30 x Bienal: Guia Virtual

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José Sampaio | Creative Commons

sugeriam que a bicharada toda escapou por uma fresta do edifício. Como no caso dessa intervenção no Pavilhão, a artista trabalhou inúmeras vezes trabalhando com a fachada de prédios públicos, intervindo no cenário urbano. Recentemente, por exemplo, fez uma intervenção na fachada do MASP, que ganhou visibilidade.

escada é visitada até hoje. Como era de se esperar, Silveira apropriou-se do caráter “inexplicável” da escada milagrosa, e fez uma releitura adequada a uma de suas temáticas: da perspectiva. “Eu usava geometria da perspectiva de uma escada para fazer a distorção e não estava dando certo, então se criou um modelo

Anamorfas (1980).

Divulgação

Outro elemento recorrente da obra de Silveira é o uso de sombras, que usam a perspectiva na medida que geralmente são distorções (expostas da forma como a sombra seria projetada, de acordo com o posicionamento da luz). As sombras em geral representam a ausência - como na já citada obra

In Absentia M. D (acima).

Na 30 x Bienal, Regina Silveira está representada pela obra Escada Inexplicável, de 1999. A obra apresenta um ponto de virada na carreira da artista, que marcou sua passagem do analógico para o digital.

Regina Silveira participou, ao todo, de quatro edições da Bienal de São Paulo: a 4ª, 16ª, 17ª e 24ª. Uma de suas participações mais marcantes foi justamente nesta última, na qual criou um grande desenho aplicado em vinil para a fachada do Pavilhão da Bienal. A obra, chamada de Tropel, remetia à antropofagia: a “bagunça” de marcas de patas

A obra foi inspirada em um milagre que ocorreu em 1878, nos EUA. Na cidade de Santa Fé, um carpinteiro conseguiu construir uma escada de madeira em caracol, com duas voltas completas, sem usar um único prego - ou seja, um feito completamente inexplicável. O milagre foi atribuído a São José, que também era carpinteiro, e a

Além da versão exposta na 30 x Bienal, a obra tem uma versão digital animada, que pode ser projetada nas paredes.

FalaCultura | www.falacultura.com

C. Alberto | Creative Commons

Arquivo Regina Silveira

A Escada Inexplicável

3D cuja sombra resultou nessa obra. E houve um momento em que não entendi mais nada!”, explica a artista. “Havia trinta e tantos pontos de fuga… achei que podia chamar isso de inexplicável!”

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