Da Letra de Mao à Letra de Forma

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Combinação, Proporção e Harmonia

Fig. 13 - Desenho de letra de Luca Pacioli.

Fig. 14 - Desenho de letra de Albrecht Dürer. Fig. 15 - Desenho de letra de Geoffroy Tory.

Desde logo se faz menção da inovação da letra de forma obtida através de punções e do seu uso tipográfico, com a combinação, proporção e harmonia dos tipos de letra. Estes três conceitos merecem ser um pouco desenvolvidos, no aspecto em como por fidelidade à letra de mão se chegou ao caracter de letra cuja harmonia no desenho, sua proporção num corpo ou tamanho e sua combinação na composição da linha e da página, resultaram na nobre arte da impressão. Já se considerou que a dimensão da página e da empaginação desde logo obedeceu a uma proporção que distribuía geometricamente a justificação da linha de texto e respectiva mancha tipográfica em relação aos brancos de página ou margens. Porém, esse exame exige o desenho da própria letra, num caminho de como quem vai da molécula à partícula do átomo: sem dúvida, existe um proporção divina em todas as coisas que a ciência nos revela. Isso foi tentado desde os alvores do Quatrocento por Frei Luca Pacciolli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, ao escrever a sua famosa obra De Divina Proportione, impressa em Veneza, 1509. Aí deduz o desenvolvimento geométrico das letras do alfabeto segundo uma grelha quadrada na qual cada lado se divide em nove divisões, ou seja na relação 1:9. Contudo, estas discussões que se estenderam a Albrecht Dürer e Geoffroy Tory, nos inícios do século XVI, não foram prementes no espírito de Gutenberg, ao reproduzir o desenho o alfabeto «textura» utilizado pelos copistas alemães, apesar de mencionar expressamente a proporção e a harmonia dos caracteres de letra móveis entre si.


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