D. MANUEL MONTEIRO DE CASTRO NOMEADO CARDEAL

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Religião

Diário do Minho SEXTA-FEIRA, 6 de janeiro de 2012

Arcebispo português vai liderar tribunal da Cúria Romana

D. Manuel Monteiro de Castro nomeado penitenciário-mor ARQUIVO DM

O Papa Bento XVI nomeou ontem o arcebispo português D. Manuel Monteiro de Castro, de 73 anos, como penitenciário-mor, passando assim a chefiar a um dos três tribunais da Cúria Romana. O prelado substitui no cargo o cardeal Fortunato Baldelli, de 76 anos, que apresentou a sua renúncia por ter atingido o limite de idade determinado pelo Direito Canónico, refere um comunicado publicado na sala de imprensa da Santa Sé. A Penitenciaria Apostólica tem como competência as matérias que concernem «ao foro interno [nomeadamente as ligadas à confissão] e às indulgências». D. Manuel Monteiro de Castro está na Cúria Romana des-

D. Manuel Monteiro de Castro está na Cúria Romana desde 2009

de julho de 2009, quando assumiu o cargo de secretário da Congregação para os Bispos, que agora deixa de ocupar, tendo sido posteriormen-

te nomeado por Bento XVI como consultor da Congregação para a Doutrina da Fé e secretário do Colégio Cardinalício.

Natural de Santa Eufémia de Prazins, Guimarães, o arcebispo português foi ordenado padre em 1961 e bispo em 1985.

D. Manuel Monteiro de Castro tem uma longa experiência diplomática ao serviço da Santa Sé, que o fez passar pelo Panamá, Guatemala, Vietname, Austrália, México, Bélgica, Trindade e Tobago, África do Sul e Espanha, onde permaneceu entre 2000 e 2009; foi também observador permanente do Vaticano na Organização Mundial do Turismo. O perfil da Penitenciaria Apostólica precisa que os prelados do tribunal se reúnem periodicamente «sob a presidência do cardeal penitenciário-mor». No caso do antecessor, D. Fortunato Baldelli, a criação como cardeal chegou no primeiro consistório convocado por Bento XVI após a nomeação para este cargo.

Portugal conta, neste momento, com dois cardeais, mas D. José Saraiva Martins completa 80 anos de idade, hoje, deixando assim de fazer parte dos “eleitores” num eventual conclave, restando o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, de 75 anos. Recorde-se que D. Manuel Monteiro de Castro foi recentemente homenageado na sua terra natal a propósito dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal. Na cerimónia estiveram o núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, o prefeito da Congregação para os bispos, o cardeal canadiano Marc Oullet, e o prefeito da Congregação para o Culto Divino, o cardeal espanhol António Cañizares Redação/Ecclesia

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«Estou realmente muito agradecido» D. Manuel Monteiro de Castro mostrou-se muito agradecido com a nomeação do Papa Bento XVI, confessando mesmo ter ficado surpreendido com esta distinção para chefiar um dos tribunais da Cúria Romana. «Eu recebi com gratidão. Estou extremamente agradecido ao Santo Padre. Ainda não falei com ele, mas estou extremamente agradecido porque, realmente eu não esperava», disse o prelado em declarações à Rádio Renascença. Para D. Manuel Monteiro de Castro, se é verdade que esta é uma nomeação que o distingue, não é menos verdade que ela o chama para se dedicar ainda mais ao Senhor e à missão que Ele confiou a todos nós. No que diz respeito às funções que vai desempenhar, D. Manuel Monteiro de Castro explicou as principais responsabilidades da Penitenciária Apóstólica. «Cuida sobretudo do foro interno e tem também uma secção para as indulgências. Significa cuidar de tudo o que diz respeito ao foro interno em todo o mundo católico, ou seja, a preparação dos sacerdotes para as confissões e tudo o que se refere ao fora da consciência», explicou. Entretanto, o prelado confirmou nestas declarações que prestou que, com esta nomeação, torna-se provável que ele seja feito cardeal. O arcebispo confirma que esse é o cenário mais provável,

ressalvando, no entanto, que poderá não ser já no próximo consistório, que deverá ser anunciado hoje, dia 6 de janeiro, pelo Papa Bento XVI. «Pode ser agora ou pode ser noutra altura. Vamos sabê-lo amanhã [hoje]», disse D. Manuel Monteiro de Castro aos microfones da Rádio Renascença. O prelado lembrou que, atualmente, a Santa Sé apenas tem 120 cardeais. «Agora vou ver se o meu nome figura, ou não. Amanhã, o Santo Padre vai, durante a cerimónia da Epifania, dirigir ao mundo umas palavras e vai mencionar os nomes dos que serão cardeais. Anunciará um consistório e quem dele fará parte. Aí, é que se saberá se o meu nome está ou não», concluiu D. Manuel Monteiro de Castro. Recorde-se que os cardeais são nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício. O título, segundo o Código de Direito Canónico, distingue homens notáveis pela sua doutrina, piedade e prudência na condução dos assuntos. O número de cardeais eleitores tem variado ao longo da história. Em 1973, o Papa Paulo VI limitou o número de cardeais eleitores a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II. A 13 de Julho de 2006 e após o primeiro consistório do Papa Bento XVI, o Colégio dos Cardeais contava com 191 membros, dos quais 120 eram eleitores.


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