Jornal Entreposto | Fevereiro 2015

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um jornal a serviço do agronegócio

ano ano 16 15 - nº - nº 177176 - fevereiro - janeiro de 2015

MECANIZAÇÃO REVOLUCIONA MERCADO DA BATATA

OS NOVOS DESAFIOS DA AGRICULTURA NACIONAL www.jornalentreposto.com.br


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2015

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editorial

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 3

opinião EDUCAÇÃO GERA CONHECIMENTO, CONHECIMENTO GERA SABEDORIA, E SÓ UM POVO SÁBIO PODE MUDAR SEU DESTINO.” SAMUEL LIMA, EDUCADOR

Disputa acirrada PAULO BERNARDINO*

C Apesar da forte oposição, cultivos transgênicos continuam crescendo

19 anos de lavouras biotecnológicas D

esde 1996, mais de 10 culturas de alimentos e fibras modificadas geneticamente tiveram sua comercialização aprovada em todo mundo. Segundo relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês), 181,5 milhões de hectares foram cultivados com transgênicos no ano passado, um recorde. O documento aponta os EUA como país líder na produção desses cultivos, com 73,1 milhões de hectares. Em segundo lugar, aparece o Brasil, com 42,2 milhões de hectares plantados em 2014. Atualmente, a variedade de lavouras do gênero abrange desde grandes commodities, como soja, milho e algodão, até frutas e legumes, como mamão, berinjela e, mais recentemente, batata. Nesta edição, na qual nossa pauta principal trata desse importante alimento básico para a humanidade, um dos destaques é a notícia sobre a liberação da Innate, nome comercial da batata cujo DNA recombinado tornou o tubérculo mais saudável e resistente a danos.

De acordo com a empresa norte-americana que a desenvolveu, essa nova batata gera menor quantidade de uma substância cancerígena quando é frita ou assada e tem menor probabilidade de ficar esmagada durante o transporte. Contudo, os críticos dos avanços biotecnológicos continuam a atacar as cultivares transgênicas, apesar das vantagens econômicas, ambientais e, em certos casos, nutricionais propagadas pela forte cadeia agroindustrial inovadora envolvida neste segmento. Na avaliação do ISAAA, as variedades transgênicas são mais produtivas e, portanto, garantem mais oferta de alimentos e renda para o agricultor. A entidade ressalta que esses diferenciais competitivos são proporcionados pela maior tolerância desses organismos à seca, pragas, doenças e herbicidas, fatores que contribuem para a consolidação de uma agricultura mais sustentável e capaz de fornecer respostas aos imensos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Boa leitura.

omo pode uma nação que detém as maiores reservas hídricas do planeta viver o drama da escassez de água? E como pode a maioria da população de São Paulo e do restante do Brasil assistir tranquilamente o festival da falta de planejamento e de projeto de Estado que os gestores públicos do País e seus aliados vêm impondo, há décadas, aos brasileiros? Até parece que existe uma acirrada disputa cujo troféu é dado a quem tem a capacidade de fazer a maior lambança. Infelizmente, o analfabetismo político reinante nos meios acadêmicos, empresariais e midiáticos se estende à maioria da sociedade e nos impede de evoluir no campo das ideias e ações pragmáticas que poderiam nos levar rapidamente aos mais altos padrões de desenvolvimento socioambiental e econômico, algo que toda pessoa

minimamente civilizada deveria ter a obrigação de reivindicar para sua coletividade. Todos os dias, somos todos submetidos ao concurso interminável de besteiras e desculpas esfarrapadas arrotadas pela maioria dos nossos governantes e seus porta-vozes mal articulados, enquanto o erário é assaltado, a economia não cresce, boa parte dos meios de comunicação se esquiva de seu papel e artistas vendidos, em conjunto com pseudointelectuais, tentam defender a cambada espúria que se locupleta das nossas riquezas. No curto prazo, não há sinais de mudanças. Daqui a pouco, chega alguém aí e dá mais dinheiro (público) para aquele que está incomodando e, em seguida, este finge que não sabe de nada. A prostituição e o cinismo ideológicos são, na verdade, a fonte de todo o mal na sociedade brasileira.

Desde os tempos mais remotos da nossa história, a política do toma-lá-dá-cá tem dado muito certo para quem faz seu uso, privando as pessoas dos serviços públicos mais básicos, como saneamento, saúde e educação de qualidade. Agora, o racionamento bate à porta, os escândalos de corrupção se agravam, as contas públicas se deterioram e a carga tributária fica mais pesada. Enfim, a conta sempre chega para o cidadão pagar. Aí, vem à tona a pergunta que não quer calar: até que ponto vamos suportar tudo isso, principalmente com água, luz, combustível e alimentos mais caros? Apenas o tempo dirá, pois só a sabedoria tem o poder de mudar a sorte de um povo. *JORNALISTA FREELANCER, ESCREVE SOBRE AGRICULTURA, CIÊNCIA, TECNOLOGIA, MEIO AMBIENTE E ÁREAS AFINS


4 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

POUCA OFERTA MANTÉM ALTA NO PREÇO DA BATATA Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva. Diretor Comercial: José Felipe Gorinelli. Jornalista Responsável: Maria Ângela Ramos MTb 19.848. Edição: Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco/ Letícia Doriguelo Benetti / Paulo Cesar Rodrigues / Edson Freitas. Colaboradores: Anita Gutierrez, Manelão, Efraim Neto, Paulo Bernardino. Periodicidade: Mensal Redação: Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edsed ll - loja 14A CEP 053 14-000 Tel.: 11 3831.4875 E-mail: contato@jornalentreposto.com.br

FALTA DE CHUVA E MÃO DE OBRA SÃO OS MAIORES GARGALOS CRISE APROFUNDA DEBATE SOBRE A GESTÃO HÍDRICA

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AGRICULTORES INVESTEM NA PRODUÇÃO DE ALHO NEGRO

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ANÁLISE DO SOLO PARA O SUCESSO DA AGRICULTURA

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ARTIGO: VENDAS DE FLORES PARA O VALENTINE’S DAY

QUILO DA CEBOLA CHEGA A US$ 20 NA VENEZUELA ATACADISTA INVESTE EM NOVA MÁQUINA DE SELEÇÃO DE BATATAS ESTIAGEM PODE AUMENTAR PROCURA POR ALIMENTOS IMPORTADOS

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DIVERSOS APLICATIVOS AUXILIAM ROTINA DE CAMINHONEIROS NA ESTRADA

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Os artigos e matérias assinadas não refletem necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.

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CONTATOS ÚTEIS Coordenadoria de Comunicação e Marketing: (11) 3643-3945 - comunicacao@ceagesp.gov.br Departamento de Armazenagem: (11) 3832-0009 - depar@ceagesp.gov.br Departamento de Entreposto da Capital: (11) 3643-3907 - depec@ceagesp.gov.br

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Banco CEAGESP de Alimentos: (11) 3643-3832

FRUTAS Pavilhão

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SAFRA DE ALHO 2014/15 TENDE A SER MELHOR QUE A ANTERIOR

VEJA AS DICAS DE LEITURA

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Sábado

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LEGUMES Pavilhão

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Pavilhão

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ABÓBORAS Pavilhão

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MSC

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BATATAS, CEBOLAS E DIVERSOS Pavilhão

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Pátio da Sardinha

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crise hídrica

6 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

artigo

ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA NA TI BRASILEIRA POR CARLOS MENI*

A

forte expansão do mercado brasileiro de tecnologia da informação (TI) nos últimos anos, está levando as empresas públicas e privadas que atuam neste setor a buscar desesperadamente por profissionais qualificados para atender às seguidas demandas do fisco nacional, como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e o eSocial. O problema é que esta situação está ficando insustentável porque o País não forma um volume suficiente de profissionais – embora existam centenas de cursos sobre esta matéria – para a quantidade de vagas abertas todos os dias. O efeito disso é a elevação contínua de salários e benefícios, o que é bom, pois mostra que o nosso mercado está maduro. Esta constatação é reforçada pelo recente estudo da consultoria IDC, segundo o qual o Brasil tem atualmente uma carência de 39,9 mil profissionais de TI. A estimativa é que este número chegue a 117 mil até 2015, uma diferença de quase 200% em menos de um ano. Decerto continuaremos com milhares de vagas a preencher e, provavelmente, teremos de aumentar a importação de pessoal ligado a esta área. Tamanho desequilíbrio será extremamente danoso para as empresas, pois a escassez de profissionais capacitados poderá dificultar o crescimento de muitas delas. A formação de mão de obra para vários setores da economia é, hoje, um dos diversos gargalos que Brasil precisa resolver o quanto antes. O mesmo vem ocorrendo, por exemplo, com a área de engenharia, que está sendo obrigada a importar engenheiros porque as faculdades não conseguem dar conta de formar quantidade suficiente de profissionais para suprir as necessidades de um amplo

espectro do mercado, como TI, construção civil, indústria naval, petróleo e gás, meio ambiente, energia, telefonia, aviação civil e militar, indústria aeroespacial, entre outros segmentos. Há quase 30 anos atuando com tecnologia da informação voltada para escritórios contábeis e departamentos internos de contabilidade de empresas, identificar quaisquer mudanças de rumo nesta área e avaliar os impactos às empresas é fácil, algo praticamente automático. As cerca de 400 mil organizações contábeis existentes, segundo dados da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), estão sendo diariamente bombardeadas com uma infinidade de mudanças de regras e normas tributárias, trabalhistas e previdenciárias. Esta situação tem levado esses empreendimentos a também investir pesado em TI. Para se ter uma ideia da grandeza do problema, somente o eSocial, cuja vigência foi prorrogada para 2015, possui a possibilidade de ocorrência de até 44 eventos envolvendo o empregado – como admissão, férias e demissão –, classificados por sua natureza em: eventos iniciais; de tabelas; não periódicos; e periódicos. Além disso, cada registro relacionado a um colaborador tem 130 campos para preenchimento, processo que levará um tempo considerável para ser finalizado. Com tamanha complexidade, somente softwares confiáveis e profissionais totalmente capacitados para o trabalho poderão dar conta desta verdadeira avalanche de obrigações acessórias. (*) CARLOS MENI É DIRETORPRESIDENTE DA WOLTERS KLUWER PROSOFT, MULTINACIONAL HOLANDESA ESPECIALIZADA EM DIVERSOS SETORES, INCLUINDO SOLUÇÕES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA ESCRITÓRIOS CONTÁBEIS

Racionamento não salvará São Paulo, diz Aliança pela Água Para rede de ONGs, ações contra a escassez devem ir além da restrição dos dias de abastecimento e da mudança de pressão na rede de distribuição NANDO COSTA DE SÃO PAULO

EFRAIM NETO DE BRASÍLIA

A crise hídrica que atinge o estado mais desenvolvido do País há três anos se aprofundou nos últimos dois meses. O desarranjo climático, a falta de investimentos em expansão e melhorias no setor, o desperdício, a ausência de estímulos ao reuso e à captação de água da chuva, o desmatamentamento e, por fim, a poluição resultaram no colapso dos reservatórios que abastecem as regiões metropolitanas da capital e de Campinas. Atualmente, o Sistema Cantareira, que supre mais de nove milhões de pessoas no estado, opera com menos de 5% de sua capacidade, e o Alto Tietê, que atende três milhões de habitantes, está abaixo de 15%. Em artigo publicado no jornal britânico The Guardian no início deste mês, Marussia Whately e Rebeca Lerer, diretora de programa e coordernadora de comunicação da Aliança pela Água, respectivamente, ressaltam que o volume de água disponível para abastecer a população dura de quatro a seis meses, se o atual nível de consumo e as previsões de chuvas para os próximos meses forem levadas em conta. “Isso significa que a água pode acabar antes da próxima estação chuvosa, que começa em novembro”, alertam. Recentemente, o governo paulista anunciou que pode lançar um programa de racionamento de cinco dias sem água e dois com, caso as chuvas de fevereiro e março não encham os reservatórios. A Aliança pela Água, rede que reúne mais de 40 organizações não-governamentais (ONGs), especialistas, coletivos indepen-

dentes e movimentos sociais, está monitorando as respostas à crise e apresentando soluções para combater o iminente desastre. “Hoje, mais de 13 milhões de paulistas estão no limite de uma calamidade pública sem precedentes. Nesse cenário caótico, a ausência de liderença política e transparência governamental alimenta o pânico e o medo. Até agora, o governo não delineou um plano de emergência claro para garantir o abastecimento mínimo necessário para os hospitais, delegacias, prisões e população de baixa renda, que não possui estrutura de armazenamento nem dinheiro para comprar água mineral”, criticam. IMPACTOS NA AGRICULTURA

Em meio à forte estiagem que assola São Paulo e outras regiões do País, o governo federal está discutindo estratégias para combater o desastre. Em 5 de fevereiro, as ministras do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, e da Agricultura (Mapa), Kátia Abreu, se reuniram com os secretários estaduais das duas áreas para debater o assunto. “Aqui, no plano federal, eu e minha colega estamos trabalhando juntas porque acreditamos no diálogo”, disse Kátia Abreu. Durante a reunião, ela ainda destacou o termo de cooperação que será firmado entre ambos os ministérios para ampliar o Programa Produtor de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA). Tal iniciativa tem por objetivo a redução da erosão e assoreamento dos mananciais nas áreas rurais.

Atualmente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a ANA estão realizando um estudo para verificar o impacto da escassez na agricultura. “Nossa intenção é fazer uma previsão das áreas que podem sofrer com a seca e das áreas que têm recursos hídricos disponíveis para estudarmos a possibilidade de um rearranjo, antecipando um possível aumento da inflação e uma possível falta de alimentos”, explicou. “Grãos não devem faltar”, reforçou a ministra, lembrando que a preocupação maior é com a região da grande São Paulo, onde existe um cinturão verde de produção de verduras e legumes. “Estamos fazendo levantamento minucioso com a Secretaria de Estado da Agricultura”, informou. Caso a situação seja de redução de oferta ou quebra de safra entre os produtores paulistas, a ministra ponderou é possível elevar a produção desses alimentos em outras áreas irrigáveis do País. Para a ministra Izabella Teixeira, o cenário de abastecimento de água no País é “sensível” e “preocupante”. Apesar da perspectiva de chuva para os próximos dias na região Sudeste, o diagnóstico é de que nunca se viu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (região metropolitana de Belo Horizonte) uma seca tão grande nos últimos 84 anos. Como resposta à estiagem, o governo federal promete fazer mais parcerias com os estados e criar uma campanha de conscientização para que a população passe a poupar mais água.


notas CÁ ENTRE NÓS

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 7

TRANSPORTE

artigo

NOSSA TURMA PASSA POR REFORMA

COMEÇO HOJE UM NOVO DESAFIO NA MINHA VIDA, E ESTOU MUITO FELIZ E ESTIMULADO.” ABÍLIO DINIZ

As modificações atendem às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária MANELÃO

O

nosso mercado está calmo e o ar de preocupação está rondando a cabeça dos produtores, pois a água, que é a fonte de vida anda sumida e qualidade das frutas, verduras e legumes está comprometida. Chegou o carnaval. Enquanto a galera samba e curte a ressaca, pois o ano do brasileiro só começa depois da festa de Momo, a comunidade rural vai rezar para Santa Bárbara controlar os raios e São Pedro estará de plantão para mandar chuva de montão e molhar a lavoura que está plantada em nosso chão. A entidade social Nossa Turma passou por uma grande reforma para se adequar ao sistema educacional das creches conveniadas com a prefeitura da cidade de São Paulo. As grelhas da calçada foram substituídas, as paredes pintadas e a cozinha teve seus armários de madeira trocados por mobiliado de aço inox. Assim, ficamos obedecendo às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Colocamos piso frio, o mobiliário das salas também foram trocados para atender a criançada do berçário. Aproveitamos para lembrar que ainda tem vagas para crianças nascidas em 2013. Os preparativos para a grande Queima do Alho 2015 estão de vento em poupa. Já solicitamos a liberação do espaço do PBCF junto à gerência do Entreposto. No dia 17 de maio a Ceagesp será o palco da 1ª Etapa do Circuito Queima do Alho 2015, que é o único evento beneficente com renda totalmente revertida em prol dos trabalhos realizados pela Nossa Turma. O cantor Luigi, o grande intérprete do rock country, já garantiu sua presença em nossa festa. E vai ter muita variedade!

Desafios: sempre! LEI DOS CAMINHONEIROS CÂMARA APROVA PROJETO QUE DEFINE JORNADA DIÁRIA PARA CAMINHONEIROS

FOTON OFERECE FINANCIAMENTO ESPECIAL PARA CAMINHÕES

A Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto de lei (PL 4.246/12), que disciplina a jornada de trabalho e o tempo máximo de direção do motorista profissional, a chamada Lei dos Caminhoneiros. Pela proposta, a jornada diária de trabalho foi fixada em oito horas, com possibilidade de duas horas extras. O texto diz ainda que se for acordado em convenção ou acordo coletivo, a jornada poderá ser estendida por mais duas horas, chegando a 12 horas de trabalho. Além dos caminhoneiros, a legislação também se aplica aos motoristas que trabalham com transporte rodoviário de passageiros.

A Foton Caminhões firmou parceria com o Banco Itaú para disponibilizar ao mercado uma linha de crédito especial que financia seus produtos 3.5 – 11 DT e 3.5 – 14 ST com taxa zero para o prazo de 12 meses com 50% de entrada; taxa mensal de 0.75% para o prazo de 24 meses e 30% de entrada; ou taxa de 0.99% para o prazo de 36 meses com 30% de entrada. De acordo com Bernardo Hamacek, CEO da Foton Caminhões, este plano oferece uma das mais competitivas taxas do mercado nacional e é uma oportunidade para quem pretende ampliar ou renovar sua frota de caminhões leves.

VOLTA DA CIDE VAI AFETAR CUSTO DO FRETE

MERCEDES-BENZ APRIMORA CANAL DE VÍDEOS NO YOUTUBE

O aumento da tributação sobre combustíveis, que entra em vigor na segunda quinzena do mês, afetará os custos das companhias de logística, que devem repassar o aumento aos clientes. As alíquotas de PIS e Cofins subiram R$ 0,22 por litro para a gasolina e R$ 0,15 para o diesel no início do mês. Já a reintrodução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) passa a vigorar apenas em 1° de maio, quando a alíquota de PIS e Cofins terá um recuo na mesma proporção, de forma que o aumento total de tributação para combustíveis seja mantido nos valores acima.

O Brand Channel oficial da Mercedes-Benz do Brasil no Youtube foi remodelado e, a partir de agora, o canal está organizado por segmentos de caminhões, ônibus, Sprinter e automóveis, facilitando as buscas e compartilhamentos. “O design, a navegação intuitiva e a fácil integração com as redes sociais deixam tudo muito mais simples nesse novo Brand Channel”, afirma Cláudia Campos, gerente de Marketing e Comunicação Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. Acesse o Brand Channel da Mercedes pelo endereço: www.youtube. com/mercedesbenzbrasil.

A frase acima foi dita pelo empresário Abílio Diniz, em nota à Revista Exame, ao referir-se à sua entrada, como presidente do conselho, na BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo. Detalhe, o novo desafio foi aceito pelo empresário, em 2013, aos 76 anos de idade. Pergunta: por que alguém na condição de Abílio procura por desafios, nessa altura da vida? O desafio estimula uma das qualidades mais importantes do ser humano: a criatividade. Correr atrás de desafios é motivador, mantém a cabeça funcionando, dá comichão! E a cada desafio transposto segue-se uma sensação ótima de aprendizado, superação, conquista e sucesso, não

importando a idade, a atividade ou a condição econômica. Por isso, não subestime seus colaboradores, desafie-os! Como disse Marcel Telles, sócio da AB Inbev à revista Exame: “... gente boa explode quando você dá uma oportunidade.” E onde encontrar estes desafios? Ora, na área de alimentos, da produção a comercialização, os desafios estão em toda a parte! Como aumentar a eficiência na produção, desenvolver apresentações mais adequadas às necessidades dos clientes, diminuir o desperdício na armazenagem e transporte, valorizar o produto na gôndola, dentre outros. Crie um ambiente estimulante permitindo que os desafios sejam o combustível da empresa!

CELIA ALAS MÉDICA VETERINÁRIA CONSULTORA NA EMPRESA ALAS & OLIVEIRA FOOD SAFETY ESPECIALIZAÇÃO: GESTÃO DA QUALIDADE EM ALIMENTOS CELIA@ALASEOLIVEIRA.COM.BR


internacional

8 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

NOVA BATATA NÃO ESCURECE DEPOIS DE DESCASCADA TUBÉRCULO COM CÓDIGO GENÉTICO REESTRUTURADO É MAIS RESISTENTE A DANOS E NÃO LIBERA SUBSTÂNCIA CANCERÍGENA AO SER FRITO OU ASSADO, INFORMA EMPRESA DE BIOTECNOLOGIA PAULO BERNARDINO DA REDAÇÃO

A

Innate, nome comercial da batata geneticamente modificada desenvolvida pela J.R. Simplot, está prestes a chegar às feiras e seções de frutas, legumes e verduras (FLV) do varejo nos EUA. Segundo a gigante do agronegócio norte-americano, genes alterados do próprio tubérculo foram usados para ‘desligar’ as funções de alguns de seus outros genes originais. O processo foi realizado a partir do ácido ribonucleico interferente (RNAi, na sigla em inglês), técnica conhecida como silenciamento gênico. Parte dos genes desligados são os que produzem a asparagina, um aminoácido relacionado com a formação da acrilamida quando as batatas comuns são fritas ou assadas – em testes laboratoriais com ratos, essa substância elevou o risco de câncer nos roedores. De acordo com a companhia, a Innate também é

mais resistente a danos externos e, depois de descascada e fatiada, ela não oxida rapidamente como as variedades comuns, fato que prolonga seu tempo para o consumo e reduz o desperdício. Por trás desse melhoramento genético, que não interfere em seu sabor e valores nutricionais, ainda há grandes interesses econômicos, pois os agricultores americanos jogam fora cerca de 635 mil toneladas de batatas todos os anos, devido a machucados e manchas no produto, o que custa para eles 15% de seus lucros. Todavia, o Centro para a Segurança Alimentar (CFS, em inglês) está preocupando com a recente concessão de status de produto não-regulado para a Innate por parte do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, em inglês), uma vez que os organismos geneticamente modificados (OGM) dispensam rotulagem específica por lá. Consequentemente, a nova batata será vendida aos consumidores

sem seu conhecimento. “Se esta é uma tentativa de dar à biotecnologia agrícola uma cara melhor, tudo que isso faz é expor as fragilidades da legislação americana de sementes transgênicas”, diz Doug Gurian-Sherman, diretor de agricultura sustentável e cientista sênior da entidade. Embora a Innate tenha sido desenvolvida sem usar o DNA de outras plantas, ele ressalta que “não sabemos o suficiente sobre a tecnologia do RNAi para determinar se as cultivares criadas por meio dela são seguras para as pessoas e para o meio ambiente”. De acordo com o CFS, o silenciamento gênico pode acabar desligando outros genes além daqueles que são seus alvos específicos, pois muitos genes contêm sequências de DNA similares ou até mesmo idênticas entre si, e os testes atuais não conseguem detectar esses efeitos. A Simplot informa ter conduzido 140 testes de campo em 15 estados produtores, e também no Canadá, antes de pleitear sua

liberação comercial. Entretanto, a Frito-Lay, maior fabricante de batata chips dos EUA, e a rede de restaurantes McDonald’s anunciaram que não planejam usar a Innate em seus produtos. Para o biotecnologista e geneticista Alan McHughen, pesquisador da Universidade da Califórnia, o uso da bioengenharia é benéfico e será cada vez mais comum na agricultura. “Nós comemos alimentos geneticamente modificados desde meados dos anos 1990 e até agora não há nenhum relato de danos provocados por eles”, argumenta. “Isso é um bom histórico de segurança. Eu ficaria muito surpreso se a Innate revertesse essa tendência”, acrescenta. Atualmente, a Innate aguarda aprovação final da agência reguladora de alimentos e remédios dos EUA (FDA, em inglês) para ser comercializada. O órgão está analisando como a reestruturação genética alterou a composição química da batata e se isso pode trazer riscos à saúde humana.


internacional

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 9

INFLAÇÃO @AstroTerry/Twitter

QUILO DA CEBOLA CHEGA A US$ 20 NA VENEZUELA PREÇOS DOS ALIMENTOS DISPARAM E, PARA PIORAR, CONSUMIDORES AINDA ENFRENTAM LONGAS FILAS

P

oucos produtos agrícolas frescos podem ser comprados com menos de 100 bolívares – cerca de US$ 16 – nos mercados públicos e supermercados venezuelanos. “Eu paguei 130 bolívares (US$ 20) num quilo de cebolas, 140 bolívares num quilo de tomates e 120 bolívares em 250 gramas de alho”, informou Lesly Rojas, consumidor que adquiriu esses alimentos em 2 de fevereiro, na Quinta Crespo, em Caracas. Segundo comerciantes e consumidores, os preços das frutas e hortaliças têm aumentado significativamente nos últimos meses, principalmente os de alimentos como cenoura (120 bolívares o quilo), berinjela (100 bolívares), pimentão (160 bolívares), maçã (80 bolívares), banana (60 bolívares) e pêssego (100 bolívares). Mas a escalada dos preços não ocorre somente por causa da sazonalidade das colheitas. “Há diversos fatores influenciando esse aumento. Por um lado, é difícil

para o produtor encontrar fertilizante e, quando eles conseguem, o preço do insumo está caro. Um saco de ureia, por exemplo, passou de 19 para 270 bolívares. Os intermediários, que pegam a produção no campo e a leva para os mercados, também pressionam os custos”, explica Emmanuel Escalona, diretor da Federação Agrícola da Venezuela. Outro problema enfrentado pela população venezuelana são as longas esperas. Consumidores que vão aos mercados municipais reclamam que os preços nesses locais estão mais caros que nos supermercados, mas muitos preferem arcar com custos maiores para evitar as filas. “Nos supermercados, você é obrigado a entrar na fila mesmo se não estiver comprando produtos racionados pelo governo, e ninguém tem tempo para isso”, disse Soraya Rigau, outra consumidora que estava na Quinta Crespo no início do mês.

O astronauta norte-americano Terry Virts e sua colega italiana Samantha Cristoforetti brincam com as maçãs Opal no ambiente de gravidade zero da Estação Espacial Internacional

MISSÃO DE REABASTECIMENTO

MAÇÃS ESPACIAIS O

foguete SpaceX Falcon 9, lançado em janeiro, seguiu para o espaço levando a doce e crocante maçã da marca Opal para a Estação Espacial Internacional. Esta é quinta vez na qual a fruta de cor amarelo-brilhante foi saboreada na órbita terrestre. Devido aos altos custos lo-

gísticos envolvendo envios de suprimentos para fora da Terra, sua quantidade foi limitada a uma ou duas unidades para cada membro da tripulação, composta por três cosmonautas russos, dois astronautas da agência espacial norte-americana (Nasa) e uma cientista da

Agência Espacial Europeia. “Fornecer as maçãs mais especiais da nossa linha de produtos a essa tripulação é uma grande honra para nós”, disse Ralph Broetje, proprietário e diretor operacional da Broetje Orchards, em comunicado à imprensa.

ARGENTINA

PARA TODOS OS GOSTOS

ALHO DE MENDOZA: PRODUÇÃO DEVE ULTRAPASSAR 100 MIL TONELADAS

PERU TEM MAIS DE 3,8 MIL TIPOS DE BATATAS

A

província argentina deve produzir, até o fim deste mês, mais de 100 mil toneladas de alho, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do país. A produção de alho vermelho foi estimada em 45.265 toneladas. Já a produção de alho roxo deve atingir 43.935 toneladas, enquanto a de alho branco deve chegar a 5.501 toneladas. Segundo representantes da cadeia produtiva, a qualidade da erva da atual safra é, de forma geral, boa. Entretanto, alguns produtos têm apresentado problemas quanto ao seu calibre. Os agricultores alegam que as chuvas registradas durante a colheita em novembro e dezembro afetaram diretamente as lavouras, provocando doenças.

E

mbora todo mundo concorde que o local de nascimento da batata seja a América do Sul, o lugar exato de sua origem ainda continua sendo razão de disputa entre o Chile e o Peru. Independentemente disso, evidências científicas demonstram que o tubérculo foi domesticado há cerca de 10 mil anos na zona andina do sudeste do Peru e nordeste da Bolívia. As descobertas arqueológicas mais antigas foram feitas na área do Lago Titicaca, no entorno de Ayacucho e no Vale de Chulca. Atualmente, o Peru possui mais de 3.800 variedades de batatas. Elas são de diferentes tamanhos, cores, formas, texturas e sabores, e todas têm o seu lugar na culinária local.


10 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

entrevista ANTONIO CARLOS RODRIGUES

EXPANSÃO TECNOLÓGICA REVOLUCIONA PRODUÇÃO DE BATATA Entretanto, fatores climáticos e falta de investimentos nos campos do País encarecem o alimento PAULO BERNARDINO CAROLINA DE SCICCO DA REDAÇÃO

A

s lavouras brasileiras de batatas ocupam, aproximadamente, 100 mil hectares, que produzem 2,5 a 3 milhões de toneladas ao ano, e seu cultivo ocorre em sete estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia – e 15 regiões produtoras. Mundialmente, são produzidos mais de 300 milhões de toneladas de batatas por ano (em 19 milhões de hectares), área similar à da soja. No Brasil, a variedade ágata representa 60% do total produzido, seguida pela cupido e asterix (15% cada). As variedades markies,

caesar e atlantic completam o mix oferecido (3%, 2% e 3%, respectivamente). Segundo o gerente geral da Associação Brasileira da Batata (ABBA), Natalino Shimoyama, o custo de produção e a falta de mão de obra são os principais gargalos do setor. “Além disso, a instabilidade climática já prejudica o cultivo”, alerta. “A previsão é que os preços deverão continuar elevados nos próximos quatro ou cinco meses”, complementa. Para enfrentar essa situação, a entidade realiza constante trabalho de atualização e capacitação junto aos seus associados. Nos últimos

anos, a associação organizou viagens técnicas aos maiores países produtores do tubérculo. “Estamos focados na expansão tecnológica, principalmente no que se refere à mecanização no campo”, frisa. Para o especialista, muitos problemas podem ser resolvidos e tecnologias introduzidas nos campos brasileiros, por meio do processo associativista no setor. “No entanto, muitas tecnologias que estão fora de nosso alcance e, por isso, dependemos da sensibilização das autoridades para decidir a favor de todos os segmentos nacionais”, destaca.


FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 11 Jornal Entreposto - Quais problemas a bataticultura nacional tem enfrentado nos últimos meses? Natalino Shimoyama - No período de agosto a outubro de 2014, os preços foram baixíssimos, ou seja, os produtores estavam recebendo menos de R$ 10 pelo saco de 50 kg antes da lavagem. Os principais motivos foram o excesso de oferta em função da perspectiva de falta de água para irrigação e plantio concentrado em abril em algumas das principais regiões produtoras, o que aumentou a produção naqueles meses. Apesar da seca, os produtores conseguiram irrigar e, durante este período, as temperaturas foram amenas e houve muita luz e dias longos que resultaram em produtividade acima da média. Mas o baixo poder aquisitivo da população, aliado à ganância do varejo, que paga R$ 0,10 ao produtor e cobra R$ 4,00 do consumidor, resultou em queda violenta no consumo. Por fim, temos a escassez de variedades. Imagine se todas as montadoras de carros ofertassem somente um modelo de carro da mesma cor? Algo parecido acontece com a variedade ágata. A partir de novembro, os preços melhoraram, devido à baixa oferta causada por problemas hídricos, como o veranico de mais de 40 dias em Minas Gerais, excesso de chuvas, como aconteceu no Sul do País, e calor recorde . E a nossa previsão é de que os preços devam continuar elevados nos próximos quatro ou cinco meses. JE - Quais são as expectativas do setor em relação ao comportamento do mercado interno neste ano? NS - Tudo vai depender do clima, principalmente o excesso de calor, que é prejudicial para a cultura da batata, além, é claro, da disponibilidade de água para irrigar. Em algumas regiões, os péssimos resultados da safra anterior provocarão a redução da área de plantio, pois muitos produtores ficaram extremamente descapitalizados. JE - Quais outros gargalos afetam a produção e o consumo de batata no País? NS - Os gargalos na produção são muitos, porém podemos destacar o alto custo de produção – em média de R$ 25 a R$ 40 o saco de 50 kg – leis trabalhistas inadequadas às necessidades do setor, problemas fitossanitários e consumidores priorizam a aparência e não a aptidão culinária. Também nos afetam o crescimento da distribuição pelas grandes redes de varejo, que pagam pouco ao produtor e vendem muito caro ao consumidor, a constante e impiedosa atuação da mídia difamando a batata como alimento, a insensibilidade do governo para com as cadeias produtivas destina-

PRINCIPAIS VARIEDADES ÁGATA 60% CUPIDO 15% ASTERIX 15% MARKIES 3% CAESAR 2% ATLANTIC 3%

Setor investe em tecnologia e mecanização para suprir a falta de mao de obra, problema constante nos campos agrícolas brasileiros das ao abastecimento do mercado interno. Além da batata, muitos outros produtos agrícolas são importados desnecessariamente. Atualmente cerca de 300 mil toneladas de batatas pré fritas congeladas são importaedas. Isso equivale a 600 mil toneladas de batata fresca, ou seja, uma produção que demandaria mais 20.000 ha). JE - Como o senhor avalia o estado atual da relação entre produtores de batata e permissionários de Centrais de Abastecimento (Ceasas)? NS - Em geral, o relacionamento entre os comerciantes e os produtores pode ser ilustrado com a frase: “É cada um puxando a brasa para assar a sua sardinha”. Ou seja, a sardinha de um queima, enquanto a do outro fica crua e ninguém come. Lamentavelmente, a total falta de diálogo impede que problemas simples sejam resolvidos, causando prejuízos imensuráveis. Vou citar aqui alguns exemplos que dificulta esta relação. A classificação por diâmetro permite que tubérculos com menos de 100 gramas estejam misturados a outros com mais de 250 gramas no mesmo saco. Os preços

também são trabalhados de maneira injusta: o valor combinado é diferente do valor realmente pago. A embalagem é outro custo que o permissionário repassa injustamente. Quem sabe um dia a política do ganha-ganha seja adotado. JE - Quais ações e tecnologias inovadoras a cadeia produtiva da batata têm incorporado à sua produção e distribuição nos últimos anos? NS - Através da ABBA, temos organizado viagens técnicas aos principais produtores mundiais de batata (China, Índia, Alemanha etc.) e visitado empresas de diversos segmentos, tais como mecanização, produção de biogás, indústrias de amido e variedades. O que mais vem sendo implantado está relacionado à mecanização, principalmente para a colheita mecanizada de batata, devido à impossibilidade de utilizar a abundante mão de obra do País. Quanto à distribuição, podemos dizer que ela está “empacada” há mais de décadas, devido à dificuldade de diálogo entre os produtore, permissionários e grande varejo, principais segmentos envolvidos nesta questão.

JE - Como tem se comportado o mercado mundial de batata e como esse cenário se reflete no Brasil? NS - No mundo, a produção de batata aumenta sem parar. Em menos de 10 anos, a produção da China aumentou de 65 milhões de toneladas (4,5 milhões de hectares) para mais de 100 milhões de toneladas (6,0 milhões de hectares) – maior que a produção de soja no Brasil. Mundialmente, a área plantada e a produção vêm aumentando regularmente. Lamentavelmente, no Brasil e em alguns poucos países do mundo, a produção e área plantada estão reduzindo sem parar. Brasil, Argentina e Chile são exemplos de países que estão sendo “englobados”, apesar de serem 1.000% autossuficientes para abastecer e, se necessário, até exportar batatas. A explicação para o aumento ou redução está relacionada à política governamental. Enquanto na China e Índia a batata é priorizada pelo governo como “mecanismo” de combate a fome, geração de empregos e controle de êxodo rural e na Holanda, Bélgica, Alemanha, Estados Unidos os governos apoiam diretamente, através de pesquisas

ou até mesmo de subsídios, no Brasil a coisa não é bem assim. O governo não apoia em nada; ao contrário, possivelmente estamos vivendo o pior período da historia da batata e de muitas outras culturas. Temos o maior custo de produção do mundo, as instituições de pesquisas estão à deriva, as legislações trabalhistas, ambientais e tributárias são inadequadas, ou seja, ao invés da legislação se adequar à realidade, a realidade tem de se adequar à legislação. JE – Que tem sido feito para melhorar esse quadro negativo? NS - Através do processo associativista, podemos resolver muitos problemas e introduzir muitas tecnologias. No entanto, existem muitos problemas e tecnologias que estão fora de nosso alcance e, por isso, dependemos da sensibilização das autoridades, para que elas decidam em favor de todos os segmentos nacionais. Para que importar se somos autossuficientes? Para que tributar máquinas que não possuem similares no Brasil? Por que não priorizar a geração de centenas de milhares de empregos em vez de favorecer meia dúzia de empresas?


melhoramentos

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CAMPO VITÓRIA FAVORECE SETOR DE BATATICULTURA ANTONIO CARLOS RODRIGUES

Maior atacadista de batatas da Ceagesp colabora no desenvolvimento de novas variedades

CAROLINA DE SCICCO

“Quase 10% de toda batata produzida no Brasil e destinada para mercado ‘passa pelas mãos’ da Campo Vitória”, diz João Carlos Barossi, comerciante.

No final do ano passado, a es- temos água para irrigar”, alerta. tiagem fez com que muitos proA Campo Vitória sempre se dutores de frutas, verduras e legu- destacou na área produção por mes diminuíssem a área plantada colaborar no desenvolvimento a fim de controlar o fornecimen- de novas variedades de batatas e to de água no plantio. Foi o que realizar melhoramentos naquelas aconteceu com a Agro Comercial que já se destacavam no mercaCampo Vitória, empresa que cul- do. “A maioria dos experimentos tiva batatas em São Paulo e Minas produzidos com batatas no BraGerais e distribui nos entrepostos sil foram realizados com a nossa paulistanos. Mesmo cooperação. Somos dominando o meruma empresa totalcado deste tubérculo mente inserida no “Quase 10% na Ceagesp, a proseguimento da batade toda batata dutora reduziu dois ticultura, apesar de produzida no Brasil terços de sua lavoura. também trabalhar e destinada para Com a diminuição com outras hortalimercado ‘passou da oferta e o previsíças. Estamos sempre pelas mãos’ da vel aumento do condispostos a testar noCampo Vitória” sumo no último mês vidades, não apenas do ano, o preço do em sementes, mas vegetal disparou. também em defen“Em dezembro, a varieda- sivos, equipamentos e tecnologias de ágata foi muito bem cotada. que colaboram com o setor”, exQuem arriscou plantar, mesmo põe Barossi. com a falta de água, não se arreEm 2014, o permissionário pendeu. Apesar de ter que dimi- visitou fazendas de cultivo na nuir a quantidade, o preço com- China e conheceu as novidades pensou e a qualidade se manteve do país que detém a liderança na excelente”, explica João Carlos produção de batatas. “Trouxemos Barossi, comerciante. “De qual- três tipos de semente para testes quer maneira, a estiagem ameaça que vamos realizar ainda este ano. todo o setor de abastecimento de Além disso, firmamos parceria alimentos. Definitivamente, não com um grande produtor de se-

mentes”, comemora. “O conhecimento é que permite avanços na produtividade e qualidade do hortifruti. Antigamente, colhíamos e de oitocentos a mil sacos da variedade de batata monalisa por alqueire. Hoje, conseguimos colher de dois mil a 2.400 sacos na mesma área. Tudo isso é resultado dos inúmeros estudos e testes realizados ao longo de vários anos”, complementa o empresário.

BATATICULTURA E DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Para garantir segurança alimentar aos seus clientes, a Campo Vitória atua em parceria com empresas que desenvolvem sementes e defensivos vegetais e que utilizam níveis seguros de substâncias químicas. Segundo João Carlos, estas companhias são bastante desenvolvidas tecnologicamente e investem muito dinheiro na melhoria da produção agrícola brasileira. defende João Carlos. “Acredito que se tiver controle sobre o que está sendo utilizado, este alimento pode ser consumido com toda a segurança. Se não fossem os defensivos vegetais, a humanidade não teria o que comer atualmen-

te. Estamos constantemente procurando soluções para diminuir e o uso de agroquímicos, mas viver sem eles é impossível”, defende o profissional.

MÍNIMO MANUSEIO O beneficiamento da batata no Brasil ainda enfrenta grandes barreiras. O produto é um dos únicos do mercado que ainda é embalado em sacos de 50 quilos, o que dificulta o transporte e gera desperdício. A questão do mínimo manuseio é um ponto que todo o setor de abastecimento de FLV precisa evoluir. Logística, embalagem e classificação deviam ser priorizados, mas não é o que acontece. “A batata enfrenta uma problemática ainda maior, já que as redes varejistas de supermercados utilizam este alimento para atrair clientes”, alerta João Barossi, citando uma conhecida estratégia usada pelo varejo para ganhar o público: ao jogar o preço da batata lá embaixo, a clientela é atraída até o mercado e acaba gastando em outros produtos. “Por isso fica tão difícil agregar valor e investir em embalagem ou logística. No

varejo, a batata serve apenas como isca. Infelizmente esta é a realidade: nada atrai mais público do que batata na promoção”, lamenta. De acordo com o empresário, se a batata fosse comercializada da maneira correta, respeitandose à questão do mínimo manuseio e em embalagens adequadas, diminuir-se-ia 25% das perdas. “A cada 100 quilos de batatas colhidas, vinte são jogados fora. E não falo de desperdício apenas no setor de produção e abastecimento. Os clientes finais acabam comprando muito, já que é um produto que vive em promoção, e depois joga fora porque não dá tempo de consumir”, reforça Barossi. O refinado trabalho na produção e distribuição de batatas consagrou a Campo Vitória no setor de abastecimento hortifrutícola. Atualmente, a empresa trabalha com as principais redes varejistas, como Grupo GPA, Rede Dia e Wall Mart. Além disso, a permissionária conta com 1800 clientes ativos. “Quase 10% de toda batata produzida no Brasil e destinada para mercado ‘passa pelas mãos’ da Campo Vitória”, salienta o profissional.


tecnologia

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CAPANEMA INVESTE EM NOVA MÁQUINA DE SELEÇÃO DE BATATAS

APTA TEM A ÚNICA UNIDADE QUE PRODUZ BATATA-SEMENTE ORGÂNICA NO BRASIL

ESPECIALISTA NO ATENDIMENTO A VAREJISTAS DE ALTO PADRÃO, ATACADISTAS DA CEAGESP APOSTA EM TECNOLOGIA

Produção inicial será de 360 mil quilos de diferentes variedades livres de vírus

A Agência Paulista de Tecnopara receber a nova máquina e logia dos Agronegócios (APTA), facilitar a higienização do local. por meio da Unidade de PesquiAlém disso, a empresa visa atensa e Desenvolvimento de Itararé, der às determinações da Agência é a única instituição brasileira Nacional de Vigilância Sanitária certificada e cadastrada para a minutos é o tempo que a nova (Anvisa), que estabelece normas produção de batatas-sementes máquina selecionadora vai sobre boas práticas de manipulaorgânicas. A certificação pelo levar para realizar o que antes ção de alimentos. IBD Certificações foi realizada levava uma hora Especialista no atendimento em 29 de outubro de 2014. O aos varejistas mais exigentes, a cadastro no Registro Nacional Capanema segue os padrões dede Sementes e Mudas (Renasem) também foi feito em 2014. Agofinido pela sua clientela, por isso cebíamos asterix dia sim, dia ra, a Unidade, localizada no inteaposta no desenvolvimento da não. Atualmente, recebemos rior paulista, está apta a produzir seção de seleção e classificação todos os dias. Por ser uma bae disponibilizar para produtores dos produtos hortifrutícolas. “A tata beneficiada, lavada, os conrurais batatas-sementes orgâniseleção é a melhor maneira de sumidores estão preferindo esta cas, livre de vírus. A vantagem evitar o desperdício, tanto nos variedade”, acredita Shigueo. para os produtores são seguransupermercados, quanto nas fei- “Um grande mercado está se ça fitossanitária do material que abrindo”, completa. ras e sacolões. Evitamos ao máserá plantado, menores custos e ximo o descarte”, frisa Paulo. diminuição da dependência por A crescente procura por basementes importadas. tatas para fritura fez com que a A produção inicial será de atacadista aumentasse o pedido quilos de batatas-se/tventreposto @jentreposto360 mil /jornal_entreposto da variedade asterix para/JornalEntreposto seus mentes orgânicas, das variedades HTTP://TINYURL.COM/PVXQB4L fornecedores. “Há um ano, reIbituaçu, Araci, Araci Ruiva, Itararé e Vitória, todas desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, com excelente qualidade culinária e ideais para a preparação de chips e purê, além da variedade Baraka. A Unidade da APTA produzirá ainda batata semente convencional dos materiais Ágata e Asterix. “Esses 360 mil quilos de sementes serão usadas para a produção de 180 a 225 hectares de batata, em todas as regiões brasileiras. As sementes estarão EDSON FREITAS disponíveis em 2015”, afirma á mais de 30 anos vendendo hortifruti sional vende no atacado e no varejo, ele sentiu Sebastião Wilson Tivelli, pesno entreposto paulistano, quase metade os danos que a falta de água pode acarretar nesquisador da APTA, da Secretaria deles também no setor varejista, o comerciante tes dois elos da cadeia. “Tenho a oportunidade de Agricultura e Abastecimento Carlos dos Santos Abreu está preocupado com de atuar dos dois lados e entendo as problemádo Estado de São Paulo. a crise no abastecimento de água no sudeste do ticas de ambos, mas a estiagem é o que mais nos A UPD da APTA de Itararé é pioneira na produção de batatasBrasil. “Meu pai já comercializava hortifruti na assusta”, revela. sementes orgânicas para disponiCeasa e eu não me vejo trabalhando em algo Enquanto os consumidores finais exercitam bilização a produtores rurais. A diferente. Espero que meu filho seja a terceira a criatividade na cozinha para utilizar alimentos principal vantagem da certificageração da família a assumir o posto, mas a falta mais em conta, fornecedores fecham parcerias ção, produção e desmobilização de chuva me deixa apreensivo quanto ao futuro com produtores e garantem o abastecimento, dos materiais está em atender à do nosso setor”, comenta Abreu. pelo menos por enquanto. “A força do varejão Legislação Orgânica Brasileira, A estiagem em estados produtores fez o da Ceagesp é tanta que em apenas um dia eu que exige dos produtores o uso preço da batata subir aproximadamente 30% e vendo o dobro de batatas que comercializo no de sementes e mudas produzidas Campinas, maior cidade fornecedora de Abreu, atacado”, destaca o comerciante. “Mas se não em sistemas orgânicos. chegou a registrar altas maiores. Como o profis- chover, vai faltar alimentos”, alerta.

A Capanema, empresa pioneira na seleção de batatas no entreposto paulistano, acaba de investir em um equipamento que promete dinamizar o trabalho de separação das mercadorias. Segundo Paulo Shigueo Iyama, proprietário, a nova máquina selecionadora de batatas vai realizar em 15 minutos o serviço que antes levava uma hora para ser finalizado. “Trata-se de um utensílio projetado especialmente para a Capanema. É muito mais evoluído tecnologicamente e capaz de agilizar as tarefas e melhorar a nossa área de seleção”, afirma o empresário. A Capanema é fruto da experiência das três décadas em que Shigueo atuou como vendedor na Ceagesp. Além de batatas, a atacadista comercializa alho, cebola e coco e, novamente, vai passar por reformas no box

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ESTIAGEM

CRISE HÍDRICA ATRAPALHA VENDAS NO VAREJO H

“A partir do momento que estivermos produzindo as sementes orgânicas e estas entrarem para a lista positiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção orgânica de batata terá que usar tais sementes para serem consideradas orgânicas”, explica Tivelli. As batatas sementes produzidas pela APTA foram limpas de vírus e, consequentemente, os produtores terão acesso a sementes em excelente estado fitossanitário. Outra vantagem é que, atualmente, os produtores de batata costumam importar materiais convencionais da Europa. A iniciativa da APTA ajuda na redução de custos e na diminuição da dependência externa de sementes. Os produtores de orgânicos, atualmente, utilizam sementes oriundas de cultivos convencionais. Para a certificação de 50 hectares da Unidade de Pesquisa da APTA foram investidos, aproximadamente, R$ 400 mil, em aquisição de equipamentos e implementos, como tratores, pulverizadores, grade aradora, grade niveladora, plaina e lâmina. Além disso, as câmaras frias da Unidade passaram por revisão e foram identificadas para separar as áreas orgânicas e as convencionais. Um barracão de insumos também foi adequado. A Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP) recuperou os caminhos internos da UPD e o poço de captação de água para irrigação. Uma concessionária de rodovias também está recuperando a área de proteção permanente do entorno sul das glebas de produção orgânica. Além das batatas sementes, a Unidade poderá produzir sementes orgânicas de adubos verdes, milho e cebola. FERNANDA DOMICIANO, DA AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS (APTA)


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ESTIAGEM PODE AUMENTAR PROCURA POR ALIMENTOS IMPORTADOS Atacadista brasileira distribui produtos do mundo todo e dribla crise hídrica CAROLINA DE SCICCO, DE SÃO PAULO As importadoras de alimentos que atuam na Ceagesp já percebem leve aumento na procura por produtos estrangeiros que, no Brasil, estão sendo castigados pela falta de chuva. A perspectiva para este ano não é animadora para os agricultores nacionais e, segundo especialistas, a estiagem pode se prolongar por mais alguns meses. Atenta às demandas do mercado, a Cantu, importadora e permissionária, não teme a escassez de mercadoria. De acordo com os administradores, a cada ano, a empresa aumenta a sua estrutura, investe em máquinas e equipamentos de beneficiamento e firma novas parcerias com as companhias estrangeiras. Segundo Egidio Beloto, funcionário da Cantu que atua no entreposto desde 1968, a insuficiência de alimentos é uma realidade e o setor de abastecimento precisa se preparar para prover mercadoria de qualidade e com quantidade. “Este ano, vai faltar cebola por causa da seca. Se não faltar, vai custar muito caro. Neste momento estaremos prontos para atender o mercado nacional

A Cantu tem diversidade em alimentos importados. É uma empresa completa, que sabe como e onde investir. Somos garantia de fartura alimentar”. EGIDIO BELOTO

com excelentes produtos importados”, garante Egidio. Atualmente, o Grupo Cantu emprega cerca de 1300 colaboradores que atuam em treze empresas e 46 filiais. “Estamos presentes no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Alagoas, Bahia e Pernambuco”, frisa Beloto. Tamanha estrutura colocou o Grupo entre as 10 maiores redes atacadistas do Brasil, de acordo

com pesquisa realizada pela Revista Exame no ano de 2014. No ramo de frutas, verduras e legumes frescos, o mix de produtos disponíveis para venda passa dos 300 itens, com destaque para batata, tomate, laranja, melancia, mamão, banana, manga, maçã, cebola, melão, abacaxi, pera, uva e tangerina. As frutas estrangeiras são trazidas de várias regiões do mundo e a empresa também importa vinhos e alimentos industrializados

e congelados, possui três granjas /tventreposto @jentreposto /JornalEntreposto para produção de ovos de galinha HTTP://TINYURL.COM/NP82XDF e de codorna, atua no transporte e adquiriu uma indústria de conserva, cereais e frutas secas. zoom Parte do Grupo Cantu ainda trabalha com outro segmento: pneus. A Cantu Pneus foi fundada em 2006 e hoje é a maior ESCASSEZ importadora de pneus do Brasil. A insuficiência de alimentos está se Oferece pneus para carga, passeio tornando uma realidade e o setor de e pneus industriais. Além de ro- abastecimento precisa se preparar para das para caminhão, protetores e prover mercadoria de qualidade e com quantidade. câmaras de ar.

FMC apresenta soluções para lavouras Objetivo é conciliar aumento de produtividade com preservação de água e solo

A FMC Corporation, agroquímica que atua no Brasil há 40 anos, desenvolve projetos de integração do segmento convencional de Proteção de Plantas, Linha Fertís e Biológico, com toda cadeia de produção de hortifruti, convênios com instituições de pesquisas, consultores, fornecedores e órgãos reguladores. Segundo Flavio Mitsuru Irokawa, gerente de marketing de H&F da FMC Agricultural Solutions, as pesquisas permitem que os produtores rurais tenham acesso às soluções combinadas, que vão desde plantio à colheita, empregando boas práticas agrícolas na integração

das tecnologias, da responsabilidade ambiental com a segurança alimentar. “O que a FMC proporciona com estes investimentos é a ampliação da produtividade e rentabilidade dos hortifruticultores, o aument do Shelf Life (tempo de prateleira), além da preservação do solo e da água”, explica. De acordo com o profissional, a preparação dos agricultores ao mundo dos biológicos é um dos fatores chave para a sustentabilidade da cadeia produtiva. “E são essas tecnologias que proverão manejo de resistência das pragas e doenças dos produtos hortifrutícolas”, analisa.

O adjuvante Silwet L77, exemplifica Flavio, é um superespalhante a base de silicone indicado para as culturas de batata, cebola e alho que pode ampliar em 35 vezes ou mais a área da gota, melhorando a cobertura foliar de forma única e auxiliando a aplicação dos inseticidas, herbicidas e fungicidas. Além de economizar água, não precisa de grande dosagem por hectare, possibilitando melhor logística de aplicação e menor descarte de embalagem. “Os fertilizantes da linha Fertís FMC - produtos especiais, com Crop +, K-Humate - permitem que a planta tenha melhores con-

dições de expressar seu máximo potencial produtivo promovendo melhor absorção e assimilação de nutrientes. Esta linha é focada em oferecer soluções integradas, nutrir e gerar maior ganho de produtividade e qualidade em qualquer cultura”, assegura Irokawa. O gerente menciona que as tecnologias desta série de fertilizantes são diferenciadas e inovadoras e proporcionam maior enraizamento da planta, melhoria na fixação de estruturas reprodutivas, no crescimento de frutos, bulbos e tubérculos, além de plantas mais saudáveis e resistentes a estresses bióticos e abióticos.


insumos agrícolas

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 15

Programa Batata da DuPont foca produção Fungicidas e inseticidas são ferramentas para a proteção dos investimentos do produtor em sua lavoura

A

DuPont Proteção de Cultivos desenvolveu e implanta no campo seu Programa Batata, que visa proteger as lavouras contra as doenças requeima e alternária (ou pinta preta), além de pragas como a traça da batata e lagartas de difícil controle. De acordo com o gerente de marketing da DuPont para a área de hortícolas, o engenheiro agrônomo Luiz Grandeza, a metodologia desenvolvida pela empresa está amparada na ação de uma linha de produtos de alta tecnologia: os fungicidas Equation®, Midas®, Curzate® BR, Kocide® WDG e os inseticidas Rumo® WG, Premio® e Lannate®. A base do DuPont Programa Batata foi desenvolvida a partir dos resultados apurados em mais 30 campos demonstrativos, realizados pela empresa com a consultoria de especialistas no manejo agronômico de hortícolas. “O DuPont Programa Batata contribui para que o agricultor obtenha máxima produtividade e agregue valor e qualidade à produção da lavoura”, resume Luis Grandeza. “Desenvolvemos o programa com objetivo de auxiliar produtores a traçar um caminho seguro para a rentabilidade, pela obtenção de plantas vigorosas e a expressão de todo potencial produtivo da lavoura”, acrescenta o executivo. De acordo com Grandeza, os produtos que formam o DuPont Programa Batata apresen-

ANTONIO CARLOS RODRIGUES

PROGRAMA FOI DESENVOLVIDO A PARTIR DOS RESULTADOS APURADOS EM MAIS 30 CAMPOS DEMONSTRATIVOS

O DuPont Programa Batata contribui para que o agricultor obtenha máxima produtividade e agregue valor e qualidade à produção da lavoura”. tam formulações modernas. “A bataticultura é de alta complexidade no tocante ao controle de pragas e doenças”, continua o gerente, “com a adoção de métodos modernos de proteção, o agricultor eleva sua produtividade bem como a qualidade de sua colheita”, reforça. Grandeza destaca, em particular, o sucesso que produtores vêm obtendo com o emprego dos inseticidas do DuPont Programa Batata. Premio® é um insumo de alta performance para as lagartas de difícil controle.

“Trata-se de um produto de última geração, que age com alta eficiência sobre a traça da batata, e outras lagartas migratórias de difícil controle”, observa Grandeza. Ele ressalta também a importância do inseticida Lannate®, “uma tecnologia reconhecida por seu potente efeito de choque e amplo espectro de controle”. Grandeza diz ainda que a linha de inseticidas da empresa, incluindo Rumo® WG, permite manejo eficiente das pragas da batata, com ótima relação custo -benefício e baixa carência.

De acordo com a DuPont, os produtos Verimark® e Benevia®, para controle de lagartas e insetos sugadores, estão em fase de registro pelos órgãos competentes. “Aguardamos a aprovação para iniciar a comercialização desses insumos que irão mudar o conceito de produção na cultura da batata no mercado brasileiro”, ressalta Grandeza. Em relação aos fungicidas, Luis Grandeza lembra que todas as marcas atreladas ao DuPont Programa Batata são conhecidas do produtor, segundo especifi-

cações de aplicação e controle. “Equation®, por exemplo, conta com uma reputação de alta confiabilidade, pois há muitos anos gera resultados ao agricultor na proteção de sua lavoura contra as doenças Requeima e Alternária e, recentemente, teve a extensão de uso para controle preventivo de Canela-Preta e Podridão Mole, homologada pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento - e ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, conclui o executivo.

Nutrição equilibrada na cultura da batata THIAGO REIS* E REJANE SOUZA* A batata é o terceiro alimento mais consumido no mundo e uma das principais hortaliças produzidas no Brasil. A cultura tem um ciclo vegetativo relativamente curto e demanda grande investimento no que se refere ao manejo nutricional e também fitossanitário, portanto a utilização do fertilizante correto e a aplicação dos nutrientes adequados, no momento mais oportuno (observando o pico de demanda da cultura), são garantias de uma maior produtividade e lucratividade ao agricultor.

A batata é bastante exigente em fósforo, principalmente no início do seu ciclo, pois o nutriente é fundamental para um bom desenvolvimento do sistema radicular e multiplicação do número de tubérculos da cultura. Para atender esta demanda nutricional, é ideal a escolha de um fertilizante de alto desempenho, que contenha o fósforo com fontes assimiláveis, permitindo assim uma maior eficiência da utilização do nutriente pelas plantas. O nitrogênio também influencia de forma positiva a produtividade, ajudando a planta a

desenvolver seu sistema vegetativo e realizar o ciclo. O uso deste elemento na forma de nitratos apresenta uma excelente alternativa para a sinergia de absorção de outros nutrientes, como potássio, magnésio e cálcio, responsáveis pelo enchimento (peso dos tubérculos), atividade fotossintética da planta, qualidade de casca e classificação, respectivamente. A cultura também é exigente quanto a disponibilidade de cálcio e boro, para um enchimento perfeito dos tubérculos e boa formação de casca. Estes nutrientes apresentam maior eficiência quando aplicados via

solo e proporcionam maior sanidade da batata, pela boa formação das paredes celulares. Desta maneira, é desejada a utilização de fertilizantes de cobertura, com a presença de cálcio e boro solúveis, atentando-se para janela de absorção, que acontece por volta dos 25 a 30 dias após a emergência e coincide com a prática da amontoa. O uso de fontes que possuam cálcio, boro e nitrogênio nessa etapa não só supre a planta no momento adequado como provoca a sinergia de absorção, conforme destacado acima, proporcionando todos os benefícios esperados do cálcio

e do boro para a cultura e um acréscimo de batatas de classificação tipo extra à lavoura, bem como mais sanidade e qualidade do produto final. A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, oferece um portfólio completo para atender toda a demanda nutricional da batata, além de um Programa Nutricional que contempla todas as fases da cultura, para que o produtor consiga uma melhor produtividade e lucratividade em sua lavoura. * ENGENHEIROS AGRÔNOMOS E ESPECIALISTAS AGRONÔMICOS DA YARA BRASIL FERTILIZANTES


produção

16 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

SAFRA DE ALHO 2014/15 TENDE A SER MELHOR QUE A ANTERIOR

MARCO ANTÔNIO LUCINI -PRESIDENTE DE HONRA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PRODUTORES DE ALHO-ANAPA

O

consumo de alho per capita no Brasil é de 1,50 Kg/habitante/ano. Na safra de 2014/15 serão necessárias 300 mil toneladas para o abastecimento nacional. A demanda mensal será de 2,5 milhões de caixas de 10 Kg ou de 83 mil caixas por dia. A produção nacional abastecerá nesse período 40% do consumo e os outros 60% serão de alhos importados, principalmente da China (40%) e da Argentina (20%). No primeiro semestre de 2014, de acordo com o Secex (Sistema Aliceweb), o Brasil importou 9.032.986 de caixas de

1,5 kg

dita os preços no 10 Kg no valor US$ É a quantidade de alho consumida por cada brasileiro mercado nacio103.395.098,00, no período de um ano. nal. No primeiro preço Fob declarasemestre de 2014 do. A média geral por o volume exportado caixa foi US$ 11,45. O de alho para o Brasil, volume médio mensal importado foi de 1,50 milhões de por esses dois países, foi muito secaixas. Permanecendo essa média melhante. A Argentina exportou o país importará no ano de 2014, 4.432.126 caixas no valor decla18 milhões de caixas, novo recor- rado Fob de US$ 67.590.229,00 com o preço médio por caixa de de nacional. Os dois principais fornece- US$ 15,25. A China exportou dores de alho para o Brasil são nesse mesmo período 4.421.200 a China e Argentina. Tradicio- caixas e o valor declarado de US$ nalmente a Argentina domina a 34.028.254,00 com o preço méoferta nos meses de dezembro a dio por caixa US$ 7,70. Com a média mensal de alhos abril. Por sua vez, a China oferta volumes maiores que os herma- importados de 1,50 milhões de nos nos demais meses do ano e caixas e o seu baixo preço, com-

preende-se por que o mercado nacional de alho esteve em baixa no primeiro semestre de 2014. O alho chinês de US$ 7,70 por caixa declarado na Receita Federal, preço FOB, custou para o importador, após pagar, entre outros encargos, a taxa de antidumping de US$ 7,80 por caixa, a TEC de 35%, o ICMS, o frete, a marinha mercante, o despachante, aproximadamente R$ 50,00. O Argentino que domina o mercado nos primeiros meses do ano, após uma alta desvalorização na sua moeda (peso argentino), exportou o alho para o Brasil por US$ 15,25 a caixa. Isso ajudou e muito o mercado a ficar em baixa. Após pagar todos os impostos para internalização da mercadoria e o frete, o custo da caixa foi de R$ 45,00 para o importador. Foi exatamente esse o preço médio recebido pelos produtores do sul nesse mesmo período. A oferta nacional de alhos, safra de 2014/15, será de 12 milhões de caixas que tem origem em duas regiões bem distintas: Sul (SC e RS) e o “Cerrado”, especialmente Goiás e Minas Gerais. O alho do Cerrado para o mercado será 8,50 milhões de caixas e o do Sul de 3,50 milhões de caixas, de acordo com levantamentos feitos pela Anapa. Para o segundo semestre de 2014 e o primeiro de 2015 prevê-se uma melhora no mercado, uma vez que as notícias extraoficiais dão conta na redução da produção da China e o aumento nos preços praticados. A venda de alho chinês novo na faixa de US$ 12,00/FOB tem um custo de internalização para o importador de R$ 62,00, superior ao praticado no primeiro semestre de 2014, por isso a expectativa de melhora no mercado. Além disso, informações vindas da Argentina dão conta de redução nas áreas de plantio. A expectativa é que voltem a vender alho a partir dos US$ 25,00/caixa Fob, como nas safras anteriores. Confirmando-se a menor oferta de Chinês e Argentino no mercado, e principalmente a tendência de maiores preços internacionais FOB, a safra de 2014/15, em minha opinião, será muito boa, melhor que a anterior.


especiarias

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 17

MELHORAMENTO GENÉTICO NA PRODUÇÃO DE CEBOLAS Hazera traz ao Brasil sementes com alta produtividade, resistência a doenças e armazenagem

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ALHO NEGRO DO SÍTIO APOSTA EM TENDÊNCIA JÁ CONSOLIDADA NO JAPÃO Com experiência de mais de 30 anos no cultivo do alho in natura, agricultores japoneses investem na versão fermentada do alimento

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o Alho Negro do Sítio a produção do alho negro começou apenas em 2010, mas a história desta empresa teve início muito antes disso. Em 1945, Shiro Kondo nasceu na colônia japonesa Manchúria, na China, ainda bebê foi para o Japão, com a família, como refugiado. Lá ele cresceu, se formou em Direito e ao completar 23 anos de idade decidiu se mudar para o Brasil. Aqui, Shiro trabalhou em diversas fazendas para sustentar-se e, com agricultores, aprendeu técnicas de cultivo de alimentos na prática. Em 1973 casou-se com Sayoko, sua esposa até os dias de hoje. Recebeu um pedaço de terra na colônia de Guatapará, interior de São Paulo, como benefício do programa de migração do governo japonês. Lá a família então se dedicou à agricultura, tendo como o primeiro cultivo o abacaxi. Em 1981, aconteceu a geada negra (condição atmosférica que provoca o congelamento da parte interna da planta devido ao frio intenso) e todo o plantio foi perdido. Desta forma, eles foram em busca de alguma especialidade que resistisse às alterações climáticas, por isso, escolheram o alho comum. A partir daí a produção que no começo não tinha tanta qualidade por falta de experiên-

cia, com o tempo foi agregada com tratos culturais específicos ao alho, e outras técnicas sustentáveis como de compostagem, rotação de culturas, cobertura morta e adubação verde. Foi no Japão que, no ano de 2006, houve o grande “boom” do alho negro. Nos Estados Unidos existe um projeto que se chama Designers Food, do Instituto Nacional de Câncer, e que descobriu que o alho é o produto que mais previne o câncer. Depois disso, descobriram que após fermentado, ele potencializa estes componentes antioxidantes. Como no Japão, a população é em sua maioria idosa, no momento em que saiu na TV que o alho negro prevenia o câncer, as empresas começaram a se especializar na especiaria. Quando Shiro percebeu esta crescente de alho negro, passou a produzir este remédio natural com a ajuda da sua esposa. No início, Shiro fornecia apenas para os amigos da colônia japonesa, mas deu tão certo que agora produz para supermercados e empórios de grandes marcas. Não foi fácil, mas aos poucos eles estabeleceram um padrão de qualidade e foram conquistando a confiança dos consumidores. “O alho é colhido uma vez por ano e todo alimento tem sua época de

colheita, ou seja, em determinado período as pessoas terão mais dificuldade para encontrá-lo. As pizzarias, por exemplo, não podem ficar sem o condimento e tinha uma época que as outras empresas deixavam de fornecer, aí quando os nossos concorrentes não forneciam, os clientes entravam em contato com a gente, e nós sempre tínhamos”, explica o agrônomo Fernando Kondo, filho dos fundadores, formado pela Universidade Agrícola de Tóquio e administrador do Alho Negro do Sítio. Atualmente, a produção do Alho Negro do Sítio se difere das demais pela garantia de origem com alho nobre nacional e por não pasteurizar. Sendo assim, mesmo depois de embalado, o produto continua em seu processo de fermentação, o que o deixa ainda melhor com o tempo e também descascado. Com escritório em São Paulo e produção em Guatapará, interior de São Paulo, ele trabalha para levar ao consumidor o sabor e a qualidade característicos do produto, que passa por um rígido controle de qualidade que vai desde o plantio das sementes até a entrega. Para conhecer mais sobre o Alho Negro do Sítio, acesse o site http://alhonegrodositio. com.br/.

or ser um ingrediente indispensável em quase todas as cozinhas, a cebola está entre os vegetais mais consumidos no mundo, o que explica o aumento do consumo da cultura proporcionalmente ao aumento da população mundial. Por isso, o Brasil é uma das regiões estratégicas para o grupo de cooperativa agrícola internacional Limagrain. A empresa atua no Brasil por meio de sua unidade de negócios Hazera, responsável por 124 milhões de euros em vendas. Ao lado de outras três unidades, o grupo tornou-se o segundo maior produtor de sementes vegetais do mundo, com 30% das vendas da Limagrain, ou 527 milhões de euros. Entre as 12 espécies vegetais criadas, depois do tomate, que representa 28% das vendas da companhia, a cebola, com 15% de market share, é a principal cultura da Hazera. “Todos os números que envolvem o mercado da cebola são grandes. Trata-se de uma cultura bianual, com desenvolvimento relativamente lento devido ao longo tempo necessário para desenvolver no-

vas variedades, mas de elevado potencial econômico. Por isso, apesar do longo, caro e exaustivo desenvolvimento de semente híbridas de cebola, estamos investindo no Brasil, utilizando todo o conhecimento da Hazera para entregar ao mercado brasileiro variedades adequadas às suas necessidades”, afirma Yehuda Olshansky, diretor comercial da Hazera. Para atender ao produtor, as pesquisas têm foco na criação de variedades com características de alta produtividade, capazes de usar menos água e fertilizantes, tolerantes ao frio e à seca, e resistentes a doenças. As pesquisas também são direcionadas para atender as necessidades dos consumidores, quando as variedades devem ter boas características em termos de sabor, cor, tamanho, qualidades nutricionais e utilidades culinárias. A empresa também desenvolveu um aplicativo para smartphones com informações sobre todas as doenças que acometem a cultura da cebola. Basta acessar a Apple Store ou Google Playstore e escrever na busca “onion diseases” e fazer o download gratuito.


artigo

18 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DO SOLO PARA O SUCESSO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA PROF. DR. LUÍS REYNALDO FERRACCIÚ ALLEONI - DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO DA ESALQ/USP E ENG. AGR. MARCOS ROSOLEN, ESPECIALISTA EM MANEJO DE SOLO

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ão muitos os fatores que interferem na produção agrícola e aquele que podemos interferir mais facilmente e com maior retorno por Real investido é o bom manejo da fertilidade do solo mediante a aplicação de corretivos e fertilizantes. A correção da fertilidade começa com uma boa amostragem do solo, pois desta etapa depende o sucesso de todas as outras. Existem basicamente dois sistemas para lidar com a amostragem do solo para fins de avaliação de sua fertilidade: um é o chamado convencional, e o outro é utilizado para Agricultura de Precisão (AP). No sistema convencional, devemos dividir a área total da propriedade em áreas uniformes e fazemos amostragens do solo de modo que o resultado das análises represente uma média da fertilidade de cada talhão. Na AP é necessário maior número de amostras por talhão do que no sistema convencional. O rigor com a uniformidade não necessita ser tão grande, pois o sistema usa recursos de computação para criar um gradiente

de fertilidade entre os pontos de amostragem, interpolando e distribuindo teores em áreas até mesmo muito pequenas. Todos os pontos são georreferenciados e a partir deles e dos resultados das análises, são criados mapas de fertilidade para cada nutriente. Estes mapas, por sua vez, alimentarão o sistema de comando das máquinas aplicadoras de corretivos e de fertilizantes que, automaticamente, distribuirão a dose exata me cada pequena parte da área, fazendo com que as doses cheguem o mais próximo possível do ideal. Este sistema, via de regra, baixa o custo e aumenta a produtividade em relação ao sistema convencional, aumentando a margem de lucro do produtor. Porém, como a maioria dos produtores ainda não utiliza AP, trataremos do sistema convencional. PARA DETERMINAR A UNIFORMIDADE DAS ÁREAS DEVEMOS CONSIDERAR OS SEGUINTES FATORES: 1-TIPO DO SOLO Observa-se se o solo tem a mesma cor e textura ao longo da área separada como um talhão. 2-POSIÇÃO NO RELEVO O talhão deve ficar na mesma posição no relevo, isto é, ou está no alto,ou na meia encosta ou na

parte mais baixa. Não podemos usar um mesmo talhão que vai deste o topo de um morro até a parte mais baixa, pois a disponibilidade de nutrientes é diferente em cada uma destas posições. 3-CULTURA ANTERIOR O talhão deve ser uniforme quanto à cultura anterior. Isto significa que mesmo em uma área contínua, de mesma cor e textura e mesma posição no relevo, deverá ser subdividida se tiver recebido 2 ou mais culturas no mesmo período (cultura de verão ou inverno) e ter o solo amostrado separadamente. Observando-se pelo menos os três fatores acima já se podem ter talhões uniformes, mas dentro dos talhões uniformes, devemos coletar o solo em lugares que representem as condições da maioria da área, evitando locais onde ocorreram o que podemos chamar de exceções, tais como: (i) locais onde a enxurrada arrastou terra, (ii) locais onde a enxurrada depositou terra, (iii) formigueiros, (iv) locais onde foram armazenados corretivos ou fertilizantes (montes de calcário, por exemplo), (v) locais onde foram amontoados e queimados restos de cultura ou mato. Enfim, evitar locais onde foram retirados ou acrescentados nutrientes de forma excepcional. Respeitada a metodologia de amostragem, é hora de buscar o laboratório para análise do solo.

Por que tanto cuidado com o laboratório? O laboratório deve ser capaz de fazer as análises com alto padrão de qualidade, caso contrário mostrará resultados teores dos elementos diferentes dos que realmente estão no solo. Com base nos resultados enviados pelo laboratório é que os agrônomos e técnicos irão calcular as doses de corretivos e fertilizantes a serem usados para a cultura planejada. Se o laboratório der resultados inferiores aos reais, o agricultor utilizará doses maiores de corretivos e fertilizantes, e isto resultará em gastos desnecessários ou até mesmo toxidez, dependendo do nutriente e da dose aplicada. Por outro lado, se os resultados forem mais altos que os teores reais, o agricultor utilizará doses menores, e isso levará a uma limitação na produção por “fome” da cultura. O que se tenta demonstrar nesse texto é que erros no processo de amostragem e de análise de solo se acumulam ao longo das diferentes etapas e resultam em mau resultado na produção. O Departamento de Ciência do Solo da ESALQ tem buscado manter seus laboratórios como referência na qualidade analítica, mantendo a participação no sistema de proficiência do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) desde seu início, e recentemente conquistou a certificação ISO 17025, do Inmetro.

zoom ANÁLISES O Departamento de Ciência do Solo da Esalq mantém seus laboratórios como referência na qualidade analítica, mantendo a participação no sistema de proficiência do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) desde seu início. Esta certificação atesta que nossos laboratórios produzem os mais perfeitos resultados analíticos dentro das metodologias padrões para estes tipos de análises. Assim, como atualmente as margens de praticadas pelos agricultores estão muito apertadas, não há espaço para erros. O acerto no trato com o manejo da fertilidade do solo pode ser a diferença entre lucro e o prejuízo. Portanto, devemos ter o máximo cuidado na amostragem do solo e na escolha do laboratório. Sempre devemos optar pelo melhor, pois o custo de analisar o solo é muito baixo em relação ao custo de implantação e manutenção da cultura. Pode-se comparar que economizar na análise do solo pensando no custo deste serviço é como economizar no sal da comida pensando no preço deste tempero no custo final do prato. O sal é o ingrediente mais barato, mas sem ele fica tudo sem gosto.


artigo

FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 19

PERSPECTIVAS DE VENDAS DE FLORES PARA O VALENTINE’S DAY 2015 ANTONIO HÉLIO JUNQUEIRA * MARCIA DA SILVA PEETZ**

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o Brasil, diferentemente de um grande número de outros países dos dois hemisférios, o Valentine’s Day é, ainda, uma data comemorativa praticamente ignorada pelos consumidores e pelo comércio em geral. Apenas as gerações mais jovens e de classes alta e média alta vêm cedendo ao seu apelo. Observa-se que 81% das floriculturas e empresas do ramo de varejo florícola em todo o Brasil afirmam que o consumidor brasileiro ainda não comemora a data. Para avaliar a importância e o significado econômico desta data no Brasil, a empresa de Inteligência de Mercado, Hórtica Consultoria, realizou, entre os dias 2 e 10 de fevereiro, com a colaboração do Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo - Sindiflores, uma ampla pesquisa em toda a Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais, cujos resultados são mostrados a seguir. A piora recentemente observada nos principais indicadores socioeconômicos nacionais, aliada ao aumento da inflação, já se reflete em menores expectativas de vendas de flores no mercado interno em 2015, no comparativo com o ano anterior, como se pode

constatar já para o Valentine’s Day 2015. Cerca de 2/3 das empresas setoriais pesquisadas informaram acreditar que a atual situação econômica do Brasil impactará diretamente na perda de mercado para as flores neste momento. Há que se observar, ainda, que as menores expectativas de vendas para o Valentine’s Day 2015 estão também correlacionadas às condições mais complicadas do abastecimento interno de rosas, uma vez que os fortes índices de calor e a prolongada estiagem observados nas principais zonas produtoras vêm prejudicando sensivelmente a oferta dessas flores ao mercado interno, tanto em quantidade, quanto em qualidade. No tocante às importações, vale registrar que o reaquecimento da economia norte-americana fortalece a demanda pelas rosas ofertadas no mercado internacional, impactando preços e disponibilidade de mercadorias. Além disso, a recente valorização cambial do dólar frente ao real também contribui para a arrefecer as intenções de consumo no mercado doméstico do Brasil. Por fim, o fato de a data coincidir com o sábado de Carnaval é também apontado como fator crítico para a redução das expectativas de vendas por 93% das floriculturas e demais empresas entrevistadas. As flores preferidas para presentear no Valentine’s Day 2015 no Brasil – como em todo o mundo – serão, em 2015, as rosas vermelhas (55%), seguidas pelos buquês ou ramalhetes mistos (27%),

outras flores vermelhas em geral – com destaque para gérberas e alstroemérias, entre outras (9%) – e orquídeas em vasos, especialmente phalaenopsis (9%). Em relação ao ano anterior, as rosas vermelhas mantêm praticamente a mesma posição, já que em 2014 representavam 56% das preferências. Por outro lado, observou-se sensível redução para a participação das orquídeas, que haviam atingido, no ano anterior, a posição de 22%. A queda foi compensada pelo crescimento da participação relativa dos buquês e pequenos arranjos florais, que ficavam anteriormente com apenas 9% das opções de compras de presentes. Também se observou uma importante retração na intenção de presentear com cestas comemorativas, opção que, em 2014, angariou 9% das intenções. Em 2015, as preferências deslocaram-se para pequenos mimos e itens menos custosos.

*ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DOUTOR EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO (ECA/USP), MESTRE EM COMUNICAÇÃO E PRÁTICAS DE CONSUMO (ESPM), PÓS-GRADUADO EM DESENVOLVIMENTO RURAL E ABASTECIMENTO ALIMENTAR URBANO (FAO/ PNUD/CEPAL/IPARDES), PROFESSOR DA ESPM E SÓCIO PROPRIETÁRIO DA HÓRTICA CONSULTORIA E TREINAMENTO. **ECONOMISTA SÊNIOR, PÓS-GRADUADA EM COMERCIALIZAÇÃO AGRÍCOLA E ABASTECIMENTO ALIMENTAR URBANO, SÓCIA-ADMINISTRADORA DA HÓRTICA CONSULTORIA E TREINAMENTO.


ceasas

20 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

artigo

PANORAMA HISTÓRICO DA AGRICULTURA E SEUS IMPACTOS *MÁRIO DINO GADIOL

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distinção entre cidade e campo é tênue nos dias de hoje. Cidadãos modernos vivem no campo, agricultores moram em cidades e trabalham na roça. O campo está industrializado e a agricultura tornou-se múltipla. É constituída de muitas culturas, diferenciadas entre si por processos históricos, localização geográfica, sistemas de produção, condições socioeconômicas e agrárias, origens e tradições dos produtores rurais. Historicamente, até a década de 50 o crescimento da agricultura foi fruto da expansão de terras para plantio. Em 60, quando começou a primeira Revolução Verde, o uso de máquinas, adubos e defensivos químicos, tornou-se evidente e contribuiu para um vertiginoso aumento da produção agrícola. Foi o início da modernização do setor no Brasil. Entre as décadas de 70 e 80, pólo de conhecimento nacional foi criado e houve ocupação de áreas das regiões centro-oeste e norte do país por imigrantes sulistas, principalmente. Tecnologias para produção de alimentos foram desenvolvidas e utilizadas nos Trópicos. O Brasil, nos dias atuais, tem o seu domínio. Passamos de grande importador de alimentos, entre 60 e 70, ao quinto produtor mundial de alimentos nos anos 2000. Para atenuar a contundência da dinâmica deste mercado, vemse fortalecendo o conceito de ‘desenvolvimento rural sustentável’. Por definição, segundo teóricos, é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.

25 mil

é o número de vagas de empregos geradas pela Ceasa. A empresa ainda abastece mais de 500 municípios de todo o Brasil

Desta forma, o agente de interesse do desenvolvimento passa a ser o homem e a melhoria da sua qualidade de vida. Atualmente, novos agentes ligados a produção e ao consumo vieram à tona. O consumidor de orgânicos e o “produtor-verde”, por exemplo. O primeiro, adeptos da não utilização de agrotóxicos e de fertilizantes, optando por uma dieta mais natural e disposto a pagar mais por isso; E o segundo, atendendo às exigências do primeiro, produzindo gêneros ecológicos e utilizando modelos alternativos de agricultura. Dentro do contexto, a Ceasa vem cumprindo seu papel político-sócio-econômico e ambiental. A empresa gera 25 mil empregos diretos e indiretos e garante o escoamento dos produtos da agricultura vindos de todo país e até do exterior, além de assegurar milhares de postos de trabalho no campo. É responsável ainda pelo abastecimento de hortifrútis de 500 municípios e distribui cerca de 40% das flores e plantas do setor atacadista do Brasil. Prestes a completar 40 anos em março, a Ceasa Campinas espera contribuir cada vez mais para o avanço e o desenvolvimento da agricultura brasileira, apoiando o seu ator principal: o produtor rural. *MÁRIO DINO GADIOLI, DIRETOR-PRESIDENTE DA CEASA CAMPINAS

CEASA CAMPINAS COMEMORA 40 ANOS DO IMPROVISO À MODERNIZAÇÃO: CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO ENTREPOSTO CAMPINEIRO

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Ceasa Campinas completa em março quatro décadas de existência, uma trajetória que começou antes da sua fundação, em 1975, com a distribuição de hortifrutigranjeiros improvisada, com produtos espalhados pelo chão, em caminhões, embaixo de lonas ou ainda em locais que não comportavam um volume atacadista. Segundo os atuais administradores, ao longo deste tempo, a Central inovou, modernizou, mas nunca se distanciou do seu objetivo: qualidade, compromisso social e ambiental. Ao contrário, aperfeiçoou e ampliou suas instalações, transformando-se hoje em referência na comercia-

lização de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas Ornamentais. Durante estes 40 anos, a Ceasa desenvolveu importantes ações sociais e de segurança alimentar, e chega a esta data esbanjando vitalidade e modernidade. Uma vanguarda no comércio atacadista reconhecida nacionalmente. São quatro décadas de esforço, dedicação e empenho marcados em sua história. A Ceasa foi inaugurada no dia 10 de março de 1975, quando todos os comerciantes, vindos do Mercadão e Jardim do Lago, puderam se instalar no novo local. Quando se mudaram para a Ceasa, nem todos os comercian-

tes encontraram seu espaço (pedra de comercialização) pronto. Só existiam os Galpões Permanentes 1 e 2, onde se localizavam os boxes; o Mercado Livre Central ainda estava em construção. O Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais foi criado em 21de julho de 1993, a partir da fundação da Associação dos produtores e Comerciantes do Mercado de Flores de Campinas – Aproccamp. Produtores que já comercializavam seus produtos na Ceagesp, em São Paulo, liderados pelo proprietário da Mac Flora, importante comerciante e produtor de mudas e plantas da região, foram os precursores da ideia.


FEVEREIRO / 2015 I JORNAL ENTREPOSTO 21

Entreposto de Uberlândia terá pavilhões de pescado e autoatacado

Aplicativos auxiliam caminhoneiros na estrada

Estão abertas as licitações para construção e exploração de dois novos pavilhões no entreposto da CeasaMinas em Uberlândia. O primeiro é o Pavilhão Peixaria, com 259m² de área construída e 221m² de estacionamento, destinado ao comércio atacadista e varejista de pescados, frutos do mar e derivados. O segundo é o Pavilhão Autoatacado, com 1.970 m² de área construída e 1.078 m² de estacionamento, para o comércio atacadista de gêneros alimentícios, hortifrutigranjeiros, cereais, industrializados, produtos de origem animal, higiene pessoal e limpeza. De acordo com o gerente da unidade, Cláudio Rodrigues, produtores, comerciantes, consumidores e município serão beneficiados com a diversificação da oferta de produtos gerada com a construção dos novos pavilhões. “Serão os primeiros pavilhões de pescado e autoata-

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cado da unidade”, frisa. No caso do Pavilhão Pescado, a novidade é ainda maior, já que será o primeiro do ramo a ser construído em todas as unidades da CeasaMinas. João Felisberto Miranda, chefe substituto da Seção de Unidades do Interior da CeasaMinas, ressalta que os novos investidores encontrarão um mercado já consolidado, com mais de 200 municípios compradores. “O entreposto de Uberlândia é bastante atrativo e será ainda mais com esses dois pavilhões. Eles integram um plano de expansão da unidade e outras ações já estão previstas nesse sentido”, acrescenta. No final de 2014, a inauguração de um posto de combustíveis dentro do mercado também representou o aumento da diversificação dos serviços oferecidos aos usuários. Acesse a aba Institucional – Licitações no site www.ceasaminas.com.br.

CONVÊNIO FACILITA EXPORTAÇÃO DE FRUTAS FRESCAS BRASILEIRAS

SAMSUNG TECHWIN APRESENTA CÂMERA OCULTA PARA USO EM CAIXAS ELETRÔNICOS

Foi assinado no final do mês de janeiro o primeiro convênio para facilitar a exportação de frutas frescas brasileiras entre a ApexBrasil e Abrafrutas, que responde por apenas 1% do total de vendas externas do agronegócio. No ano passado, o Brasil vendeu cerca de US$ 630 milhões. Para o presidente da Abrafrutas, Luis Roberto Barcelos, é preciso aumentar a divulgação das frutas brasileiras.

A Samsung Techwin apresentará na 10º edição da Feira e Conferência Internacional de Segurança - ISC Brasil, a câmera oculta SNB-6010 que poderá ser utilizada em caixas eletrônicos (ATMs). O evento ocorre de 10 a 12 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo. Na oportunidade, a Samsung irá demonstrar em seu estande (localizado à Rua D10) um túnel com a simulação de uma agência bancária e uma loja de varejo, incluindo as suas mais recentes novidades tecnológicas: a câmera oculta acoplada ao caixa eletrônico e a câmera fisheye que permite visão panorâmica.

MINISTÉRIO PREVÊ LIBERAÇÃO DE R$ 300 MILHÕES DO SEGURO RURAL EM BREVE A liberação dos recursos do seguro rural, que estão atrasados desde o ano passado, pode sair em breve. O valor de R$ 300 milhões faltantes do volume prometido para o prêmio do seguro rural 2014 deveria ter chegado às instituições financeiras ainda em 2014, como parte de subsídios que somavam, no total, R$ 700 milhões. O governo chegou a quitar R$ 400 milhões.

iversos aplicativos para smartphones e tablets podem colaborar com os motoristas na gestão de sua rotina de trabalho. Desde os mais simplórios, que mostram a previsão do tempo, até os mais refinados, que mapeiam postos de gasolina e exibem preços de pedágios. Conheça alguns sistemas que auxiliam frotistas e caminhoneiros na estrada.

IVECO BRASIL O aplicativo dispõe de serviços práticos para motoristas, como rotas, postos de gasolina, preços de pedágios, consumo de combustível. Desenvolvido pela montadora Iveco, o aplicativo também traz notícias sobre a marca e seus produtos. Simula financiamento para quem deseja comprar um caminhão Iveco

WHATSAPP

THE WEATHER CHANNEL

CONTROLE DE COMBUSTÍVEL TB

WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS. Está disponível para iPhone, BlackBerry, Android, Windows Phone, e Nokia e sim, esses telefones podem trocar mensagens entre si. Como o WhatsApp usa o mesmo plano de dados de internet que você usa para e-mails e navegação, não há custo para enviar mensagens e ficar em contato com seus amigos. Além das mensagens básicas, os usuários do WhatsApp podem criar grupos, enviar mensagens ilimitadas com imagens, vídeos e áudio. Lembrete: Dirigir e utilizar o celular ao mesmo tempo é proibido e pode causar acidentes. Esses aplicativos devem ser utilizados no momento de parada do motorista. Boa viagem!

Com este aplicativo, é possível obter informações sobre o clima do lugar em que o motorista está por meio da função “Encontre-me agora”, ou programar suas localidades preferenciais. Notificações alertam sobre condições climáticas extremas. É gratuito e está disponível para iPhone e Android.

Registra os abastecimentos do veículo (pode ser álcool ou gasolina), mostra a média de consumo e controla os gastos dos veículos. É possível ainda gravar lembretes (exemplo: para troca de filtro ou para revisão). A versão para Android é basicamente gratuita, mas existe também a versão paga.

TRUCKPAD

UCAR

Com o TruckPad, o caminhoneiro pode acessar ofertas de cargas em todo o Brasil, compartilhar sua localização com seus clientes embarcadores e até a família, além de enviar comprovantes das entregas. As empresas podem contratar caminhoneiros usar e acompanhar a viagem do motorista.

Acompanhe os gastos com seu veículo, seja com limpeza, manutenção ou abastecimento. O aplicativo tem uma interface simples e de fácil utilização. É possível cadastrar mais de um veículo entre os tipos suportados: carros, motos, caminhões, trailers. Permite visualizar a média de consumo de combustível.

SMALLSPEND

SOCIALFUEL

SOS MOTORS

Para não se perder nos gastos diários, esse aplicativo grava todas as pequenas e grandes despesas, seja o cafezinho depois do almoço ou o abastecimento do caminhão. O aplicativo ainda exibe tabelas comparativas, que possibilitam visualizar possíveis economias. Gratuito, está disponível para Android e iPhone.

Encontre o posto de combustível com o preço mais barato. O aplicativo permite buscar locais de abastecimento conforme a localização do condutor e comparar preços, tanto de gasolina, álcool, GNV ou diesel. Ainda registra histórico de abastecimento, guarda notas sobre a troca do óleo do motor.

Este aplicativo serve para encontrar lojas de autopeças, oficinas mecânicas, lojas de pneus e outros serviços necessários para a manutenção do veículo. É possível fazer busca por proximidade, ou ainda listar os estabelecimentos por categoria. Um mapa integrado dá todas as dicas de como chegar ao local.


22 JORNAL ENTREPOSTO I FEVEREIRO / 2015

PAULO COELHO É DESTAQUE NO ENTREPOSTO DO LIVRO

legumes da época

Paulo Coelho, escritor brasileiro reconhecido internacionalmente, é um dos autores mais procurados pelos leitores do bolsão de livros do Grupo de Mídia Entreposto. Este mês, reunimos cinco obras de Coelho disponíveis. Escolha a sua preferida e boa leitura!

Chef Diogo Ferreira de Araújo

Cebola, a maior das especiarias A cebola, classificada como especiaria, é originária da Ásia, sendo a China seu maior produtor. O pico da safra é entre março e setembro, mas ela pode ser encontrada durante o ano inteiro. A cebola contém flavonoides (antioxidantes e anti-inflamatórios), além de vitaminas do complexo B. A especiaria foi introduzida no continente

americano por Cristóvão Colombo, através do Haiti, antiga Hispaniola. Sua raiz, em camadas e de formato oval, apresenta três tipos ou cores (branca, amarela e roxa). A cebola branca tem sabor mais pronunciado e as amarelas e roxas, mais suave. Estudos comprovam que, seu uso frequente reduz a incidência de tumores de estômago,

intestino e próstata. Apresenta também ação anti cáries, desde que consumida regularmente, pelo menos duas unidades por semana. Para compensar o hálito residual, pois seus gases são eliminados pelas vias respiratórias, pode se mascar cascas de cítricos, como a laranja, o limão e outros. Boa dica, não? Mas agora, vamos à nossa receita: Mix de cebola cremoso.

Receita

Mix de cebolas cremoso Ingredientes:

Modo de Preparo:

250 gramas de ricota fresca 5 ovos grandes 400 ml de creme de leite UHT 250 gramas de cebolas brancas, em fatias finas 250 de cebolas roxas, também fatiadas 1 xícara de cebolinha verde picada 200 gramas de tomate cereja 150 gramas, de queijo Gruyere, ralado grosso 150 gramas de azeitonas as pretas, sem caroço 150 gramas de farinha de rosca Sal a gosto, pimenta do reino branca, páprica picante e um fio de azeite de oliva extra virgem

Bata no liquidificador os ovos, a ricota, o creme de leite, sal, páprica e a pimenta, até ficar cremoso. Em uma tigela grande, incorpore ao creme as cebolas fatiadas e metade da cebolinha picada, o queijo e a farinha de rosca, misturando bem. Coloque a mistura numa forma refratária, untada com azeite de oliva e polvilhada com farinha de rosca. Se preferir, use formas individuais. Decore com os tomates cerejas cortados ao meio e as azeitonas, polvilhe com o restante da farinha e da cebolinha. Leve ao forno a 180° graus, por, aproximadamente 30 minutos, até dourar. Sirva quente, acompanhado de salada verde.

Dica: após fatiar as cebolas, passe-as em água fria

para retirar o excesso de acidez, secando-as em papel absorvente.

ONZE MINUTOS Neste livro, Paulo Coelho conta a história de uma menina brasileira que provou desde cedo o amargo da decepção amorosa e que fechou seu coração ao amor. Aliciada pela promessa de uma vida melhor, parte para a Europa em busca de uma nova chance. Torna-se prostituta, explora e esforça-se por explicar o inexplicável daquela vida. Recupera ainda a abertura para o amor ao lado de um pintor que conhece num bar.

O ALQUIMISTA Este livro narra a história de um jovem pastor chamado Santiago que, após ter um sonho repetido, decide partir em uma longa viagem da Espanha ao Egito, pois, segundo o sonho, é lá, junto às pirâmides, onde ele irá encontrar um tesouro enterrado. Ao iniciar sua jornada ele se vê lançado em uma imprevisível busca por esclarecimento sobre os grandes mistérios que acompanham a humanidade desde o início dos tempos.

O DEMÔNIO E A SRTA. PRYM Quando um viajante acompanhado de um demônio chega a uma pequena cidade e pede a Chantal Prym que avise a cidade: ele oferece dez barras de ouro para que os habitantes da cidade cometam um assassinato. Criticando a ganância e mostrando que o passado de uma pessoa pode acabar com o futuro de muitas outras, Paulo Coelho mostra como um ser pode acabar com outros.

O DIÁRIO DE UM MAGO O livro conta a jornada de três meses de Paulo Coelho em peregrinação pelos quase setecentos quilômetros que separam o sul da França, onde teve o início da caminhada, da cidade de Santiago de Compostela, na Galiza. A obra relata a saga de Paulo Coelho que busca pelos mistérios sagrados da magia, seu encontro com um mago italiano, Petrus, que é seu guia e a passagem por um dos três caminhos sagrados da antiguidade.

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

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