CAR Magazine Brasil

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DEZEMBRO 2007 Nº ZERO

MAGAZINE

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DEZEMBRO 2007 Nº ZERO

CAR MAGAZINE O MELHOR DESIGN EDITORIAL DE 2007

COMPARATIVO

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F430 SCUDERIA ENFRENTA SEU MAIOR RIVAL, O PORSCHE GT2

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BMW M3 O retorno do rei NISSAN 350Z A história do verdadeiro esportivo ISSN 1982-4246

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ABRIL 2008 R$ 11,80 EDIÇÃO Nº2

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NOVO COROLLA 2009 Testamos o lançamento da Toyota

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PORSCHE GT2 TURBO X FORD MUSTANG SHELBY GT 500 COBRA Aceleramos estes dois mitos, raros no Brasil, equipados com motores de mais de 500 cavalos

MERCEDES C63 AMG O SEDÃ MAIS QUENTE DA MARCA ALEMÃ

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EXCLUSIVO Felipe Massa fala: “Nelsinho terá a oportunidade de aprender com Alonso” ISSN 1982-4246

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Os vencedores da mais importante premiação da indústria

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SEGREDO Detalhes da picape VW Robust

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FERRARI CALIFORNIA Já andamos no supercarro com motor V8 de 460 cavalos

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COMUNICAÇÃO

ISSN 1982-4246

SIVO EXCLU

Modelo será nacional em 2010

Cupê de 269 cv já está à venda

O grande rival do Hyundai Vera Cruz

• CARROS DE JAMES BOND • ESQUISITICES DO SEMA SHOW • CONVERSÍVEIS À BEIRA MAR capa_10_final_aprovada.indd 1

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LANÇAMENTO LAND ROVER DEFENDER

O guerreiro está de volta Após alguns anos de ausência no mercado nacional, o Defender volta com boas novidades para os adeptos do off-road. Por Jairo Morelli

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Fotografia Guilber Hidaka CARMAGAZINE.COM.BR

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LANÇAMENTO LAND ROVER DEFENDER

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OMINGO, 15 DE JUNHO. MANHÃ AGRADÁVEL DE UM FINAL de outono com cara de inverno. Acordo assustado com o despertador se esgoelando ao lado da cama. Putz, já são oito horas. Estou mais do que atrasado. Ainda preciso tomar banho, arrumar mala e encontrar alguma roupa decente para a aventura que me aguarda. Preciso chegar às 9h em Congonhas (aeroporto em São Paulo). Tenho no máximo 45 minutos para fazer tudo isso. Será que vai dar tempo? Corro pra lá, pra cá. Coisas vão caindo pela casa, o cachorro esconde minhas meias. De repente o celular toca. É o fotógrafo me perguntando... “E aí, tá chegando?” Sem pensar duas vezes, desligo o telefone, pego meus últimos pertences e corro em direção ao elevador. Por sorte, na esquina de casa existe um antigo ponto de táxi com alguns carros à disposição. “João, pisa. Meu vôo para o Jalapão sai às 9h50.” Sem demonstrar o mínimo de preocupação (o João me conhece há anos e já está acostumado com meus atrasos), ele me pergunta. “Pra onde?” Sem muita paciência, respondo: “É uma espécie de deserto no Tocantins. Vou participar de uma expedição off-road com o novo Defender da Land Rover.” Em pouco mais de dez minutos (já são 9h10), graças ao trânsito tranqüilo e ao ágil e simpático João, chego ao aeroporto a tempo. Agora é ter paciência para enfrentar algumas boas horas até aterissar em Tocantins. Logo ao chegar ao ponto de partida da expedição, recebo o material sobre o carro. As novidades são as seguintes: desembarca por aqui em três diferentes versões (90, 110 e 130) –, teve o capô e o interior redesenhados, ganhou um novo motor turbo diesel 2,4 litros, com Common Rail, capaz de gerar 122 cv de potência a 3.500 rpm, e novo câmbio de seis marchas, com 30% a mais de reduzida na primeira marcha. Para maior conforto e economia de combustível, segundo a Land Rover, a sexta marcha também ficou 34% mais longa.

Nossa Rota 5

Confira aqui os principais trechos de nossa expedição.

Novo Acordo

Rio do

1

1. PARTIDA Saída do Hotel Pousada das Artes, em Palmas, rumo ao acampamento Korubo.

Sono

TO Morro Vermelho 4

Palmas ovo

Porto Nacional

Jalapão

3 Mateiros Acampamento Korubo

lsas

Rio das Ba

Rio Tocantins

Taquarussu do Porto

3. ACAMPAMENTO Chegada ao rústico acampamento Korubo, local onde passaríamos a noite.

Rio N

Taquaralto

Santa Teresa dos Tocantins

São Félix do Jalapão

2 Ponte Alta Tocantins pista asfaltada terra

2. PONTE ALTA Parada em Ponte Alta para almoço. Lá é possível visitar a Associação Nacional do Capim Dourado.

Bahia

4. MORRO VERMELHO Pequena pausa para um breve lanche da tarde em um simples e isolado bar. 5. NOVO ACORDO Final dos mais de 600 quilômetros de trecho off-road. Hora de voltar para o asfalto. 1. CHEGADA Após dois dias de expedição, finalmente, chegamos novamente ao Hotel Pousada das Artes.

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COM NOVO MOTOR, O JIPÃO GANHOU 20% A MAIS DE TORQUE E FICOU MAIS ECONÔMICO

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LANÇAMENTO LAND ROVER DEFENDER

A

LÉM DISSO, O NOVO MOTOR, que ganhou 20% a mais de torque e substitui os antigos Td5 e Tdi, já atende às normas Euro 3 e Euro 4 de emissões de poluentes e aceita diesel de baixa qualidade, fator essencial quando se roda em regiões inóspitas, onde o combustível é de péssima qualidade. A boa notícia também é que o ar-condicionado agora tem fluxo de ar 50% maior e a última fileira de bancos voltou para a posição convencional (antes os dois últimos assentos eram instalados lateralmente). De acordo com o fabricante, o veículo também teve o sistema de isolamento acústico melhorado. Bom, basicamente essas foram as mudanças aplicadas na versão 2009 do 4x4 que O Defender – após alguns anos de ausência no mercado nacional –, ganhou novo chega custando R$ 139.000 na opção de entrada, a 90, sistema de arcondicionado, R$ 140.000 na versão 130 e R$ 144.000 no modelo 110, o que deixou o único disponível para a avaliação nos dois dias seguintes. fluxo de ar 50% mais eficiente Que o carro mudou bastante ficou bem claro. Mas será que ficou melhor? A resposta viria no dia seguinte. SEGUNDA-FEIRA, 16, SETE E MEIA DA MANHÃ. Serão cerca de 800 km em dois dias, com pequenas e rápidas paradas em alguns pontos turísticos locais. O descanso noturno seria em um rústico acampamento chamado Korubo, que fica localizado quas na metade do trajeto. Mas, antes de começar a falar do desempenho do guerreiro 4x4 da Land Rover, é preciso contar um pouco sobre a região. Para ter uma idéia, com uma área de 34 mil quilômetros quadrados, o Jalapão é um dos lugares do Brasil com a menor densidade demográfica: menos de 1 habitante por quilômetro quadrado, só perdendo para a Floresta Amazônica. Localizado a 264 quilômetros da capital Palmas, o Jalapão fica no leste do Estado do Tocantins e abrange os municípios de Ponte Alta, Mateiros, São Félix, Novo Acordo, Santa Tereza e Lagoa. A fauna e a flora da região também impressionam. No cerrado baixo, nas campinas e nas pequenas matas de galeria é possível ver tucanos, papagaios, araras-azuis, entre outros animais. Além disso, é impossível não ficar fascinado com a belíssima paisagem composta por rios, cachoeiras, lagoas, dunas, serras e chapadões que tivemos a felicidade de encontrar por todo o percurso. Voltemos ao ponto de partida da expedição. Ao todo, a Land Rover disponibilizou apenas 4 unidades do Defender 110 para a expedição. Logo no primeiro trecho, de 60 km e praticamente todo asfaltado, nada de muito diferente, afinal o modelo ainda não estava em seu hábitat. O pecado fica por conta da falta de mecanismo para movimentação dos assentos dianteiros. Motoristas com mais de 1,80 metro sentem, logo no início, as dificuldades ao volante. Entretanto, segundo o fabricante, o sistema de manuseio dos bancos pode ser adquirido como opcional. Passado o trecho de estrada, chegou a hora de ver o desempenho na terra. Como já era esperado, o carro agüenta mesmo o tranco. Tudo bem que não chegamos ao limite em momento algum, porém, mesmo em alguns trechos com níveis de

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NOVO CÂMBIO DE SEIS MARCHAS DEIXOU A PRIMEIRA 30% MAIS REDUZIDA E A SEXTA 34% MAIS LONGA

Seja qual o for o buraco, o Defender não nega fogo, afinal, são 49 graus de ângulo de ataque e 35 graus de saída

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LANÇAMENTO LAND ROVER DEFENDER

inclinação mais difíceis, o carro se comportou de maneira dócil e tranqüila. Com o Defender tudo parece fácil. Também não é para menos, o carro permite até 49 graus de ângulo de ataque e 35 graus de saída. Após os primeiros 190 km de trilha, chegou a hora do almoço em Ponte Alta. Uma cidade bem pequena e simples, onde o grande atrativo é o capim dourado, artigo utilizado para a confecção de bolsas, brincos, pulseiras, dentre outros badulaques. A preocupação dos organizadores era de chegar ao local antes do anoitecer, já que no local lá não tem luz elétrica. Dentro do prazo (por volta de 16 h), fomos conhecer as famosas Dunas do Jalapão, uma mistura de grandes morros de areia, lagos e vegetação cerrada, algo indescritível. No cume das Dunas o visual é raro. Nunca vi algo tão bonito. Recomendo a visita. De lá partimos rumo ao acampamento Korubo, localizado a poucos quilômetros dali. Vale lembrar que, apesar do forte calor durante o dia, de noite a temperatura cai bruscamente. Então, caso pense em ir para lá, não esqueça de levar um bom agasalho. Na noite de segunda para terça, a temperatura chegou perto dos oito graus, algo inimaginável para um local daquele. TERÇA-FEIRA, 17, CINCO E MEIA DA MANHÃ. APÓS O DESpertar e o rápido café da manhã era hora de voltar à direção, já que algo em torno de 450 quilômetros nos aguardava. Logo cedo, no início do trajeto complementar para Palmas, paramos para conhecer a cachoeira da Formiga. Outro lugar belíssimo onde é possível se refrescar e aproveitar a hidromassagem natural proporcionada pela forte queda de água. Perto dali também faríamos uma parada para o almoço em um restaurante ex-

tremamente rústico, mas de comida muito saborosa. Após a refeição, triste constatação. Recebemos a notícia de nossa primeira baixa. Um dos carros teve o cárter rasgado e teria de ser deixado por lá para ser rebocado. Muita terra depois (é impressionante a quantidade de poeira vermelha que entra pelos dutos de ventilação do carro mesmo com os vidros completamente fechados), chegamos à penúltima parada antes do retorno a Palmas. Era uma espécie de bar no meio do nada, mas que me surpreendeu ao nos servir maravilhosos bolos, pães de queijo e sucos naturais de pêra e goiaba. A pouco mais de 150 quilômetros, mais um Defender teve problema no cárter. Aquilo me deixou com a pulga atrás da orelha. Algo estava errado. E, segundo explicação do fabricante, o problema ocorreu por conta de um descuido na montagem do motor do Defender, que é o mesmo que equipa o Ford Transit na Europa. Algumas unidades acabaram sendo montadas com o cárter do carro da Ford, que traz formato diferente, resultando em atrito inesperado entre a peça e o eixo cardan. No entanto, de acordo com a montadora, o problema envolve apenas 10% do volume trazido no primeiro lote para o Brasil e apenas poucas unidades terão de ser levadas às concessionárias para substituição da peça. Cerca de uma mais tarde (perto das 21h), missão cumprida. Os resquícios da batalha eram visíveis, mas absolutamente satisfatórios. E após a dura jornada, uma simples constatação. O Defender é um caso de paixão irremediável. Quem tem é apaixonado pela marca e pelo carro. Não importam as linhas quadradas como as de um caixote nem o espaço interno apertado. Isso tudo desaparece assim que ele é colocado num trecho alagado, esburacado ou com lama, onde nem é possível parar em pé.

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O DEFENDER NÃO É UM VEÍCULO PARA USO URBANO. SEU DNA É DE UM VERDADEIRO GUERREIRO 4X4

FIQUE SABENDO LAND ROVER DEFENDER

Preço: a partir de R$ 144.000 Motor: Motor: 2.401 cc, 4 cilindros, 122 cv @ 3.500 rpm, 36,7 kgfm @ 2.500 rpm Transmissão: manual com seis marchas, com caixa de redução Ângulo de ataque: 49 Ângulo de saída: 35 Tanque: 75 litros Consumo: 9 km/l (média) Vendas no Brasil: imediata

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EVENTO SEMA SHOW 2008

De outro mundo

Maior feira de carros modificados, peças e acessórios do mundo, em Las Vegas (EUA), reúne uma imensidão de carros exóticos e 125 mil pessoas. Por Carlos Guimarães

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I

MAGINE UMA EXPOSIÇÃO DE CARROS modificados, peças, acessórios e serviços em uma área de um milhão de metros quadrados, que reúne 125 mil pessoas de mais de 100 países. Tudo isso no meio do deserto de Nevada, em Las Vegas (EUA). Incrível, não? Pois é, isso é o SEMA Show (Special Equipment Market Association), que começou em 1967 com apenas 98 estandes e três mil pessoas. A grandiosidade do evento é espantosa, mesmo considerando que algumas empresas do setor não estiveram presentes por causa da crise econômica global. Por outro lado, essa edição 2008 contou com a presença recorde de fabricantes oficiais e ainda reservou um espaço para os carros ecologicamente corretos, assunto que se tornou obrigatório até num salão onde o público em geral não participa e existem modelos equipados com motores de mais de mil cavalos, poluidores e bem barulhentos. Nos corredores acarpetados, ficou claro que a ordem do dia é vender o máximo e espantar a crise. Apesar de bastante afetada por problemas econômicos, a Ford teve um dos maiores estandes. Deu mais destaque para o novo crossover Flex que não vai ser vendido no mercado brasileiro, mas tinha um equipamento interessante: um software para iPhone, que manipula fotos com uma série de efeitos especiais. Também é possível aplicar alguns filtros e melhorar a qualidade das imagens com a simplicidade de um toque de botão, explica Usha Raghavachari, gerente de comunicação da Ford. A picape F-150 também foi mostrada com vários trajes diferentes, a maioria deles com espírito desbravador, como a Fahrenheit 150º, que pode ser configurada com 35 tipos de combinações diferentes. As escolhas incluem desde o tipo de pneus, passam pela quantidade de baús na caçamba e vão até a potência do sistema de som. Meio encostado num canto estava o Edge, que acabou de chegar às lojas no Brasil. Seu visual comportado tinha apenas rodas de aro 20” e um som mais caprichado como principais diferenças da versão original. No estande da GM estava o Camaro, carro oficial do evento, mostrado de todas as formas possíveis e imagináveis. A variedade incluiu modelos de várias épocas. Raridades, como uma versão Z28, de 1969, com pintura laranja com faixas brancas, estavam expostas. Mas a grande Corredores vedete ficou por conta do novo LS7, equipado com o motor V8 lotados ao redor mais potente que o modelo já recebeu da fábrica até hoje. Trado estande da GM, que mostrou ta-se de um 7.0 de 586 cavalos, potência que foi extraída com Camaro, Malibu e Captiva

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EVENTO SEMA SHOW 2008

Buick anos1950, Porsche 911, Chevy SSR. A variedade é impressionante nesse evento em Las Vegas

O COMEDIANTE JAY LENO MOSTROU SEU PROTÓTIPO A BIODIESEL COM MOTOR DE 650 CAVALOS

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Hot rods com pinturas brilhantes se misturam com outros com a lataria enferrujada

EXAGERO É UMA PALAVRA QUE NÃO EXISTE NO VO

Lamborghini Gallardo Spyder, Dodge Challenger e uma inédita ala de “carros verdes”

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LANÇAMENTO AUDI A4

Nos estandes, a ordem do dia é vender o máximo para tentar espantar a crise econômica

CABULÁRIO DOS PREPARADORES DESSES CARROS ajuda de itens exclusivos para melhorar o desempenho, como pistões e bielas forjadas, maior taxa de compressão e volante do motor e embreagem ainda mais leves e resistentes que os da versão SS, a top de linha. Além da pintura vermelha, o LS7 vem com rodas de aro 20” montadas em pneus largos 305/35R. Os freios também acompanham o apetite por asfalto, feitos de alumínio e com pinças de seis pistões na frente e quatro atrás. O sedã Malibu, que vai começar a ser vendido no Brasil no início de 2009, foi mostrado com pintura de dois tons, rodas de aro 22” e sistema de entretenimento do qual faz parte telas de cristal líquido embutidas nos encostos dos bancos dianteiros, DVD e videogame. O recém-chegado Honda Fit também foi mostrado em Las Vegas (EUA) com um kit de acessórios originais. A maior parte dos itens disponíveis está ligada ao visual do carro. São rodas cromadas de aro 16”, espoilers, escapamentos com novo abafador, alavancas de câmbio iguais às usadas nos modelos de competição, pedais de alumínio e carcaças dos espelhos retrovisores com desenho diferenciado além do símbolo Mugen, que é a divisão de acessórios oficiais da marca japonesa. Entre as marcas asiáticas, a Kia deu destaque para o Soul Burner, versão customizada do modelo que deverá ser vendido no Brasil, via Uruguai, a partir do fim de 2009. O visual diferente dá mais ênfase à esportividade, com apliques vermelhos nas rodas, pára-choques e grade dianteira, além de rodas de aro 19”, bancos individuais e cromados no painel e na manopla da avalanca de câmbio. Interessante também foi um Mazda 6 com pintura que muda de cor segundo a luminosidade, desenvolvida pela Troy Lee Design. O carro também vem com rodas Momo de aro 18”, freios com pinças de seis pistões Will Wood e molas Eibach. O motor é V6 3.7 de 275 cavalos. Uma das estratégias da Lexus para chamar a atenção dos visitantes da feira foi oferecer uma espécie de test-drive no sedã esportivo IS-F. Com

as rodas traseiras num dinamômetro, o carro podia ser acelerado, mas continuava parado. A emoção era de apenas ouvir o ronco do motor e umas cantadas de pneu provocadas pelo atrito com os rolos do aparelho. O carro usado para essa experiência estava com motor V8 5.0 de 416 cavalos, potência que o leva de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos. Ainda no conjunto mecânico, merece destaque o câmbio automático de oito marchas. O sistema de som é para nenhum maestro achar defeito. São 14 alto-falantes, 300 watts e controles comandados por ordens verbais. E a Hyundai atacou com o cupê Genesis em traje de guerra. Pintura camuflada, lentes dos faróis vermelhas, bancos Recaro, rodas de aro 19”, freios Brembo e som Kenwood de alta-fidelidade. Como os modelos orientais estão sempre em alta nos Estados Unidos, ainda estiveram no SEMA o Suzuki SX4 com motor turbo de 221 cv e o Subaru WRX de 275 cv, kit para conectar iPod, sensores nos pára-choques para ajudar na hora de estacionar, entre outros itens. Pela primeira vez em 41 anos, o SEMA Show teve uma área de carros ecologicamente corretos. Estava longe de ser um primor, mas encontramos algumas curiosidades. A principal delas foi um velho Camaro de competição, feito em 1968, movido por E98, uma mistura de 98% de álcool com 2% de gasolina. Sua pintura é feita à base de água e as conexões elétricas usam tecnologia aeronáutica para serem mais resistentes, com menor custo. Vai tentar entrar no “Livro dos Recordes” em Bonneville, como o clássico mais rápido do mundo ao passar dos 362 km/h. Além disso, havia um estribo escamoteável, recolhido automaticamente ao fechar as portas a fim de oferecer menor resistência aerodinâmica, o que economiza combustível. E pneus que dispensam petróleo para serem feitos. Usam um composto de óleo cítrico e borracha natural e ainda têm menor coeficiente de atrito. Tudo em respeito à mãe natureza.

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www.carmagazine.com.br >> COBERTURA DO SEMA SHOW Imagine uma exposição de carros modificados, peças, acessórios e serviços numa área de um milhão de metros quadrados que reúne 125 mil pessoas de mais de 100 países. Tudo isso no meio do deserto de Nevada, em Las Vegas (EUA). Incrível, não? Pois é, isso é o SEMA Show (Specialty Market Association). Acompanhe em detalhes tudo que foi mostrado durante a exposição.

>> VÍDEOS Neste mês separamos o novo Ford Mustang, que será lançado oficialmente em 2010.

>> ONLINE ENQUETE

No mês passado perguntamos aos internautas: Você desistiu de comprar um carro a prazo após o início da crise mundial?

>> NOTÍCIAS ATUALIZADAS

Diariamente você pode conferir em nosso site as últimas notícias sobre o mercado de automóveis. Seja sempre o primeiro a saber das mais importantes informações do setor acessando nossa página na internet. Acompanhe e fique bem informado. >> TABELA DE PREÇOS CARROS NOVOS Faça a consulta online dos preços de todos os carros 0 km disponíveis no Brasil. Além do preço, ainda tem as principais características técnicas de cada modelo.

SIM 85% NÃO 15% >> NOVA ENQUETE Você acha que as grandes fábricas de carros americanas, como General Motors, Ford e Chrysler, conseguirão sobreviver à crise econômica mundial?

Acompanhe este mês na CAR Online TEST-DRIVE - EDIÇÃO DIGITAL

LINEA EM XEQUE A avaliação dos proprietários de Civic e Corolla que opinaram sobre o último lançamento da Fiat.

FORD EDGE Vindo do Canadá, o crossover da Ford chega com jeito sofisticado.

VÍDEOS

VW GOLF VI Fomos até a Islândia para testar o carro que estará no Brasil em 2009.

CLÁSSICOS Ford Maverick GT com motor 302 V8 de 197 cv de potência.

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CURIOSIDADES

BOLETIM

HISTÓRIA

LANÇAMENTO

MERCADO

SEGREDO

TECNOLOGIA

LIFE STYLE

Mustang chega à linha 2010

A nova e todas as outras gerações do Ford

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CONTEÚDO

AUDI QUER CRESCER Um compacto para expandir os negócios

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O LADO “B” DO SALÃO NOVO CLÁSSICO As boas surpresas Designer faz o vistas no Anhembi 20 SP2 do século 21

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SEGREDO Detalhes da nova picape VW Robust

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PROTÓTIPO NACIONAL Uma volta no Fiat FCCII, feito em MG 28

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SEGREDOS >> UM TOUAREG ESPECIAL

>> TERCEIRA GERAÇÃO DO CUBE

Uma versão especial do utilitário-esportivo de luxo Touareg, a North Sails, tem uma série de itens exclusivos. Começa pelos novos faróis auxiliares, pelas rodas de aro 19” e pelos retrovisores externos com lentes azuladas, do tipo aquamarine. Além disso, as soleiras das portas são cromadas e os vidros, escurecidos com índice de transparência luminosa de 65%.

A Nissan informa que terceira geração do pequenino Cube, apresentado no Salão de Los Angeles, na Califórnia, chegará às lojas da marca, na China, ainda este mês. O carrinho, que mede apenas quatro metros, virá equipado com motor 1,5 litro, de 107 cv de potência, e câmbio CVT. Ao longo de 2009, mercados como o norte-americano e o europeu também receberão o modelo.

CURIOSIDADES

HISTÓRIA

LANÇAMENTO

MERCADO

SEGREDO

TECNOLOGIA

LIFE STYLE

O Mustang mais potente feito pela Ford até hoje esteve sob a luz dos holofotes

O “lado B” do salão Algumas surpresas e destaques que vimos no Anhembi MAIS UM SALÃO DO AUTOMÓVEL CHEGOU AO FIM. Agora resta apenas esperar o próximo, em 2010. Além dos modelos que revelamos na prévia publicada na edição de outubro, houve algumas surpresas. Por incrível que pareça, o pequeno Smart foi um dos destaques da exposição, apresentado pelo nadador César Cielo, que ganhou medalha de ouro na Olimpíada de Pequim (China), estrategicamente escolhido para mostrar que, apesar de ter 1,95 metro de altura, consegue se acomodar confortavelmente no carrinho de apenas 2,70 metros de comprimento. Depois de dez anos à venda no mercado europeu, o Fortwo vai estar disponível a partir de março em duas lojas em São Paulo por preços que devem partir de R$ 55.000 - nada muito animador, mas bem mais interessante que o preço cobrado por importadores independentes, que chega a quase o dobro do que vai custar o carro com aval da fábrica. Como o presidente Lula e o

E

governador José Serra também resolveram testar o espaço interno do carrinho na visita que fizeram à feira, o pessoal da Mercedes-Benz, que controla a Smart, deve ter ficado ainda mais contente. O que pouca gente esperava também é que a Chrysler iria mostrar o sedã Trazo C (by Dodge), que nada mais é do que a versão sedã do Nissan Tiida. Chega em meados de 2009, já com motor 1.8 bicombustível, desenvolvido nos Estados Unidos e no México, de onde será importado e distribuído para outros países da América Latina, como Argentina, Uruguai e Paraguai. Virá com opção de câmbio automático com quatro marchas ou manual com cinco, além de um porta-malas mediano, de 390 litros. Será o primeiro modelo da nova marca Trazo, que significa traço, rabisco. O utilitário-esportivo Jeep Grand Cherokee com motor turbodiesel de 215 cavalos também não estava entre as novidades previstas por grande parte da imprensa.

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>> POPULAR DA TOYOTA EM 2015

>> NOVO BOXSTER

A Toyota anunciou que também vai brigar por participação entre os populares. A carta na manga do fabricante japonês é um veículo que custará cerca de US$ 5.000 e será destinado a mercados emergentes. O modelo será desenvolvido em parceria com a Daihatsu e o início de produção está previsto para 2015, na Índia

Com pequenas alterações no visual, a Porsche acaba de lançar o novo Boxter. O modelo que chega ao mercado europeu em janeiro do ano que vem estréia a nova caixa de câmbio PDK, de dupla embreagem, e motor mais potente. Agora, o esportivo traz motor 2.9 , de 255 cv de potência, e 3.4 , com injeção direta,

E não é que a Smart resolveu desembarcar no Brasil? Chega em março próximo

Ninguém esperava que iria aparecer um Ka conversível interessante como o Beauty

O Kia Soul foi mostrado tatuado para conquistar os jovens e com uma bela companhia

Talvez o caro leitor que foi ao Anhembi não tenha ido ao estande da marca chinesa Effa Motors. Nele, foi mostrado em primeira mão o sedã Lifan, que vai ser vendido no Brasil a partir do segundo semestre do ano que vem com itens sofi sticados para o segmento de modelos pequenos, no qual se encaixam Voyage, Siena, Fiesta Sedan e companhia .O carro terá até sensores e uma câmera para auxiliar nas manobras de estacionamento, além de duplo air bag e freios ABS, tudo isso por um preço aproximado de R$ 35 mil. Por enquanto a marca conta com 14 concessionárias no país e está prevista a inauguração de mais duas, em Curitiba (PR) e outra em Vitória (ES). Outra novidade é que o pequeno M100 passará a ser montado no Uruguai, numa nova fábrica que custou US$ 30 milhões. Passará a ter direção com assistência elétrica, entre outros aperfeiçoamentos. Mas a marca chinesa vai começar a importar apenas 500 unidades em 2009, já contabilizando todos os modelos que estarão disponíveis. Andando pelos corredores da exposição, não houve como não dar uma parada no estande da Ford, que preparou dois interessantes e bem guardados protótipos do novo Ka. O mais interessante deles é o Beauty, um pequeno conversível com pára-brisa baixo, dois lugares e rodas de aro 17 polegadas. Por dentro, volante multifuncional de boa empunhadura e sistema de som com tela do tipo “touch-screen”, bancos de couro do tipo concha e um arrojado defletor de ar atrás que fica atrás dos ocupantes que parece ter sido feito com fibra de carbono. Em destaque, foi mostrado

O Lifan é um sedã chinês bem equipado que estará no Brasil em 2009

o Mustang mais potente de todos os tempos, o GT 500 KR (King of the Road, o rei da estrada), com um V8 5.4 sobrealimentado por compressor volumétrico, capaz de gerar 548 cavalos. Entre os modelos que apareceram de surpresa no evento esteve o novo sedã Kia Magentis, com uma reestilização bem feita, que deixou o carro com aspecto mais moderno e atraente, que o deixou parecido com o Corolla. Passa a ter duas novas opções de motor: um motor 2.0 de 164 cavalos. E um V6 de 194 cv. Chega em março a partir de R$ 74.900 já com câmbio automático e uma série de equipamentos, como sistema de som com comandos no volante, air bag e ABS. Para terminar, embora não tenha sido uma grande surpresa, o carro mais caro do salão: o superesportivo Pagani Zonda Roadster F, que custa R$ 5 milhões. Talvez tenha sido surpreendente ter ouvido o ronco do motor Mercedes-Benz AMG V12, 7,5 litros de 659 cavalos saindo pelas quatro saídas de escapamento reunidas em um círculo na traseira. Quem teve a honra que pisar no acelerador, com certa timidez, foi o dono da marca, o argentino Horácio Pagani. Ao sair do carro, entre os elogios rasgados sobre o carro, disse que aquele modelo exposto é considerado uma obra de arte e que é único no Brasil, além de ser recordista do circuito alemão de Nürburgring, com o tempo de 7 minutos e 29 segundos. Não é para menos. Para ir de 0 a 100km/ h, o carro precisa de apenas 3,5 segundos. E pode alcançar 355 km/h de máxima. CARMAGAZINE.COM.BR

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MONTADORAS >> CAYMAN GANHA MAIS FÔLEGO

>> PUXADINHO CHINÊS

A versão mais em conta do Porsche Cayman agora têm 2,9 litros de cilindrada em vez de 2,7 litros. Com isso, a potência máxima aumentou para 255 cavalos (10 cv a mais que a geração anterior). E no Cayman S são 320 cavalos (25 cv a mais). Boa notícia também é que o câmbio é o mesmo PDK do 911 e não mais o Tiptronic, que usa conversor de torque, substituído pela dupla

A Ford lança no início do ano que vem, no mercado chinês, a versão sedã do novíssimo Fiesta. O modelo – que foi apresentado oficialmente no Salão de Guangzhou, na China – será fabricado na planta de Nanjing e deverá trazer sob o capô o mesmo motor que equipa o hatch, o 1,4 litro, a gasolina.

CURIOSIDADES

HISTÓRIA

LANÇAMENTO

Novo Mustang

MERCADO

1962

1964 2 - Mustang 1964 – Nasce o Mustang, em abril de 1964, idealizado por Lee Iacocca (então vice-presidente da Ford). Vendeu logo 250 mil unidades no primeiro ano de produção.

TECNOLOGIA

LIFE STYLE

Prestes a completar 45 anos, o esportivo ganha nova plataforma

3 - Mustang1966 - Já como um sucesso da indústria automotiva norte-americana, o cupê passava a ter motores mais potentes, como o V8 4.7 de 200 cavalos brutos.

1- Em 1962, a Ford apresentou um protótipo que daria origem ao Mustang e ao lendário GT40, vencedor das 24 Horas de Le Mans quatro vezes seguidas (entre 1966 e 1969).

SEGREDO

1966

5 - Foi em 1969 que o Mach1 começou a ser produzido em série com motores V8 de até 7 litros de cilindrada e mais de 400 cavalos brutos.

1967 4 - Mustang Mach1 protótipo 1967- Ainda na versão conceitual, o Mach1 aparece com largas entradas de ar laterais e retrovisores presos nos vidros.

1969

7 - A partir de 1979 e até 1986, o Ford ficou descaracterizado sem o cavalo prateado na grade dianteira. A frente de quatro faróis era de gosto duvidoso.

1975

1981

6 - A crise do petróleo obrigou a Ford a diminuir o tamanho do cupê e tirar temporariamente de cena os motores V8. No lugar deles, apenas um V6 2.8. Até 1978, o carro ficou mais econômico.

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>> FOGUETE NIPÔNICO

>> O MAIS RÁPIDO DO MUNDO

Uma das vedetes da Nissan no Salão de Los Angeles, na Califórnia, em novembro, foi o 370 Z. O sucessor do 350 Z traz no peito motor 3,7 litros DOHC V6, de 332 cv de potência, entreeixos mais curto e materiais mais leves na carroceria. A transmissão pode ser automática de sete marchas ou mecânica de seis.

A Weber acaba de desenvolver um esportivo, batizado de Faster One, que, segundo a empresa, trata-se do automóvel mais rápido do mundo. O foguete de dois lugares, produzido com fibra de carbono, traz motor V8 7.0 litro, de 913 cv de potência, que permite alcançar os 420 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos.

D

EPOIS DE MUITO SUSPENSE, A FORD mostrou, no Salão de Los Angeles (EUA), entre os dias 21 e 30 de novembro, a nova geração do Mustang, cupê que completa 45 anos em abril do ano que vem. Seguindo a onda retrô, o carro continua com estilo inspirado nas versões vendidas entre 1967 e 1969, porém, agora conta com uma plataforma completamente nova (S197), além de melhor nível de acabamento e ergonomia mais bem acertada. Agora há alumínio nos aros do volante e no painel em vez de apliques de plástico. E várias partes do interior do carro estão mais agradáveis ao toque. Outra evolução é a lista de equipamentos mais recheada e com

8 - Ainda sem sua marca registrada, o Mustang seguia sem graça em meados dos anos 1980. Pelo menos ganhou linhas um pouco mais harmônicas.

1986

1989

9 - Na metade dos anos 1990 o cupê passou por mais uma reforma visual. Algumas unidades dessa fase chegaram a ser importadas oficialmente pela Ford para o Brasil.

1994

2003

10 - No fim do século 20, o Mustang começou a esboçar uma reação no mercado, mas ainda mantinha defeitos de um projeto antigo, como o eixo traseiro rígido.

novos itens, como as rodas de aro 18 e 19 polegadas e as soleiras das portas com o nome Mustang iluminado na cor do carro. Segundo o engenheiro-chefe do projeto, Paul Randle, o Mustang com a melhor combinação entre potência e dirigibilidade foi conseguido na série especial Bullit. Foi dela que a versão 2010 do cupê herdou uma série de ajustes, inclusive da suspensão, que recebeu novos amortecedores, molas e barras estabilizadoras. Para aqueles que sentiam falta de ouvir o ronco de um V8 bem alto, a Ford tratou de incluir um duto que passa por dentro do habitáculo para levar parte da sinfonia de cavalos trabalhando debaixo do capô. O GT continua com motor V8 4.6, mas com potência aumentada para 315 cavalos e ainda manteve o peso praticamente inalterado, já que aumentou meros 15 kg, o que significa que o Mustang é 225 kg mais leve que o rival Camaro. No caso da versão V6 4.0, pelo menos por enquanto, o nível de potência continua intacto. Entre o fim do ano que vem e o início de 2010 poderá ser substituído por um motor menor, mas sobrealimentado.

11 - No Salão de Detroit (EUA), em janeiro de 2004, foi apresentada a geração que reviveu o sucesso do cupê dos anos 1960.

2005 12 - O famoso estúdio de estilo, chefiado por Giugiaro, foi incumbido de traçar novas linhas ao cupê. Ficou parecido com o Mustang 2010, não?

13 - O Mustang que o ator Steve McQueen pilotou nas ruas de São Francisco no filme “Bullit”, de 1968, foi recriado no fim de 2007.

2007

2010 14 - Eis o Mustang mais potente de todos os tempos, o GT 500 KR, equipado com motor V8 5.4 de 540 cavalos. Foi mostrado no Salão do Automóvel, em outubro.

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CARROS VERDES >> CLÁSSICOS ESTÃO LIVRES DA CRISE

>> PROGRAMA DE ANTIGOS NA TV

Enquanto as fabricantes enfrentam sérias dificuldades financeiras, o mercado de carros clássicos continua firme e forte. Vários modelos são comprados como investimento, outros como veículos para usar no dia-a-dia, livre de impostos (antes de 1973 no mercado europeu) e com o charme que os modelos modernos não têm, além de serem mais divertidos.

Os apresentadores do programa de carros antigos Wheelers and Dealers Mike Brewer and Edd China apareceram no salão de clássicos que acontece em Birmingham (Inglaterra) para dar dicas e trocar informações com os visitantes do evento. Durante o programa, Edd (à direita), chegou a sujar as mãos de graxa ao começar a restauração de um pequeno Morris Mini, mas garantiu bons pontos de audiência.

CURIOSIDADES

HISTÓRIA

LANÇAMENTO

Designer brasileiro cria a nova geração do VW SP2

MERCADO

SEGREDO

TECNOLOGIA

LIFE STYLE

Clássico renovado EGUINDO A ONDA RETRÔ que acabou ressuscitando alguns modelos que fizeram sucesso no passado, como Beetle, Camaro e Mustang, o designer brasileiro Marcelo Rosa criou a nova geração do SP2, que já foi considerado o Volkswagen mais belo do mundo na época em que foi lançado no Brasil, em 1972. Há histórias de que foi preciso chamar a polícia em uma concessionária porque alguns curiosos iam ver o carro e queriam permanecer no local bem depois do horário de a loja fechar. Em torno de 10 mil unidades do SP2 foram vendidas no mercado brasileiro e agora aparece essa projeção futurista do pequeno cupê. Como se trata de apenas uma projeção por computador, não há dados técnicos sobre motor, desempenho, entre outros itens. Apenas a idéia de como seria, em detalhes o SP2 do futuro. Não resta dúvida que o projeto ficou perfeito. Resta agora a Volkswagen estar disposta a reviver mais esse exemplar bem-sucedido.

S

Jóia das pistas

U

Corvette raro vai a leilão nos EUA

M DOS CORVETTES MAIS RAROS DA HISTÓRIA FOI LEILOADO pelo RM Auctions, em um evento no Arizona (EUA). Trata-se de um dos cinco protótipos Grand Sport que foram fabricados em 1963 para participar das 24 Horas de Le Mans, uma das corridas de longa duração mais famosas no mundo. A idéia era rivalizar com o Ford Cobra, mas a GM acabou mudando de idéia e resolveu abandonar o projeto idealizado pelo pai do Corvette, Zora Arkus-Duntov. A raridade tem chassi número 002 e foi milagrosamente preservada por pilotos particulares que resolveram deixar esse legado para gerações futuras. Hoje, o Grand Sport é propriedade do empresário do automobilismo Roger Penske, mas já está à venda. O lance mínimo não foi divulgado, porém, estima-se que esteja na casa do milhão (de dólares, é claro).

Igual a esse Corvette de competição, existem apenas cinco no mundo

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>> TOYOTA TESTA COROLLA 2.0 FLEX

>> VEM AÍ O NOVO DOBLÒ

Assim como havíamos previsto, na edição setembro, a Toyota vai mesmo lançar o Corolla com motor 2.0 flex, feito com o mesmo bloco do 1.8 atual. A diferença é o maior curso dos pistões para aumentar a cilindrada. Os carros com a nova motorização rodam em teste em São Paulo, como o que foi flagrado por um leitor do site Notícias Automotivas.

A Fiat prepara uma versão atualizada do Doblò, flagrada em testes nas imediações da fábrica em Betim (MG) por um leitor do site Notícias Automotivas. O carro deve ficar igual à versão lançada no mercado europeu, que tem apenas uma nova frente, com faróis de desenho mais arrojado e vincos pronunciados nos pára-lamas dianteiros. Chegará em meados do ano que vem.

CURIOSIDADES

HISTÓRIA

LANÇAMENTO

MERCADO

SEGREDO

Volkswagen terá picape média no Brasil na primeira metade de 2010

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VOLKSWAGEN DEMOROU PARA ENTRAR NA BRIGA com as picapes médias, mas promete revolucionar o segmento, hoje liderado pela Chevrolet S10, cujos principais concorrentes sãoToyota Hilux, Ford Ranger, Nissan Frontier e Mitubishi L200. A Fiat ensaiou entrar no páreo, mas as conversas com a parceira indiana Tata Motors não avançaram. Durante o Salão do Automóvel, em São Paulo, a marca alemã mostrou a versão conceitual da Robust, que também foi apresentada em Hanover (Alemanha). No entanto, a versão definitiva da Robust, que será feita na Argentina e vendida no Brasil a partir do primeiro semestre de 2010 começa a tomar forma pelas projeções feitas pelo argentino Jorge Fernández, da area75 car design. Pelas informações que conseguimos, sabemos que a principal carta que a Volkswagen tem na manga é o motor, bem diferente do que se viu até agora no segmento. Mas o que haveria de tão diferente? Segundo o que apuramos, uma hipotese interessante, que seria uma revolução no segmento, é o uso da taxa de compressão variável, a melhor solução para um motor bicombustível funcionar com o máximo de eficiência, independentemente da mistura de álcool e gasolina no tanque. Essa idéia foi desenvolvida por uma empresa alemã e funciona a partir de um mecanismo simples e barato, mas que hoje é usado apenas em um protótipo na Europa. Consegue-se mudar o curso do pistão dentro da câmara de combustão, variando a taxa de compressão entre 8:1 e 16:1 dependendo do combustível que estiver sendo queimado. Isso leva a uma melhora significativa de desempenho e na economia de combustível em relação aos motores flex que vimos até agora. A taxa também varia de acordo com a rotação: quanto menor o giro, maior a taxa. Além dessa hipótese, outro item que seria inovador é o sistema que dispensa reservatório de partida a frio graças ao uso de bicos injetores aquecidos.

Ferrari

TECNOLOGIA

LIFE STYLE

Robust

O substituto da F430

MODELO QUE VAI SUBSTITUIR A FERRARI F430 é conhecido pelo código F142 em Maranello. Ao contrário da F430, que foi apenas uma evolução da 360 Modena, o novo esportivo será completamente novo. Será lançado entre o fim de 2009 e o início de 2010 e será mais leve e compacto que a F430. Seu visual deverá se inspirado nas linhas do protótipo Mille Chili, mostrado no ano passado. Portanto, a nova Ferrari terá o mesmo espírito de um Lotus Elise, leve e ágil, com peso ainda mais baixo que os 1.250 kg da F430 Scuderia. O que também deve contribuir com essa leveza é um novo motor que poderá ser de média cilindrada, mas sobrealimentado, seguindo a tendência atual de fazer motores cada vez menores para conter a emissão de C02 na atmosfera. Outra novidade importante será a capota metálica retrátil, assim como a da Califórnia.

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LANÇAMENTO KIA MOHAVE

UM KIA NA BRIGA A missão do novo SUV, porém, não será fácil. Por Jairo Morelli

F o t o g r a f i a

G u i l b e r

H i d a k a

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O MODELO É BEM EQUIPADO, MAS NÃO TRAZ NADA QUE OS RIVAIS NÃO TENHAM

SSIM QUE TERMINAR O SALÃO do Automóvel de São Paulo, os brasileiros começarão a ver nas ruas do país mais um utilitário-esportivo de origem oriental, o sul-coreano Kia Mohave. Grandalhão e com cara de mau, o modelo será comercializado em três versões: duas com motor V6, uma 3.8 de 275 cv de potência e outra 3.0 diesel, de 250 cv, além de uma V8 4.6, com impressionantes 340 cv. Todas com tração 4x4 e nível similar de acabamento. Ou seja, a diferença entre elas está apenas no motor. Com capacidade para até sete ocupantes, o carro deverá custar entre R$ 160.000 e R$ 190.000, apesar de o fabricante não divulgar oficialmente. É a faixa de preço onde estão Mitsubishi Pajero Full, Hyundai Veracruz e Nissan Pathfinder, por exemplo. É possível prever, com isso, que a vida desse Kia no país não será fácil. No entanto, deixando esse detalhe de lado, você deve estar se perguntando se o carro tem atributos que justifiquem o seu preço. E, de cara, eu lhe digo que não. Apesar de trazer alguns mimos como o sistema de partida sem chave (idêntico ao do novo Ford Focus), ar-condicionado de três zonas e um belo pacote tecnológico — que os concorrentes também trazem —, o Mohave peca por não oferecer Bluetooth integrado ao rádio, por exemplo. Fora isso, não há nenhuma grande diferença em relação aos rivais. Com relação às dimensões, o SUV da Kia é um pouco menor que o Pajero (4,88 m e 4,90 m, respectivamente), mas é ligeiramente mais largo, com 1,91 m contra 1,87 m. E, apesar do peso, 2.375 kg na opção de entrada V6, o bom torque de 50 kgfm a 2.000 rpm garante a força necessária. Pelo menos foi o que pude perceber na rápida avaliação realizada por estradas do interior de São Paulo. Como se tratavam dos modelos que seriam expostos no Salão, infelizmente, a fabricante não permitiu que levássemos os carros para a terra. O jeito, então, foi improvisar e avaliar o que foi possível. No asfalto, o que mais chamou a atenção foi o baixíssimo nível de ruído do motor e a suavidade do câmbio automático seqüencial de cinco marchas (no top de linha V8, a transmissão é de seis velocidades). O ponto negativo ficou por conta da suspensão na versão de entrada, muito mais macia que a da V8. De acordo com Abel Cruz, instrutor de treinamento de manutenção que nos acompanhou durante o teste, isso

O nível de acabamento é bom em todas as versões. No Mohave, só o motor é que muda

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se deveu ao fato de os modelos disponibilizados para o teste ainda não estarem devidamente adaptados às condições nacionais. “Esses carros ainda estão em processo de homologação. Estão com alguns equipamentos destinados ao mercado sul-coreano, como aquecimento dos bancos e, no caso do V8, a partida por meio da chave, que não existirá KIA MOHAVE em nenhuma de nossas versões no país. A suspensão que teremos por aqui é a mesma do V8.” Pelo que pude perceber, ela recebeu calibração que a deixou muito mais rígida e segura que a do V6. Aproveitei também para dar umas freadas mais bruscas a fim de conferir como o carro se sairia. O resultado, com o carro vazio, ao menos, foi bom. O Kia Preço: R$ 160.000 (estimado) Motor: 3.778 cm³, V6, 275 cv a 6.000 rpm, Mohave traz ainda air bags frontais, laterais 50 kgfm a 2.000 rpm e cortina para todos os bancos, além da sopa Transmissão: cinco marchas, manual, de letrinhas composta por ABS, ESC, EBD, tração integral Suspensão: do tipo double wishbone, BAS e TSC (controles de freios, estabili- com barras estabilizadoras dade, tração etc.). Sem falar nas 5 estrelas Direção: pinhão e cremalheira aço nos testes de colisão do NHTSA, o departa- Carroceria: Vendas no Brasil: novembro (previsão) mento de transporte e segurança dos EUA. Concorrentes: Mitsubishi Pajero, Hyundai Veracruz, Nissan Pathfinder Vale a pena conferir.

FIQUE SABENDO

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Imagem IZEM QUE EXCLUSIVIDADE não tem preço, você concorda? A Ford, pelo visto, não, já que a partir do final deste mês, ela passa a vender no Brasil o crossover Edge por R$ 149.700. Valor bem acima do pedido pelo Chevrolet Captiva, por exemplo, que custa cerca de R$ 90.000, na versão de entrada. O modelo da Ford é maior e traz alguns itens exclusivos, é certo. Mesmo assim, a diferença de valores é muito grande. Diminuir o preço do Edge, de acordo com a Ford, é algo impossível devido ao fato de o modelo ser produzido no Canadá, país que não possui acordos comerciais com o Brasil — como o México e os integrantes do Mercosul. O negócio, então, será disputar espaço com Mitsubishi Pajero Full (R$ 153.000), Hyundai Veracruz (R$ 175.000), Toyota Hilux SW4 (R$ 151.000), além do igualmente novo Kia Mohave (veja reportagem nesta edição). A fabricante se mostra otimista, já que pretende comercializar 3.000 unidades do Edge em seu primeiro ano de vendas no país. Nada mau, considerando que esse número corresponderá a 20% do total de vendas do segmento. Para conhecer a novidade, fomos até Niagara Falls, no Canadá. Antes, vale lembrar que os brasileiros já tiveram contato com o Edge. Foi no Salão do Automóvel de 2006, quando a empresa expôs uma unidade. Ou seja, desde aquela época a Ford já planejava trazer o crossover para o mercado nacional. De volta ao Edge, o veículo estará disponível apenas na versão SEL, equipada com motor 3.5 V6, com 269 cv, tração integral e câmbio de seis marchas. Reparou na grade dianteira similar à do Fusion? Não é mera coincidência, pois o Edge é feito sobre a mesma plataforma do sedã e compartilha outros componentes com ele. Opcionalmente, o modelo pode ter apenas o teto solar panorâmico bipartido (que ocupa cerca de 70% da capota). O equipamento, contudo, custa “salgados” R$ 8.830. Mas o crossover tem aspectos interessantes também. Por exemplo: apesar do porte avantajado, o Ford apresenta um desempenho muito bom.

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LANÇAMENTO FORD EDGE

é t udo A Ford aposta no seu imponente crossover para cativar o consumidor brasileiro. Saiba quais são os atrativos do carro com Jairo Morelli

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LANÇAMENTO FORD EDGE

A versão SEL será a única à venda no Brasil. Na traseira, as lanternas seguem o mesmo estilo das usadas no Fusion. No país, o Edge não será oferecido na cor do modelo das fotos

Ele tem 4,72 m de comprimento, 2,22 m de largura e 2,82 m de entreeixos (o que se reflete num ótimo espaço para os ocupantes). Mas o brilho fica por conta do propulsor, com seus 34,6 kgfm de torque, que trabalha em harmonia com a transmissão de seis velocidades de suavidade acima da média. Esse casamento motor/câmbio, segundo os dados da fábrica, permite ao Edge acelerar de 0 a 100 kmh/ em respeitáveis 9,5 s e alcançar os 180 km/h de máxima. O melhor é que, apesar desse desempenho, o interior do Edge é de uma tranqüilidade à toda prova. Nem mesmo quando se pressiona o acelerador com maior vigor o ruído do motor causa incômodo. Pena que, no circuito escolhido pela Ford para o test-drive, não havia muitas curvas para que pudéssemos avaliar a suspensão — independente nas quatro rodas com barra estabilizadora na dianteira e na traseira. Mas nos poucos e pequenos buracos que surgiram pelo caminho, a calibração mostrou-se adequada, macia sem ser mole e firme sem ser dura. No quesito segurança, destaque para o Advanced Trac, um sistema que auxilia a correção e a retomada do controle do veículo em situações de derrapagem. Basicamente, ele monitora a velocidade das rodas, a desaceleração, o ângulo de direção e a pressão dos pés nos pedais. Ou seja, perder o controle com esse modelo é tarefa quase impossível. E tem mais em matéria de tecnologia: o Sync, sistema integrado de comunicação e entretenimento com comando de voz (desenvolvido em parceria com a Microsoft), possibilita a conexão via Bluetooth com celulares e MP3 players. O mais interessante disso tudo é que o acionamen-

to das funções é feito por meio de uma tela de 6,5” touch screen, na qual também é possível reproduzir DVDs. O equipamento ainda conta com um HD de 10 GB para o armazenamento de fotos, músicas, filmes e traz ainda um navegador GPS para o qual a Ford já desenvolve, em parceira com empresas do ramo, mapas das ruas e cidades brasileiras. “Os primeiros modelos ainda não contarão com o serviço (sem preço definido). Mas em pouco tempo, o consumidor poderá incluí-lo em qualquer concessionária Ford”, disse Winston Landin, responsável pela estratégia da empresa. A parte de entretenimento é completada com o sistema de áudio composto por CD player para seis discos, amplificador de 190 watts, oito alto-falantes e subwoofer. Bom, deu para perceber que, caso fique preso no trânsito, o Edge lhe oferecerá opções de sobra para passar o tempo. Vale lembrar que o crossover também traz ar-condicionado Dual Zone, piloto automático, controle de áudio no volante e coluna de direção ajustável em profundidade e altura. Além disso, os bancos dianteiros também podem ser movimentados eletronicamente e os de trás configurados manualmente. Estes, caso necessário, permitem rebatimento total por meio de um botão instalado no porta-malas. Pensando bem, com toda essa tecnologia, até que o preço elevado se justifica. Outro atrativo é o seguro do carro, já que, de acordo com a Ford, o valor vai se situar na faixa dos R$ 4.500, abaixo dos concorrentes. Resumindo, o novo Ford Edge tem quase tudo para repetir por aqui o sucesso conquistado por seu “meio-irmão” Fusion. A dúvida é se o consumidor nacional terá dinheiro para isso. Ainda mais após a recente alta do dólar.

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O EDGE TEM MUITAS PARTES EM COMUM COM O SEDÃ FUSION FIQUE SABENDO FORD EDGE

Preço: R$ 149.700 Motor: 3.500 cm³, V6, 269 cv a 6.250 rpm, 34,6 kgfm a 3.400 rpm Transmissão: automática, seis marchas, tração integral Performance: 0 a 100 km/h: 9,5 s Velocidade máxima: 180 km/h Porta-malas: 908/1.970 litros Carroceria: aço Vendas no Brasil: novembro Concorrentes: Mitsubishi Pajero Full, Hyundai Veracruz, Toyota Hilux SW4

Por dentro, repare que o Edge possui comandos e instrumentos idênticos aos do Fusion. O motor V6 garante bom desempenho a toda prova. O teto solar será o único opcional

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Encolha e cresça Em tempos de crise e preocupação com o meio ambiente, a ordem é fazer motores cada vez menores e eficientes no lugar dos enormes V12, V8 e os até então inocentes V6. Por Carlos Guimarães

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TECNOLOGIA DOWNSIZING

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A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A ATUAL CRISE financeira mundial também se refletem nos departamentos de engenharia das fabricantes. Se antes de as bolsas de valores no mundo inteiro desabarem já estava na ordem do dia fazer carros ecologicamente corretos, que gastem pouco combustível e de baixo custo de produção, agora essa tarefa deve virar lei. É aí que entra o chamado “downzing” de motores. O nome pode parecer pomposo, mas seu significado não tem nada a ver com ostentação ou algo que o valha. Muito pelo contrário. Significa o fim dos enormes V12, V8 e até os antes inocentes V6. No lugar deles entram apenas quatro ou menos cilindros sobrealimentados por uma ou mais turbinas pequenas. No Brasil, temos a grande vantagem da experiência com o álcool combustível como aliado nesse cenário, explica Chistian Streck, gerente de engenharia da Honeywell, empresa que fabrica as turbinas Garret. “Como o etanol aceita taxas de compressão maiores, podemos trabalhar melhor o uso do turbo em motores menores que apresentam bom rendimento em qualquer regime de rotação e sem prejudicar o consumo”. “Aliás, quando começarmos a usar injeção direta com etanol, essa eficiência deverá aumentar ainda mais, o que será interessante se o álcool vier a se tornar uma “commodity”, o que vai elevar seu preço no mercado”, completa o executivo. Streck também lembra que, para os motores pequenos turbinados substituírem os maiores, mas aspirados, vai ser preciso deixar claro para o público em geral que um motor turbo é durável e resistente e apagar a imagem ligada ao desempenho e aos carros turbinados sem muito critério técnico. Em 2005, o turbo fez 100 anos de história. Apareceu em aplicações veiculares na década de 1950. Vinte anos depois, apareceu na Fórmula 1 e ficou até 1988. No Brasil, foi usado pela primeira vez em um carro produzido em série no Uno Turbo, em 1994. No entanto, há oito anos, o lançamento do Gol Turbo iniciou o conceito de “downsizing” na época em que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) favorecia os modelos com motor de um (1) litro de cilindrada. Era um motor 1.0 turbo, de 112 cavalos, que tinha o mesmo desempenho da versão 2.0, mas com a vantagem de consumir menos combustível, algo em torno de 10% em ciclo rodoviário e 6% na cidade. Agora, esse conceito de fazer motores menores volta à tona com o sedã Fiat Linea, equipado com motor 1.4 turbo que tem o mesmo desempenho de um 2.0 aspirado, por exemplo.

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TECNOLOGIA DOWNSIZING

AS PESSOAS PRECISAM ENTENDER QUE MOTORES TURBINADOS TAMBÉM SÃO CONFIÁVEIS

A BMW extraiu de seis cilindros a potência que muito V8 não produzia há pouco tempo

Então você pode estar se perguntando: ok, mas o custo de um motor 1.4 turbo não é maior do que um 2.0? A resposta é dada pelo engenheiro João Irineu MeO pequeno deiros, diretor da FPT (Fiat Power Train). “O custo Smart, que chega ao Brasil do motor é praticamente o mesmo. No momento, o em março, vem que é mais caro é a instalação, mas resolvemos adotar com motor 1.0 de 98 cv na essa estratégia porque acreditamos que é uma solução versão Brabus interessante”, diz ele. “Por enquanto, esse motor 1.4 turbo é importado da Itália e tem produção relativamente pequena, contudo, podemos fazer outro semelhante no Brasil, em volumes mais altos”, pensa Medeiros. Outra questão que deve ser levada em conta é manter a mesma dose de torque em baixa rotação de um motor de cilindrada maior num menor, mas turbinado. Esse desafio deve ser encarado com recursos como turbinas com geometria variável, além de inovações que estão sendo preparadas pelos departamentos de engenharia. Uma delas é o controle eletro-hidráulico das válvulas de aspiração, que está sendo testado pela FTP, sob o comando de Medeiros. “Nesse sistema, não há borboleta de aceleração. Aproveitamos o drive-by-wire (acelerador eletrônico, sem cabo) para determinar a abertura das válvulas, com ajuda de um mecanismo que as fecha mais rapidamente”, explica o engenheiro. Essa tecnologia está sendo chamada de “Multiar” e já está em uso no motor 1.0, turbo, de 16 válvulas, de 100 cavalos, produzido na Itália, pela FPT.

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A Fiat levantou a bola dos motores pequenos em sedãs médios com o Linea TJet 1.4 turbo

A IDÉIA É DIMINUIR CUSTOS COM PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA

E o torque em baixa? Pelo diagrama abaixo, isso não é problema

No mercado europeu, o downsizing está mais ligado aos rígidos limites de emissão de gás carbônico na atmosfera. Em 2012 a média do mix de produção das fabricantes não deverá ultrapassar 120 g/km, enquanto hoje, os modelos pequenos estão em torno de 160 g/km e os maiores, ao redor de 200 g/km. Pensando nesse desafio é que a BMW, ao lançar o crossover X6, misto de cupê com utilitário esportivo, apostou em duas pequenas turbinas para animar os seis cilindros do motor 3.0 que equipa a versão XDrive35i. Com a ajuda também da injeção direta de gasolina, o resultado final acabou garantindo 306 cavalos, potência de muitos V8 com cinco litros de cilindrada há pouco tempo. Quer outro exemplo de downsizing? O pequeno Smart Fortwo, que começa a ser vendido no Brasil em março de 2009, tem na versão Brabus um motor 1.0 de três cilindros que gera 98 cv, o que é o suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos e atingir 156 km/h. Nada mau, não? Outro aliado nessa busca por eficiência em tempos de crise e preocupação com o meio ambiente é o motor com taxa de compressão variável, que também contribui com o conceito de downsizing. Isso porque, alterando a altura do ponto morto superior do pistão dentro da câmara de combustão, consegue-se taxas de compressão entre 8:1 e 16:1 apenas com ajuda de um mecanismo simples de alavancas instaladas próximas ao virabrequim. Esse sistema foi desenvolvido por uma empresa alemã e já está sendo usado em um protótipo Audi A6, que tinha um motor V6 e foi substituído por um 1.8 com taxa variável. O desempenho do carro foi mantido, mas houve um ganho de 25% na economia de combustível e diminuiu-se a emissão de gás carbônico na atmosfera. No Brasil, pelo menos por enquanto, nenhum fabricante mostrou interesse por esse tipo de motor, pelo menos oficialmente. Mas seria interessante e perfeito para melhorar o rendimento e a economia dos nossos motores flex. O futuro está apenas começando. Quem viver, verá. CARMAGAZINE.COM.BR

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