Decifre o QR Code

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informática CORREIO BRAZILIENSE Brasília, terça-feira,12 de maio de 2009 Editor: Renato Ferraz renatoferraz.df@diariosassociados.com.br e-mail: informatica.df@diariosassociados.com.br Tel: 3214 1184

COM A POPULARIZAÇÃO DO CELULAR, O CÓDIGO DE BARRAS BIDIMENSIONAL COMEÇA A APARECER EM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E EM CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS

FERNANDO BRAGA

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iante da prateleira do supermercado repleto de produtos, você pega uma caixa de cereal e busca informações sobre as substâncias nutricionais contidas nele. Vire, mexe, procura e nada. Estampado na lateral, você se depara então com um código — diferente daqueles de barra que estamos acostumados a ver. Tira o celular do bolso, ativa a câmera e clica. Pronto! Imediatamente na tela do telefone surge a informação que você queria, além de sugestões de receitas, outros produtos do fabricante e o telefone do serviço de atendimento ao cliente. A cena, que para muitos pode parecer tirada de um filme de ficção, já é realidade em países da Ásia e aos poucos chega ao Ocidente — inclusive, é óbvio, no Brasil. A novidade tem o nome de QR Code (abreviação de resposta rápida, em inglês), ou Código Binário (2D), e tem todo o potencial para substituir as tradicionais barrinhas em produtos, etiquetas e diversas outras aplicações no mercado. Ele consegue, por exemplo, guardar um volume maior que os selos de identificação atuais. Enquanto o código convencional permite incluir apenas 13 dígitos numéricos, o QR Code armazena até 7.089 caracteres e ainda pode usar dígitos alfanuméricos. Além disso, aumenta consideravelmente a interatividade do cliente com o produto. Tanto que as agências de publicidade logo enxergaram as inúmeras possibilidades oferecidas pelo recurso e hoje é fácil encontrar anúncios em revistas e jornais que trazem o distinto código estampado em campanhas de carros, operadoras de telefonia, refrigerantes, redes de hotéis, entre outros segmentos — onde uma infinidade de marcas querem atiçar a curiosidade de seu público-alvo. Para decifrar a mensagem que está por trás dos QRs Codes basta ter um celular equipado com uma câmera e um software de leitura instalado que pode ser baixado gratuitamente (veja

na página 3) na internet. Então, de forma automática, a informação — seja ela números, textos ou endereços de sites — salta na tela do telefone, ficando à disposição para que o usuário leia, guarde ou jogue fora. “No caso específico da publicidade, ele pode ser um excelente recurso para aliar a comunicação impressa com o meio digital”, explica o professor de Novas Tecnologias da Comunicação da FAAP, de São Paulo, Eric Messa. Messa utiliza as vantagens do código binário para divulgar seu blog desde que o conheceu os recursos. “Em vez de digitar todo o endereço, basta posicionar o celular na frente da imagem. Isso facilita, por exemplo, o acesso pelo celular”, conta o publicitário, que também tem o QR Code com o link do blog em cartões de visita, camisetas, canecas, sacolas e em perfis de redes sociais, como o Twitter. Além disso, ele propõe trabalhos para seus alunos que levem em consideração a utilização da ferramenta. “A simples aplicação desse recurso na comunicação nos dias de hoje acaba por agregar valores de modernidade e tecnologia para a marca anunciante”, opina. Outro ponto importante do QR Code é a durabilidade, já que não perde facilmente a leitura, algo que acontece com frequência quando o papel com código de barra amassa. “Ele tem tudo para se tornar o sucessor das atuais barras, já que funciona como ferramenta para utilidade e entretenimento”, acredita Vinícius Vasconcelos, diretor comercial da Trevisan Tecnologia, empresa que desenvolve soluções para o código e tem exclusividade na distribuição gratuita do i-nigma (www.i-nigma.com), leitor de imagens em 2D mais utilizados no mundo, com 60 milhões de usuários. O aplicativo está presente nos telefones de 20 mil brasileiros e é compatível com cerca de 250 modelos. Segundo a empresa, o número de usuários deve alcançar 500 mil até o fim deste ano. O executivo cita ainda outros segmentos que estão tirando proveito do recurso, como o mercado editorial, bens de consumo e entretenimento (indústria fonográfica e de cinema).

CADA CÓDIGO AO LADO TEM UMA CURIOSIDADE SOBRE O QR CODE. SE SEU CELULAR TEM CÂMERA, INSTALE UM LEITOR E DESCUBRA O QUE HÁ POR TRÁS DE CADA IMAGEM

LEIA MAIS SOBRE QR CODE NA PÁGINA 3


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INFORMÁTICA TELEFONIA APRENDA A GERAR CÓDIGOS BIDIMENSIONAIS PARA PROMOVER PRODUTOS OU APENAS AUMENTAR O SIGILO NO ENVIO DE MENSAGENS. PARA FAZER A LEITURA É PRECISO TER UM SOFTWARE INSTALADO NO CELULAR Eric Messa/Divulgação

I N F I N I TA S O PROFESSOR ERIC MESSA LEVA ESTAMPADO NA CAMISETA UMA IMAGEM DO CÓDIGO QUE DÁ ACESSO AO LINK DE SEU BLOG: MANEIRA DE ATIÇAR A CURIOSIDADE

POSSIBILIDADES

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e s e n v o l v i d o em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave, o código bidimensional foi criado, inicialmente, para catalogar diferentes partes na construção de veículos e melhorar a logística dentro de fábricas. Logo depois, diversas empresas também adotaram o recurso, principalmente para identificação de produtos em estoques e de entrada e saída de pessoas em estabelecimentos. A FiveCom, especialista em desenvolvimento de soluções para web 2.0, resolveu embarcar na novidade e refez o crachá dos 15 funcionários da empresa com o código bidimensional estampado. “Basta tirar uma foto com o celular para ter acesso a toda lista de informações dos contatos do (Microsoft) Outlook, como email, nome completo, ramal etc. Depois, é só salvar os dados no telefone e pronto”, explica o diretor da FiveCom Leonardo Dias. “Assim, fica muito mais fácil, tanto que já vamos começar a pro-

Luciana Couto/FiveCom/Divulgação

duzir cartões de visita com a ferramenta”, emenda. No exterior, companhias áreas como a Air Canada e a Air Berlin já emitem a confirmação para a emissão do cartão de embarque por de uma imagem em QR Code. Dessa forma, ao chegar ao aeroporto, basta o passageiro posicionar a imagem do celular diante de um totem que faz a leitura do código para ter o cartão com todas as informações impresso automaticamente. Porém, com a popularização do celular, a novidade se disseminou e saiu apenas do círculo corporativo e chegou ao usuário comum. Hoje, basta ter um telefone equipado com uma câmera simples (até mesmo VGA) para conseguir fazer a leitura das imagens em 2D. Para entrar “na onda”, basta baixar o software leitor gratuitamente para o seu celular e usar o gerador online — igualmente gratuito — para criar códigos em diversos tamanhos. Entre os softwares mais populares, o i-nigma é uma boa sugestão de leitor, já que é compatível

GERADORES DE IMAGENS BeeTagg http://generator.beetagg.com Tec-IT http://tinyurl.com/5rqmgg Kaywa http://qrcode.kaywa.com geram os códigos, sejam eles de URLs, textos curtos, números i-nigma www.i-nigma.com

CRACHÁ COM QR CODE: OS DADOS SÃO ARMAZENADOS NO CELULAR com 150 modelos de celulares de diversas marcas comercializadas atualmente no país. Para utilizálo, basta entrar no site pelo celular (www.i-nigma.mobi), que o aplicativo identifica automaticamente o modelo de aparelho, faz

o download e instala o programa sem nenhum custo. No entanto, uma coisa é certa. Para popularizar o serviço, a ferramenta já deve vir embutida no aparelho, já que muitos usuários não se familiarizam com o pro-

cesso de download e instalação via celular. Por isso, alguns fabricantes já os oferecem embarcados nos modelos mais atuais. É o caso da Nokia, que oferece um leitor específico para fazer o reconhecimento desses símbolos nos modelos mais recentes da marca, como o N95 8G. “Achamos que a adoção do QR Code tende e a se acelerar nos próximos anos. No entanto, cremos que o fabricante

também tem uma importante função para a adoção dessa ferramenta em maior escala”, defende o diretor de vendas de serviços da Nokia, Fiore Mangone.

Sites geram códigos

Quem pensa que criar um código bidimensional com alguma informação por trás é uma tarefa complicada está enganado. Vários sites na internet fazem a geração da imagem em 2D. A única coisa que o usuário deve fazer é escrever em uma caixa de diálogo o texto, número ou URL que se deseja criar e pronto. O site i-nigma (www.inigma.com), por exemplo, é bastante prático e faz automaticamente a geração da imagem e a disponibiliza para que o usuário faça o seu download e a compartilhe da maneira que preferir: publicando-a em blogs e sites ou enviado por e-mails ou MMS. Outros sites, como o BeeTagg (http://generator.beetagg.com), o Kaywa (http://qrcode.kaywa.com) e oTec-IT (http://tinyurl.com/5rqmgg) fazem o mesmo serviço e geram uma imagem no formato JPG.


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