6ª edição revista eoptimismo

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CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO

A FRAGMENTAÇÃO DOS RELACIONAMENTOS

DEPRESSÃO: UM PROBLEMA TAMBÉM DA ADOLESCÊNCIA

INTROVERTIDO OU EXTROVERTIDO?

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA?

E MUITO MAIS NESTA EDIÇÃO Não perca também a oportunidade de ganhar o livro “Estilo de Vida Saudável” de Vanessa dias. Veja como no interior

AFINAL... NÃO É O AMOR QUE CONTA? SIM, É O AMOR QUE CONTA!

da revista.


EDITORIAL

Revista eOptimismo

REVISTA EOPTIMISMO – 6ª EDIÇÃO – DEZEMBRO 2013

Coordenação editorial André

Vicente,

Ricardo

Sousa Fonseca Grafismo

Olá Otimistas

André Vicente

É com muita alegria que vos fazemos chegar a 6ª edição

Autores

da Revista eOptimismo.

Alcino Rodrigues, Amaro

Nós vivemos em dados momentos da nossa vida,

Figueiredo,

situações menos positivas e ao mesmo tempo na nossa

Fonseca,

sociedade existem temáticas que tendo um cariz menos positivo, podem ser interpretadas de forma positiva, aliando uma dose de otimismo, confiança e esperança. Assim, nesta edição, os nossos colaboradores abordaram temáticas que, nos dias de hoje, têm uma componente menos positiva, incutindo a sua perspetiva com o seu

Ana Ana

Isabel Pereira,

Eveline Carvalho Cunha, João

Nuno

Delgado,

Maria Nascimento Cunha, Maria

Rodrigues

Pinto,

Pedro Melo, Pedro Pinto, Rafael

Leandro,

Sandra

Andrade, Vanessa Dias.

contributo otimista, apresentando novas formas de viver,

Contacto

integrar e aceitar essas situações.

eoptimismo@gmail.com

Abordamos situações que se inserem em variadas áreas da nossa vida, da adolescência à terceira idade, da

Nota editorial: Todos os artigos são

saúde à política. Também criamos nesta edição uma

da exclusiva responsabilidade dos

nova secção, relacionada com associações que com os

eOptimismo

seus

autores

não

sendo

responsável

a

pelo

seus projetos promovem o otimismo e a felicidade.

respetivo conteúdo.

Partilhamos também algumas sugestões literárias e de

exceto referência contrária, foram

eventos que se realizarão nos próximos meses.

explícita ao seu autor ou direitos de

As imagens incluídas nesta edição, retiradas da internet sem referência imagem/publicação

Desejamos a todos um feliz Natal e um ano de 2014

associados.

Em caso de deteção de foto ou imagem que viole o legalmente

repleto de otimismo!

estipulado deverá o mesmo ser comunicado

Boa leitura.

à

Coordenação

Editorial desta Publicação para remoção/alteração do conteúdo.

2


NESTA EDIÇÃO: 5

INTROVERTIDO OU EXTROVERTIDO?

8

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA?

11

DEPRESSÃO: UM PROBLEMA TAMBÉM DA ADOLESCÊNCIA

14

A FRAGUEMENTAÇÃO DOS RELACIONAMENTOS

17

SINAL DE ALARME: UMA QUESTÃO DE AMOR

20

AFINAL... NÃO É O AMOR QUE CONTA? SIM, É O AMOR QUE CONTA!

27

POLÍTICA: UMA VISÃO “OTIMALISTA”

31

DESEMPREGO: FATOR DE MUDANÇA PARA UM NOVO MODO DE VIDA

36

“AMOROTERAPIA” E (DES)CRISE SOCIAL

39

TERCEIRA IDADE: À PROCURA DE UMA NOVA PERSPECTIVA

43

CRESCIMENTOPÓS-TRAUMÁTICO

47

ESPALHAR A ALEGRIA DE VIVER

55

APONTAMENTOS PARA O DIA-A-DIA

58

ENTREVISTA “A OTIMISTA”: ALEXANDRE CROF MAIS: 60 – OTIMISTA… POR ASSOCIAÇÃO AFA; 64 – CURTAS; 66 – 2013 O ANO EM REVISTA; 72 – AGENDA; 75 – PASSATEMPO "ESTILO DE VIDA POSITIVO"

3


“Moro na favela, Cinco de julho, Não tenho inveja de nada E nem um pouco de orgulho. Só quero uma vida digna, Para ofertar a meus filhos, Assim não vão para o mundo do crime E sim caminhar nos bons trilhos. Me corta o coração, Quando minha filha estende a mão Querendo algo pra comer, E nem tenho um pedaço de pão. Quando a fome se aproxima, É então que fico calado, Entro em desespero, Mas não fico igual à um abobado. Vejo meus vizinhos Almoçando e se alimentando E eu pobre inútil Caido e quase parando. Assim eu não aguento Me ponho a chorar Tristeza Tristeza de não se acabar. É, mas esta história Não termina com o final feliz Como os contos de fadas, E sim termina com a sentença de um juiz. Só fica o sonho De tudo mudar De ter um emprego Pra me ajeitar. E aqui eu continuo Sem trabalhar Com fome a passar E ter que esperar um emprego chegar.” Por Ednei Fagundes


INTROVERTIDO OU EXTROVERTIDO? POR PEDRO PINTO

O

que é ser introvertido ou extrovertido?

SABIA QUE ENTRE UM TERÇO E METADE DA POPULAÇÃO MUNDIAL

Segundo o dicionário online da Priberam, um introvertido é aquele “Que ou quem tem tendência de dirigir para o interior a sua atenção e as suas emoções.” Mas será que é apenas isto ou vai muito mais além?

SÃO INTROVERTIDOS? Agora poderá pensar: ah, um introvertido é alguém que é tímido! Está totalmente errado, um tímido é-o; tem timidez que é o medo do julgamento social, no fundo algo nefasto enquanto ser introvertido tem que

Sabia que entre um terço e metade da população mundial são introvertidos? 5


Introvertido ver com a forma como estes respondem aos estímulos externos, incluindo os sociais.

Pode ser visto como: Preguiçoso

Para falar de introvertidos temos que mencionar os extrovertidos, aqueles que supostamente são a fação dominante, e em que a sociedade está formatada para que assim sejamos: extrovertidos, com capacidade para nos relacionarmos com várias pessoas, trabalhar em equipa, ter conversas de circunstância. No fundo estes são vistos pelos seus pares como líderes, o formato que devemos seguir para ter sucesso e sermos admirados.

Aborrecido “Burro” Demasiado imiscuído nos seus pensamentos

No trabalho: Trabalha de uma forma mais lenta (ponderada);

Acho interessante a sociedade, ao preconizar estes estigmas, visto que se pensarmos bem, e embora sejamos programados para ser extrovertidos – mesmo sendo introvertidos – são estes últimos a ter as melhores notas e os mais inteligentes – embora, à partida se possa pensar o oposto.

Uma tarefa de cada vez; Bom em concentrar-se.

Socialmente: Prefere direcionar a sua energia para os amigos chegados e colegas mais próximos;

A personalidade ideal, segundo a nossa sociedade, altamente formatada, é ser:

Ouve mais do que fala; Expressa-se melhor por escrito; Preferem as conversas profundas em detrimentos das superficiais;

Extrovertido;

Dominante;

Confortável sendo o centro das atenções.

Recarregam “as baterias” E se lhe disser que grandes personagens da nossa história eram introvertidos? Duvida? Então pense em Eleanor Roosevelt, Rosa Parks ou mesmo Ghandi. Há que olhar para além das aparências, do óbvio.

estando sozinhos.

Com isto não se preconiza que deixemos de nos relacionar, que se proceda a um isolamento, que as nossas crianças não sejam ensinadas a relacionar-se, que nas empresas deixem de existir equipas: nada 6


Extrovertido disso! O que pretendo referir é o facto de se prestar mais atenção aquelas pessoas que precisam de estar em ambientes com menos estímulos, ondem possam ser criativos e depois inseri-los com os extrovertidos; sim, porque é da multiplicidade que advém a capacidade de novas soluções e avanços, sejam estes de que tipo possamos imaginar. Talvez os introvertidos não devam continuar a ser vistos como “bichos-do-mato” por ser na solidão que recarregam as baterias, visto que para alguns estar assim é como o ar que respiram, como uma necessidade, tal como os extrovertidos que recarregam as suas baterias com os estímulos externo

Prefere: Ação em detrimento da contemplação; Correr riscos em vez da ponderação; Certezas do que dúvidas; Decisões rápidas, mesmo correndo o risco de errar

No trabalho: Trabalha rapidamente; Executa multitarefas; Corre riscos (precipitados); Tende a buscar como

A ideia subjacente a esta exposição é positiva, é de elucidar, levantar o véu sobre um tema menos abordado; claro que não existem 100% introvertidos ou extrovertidos, inclusive existem ambivalentes, aqueles que estão no meio da escala. Todos nós podemos ter características de ambos, ainda que nos possamos situar maioritariamente num dos lados.

recompensa dinheiro e status.

Socialmente: Confiante; Dominante; Pensa em voz alta; Falador; Recarrega “as baterias”

O desafio é pensar um pouco na sua personalidade, na de quem o/a rodeia e pensar em tudo que foi dito: será que quem está à sua volta é, na verdade, introvertido ou extrovertido?

socializando.

Independentemente do seu traço de personalidade, todos devemos saber reconhecer melhor o outro, respeitá-lo, conhecer as suas necessidades e podermos de uma forma saudável viver em sociedade; afinal, fazemos todos parte deste planeta, sempre, de uma forma positiva. 7


GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA? POR ANA ISABEL FONSECA

A

dolescentes. Crianças, ainda. Irrevogavelmente infantis, ostentamos porém ares de uma almejada maturidade. Mantemo-nos, todavia, no lance intermédio que, subindo, nos permite atingir a idade adulta, a maturidade, a consequente e expectada independência; recuando, ao invés, regredimos de mentalidade até à basicidade de uma mente ingénua, inerente a qualquer criança.

REFLITA: SE A SUA FILHA SE SENTASSE AO SEU LADO NESTE MOMENTO E LHE DISSESSE «ESTOU GRÁVIDA», COMO PENSA QUE IRIA REAGIR? Como podemos nós lidar, então, com o encargo de assumirmos de nossa inteira responsabilidade uma outra criança? Como é esperado que um adolescente, meio imaturo, de bruços na eterna busca por uma identidade, irresponsável e tão ignorante do que é realmente a vida, aja ao conceber tão inconscientemente outro ser? É óbvio que este assunto acarreta outros tantos tópicos que poderíamos abordar, 8


mas pretendo focar-me, sem me tentar engradecer, nas consequências irreparáveis que uma situação deste calibre nos deixa.

a sexualidade é, concluindo, o gerador de todas as nossas emoções. É na adolescência que se vivem as primeiras paixões, e com elas vêm, naturalmente, o despertar da curiosidade e de um crescente desejo por explorar a fração sexual das relações amorosas.

Reflita: se a sua filha se sentasse ao seu lado neste momento e lhe dissesse «Estou grávida», como pensa que iria reagir? Provavelmente perderia a cabeça, gritaria com ela. E porquê? Não terá você também culpa nisso?

Não direi que há uma idade certa para o fazer, nem irei redigir quaisquer julgamentos às ideias dos que pertencem à minha faixa etária; cabe a cada um fazer o seu próprio julgamento. No entanto – desenganem-se os que nos julgam inocentes – estamos cada vez mais bem informados e é raro encontrar-se um adolescente com dúvidas acerca desse assunto.

Ora, é importante refletirmos aqui sobre a vertente que inicia tudo isto: a sexualidade. A sexualidade está na base de tudo; convivemos com ela diariamente desde que nascemos, podendo no entanto não nos referir a ela nesse termo. Beijar a face de um amigo é uma expressão da nossa sexualidade. Interligada a inúmeras coisas,

Não nos façamos de tontos, então; a proteção existe exatamente para isso! Existe para nos proteger, para nos prevenir. Usá-la ou não é do critério de cada um, mas também serão as consequências que daí possam advir. Nisto, a escola, em parceria com os pais, desempenha um papel crucial. Aulas de Educação Sexual deviam ser implementadas em todas as escolas, sim, e mesmo fora delas, os professores deviam,

É NA ADOLESCÊNCIA QUE SE VIVEM AS PRIMEIRAS PAIXÕES, E COM ELAS VÊM, NATURALMENTE, O DESPERTAR DA

CURIOSIDADE

E

DE

UM

CRESCENTE DESEJO POR EXPLORAR A FRAÇÃO SEXUAL DAS RELAÇÕES AMOROSAS.

9


quando acharem conveniente, abordar um pouco o assunto. Afinal, nunca é de mais relembrar; e os adolescentes, embora tenham à sua disposição toneladas de informação, precisam de ser constantemente recordados. Ficariam admirados - garanto-vos - ao observar as mudanças de comportamento dos jovens após discutirem esse assunto com um adulto no qual, à partida, confiam.

A situação deve ser encarada com toda a paz e naturalidade possíveis. Os adolescentes, desde o início, devem sentar-se e conversar com os pais; querendo ou não, eles são e vão ser sempre os nossos melhores amigos e aliados em todos os problemas. Os pais, por sua vez – têm o direito de se zangarem, e é até expectável que o façam – devem tentar, acima de tudo, compreender. Não profiram insultos ou acusações de qualquer género: a situação em si é já demasiado avassaladora para o jovem.

Pois passada toda esta parte inicial e consumado o ato, vários podem ser os resultados; o que daqui falamos é, a meu ver, o pesadelo de qualquer adolescente. Convenhamos: a maternidade é uma coisa maravilhosa, sem dúvida alguma abençoados aqueles que contribuem para o aumento das nossas taxas de natalidade! Mas, em verdade, um adolescente não deve nem possui as capacidades necessárias que o cuidar de um bebé exige.

Mantenham em mente que, se conversarem e se unirem, podem tornar isto numa lição e uma experiência, tanto para vós como para o adolescente. Uma experiência dura, pesada, sim – mas quem sabe se não se revelará um elo de aproximação entre o adolescente e os pais? Será a gravidez na adolescência assim tão terrível, como aliás eu escrevi já linhas acima?

Essas caraterísticas podem, no entanto otimizando a situação – ser moldadas. E com isto refiro-me ao adolescente e aos pais que devem, juntos, fazer um esforço e confrontar a situação. Isso não significa “livrar-se do problema”: sou contra o aborto, principalmente quando é realizado para eliminar uma “asneira”.

Talvez não tenha que ser. Dê o seu melhor.

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DEPRESSÃO: UM PROBLEMA TAMBÉM DA ADOLESCÊNCIA POR JOÃO NUNO DELGADO

A

juventude, sobretudo a fase da adolescência, é um período marcado por profundas mudanças, como se chovesse, nevasse e fizesse sol quase ao mesmo tempo. Os acontecimentos contraditórios e incontroláveis atropelam-se sendo impossível atribuir-lhes um sentido. O corpo entra em constante mudança, os amigos

TANTAS PERGUNTAS COMEÇAM A GERAR UM DESCONFORTO QUE FAZ

COM

QUE

SE

INSTALE

PROGRESSIVAMENTE UMA DOR... DOR QUE PARA ALGUNS, SE PODE TORNAR

UM

INSUPORTÁVEL.

SOFRIMENTO NÃO

FALO

DE

TRISTEZA, NEM DE LUTO, FALO DE DEPRESSÃO

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vão conquistando terreno enquanto a família deixa de ser o refúgio onde se encontrava sentido para tudo. Nada é certo nem definitivo... TUDO é novo. O que fazer com um corpo que de repente começou a sentir? Com os pais que veem a saída do ninho como uma traição? Com o antigo "eu" que num mar calmo levava o barco sempre ao cais certo?

passava mais perdido me sentia, não encontrava lógica nas coisas que fazia, não me sentia útil, e achava que para as pessoas a minha existência não interessava. Procurava em todo o lado as respostas, mas nada nem ninguém as tinha. Foi assim que tudo começou, de repente estava no meio de um remoinho do qual não conseguia sair.

Tantas perguntas começam a gerar um desconforto que faz com que se instale progressivamente uma dor... Dor que para alguns, se pode tornar um sofrimento insuportável. Não falo de tristeza, nem de luto, falo de depressão. A depressão pode surgir quando existem acontecimentos na vida marcados pelo elevado stress que nos agitam profundamente, mas também pode surgir sem motivos exteriores aparentes, em resultado de uma predisposição genética.

Em certa altura da minha vida achei que mais valia estar só, fui-me afastando dos amigos e da família. De um dia para o outro estava sozinho, e sozinho ia-me afogando na tristeza e na dúvida. As coisas para mim não tinham sentido, a vida já não tinha lógica, por mais que eu procurasse respostas para os meus problemas elas não apareciam e já não sabia o que fazer. Considerava a minha existência um estorvo para todos, achava que apenas dava trabalho e que não fazia nada de útil. Nunca parei para pensar que estava a chegar ao fundo do remoinho. Até que um dia resolvi acabar com tudo. Pensei durante semanas ou durante meses, que a única solução para o meu problema era morrer. Foi então que

Foi para essas perguntas que eu não encontrava as respostas e sem elas a minha cabeça foi-se tornando num mar agitado, no qual o barco do meu ser não podia navegar. Precisava de respostas para tudo, para o que fazia, o que dizia e o que acontecia à minha volta. Mas eram essas respostas que eu não encontrava, que eram fundamentais para conseguir seguir o meu percurso. A cada dia que

FOI AÍ QUE DEI O PASSO MAIS IMPORTANTE DE TODOS, ADMITI QUE ESTAVA DOENTE E PEDI AJUDA. NESSA ALTURA ENTENDI QUE A MELHOR ARMA QUE TINHA ERAM AS PESSOAS QUE GOSTAVAM DE MIM E SE PREOCUPAVAM COMIGO. 12


um dia tentei por termo à vida, pensando que assim acabava com o meu sofrimento.

doenças e para rotular os jovens, tanto em casa como na escola, ou seja, estes preconceitos apenas ajudam a que os adolescentes com depressão sejam excluídos da sociedade.

Depois de sobreviver à morte soube que tinha um problema, um problema grave e foi assim que por iniciativa própria pedi ajuda. Foi aí que dei o passo mais importante de todos, admiti que estava doente e pedi ajuda. Nessa altura entendi que a melhor arma que tinha eram as pessoas que gostavam de mim e se preocupavam comigo. Foram essas pessoas, os amigos, a família, que um dia de cada vez, me ajudaram a erguer e a levantar a cabeça. Não foi fácil, muitas vezes caí, mas procurei no meu interior e nas pessoas que me queriam bem, a força que necessitava para voltar a ser eu mesmo.

…HÁ QUE ENCARAR ESTA FASE DA VIDA COMO UM PERCURSO E UMA PROVA QUE TEMOS DE SUPERAR, POIS NO FIM DO CAMINHO EXISTE O BRILHO DA VIDA PELO QUAL VALE A PENA LUTAR. Não posso dizer que foi fácil olhar e encontrar as coisas boas da vida logo ao início, isso foi mesmo com o tempo. Mas ao passarem os dias o sol foi brilhando cada vez com mais intensidade, e as pequenas coisas, como uma conversa, um café, uma brisa, todas essas pequenas coisas a que não costumamos dar atenção, foram aparecendo e fazendo com que o caminho entre a doença e a estabilidade se tornasse cada vez mais fácil e menos confuso de percorrer. O fundamental é aceitar que temos um problema e pedir ajuda a quem na verdade nos quer bem e lutarmos, porque dentro de nós há uma luz que teima em brilhar, o que acontece por vezes é que precisamos de ajuda para atear a chama da vida em nós.

Durante a depressão a ajuda dos especialistas foi fundamental. Foram eles, o psicólogo e o psiquiatra, que durante meses me apoiaram e me deram indicações para poder construir um novo caminho, e me ajudaram a criar novas metas de vida para não perder o rumo. O apoio de um psicólogo não é apenas útil após a intervenção psiquiátrica mas em simultâneo com a mesma, e mesmo quando se está estável é muito importante continuar a ser seguido em consultas de psicologia. A depressão resulta de um desequilíbrio biológico, que poderá ser resolvido com a ajuda de medicamentos, tratando-se, em grande parte dos casos, de uma questão de força de vontade. É essencial que de uma vez por todas se arrume o seu sótão e se deite fora os preconceitos que ainda possam persistir em torno das doenças psiquiátricas. Estes preconceitos culturais e sociais só têm contribuído para dificultar o diagnóstico e o tratamento destas

A vida é a coisa mais importante que temos. Para quem passou pelo mesmo que eu apenas vos digo que há que encarar esta fase da vida como um percurso e uma prova que temos de superar, pois no fim do caminho existe o brilho da vida pelo qual vale a pena lutar.

13


A FRAGMENTAÇÃO DOS RELACIONAMENTOS POR ANA PEREIRA

N

uma sociedade que se vê cada vez mais acelerada, os relacionamentos pessoais encontram-se fragilizados, quebrados e, muitas vezes, ausentes. O avanço das tecnologias promove relacionamentos à distância sem que o contacto de proximidade seja estimulado, com todas as vantagens sociais e humanas que daí possam advir. As redes sociais estimulam, por um lado, a comunicação, obrigando os intervenientes a falar e partilhar emoções e opiniões, por outro lado o estabelecimento de ligações que de outra forma não ocorreriam: quantas

PARA QUE UMA RELAÇÃO ENTRE DUAS

PESSOAS

POSSA

SER

REALMENTE SAUDÁVEL E FRUTÍFERA PARA AMBOS, É NECESSÁRIA UMA CONSCIÊNCIA

ELEVADA

DE

SI

MESMO, DE CADA UM, TEMPO PARA SI E PARA O OUTRO

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separações não se deveram já a publicações no Facebook, a amizades e relacionamentos extraconjugais que se iniciaram em inocentes trocas de “comentários” a publicações?

um e não de ambos, culpando depois o parceiro por isso mesmo, a ausência de honestidade consigo mesmo, o abuso físico ou mental, são fatores que, individualmente ou conjugados entre si, desencadeiam afastamento, discussão e discórdia.

A partilha pública da vida privada faz parte da necessidade de relacionamento entre Seres Humanos. É necessária e fundamental na sociabilização, ainda mais numa altura em que nos encontramos cada vez mais cingidos a um computador e monitor como ferramentas de trabalho. Mas, como tudo, tem de ser usada com a devida discrição, a devida consciência, nem sempre presente, de que enviamos para o mundo o que acabamos de publicar e que “tudo o que disser poderá ser usado contra si…”.

Para que uma relação entre duas pessoas possa ser realmente saudável e frutífera para ambos, é necessária uma consciência elevada de si mesmo, de cada um, tempo para si e para o outro. Cada pessoa merece ser feliz, amada e respeitada. A outra pessoa deve honrar as crenças e respeitar os desejos do outro. Estes princípios podem (e devem) ser respeitados online mas acima de tudo

O constante apontar de defeitos ou a exposição online do relacionamento, permitir comentários de terceiros ou a permanência de elementos de relações anteriores, o dinheiro ou a ausência dele, saídas com amigos ao invés do parceiro, traição, ausência de respeito… A fuga à verdade, a negação, o tentar mudar o outro e forçar a mudança, não aceitando parceiro por quem ele é, seguir o sonho de 15


offline. Uma vida a dois não se faz com um monitor a meio.

AMEM-SE

MUTUAMENTE

Não abusem, nem se deixem abusar, nas vossas emoções. Não finjam, sejam verdadeiros um com o outro. Encorajem os sonhos um do outro, ambos devem tê-los.

PELAS

Bons amigos não se separam mas as relações falsas acabam. Não deixem que os amigos interfiram no relacionamento: a opinião de amigos é importante, especialmente quando é pedida.

FALHAS DE CADA UM, ACEITEM-NAS, SÃO VOSSAS PARA AMAR. Desliguem os computadores (e não se esqueçam dos ratos e teclados sem fio), combinem um passeio, falem sobre o que os faz felizes, sejam espontâneos, procurem formas de demonstrar o quanto o outro significa para si, aproveitem a natureza juntos, se a vida é corrida encontrem tempo para abrandar uma vez por semana. Façam um passeio, peguem no mapa, apontem à toa e sigam em frente! Deixem notas de amor e carinho em sítios inesperados. Sejam criativos!

Amem-se mutuamente pelas falhas de cada um, aceitem-nas, são vossas para amar. Acima de tudo recordem-se que não podem mudar as pessoas, elas têm de querer mudar e apenas cada um tem a capacidade e o poder de mudar a si mesmo. As redes sociais são uma excelente forma de manter o contato, (lembrar datas de aniversário!) e fortalecer laços que se julgavam perdidos, encontrar grupos que partilhem dos mesmos interesses, organizar eventos... Há outros laços que se revestem de outra consideração. Respeitem esses laços e, acima de tudo, respeitem-se.

Nos relacionamentos com mais anos, lembrem-se que ao longo do tempo as pessoas mudam, aceitem as mudanças e apoiem-nas. Façam juntos algo que vos aterroriza, a experiência unir-vos-á.

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SINAL DE ALARME: UMA QUESTÃO DE AMOR POR AMARO FIGUEIREDO

Artigo 3.º- Declaração Universal dos Direitos Humanos

“TODO O INDIVÍDUO TEM DIREITO À VIDA, À LIBERDADE E À SEGURANÇA PESSOAL.”

Cada um é livre de escolher ou conceber ideias, de partilhá-las e vivê-las intensamente. Cada um é livre de ter opiniões límpidas e dignas de o serem. Cada um, é livre de leigos sentimentos, e de amar. Cada um é livre. Mas ninguém está aberto a viver em violência ou ser violento. E a violência não é uma ficção. Hoje, é facilmente reconhecida e explicitamente mata! A violência é uma forma de falência pessoal nuns, e uma fuga, noutros. Há que denunciar sempre a violência. Ninguém é feliz a ser violento, ou a crescer na violência.

17


E

xiste sempre em nós uma revolta. Uma revolta de vivência, sem ordem cultural e geográfica; é camuflada em sentimentos, que mais cedo ou mais tarde, em alguns, se transforma em numerosas ações impetuosas. Ao agir violentamente, damos conta que o nosso discurso, é apenas uma questão complexa de um Eu - do nosso Eu -, frágil, de não saber aceitar, ou não querer aceitar um ambiente em redor (presente ou passado). Por vezes, não encontramos outra forma de demonstrar a nossa rebelião física ou psicológica, senão demonstrar (também) violência para com os outros.

de conseguir o melhor e não o que é melhor para nós. É a ideia da violência organizada pela conquista de um trabalho desejado por muitos, conquistado por muito poucos. Acabamos por esquecer a cooperação, a liderança em equipa, da equipa. Há sempre alguém que ganha e o ser humano por natureza não gosta de perder. Mas, há sempre alguém que perde e alguém que ganha. Perder nem sempre significa derrota. Por vezes, são estas pequenas derrotas que nos levam à violência, à não-aceitação de uma escolha por parte de outrem. A substituição da tecnologia pela pessoa, o desrespeito pela igualdade, são alguns critérios de hoje, causadores de violência psicológica (nalguns casos, até física) no trabalho. E onde nos pode levar esta violência profissional? Onde está a competitividade positiva?

A violência tem sempre um princípio, um sentido, ou não, e um fim. Violência não poderá ser vista como arte contemporânea das ruas. Vivemos incessantemente em busca do preenchimento profissional. “Abrimos guerra” a quem se coloca à nossa frente em busca dos mesmos sonhos e esquecemos o Outro. Há sinais e expressões, que se nutrem pelo desespero

Não há uma idade definida para que uma revolta se manifeste. Há sim, momentos angustiantes, negativos, paralelos educacionais. Há crianças e jovens a viver este negativismo, uma revolta de

HÁ CRIANÇAS E JOVENS A VIVER ESTE NEGATIVISMO, UMA REVOLTA DE

GERAÇÕES,

UMA

REVOLTA

VIOLENTA. DESCARREGAM A SUA VIOLÊNCIA INTERIOR NOS OUTROS, CONSTANTEMENTE,

NUMA

PERSEGUIÇÃO DE AUTORIDADE, O TÃO CHAMADO BULLYING.

18


gerações, uma revolta violenta. Descarregam a sua violência interior nos outros, constantemente, numa perseguição de autoridade, o tão chamado bullying. Como se consegue descrever a vida de uma criança/adolescente que pratica bullying? E o que realmente compromete uma ação de bullying na vida da vítima? Violência não é opção.

próprio gera incomensuráveis casos de violência, que mais uma vez, poderão levar à morte de uma das partes. Viver em amor ensina-nos que a violência não leva a nenhum lado. A verdade é que o amor, não exige violência, mas a facilidade de entrega, de atitudes positivas, e nisto, o amor é bem claro. Isto de chamarmos de amor, a um ato de violência, é o inconveniente do ressentimento. Saibamos chamar a justificação pelo nome.

E o amor...é violento ou também é violento? Há violência embebida de amor? Ouvimos tantas histórias de amor com finais infelizes. Onde está o “foram felizes para sempre”? Infelizmente, vão desaparecendo estes finais. Porquê? Não há um mínimo esforço na compreensão de parte-a-parte, de casais numa dificuldade de vida. A falta de amor-

Cabe a todos nós, encontrarmos os sinais de alarme que existem de violência, em nós e nos outros, nas diversas situações. Devemos sempre repreender ações, linguagem violentas e afins: ao fazê-lo; será sempre por uma questão de amor, por todos.

19


AFINAL... NÃO É O AMOR QUE CONTA? SIM, É O AMOR QUE CONTA! POR MARIA NASCIMENTO CUNHA

A

doção homoparental é a adoção de uma criança por casais homossexuais e\ou bissexuais. Este processo pode dar-se na forma de uma adoção conjunta por um casal de pessoas do mesmo sexo, co-adopção por um dos parceiros de um casal de pessoas do

A HOMOSSEXUALIDADE AINDA É VISTA COMO UMA QUESTÃO DE OPÇÃO

20


mesmo sexo do filho biológico ou adotivo do cônjuge e a adoção por uma única pessoa.

homoparentais provavelmente serão tão bem ajustadas como aquelas criadas por pais heterossexuais. A pesquisa de apoio a esta conclusão é aceite e provem de um forte debate no campo da psicologia do desenvolvimento.

A adoção homoparental, nos dias de hoje, encontra-se legalizada em 14 países, bem como está incluída na esfera jurídica de vários outros. Contudo, esta tipologia de adoção é proibida pela maioria dos outros países. Estão em curso muitos debates nas diversas jurisdições que ocorrem com o intuito e a finalidade de permitir a legalização deste tipo de adoção. A principal preocupação manifestada por aqueles que se lhe opõem é saber se os casais de pessoas do mesmo sexo têm a capacidade de ser pais adequados. Como o assunto muitas vezes não é especificado por lei (ou julgado inconstitucional), a legalização, muitas vezes é feita através de pareceres judiciais.

Sempre a pensar no melhor para a criança, teremos sempre de ser a favor ou de ser contra e não indiferentes. A realidade é que, esta indecisão em que muitos se encontram de momento, acaba por servir de motor de busca de informação e conhecimento sobre o tema. Infelizmente, em termos de mentalidade, em Portugal, tal como em muitos outros países, ainda continuamos na Idade da Pedra. A homossexualidade ainda é vista como uma questão de opção, quando os estudos mostram claramente que a opção sexual não é algo que livremente acabemos por escolher. Possivelmente, e desde o meu ponto de vista, o grande problema e risco que se coloca relativamente à adoção por parte de casais do mesmo sexo não estará tanto na

Contudo, desenvolveu-se um consenso entre as comunidades de bem-estar médico, psicológico e social de que as crianças criadas em núcleos

21


NÃO

ESTARÃO

AFINAL

considera que só as maiorias têm razão. Se existem critérios de adoção, porque não utilizá-los na análise de todos os casais interessados em adotar? Não estarão afinal estes casais homossexuais, cheios de amor para dar e muitas das vezes capazes de construir famílias bem mais funcionais que as famílias ditas "normais"?

ESTES

CASAIS HOMOSSEXUAIS, CHEIOS DE AMOR PARA DAR E MUITAS DAS VEZES

CAPAZES

DE

CONSTRUIR

FAMÍLIAS BEM MAIS FUNCIONAIS QUE

AS

FAMÍLIAS

DITAS

De acordo com o estudo publicado na revista científica de Ciências Sociais pelo professor de sociologia da Universidade do Texas, Mark Regnerus, a alegação empírica de que não existem diferenças notáveis entre famílias heterossexuais ou homossexuais devem desaparecer. Através de um conjunto de 3.000 entrevistas de jovens adultos selecionados aleatoriamente, o investigador Mark Regnerus, considerou 4 tipologias de elementos, considerando resultados sociais, emocionais e de relacionamento.

"NORMAIS"? sua capacidade de amar e educar uma criança, mas antes na discriminação de que esta criança poderá ser alvo, ao longo do tempo, por estar inserida num contexto familiar com características diferentes daquilo a que a nossa sociedade continua a chamar de "normal". Dizer, à partida, que um casal do mesmo sexo não poderá promover o desenvolvimento harmonioso e feliz de uma criança parece-me, uma vez mais, a inevitável queda na velha máxima que

De acordo com este investigador, quando comparados com adultos criados em casais tradicionais, as crianças criadas por

22


duas mães ou dois pais tiveram resultados negativos em grande parte das categorias analisadas. Por este motivo, Mark Regnerus realizou outro estudo de elevado impacto na sociedade. Este era norteado simplesmente pela pergunta: “Qual a diferença dos adultos criados por pais homossexuais?” A resposta, tanto ao nível do estado de arte como ao nível do usualmente chamado de imaginário do público americano, neste caso específico, provou ter mudado drasticamente nos últimos 15 anos.

tendência crescente de se afirmar que crianças “podem inclusive ser "melhores" se forem criadas por casais do mesmo sexo”. Embora existam pouquíssimas evidências que poderiam comprovar esta conclusão, defensores do casamento e da adoção entre pessoas do mesmo sexo declararam que isso já está provado. Segundo o professor Regnerus, o material mais famoso sobre esse ponto de vista foi publicado em 2010, assinado por cientistas sociais como é o caso de Judith Stacey e Timothy Biblarz, que afirmaram que pais do mesmo sexo são exatamente iguais ou melhores do que as estruturas familiares ainda chamadas de "tradicionais". O artigo em causa já foi inclusive utilizado em julgamentos de tribunais norteamericanos sobre problemas de casos de adoção e nunca foi questionado.

Durante um evento promovido pelo Institute for American Values, este investigador mostrou os resultados conseguidos que mostram que no final da década de 90, as famílias heterossexuais eram “consideradas o melhor ambiente para crianças”. No entanto, de momento, já predomina a noção de que não há “nenhuma diferença significativa” na criação de crianças por casais de dois pais ou duas mães. Fica comprovado cientificamente, que existe uma

Os novos estudos de Regnerus foram desenvolvidos para reexaminar essa questão. Ele lembra que muitos estudos 23


diferenças notáveis e que essa ideia deve desaparecer. Mark Regnerus procurou entender se existiam desvantagens quando comparadas com crianças criadas por pais biológicos. Diversos pesquisadores avaliaram tanto as crianças como os pais adotivos em períodos de 2 meses, 1 ano e 2 anos após a adoção. Todas estas crianças passaram pela análise de um psicólogo clínico nas três ocasiões, enquanto os pais completavam questionários sobre o comportamento das mesmas. O resultado observado mostrou poucas diferenças entre elas, pois tiveram um significativo desenvolvimento cognitivo, e os níveis de problemas comportamentais permaneceram estáveis, as suas pontuações em testes de QI subiram em média 10 pontos (considerado bom aumento). Antes da adoção, estas crianças passaram por múltiplos fatores de risco, entre eles nascimento prematuro, exposição a drogas durante a gestação, abuso ou negligência e moradia inconstante.

académicos utilizam a chamada “técnica bola-de-neve”, ou seja usam amostragens pequenas para fazerem projeções enormes. O problema com essa abordagem popular é que ela restringe as entrevistas a uma fatia do público que são muito próximos em termos de educação, renda e posição social, resultando em uma compreensão limitada do assunto em causa.

As crianças adotadas por dois pais ou duas mães tinham mais desafios antes da adoção e, ainda assim, chegaram ao mesmo ponto de desenvolvimento, o que é impressionante, destaca a pesquisadora Letitia Anne Peplau. Atualmente muitas crianças passam anos à espera de um lar

Em busca de um novo padrão, Regnerus e sua equipe entrevistaram 15.088 pessoas. Destas, 175 pessoas foram criadas por um casal do mesmo sexo. A conclusão a que se chegou na Universidade do Texas através deste estudo é que a alegação empírica demonstra que não existem

“CRIANÇAS PESSOAS

PRECISAM QUE

AS

DE AMEM,

INDEPENDENTEMENTE DO GÊNERO DE SEUS PAIS” 24


"atitude claramente favorável à adoção de uma criança por parte de casais do mesmo sexo.

QUANDO SE FALA NO 'SUPERIOR INTERESSE

DA

CRIANÇA'

E

AO

Contudo, um dos temas mais presentes continua a ser a preocupação com a possibilidade das crianças serem vitimadas e discriminadas na escola por terem dois pais ou duas mães, o que chama a atenção para o papel da sociedade no geral, e dos agentes educativos em particular, na promoção de um clima de aceitação e de segurança nas escolas.

MESMO TEMPO SE DIZ À CRIANÇA QUE A SUA FAMÍLIA NÃO É IGUAL ÀS OUTRAS NEM MERECE GOZAR DOS MESMOS

DIREITOS,

QUE

QUESTIONAR SE DE FACTO SE ESTÁ A COLOCAR

O

BEM-ESTAR

DAS

CRIANÇAS EM PRIMEIRO LUGAR

Segundo Pedro Alexandre Costa, não há ainda números sobres as famílias homoparentais em Portugal, mas nos dados recolhidos observa-se que "entre 8% e 10% das pessoas homossexuais e bissexuais têm filhos", o que não se pode traduzir em números reais "por não sabermos qual o tamanho da população homossexual no nosso país". Estudos semelhantes já existem em países como o Reino Unido, Holanda ou Estados Unidos da América desde 1980.

sendo que este estudo indica uma perspetiva bastante positiva, em que a adoção por casais do mesmo sexo pode ser uma excelente opção. “Não há base científica para se discriminar estas famílias”. Perante a pergunta “se as crianças precisam de uma mãe e de um pai?”, o pesquisador Jill Waterman respondeu apenas e cruamente “Crianças precisam de pessoas que as amem, independentemente do género de seus pais”.

Cabe-me referir que quando se fala no 'superior interesse da criança' e ao mesmo tempo se diz à criança que a sua família não é igual às outras nem merece gozar dos mesmos direitos, há que questionar se de facto se está a colocar o bem-estar das crianças em primeiro lugar, tal como salientou o investigador do Instituto Superior de Psicologia Aplicada e da Universidade da Beira Interior.

Alguns portugueses estão de acordo com a adoção por casais do mesmo sexo, criticando inclusive a falta de legislação e de proteção social nestes casos. Este é um dos dados conclusivos de um dos poucos estudos sobre homoparentalidade em Portugal.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o governo austríaco por não ter reconhecido o direito a um casal homossexual de adotar uma criança. Portugal é citado como um dos exemplos

Faz ainda pouco tempo que este tema foi discutido pelo Parlamento. Dois inquéritos sobre famílias homoparentais, da autoria do psicólogo Pedro Alexandre Costa e financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, vêm apontar uma 25


discriminação e ao respeito pela vida privada e familiar.

ESTE PODERÁ SER O INÍCIO DE UMA VIDA CHEIA DE AMOR E CARINHO PARA REJEITADAS

MUITAS PELOS

Contudo é sabido que os tribunais serão levados a formalizar uma decisão sobre o assunto. A sociedade está agora mais consciente e apoiante dos vários casais de dois pais ou duas mães com pedidos e solicitações de adoção.

CRIANÇAS SEUS

PAIS

BIOLÓGICAS E A SEREM CRIADAS EM CASAS DE ACOLHIMENTO … SEM UM

Em Portugal, num caso recente e mediático, o tribunal do Barreiro, atribuiu a guarda de uma criança a um casal homossexual formado pelo cabeleireiro Eduardo Beauté e pelo modelo Luís Borges.

PAI…OU DOIS! SEM UMA MÃE OU DUAS… MAS SEGURAMENTE SEM O AMOR E O CARINHO QUE ESTES CASAIS TÊM PARA LHES DAR!

A adoção homoparental poderá ser o início de uma vida cheia de amor e carinho para muitas crianças que são criadas em casas de acolhimento… sem um pai… ou dois! Sem uma mãe… ou duas, mas seguramente sem o amor e o carinho que estes casais têm para lhes dar!

europeus onde este direito também ainda não é respeitado. O tribunal entende que ao não reconhecer o direito à adoção por casais do mesmo sexo, os países possam estar a violar a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, no que respeita à

Que seja sempre, afinal, o amor o que conta!

26


POLÍTICA: UMA VISÃO “OTIMALISTA” POR ALCINO RODRIGUES

P

ara começar gostaria de citar Max Frisch, escritor suíço do início do século XX, que disse:

autárquicas ainda frescas na mente dos portugueses achei interessante

"QUEM NÃO SE OCUPA DE POLÍTICA

"Quem não se ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de se ter poupado: serve o partido dominante."

JÁ TOMOU A DECISÃO POLÍTICA DE QUE

Esta afirmação ilustra bastante o status quo da relação dos portugueses com a política. Com as recentes eleições

GOSTARIA

POUPADO:

SERVE

DOMINANTE." 27

DE O

SE

TER

PARTIDO


desenvolver este tema mas no sentido de refletir acerca da política em geral e do seu estado atual, como algo necessário, importante, essencial, presente e decisivo.

O termo “política” é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à Pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado como sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.

Para desenvolver aqui este tema vou precisar usar de um pouco de etimologia (ciência que investiga a origem das palavras, procurando determinar as causas e circunstâncias do seu processo evolutivo). É um grande palavrão mas é bastante relevante o seu uso, na medida em que tem grande importância na definição inicial necessária dos termos que coexistem no título deste artigo e que, pelos inúmeros condicionalismos introduzidos pela programação social, ao longo dos tempos, leva-nos a pensar, escrever e dizer coisas que não são bem aquilo que pensamos, nem são bem aquilo que queremos expressar. São só formas de falar mas que vêm o seu significado distorcido ao longo do tempo.

O QUE É QUE NÃO É A POLÍTICA? A

POLÍTICA

PARTIDOS.

NÃO

ESTES

SÃO

SÃO

OS

APENAS

UMA PARTE DA ATIVIDADE DA POLÍTICA.

Há muitos erros de interpretação e de semântica na língua portuguesa, mas também noutras línguas, nomeadamente as que têm a sua origem no latim e no grego. O que é a política? A palavra política é originária da altura em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram termos como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas europeias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".

28


É simples entender que a política não é mais do que uma atividade, um conjunto de procedimentos ou tarefas realizadas, com vista à administração, organização e gestão de uma comunidade.

metade dos eleitores não foi votar! 4 499 906 votantes que se alhearam de participar. Também esses tiveram de tomar uma decisão política: “não vou votar porque detesto os políticos…”, “não votei porque não acredito em nenhum político…”, “não voto porque são todos uns corruptos…”

O que é que não é a política? A política não são os partidos. Estes são apenas uma parte da atividade da política. A partidária. E as pessoas pensam que esta política é importantíssima… É importante na medida em que são as pessoas que escolhemos ou não que decidem sobre os destinos da nossa produtividade, do nosso dinheiro, da falta do mesmo, das leis e das normas, porque afinal vivemos numa democracia. Porque é que os portugueses se divorciaram da política nacional? Porque é que a taxa de abstenção das últimas eleições foi de 47,4%? Quase

Podem até ter razão, na sua perspetiva, mas o desafio é que, as mesmas pessoas que não votaram, também não reclamem das decisões que o partido vencedor tomar quando estiver no comando. Esta afirmação invoca a citação de Max Frisch que fiz inicialmente. Quem já não ouviu ou até fez comentários do género “não quero saber de política”? O eleitor confunde política com político. É a mesma coisa que confundir um clube com um jogador ou uma fatia com o bolo inteiro… A verdade é que dependemos da política para tudo, desde as compras do supermercado, ao pagar a conta da luz, à escolha do infantário do miúdo. A mecânica da vida em sociedade baseiase no processo político. Política e cidadania significam a mesma coisa. A política é o esforço coletivo para existir organização na nossa vida. E penso que não seja coisa para desvalorizar e menosprezar. No fim de contas a responsabilidade por tudo na nossa vida é simplesmente nossa e se menosprezamos um aspeto que nos influencia, iremos ser manipulados e controlados durante toda a sua duração. De que vale termos liberdade de expressão, se nós próprios nos condicionamos desta forma? No livro “Política para não ser idiota”, Mario Sérgio Cortella e Renato Janine Ribeiro, professores e filósofos brasileiros, escrevem “ao mesmo tempo em que meia

POLÍTICA E CIDADANIA SIGNIFICAM A MESMA COISA. A POLÍTICA É O ESFORÇO COLETIVO PARA EXISTIR ORGANIZAÇÃO NA NOSSA VIDA. E PENSO QUE NÃO SEJA COISA PARA DESVALORIZAR E MENOSPREZAR.

29


humanidade está se beneficiando de avanços democráticos, boa parte das pessoas está enojada pela descoberta ou pelo avanço da corrupção (aliás, é discutível se ela realmente aumentou ou apenas se tornou mais visível).” E a questão é mesmo esta. As pessoas não confiam e por isso não votam. E tenho observado que, em geral, quem não vota demonstra menos cidadania. Reclama pelos seus direitos mas descarta os seus deveres.

também tem bons e maus aspetos, pois com a quantidade e variedade de personalidades de indivíduos numa sociedade, é completamente impossível agradar a todos.

E

ESTA

SIGNIFICA VISÃO AÇÃO,

VISÃO ISSO

PARADIGMAS

Neste momento pergunto-me como melhorar ou ultrapassar isto? Penso que a chave está na educação. Educando os nossos filhos, alinhando-os com os mais importantes valores, as mais honradas atitudes e os melhores padrões de comportamento, pois os nossos jovens agora são os políticos e líderes de amanhã. A política não se faz com medidas superficiais. A política existe em casa, na nossa família, no nosso dia-a-dia. Na escola, na rua, no parque e no estádio. Fazendo uma boa política em casa, desde que os nossos filhos são pequenos, estaremos a transmitir um padrão de comportamento exemplar, como pais exemplares. Desta forma esta referência será utilizada no futuro, com toda a certeza. Um exemplo: se o meu filho me vê a deitar uma lata de sumo para o chão, o exemplo com que ele fica é que, se o pai (a sua referência de autoridade) deita lixo para o chão, ele também pode. Será esse padrão e essa atitude que ele assimilará para usar no futuro. Neste exemplo também se demonstra a política.

MESMO.

REALISTA, NA

“OTIMALISTA” BASEADA

MUDANÇA E

IDEAIS,

UMA NA DE NA

VERDADEIRA LIDERANÇA. Porque é que esta é uma visão “otimalista”? Se fosse simplesmente otimista eu poderia correr o risco de ser interpretado como detendo uma larga dose de ilusão e imaginação, e desviarme um pouco da realidade. O Ser político é um Ser humano mas também é um Ser transitório porque está constantemente a ser substituído. Essa é a esperança das pessoas que compõe as sociedades. Que com o passar dos tempos surjam a fazer política pessoas consideradas verdadeiras e genuínas, com vontade de servir a sociedade e não se servir a si mesmo, de ser um indivíduo e não individual. E esta visão “otimalista” significa isso mesmo. Uma visão realista, baseada na ação, na mudança de paradigmas e ideais, na verdadeira liderança. Milhões de portugueses escolhem os destinos do país… Escolhem sem votar… Como? Atuando em casa, na educação dos filhos. E estas escolhas condicionam o destino político e económico do nosso país.

Existem bons e maus políticos. Definem-se através da sua educação e da sua formação. A política, sendo só uma,

30


DESEMPREGO: FATOR DE MUDANÇA PARA UM NOVO MODO DE VIDA POR RAFAEL LEANDRO

N

uma primeira análise, o desemprego assume-se, atualmente, como um dos mais fraturantes flagelos que atingem as populações ocidentais, impondo momentos verdadeiramente dramáticos e austeros ao ser humano. No entanto, este fenómeno social pode ser encarado a partir de uma nova perspetiva, mais otimista e construtiva. Neste artigo, vamonos focar essencialmente nessa vertente e

O

DESEMPREGO

ASSUME-ME,

ATUALMENTE, COMO UM DOS MAIS FRATURANTES ATINGEM

FLAGELOS AS

QUE

POPULAÇÕES

OCIDENTAIS, IMPONDO MOMENTOS VERDADEIRAMENTE DRAMÁTICOS E AUSTEROS AO SER HUMANO 31


demonstrar como podemos assumir o desemprego como uma nova oportunidade de mudança de vida.

parte da sua realidade vivencial e que causam, por vezes, grande transtorno na hora em que é obrigado a abandonar a sua zona de conforto. Generalizadamente é assim que acontece quando perdemos o emprego. Encaramos este desafio como mais um problema que trará enormes transformações e que nos obrigará a mudar, em muitos casos, radicalmente o nosso estilo de vida. Esta mudança imposta, à partida, por condicionantes externas, traz consigo sentimentos de insegurança, medo, vergonha e descrença no futuro.

Sair da Zona de Conforto Naturalmente, o ser humano é feito de hábitos que correspondem a grande

A PROCURA ATIVA DE EMPREGO PASSA,

INEVITAVELMENTE,

DARMOS

MAIOR

POR

IMPORTÂNCIA

AOS PORMENORES A QUE NEM

Pois bem! Na realidade, se formos realmente capazes de enfrentar o desemprego como um desafio e não como mais um enorme problema que se depara diante de nós, automaticamente assumimos uma nova forma de lidar com o assunto. Deixamos de lado a vitimização e partimos para a batalha dispostos a lutar pelo objetivo a alcançar! E que objetivo é esse? Acima de tudo, tornarmo-nos seres altamente realizados a nível pessoal e profissional.

SEMPRE ESTAMOS ATENTOS MAS QUE

PODEM

FAZER

TODA

A

DIFERENÇA!

A procura ativa de emprego passa, inevitavelmente, por darmos maior importância aos pormenores a que nem sempre estamos atentos mas que podem fazer toda a diferença! Numa primeira fase, procure fazer uma análise cuidada do seu curriculum vitae (CV), altere ou acrescente informação que considere essencial para encontrar o emprego que ambiciona, todavia evite torná-lo demasiado extenso. Ao invés de responder apenas a anúncios pela internet ou enviar cópias de CV pelo correio, desloque-se às empresas e dê-se a conhecer. Seja acima de tudo 32


verdadeiro e transparente! A honestidade é meio caminho andado para alcançar o seu propósito e tenha sempre presente a importância de evidenciar os aspetos mais fortes do seu percurso, quer sejam os académicos, quer sejam de formação e experiência profissional.

A partir do momento em que ficamos sem emprego, podemos aproveitar este processo de mudança para nos tornamos empreendedores e investir finalmente naquele negócio que há tanto tempo ambicionávamos.

Combata o pessimismo adquirindo uma postura mais confiante e positiva. Encare os ‘nãos’ que receber com atitude otimista e não se foque em demasia nas hétero e/ou autocríticas; procure acima de tudo analisar justa e imparcialmente cada situação cuja resposta possa não ser aquela que mais ambiciona e, a partir daí, modificar os aspetos menos positivos. Aprimore e valorize as suas qualidades quando se deslocar para uma entrevista de emprego. Tenha sempre em mente que sair da sua zona de conforto obriga a repensar estratégias e concentre-se nas que são realmente importantes evidenciar.

Empreendedorismo

A PARTIR DO MOMENTO EM QUE FICAMOS PODEMOS

SEM

Existem diversos programas de apoio ao empreendedorismo que ajudam o cidadão a adquirir ferramentas e a consolidar a mais correta atitude na criação da sua própria atividade profissional. Nesse sentido, deixo aqui a indicação de alguns sites (certamente, existem muitos outros) onde poderá encontrar e procurar apoio para a concretização do seu projeto: Criação do próprio emprego através do IEFP (www.iefp.pt); Portal da Juventude: Emprego e Empreendedorismo (www.juventude.gov.pt); Incentivo às Empresas (www.pofc.qren.pt); Programa Impulso Jovem (www.impulsojovemportugal.pt/); Vale

EMPREGO,

APROVEITAR

ESTE

PROCESSO DE MUDANÇA PARA NOS TORNAMOS EMPREENDEDORES E INVESTIR FINALMENTE NAQUELE NEGÓCIO QUE HÁ TANTO TEMPO AMBICIONÁVAMOS. Sem dúvida que ter uma atividade profissional é de enorme valorização e reconhecimento social, principalmente porque nos faz sentir úteis perante a sociedade na qual estamos inseridos. 33


Empreendedorismo +E (www.ei.gov.pt); PAECPE – Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego (www.incentivos.com.pt).

EM

VEZ

Ser empreendedor traduz-se essencialmente na adesão a uma nova perspetiva de vida em que é você o protagonista e diante da qual terá de tomar o controlo do seu próprio caminho. Certo é que, como qualquer outra escolha, esta opção irá trazer-lhe exigentes mas desafiantes etapas a ultrapassar.

ENTREGAR-SE

DE

DEIXAR-SE

CONDICIONAR PELA AUSÊNCIA DE UMA

ATIVIDADE AO

LABORAL

OU

FRACASSO,

ARREGACE AS MANGAS E PROCURE A ALTERNATIVA QUE MELHOR POSSA SERVIR O SEU PERFIL E CONDIÇÃO. de melhores condições profissionais diante da escassez da oferta de emprego. Para quem tem espírito aventureiro e adapta-se facilmente a novas culturas, esta pode ser uma estratégia muito válida e que, certamente, lhe trará vastos benefícios a médio/longo prazo. Pode ser uma oportunidade para adquirir novos conhecimentos e enriquecer o seu percurso profissional.

Emigrar ou migrar Para muitos, a melhor forma de não se deixarem afetar por este flagelo social é emigrarem para outro país que lhes ofereça melhores condições de emprego e, por conseguinte, uma melhor qualidade de vida. Portugal, como comprova a história, é um país de emigrantes. Diversas gerações viram-se obrigadas a deixar este cantinho à beira-mar plantado em busca

Por outro lado, há quem prefira migrar dentro do seu próprio país, regressando à sua terra ou optando por deixar o lugar onde vive para apostar numa nova experiência profissional, principalmente fora dos grandes centros urbanos. Como exemplo, nos últimos tempos, existem cada vez mais casos de pessoas que decidem ir viver para outras regiões do país, assumindo novas profissões que tenham a ver com a exploração de terrenos agrícolas ou que adquiram pequenas propriedades paras as transformar em residências de turismo rural. Aproveitar os recursos naturais que o país oferece pode ser uma ótima oportunidade para dar um pontapé na crise e provocar uma enorme mudança no seu modus vivendi, garantindo-lhe a descoberta de outras aptidões e prazer naquilo que faz. 34


Em suma, se está em situação de desemprego e procura desesperadamente alterar o rumo da sua vida, estas são apenas algumas das diversas possibilidades que tem ao seu dispor para contornar este enorme desafio. A falta de trabalho não é mais do que um período de tempo que exige uma verdadeira e, por vezes, radical mudança.

entregar-se ao fracasso, arregace as mangas e procure a alternativa que melhor possa servir o seu perfil e condição. Pense que quando se direciona para um objetivo concreto, torna-se mais atento às possibilidades que possam surgir. Seja corajoso, saia da sua zona de conforto e desbrave novos caminhos que lhe permitam viver com mais felicidade e adicionem valor a sua verdadeira missão. Boa sorte!

Em vez de deixar-se condicionar pela ausência de uma atividade laboral ou

Links Úteis

IEFP (WWW.IEFP.PT) PORTAL DA JUVENTUDE: EMPREGO E EMPREENDEDORISMO WWW.JUVENTUDE.GOV.PT INCENTIVO ÀS EMPRESAS WWW.POFC.QREN.PT PROGRAMA IMPULSO JOVEM WWW.IMPULSOJOVEMPORTUGAL.PT VALE EMPREENDEDORISMO +E WWW.EI.GOV.PT PAECPE – PROGRAMA DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO E À

CRIAÇÃO DO PRÓPRIO EMPREGO WWW.INCENTIVOS.COM.PT

35


“AMOROTERAPIA” E (DES)CRISE SOCIAL POR PEDRO MELO

O

lhar o nosso Mundo com os olhos da Alma, é perceber que o atual momento que vivemos é de facto uma fase de (des)crise. Muitos leitores pensarão “(Des)crise? Tal palavra não existe… E só quem não vê, pode usar uma palavra que contrarie a realidade que atravessamos – uma crise social!” - A Contradição de uma palavra não significa necessariamente negá-la, mas olhá-la como que num espelho, com olhos rendidos à Esperança e ao momento extraordinário de perceber como crescer, como recriar, como transformar em Luz o que aparenta escuridão.

A forma como a nossa Alma olha o nosso Mundo, dá a Oportunidade de perceber que a Escuridão é outra face da Luz e que ambas existem… porque ambas existem! Assim, somos Seres com um Dom que devemos aproveitar… O Dom de poder olhar o Mundo com os Olhos da Alma. E o

SE O AMOR PERMITE AOS OLHOS DA ALMA VER, ENTÃO, DE QUE FORMA PODE O AMOR ANDAR DE MÃOS DADAS COM A (DES)CRISE? 36


que são os olhos da Alma mais, do que uma função extraordinária, permitida pela Retina do Amor. Retina do Amor? – Que conceito tão estranho, que não é indicado nos livros de anatomia e fisiologia. Devemos regozijar-nos por não estar nesses livros, pois apenas no Livro Existencial que cada um de nós guarda dentro de si, existem estes conceitos. Como tal, existem tantas formas de o definir, quantas almas cabem no Mundo. Se o Amor permite aos olhos da alma ver, então, de que forma pode o Amor andar de mãos dadas com a (Des)crise?

Na verdade, desde os estudos do Professor Shanberg realizados com ratos bebés isolados à nascença, que se verifica que a ausência de contacto físico impede o desenvolvimento das células (SHANBERG, 1994). Já anteriormente, nos anos 45, Spitz demonstrou que nos orfanatos onde as crianças eram privadas de carinho, 40% das que contraiam sarampo morriam (SPITZ, 1945). Também um estudo publicado no British Medical Journal demonstrou que a sobrevivência média de homens idosos que perderam a mulher, era de longe inferior à de homens da mesma idade cuja mulher ainda estava viva (e nestes estudos não estava em causa ficarem sem a pessoa que cozinhava) (MURRAY, et al., 1969). Outro estudo indica que os homens com doenças cardiovasculares que responderam “sim” à pergunta “ a sua mulher diz que o ama?” apresentavam duas vezes menos sintomas que os outros (MEDALIE & GOLDBOURT,1976). Este estudo indicou que o Amor da mulher tinha um efeito protetor, mesmo na presença de fatores de risco (como o Stress ou hipercolesteronémia). Também nas mulheres com cancro de mama, outro estudo indica que o Amor permitiu ao fim de 5 anos diminuir os óbitos em relação às mulheres que referiam privação de afetos (REYNOLDS, 1994).

QUANDO PERGUNTO A CRIANÇAS DO

PRIMEIRO

CICLO

SE

CONSIDERAM QUE O AMOR TEM ALGUMA COISA A VER COM A SAÚDE, DÚVIDAS

NENHUMA QUANTO

DELAS À

TEM

RELAÇÃO

ENTRE AMBOS… É extraordinário o que aprendemos com as crianças e a forma como compreendem o Mundo de uma forma tão perspicaz. Na minha prática clínica, quando pergunto a crianças do primeiro ciclo se consideram que o Amor tem alguma coisa a ver com a Saúde, nenhuma delas tem dúvidas quanto à relação entre ambos… Os adultos que as acompanhavam, pelo contrário, acharam curiosa a alusão a uma possível relação. Os adultos precisam da evidência dos livros humanos para perceber relações entre conceitos. Podemos no Mundo Material encontrar Evidências.

Podemos, de facto, reduzir toda esta evidência a uma definição que uma criança me deu, no contexto de uma das intervenções sobre o Amor e a Saúde: “ Quando estou doente, o carinho dos meus pais tira-me mais a dor de barriga que o xarope cor de laranja!” Estamos assim a falar em “Amoroterapia” – a promoção da saúde pelo Amor- que 37


corre o risco de não ser divulgada pelo prejuízo que pode provocar à indústria farmacêutica… Mas é certo que o Amor (nas suas variadas formas e contextos de manifestação – Amizade, Família, Conjugalidade,…) é uma forte terapia promotora de longevidade e Saúde!

considera mal aproveitado, para o fazer sentir-se útil aos outros; A Corrupção será (Des)Corrupção, se a Política tiver o real significado da procura do Bem-Comum, cabendo a cada Cidadão procurar manter este significado, participando ativamente nas políticas locais da sua comunidade, assegurando-as com Amoroterapia.

Não trazendo riscos, mesmo em sobredosagem, é a única terapia que pode ser partilhada entre todos na dose que considerarmos melhor e que é inesgotável, produzindo-se a ele mesmo através da diária toma de si.

Como promover a (Des)Crise com a “Amoroterapia”? – Começando por administrar o Amor no Mundo de Cada Um, ele alastra-se em rede à Comunidade e ao Mundo. Já disseram hoje o quanto Amam e têm ouvido o quanto são amados? Como Enfermeiro é uma prescrição que nos faço: Amor que devemos administrar e tomar em várias doses por dia (não há risco de toxicidade) – na forma que mais se adequar a cada um!

Aplicar o Amor à Crise Social, potencia a (Des)Crise: A Pobreza será (Des)Pobreza se olharmos o próximo com a real compaixão que materialize a Partilha; O Desemprego será (Des)Desemprego, se olharmos quem não tem emprego com olhos de utilidade, potenciando a valorização do tempo de quem o

Referências Bibliográficas: MEDALIE, J.H. E GOLDBOURT, U. – Angina pectoris amonth 10000 men. II. Psycosocial and other risk factors as evidenced by a multivariate analysis of a five year incidence studyAmerican Journal of Medicine, vol. 60 (6), pp. 910-921, 1976; MURRAY P., et al.– Broken heart: a statistical study of increased mortality among widowers – British Medical Journal, Vol. 646, pp. 740-743, 1969; REYNOLDS, P., et al.– The relationship between social ties and survival among black and white cancer patients- National Cancer Institute Black/White Cancer Survival Study Group – Cancer Epidemiology, Biomakers and Prevention, vol. 3 (3), pp. 253-259, 1994. SHANBERG, S.– Genetic basis for touch effects, touch in early development- T. Field, Hillsdale, Erlbaum, pp.67-80, 1994; SPITZ, R.– Hospitalism: An inquiry into the genesis of psychiatric conditions in early childhood – Psychoanalystic Study of the child, vol. 1, pp. 53-74, 1945.

38


TERCEIRA IDADE: À PROCURA DE UMA NOVA PERSPECTIVA POR SANDRA ANDRADE

O

s idosos de hoje são o nosso futuro de amanhã. Um espelho que procuramos evitar a todo o custo. Somos jovens e vivemos como se fossemos jovens para sempre. A vida é um rodopio. Evitamos essa imagem de que um dia seremos idosos. Não, isso não é para nós. É para os outros. Nós vamos ser jovens para sempre. Mas não é bem assim. Não vivemos num conto de fadas em que somos felizes para sempre e ninguém quer falar em velhice, em doenças, em chatices. Empurramos os idosos para lá da nossa memória. Para dentro da casa deles. Para os hospitais. Para os Centros de Dia, para os Lares de Idosos, ou Casas de Acolhimento que é um nome mais pomposo, ou Residencial. Desde que

MESMO COM DOENÇAS FÍSICAS OU MENTAIS, COM O ENVELHECIMENTO DO

NOSSO

CORPO,

COM

OS

CABELOS BRANCOS, TODOS NÓS MERECEMOS RESPEITO.

39


fiquem fora da nossa vida. Desde que não fiquem lá a se lamentar e a nos lembrar que um dia seremos nós. Seremos nós a

lamentar, a lamuriar, a querer chamar a atenção. A grande pergunta é a seguinte: O nosso futuro tem de ser assim? E se encararmos a resposta como um grande não?

O NOSSO MEDO DE ENVELHECER IMPEDE-NOS DE VER OS IDOSOS

Vai de facto contra a maioria. Os idosos são considerados empecilhos. Não são úteis para a sociedade. Não dizem nada de útil e não fazem nada de útil. O seu tempo acabou. Já não tem palavra a dizer. Devem se remeter ao seu silêncio. À sua dor, às suas doenças, à sua solidão e às suas dores emocionais. Porque na sociedade não existe lugar para eles.

COMO ELES SÃO: PESSOAS, SERES HUMANOS COM

COM

SENTIMENTOS,

CORAÇÃO,

COM

VIVÊNCIAS.

QUE

AMARAM,

SOFRERAM,

TIVERAM

ALEGRIAS,

TRABALHARAM, CORRERAM ATRÁS

Mas se pudermos dizer um grande não a este futuro, como mudá-lo?

DE SONHOS.

Porque tem tudo de ser tão negro, tão fugaz e tão vazio? Um dia temos valor, no outro não valemos nada? Mesmo com doenças físicas ou mentais, com o envelhecimento do nosso corpo, com os cabelos brancos, todos nós merecemos respeito. Aos menos capazes é necessário dar todo o carinho e amor como tratamos os bebés que nascem completamente dependentes de terceiros. Porque tem de ser diferente no caso da terceira idade? O nosso medo de envelhecer impede-nos de ver os idosos como eles são: Pessoas, seres humanos com sentimentos, com coração, com vivências. Que amaram, sofreram, tiveram alegrias, trabalharam, correram atrás de sonhos. Temos medo de envelhecer e ficarmos incapazes. Essa é uma realidade possível. Mas e os idosos que não apresentam sinais de doenças incapacitantes? Serão esses obrigados a ficar sentados à frente da 40


televisão o dia todo após muitos anos de contribuição para a sociedade?

mudança. Mudar mentalidades. Mudar hoje para amanhã usufruir. Mudar hoje para que os idosos de hoje possam usufruir. Há que quebrar conceitos. Há que criar novos conceitos. Há que criar esperança.

IMAGINEM UMA SOCIEDADE ONDE OS IDOSOS NÃO SÃO ATIRADOS

Imaginem uma sociedade onde os idosos não são atirados para lares, hospitais, etc. Onde os idosos são valorizados pelas suas capacidades e pelos seus saberes. Onde os idosos são professores da vida. Onde os idosos estão apenas noutra fase da sua vida. A terceira idade. As doenças existem, mas a vida também existe.

PARA LARES, HOSPITAIS, ETC. ONDE OS IDOSOS SÃO VALORIZADOS PELAS SUAS CAPACIDADES E PELOS SEUS SABERES. ONDE OS IDOSOS SÃO PROFESSORES DA VIDA. ONDE

Como se sentiria se de repente acordasse num corpo idoso e fosse a pessoa que é hoje, uma pessoa inteligente, ativa, que gosta de se realizar, e lhe dissessem que de hoje em diante teria de se sentar naquela cadeira, com cerca de mais quinze pessoas na mesma sala, todas elas com características e personalidades diferentes e lhe dissessem: De hoje em diante a única coisa que pode fazer é acordar, tomar banho, comer e ver

OS IDOSOS ESTÃO APENAS NOUTRA FASE DA SUA VIDA. A TERCEIRA IDADE. AS DOENÇAS EXISTEM, MAS A VIDA TAMBÉM EXISTE. É imperativo que aceitemos que a velhice existe e ela não tem de ser vivida frente ao televisor. Cabe a nós, de qualquer idade, até mesmo já sendo idosos, começar a 41


televisão. Para o resto da sua vida. Não seria incapacitante? Pois então, já sabe o que sentem os idosos. Não admira que estejam tristes. Pensam que a vida tem de ser assim. Que tem de se conformar porque isso é ser idoso. Mas não é. Não é.

mas com mais experiência, mais tempo disponível e mais sabedoria. Imaginemos o quanto não podemos aprender com estas pessoas fantásticas que estão cá há tanto tempo. Imaginem as boas amizades que podem ter com os idosos à vossa volta. Creem mesmo que tratamos de forma digna e correta os nossos idosos? Não gostariam de ser vocês idosos rodeados de pessoas interessadas em conhecê-los, em aprender convosco, em conviver, em passar bons momentos?

Cabe a nós mudar essa ideia. Mudar essa ideia que os idosos têm de si mesmos. Que a sociedade tem dos idosos. Os idosos têm muito carinho, amizade e amor dentro dos seus corações. São as mesmas pessoas que eram quando jovens,

Tudo isso é possível se começarmos a agir assim com os nossos idosos. Pequenos passos acabam por se tornar grandes passos de mudança.

OS IDOSOS TÊM MUITO CARINHO, AMIZADE E AMOR DENTRO DOS SEUS CORAÇÕES. PESSOAS JOVENS,

SÃO

QUE MAS

EXPERIÊNCIA,

AS

ERAM COM MAIS

MESMAS

Todos somos seres humanos à procura de aceitação, amor e carinho. E todos merecemos tê-lo enquanto vivermos. Temos a oportunidade de mudar o futuro dos nossos idosos. O nosso futuro. Porque então continuar no mesmo registo? Atreva-se a fazer a diferença!

QUANDO MAIS TEMPO

DISPONÍVEL E MAIS SABEDORIA.

42


CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO POR VANESSA DIAS

T

odos nós já enfrentámos desafios. Uns mais complexos do que outros, é certo; mas sempre conseguimos, de alguma forma, dar a volta por cima. Pode ter sido uma crise financeira, um desgosto amoroso, uma rutura familiar, um processo de luto… mas no final fomos capazes de lidar com a dor e com as emoções negativas.

É

NESTAS

EXPERIÊNCIAS

E

OCASIÕES DE VIDA DRAMÁTICAS QUE

NOS

GRANDES

APERCEBEMOS COMPETÊNCIAS

DAS E

VIRTUDES HUMANAS vida, como é o exemplo do Atendado de 11 de Setembro, nos Estados Unidos da América, e continuar, num determinado

Como é que nós conseguimos, então, passar por situações tão traumáticas de 43


NO FUNDO, CENTRAMO-NOS NUMA IMENSA GRATIDÃO PELOS PRESENTES DA VIDA tempo depois, com as nossas vidas, de uma forma mais ou menos equilibrada? E como é que nós, enquanto sociedade, podemos promover o crescimento e o desenvolvimento em situações menos boas? É nestas experiências e ocasiões de vida dramáticas que nos apercebemos das grandes competências e virtudes humanas – a nossa resiliência fala mais alto, a nossa humildade acorda-nos para os pormenores mais simples e importantes da vida, o nosso sentimento de união social engradece e o nosso otimismo muda a forma como lidamos com o sucedido. Passamos a dar mais valor à vida e às pessoas, a estar alerta sobre aspetos tão ínfimos como a partilha de um sorriso, de um abraço ou de um afago. Tornamo-nos mais humanos, mais amigos e mais cívicos.

acontecimentos de vida menos positivos podem ser transformados em fontes de motivação e de inspiração para um futuro melhor, repleto de novos caminhos e novas oportunidades que só assim poderiam surgir.

No fundo, centramo-nos numa imensa gratidão pelos presentes da Vida. E até mesmo aqueles que nos provocam dor emocional, ou até mesmo física, são encarados, depois de alguma reestruturação cognitiva e reinterpretação dos acontecimentos, como motivos de aprendizagem e de crescimento pessoal, graças ao otimismo e à esperança com que nos conseguimos reerguer. É a pura aplicação do ditado “O que não me mata, torna-me mais forte”, e é assim que vamos crescendo, dando mais valor à vida e às pessoas, acreditando de forma otimista que os motivos que sustentam os nossos

A este tipo de reação, face às adversidades da vida, damos o nome de “Crescimento Pós-Traumático”, um fenómeno psicológico recentemente mais estudado e elaborado, nomeadamente na área da Psicologia Positiva. O estudo do Crescimento Pós-Traumático procura assim explicar e dar-nos a entender como é que pessoas que passam por acontecimentos ou situações de vida muito stressantes conseguem fazer uma reaprendizagem psicológica do sucedido, 44


revestindo as suas experiências traumáticas com nuances de significado positivo, embora preferissem, claro, não ter passado por essas mesmas experiências dramáticas.

conseguimos, de certa forma, diminuir a tensão psicológica do momento, dar sentido ao sucedido e reestruturar o significado da situação negativa, construindo uma versão mais positiva dos motivos e das consequências dessas mesmas vivências. Normalmente, as

Curiosamente, e ao contrário do que poderíamos esperar, o crescimento póstraumático é mais frequente do que as situações de stress pós-traumático, o que nos permite sugerir que o ser humano tem realmente um forte poder de adaptação e de recuperação do seu equilíbrio a diversos níveis. Quebramos e caímos, sim, porque somos humanos; mas também somos capazes o suficiente para renascermos literalmente das cinzas, com uma renovada coragem de viver.

PENSE NUMA SITUAÇÃO MENOS BOA,

PELA

QUAL

TENHA

PASSADO. PROCURE DESCREVER AS EMOÇÕES

QUE

PORMENORES

SENTIU QUE

E

OS

MAIS

O

MARCARAM NESSE CONTEXTO. DE SEGUIDA, LISTE, PELO MENOS, TRÊS

A união social e a entreajuda são também dois fatores importantes que promovem o crescimento pós-traumático, porque funcionam como um “resguardo” emocional. Ao partilharmos emoções negativas com os outros, narrando as nossas vivências traumáticas,

FATORES POSITIVOS QUE TENHAM SURGIDO

EM

CONSEQUÊNCIA

DESSA MESMA SITUAÇÃO

45


pessoas conseguem, assim, representá-las como fontes de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal (fatores positivos), o que lhes permite lidar e gerir melhor as suas emoções e pensamentos.

que mais o marcaram nesse contexto. De seguida, liste, pelo menos, três fatores positivos que tenham surgido em consequência dessa mesma situação. Quando realizar o exercício, vai ver que no início terá alguma dificuldade em encontrar fatores positivos associados à sua vivência negativa – isso é perfeitamente natural. No entanto, se persistir, encontrará com certeza pelo menos três exemplos. Vou recuperar um exemplo bem conhecido de todos nós, para ajudá-lo a pôr em prática o exercício anterior: Se os atentados de 11 Setembro não tivessem ocorrido, não teríamos tido oportunidade de assistir a 1) uma maior união entre nações, 2) uma maior consideração pela profissão dos bombeiros, e a 3) uma maior consciencialização da necessidade de tomada de medidas preventivas acerca do terrorismo.

A continuação do estudo e reflexão sobre este assunto poderá, no futuro, ajudar-nos a lidar melhor com as dificuldades extremas que podemos encontrar em qualquer momento da nossa Vida e, sobretudo, encontrar melhores estratégias de apoio e de recuperação psicológica em vítimas de situações traumáticas, como é o caso de atentados terroristas, sequestros e processos de luto. No nosso dia-a-dia, podemos proteger-nos do impacto de pequenos traumas recorrendo a pequenos exercícios de reflexão. Deixo-lhe uma pequena proposta que poderá facilmente aplicar, num momento que tenha só para si: Pense numa situação menos boa, pela qual já tenha passado. Procure descrever as emoções que sentiu e os pormenores

Vai aceitar o desafio?

46


ESPALHAR A ALEGRIA DE VIVER POR EVELINE CARVALHO CUNHA

O

PARA MUITOS, A MORTE, QUE É

lhamos à nossa volta e observamos o sofrimento das pessoas. Variadas são as causas atribuídas: desemprego, enfermidades, morte de familiares, conflitos íntimos, depressão, divórcios, violência, crimes sexuais, miséria, exclusão social, abandono, entre outros. Constatamos, em todos estes casos, o estado de desespero, de desesperança, a sensação de vazio, angústia e desamparo que se prolongam no tempo e geram efeitos negativos, comprometendo o equilíbrio e bem-estar dos indivíduos.

UMA

SITUAÇÃO

PERMANENTE,

APRESENTA-SE COMO A ÚNICA SOLUÇÃO VIÁVEL A falta de perspetiva em uma vida melhor e a falta de estratégias intrínsecas e extrínsecas para lidar com as situações desafiadoras da vida fazem com que parte da população, em vulnerabilidade física e psicológica, alimente as ideias suicidas. Pouco a pouco, como uma semente que cresce lentamente em 47


“Ah, meu amigo querido

exposição ao sol e à rega, as ideias de auto lesão ou suicidas vão “brotando e crescendo” ao longo das experiências dolorosas e acabam por ganhar força. Para muitos, a morte, que é uma situação permanente, apresenta-se como a única solução viável para eliminar uma dor considerada intolerável e que, na maior parte das vezes, é decorrente de uma situação transitória.

Alguns versos vou te ofertar Torcendo pra que minhas palavras Possam te iluminar E mude a tua opinião Não tire a tua vida não Eu vou te ajudar!

O meu objetivo neste artigo não é tecer julgamentos. Não é dizer o que é certo ou errado. Cada um tem a sua dor e cada dor é única. Meu objetivo é partilhar reflexões acerca do nosso papel e da posição da sociedade diante destes fatos. 

Será possível aliviar a carga de alguém?

É possível abrir novos horizontes para aqueles que só enxergam um único caminho?

Pra começo de conversa Quero confraternizar Sei que a tua dor é grande Mas estou a te escutar Aqui tens um ombro amigo Então escuta o que eu digo

Que tudo irá melhorar (…)

Mude a tua referência

Conseguimos auxiliar uma pessoa na construção de novos projetos de vida?

Deixe de se lamentar Encare os problemas de frente Que tudo irás superar

Temos a capacidade de confortar alguém em desespero através do nosso sorriso e abraço?

Porque força você tem

E contas com auxílio do Bem

Conseguimos nos organizar enquanto sociedade para exigir ao poder político melhores ações e projetos na área de Saúde Mental?

E de amigos a te amparar

E assim pouco a pouco verás Sua dor cicatrizar

Posso ser um empreendedor social e melhorar as condições de vida de um pequeno grupo, vizinhos, amigos ou desconhecidos?

Ao usar esse remédio Poderoso e salutar

De muita capacidade

Sei perceber os sinais daqueles que estão a alimentar as ideias suicidas e atuar de forma a colaborar com ele?

Que se pode tomar à vontade E esse remédio é amar”. (autor desconhecido) 48


Qual o nosso posicionamento diante de tudo isto? Enquanto uns se sentem impotentes perante este cenário, eu penso que há muito que se pode fazer para iluminar o caminho daqueles que precisam de mais uma oportunidade para (re)encontrar a Esperança. Cada pequeno gesto A.C.E.D.A - Atenção, Compaixão, Escuta, Disponibilidade e Afetividade, de muitas pessoas, poderá aceder e reacender a pequenina chama de Vida que ainda resta no Ser Humano e fazê-la crescer! O gesto A.C.E.D.A, não só pode salvar a vida de alguém, como pode proporcionar melhor e maior saúde física e mental a nós próprios. Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a uma melhor saúde mental e à felicidade.

de outro Ser através da ação, procurando compreender os motivos que o levam a escolher o suicídio como única opção. A compaixão-ação procura ajudar o outro a enxergar novos horizontes, incorporar crenças mais otimistas, focar o pensamento em estratégias diversificadas e visualizar novas soluções para os problemas que geram a dor insuportável; estimula o movimento do corpo através dos exercícios físicos e da dança, a expressão através da arte e da música e a capacidade de Sorrir mais, muito mais!

E

Escutar com atenção, compreensão e respeito. “Quem aprende a ouvir com atenção, aprende a falar com proveito”. Escutar criando Empatia, isto é, percecionando a realidade como a outra pessoa a vê. Escutar, sentindo-se solidário com o outro. Ser um interlocutor ativo e apoiante do outro, fazendo-lhe companhia na sua viagem e ajudando-o a ganhar confiança em si próprio e na sua capacidade de autodeterminação e resolução de problemas. Escutar com atenção aos indícios das ideias suicidas: “não vale a pena viver”, “Quero acabar com tudo”, “Nada mais importa”, “Nada do que eu faça resolve”, “Nada mais tem sentido”, “Não há luz no fim do túnel”, entre outros, para atuar no resgate da Esperança.

Compreendendo o sistema A.C.E.D.A (*)

A

– Atenção às necessidades do outro e às suas emoções. Atenção aos sinais: afastamento dos amigos e da família; mudanças de humor e comportamento; tendência ao isolamento e ao distanciamento das atividades que geram prazer; preparativos “suspeitos” em deixar papéis em ordem e postura de despedida aos familiares e amigos; perda da autoestima; aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos; distúrbios do sono e automutilação; insucesso escolar. Atenção ao Ser Humano!

D

– Disponibilidade de tempo e presença para a escuta, companhia e acompanhamento. Disponibilidade para “pensar com”, “pensar junto”; disponibilidade para encontrar meios de não deixar o outro sozinho, principalmente em momentos de crise; buscar o apoio técnico e especializado nos vários sistemas de saúde e ajudar ao outro a estabelecer relações

C

– Compaixão. O sentido da compaixão neste sistema refere-se à compreensão de que todos têm o direito à felicidade. Neste sentido, surge o desejo de aliviar ou minorar o sofrimento 49


de apoio e colaboração com outras pessoas e instituições; disponibilidade para amar!

todos os anos, quase um milhão de pessoas morrem de suicídio, ou seja, uma taxa "global" de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, ou uma morte a cada 40 segundos. Nos últimos 45 anos as taxas de suicídio aumentaram 60% em todo o mundo. O suicídio está entre as três principais causas de morte entre aqueles com idade de 15-44 anos, em alguns países, bem como a segunda principal causa de morte no grupo de 10-24 anos de idade. Estima-se, ainda, que o risco de suicídio ao longo da vida em pessoas com perturbações do humor (principalmente depressão) é de 6 a 15%; com alcoolismo, de 7 a 15%; e com esquizofrenia, de 4 a 10%. Importante alertar que esses números não incluem as tentativas de suicídio e auto lesão que são até 20 vezes mais frequentes do que o suicídio consumado. Um evento igualmente preocupante.

A

– Afetividade possibilita ao ser humano revelar e demonstrar os seus sentimentos em relação aos outros. Graças à afetividade, as pessoas conseguem criar laços. Toda troca de afeto gera vida. Uma das expressões de afeto que geram altos níveis de bem-estar é o toque, o abraço. Todo corpo que é tocado, acarinhado por um abraço produz hormonas do bem-estar e do relaxamento, reduz a ansiedade e o medo e sente mais segurança e confiança. O abraço consegue evidenciar Três condições essenciais à vida do Ser Humano: o ato de respirar, os batimentos do coração e a troca de afetos! Logo depois vem o sorriso a costurar tudo e a estampar no rosto: Estou vivo e feliz!

Em Portugal, na última década, segundo dados do Eurostat (*2), a taxa de suicídio tem oscilado entre 4,5 por 100.000

O Cenário A saúde mental é definida como um estado de bem-estar em que cada indivíduo percebe o seu próprio potencial (visão positiva da vida, auto estima), consegue lidar com as tensões normais da vida (resiliência, gestão do stress negativo), pode trabalhar de forma produtiva e frutífera (capacidade de ação e motivação), e é capaz de dar um contributo para a sua comunidade (agir para o bem comum, cooperação). Milhares de pessoas estão bem longe de vivenciar este estado de bem-estar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (*1) o suicídio está incluído no leque dos problemas sociais e representa uma das mais importantes questões de saúde pública. Estima-se que 50


habitantes em 1999 e 10,3 em 2010, com picos em 2002 (10,1), 2003 (9,4) e 2004 (9,6). À luz dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de suicidas variou entre 519 em 2000 e 1098 em 2010, tendo sido registado 1012 casos em 2011. Os estudos apontam para um aumento em 2012 de mortes por “lesões auto provocadas intencionalmente” em relação a 2011, principalmente na faixa etária acima dos 50 anos de acordo com o INE (*3). De uma forma geral, os casos ocorrem com maior frequência entre os indivíduos do sexo masculino. Há que reconhecer, antes de mais, que o número de suicidas registados não corresponde à realidade, devido à omissão de inúmeros casos e por incorreções na certificação de óbitos.

acidentes de viação. “A idade com que as pessoas se suicidam tem vindo progressivamente a decrescer”, existindo “em idades mais precoces, como na infância”, afirmou Maria Manuela Correia da direção do Núcleo de Estudos do Suicídio (NES) (*4). Diante dos efeitos da crise, do aumento do número de casos de depressão e transtornos mentais e das auscultações aos países, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o Plano de Ação Global de Saúde Mental 2013-2020 que contempla uma grande área relacionada à prevenção do Suicídio (*1). A boa notícia é que em Portugal já existe a elaboração do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio (*5) que está na sua primeira fase. Cabe a nós, apoiarmos, comprometermo-nos e exigirmos que os planos delineados sejam executados. Vejam alguns dos objetivos do Plano de Prevenção do Suicídio em Portugal (20132017):

Vale alertar, que o suicídio também acontece na infância e na adolescência. Estudos indicam que a segunda maior causa de morte entre os adolescentes é o suicídio, sendo a primeira causa os 51

Uniformizar a terminologia e os registos dos comportamentos auto lesivos e atos suicidas;

Aumentar os níveis de bem-estar psicológico;

Melhorar a acessibilidade de grupos vulneráveis aos serviços de saúde mental;

Aumentar a acessibilidade aos cuidados de saúde;

Reduzir o acesso a meios letais;

Melhorar o após alta hospitalar;

acompanhamento de internamento


Melhorar a informação educação em saúde mental;

Diminuir o estigma em torno da depressão, ideação suicida, comportamentos auto lesivos e atos suicidas;

Desenvolver a capacidade de agir sobre a depressão e o suicídio nos cuidados primários, através da implementação de novos modelos de intervenção para a depressão;

Sensibilizar os média para a necessidade de aplicação dos princípios definidos para a informação/descrição de comportamentos auto lesivos e atos suicidas;

e

Aumentar o horário de atendimento de linhas de telefones SOS, através da criação de sinergias e complementaridade entre as existentes;

Formar e desenvolver redes de porteiros sociais na comunidade/autarquia e em contextos específicos para campanhas de esclarecimento e prevenção (p. ex. escolas, Forças de Segurança, prisões);

Contribuir para uma maior racionalização da política do medicamento, particularmente na prescrição de psicofármacos, sobretudo benzodiazepinas e antidepressivos;

Celebrar o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, em 10 de setembro, organizado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e pela OMS e, em Portugal, pela Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS), com o patrocínio da Direção Geral da Saúde, através do Programa Nacional para a Saúde Mental;

Atenção aos mitos: Transversais a todo o processo de sensibilização e educação do público surgem os mitos em torno dos comportamentos suicidários, nomeadamente:

A pessoa que fala sobre suicídio não fará mal a si própria, apenas quer chamar a atenção.

Falso – Todas as ameaças devem de ser encarados com seriedade. Muitos suicidas comunicam previamente a sua intenção;

Os indivíduos suicidas querem mesmo morrer ou estão decididos a matar-se.

Falso – A maioria das pessoas que se suicida conversa previamente com outras pessoas ou liga para uma linha de emergência, o que mostra a ambivalência que subjaz ao ato suicida;

52


Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa está fora de perigo.

Falso – Na verdade, um dos períodos de maior risco é o que surge durante o internamento ou após a alta. A pessoa continua em risco; 

Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre uma perturbação mental.

Falso – Os comportamentos suicidas têm sido associados à depressão, abuso de álcool e outras substâncias psicoativas, esquizofrenia e outras perturbações mentais. A proporção relativa destas perturbações varia de lugar para lugar, havendo, todavia, casos em que nenhuma perturbação foi detetada;

Se alguém falar sobre suicídio com outra pessoa está a transmitir a ideia de suicídio a essa pessoa.

Falso – Não se causam comportamentos suicidas por se falar com alguém sobre isso. Na realidade, reconhecer que o estado emocional do indivíduo é real e tentar normalizar a situação induzida pelo stresse são componentes importantes para a redução da ideação suicida.

“CADA BOA AÇÃO QUE VOCÊ PRATICA, É UMA LUZ QUE VOCÊ ACENDE, EM TORNO DOS PRÓPRIOS PASSOS”

Fontes: (*) - Sistema A.C.E.D.A – Eveline Carvalho Cunha – Projeto Arte de Bem Viver. *1- Prevenção do suicídio (SUPRE) disponível em: http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/suicideprevent/en/ *2 - EUROSTAT (2013). Statistcs, suicide rates. Disponível em: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/pgp_ess/partners/european_union/pt/tab_statistics?c=PT&|PT * 3- Suicídio é 'solução' para cada vez mais idosos. Por: Notícias Ao Minuto. Disponível em: http://www.noticiasaominuto.com/pais/121241/suicidio-e-solucao-para-cada-vez-mais-idosos#.UoJXwvmpWSo *4Suicídio: Segunda causa de morte dos adolescentes em Portugal. Disponível: noticias.sapo.pt/info/artigo/1052146 13/03/2010 AVANCI, Rita de Cássia; PEDRAO, Luiz Jorge and COSTA JUNIOR, Moacyr Lobo da. Perfil do adolescente que tenta suicídio em uma unidade de emergência. Rev. bras. enferm. [online]. 2005, vol.58, n.5, pp. 535-539. ISSN 0034-7167. *5- Plano Nacional de Prevenção do Suicídio – 2013-2017 disponível: http://www.portaldasaude.p

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CONHEÇA OS ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES DE APOIO E PREVENÇÃO AO SUICÍDIO E NOS AJUDE A DIVULGAR. SE HOUVER MAIS ENTIDADES QUE PRESTAM ESTE TIPO DE APOIO, INFORME-NOS. VAMOS CONSTRUIR UMA BELA CORRENTE DO BEM! SOS – 112

Saúde 24 - abordagem clínica no âmbito do atendimento telefónico – 808 24 24 24 SOS – Voz Amiga: 800 202 669, 21 354 45 45, 91 280 26 69, 96 352 46 60 Telefone da Amizade: 808 223 353, 228 323 535, jo@telefone-amizade.pt, SOS – Estudante: 808 200 204, 969 554 545 Escutar – Voz de Apoio: 225 506 070, sos.vozdeapoio@sapo.p t, Apartado 2533, Vila Nova de Gaia Conversa Amiga: 808 237 327, 210 027 159 Telefone da Esperança: 222 030 707 Instituto Português de Suicidologia: http://www.spsuicidolog ia.pt Clube do Riso Arte de Bem Viver – para alimentar a esperança, a alegria de viver e o riso - 22 906 9860 54


APONTAMENTOS DO DIA-A-DIA POR MARIA RODRIGUES PINTO

O

tempo passa a voar!” Todos nós já dissemos esta expressão vezes sem conta. De facto andamos tão absorvidos com as solicitações diárias - que naturalmente - não damos importância a alguns detalhes do nosso dia-a-dia.

outras coisas… No meio de tantas situações desagradáveis que a sociedade tem atualmente, é fundamental que não fiquemos focados apenas nas partes negativas. Mais do que nunca, precisamos valorizar o bem que temos e ficar gratos à vida. Há sempre alguém que está numa situação mais difícil do que nós, pelos mais variados motivos…

Andamos focados no trabalho, nos horários, nos filhos, nas obrigações, no tempo, no dinheiro, nas despesas, nas notícias, na crise, na troika, entre tantas

Certamente pode estar a pensar “isso é fácil de dizer! Mas só eu é que sei…” Não 55


quero desvalorizar o que sente, pensa e vivencia, a sua realidade pessoal, é só sua e respeito-a. No entanto, também há gestos e atitudes positivas que os outros têm connosco. E também me pode estar a dizer “as pessoas têm sempre interesse em qualquer coisa”. Até pode ser verdade, mas será que esse interesse é negativo? Não será que o interesse do outro simplesmente é receber amizade e simpatia, obter uma palavra de carinho, e estar bem com a vida?

desafio: tente não ser desconfiado com o outro e aprecie os gestos das pessoas e das coisas boas que acontecem. Mais do que dar conselhos ou fazer sugestões, posso partilhar consigo a minha postura e as coisas a que dou valor na minha vida. Há uns anos atrás saturada dos pensamentos negativos, procurei fazer algo diferente para contrariar essa tendência: adquiri um caderno onde escrevo situações agradáveis que a vida me traz. À noite quando faço o balanço do meu dia, procuro escrever algo de positivo que tenha acontecido e coloco sempre a data. Há dias com mais

O nosso cérebro é um músculo que pode ser exercitado em função dos pensamentos que selecionamos. Assim, podemos fazer o exercício de filtrar as coisas que vemos e ouvimos. Esta decisão cabe cima de tudo a nós. Eu tenho o livre arbítrio na minha vida de me deixar condicionar pelas coisas menos boas. Sou eu que escolho a percentagem de atenção que quero dar a algum assunto. No início deste processo, devemos ter bem consciente o que nos afeta pela negativa na nossa vida, aquilo que nos incomoda verdadeiramente. Ao termos essa noção clara, o que está ao nosso alcance fazer para que as influências negativas não nos afetem?

É FUNDAMENTAL ENCONTRAR UM “TEMPINHO” DO NOSSO DIA PARA DAR

ALENTO

CORAÇÃO

Na minha opinião é fundamental encontrar um “tempinho” do nosso dia para dar alento à alma e ao coração. Certamente já reparou nos gestos e atitudes que as pessoas têm e que são desprovidos de qualquer interesse. Por acaso fica grato(a) à vida quando acontecem consigo? O artigo que está a ler é exatamente para o chamar à atenção para os gestos dos outros e para o incentivar a ser um verdadeiro impulsionador de gestos e atitudes igualmente positivos. Uma sugestão ou 56

À

ALMA

E

AO


episódios do que outros, mas atualmente leio o que está para trás e fico duplamente contente pela leitura. Deve estar a perguntar-se que tipo de situações é que poderia escrever… Pois bem, escrevo a mensagem de um amigo, um telefonema de uma pessoa com quem há muito não falava, um sítio novo que tinha visitado, uma surpresa, uma oferta, um presente, tantas coisas… Que para mim são especiais.

Posso ser a impulsionadora de mudanças no meu dia.

Posso dizer bom dia com pequenos sorrisos em vezes de o fazer de lábios semifechados.

Posso ligar aos meus amigos em vez de estar à espera que eles me liguem. Certamente irão gostar e eu fico contente por contribuir para a continuidade da nossa amizade.

Posso fazer biscoitos e oferecer no trabalho. Eu gosto de dar e eles gostam de receber.

Posso ajudar uma pessoa que precisa de ajuda na rua ou num transporte público. Até o posso fazer sem que me peça.

Posso dizer sempre bom dia e boa tarde quando me vão atender. Por vezes até sou surpreendida com uma oferta e com a simpatia do funcionário.

Posso alimentar os animais da rua e fazer voluntariado.

Posso tantas outras coisas! Só depende das minhas escolhas.

Desafio o leitor a estar atento às mensagens que a vida lhe pode trazer. Faça o seu registo, onde quer que seja, pode até ser na sua memória ou coração. Fique focado nas coisas boas, desvalorize as nuvens negras e viva o seu dia da melhor forma possível.

Como tudo parte do nosso EU, eis um pequeno exemplo do que o meu EU pode fazer todos os dias: 

Há publicidades e cartazes com mensagens que nos tocam, há pessoas a precisar de si, há gestos bonitos lá fora, há pessoas fantásticas à sua volta. Não tenha medo, envolva-se! Há pessoas que precisam de si para valorizar os seus gestos, mas também para os receber. Tome a iniciativa, não fique à espera que os outros façam algo por si. Dê sem estar à espera, verá que ao longo do tempo será mais estimado(a) pelas pessoas… Verá que vale a pena!... Um bem haja!

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ENTREVISTA DE BOLSO “A OTIMISTA” POR AMARO FIGUEIREDO

P

ela primeira vez, a Revista eOptimismo viajou até ao Brasil em busca do otimismo. Desafiou Alexandre Crof, vocalista e compositor da banda Criadores do Acaso, a responder às cinco perguntas da entrevista de bolso, enquanto viajava de cidade em cidade, em espetáculos.

“TIRE O SEU "EU" DO FOCO DA SUA VIDA, ESTE PODE SER O MELHOR COMEÇO E UM INCRÍVEL EXERCÍCIO PARA SER OTIMISTA.” A Otimista: És otimista? Alexandre Crof: Sim, geralmente depois que um pensamento pessimista passa pela minha cabeça.

A Otimista: O otimismo é… Alexandre Crof: … olhar a manhã, através da janela, e escolher o tempo que fará.

A Otimista: Onde procuras o teu otimismo? Alexandre Crof: Busco em reflexões individuais, coloco frente a frente meu lado otimista e o meu lado pessimista. Eles brigam e meu otimismo ganha, apenas porque eu me enfrento. Muitas vezes procuro meu otimismo em minha espiritualidade também, outras vezes busco-o nas histórias de vida dos meus vizinhos. 58


A Otimista: Trocavas o teu otimismo? Sim, ou não. Porquê?

ALEXANDRE CROF Autor do Livro:

Alexandre Crof: Sim, trocaria o meu otimismo pelo o do Gandhi. Porque apanhar e não revidar na mesma moeda, no fundo, é ser um grande otimista, acreditando que as coisas vão mudar e da melhor maneira possível.

A Otimista: Que conselho dás às pessoas que andam em busca do otimismo? Alexandre Crof: A vida é caminhar e a todo instante neste caminho, você é obrigado a fazer uma escolha. O otimismo é escolher e se enfrentar olhando para frente. Então, vista essa camisa e coloque a sua a vida no seu devido lugar: Uma infinita brincadeira! Minimize as suas dores e seus problemas, tudo é superado e reinventado se você olhar para frente. Tire o seu "eu" do foco da sua vida, este pode ser o melhor começo e um incrível exercício para ser otimista.

Titulo: “Sol e Lua embaixo de Chuva” Editora: Editora Multifoco Ano: 2009

Primeiro Álbum:

Criadores do Acaso

Fotografias de Cynthia Magalhães

Álbum: “Tempo de Voar”

http://criadoresdeacaso.com.br/

Ano: 2013

https://www.facebook.com/criadoresdeacaso

59


OTIMISTA …POR ASSOCIAÇÃO Com esta nova edição da eOptimismo, iniciamos a secção “Otimista…por associação”, onde vamos dar voz às associações que promovem o otimismo, a felicidade e o desenvolvimento pessoal, através das suas diversas atividades e projetos. Para estrear esta secção convidamos a Associação Fazer Avançar para falar dos projetos promotores de felicidade que tem desenvolvido, principalmente na cidade de Leiria, que têm cativado todos os seus participantes.

Porquê promover a felicidade? Vários são os estudos que referem que as crianças felizes têm menos probabilidade de vir a sofrer de doenças mentais, bem como de terem mais sucesso profissionalmente, em atividades sociais e em relacionamentos. Outros estudos levam-nos a concluir que, em Portugal, nos últimos anos as pessoas ficaram mais ricas, atingiram mais objetivos mas estão cada vez mais tristes. Ainda muito recentemente foi divulgado na comunicação social que o nosso país perdeu cerca de 12 pontos no ranking mundial da felicidade. 60


Todas estas informações levam-nos a uma questão inevitável: porque não são as pessoas mais felizes quando se sabe que a felicidade representa tanto no seu bem-estar e na evolução do mundo?

Happiness Club e cria o Clube de Leiria. A primeira grande atividade surge em maio de 2012, com o Leiria Happiness Day. Este evento teve a colaboração de alguns/algumas voluntários/as e teve um impacto tal na cidade que se desenvolve o mote de hoje: Leiria, a capital da felicidade! Entre outras atividades e ações, já fizemos de pedaços de chão relvado jardins coloridos cravados de balões e cata-ventos, já pusemos estátuas a sorrir e a fazer sorrir, decorámos o castelo e a estrada nacional com grandes sorrisos! Lutámos em guerras de almofadas e fizemos concursos de gargalhadas. Pintámos a véspera de natal de amarelo e iluminámos o céu com candeias sorridentes!

Foi com base nestas dúvidas que, em 2012, a Associação Fazer Avançar (AFA), uma associação juvenil sem fins lucrativos, sediada em Leiria, começa a tentar perceber a verdadeira importância da felicidade na vida dos/as seus/suas associados/as e o impacto positivo que as boas práticas neste âmbito podem ter na vida da comunidade em que estes/as se inserem.

As atividades mais práticas têm sempre resultados muito importantes, mas consideramos de todo o interesse agir como agentes disseminadores da felicidade em todos os seus conteúdos. Desta forma, procuramos também obter conhecimento teórico sobre a temática e transmiti-lo à população mais jovem, em núcleos escolares que funcionam como micro-clubes direcionados para comunidades educativas. Até ao fim de 2013, contamos aumentar o número dos nossos núcleos, promovendo esta atividade em cooperação com juntas de freguesia para chegar mais facilmente até às pessoas, em geral.

A AFA, que surgiu em 2008, conta atualmente com 165 associados/as e um corpo de 60 voluntários/as regulares. O seu foco de atividade são as questões sociais, estando a desenvolver 4 projetos (Leiria Happiness Club; Eu Desportivo, Faz-te à Vida e SPEAK). Acreditamos que é difícil mudar o mundo, mas temos a certeza que podemos tentar! Não precisamos de ser todos/as cientistas para perceber o impacto da felicidade na vida de todos os seres vivos, mas podemos utilizar os seus conhecimentos para tentarmos fazer a diferença. Na AFA, reconhecemos que a felicidade é o melhor mecanismo para fazer o mundo ir mais além. É nesta perspetiva que, em 2012, se junta ao

E quando nos perguntam quais as nossas notas 61


imperativas, gostamos de afirmar:

Como vamos fazê-lo? Simples, eficaz e irreverente: VAMOS SONHAR, QUERER E FAZER.

Nas nossas ações temos dado o nosso melhor para promover a felicidade e o otimismo. Este projeto vai permitir-nos levar o tema da felicidade mais a sério e de forma organizada. Vamos passar a unir esforços para conseguirmos criar mais sorrisos! É imperativo reorientar o mundo da educação e trabalhar para um desenvolvimento do bem-estar da sociedade baseado em valores humanistas e não simplesmente orientado pela procura de crescimento económico, consumismo e materialismo.

A Felicidade tem sido alvo de estudo de áreas como a psicologia, a filosofia ou até da religião, uma vez que nos influência no nosso dia a dia. É imperativo conhecermos mais sobre este tema, pois consideramos que a população não tem conhecimento do impacto da felicidade na sua vida e das pequenas mudanças que podem fazer a diferença no seu dia a dia. O aumento depressão demonstra precisa de prioridades.

Queremos uma Leiria mais feliz e um mundo mais otimista! Queremos: 

Mais pessoas ajudam;

alegres,

que

Mais pessoas produtivas nos seus locais de trabalho;

Mais pessoas socialmente ativas;

Pessoas que se sentem bem, e que pretendem fazer o bem;

Crianças conscientes de um futuro risonho e bem sucedido;

O que conseguirmos e vamos procurar o que acharmos utópico até ser concretizável;

Espalhar magia que transforma e faz avançar o mundo!

dos níveis de ansiedade e na população jovem que a nossa sociedade uma mudança nas suas

De modo a partilhar conhecimentos sobre a Felicidade, no dia 30 de Novembro de 2013 a AFA promoveu a 1ª Conferencia da Felicidade, tendo como premissa para o seu planeamento, a ideia de que se a teoria se faz através da prática, também a prática deve ser sustentada com bons aspetos teóricos. O seu principal objetivo foi capacitar as pessoas para tomar ações conscientes pela felicidade, acreditando que e com esta conferência as próprias pessoas consigam consciencializar, promover e concretizar mudança nas suas vidas, sendo pessoas mais produtivas e mais alegres. Também pretendeu demostrar à população Leiriense que a Felicidade é mais do que um sorriso, boa disposição ou um estado de espírito. 62


Foram muitos os participantes que estiveram na conferência, no Instituto Politécnico de Leiria, que aumentaram os seus conhecimentos e debateram sobre a felicidade pela voz de especialistas na área, conhecendo um pouco melhor técnicas de ioga do riso, experienciando momentos de

relaxamento e lazer, entre outras surpresas que aconteceram ao longo do dia.

Contactos AFA Morada: Av. Combatentes da Grande Guerra Galerias Lena, Loja 8 2400-122 Leiria Telefone: (+351) 926 256 055 Horário: à 3ª e 5ª das 15:00 às 19:00 Web: www.fazeravancar.org Email: geral@fazeravancar.org

63


CURTAS…

Daniel Oliveira, o carismático apresentador do programa Alta Definição (SIC) lança o seu primeiro romance, centrado em Camila, personagem que se envolve num jogo de emoções.

É quase natal e Kelly Clarkson não deixou passar em branco a época e lançou o seu primeiro álbum natalício.

Miguel Ângelo

recorda o natal com a canção inédita e da sua autoria, “O Teu Natal”, em edição digital e vinil.

O músico português

Alberto Índio, lança “Quero-te Dizer”, single do seu segundo trabalho de originais (2013|2014), depois do grande sucesso do tema

64

“Sinceramente”.


Monty Python estão de volta em 2014, para fazer novamente rir os fãs, com material novo e os seus melhores hits de sempre.

A língua de Camões é

National Geographic

O filme português,

Viagens, elegeu o

Florbela, realizado

Alentejo como um destino a visitar em 2014.

por Vicente Alves Do Ó, é enaltecido pelo mundo, nas várias

apresentações,

lecionada em várias universidades e escolas superiores de Moscovo. De acordo com um estudo no Instituto British Council, o português é o idioma mais

arrecadando assim,

importante nos próximos

vários prémios

20 anos.

internacionais.

José Rodrigues dos Santos, o tão conhecido autor português de best-sellers conta-nos agora, num romance biográfico ficcionado, a história formidável de vida de um Arménio. 65


2013… O ANO EM REVISTA distinguido

Janeiro sem

dos

mais

sustentável a nível internacional, os

fim.”

"Green Dot Awards". 

O

um

prestigiados prémios de arquitetura

“Talento é paciência Gustave Flaubert 

com

escritor

José

Saramago

é

O arquiteto Eduardo Souto de Moura é distinguido com o prémio

homenageado em Lanzarote.

Wolf. 

A

britânica

Jane

Austen

que

escreveu “Orgulho e Preconceito” há 200 anos é recordada.

Fevereiro “Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço.” Dave Weinbaum 

Lisboa é a 4ª cidade mais bonita

do

mundo,

distinguida pela Urban City Guides. 

Michelle Obama em direto da Casa

Molder, foi adicionada à Coleção

Óscares a vitória do melhor filme,

de Arte da UNESCO, sendo a

“Argo”.

Space

Arquitetura

Viana

foi

edição

distinguido

dos

no

Festival de Cinema de Berlim, pela

O atelier de arquitetura português Empty

João

85.ª

Washington,

anuncia

na

em

Uma fotografia do lisboeta Jorge

primeira obra portuguesa. 

Branca,

foi 66


sua longa-metragem "A Batalha de Tabatô". 

O filme “Tabu” do cineasta Miguel Gomes

foi

distinguido

pela

Sociedade Internacional Cinéfila, com o Melhor Argumento Original na 10ª edição dos Prémios ICS. 

Chris

Hadfield,

astronauta

canadiano, fotografa Lisboa a partir

da

Estação

Espacial

Internacional.

Joana Vasconcelos inaugura uma exposição no Palácio Nacional da Ajuda.

Março “Com talento ganhamos partidas; com

trabalho

em

equipa

inteligência

e

Abril

ganhamos

"Tenho em mim todos os

campeonatos.” Michael Jordan 

A

portuguesa

Sara

sonhos

Moreira

metros, em Gotemburgo, Suécia. A

editora

portuguesa

Tangerina

foi

eleita

é

no

melhor

Art (MoMA), nos EUA,

editora da Europa na área da

através

literatura

Desassossego” de João

para

a

infância

e

do

“Filme

do

Botelho.

Portugal

conquistou

quatro

A ginasta Filipa Martins conseguiu

galardões europeus no âmbito dos

o apuramento - inédito para uma

Prémios

do

atleta sénior nacional - para a

União

final de All Around no Europeu de

Europa

Património

Nostra

Cultural

da

Moscovo.

Europeia (UE). 

Pessoa

Museum of Modern

juventude. 

Fernando

homenageado

Planeta

a

mundo."

Fernando Pessoa

é

campeã da Europa nos 3 mil

do

O

músico

Godinho associação

foi

português distinguido cultural

Sérgio Cosi

Quatro

alunas

da

Escola

Secundária de Santa Maria, no

pela

arquipélago

di

dos

Açores,

conquistaram o primeiro lugar no

Amilcare com o prémio Rambaldi

concurso 67

internacional

de


lançamento de minissatélites da

conceituadas

Agência Espacial Europeia

viagens de Espanha.

Ana

Ferraz

venceu

a

Final

Nacional da Imagine Cup 2013, a mundial

dirigida

investigadora

de

portuguesa

Stephanie Rossit, recebe prémio

maior competição tecnológica à escala

A

publicações

pela

a

Sociedade

Britânica

de

Psicologia.

estudantes universitários, com a criação de um dispositivo capaz de identificar o tipo sanguíneo

Junho

em cinco minutos.

“Viver

é

desenhar

sem

borracha.”Millôr Fernandes

Maio

“Agir é acreditar.” Romain Rolland 

Carrilho

Cartoon, animação, editorial e

e

retratos,

na

revista

norte-

americana “3X3”.

pirilampos venda

André

outras 4 distinções, na categoria

cinquenta mil mágicos,

caricaturista

conquistou medalha de ouro e

Foram colocados seiscentos

O

à pela

Federação Nacional

de

Cooperativas

de

Solidariedade

Social (Fenacerci), projeto iniciado há 27 anos. 

A série infantil portuguesa Nutri Ventures vai levar às crianças dos EUA dicas para uma alimentação saudável. Os desenhos animados vão integrar a programação das estações

norte-americanas

investigadora

Kabillion e Hulu. 

Uma portuguesa,

atualmente a trabalhar no Albert

Portugal foi eleito o melhor país

Einstein College, em Nova Iorque,

para viajar em 2013 pela edição

EUA, descobriu uma forma de

espanhola da revista Condé Nast

aumentar o número de células

Traveler, uma das principais e mais

estaminais. A descoberta poderá 68


solucionar o problema da falta de

reservas nos bancos de sangue. 

Portugal

revalidou

o

título

Nasce George Alexander Louis, filho do príncipe William e de Catherine Middleton.

de

campeão do mundo, masculino e feminino, de Atletismo Adaptado, que já tinha conseguido em Itália

Agosto

há dois anos.

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo

de

vencer.”

Mahatma

Gandhi 

O português Serpa Soares foi nomeado

para

cargo

de

conselheiro jurídico das Nações Unidas. 

portuguesa

foi

participar

“A principal tarefa na vida de um 

no

Foram identificadas algumas das

comuns. O feito foi conseguido

músico português Rodrigo Leão.

por

diferentes

Uma equipa de investigadores das

investigação

Universidades de Liverpool e de

Internacional

West of England (UWE) criaram um

Genoma

detetar

a

diagnosticar

equipas do

de

Consórcio do

do

Cancro.

odores na urina, o Odoreader, que ajuda

prestigiado

origem a 30 dos cancros mais

Butler'' (O Mordomo) é escrita pelo

de

para

mutações genéticas que dão

A banda sonora do filme ''The

capaz

selecionada

na Universidade de Iowa, nos EUA.

próprio.” Erich Fromm

dispositivo

Patrícia

programa internacional literário

homem é a de dar nascimento a si

autora

Portela

Julho

A

sinais

precoces de cancro na bexiga. 

Investigadores da Universidade de Warwick, em Inglaterra, estão a ultimar um teste capaz de avaliar a probabilidade

das

mulheres

Portugal

conta

com

medalhas nos jogos mundiais.

sofrerem de depressão pós-parto. 69

4


Setembro

escolhida para escrever

“O cinema não tem fronteiras nem

uma

limites. É um fluxo constante de

nova

aventura

sonho.” Orson Welles 

A escritora Sophie Hannah foi

do

detective Hercule

O filme “A Gaiola Dourada” de

Poirot,

Ruben Alves, bate recordes de

persoangem

bilheteira.

criada

por

Agatha Christie.

Outubro "Poucas

pessoas,

mesmo

muito

poucas, têm um tesouro, e se tu o 

O tenista João Sousa tornou-se no

tiveres deves agarrá-lo com toda a

primeiro

a

força. Não deves deixar que te

conquistar um troféu do circuito

apanhem de surpresa, e que o levem

tenista

português

ATP, ao vencer o torneio de Kuala

de ti." Alice Munro

Lumpur. 

Uma

caixa

de

medicamentos

da Literatura.

inteligente valeu às jovens Jéssica Marques, Jéssica Santos e Soraia

O icónico Palácio da Pena, em

Gaspar o prémio de originalidade

Sintra, está entre as 10 maravilhas

European Patent Office (EPO) na

do

25ª Final Europeia do European

Huffington Post.

Union Contest for Young Scientists

(EUCYS), que decorreu este mês

realizado

moderno

para

o

A empresa portuguesa Jump Willy, jogo "Mr.Walter".

O documentário português Alto do Minho,

mundo

foi premiada em Cannes, pelo seu

em Praga. 

Alice Munro vence o Prémio Nobel

por

Miguel

Lisboa

é

uma

das

cinquenta

cidades do mundo com melhor

Felgueiras, foi exibido na cidade

reputação, ocupando o 40º lugar

espanhola de Bilbau e em Nova

do 'ranking' City RepTrak 2013,

Iorque, nos EUA.

promovido Institute. 70

pelo

Reputation


Novembro

são aquelas que fazemos contra a ignorância.” Napoleão Bonaparte

“Em geral, nove décimos da nossa felicidade

baseiam-se

exclusivamente na saúde. Com ela,

Há 313 que Portugal proclamou independência.

tudo se transforma em fonte de prazer.” Arthur Schopenhauer 

Descoberta

científica:

investigadores

portugueses

conseguem controlar a septicemia. 

A plataforma portuguesa Viral foi um

dos

seis

vencedores

do

criado por Hugo Veiga para a

concurso Empreende com Cultura,

marca Dove, foi eleito o Melhor de

que se realizou no âmbito do V Congresso

Ibero-Americano

2013

de

Um

português pela

foi

Comissão

designer

portuguesa

prémios

para

Melhor

de

música

norte-

americanos, Emmys.

Susana

Soares desenhou um dispositivo de

vidro que poderá vir a ser usado

Kátia Guerreiro, fadista portuguesa, condecorada

para detetar cancro no hálito das

francês

pessoas. 

nomeadas

Intérprete a Solo nos prestigiados

as alterações climáticas. A

revista

A pianista Maria João Pires é uma das

Europeia, a melhor solução contra

prestigiada

publicitário.

projeto

considerado,

pela

'Adweek', especializada no meio

Cultura. 

O anúncio 'Real Beauty Sketches',

com

pelo as

Governo

insígnias

de

Cavaleiro da Ordem de Artes e Letras.

O Museu de Serralves vai receber o espólio do cineasta, Manoel de

Oliveira.

A revista Time Out Londres elegeu o livro infantil 'Para onde vamos quando

desaparecemos?',

de

Isabel Minhós Martins e Madalena

Dezembro

Matoso,

como

uma

das

dez

“As verdadeiras conquistas, as únicas

melhores obras para crianças de

de que nunca nos arrependemos,

2013.

71


AGENDA AS NOSSAS SUGESTÕES

DEZEMBRO ‘13 AS HISTÓRIAS

DO

TEATRO Dezembro

FESTA DOS LIVROS 2013 Até dia 22 – Literatura Calouste

Fundação Gulbenkian,

PROJETO

EDUCATIVO,

RICHIE CAMPBELL

(venda),

-

Dia

19

Concerto,

Campo Pequeno, Lisboa

Académico

Teatro de

Gil

Vicente, Coimbra

JANEIRO’14

Lisboa

A PELE

(MIGUEL

BELA

ADORMECIDA

MOREIRA)

(RUSSIAN

Dia 18 a 22 – Dança, São

NATIONAL BALLET)

Luiz Teatro, Lisboa

CIRQUE DU SOLEIL DRALION De 1 a 12 – Circo, MEO

Dia 21 e 22 - Ballet, Centro Cultural de Belém, Lisboa

72

ARENA, Lisboa


LIDAR

COM

DOENÇA

A DE

Dia 11 e 12 – Literatura,

Até dia 26 – Exposição ,

Centro Cultural de Belém,

Fundação

Lisboa

Gulbenkian, Lisboa

ALZHEIMER:

Calouste

FEVEREIRO’14

RELAÇÕES INTERPESSOAIS Dia

8

Workshop,

Departamento

de

Formação da Alzheimer

MICHAEL BUBLÉ

Portugal, Lisboa

AS YOU LIKE IT SHAKESPEARE

VI

BIENAL

INTERNACIONAL

(BEATRIZ

DE

BATARDA)

ILUSTRAÇÃO

PARA A INFÂNCIA

De 9 a dia 26– Teatro, São

ESCRITORES BRASILEIROS

Coletiva

,

Museu da Eletricidade,

E

PORTUGUESES Dia 4 de Janeiro, Fábrica do Braço de Prata, Lisboa.

1.º

De 16 Janeiro a 1 Março Exposição

ENCONTRO:

ARENA, Lisboa

CABARET VICENTE (JOSÉ

EDUARDO

ROCHA)

– ILUSTRARTE

Luiz Teatro, Lisboa

1º ENCONTRO DE

Dia 1 e 2 – Concerto, MEO

Lisboa

Dia 6 a 9 - Ópera, São Luiz Teatro, Lisboa

AHLAM

SHIBLI:

PHANTOM HOME

STREET PHOTOGRAPHY

“LITERATURA:

O

PRESENTE, FUTURO”

CIDADES. A ROTA

73

de

Serralves, Porto

Palácio das Artes, Porto

DO AZULEJO.

Museu

Contemporânea

Dia 25 – Workshop,

BRILHO

Até dia 9 – Exposição,

DAS

Arte de


SHOW

WORLD

TOUR 2014" Nos dias 26 e 27, Lisboa

SON

FANTASPORTO

FESTIVAL

BACKSTREET BOYS

PROGRAM

Dia

UP – VENCER O

18

Concerto,

AUTISMO

MARÇO’14

Do dia 19 ao dia 23 de

INTERNACIONAL DE CINEMA

TU, COM DANIEL

dia 9 de Março, Rivoli

START

Campo Pequeno, Lisboa

TRATA A VIDA POR

Do dia 24 de Fevereiro ao

RISE

Março, Tróia

SÁ NOGUEIRA Dia 1, Lisboa

Teatro Municipal, Porto

XV

EDIÇÃO

MONSTRA

DO

FESTIVAL

CORRENTES

Do dia 12 ao dia 23

D´ESCRITAS

ENCONTRO

DE

LISBOABTL – FEIRA

ESCRITORES

DE

INTERNACIONAL DE TURISMO

EXPRESSÃO IBÉRICA

BEYONCÉ,"THE

Acontece nos dias 20, 21

MRS

CARTER

e 22, Póvoa de Varzim

74

Do dia 12 ao dia 16, FIL, Lisboa


PASSATEMPO “ESTILO DE VIDA POSITIVO” Estilo de Vida Positivo Vanessa R. Dias; EuEdito; 2013

Quer ganhar um exemplar autografado do livro “Estilo de Vida Positivo”? Escreva uma frase que inclua os termos “otimismo” e “estilo de vida positivo” e preencha o formulário do passatempo até ao dia 31 de Janeiro de 2014. A melhor frase ganhará um exemplar do livro “Estilo de Vida Positivo”, autografado pela autora e será publicada na nossa página de facebook e no blogue eoptimismo.com.

Inspire-se! Esperamos pela sua frase!

75


QUER COLABORAR COM A

? ENTRE EM CONTACTO: EOPTIMISMO.COM FACEBOOK.COM/EOPTIMISMO

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