A evolução dos modelos educativos e a formação de engenheiros-cidadãos para o mundo

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de trabalho e promover o trabalho comum e moral, na aceção de que todas as atividades se revestem de igual importância na comunidade”. “Kerschensteiner defendeu que a educação deve levar o cidadão a prestar um serviço consciente à sociedade e não um serviço cego a um estado (…) A educação de qualidade é uma educação ética e não política, ou seja, para os valores e não para o domínio pelo poder” [Coelho 2011]. As suas três principais preocupações eram o estabelecimento da educação vocacional, a inculcação da responsabilidade social e a ligação da educação à vida [Rohrs 2000]. Para ele a instrução dos cidadãos sobre os seus deveres devia preceder a instrução sobre os seus direitos. Tal como Dewey, que muito admirava, insistia na necessidade de desenvolver trabalho ativo, responsável na comunidade laboral e submeter-se, voluntariamente, aos representantes eleitos dos estudantes na administração escolar. Essa era uma condição sem a qual não haveria educação cívica. No entanto, enquanto Kerschensteiner considerava a escola como um complemento da aprendizagem prática da educação vocacional, Dewey considerava a educação escolar como fundamento para a posterior educação vocacional [Rohrs 2000]. As ideias e experiências práticas educativas de Kerschensteiner tiveram uma grande influência no sistema dual, escola-trabalho, da educação alemã e terão tido um papel muito importante no desenvolvimento industrial da Alemanha.

4. MODELOS EDUCATIVOS DOS FINAIS DO SÉCULO XIX

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