Deuses e mitos 2º ciclo

Page 1

AFRODITE Deusa da beleza e do amor

Antes que Zeus se tornasse o pai dos deuses, Cronos lutou contra

Urano, o antigo deus do Céu. Na luta, caíram ao mar duas gotas

de sangue de Urano e formou-se uma espuma à sua volta (que em

grego se diz «afros»), de onde nasceu Afrodite, a deusa mais

bela, protetora dos apaixonados e responsável por muitas

infidelidades, pois do que ela mais gostava era de fazer cair nas

redes do amor os deuses e os homens. Ela mesma foi infiel várias

vezes, mas houve um episódio especialmente divertido contado

pelo grande poeta Homero. Afrodite era esposa de Hefesto, o

deus coxo do fogo, mas admirava a valentia e a musculatura de

Ares, o cruel deus da guerra. Amava-o tanto que às escondidas e

em segredo se reunia com ele nos seus aposentos. Mas o seu

esposo, Hefesto era muito inteligente e descobriu os amantes.

Assim,

teceu

uma

rede

mágica

que

caiu

sobre

o

casal

deixando-os presos. Todos os deuses do Olimpo se aproximaram

para se rirem deles, que tiveram de suportar a pior das

vergonhas como castigo.

Afrodite corresponde na mitologia romana à deusa Vénus. A sua

imagem é conhecida através das estátuas romanas de Afrodite

de Cnido e de Afrodite de Arlès, assim como da estátua de Vénus

de Milo.


ARES Deus da guerra

Ares nunca gozou de simpatias nem entre os deuses nem

entre os homens porque era o deus da guerra e tinha prazer

com o sangue e com a destruição. Geralmente estava

acompanhado de deuses menores tão odiosos como ele, como

por exemplo o Medo ou a Discórdia. No entanto, os romanos

prestaram-lhe um grande culto por ser um deus militar,

capaz de inflamar o ânimo dos legionários com a sua

valentia. Ares sempre se confrontou com Atena porque

ambos eram deuses guerreiros, mas defendiam causas

diferentes. A deusa era partidária da justiça, enquanto Ares

só pensava no combate e nada mais. Durante a guerra de

Troia, Ares defendeu a cidade de Troia, enquanto Atena

lutou a favor dos gregos, que venceram, o que significou o

triunfo da razão sobre a violência.

Ares era filho de Zeus e de Hera. A este deus foi atribuída a

utilização do ferro nas armas, o que nesse tempo foi uma

revolução para o exército.

Os romanos identificaram-no com Marte.


APOLO Deus do Sol, da música e da adivinhação

Apolo nasceu, juntamente com a sua irmã Ártemis, de uma das

infidelidades de Zeus. Era o deus mais luminoso, o que

personificava a luz do sol. Era-lhe atribuído o poder da profecia

e a ele estava consagrado, o famoso oráculo de Delfos, onde os

gregos iam consultar o seu futuro e pedir conselho. Apolo era

luminoso em todos os sentidos: era um jovem atlético e formoso,

para além de ter grande capacidade artística, pois tocava lira e

era também um grande poeta., Contudo, os seus encantos não

apaixonaram a ninfa Dafne, que fugia desesperada do deus

enquanto este a perseguia, louco de amor. Quando Apolo estava

quase a alcançá-la, Dafne pediu ajuda aos deuses. Compadecidos,

os deuses transformaram-na num loureiro e Apoio,

desconsolado, arrancou algumas folhas da que tinha sido a sua

amada e com elas fez uma coroa que a partir daí é o símbolo dos

que triunfam na poesia e na arte... Os romanos, por sua vez

puseram essa coroa de loureiro na cabeça dos seus imperadores

para lhes dar tanto brilho como o deus solar.

Os oráculos de Apolo eram transmitidos por uma sacerdotisa, a

Pítia.

Os romanos tinham como deus correspondente Febo.


ÁRTEMIS Deusa da caça

Ártemis era a deusa grega dos nascimentos e da fecundidade

masculina, quer para os homens quer para os animais.

Ártemis era irmã de Apolo. Mas não se parecia nada com ele.

Oposta ao deus solar, Ártemis preferia a luz ténue da lua e a

solidão dos bosques. Desde muito jovem esta deusa decidiu

permanecer virgem e proteger as criaturas do bosque e os

caçadores percorrendo os caminhos armada com um arco e

flechas. Era também a protetora das Amazonas, uma tribo de

mulheres guerreiras. Mas esta deusa da pureza e da solidão

podia tornar-se terrível se alguém desrespeitasse as suas

normas mesmo que involuntariamente. Foi o que aconteceu a

Acteón, quando entrou num vale consagrado à deusa onde,

nesse preciso momento, Ártemis tomava banho juntamente

com o seu séquito de ninfas. Ao ver a incrível beleza da deusa

nua, Acteón ficou a olhar fascinado e Ártemis, ofendida e

envergonhada, castigou-o transformando-o num veado que

veio a ser caçado pelos seus próprios cães.

Os romanos identificaram Ártemis com a deusa Diana.


SÍSIFO Sísifo, rei da Tessália e de Enarete, era o filho de Éolo. Tinha a

reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta

razão dizia-se que era pai de Ulisses.

Sísifo despertou a ira de Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo,

que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egina. Zeus mandou o deus da

morte, Tanatos, perseguir Sísifo, mas este conseguiu enganá-lo e

prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos

pudessem alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que

fosse libertado por Ares. Foi então que Sísifo, não podendo escapar ao

seu destino de morte, instruiu a sua mulher a não lhe prestar

exéquias fúnebres.

Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano

do reino das sombras, da negligência da sua mulher e pediu-lhe para

voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto período, para a

castigar. Hades deu-lhe permissão para regressar, mas quando Sísifo

voltou ao mundo dos vivos, não quis mais voltar ao mundo dos

mortos.

Por fim, Zeus conseguiu capturá-lo e, por ter enganado e despertado

a ira dos deuses, foi condenado a passar a eternidade empurrando

uma pedra até o cume de uma montanha. No entanto, sempre que a

pedra estava prestes a chegar ao seu objetivo, rolava montanha

abaixo e Sísifo tinha que voltar a executar o trabalho todo novamente.

A partir deste episódio, atualmente, quando alguém diz que tem um

"

"

trabalho de Sísifo

é porque possui uma tarefa impossível ou

interminável para cumprir.


ÍCARO O jovem Ícaro é filho de Dédalo, famoso inventor grego, responsável

pela criação do labirinto de Creta, que abrigava o temível

Minotauro.

Dédalo ajudou Ariadne a tirar Teseu de dentro do labirinto de

Creta, logo após este derrotar o Minotauro. Ao saber de sua traição,

o rei Minos tornou-o prisioneiro, junto com seu filho Ícaro.

Dédalo pensava num modo de escapar da prisão, junto com seu

filho. Percebeu que não teria como fugir nem por terra nem pelo

mar, pois ambos eram dominados pelo rei Minos. Começou então a

reunir as penas que caíam dos pássaros que sobrevoavam a prisão e

com elas pretendia construir asas, pois apenas os céus não estavam

sob o domínio do rei.

Laboriosamente fez dois pares de asas, unindo as penas com cera

de abelha. E quando estavam prontas, entregou um par ao seu filho

Ícaro, com a instrução precisa de que, em seu voo, tinha que ter

cuidado em não voar muito alto, pois o calor do sol derreteria a

cera, nem muito baixo, pois a humidade do oceano faria com que as

penas pesassem demasiadamente, a tal ponto de não conseguirem

manter-se no ar.

Dédalo voou conforme suas próprias recomendações e conseguiu

escapar da prisão. Ícaro, no entanto, fascinado com a possibilidade

de voar, foi subindo até um ponto em que a cera de abelha derreteu

e as asas desfizeram-se, o que culminou na sua morte no oceano.


AQUILES Como relatou Homero na Odisseia, Aquiles era o mais valoroso de

todos os guerreiros gregos e distinguiu-se pela sua coragem na

Guerra de Troia. Filho de Tétis, deusa do mar, e de Peleu, rei dos

Mirmídones, na Tessália, Aquiles foi criado pelo centauro Quíron.

Ainda em criança, sua mãe Tétis mergulhou-o nas águas do rio

Estige para lhe dar imortalidade mas, como o segurou pelo

calcanhar, esta parte do seu corpo ficou vulnerável.

Este jovem herói participou em muitas batalhas durante a Guerra

de Troia, conquistando doze cidades, mas quando o rei

Agamémnon de Micenas raptou a sua amada, a virgem Briseida,

Aquiles retirou os Mirmidónes da batalha e recolheu-se,

desgostoso, na sua tenda. Os Troianos, animados pela sua

ausência, atacaram os Gregos, fazendo-os retirar. Foi então que

o seu amigo Pátrocles implorou a Aquiles que lhe emprestasse a

armadura e que o deixasse conduzir os Mirmidónes, no que

Aquiles consentiu. Pátrocles foi morto pelo príncipe troiano

Heitor, e Aquiles voltou à batalha para vingar o amigo, matando

Heitor.

Depois liderou os Gregos para mais um ataque às muralhas de

Troia, sendo atingido mortalmente por Páris, irmão de Heitor,

com uma seta, que, guiada por Apolo, atingiu o calcanhar de

Aquiles.


ATENA Deusa da sabedoria

O nascimento de Atena é um dos mais extraordinários do

Olimpo: um dia, doía a cabeça ao rei dos deuses e este pediu a

Hefesto que lhe desse com um machado na cabeça. Da ferida

que fez na cabeça saiu a deusa Atena, completamente armada

com a sua couraça, o seu escudo, a sua lança e o seu capacete.

Mas embora fosse uma deusa guerreira, no seu coração puro

não havia lugar nem para a ira nem para o ódio. Pelo

contrário, Atena era uma deusa sábia, justa e muito

inteligente. Foi por exemplo, capaz de vencer o grande

Poseidon, com o qual disputou a cidade de Cécrops. Na sua

competição, cada qual fez uma oferta à cidade: Poseidon deu

uma pancada numa rocha e dela começou a brotar água, mas

Atena bateu com o pé no solo e ali nasceu uma oliveira que a

partir de então é a árvore da paz. A cidade passou a chamar-se

Atenas e por ser consagrada a Atena, e o Partenon foi

construído em sua honra.

Atena era filha de Zeus. Era a deusa mais benéfica para os

homens, pois inventou a escrita, a pintura e a arte do bordado,

para além de intervir nas guerras sempre com a justiça e

prudência.

Nos romanos corresponde a Minerva.


HEFESTO Deus do fogo e da metalurgia

Hefesto era filho de Zeus e de Hera, por isso devia ser um

sucessor digno dos dois deuses tão importantes, mas ao

nascer aperceberam-se de que ele tinha uma deformidade

nas pernas, muito débeis e torcidas. Zangados, os pais

atiraram-no para fora do Olimpo e Hefesto caiu na ilha de

Lemnos, onde cresceu. É verdade que as suas pernas eram

frágeis e feias, mas os seus braços eram muito fortes porque

este deus passava os dias a trabalhar numa forja, onde,

ajudado pelo fogo, dobrava o ferro ou qualquer outro metal e

o transformava numa obra de arte.

O deus Hefesto tinha um grande desgosto por os seus pais o

terem rejeitado, por isso vingou-se, oferecendo à sua mãe um

trono de ouro com um especto maravilhoso, mas que prendia

quem nele se sentasse. Por fim, vendo a admiração e o

arrependimento sincero dos pais, Hefesto libertou a mãe e

Zeus concedeu-lhe Afrodite como esposa, de maneira que o

deus mais feio do Olimpo acabou por se casar com a deusa da

beleza.

Hefesto era na mitologia romana Vulcano.


HERA Esposa de Zeus

Hera foi resgatada por Zeus do interior de Cronos. Talvez fiquem

surpreendidos por uma irmã e um irmão se poderem casar. Mas

naqueles tempos tão longínquos, em que ainda se estava a formar

o mundo e tratando-se além disso de deuses, era um costume

permitido. Hera foi sempre uma esposa exemplar e fiel ao seu

marido (embora não possamos dizer que ele fizesse o mesmo). Na

verdade, ela ficava muito zangada com as constantes traições de

Zeus. Para que possam compreender como ela era perigosa

quando ficava ciumenta, vou contar-vos o mito de lo. Um certo

dia, Zeus apaixonou-se por uma lindíssima ninfa chamada lo. A

pobre rapariga fugia do deus e, para evitar que ela fugisse, Zeus

transformou-a numa vaca. Hera ficou a saber que o seu marido

galanteava lo e decidiu vingar-se: pediu ao rei dos deuses que lhe

desse aquela vaca tão bela. Como Zeus não se podia denunciar,

teve de lha dar e assim lo foi castigada pela deusa, que enviou

atrás dela um moscardo para que a picasse constantemente. lo

percorreu terras e mares para fugir do inseto, até que por fim,

completamente exausta, Zeus teve pena dela

e voltou a

transformá-la numa mulher.

Hera, irmã e esposa de Zeus, era rainha dos deuses e dos homens,

protetora da família e das mulheres casadas. Os romanos

identificaram-na como Juno.


HERMES Mensageiro dos deuses

Hermes era outro filho ilegítimo de Zeus. Desde muito pequeno

demonstrou ter um carácter brincalhão, travesso e ardiloso,

roubando a espada a Ares, o tridente a Poseidon e o ceptro ao

próprio Zeus... Era o verdadeiro deus dos ladrões. Tanto

atrevimento fez com que os deuses se aborrecessem com ele por

algum tempo e o mandassem para fora do Olimp., Hermes foi cair

na Tessália, de onde roubou um rebanho de bois ao deus Apolo, e

escondeu-o com tanta subtileza que o próprio deus da

adivinhação não conseguia dar com ele. Por cuidar de bois, foi

chamado deus dos pastores. Apolo perdoou ao pequeno Hermes e,

agradecido, este ofereceu-lhe uma lira. Apolo correspondeu

oferecendo-lhe um ramo que tinha o poder de reconciliar os que

eram inimigos. Para o demonstrar Hermes utilizou o ramo com

duas serpentes, que ficaram enlaçadas para sempre e são o

símbolo deste deus. Hermes tinha tantas capacidades que passou

também a ser o deus dos atletas, o deus dos oradores e o do

comércio, pois inventou as medidas e os pesos.

Por ser tão rápido, Zeus nomeou-o mensageiro dos deuses e

ofereceu-lhe umas sandálias com asas para fazer com rapidez

todas as coisas de que se encarregava.

Para os romanos era o deus Mercúrio.


MIDAS

Rei da Frígia

Midas era o rei da Frígia, um homem vaidoso e cheio de cobiça,

apesar das muitas riquezas. Além disso, gostava muito de vinho e

das festas e por isso era muito amigo do deus Dionísio. Um dia, o

deus prometeu dar-lhe o dom que Midas mais desejasse neste

mundo. O rei avarento pediu então o dom de transformar tudo o

que tocasse em ouro e o deus concedeu-lho. Então Midas tocou na

porta e imediatamente a porta se transformou em ouro puro.

Louco de contentamento, mal roçou nas cortinas e estas

transformaram-se em ouro maciço e assim cada objeto em que

pusesse a mão acabava transformado em ouro. Mas quando Midas

foi comer apercebeu-se da sua insensatez: não podia levar

nenhum alimento à boca, porque a comida em que tocava passava

a ser de ouro. Midas pôs-se então a suplicar a Dionísio que o

ajudasse e o deus, ao ver que o rei tinha aprendido a lição,

recomendou-lhe que se lavasse no rio Pactolo, que a partir daí

arrastava na sua torrente pepitas de ouro.

De acordo com outra lenda, Midas foi eleito juiz num concurso

musical entre Mársias e Apolo. Ao escolher a flauta do sátiro em

vez da lira do deus, este fez com que lhe crescessem umas orelhas

de burro.


MINOTAURO

O monstro de Creta

O rei de Creta, Minos, colonizou muitas ilhas do mar Egeu criando

uma civilização próspera. Mas a desgraça ameaçou

irremediavelmente a sua família.

Poseidon enviou-lhe um touro branco para que fosse sacrificado

em seu nome, mas Minos recusou a fazer tal sacrifício. Poseidon,

encolerizado, fez com que a mulher de Minos, Pasífae, se

apaixonasse pelo touro, e dessa união monstruosa nascesse o

Minotauro, um ser metade humano e metade touro. Era além disso

extraordinariamente violento e vivia num labirinto

especialmente construído para ele. Naquele tempo, Atenas tinha

de pagar um tributo cruel ao rei Minos: todos os anos devia enviar

sete rapazes e sete donzelas que servissem de alimento ao terrível

Minotauro, pois ninguém era capaz de entrar no labirinto e matar

o monstro e era ainda muito mais difícil encontrar rapidamente a

saída. Mas, numa certa ocasião, chegou a Creta o herói Teseu, por

quem Ariadne, a filha do rei de Minos, estava apaixonada, e por

isso ajudou-o dando-lhe um novelo de lã para que fosse soltando o

fio e assim pudesse marcar o caminho. Graças à sua ajuda, Teseu

encontrou o Minotauro e matou-o, podendo sair depois do

labirinto seguindo o rasto da lã.


NARCISO O castigo da arrogância

Narciso era um homem belíssimo, mas era também um jovem

egoísta e cruel com os outros. Quem mais sofreu o desprezo de

Narciso foi a ninfa Eco. Esta rapariga não tinha a faculdade da

fala e apenas podia repetir as últimas palavras que ouvia, por

isso, quando viu Narciso, seguiu-o em silêncio, mas ele

apercebeu-se e ao ver que ela se escondia, perguntou-lhe:

- És uma mulher?

- … Mulher - foi a única coisa que Eco conseguiu responder.

Narciso gostava de atrair os outros e depois desprezá-los, por

isso falou carinhosamente com ela e quando esta ficou

apaixonada, afastou-se rindo dela. A pobre ninfa ficou triste, mas

Narciso foi castigado: alguns passos depois chegou ao rio e

inclinou-se para beber. Viu pela primeira vez a sua própria

imagem refletida nas águas e apaixonou-se por si próprio de tal

maneira que não se quis mover dali e assim, morreu de fome

enquanto contemplava um amor inatingível.

Outra lenda afirma que o adivinho Tirésias tinha predito à mãe de

Narciso o fim do seu filho na altura do nascimento, pois previu

que Narciso morreria no momento em que visse a sua imagem

refletida. No lugar onde o seu corpo caiu cresceu uma linda flor

branca que honrou o seu nome e a sua beleza.


POSEIDON Deus dos mares

Apesar da beleza que o rodeava, Poseidon não era um deus

muito belo: tinha urnas barbas e uns cabelos que o faziam

parecer mais velho e a sua pele fazia lembrar a dos peixes

pela cor e pela viscosidade. Por este motivo, quando o deus

dos mares se apaixonou pela ninfa Anfitrite, a bela rapariga

recusou casar com ele. Cheio de pena, Poseidon enviou um dos

seus encantadores golfinhos, que acabou por convencer a

jovem a ser sua esposa e também a rainha dos mares. Apesar

do seu grande amor por Anfitrite, Poseidon teve romances

com outras mulheres sobretudo com ninfas das nascentes e

das fontes. Além disso, teve sempre filhos estranhos como o

ciclope com um só olho chamado Polifemo ou o famoso cavalo

com asas chamado Pégaso.

Poseidon era outro irmão de Zeus, o que governava com o seu

tridente as águas do mar e costumava percorrer os seus

domínios num carro faustoso rodeado de golfinhos, que

davam saltos para agradar ao deus.

Poseidón é correspondente ao deus Neptuno dos romanos.


PROMETEU O ladrão do fogo

Prometeu era um Titã, isto é, descendente das primitivas e

mais remotas divindades que se confrontaram com os deuses

do Olimpo. Mas Prometeu era especial e queria muito ajudar

os homens, por isso roubou o fogo ao deus Zeus para o

entregar aos homens e assim ajudar na sua civilização. Zeus

ficou muitíssimo zangado e vingou-se enviando Pandora,

uma mulher muito bonita que trazia uma caixa no interior da

qual estavam todas as desgraças que a partir daí afligem os

homens: a guerra, o ódio, a morte, o medo... Foi esse o castigo

dos homens pela sua soberba, mas também castigou Prometeu

pelo seu atrevimento: mandou que o prendessem a uma rocha,

onde e todos os dias uma águia lhe comia as entranhas, que

lhe voltavam a crescer durante a noite para serem devoradas

no dia seguinte. Felizmente Héracles libertou-o daquele

tormento.

A Eva grega foi criada pelo deus Hefesto por ordem de Zeus

como castigo para os homens. Hefesto moldou--a com barro e

lágrimas (símbolo da dor que haveria de causar aos homens).

Cada deus do Olimpo ofereceu-lhe um dom, de onde nasceu o

seu nome: Pandora, que significa «Todos os dons».


ZEUS Rei dos deuses

Zeus considerava-se o rei dos deuses e dos homens e o seu símbolo

era o raio, que podia lançar contra os seus inimigos. A verdade é

que teve uma infância difícil, pois o seu pai, Cronos, tinha tanto

medo de ser destronado por um filho que quando algum nascia

devorava-o. Mas Zeus teve muita sorte: a sua mãe, Rea, enganou

Cronos e deu-lhe uma pedra envolta em fraldas dizendo que era o

seu filho. Cronos comeu a pedra sem se aperceber e Rea conseguiu

deixar o menino ao cuidado de umas ninfas. Quando Zeus cresceu,

lutou contra o pai numa terrível batalha da qual saiu vencedor e

assim pôde libertar os outros irmãos (exatamente os que Cronos

tinha devorado, porque os deuses são imortais). Então Zeus

dividiu o reino com os seus irmãos. Mas falaremos deles mais

tarde. De Zeus conta-se que era um sedutor inveterado e que teve

muitíssimas histórias de amor com outras deusas e até com

mulheres mortais. A sua esposa, que era sua irmã, Hera, ficava

desesperada de cada vez que Zeus tinha um filho com outra

mulher, mas o rei dos deuses protegia sempre cada um dos seus

filhos.

Deus do céu e senhor dos deuses, Zeus fazia com que reinasse na

terra a ordem e ajustiça.

Os romanos adotaram-no com o nome de Júpiter.


DEMÉTER Deusa da agricultura

Divindade

da

celebravam-se

terra

no

fecunda,

seu

os

santuário

mistérios

de

Elêusis.

de

Os

Deméter

romanos

identificaram-na com a deusa Ceres.

Deméter era irmã de Zeus e, tal como outros deuses, foi libertada

do estômago de Cronos. Esta deusa é sempre representada com

uma coroa de espigas e com uma papoila na mão, pois é a

protetora das colheitas de cereais e ensinou aos homens a cultura

do trigo. Deméter só tinha urna filha, chamada Perséfone, por

quem tinha um grande carinho. Um dia, Hades, o rei dos infernos,

viu a rapariga e esta pareceu-lhe tão bonita que ficou de tal modo

apaixonado por ela que abriu a terra e levou-a consigo. Deméter

agiu então como uma mãe desesperada e procurou a sua filha

durante muitos dias e noites.

Quando descobriu onde ela estava, desceu aos infernos

descuidando os seus deveres de deusa, e por isso, a terra ficou

seca e estéril, sem flores nem frutos. Zeus viu que os homens

precisavam de colheitas e pediu a Hades que devolvesse Perséfone.

A partir desse momento, a rapariga passa oito meses do ano com

a mãe e

a terra floresce com a sua alegria, mas tem de estar

quatro meses com Hades, seu marido, e nessa altura a terra fica

deserta e sem vida, momento a que os mortais chamam inverno.


HÉSTIA Deusa do lar

Héstia era a irmã mais velha de Zeus, outra das deusas libertadas

do estômago de Cronos. O carácter desta deusa defensora do fogo

do lar era muito tranquilo e uma vez que o seu mundo estava

entre as quatro paredes das casas protegendo os seus habitantes e

fazendo com que reinasse a harmonia no lar, quase não aparece

em mitos ou em lendas. Por isso também esta deusa era

representada com uma humilde túnica que lhe cobria a cabeça.

Héstia é a personificação da Mãe Terra, que, com o seu calor,

mantém a vida e dá origem aos frutos. O seu carácter de pureza,

raro nos mitos gregos, pode representar a santidade da terra,

que, apesar das imundícies que recebe, é fonte de purificação para

o mundo.

Os romanos por sua vez deram muita importância a Héstia, à qual

chamavam Vesta, e havia uma grande quantidade de templos a ela

consagrados e guardados por sacerdotisas chamadas vestais. Era

muito difícil chegar a ser vestal: deviam ser raparigas sem

qualquer defeito físico, muito belas, e além disso tinham de fazer

voto de castidade permanente. Em contrapartida, eram

respeitadas até pelos magistrados, que se afastavam e se

inclinavam para as deixarem passar.

Eram encarregadas de

manter sempre aceso o fogo sagrado que representava a

perpetuidade do império Romano.


DIONISO Deus do vinho

Quando Zeus se apaixonou por Sémele, Hera aproximou-se da

mulher e disse-lhe que o grande deus só lhe provaria o seu

amor se se apresentasse perante ela com todo o seu esplendor.

A pobre jovem acreditou no que Hera lhe disse e pediu a Zeus

que aparecesse com toda a sua majestade. Assim, o rei

apresentou-se tão brilhante com os seus raios que fulminou

Sémele, mas Zeus conseguiu salvar o filho que ela trazia nas

entranhas metendo-o entre a pele de uma coxa até passarem

os nove meses de gestação. O pequeno Deus era Dioniso e foi

criado pelos faunos. Este deus era alegre e boémio, deus da

vegetação, da videira e do vinho, e gostava de dançar e das

festas. Dionísio era um deus complacente, mas numa certa

ocasião aborreceu-se com algumas mulheres que não queriam

prestar-lhe culto e celebrar a sua festa. Para se vingar,

enlouqueceu essas mulheres, chamadas Bacantes, que

acabaram por vaguear pelas florestas, despenteadas e

desorientadas, dançando uma dança sem fim em honra de

Dionísio.

O culto a Dioniso contribuiu para o desenvolvimento da

tragédia e da arte lírica. Também chamado Bakkhos pelos

gregos, os romanos transformaram-no no deus Baco.


HADES Deus do inferno

Hades era o irmão mais novo de Zeus, por isso, quando o mundo foi

dividido, calhou-lhe a parte mais escura e triste: o mundo subterrâneo

dos infernos, lugar escuro e funesto habitado por sombras. Aquele deus

tinha um carácter cruel e feroz, tal como o vigilante das portas do

inferno: um cão de três cabeças e cauda de dragão chamado Cérbero,

que impedia os vivos de entrar e não deixava sair os mortos. No

entanto, esta regra teve algumas exceções: Perséfone, por exemplo,

passava quatro meses no inferno s e oito na terra. Alguns heróis, como

Héracles e Odisseu, desceram aos infernos e conseguiram sair dali.

Orfeu, um poeta e músico casado com a bela ninfa Eurídice, também o

fez. Para desgosto de Orfeu, um dia Eurídice morreu, mas ele desceu

aos infernos para pedir que ela regressasse viva. As suas poesias e

canções eram tão belas que até Hades se comoveu e deixou que Eurídice

fosse levada por Orfeu na condição de que ele não voltasse a cabeça

para olhar uma única vez até ter saído do inferno. Orfeu não conseguiu

resistir à curiosidade e voltou-se, perdendo assim a sua amada

Eurídice, desta vez para sempre.

Embora não houvesse prece que o aplacasse, Hades não era um deus

maligno. A sua versão romana, Plutão («o rico»), era mais suave

porque se considerava que era ele que proporcionava as riquezas do

mundo. Nos infernos julgava-se a vida dos que tinham morrido e em

função da vida decidia-se o seu destino: o Eliseu para as almas boas ou

o Tártaro para as almas más.


EROS Deus do amor

Inicialmente dizia-se que era filho de Caos e que incarnava a harmonia

e a criatividade, mas logo se considerou que era filho de Afrodite e

passou a ser visto como um jovem apaixonado que andava sempre

acompanhado por Hímero (o desejo).

Eros tinha um irmão gémeo, Anteros, deus do amor correspondido,

representado como um jovem que cresce quando estava ao lado de Eros

e que se a transforma num menino pequeno quando não está com ele.

Quando nasceu, Zeus, conhecedor das suas artes de sedução e das suas

mentiras, ordenou a Afrodite que o fizesse desaparecer. A deusa

escondeu-o nas florestas, onde foi amamentado por leões e tigres.

Quando cresceu, construiu um arco e algumas fechas de madeira para

si próprio e treinou-se disparando contra os animais. Eros tinha asas

para dar a entender que a paixão amorosa não dura muito e é volátil.

Além disso, tinha os olhos vendados, pois diz-se que o amor é cego e

que os apaixonados nunca veem defeitos naquele que é objeto do seu

amor. Eros andava armado com um arco e algumas flechas mágicas de

ouro e todo aquele que fosse ferido por elas ficava profundamente

apaixonado, mas também possuía flechas de chumbo, que eram

portadoras do ódio. Entretinha-se a disparar as suas flechas contra os

deuses ou contra os mortais, fazendo-os sofrer de mal de amores em

muitas ocasiões - como aconteceu a Apolo com a formosa Dafne -,

embora também simbolizasse a paixão pura que concede a felicidade.

Este deus é mais conhecido com o seu nome romano, Cupido. Os

romanos representaram--no como um menino travesso, brincalhão e

mentiroso.


HÉRACLES O poder da força

Héracles era filho de Zeus com uma mortal e, portanto, era

considerado um semideus. Este herói tinha uma força

sobre-humana, de tal modo que se adornava com a pele de um leão

que tinha matado com as próprias mãos. Media quatro côvados,

isto é, dois metros bem medidos. Não existia nenhuma façanha ou

proeza que Héracles não conseguisse ultrapassar, entre elas os

famosos doze trabalhos, dos quais contaremos um episódio. Em

certa ocasião, Héracles foi encarregue de conseguir o cinturão da

rainha das Amazonas, chamada Hipólita. As Amazonas eram uma

tribo de mulheres guerreiras filhas de Ares, o deus da guerra.

Sobressaíam pela sua coragem e pela sua força, pelo seu bom

manuseamento do arco e por serem cavaleiras experientes. Além

disso, caracterizavam-se pelo seu ódio aos homens, de modo que

matavam os seus filhos varões e só educavam na luta as meninas.

Héracles entrou em guerra contra as hostis Amazonas matando

muitas delas e conseguiu prender Hipólita tirando-lhe à força o

cinturão, que era o símbolo do seu poder.

Os doze trabalhos de Hércules (nome latino de Héracles)

proporcionaram-lhe uma enorme fama no mundo grego, mas

participou em muitas outras aventuras arriscadas, a maior parte

delas iniciadas com o desejo de acabar com a tirania e os crimes do

mundo.


ODISSEU O guerreiro astuto

A guerra entre Troia e a Grécia já durava há dez anos e

parecia nunca mais ter fim, quando o grande herói Odisseu

teve urna ideia: fariam com que os troianos acreditassem que

se rendiam e deixar-lhes-iam, como se fosse urna oferta à

deusa Atena, um enorme cavalo de madeira. Mas o cavalo era

urna armadilha, porque Odisseu mandou construir esse cavalo

de madeira oca por dentro e com uma portinhola camuflada

para que no seu interior se pudessem esconder os melhores

soldados do seu exército. Assim o fizeram e os troianos,

pensando que tinham ganho a guerra e que os gregos se

tinham retirado, meteram o cavalo na cidade e fizeram uma

magnífica festa onde comeram e beberam mais do que a conta.

A meio da noite, quando os troianos dormiam, os soldados

gregos saíram do interior do cavalo e tomaram a cidade.

Assim terminou esta longa guerra, demonstrando que o

engenho é mais útil do que a força. Odisseu é o protagonista

do poema épico A Odisseia, de Homero, que narra as aventuras

e desventuras de Ulisses desde a guerra de Troia até ao seu

regresso, anos depois, a sua casa em Ítaca, para junto de sua

mulher Penélope e de seu filho Telémaco.

O nome latino de Odisseu é Ulisses.


ARACNE O castigo da vaidade

Aracne era uma jovem bordadeira da cidade de Colofón.

Tinha muita habilidade para a costura e era

considerada das melhores, mas era também demasiado

soberba e orgulhosa: tanto que um dia, diante de todos

achou que era melhor tecelã do que a própria deusa

Atena. Então a deusa apresentou-se diante dos mortais

e Aracne desafiou-a para uma competição para ver

qual delas bordava melhor. O bordado de Atena

representava os deuses do Olimpo em todo o seu

esplendor, mas Aracne, embora o tivesse feito com

mestria, apresentou um quadro onde os deuses eram

ridicularizados, o que provocou a ira da deusa, que,

nesse instante, transformou a jovem orgulhosa numa

aranha, que, desde essa data, borda sem descanso a sua

teia. Esta fábula inspirou o pintor Velázquez para o

seu famoso quadro «As Fiandeiras».


ORFEU Na mitologia Grega, Orfeu, além de poeta, era músico e cantor. Cantava

e tocava tão bem que até mesmo os animais, as rochas e as árvores

dançavam suas músicas.

Era filho de Calíope, musa da poesia épica, e do deus Apolo. Foi Apolo

quem deu a Orfeu a sua primeira lira, o instrumento musical que ele

sempre levava consigo.

Perdidamente apaixonados, Orfeu e Eurídice resolveram casar-se, no

entanto, pouco antes do casamento, Eurídice foi mordida por uma

cobra, ao tentar fugir de um admirador e morreu.

Profundamente triste, Orfeu resolveu descer ao mundo de mortos e

pedir a Hades, deus dos mortos, e sua esposa Perséfone, o regresso da

sua amada. Comovidos com a história e extasiados com sua música de

sua lira, ambos resolveram devolvê-la com uma condição: que não

olhasse para ela até chegarem ao mundo superior.

Ao sair do mundo dos mortos, e desconfiado do acordo com o deus do

mundo inferior, resolveu olhar para trás e conferir se a sua amada o

seguia. Ao desobedecer a Hades e Perséfone, Eurídice foi levada ao

mundo dos mortos, sem previsão de volta.

Com uma tristeza profunda, Orfeu ficou deaambulando durante dias

sem comer e beber. Depressivo, resolveu nunca mais amar nenhuma

mulher, o que levou a fúria das ménades (bacantes) que tentavam

conquistá-lo.

Reza a lenda que Orfeu foi sepultado junto do monte Olimpo e ali, onde

jaziam os seus restos mortais, os rouxinóis entoaram belas canções.


PANDORA Zeus estava muito zangado com as pessoas, que viviam tão felizes com

o fogo que Prometeu lhes dera. E decidiu castigá-las. Pediu aos outros

deuses que o ajudassem a fazer uma mulher especial. Quando

terminaram, ela era muito bonita: era inteligente e sabia tocar música

maravilhosamente. Zeus deu-lhe o nome de Pandora.

Pandora casou com Epimeteu e Zeus deu-lhes uma caixa fechada à

chave e bem amarrada.

– Levem esta caixa e mantenham-na num local seguro. Devo avisar-vos

– disse Zeus – de que nunca a devem abrir.

Pandora era muito feliz com o seu novo marido. O mundo era

maravilhoso.

Mas Pandora sentia curiosidade em relação à caixa fechada e, quanto

mais pensava nisso, mais queria saber o que ela continha e um dia,

depois decidiu abri-la.

Quebrou o cadeado com uma ferramenta. Em seguida, mal ousando

respirar, levantou a tampa devagarinho. Antes que pudesse olhar lá

para dentro, ouviu-se um barulho horrível de pranto. Pandora deu um

salto para trás, aterrorizada. Da caixa saía, em torrente, todo o tipo de

coisas horríveis. Havia ódio e inveja, crueldade e raiva, fome e pobreza,

dor e doença, velhice e morte.

Pandora tentou fechar a tampa, mas era tarde de mais. Depois, uma

última coisa, muito pequena e bonita, saiu da caixa. Era a esperança.

Agora as pessoas sofreriam todos os tipos de coisas horríveis, mas,

porque tinham esperança, nunca desesperariam.


CRONOS Deus dos Titãs e Rei do Tempo

Cronos na mitologia grega, é o mais jovem dos titãs, filho de Urano, o

céu estrelado, e Gaia, a terra. Cronos era o rei dos titãs e o grande deus

do tempo.

A pedido de sua mãe tornou-se o senhor do céu, castrando o pai com um

golpe de foice.

Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos: três

mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três homens, Hades, Posídon e Zeus.

Como tinha medo de ser destronado por causa de uma maldição de um

oráculo, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos, exceto

Zeus, que Reia conseguiu salvar enganando Cronos ao enrolar uma

pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.

Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para

esse feito o apoio de Métis - a Prudência. Esta ofereceu a Cronos uma

poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.

Então Zeus tornou-se senhor do céu e divindade suprema da terceira

geração de deuses da mitologia grega, ao banir os titãs para o Tártaro

e afastar o pai do trono. Zeus prendeu-o com correntes no mundo

subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada,

pelos seus irmãos, os titãs, que tinham pensado poder reconquistar o

poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.


POLIFEMO

Os ciclopes são gigantes imortais com um só olho no meio da testa. Um dos

ciclopes importantes na mitologia grega foi Polifemo.

A vida pacata de Polifemo foi interrompida quando Odisseu (Ulisses, na

mitologia romana) e seus homens desembarcam na terra dos ciclopes

procurando comida durante a viagem de Troia de volta para casa. Odisseu e

os seus companheiros entraram no antro de Polifemo procurando comida e

bebidas, não sabendo que se tratava do local onde o ciclope dormia e

guardava as suas ovelhas.

Quando Polifemo regressa, fecha a caverna com uma rocha enorme,

aprisionando os marinheiros. Ofegantes, frente à figura do gigante de um

olho só no meio da testa, eles revelam a sua presença. O ciclope agarra dois

homens e devora-os, continuando a devorar dois homens de cada vez.

Odisseu, então, arranja um plano para todos escaparem e oferece vinho a

Polifemo, que pergunta quem lhe oferece a bebida, ao que Odisseu responde:

"

"

Foi Ninguém

.

Quando Polifemo adormece devido à bebida, Odisseu e seus homens afiam

uma vara e espetam-na no olho do ciclope, cegando-o.

No dia seguinte, Polifemo abre a caverna para deixar sair as ovelhas,

verificando com o tato se são realmente ovelhas ou os prisioneiros. Porém,

estes escondem-se, segurando-se por baixo das ovelhas, conseguindo

escapar. Polifemo, ao aperceber-se da fuga, grita que

"

cegado

"

Ninguém o

tinha

aos seus companheiros ciclopes, mas estes ignoram-no.

O ciclope furioso pede a seu pai Poseidon que se vingue de Odisseu,

amaldiçoando os gregos. Poseidon atende, atormentando Odisseu durante o

resto da viagem até casa.


PIGMALIÃO E GALATEIA

Pigmalião era rei do Chipre e um hábil escultor. Os seus namoros com as

mulheres cipriotas levantaram vários problemas, pois escolhia sempre as

mulheres erradas. Via tantos defeitos e indecências nessas mulheres que

começou a abominá-las. Sentindo-se muito deprimido decidiu que nunca se

iria casar e optou por viver isolado e imerso no

seu trabalho de escultor.

Passou a dedicar todo o seu tempo livre a talhar e, como não era insensível à

beleza feminina, usando habilidades requintadas, esculpiu uma figura

feminina em marfim, a mulher ideal, para lhe fazer companhia. A figura

esculpida era de uma beleza tão grande e parecia tão viva, que Pigmalião se

apaixonou pela sua criação – Galateia.

Pigmalião estava totalmente envolvido pela estátua, dando-lhes presentes,

colocando anéis nos seus dedos, colares, joias, belas roupas, assim, como

também cercava de carinhos, beijos, carícias aquela que era agora sua

esposa, embora não se conformasse que aquela beleza fosse apenas de

marfim e o facto de ser uma imagem sem vida entristecia cada vez mais o

artista.

Depois de passar dias admirando a obra, sem comer, dormir ou beber, ele

implorou a sua morte, mas tal não aconteceu. A deusa Afrodite teve muita

pena dele e comovida com o amor de Pigmalião, não encontrando na terra

mulher semelhante à Galateia, concedeu vida à estátua.

Um dia, quando toca a estátua e a beija, Pigmalião percebe que agora ela tem

vida, seus dedos tocavam uma pele macia e quente, e seus lábios beijavam

lábios vivos. Quando a estátua, agora uma mulher de verdade, sente os beijos

do amado, fica ruborizada, abre os olhos e vê diante de si um homem que a

ama e imediatamente lhe corresponde. Com a bênção de Afrodite, Pigmalião e

Galateia casaram-se e viveram felizes para sempre.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.