muitos restaurantes que fornecem variado cardápio, que contempla sabores locais e regionais até a melhor gastronomia internacional.

Saindo do centrinho comercial da vila em direção à praia, para a foto obrigatória, além das famosas falésias vermelhas e dos símbolos da lua e estrela (hoje existe mais de um), há diversas opções de barracas de praia, que vão das mais estruturadas, como a Barraca da Lua –um complexo de lazer, com porções muito bem servidas, piscinas para crianças e adultos, lounge e transfer gratuitos –, a barracas menores, contudo, aconchegantes, além de diversas opções de restaurantes, hotéis e pousadas para todos os gostos e bolsos.

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Broadway 74
Vista aérea da Praça Maria Alice da Silva
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Nova Broadway
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Recantos e pousadas de charme

Ao lado da badalada Canoa

Quebrada, a Vila dos Estevãos é uma opção para quem gosta de praia com mais sossego.

Ao lado de Canoa fi ca a Vila dos Estevãos, que também conta com a sua rede de restaurantes e barracas de praia, como a Sal e Mar, de Adilane Freires de Oliveira, a Fafi a. Nascida em Canoa, é fi lha de Marcondes Viana de Oliveira, o primeiro dono de barraca de Canoa Quebrada. A primeira foi denominada Barraca da Alegria e, depois, Barraca da Amizade O Marcondes.

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Fafia começou a trabalhar muito jovem, primeiro com o pai e depois em restaurantes de pessoas de fora, onde aprendeu muito, a ponto de abrir seu próprio negócio em 2019. Com gastronomia variada, serve desde pratos mais simples, como comida caseira, aos mais sofisticados, agradando a todos os gostos: “É um orgulho e um privilégio viver e trabalhar aqui”, afirma.

Fafia e o pai Marcondes Viana
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Vila dos Estevãos 80
Broadway Canoa Quebrada 81

Turismo internacional

O encantamento dos estrangeiros por Canoa Quebrada começou há décadas. Muitos vieram para ficar e hoje oferecem opções de gastronomia e hospedagem com padrão internacional.

Desde a década de 1970, o encantamento por Canoa Quebrada tem sido geral. Europeus, em especial, caem de amores pelo lugar. A maioria veio a passeio, mas muitos decidiram ficar e empreender no setor turístico. Entre hospedagens e restaurantes, é comum que sotaques e aparência denunciem essa presença marcante.

É o caso do italiano Christian de Felice, que veio para o Brasil na década de 1990 e não conseguiu retornar: “Na época, era bem simples, mas muito cosmopolita. Tinha gente de todo lugar, um clima muito bom. Comecei logo a trabalhar e ter família”. Em pouco mais de um mês, já abriu a discoteca Walliye (“Está tudo na paz de Deus”, em senegalês). Depois veio a pizzaria, a BarEvolução, uma das primeiras de Canoa. Casou-se com uma nativa, teve quatro filhos e dois netos.

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Sob árvores, a Pizzaria e Restaurante BarEvolução é agradável e aconchegante. Antes de ser pizzaria, foi um viveiro de plantas, transferido para um sítio. Christian vem de uma família tipicamente italiana, de camponeses que viviam do que plantavam, como trigo, tomates e queijos da criação de gado: “Pelo meu pai, do Sul, e por minha mãe, do Norte, provei das mil maravilhas da culinária italiana. Passei a vida comendo e observando o preparo das massas, pães e molhos. Sou uma pessoa afeita à gastronomia desde muito pequeno. A cozinha é necessária na minha vida. Está no meu íntimo”.

Já o catalão (espanhol) Juan José Bru Garcia, ou Juanjo Bru, como é mais conhecido, chegou a Canoa Quebrada em 2009: “O Brasil um país muito grande e com muitas possibilidades de trabalho, mas o Nordeste é uma terra com muitas riquezas. Gostei de Canoa Quebrada porque estava adequada ao meu poder aquisitivo, pelo luar, pela gente, pela rota das falésias, porque Fortaleza, cruzando o Atlântico, é o primeiro aeroporto a partir da Europa, porque tem um clima maravilhoso e uma gastronomia incrível e porque tive um filho no Brasil. Por tudo isso, decidi investir aqui”.

Desde novembro de 2009, ele passou a tocar o Hotel Long Beach, um dos mais conceituados de Canoa.

Situado a 350m da praia de Canoa Quebrada e a 600m da Rua Broadway, oferece quartos e bangalôs de férias com terraço e varanda privativos com vista para os jardins, além de restaurante, bar, academia, massagens e loja de lembranças.

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Hotelaria padrão internacional
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Hotel Long Beach 86
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Retirinho
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Lagoa do Josué, em Quixaba

Esportes Radicais

A “Terra dos Ventos” é um excelente local para a prática de esportes radicais e passeios deslumbrantes que atrai pessoas do mundo inteiro, seja para a prática, assim como para a sua contemplação.

Na “Terra dos bons ventos”, outra forma de viver a atmosfera de uma das mais lindas paisagens do Brasil é do alto, com uma dose extra de emoção proporcionada pelos esportes impulsionados pelo vento, como o voo livre e o kitesurfe.

Em Canoa, os turistas se deliciam com a paisagem em voos duplos e até triplos.

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Parapente em Canoa Quebrada 91
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Um litoral para novos investimentos

Outras praias, além de Canoa Quebrada, oferecem paisagens e passeios diferenciados e exóticos ao

olhar dos visitantes.

Oturista que visita Aracati pode se encantar também com outras belas praias, não tão b adaladas quanto Canoa, a começar por Majorlândia, que recentemente ganhou um platô, uma estrutura pública de madeira que dá ao turista uma opção de aconchego além das barracas de praia para a sua permanência.

Caminhando pela vila, chama atenção o Beco do Kim Antes, um espaço abandonado e perigoso. Hoje, a drenagem, a urbanização e o paisagismo lhe conferem ares mediterrâneos e não há quem resista a uma paradinha para uma foto ou vídeo para as redes sociais.

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Uma curiosidade sobre Majorlândia é que a praia é o berço do artesanato com areia colorida em garrafinhas que se popularizou em outras praias do litoral leste cearense. Atração que, em breve, deve ressurgir repaginada, o Refúgio Dourado conta essa história.

Joana Maia começou a encher garrafinhas de areia colorida das falésias de Majorlândia ainda na década de 1970, para contar o tempo da saudade de um filho marinheiro. Outro filho, Toinho de Carneiro, seguiu seus passos.

Entre 1985 e 1990, dos buracos de retirada de areia, figuras foram se formando e atraindo ainda mais atenção do que as garrafinhas. Foram anos esculpindo falésias com uma mistura de cimento com açúcar (usado para aumentar a durabilidade da arte). Hoje, o Refúgio Dourado exibe boa parte da sua arte em um complexo turístico com pousada e centro de artesanato.

Em Quixaba, que, como Majorlândia, ganhou um platô para a recepção dos turistas, os barcos pesqueiros ajudam a compor o cenário litorâneo. Entre as belezas naturais, estão a Lagoa do Josué, a poucos passos do mar, de um incrível azul, e suas belas falésias brancas, que compõem o cenário de uma das mais conhecidas encenações da Paixão de Cristo no Ceará.

O platô também vem sendo celebrado pelos pequenos comerciantes locais, como Lídia Maria da Silva, nascida e criada em Quixaba, da Barraca Mãe e Filha

Beco do Kim
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Vista aérea do Refúgio Dourado 99
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Refúgio Dourado
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Os pontos fortes da barraca são o peixe e o camarão, com o diferencial criado por sua prima, Aldamir Valente, de servir o famoso camarão ao alho e óleo em uma rede de crochê feita por ela mesma.

Ali do lado do platô, Átila Germano Barbosa também comemora a nova estrutura em seu carrinho

Top Drinks. No fim de semana, enquanto ele cria diferentes bebidas para os visitantes, sua esposa, Bartira Rocha Lessa, os encanta com voz e violão.

Em Quixaba também é realizado anualmente o Festival das Gaivotas, em 2021 rebatizado: Festival da Andorinha Branca

Criado pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), em parceria com o Projeto Aves Migratórias do Nordeste (PAMN), para a conservação de uma ave ameaçada de extinção chamada de trinta-réis-róseo.

Entre outras atividades, o festival realiza uma regatinha com minibotes.

Quem aprecia praias mais tranquilas e naturais pode visitar outros três pontos do litoral de Aracati, que brevemente estarão interligados por um acesso novo, a Via Ecológica, por trás do cordão de dunas.

A primeira delas, Lagoa do Mato, já está interligada. As próximas serão Fontainha e Retirinho. Todas devem, em breve, receber seus próprios platôs para recepcionar os turistas.

Camarão ao alho e óleo servido em rede de crochê Átila Germano Barbosa e as bebidas do Top Drinks
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Platô em Majorlândia
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Majorlândia 105
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Rio Jaguaribe

O Turismo e compras

O turismo é a principal vocação de Aracati, mas o comércio é intenso e atrai visitantes e moradores de outros municípios da região.

Oencontro do rio Jaguaribe com o oceano Atlântico foi o grande responsável pela oc upação do território aracatiense. Primeiro, foi importante porto para o escoamento da produção das charqueadas. Depois, veio o algodão e sempre houve a tradição pesqueira que, mais tarde, encontrou na aquicultura outra forma de exploração dos seus recursos naturais.

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Mercado Municipal Vicente Monteiro

Mais recentemente, veio o aproveitamento dos ventos para a geração de energia eólica. Entretanto, é no setor de serviços ligados ao turismo que Aracati encontra a sua principal vocação econômica.

O comércio aracatiense fervilha em meio à paisagem histórica.

Dentro das belas paredes amarelas do Mercado Público de Aracati (Mercado Municipal Vicente Monteiro), uma explosão de cores, texturas e cheiros se mistura ao ir e vir de habitantes e visitantes que buscam não apenas produtos, mas uma experiência de Aracati.

O principal centro de negócios do município abastece, no atacado e no varejo, durante anos, a população da cidade, distrito e arredores. Para além de alimentos, temperos, remédios caseiros e artesanato, há tecidos, roupas, ferragens, eletrônicos etc.

Erguido no século XIX, o mercado passou por mudanças, principalmente, na parte interna. Ainda guarda, porém, o modelo original na parte externa, com fachadas retas em todos os lados, de uma época em que as edificações começaram a ganhar contornos modernos, mas com estilo eclético.

O Mercado da Carne e do Peixe, uma das referências da gastronomia aracatiense, tanto valoriza a produção local que vem do rio Jaguaribe e do oceano Atlântico, quanto oferece as carnes que ajudaram a construir o comércio e a cidade no período histórico das charqueadas por meio do seu porto.

A tradição da pesca artesanal ainda é uma atividade latente, tanto no rio Jaguaribe quanto nas praias do litoral aracatiense, cada uma com tipos de embarcações específicas, entre botes, jangadas e barcos maiores. É uma riqueza de peixes, crustáceos e mariscos, além da produção de camarão em cativeiro.

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Tradição Artesanal

Aracati é um importante polo artesanal do Ceará, berço das garrafinhas com areia colorida que encantam os visitantes e muitos outros tipos de produtos artesanais, decorativos e utilitários singulares.

Muitas pessoas ainda guardam formas tradicionais de produzir objetos decorativos e utilitários. O artesanato de cada lugar diz muito sobre a sua gente. As bordadeiras, labirinteiras e rendeiras de Aracati traduzem muito bem essa tradição. Paisagens aracatienses em areia colorida engarrafadas encantam os visitantes. Esculturas em madeira e em argila e objetos trançados em fibras naturais, especialmente da carnaúba, abundante na região, saltam aos olhos dos visitantes.

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Centro de Artesanato de Aracati 115
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O Centro de Artesanato de Aracati conta com 200 artesãos ativos. Mas há cerca de 800 cadastrados, pois cada comunidade tem sua associação. A maioria é de Aracati (Canoa Quebrada, Majorlândia, Quixaba, Pedregal, Cabreiro, Cumbe, São Chico, Volta, Baixio, Santa Tereza, Teodósio, Lagoa do Pedro e Jirau). No entanto, também são comercializadas peças de outros municípios da região.

A Carnaúba Dá Arte, no distrito de Jirau, é um negócio de família.

Maria de Fátima de Oliveira Silva, assim como a irmã, aprendeu a trançar a palha de carnaúba com a mãe. Hoje Fatinha é presidente do grupo produtivo que inclui 12 pessoas em Jirau e 40 na região. Produz 250 modelos, entre decoração, utilitários e acessórios. A pequena empresa comercializa aproximadamente 500 peças por mês e fornece para 6 lojas de São Paulo.

A poucos passos da estrutura que reúne a produção, cinco mulheres da família Oliveira Silva (Cornélis) trançam incansavelmente palha de carnaúba das 6h às 18h. Elas produzem uma média de 15 a 20 peças por dia.

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Produção de Artesanato em Girau
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Polo Artesanal
Aerogeradores 120

Ventos para novas energias

A geração de energia a partir da abundância de ventos de Aracati é um dos negócios que mais crescem no município.

Omesmo vento que alivia o calor e embala turistas e esportistas pelas belas paisagens a racatienses gera energia e renda por meio de aerogeradores que aproveitam muito do que esse recurso natural tem a oferecer na região.

As usinas Bons Ventos, Canoa Quebrada, Enacel, Goiabeira, Lagoa do Mato, Pitombeira, Quixaba, Santa Catarina, São Felício, Ubatuba, Ventos de Horizonte e Ventos de Icapuí acrescentam tecnologia e geração de energia renovável a algumas paisagens do município.

A geração de energia a partir dos ventos (eólica) é uma das mais promissoras e crescentes formas de geração de energia para minimizar as emissões de gases geradores de efeito estufa e frear a crise climática planetária. O Nordeste foi a primeira região a instalar um parque de energia eólica no Brasil, em 2006, e desde então a participação dessa matriz energética no país só cresceu. Em 15 anos, aerogeradores que alteraram a paisagem de cidades de 12 estados que dão endereço aos 726 parques instalados no Brasil, já produzem 10,6% de toda a energia gerada. Em Aracati, este potencial representa um dos principais segmentos de negócios em expansão.

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Aerogeradores

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Fazendas de produção de camarão e ostras
Rio
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Jaguaribe

Atrativa por Natureza

Aracati soma belezas

naturais, cultura, arquitetura e investimentos públicos que a tornam cada vez mais atraente para a implantação de novos negócios.

Como vimos até aqui, Aracati se traduz em muitas facetas que atraem diferentes públicos, seja para apreciar suas belezas naturais, patrimoniais e culturais, seja para investir nas muitas possibilidades de negócios que suas características estimulam. Uma cidade com vocação e potencial turístico como Aracati precisa de estrutura para bem receber, e disso ela entende.

O município passou, nos últimos anos, por um intenso processo de reconstrução. Como foi estabelecida entre o rio e o mar, mereceu reforço na drenagem, mas também tem conquistado novos e melhorados acessos, paisagismo e equipamentos públicos renovados.

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Canoa Quebrada 129
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Ponte Jucelino Kubitschek

Logística de qualidade

Com estrada duplicada de Fortaleza a Aracati e o advento do aeroporto com voos regulares, os acessos de chegada e saída do município ficaram ainda mais fáceis.

Amais importante cidade do Litoral Leste do Ceará, a 150 km da capital, Fortaleza, e a 11 0 km de Mossoró, no Rio Grande do Norte, atualmente se liga ao resto do mundo por duas principais formas: a Rodovia Estadual CE-040, duplicada até Fortaleza, com destaque para a Ponte Juscelino Kubitscheck, sobre o rio Jaguaribe, que levou muitos anos para ficar pronta, e o Aeroporto Dragão do Mar, que tem voos da Azul às terças, às quintas e aos sábados entre Aracati e Recife (PE), com escala em Mossoró e chegada às 14h45min e partida às 15h25min.

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Aerogeradores 132
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Educação é Prioridade

As melhorias e a construção de novas escolas, assim como a aquisição de equipamentos elevam a educação municipal a um novo patamar.

Arede escolar de Aracati é bem expressiva, com formação desde a Educação Infantil a té a Profi ssional, passando pela Educação de Jovens e Adultos (EJA). Na rede pública, os alunos recebem anualmente kit escolar com fardamento e material didático, além de alimentação diária. Muitas escolas foram recentemente reformadas e reconstruídas e receberam espaços como auditórios, quadras poliesportivas e equipamentos como lousas multidimensionais, lousas digitais e tablets para uso individual dos estudantes.

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Localizada no bairro Várzea da Matriz, o Colégio Municipal (Escola de Ensino Fundamental - EEF Onélio Porto), por exemplo, passou por uma reconstrução total. Com 30 anos e 387 alunos do 6º ao 9º ano em tempo integral, ganhou quadra de esportes, piscina semiolímpica com arquibancada, banheiros e vestiário, além de lousa multidimensional e lousa digital. No entorno da escola foi feito trabalho de drenagem e a construção da Areninha Jussiê Cunha, da Creche de Tempo Integral Saskia Nathália Brígido e da Unidade Básica de Saúde (UBS) Várzea da Matriz

A Escola de Ensino Fundamental (EEF) Zé Melancia, em Canoa Quebrada, foi totalmente reconstruída. Agora os seus 595 alunos, do 2º ao 9º ano, contam com salas equipadas, tablets e um auditório com capacidade para 160 pessoas, que pode até servir ao turismo de eventos. Lucas Emanuel Pereira de Macedo, 13 anos, cursa o 7º ano do Ensino Fundamental II e está feliz da vida com as novidades.

No setor privado, há uma variedade de opções, com destaque para escolas tradicionais, como o Colégio Marista de Aracati, o Instituto São José, o Instituto Waldemar Falcão e as Salesianas

Aracati conta ainda com duas instituições de ensino superior e profissionalizante com grande potencial para formação de mão de obra voltada ao seu próprio desenvolvimento econômico: a Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Aracati.

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Escola de Ensino Fundamental Zé Melancia
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) – Campus Aracati
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Creche de Tempo Integral Sáskia Natália Brígido Vista aérea da praça Maria Alice da Silva
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Ginásio Senador Carlos Jereissati

Estímulo aos Esportes

A construção e reforma de equipamentos esportivos no município estimulam a adoção de um estilo de vida mais saudável para os seus habitantes.

Localizado no bairro Nossa Senhora de Lourdes (Maloca), o Centro Vida é um complexo social fortemente voltado à prática de esportes. Conta com areninha, academia ao ar livre, parque infantil, duas quadras de tênis (as únicas públicas no estado do Ceará), pista de skate, quadra de basquete três por três, ginásio e minianfi teatro, além de cantina e salas de música, artes e informática.

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Logo na entrada da cidade, foi construída a Areninha da Vila São Cristóvão, com areninha baby, parque infantil e academia ao ar livre. Ao se avançar pela Avenida Coronel Alexandrino (Rua do Comércio), destaca-se o paisagismo com carnaúbas, estacionamento a 45 graus e parklets.

A Arena VT (Estádio Cel. Virgílio Távora), com capacidade para 1.500 pessoas, que ficou fechada por sete anos, teve o seu sistema de drenagem reformado, assim como arquibancada, vestiário, banheiros, lanchonete, 3 cabines de imprensa e paisagismo, com os jogos gratuitos.

O Ginásio Senador Carlos Jereissati, inativo de 2014 a 2016, quando serviu como depósito de móveis velhos do município, foi reconstruído e tem capacidade para 8.000 pessoas, piso olímpico e cobertura com isolamento termoacústico.

Estádio Cel. Virgílio Távora Ginásio Senador Carlos Jereissati
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Hospital Municipal Eduardo Dias

Saúde para Todos

As reformas realizadas nas unidades de saúde de Aracati fazem do município referência regional na área, promovendo a saúde de sua população, assim como daqueles que a visitam.

Hospital geral polo na região, de cirurgia geral e traumatológica, o Hospital Municipal Eduardo Dias (HMED), que esteve prestes a ser interditado pela Vigilância Sanitária, vem passando por reformas e ampliações para atender à população, com 65 leitos de Clínica Médica, 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 3 de observação na Emergência.

No complexo há ainda Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), Centro de Imagem, Hospital de Campanha, Centro Especializado Odontológico (CEO) e Policlínica. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), são 3 consultórios, 2 salas de observações adultas, 1 de observação pediátrica, 2 salas de curta duração, 1 sala de medicação, 1 sala de nebulização, 1 sala de pequenos procedimentos, 1 sala de estabilização, 1 sala de assepsia e 1 sala de coleta de exames.

No setor privado, destacam-se: Unimed Aracati, Aracati Medical Center (clínica médica multiespecializada) e o Hospital Santa Luísa de Marilac (com especialidade infantil)

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Segurança cidadã

Os

investimentos em infraestrutura, lazer, educação e segurança fazem a diferença em muitos bairros e localidades de Aracati, promovendo a socialização e bem-estar das famílias aracatienses.

No bairro Vila Rafael, os relatos de insegurança costumavam ser constantes. Depois da reforma da Praça das Carnaúbas, com quiosques, pista de skate, campo de vôlei de areia, areninha, parque infantil e academia ao ar livre, a sensação da população é outra.

Atualmente, a Guarda Municipal conta com 50 guardas, 2 viaturas S-10 e 6 motos para fazer a defesa do patrimônio municipal e a segurança pública em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Civil, o disciplinamento de trânsito por meio do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) e a Defesa Civil e Resgate.

Os frequentes investimentos na área aumentaram a sensação de segurança e reduziram os índices de criminalidade.

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Praça das Carnaúbas
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Praça das Carnaúbas
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O Carnaval e as delicias de Aracati

Os investimentos em cultura e turismo são de fundamental importância, não apenas na manutenção da identidade de um povo, mas para atrair pessoas de outros estados e países na busca por essas manifestações e culturas, tais quais o Carnaval e as delícias gastronômicas locais.

Atradicional Festa de Momo em Aracati é realizada há décadas e reúne aproximadamente 500 mil pessoas em única noite. De extrema relevância para o turismo e a economia da região, é realizada principalmente em três palcos: praia de Majorlândia, rua Coronel Pompeu e rua Grande (Coronel Alexanzito), onde realiza-se o chamado

Carnaval Cultural

Pelas janelas, sacadas e varandas dos casarões coloniais, como em camarotes ricamente adornados por azulejos portugueses e jardineiras floridas, moradores e turistas interagem numa festa que contagia a todos com a alegria de cores e sons variados.

Fizeram parte da história do Carnaval de Aracati: Chico de Janes, Dora, Geraldo Cirino, Barra de Aço, mestre Hermes e Antônio Nogueira Ponciano.

Luciene da Silva Barros Lima aprendeu a fazer doce e bolo com a mãe. O tio já trabalhava com tapioca. Sem emprego, decidiu empreender. A Caminha’s Gourmet comercializa doces, bolos e tapiocas: “A gente ganhou uma licitação no IFCE para fornecimento de merenda e levava, de moto numa estrada horrível, 60 cuscuzes e 1 galão de 22 litros de café com leite. “Você não tem noção do que sofria para fazer a entrega”. Atualmente, ela faz cerca de 30 bolos no fim de semana, e, na época da safra, chega a fazer 45 quilos de doce de caju por semana.

Sensação parecida vive a família de Maria Ceuzina da Silva Costa, de 70 anos, feliz líder da Tapioca da Vovó, do distrito de Santa Tereza. Ela conta que aprendeu essa arte de fazer tapioca com a mãe e há dez anos decidiu comercializar: “A estrada melhorou o negócio em 100%. Entregamos 150 encomendas por semana”.

FOTO: JULIO CAESAR/O POVO.DOC
Carnaval em Aracati
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Luciene do Caminha’s Gourmet 158
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Tapioca da Vovó 160
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ANEXO

Aracati em Números

A população residente em Aracati, estimada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece2021), é de 75.392, e, segundo o Ministério do Trabalho, a cidade ficou em 8º lugar no estado em geração de empregos formais.

A cidade é um polo econômico de serviços, que conta com mais de 3.000 pontos comerciais.

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDic), em 2018, 2 das principais empresas exportadoras do Ceará estavam no município: a Empresa de Bebidas e Alimentos S/A e a CelmAquicultura S/A.

Economia

15.211 PIB per capita (R$ 1,00)

68,86% de Serviços

Exportações (2020)

US$ 28.6 milhões

Empresas (2020)

Comércio: 2.184

Indústria: 430

Serviços: 746

Alojamento e alimentação: 607

Empregos (2019)

10.684 formais

2.725 na administração pública

2.507 no comércio

2.373 em serviços

1.400 na indústria de transformação

1.351 na agropecuária

Energia dos Ventos

Eólicas em Aracati

Número de empreendimentos: 13

Potência outorgada (kW): 321.430,00

Potência fiscalizada (kW): 276.430,00

Educação e formação

62 estabelecimentos de ensino (2019):

1 federal

3 estaduais

48 municipais

10 particulares

Alunos matriculados na Rede Pública (2019): 18.235 matriculados

3.738 na Educação Infantil

9.994 no Ensino Fundamental I e II

3.187 no Ensino Médio

852 na Educação de Jovens e Adultos

464 na Educação Profissional

Fonte: IpeceData – Sistema de Informações Geossocioeconômicas do Ceará

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Saúde

Unidades de Saúde (2019)

33 públicas (4.082 leitos)

4 privadas (452 leitos)

Infraestrutura

53 km de asfalto no interior

32 km de asfalto na sede

1.600 m de drenagem

Esporte

21 areninhas

24 quadras esportivas

26 academias

Lazer

15 praças

19 parquinhos

Educação

2 creches

6 escolas

8 escolas reformadas

REFERÊNCIAS

Cunha, Jussie. 11 coisas que só quem é de Aracati vai entender. https://www.somosvos.com.br/quem-e-de-aracati-vai-entender/

DA SILVA, Alvaro Jansen Viana. Coleção Aracatienses Ilustres. Editora Livro Ideal, 2015.

IPECEDATA: Sistema de Informações Geossocioeconômicas do Ceará - http://ipecedata. ipece.ce.gov.br/ipece-data-web/module/perfil-municipal.xhtml - acesso em 18 de novembro de 2021.

Lista de Usinas por Estado / Município (Aneel). https://app.powerbi.com/ Melancia, Zé. Biografia de Canoa Quebrada. https://www.canoabrasil.com/biografia.html

RIBEIRO, Regina. Um Passeio por Aracati. Edições Demócrito Rocha, s/d.

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