EMBANEWS Nº 379 - Outubro 2021

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ANO 31 | EDIÇÃO 379 | OUTUBRO 2021 MERCADO DE BELEZA E CUIDADOS PESSOAIS DESENHA O SEU FUTURO #InvestimentoFabril PRODUTIVIDADE MÁXIMA NA CERVEJARIA PETRÓPOLIS P.08 O TRANSPORTE REFRIGERADO DE MEDICAMENTOS P.24 PESQUISA COMPETITIVIDADE P.34 APRENDIZADOS COM O PRÊMIO KAIZEN 2021 P.20

SUMÁRIO

A PANDEMIA TROUXE MUDANÇAS PROFUNDAS EM TODOS NÓS. COMO ESSA TRANSFORMAÇÃO ESTÁ REPERCUTINDO NO MERCADO DE BELEZA E HIGIENE PESSOAL E AS PERSPECTIVAS PARA O FUTURO É O QUE INSTITUTOS DE PESQUISA E A ABIHPEC BUSCARAM MAPEAR

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4 OUTUBRO 2021 08 #InvestimentoFabril 12 #EmbalagemComemorativa 14 #EmbalagemPlástica 16 EMBALAGEM NO MARKETING 24 PESQUISA 26 FRONTEIRAS 28 SUSTENTABILIDADE 34 COMPETITIVIDADE SAIBA COMO INTERAGIR COM A REALIDADE AUMENTADA
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FUNDADOR: ROBERTO HIRAISHI (1942 • 2006)

Diretor Responsável: Ricardo Hiraishi

Administração: Rejane Doria

Redação: Elizabeth Keiko Sinzato

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Colunistas desta edição: Ana Paula Nolêtto, Antonio Cabral, Assunta Camilo, Fabio Mestriner, Renata Ross

Projeto Gráfico: FlyJabuti Design

Realidade Aumentada: Massfar, empresa autorizada Zappar Brasil e Portugal

A Revista EMBANEWS é uma publicação mensal da NEWGEN COMUNICAÇÃO LTDA. - REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E COMERCIAL: Rua Capote Valente, 478, Casa 01 • Pinheiros • CEP 05409001 • São Paulo/SP • Brasil

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Dirigida ao segmento de alimentos, bebidas, brinquedos, cosméticos, embalagens, farmacêuticos, químicos, e afins. Dirigida aos profissionais: consumidores e fornecedores de embalagens; fornecedores de matérias-primas e de insumos para a confecção de embalagens; fabricantes de máquinas e equipamentos para envase, embalagem, estocagem e transporte; e prestadores de serviços de apoio, asso ciações, universidades e instituições ligadas ao ramo de embalagem.

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6 OUTUBRO 2021
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UM CASE DE SEIS MILHÕES DE LATAS POR DIA

Grupo Petrópolis protagonizou um case de produtividade digno de registro em sua planta de Uberaba (MG), ao atingir uma performance recorde de quase 6 milhões de latas de cerveja em um dia. Com capacidade para produzir 8,6 milhões de hectolitros (ou 860 milhões de litros) de cerveja por ano, a decisão pelo investimento em uma planta totalmente greenfield foi tomada em 2019, e realizada pela Krones AG, com sede em Neutraubling, na Alemanha, e concluída em fevereiro deste ano.

O projeto incluiu quatro linhas de envase e embalagem: duas linhas de latas com capacidade total de 256.000 latas por hora e duas linhas de vidro retornável para 140.000 garrafas por hora. Além disso, a Steinecker forneceu duas linhas de cerveja Steinecker idênticas, com um total de 40 tanques.

“Agora, a fábrica de Uberaba está prestes a ganhar uma capacidade instalada superior à prevista inicialmente de 8,6 milhões de hectolitros de cerveja por ano. O grupo acaba de adquirir uma quinta linha de produção, para o envase em latas. A capacidade mensal passará para 1 milhão de hectolitros, volume com o qual a cervejaria quer contar já para o próximo verão”, informa Silvio Rotta, diretor comercial da Krones do Brasil.

PRODUTIVIDADE WORLD-CLASS

Após dez meses de planejamento do projeto, esclarecimento de pedidos, fabricação e montagem –além do embarque de cerca de 900 contêineres e cargas de frete para

Uberaba –, a instalação começou no início de outubro de 2019. Em setembro de 2020, três semanas após o startup da primeira linha de latas, dimensionada para uma capacidade de 128.000 latas por hora, a operação chegou a 120.000 latas por hora em três turnos, atingindo picos de duas horas seguidas com rendimento máximo. Dois meses depois, novos testes mostraram uma eficiência média de 95%. A segunda linha de latas, instalada em novembro, teve desempenho de 98,10% duas semanas após o ramp-up.

A primeira linha de vidro, por sua vez, teve startup em setembro de 2020 com garrafas de 600ml; o startup da segunda linha de vidro ocorreu em fevereiro deste ano.

Os números iniciais da nova fábrica são impressionantes. A cervejaria alcançou uma produção de quase 6 milhões de latas envasadas em um único dia nas duas linhas de Uberaba, um recorde para o Grupo Petrópolis. Os primeiros testes já indicavam um desempenho acima do esperado.

Na parte de processo, a Steinecker forneceu duas linhas de cerveja Steinecker idênticas, com um total de 40 tanques. São tecnologias que valorizam a sustentabilidade. O processo de produção, por exemplo, demanda 3,3 litros de água para cada litro de cerveja, resultado que prima pela economia do recurso natural e é apenas alcançado em cervejarias de alto padrão internacional. Além disso, a Krones criou mecanismos para reciclar a água residual da fabricação da cerveja, possibilitando o seu reaproveitamento na produção. O sistema de recuperação de energia do condensador de vapor, e o cozinhador de mosto Stromboli permitem redução significante no consumo de energia térmica, respectivamente de 50% e 17%.

“A tecnologia alemã da Krones nos permitiu desenvolver uma cervejaria seguindo os pilares da Indústria 4.0, visando à máxima produtividade, à mínima geração de resíduos industriais, e respeitando as melhores práticas de consumo de água e energia. Nossas linhas de

8 OUTUBRO 2021
O
#InvestimentoFabril

produção foram concebidas com um nível de automação e digitalização que permite uma atuação preditiva da nossa manutenção, acompanhando e atuando de forma a maximizar a vida útil dos nossos componentes e equipamentos. A eficiência das linhas de uma fábrica como a nossa é de 92%, o que assegura uma produtividade worldclass”, destaca Diego Gomes, diretor industrial do Grupo Petrópolis.

Este foi um projeto ponta a ponta que contou com a mais moderna tecnologia Krones no design da fábrica nas áreas de processo e envase. “Essa é uma fábrica que contou com equipamentos mais atualizados em relação ao consumo de energia e economia de água quando comparamos com as tecnologias anteriores que nós mesmos fornecemos – que por sua vez já eram de altíssimo nível tecnológico – para as fábricas de Alagoinhas e Itapissuma do Grupo Petrópolis. Sua eficiência mecânica se compara às demais quando olhamos para o envase, assim como inclui novidades do processo que possibilitam que essa grande cervejaria possa produzir também seus rótulos artesanais de menor volume. O foco em qualidade sempre esteve à frente dos pré-requisitos tecnológicos. Também melhoramos os rendimentos fabris por meio da automação customizada dos processos de brasagem, adegas, filtração e envase”, explica Silvio Rotta.

DESAFIO EM TEMPOS DE PANDEMIA

Todo o projeto foi realizado em tempos desafiadores: a pandemia Covid-19 surgiu e obrigou toda a equipe da Alemanha responsável pela montagem dos equipamentos de tecnologia de processos em Uberaba a voltar para casa e acompanhar o trabalho de forma remota. Na planta, a principal preocupação foi com a saúde e a segurança de todos os colaboradores locais, com o estabelecimento de protocolos de higiene para evitar a contaminação pelo vírus, e cuidados com o deslocamento, hospedagem e alimentação dos técnicos envolvidos no trabalho.

“Máscaras e distanciamento físico eram necessários. As superfícies eram desinfetadas duas vezes

por dia, e todos os novos visitantes do local de trabalho eram testados quanto ao vírus antes de entrar. As precauções e a adesão sistemática a essas políticas valeram a pena, porque ninguém em toda a equipe do canteiro de obras foi infectado com Covid-19”, explica Simone Roel Backes, líder do projeto. Simone, brasileira que atua como gerente de projetos de fábricas na matriz da Krones na Alemanha, cuida do Grupo Petrópolis desde que a empresa começou a trabalhar com a Krones, há 20 anos.

Com planejamento, agilidade e a sinergia entre os times da Krones e do Grupo Petrópolis, o startup das linhas em Uberaba teve início sem atrasos, em condições de atingir a máxima eficiência produtiva em tão pouco tempo. “A nossa relação com a Krones existe desde quando o Grupo Petrópolis tinha quase zero de participação de mercado. A Krones sempre nos deu a mesma atenção e respeito, acreditando no nosso potencial. Transparência, empatia e confiança fizeram toda diferença para que ambos os negócios fossem pouco afetados frente a tantas incertezas e crises que vivíamos na fase inicial de comissionamento”, afirma Diego Gomes, diretor industrial do Grupo Petrópolis. “O Grupo Petrópolis sempre nos provoca em relação a novas embalagens, melhorias de linha, tecnologias mais sustentáveis e, claro, sempre muito atentos ao leadtime de um novo site”, conclui Silvio Rotta.

www.grupopetropolis.com.br;

10 OUTUBRO 2021 #InvestimentoFabril
www.krones.com

HOMENAGEM ÀS ORIGENS

Ao resgatar a história da empresa, que comemora 30 anos em setembro, a Docile relembra as suas origens e relança o seu primeiro produto: “Os Peixinhos do Vovô”, criado pelo patriarca da família, Nestor Heineck. Ele mesmo as fabricava e entregava casa a casa, sempre acompanhado de seu cão e fiel escudeiro. As balas de framboesa azedinhas, no formato de peixe, voltam mais macias, mas com as mesmas características do passado. “Sabe aquela sensação boa de nostalgia que a gente tem quando escuta determinada música, sente um aroma no ar ou saboreia alguma delícia com gostinho de infância? A Docile resolveu trazer de volta essas gostosas sensações em um produto repleto de histórias e descobertas, afinal de contas estamos celebrando 30 anos. Uma bala que traduz amor e a vocação de uma família em produzir doces que espalham sorrisos por onde passam”, declara Seu Nestor.

E é esse depoimento de Seu Nestor que estampa o verso das embalagens do Peixinho do Vovô em uma bela homenagem a quem iniciou tudo. A parte frontal da caixa ganha ilustração nostálgica de Seu Nestor em sua bicicleta, que ele usava nas suas entregas, junto com o seu cãozinho.

A origem de tudo começou quando os primeiros doces passaram a ser fabricados de forma simples, fervidos em tachos na casa de Natalício Heineck, pai de seu Nestor. Durante o dia, ele se encarregava da produção e, à noite, em volta da mesa de jantar, ele, a esposa Irena e os cinco filhos embrulhavam as balas manualmente. Um traba-

lho sério, repleto de muita paixão e talento.

PRESENÇA EM MAIS DE 50 PAÍSES

A Docile é uma empresa pioneira no ramo de marshmallows recheados, fundada em 1991, na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul. Hoje está presente em todo o país e também no mercado internacional, em mais de 50 países, com um portfólio de mais de 250 itens divididos em sete categorias: balas de goma, pastilhas, regaliz, chicles, balas de gelatina, marshmallows e refrescos em pó. Hoje o negócio está sob a direção dos irmãos Ricardo, Alexandre e Fernando, a terceira geração da família, filhos de Nestor Heineck, atualmente conselheiro da Docile. São eles que dão continuidade ao trabalho de produzir doces com muita dedicação, comprometimento e inovação.

Os doces são confeccionados em equipamentos modernos, por profissionais especializados e um sistema de produção automatizado. A infraestrutura conta com dois parques fabris localizados em Lajeado/RS e Vitória de Santo Antão/ PE. Todos os processos e produtos são certificados pela British Standards Institution Brasil (BSI Brasil) com o selo ISO 9001. Além disso, a Docile foi a primeira empresa de seu segmento a conquistar e ter renovada a reconhecida certificação internacional de segurança de alimentos FSSC22000.

www.docile.com.br

#EmbalagemComemorativa
12 OUTUBRO 2021
Nestor Heineck e sua bicicleta durante o ensaio para a caixa de 30 anos Ricardo, Alexandre e Fernando, sócios-diretores e filhos de Nestor Heineck, patriarca da família

PARCERIA VISA EMBALAGENS DE LUBRIFICANTES MAIS SUSTENTÁVEIS

novo cliente da Logoplaste, a PETRONAS Lubrificantes Brasil (PLB), adotou o modelo de negócio Wall to Wall, W2W, ou seja, a linha de produção de embalagens da Logoplaste vai para dentro da fábrica da Petronas, na unidade localizada em Contagem, Minas Gerais.

O principal benefício é a sustentabilidade da operação. Com as unidades fabris lado a lado, as embalagens fluem diretamente da produção para as linhas de enchimento, o que se traduz numa redução de 10 toneladas de emissões de CO2 por ano, dado que é eliminada a circulação de caminhões para o transporte de embalagens vazias.

O projeto, porém, vai além da sustentabilidade operacional. Ele utiliza tecnologia EBM de multicamadas, conhecida por extrusão-sopro, que fornece propriedades superiores de barreira, resistência e estabilidade no armazenamento. Permite também a incorporação de material reciclado, contribuindo para o objetivo de sustentabilidade do

projeto, com uma redução esperada no consumo de resina virgem de 750 toneladas por ano.

A nova embalagem alia design sustentável, com desempenho superior, e ganhos de eficiência produtiva, criando valor em toda a cadeia de abastecimento.

A Logoplaste vai produzir embalagens de 500ml, 1 litro, 4 litros e Bombona 20 litros. O CEO da Logoplaste, Gerardo Chiaia, afirma sua satisfação com esta parceria, e a sustentabilidade do projeto para o meio ambiente: “Comemoramos o início de uma parceria de longo prazo, que estabelecerá um novo padrão para a indústria de lubrificantes automotivos, trazendo um impacto positivo para o meio ambiente, para as nossas comunidades e para o planeta”, comenta Chiaia.

A Logoplaste é um grupo industrial que produz embalagens rígidas de plástico para algumas das empresas e marcas mais conhecidas no mundo, nos setores de bebidas e alimentos, cosméticos, cuidados pessoais e domésticos. Fundada em 1976, a empresa foi pioneira no modelo de

manufatura interna, reduzindo significativamente as emissões de CO2 provenientes do transporte e uso de embalagem secundária, ajudando a melhorar o impacto ambiental geral da cadeia de suprimentos de seus clientes. Atualmente, a Logoplaste gerencia mais de 60 fábricas em 16 países: Brasil, Bélgica, Canadá, República Tcheca, França, Itália, Polônia, México, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha, Ucrânia, Reino Unido, EUA e Vietnam. No Brasil, iniciou operações em 1995, com embalagens para produtos lácteos, e está entre os maiores produtores de embalagens plásticas rígidas no país.

A PETRONAS Lubricants International (PLI) é o braço da PETRONAS, empresa nacional de petróleo da Malásia, responsável pela fabricação e comercialização de lubrificantes. Fundada em 2008, com sede em Kuala Lumpur, atualmente classificada entre as 10 maiores empresas do ramo.

www.logoplaste.com; www.pli-petronas.com

O #EmbalagemPlástica
14 OUTUBRO 2021

MANTER, AMPLIAR E CONQUISTAR – PARTE 1

O VALOR DAS AÇÕES BÁSICAS EM CENÁRIOS DESAFIADORES

esde o início da revolução industrial, o maior patrimônio das empresas eram as fábricas, denominadas por Karl Marx ”propriedade dos meios de produção”. O orgulho da indústria por seu patrimônio se expressava, muitas vezes, nos próprios logotipos, os quais as fábricas com suas chaminés fumegantes exibiam, mostrando a atividade frenética da produção sempre crescente.

Um exemplo deste tipo de logotipo pode ser encontrado no Brasil na marca da IRFM, Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, na qual um trem em velocidade se dirige para o futuro, enfatizando a pujança deste gigante industrial.

Assim se mantiveram as coisas até a era da propaganda e o posterior advento do marketing, quando se passou progressivamente a considerar a marca, e não as fábricas, como o “maior patrimônio”. A inflexão dramática desta mudança deu–se com o surgimento de empresas como a Nike que conquistaram mercado e ganharam proeminência sem possuir uma única fábrica.

Hoje existem países como a China que se especializou em fabricar quase tudo para todas as empresas que se dispuserem a encomendar o que desejam que sejam produzidos. As marcas passaram então a travar disputas ferozes pelos consumidores.

A globalização, a disseminação acelerada de tecnologias, as técnicas de fabricação cada vez mais acessíveis e a concorrência exacerbada tornaram possível a presença dos grandes players globais em praticamente todos os mercados do mundo.

A disputa e a grande oferta de produtos similares fez com que os

consumidores se tornassem infiéis às marcas, uma vez que ficou mais fácil e economicamente atraente experimentar os produtos concorrentes de uma mesma categoria.

Em decorrência disso, as empresas perceberam que o patrimônio da marca começou a ser erodido pela mobilidade dos consumidores.

Entre as empresas, tornou-se mais frequente, com a internet, dispor de conhecimento aprofundado e instantâneo sobre as características e atributos dos concorrentes, além de comparativos, opiniões e avaliações de quem comprou o produto. Há também a pesquisa de preços feita na própria loja onde o consumidor se encontra ou no ambiente on-line, o que torna esta pesquisa ainda mais dramática e predatória para as marcas que apresentam vulnerabilidades que agora são facilmente descobertas.

O resultado de tudo isso foi a conscientização de um novo conceito sobre o que é realmente o “maior patrimônio de uma empresa” nestes tempos em que todas estas coisas estão acontecendo simultaneamente.

O conceito da “intimidade com o cliente” e outras abordagens que enfatizam a necessidade da empresa estar próxima dos seus consumidores e outros que pregam que a empresa, especialmente as que atuam no B2B, precisam ter compromisso com a prosperidade de seus clientes, levaram algumas delas a perceberem que hoje, o maior patrimônio da empresa é, na verdade, a qualidade dos relacionamentos que ela mantém com seus clientes.

Diante desta constatação surge então o valor da primeira das três ações básicas que dão título a este

artigo, ou seja: O que a empresa está fazendo para manter os clientes que ela já tem?

Manter os clientes que ela já tem não só se tornou uma necessidade estratégica de importância capital, porque são eles os responsáveis pelo sustento da empresa, mas, sobretudo, porque eles se tornaram infiéis e voláteis, podendo mudar de marca e de fornecedores mediante apelos que nem precisam mais ser tão relevantes assim. Manter os clientes atuais passou a ser considerada a primeira das ações básicas merecedoras de atenção redobrada e foco permanente.

Por trabalhar com embalagens e por serem elas componente importante da atividade industrial, uma vez que cerca de 80% de tudo que é produzido necessita ter embalagem, tenho constatado que muitas delas têm crescido durante este período de crise, praticamente ignorando seus efeitos como mostram os resultados obtidos.

Dos casos que venho acompanhando em minhas consultorias, um ponto que me chamou a atenção nestas empresas que cresceram apesar da crise é justamente a ênfase que deram à proximidade com os clientes e as ações que empreenderam para mantê-los.

FABIO
Professor
fabio@mestriner.com.br EMBALAGEM NO MARKETING
D
MESTRINER
Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM
16 OUTUBRO 2021
Este artigo continua na próxima edição.

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NOVIDADES VIRÃO POR AÍ

MERCADO DE BELEZA E CUIDADOS PESSOAIS DESENHA O SEU FUTURO

Que as pessoas mudaram nesta pandemia não há a menor dúvida, e em uma velocidade acelerada, como ocorre em momentos de grandes crises, a exemplo das guerras. Resta saber em que medida e qual impacto isso terá sobre o futuro da sociedade e o comportamento dos mercados. Quem debateu o tema, sob uma ampla variedade de aspectos, foi a Abihpec – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, em sua Semana Abihpec de Mercado, realizada no final de setembro. O evento reuniu online várias consultorias e empresas de pesquisa de mercado, além de profissionais de startups e grandes e pequenas empresas do setor. O debate mostrou as tendências futuras e os desafios vividos atualmente pelo setor.

É fato que os hábitos de higiene e segurança sanitária mudaram, as pessoas aumentaram a frequência de compras online e o tempo em que permanecem conectadas. Ficaram mais propensas a problemas físicos e mentais. É nesse contexto que cresce o consumo de produtos de HPPC voltados para o bem-estar e a saúde. Ao mesmo tempo, a consciência das pessoas em relação a várias questões foi amplificada, como as que

envolvem o consumo de produtos que podem causar danos à saúde ou ao meio ambiente, ou a atuação das marcas em relação à sustentabilidade e à diversidade e inclusão social. Em meio a tudo isso, a presença da alta tecnologia como inteligência artificial e a influência das mídias sociais estão transformando a maneira como se consome produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, seja por novos canais e experiência de compras, seja possibilitando uma personalização dos produtos antes inimaginável, ou ainda abrindo o mercado às novas empresas nativas digitais do setor, que chegam unindo inovação e tecnologia.

Segundo o Euromonitor, entre as 10 tendências que impactam as vendas de produtos de beleza e devem perdurar no pós-pandemia, estão a procura por produtos green, clean e naturais; o engajamento digital; a beleza inspirada em saúde; marcas e produtos éticos; beleza do bem estar; as marcas independentes; os modelos de distribuição alternativos; marcas próprias e de baixo preço; produtos personalizados; produtos e marcas inclusivos.

MUDANÇA DE HÁBITOS DEVE SER DURADOURA

“Neste período de pandemia, vivenciamos uma crise profunda, e apesar de um retorno a uma certa normalidade, o consumidor está preocupado com temas que lhe afetam o dia a dia, desemprego, inflação, saúde, educação, instabilidade política. O desemprego desponta como o mais importante e urgente. Grande parte teve sua renda diminuída e as pessoas estão tentando equilibrar sua sanidade física e mental”, afirma Rodrigo Toni, do Instituto Percepcion.

REPORTAGEM 20 OUTUBRO 2021
AS TENDÊNCIAS APONTADAS EM DIVERSAS PESQUISAS MOSTRAM UMA RÁPIDA TRANSFORMAÇÃO EM CURSO
Humanrace, marca de skincare lançada pelo cantor norte-americano Pharrell Williams, traz simplicidade e minimalismo à rotina de cuidados

O consumidor incorporou novos hábitos de higiene e segurança sanitária durante a pandemia, e o estudo realizado pela Percepcion em conjunto com a Abihpec indica que esta deve ser uma mudança de hábito duradoura. 80% declaram que continuarão a manter os protocolos de segurança mesmo quando a pandemia acabar.

A pesquisa é bem recente, baseada em declarações, e apontou que o consumidor está mais preocupado com a segurança, está evitando contatos físicos, festas e encontros com amigos. 60% está inseguro ao sair de casa. E entre os hábitos de higiene, 76% estão limpando mais a casa, 72% higienizam todos os produtos quando chega das compras, 62% evitam pegar em dinheiro. A pesquisa mostra que a grande maioria continua bastante cautelosa em relação a potenciais fontes de contaminação.

A parcela que nega a preocupação com hábitos de higiene é minoritária, mas ainda assim importante; 12% dizem não usar máscara. A vacina é considerada o maior meio para se acabar com pandemia (81%), e as pessoas acreditam que a retomada será possível após a vacinação.

A pesquisa confirma a tese de que brasileiro é muito asseado; a média de banhos é acima de dois ao dia, e a lavagem de cabelo acompanha, no caso dos homens. Para as mulheres a frequência diminui. Cinco em cada 10 pessoas escovam os dentes 3 vezes ao dia. E as pessoas passaram a lavar mais as mãos, uma média de 6 vezes ao dia, e a passar álcool em gel.

Há um aumento no uso de produtos de higiene pessoal, principalmente os relacionados ao banho. Os mais consumidos são xampu, desodorante, condicionador, sabonetes e álcool em gel, com índices acima de 70%. Para os homens houve aumento no uso de produtos para barbear. Para as mulheres houve queda no consumo de maquiagem.

COMÉRCIO DIGITAL SÓ DEVE CRESCER

O período de isolamento levou a um crescimento da atividade on-

line e conectividade entre as pessoas. Segundo a Perception, em relação ao comércio digital, 5 em cada 10 consumidores já preferem pesquisar e comprar online.

Nos produtos de HPPC, 44% dos consumidores passaram a comprar itens de higiene pessoal online e 57%, itens de perfumaria e cosméticos. Desse percentual a maioria declara ter começado a comprar online depois da pandemia e pretende manter esse hábito depois.

As pessoas, porém, compram

de fato principalmente através das lojas físicas, com supermercados e farmácias na liderança para itens de higiene pessoal (53% e 37% respectivamente). Para perfumaria e cosméticos, a compra em supermercados cai para 33% e em farmácias para 29%, e ganham importância as lojas especializadas, com 32%.

“Vemos confluência e integração entre digital e físico e uma jornada que pressupõe integração entre os dois”, afirma Toni.

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O MERCADO DE BEM-ESTAR

Uma das consequências da pandemia foi o aumento de enfermidades mentais. De acordo com pesquisa realizada pela USP, o Brasil lidera o ranking de pessoas com ansiedade e depressão, com aumento de 63% para ansiedade e de 59% para depressão, segundo o Instituto Segmenta.

“Uma maneira com que as pessoas estão buscando lidar com essa situação é se voltando para o autocuidado, para o bem-estar. No mundo, o mercado de wellness movimenta US$ 4,5 trilhões, sendo que o de cuidado pessoal e beleza representam mais de US$ 1 trilhão”, afirma Ana Carolina Seccato, do Segmenta.

Outro dado: o consumo mundial médio de conteúdo online duplicou e passou de pouco mais de 3 horas para 7 horas diárias por usuário, gerando uma sobrecarga digital; 34% se dizem exaustas.

“A pergunta que surge: esse conteúdo que vemos na internet apoia ou aumenta a nossa angústia? E qual o papel da indústria nesse sentido, estamos apoiando nossos consumidores ou gerando mais ansiedade para eles?”, questiona Ana Carolina.

No Brasil o papel de influenciadores é reconhecidamente forte, com mais de 42% dos entrevistados afirmando que compraram produtos por influência de celebridades e influenciadores.

A pesquisa da Segmenta detectou alguns movimentos no mercado de HPPC que a busca pelo bem-estar está provocando. O consumo de fragrâncias por exemplo, cresceu 14% de 2018 a 2020, na direção oposta ao que se imaginava, de que as pessoas se perfumavam para os outros. Na verdade, os perfumes trazem um componente de bem-estar, e é um mercado que se estende aos lares. O consumo de velas e difusores cresceu 66% nos últimos 12 meses.

O mercado de skincare que já vinha de uma tendência de alta cresceu 44% de 2018 a 2020. Observa-se na categoria uma tendência para o skinminimalism, com produtos mais fáceis de usar e aplicar, e multifuncionais, reduzindo o número de produtos e etapas do tratamento. Entre os multifuncionais, são mais de 130 produtos lançados nos últimos 12 meses.

Já o segmento de maquiagem registrou queda de 20% no período.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO MUDAM A FORMA DE CONSUMO

A tecnologia está proporcionando uma acelerada mudança nas relações entre indústria, varejo e consumidor. De acordo com o Google a tecnologia está agregando mais inovação na cadeia de moda e beleza, permitindo atender novas e antigas aspirações dos consumidores.

Uma delas é a capacidade da in-

dústria de personalização dos produtos, a partir da co-criação com consumidores, impulsionada por novas ferramentas tecnológicas. Entre os exemplos, o batom personalizável L’Oreal e a marca MeuQ de produtos personalizáveis para o cabelo, que a partir do desenvolvimento de algoritmos analisa o perfil capilar de cada pessoa e chega a uma fórmula única para o cabelo naquele momento.

De acordo com o Google, as buscas refletem a expectativa de uma solução customizada, que mostra crescimento de 55% no ano. Outro dado interessante: 35% dos consumidores idosos brasileiros gostariam de ver mais produtos e serviços projetados para eles.

E mais, a busca global pelo termo “antimicrobial” cresceu 35% em 2020 sobre 2019.

O CLEAN BEAUTY

Outra tendência que se espalha, o Clean Beauty é um movimento no mercado cosmético que engloba produtos livres de ingredientes controversos, ou seja, os produtos conhecidos como “free from”, que são livres de substâncias que podem, de alguma forma, causar danos à pele ou ao organismo dos usuários. Mas o termo sofre alterações nas diversas partes do globo.

Segundo a Mintel, consumidores brasileiros veem o clean beauty como um mix de soluções seguras, naturais e eco-friendly. Ou seja, ao conceito de clean beauty também estão associados os de produtos naturais e sustentáveis.

41% dos brasileiros acreditam que é importante ter produtos 100% naturais, 32% que é importante ter produtos com embalagens recicláveis, e 27% acreditam que é importante um produto ter seus ‘claims’ apoiados por pesquisas confiáveis.

Ainda de acordo com a Mintel, os brasileiros estão preocupados com o desperdício. Durante a pandemia, com o home office, e o estilo de vida centrado em suas próprias casas, aumentou a consciência em relação ao impacto ambiental gerado. 66% dos brasileiros reduziram

REPORTAGEM 22 OUTUBRO 2021
MeuQ, marca de produtos personalizáveis para o cabelo, a partir de algoritmos Marcas nativas digitais crescem com base em tecnologia e inovação

seu desperdício de alimentos, 62% o de água e 48% o de embalagem.

Como exemplos que envolvem também a embalagem, The Dissolving Bottle é um projeto que consiste em incentivar hotéis a adotarem xampus em barra como um meio de reduzir embalagens plásticas. E para isso deram ao xampu em barra um formato dos frascos de xampu amenities que são fornecidos nos hotéis.

Outra proposta, o soapbottle é um sabonete líquido envasado em uma embalagem feita de sabão. Uma vez que o conteúdo líquido termine, o contêiner vazio pode ser usado como sabão de mão, até terminar.

SUSTENTABILIDADE GANHA VISIBILIDADE PELA EMBALAGEM

Em pesquisa da Nielsen sobre o futuro da sustentabilidade no segmento de beleza, a principal motivação apontada para a compra de produtos sustentáveis é fazer o bem para o planeta. 68% dos entre-

vistados afirmam que pesquisam se o produto é sustentável lendo o rótulo do produto.

De forma majoritária, o consumidor considera se um produto é sustentável por meio de sua embalagem. Para 76,1% o produto é sustentável quando sua embalagem é biodegradável; 69% quando é reciclável, 65%, reciclada; 45% quando o produto é orgânico; 42,1% para o produto natural; 36,2% se o produto não realiza testes em animais e 19,7% se é vegano. Também foi observado que os consumidores ainda têm dificuldades para encontrar e identificar produtos sustentáveis. Para analisar como a tendência de produtos sustentáveis se aplica ao setor de higiene e beleza, a Nielsen analisou 24 categorias de produtos para medir a participação do que chamou ‘Cesta Green’ nas vendas de HPPC. Utilizou como critérios de classificação de produtos Green ter uma ou mais características, como ser cruelty free, utilizar ingredientes naturais e ser vegano.

A pesquisa aponta que a cesta Green concentra quase um quarto do faturamento da indústria de HPPC e cresce em ritmo mais acelerado que o total da indústria, com 12,1% contra 10,1% em valor.

DIVERSIDADE E INCLUSÃO SOCIAL

Raça e orientação sexual são as características percebidas como mais discriminadas socialmente, de acordo com pesquisa da Qualibest, enquanto classe social e características físicas, apesar de não serem os aspectos mais percebi-

dos como alvo de discriminação, são os mais sentidos no universo internauta. Mais de 8 em cada 10 apontam discriminação por raça. Outro dado: apenas 1 em cada 10 se sente totalmente representado pelas propagandas e apenas 24% acreditam que as marcas trabalham a diversidade de forma adequada.

Diversidade, segundo o Instituto Locomotiva, refere-se ao reconhecimento de que as pessoas são diferentes e que essas diferenças geram desigualdade para grupos específicos da população, impactando não apenas a vida dos indivíduos, mas o desenvolvimento da sociedade como um todo.

E é no contexto de um país com mais de 210 milhões de habitantes, em que mais de 118 milhões são negros, 108 milhões são mulheres, 54 milhões têm mais de 50 anos, 54 milhões são LGBTQI+, e 12 milhões são pessoas com deficiência, que a consciência da diversidade vem se fortalecendo, não sem desafios.

Nos últimos 5 anos a pauta da diversidade tem repercutido nas empresas através da relação da marca com seus consumidores, que estão com papéis cada vez mais ativos, sobretudo nas redes sociais, impactando sobre as reputações. As empresas também passaram a reconhecer o valor de uma equipe diversa. Além disso a Agenda ESG, tendo como um dos pilares a diversidade, contribui para a valorização de marcas e empresas perante investidores.

Hoje a promoção da diversidade é uma demanda concreta da sociedade brasileira, pois 92% dos brasileiros não compraria produto de uma marca que não respeite a diversidade; 83% dos negros afirmam que não aceitam calados qualquer tipo de preconceito na comunicação; 84% preferem marcas que promovam e apoiem iniciativas em prol de maior diversidade racial.

“Não há um único caminho para a promoção da diversidade no ambiente corporativo, é importante debater para se chegar a um consenso”, diz Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva.

23 OUTUBRO 2021
The Dissolving Bottle: xampu em barra ganha formato de frasco de amenities Usando IA e Internet das Coisas, dispositivo da L’Oreal para a marca YSL permite criar milhares de tonalidades personalizadas do batom

O TRANSPORTE REFRIGERADO DE MEDICAMENTOS

A CONTRIBUIÇÃO DA EMBALAGEM NO MONITORAMENTO – PARTE I

Omercado global de produtos perecíveis e sensíveis à temperatura, que inclui produtos farmacêuticos e médicos, vem crescendo 7,7% ao ano (VIVALDI et al., 2020), portanto voltamos a atenção à logística da distribuição de itens refrigerados considerando os vários desafios em um país com as condições geográficas e ambientais como o Brasil. A questão é ainda mais delicada e desafiadora em relação aos medicamentos, uma vez que falhas na cadeia do frio podem levar a perdas, sejam elas humanas, de embalagem, de funcionamento do equipamento ou decorrentes de condições climáticas extremas durante o transporte entre diferentes cidades, regiões ou países.

A resolução da Anvisa RDC nº 430 de 2020, que dispõe sobre “Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e de Transporte de Medicamentos”, descreve cadeia ou rede de frio como um processo englobado pelas atividades de armazenagem, conservação, manuseio, distribuição e transporte dos medicamentos sensíveis à temperatura, sendo os termolábeis aqueles que não podem ser expostos a temperaturas acima de 8 °C. A RDC detalha, por exemplo, como devem ser realizados manuseio, monitoramento e registros das condições ambientais durante a movimentação.

A National Health Service (NHS) do Reino Unido, que oferece acesso gratuito aos serviços de saúde como o SUS no Brasil, também possui uma Política de Gerenciamento de Temperatura de Armazenamento e Transporte de Medicamentos, que estipula o armazenamento de medi-

camentos refrigerados entre 2 °C e 8 °C, especialmente as vacinas, que são de alto custo, armazenadas em grandes quantidades e instáveis quanto à temperatura ambiente.

De forma geral, as falhas na manutenção da temperatura que podem ocorrer ao longo do transporte e distribuição de medicamentos termolábeis reduzem sua segurança e eficácia, podendo causar desperdícios evitáveis, muitas vezes com despesas consideráveis.

No atual momento de pandemia, as condições de controle de armazenamento e estocagem de vacinas contra a Covid-19 têm estado no foco das atenções de fabricantes, instituições e profissionais da saúde e da população em geral. Com características distintas, as diferentes vacinas desenvolvidas até o momento possuem necessidades específicas de armazenagem conforme ilustrado na FIGURA 1

As condições de transporte e armazenagem são tão severas para algumas vacinas que, mesmo nos Estados Unidos, observa-se uma reorganização de empresas logísticas, órgãos de saúde pública e indústria farmacêutica para montar uma cadeia de abastecimento de armazenamento refrigerado capaz de entregar vacinas em todo o país sem permitir que se tornem ineficazes pela exposição a temperaturas inadequadas. Para aumentar a capacidade, as empresas de logística estão construindo instalações para armazenamento a frio (HOPKINS, 2020).

A aplicação de normas e regulamentos cada vez mais rigorosos para todos os stakeholders envolvidos

nessas cadeias exige a implementação de melhorias tecnológicas contínuas, principalmente no monitoramento da temperatura.

REFERÊNCIAS

HOPKINS, Jared S. Covid-19 vaccine race turns deep freezersinto a hot commodity. Wall Street Journal, New York, 25 set. 2020. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/covid-19-vaccine-race-turns-deep-freezers-into-a-hot-commodity-11599217201

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretoria Colegiada. Resolução RDC nº 430, de 8 de outubro de 2020. Dispõe sobre as boas práticas de distribuição, armazenagem e de transporte de medicamentos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 195, p. 110, 09 out. 2020. Disponível em: https:// www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-de-diretoria-colegiada-rdc-n-430-de-8-de-outubro-de-2020-282070593. Acesso em: 26 abr. 2021. NHS. Southern Health. Temperature of medicines: storage and transport. Calmore, UK.: NHS, Jul. 2020. 16 p. SH CP 87, ver. 10.

VIVALDI, F.; MELAI, B.; BONINI, A. et al. A temperature-sensitive RFID tag for the identification of cold chain failures. Sensors and Actuators A, v. 313, 2020. 112182.

ANA PAULA NOLÊTTO Pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

PESQUISA 24 OUTUBRO 2021
FIGURA 1. Vacinas para Covid-19 e exigências de temperaturas em comparação a outrasemgrausCelsius(HOPKINS,2020).

BRASIL: EMBALAGENS DE VIDRO MARCANTES À PRIMEIRA VISTA

Conquistar espaço na mente e no coração dos seus consumidores é primordial em qualquer tempo. Consolidar sua marca dentro do seu público-alvo de forma firme é o objetivo de qualquer área de marketing das empresas.

Embalagens comunicam imediatamente a que vieram, o que são e qual a promessa que fazem. Em qualquer ambiente, seja o virtual ou nas gôndolas, dos mais diferentes pontos de venda, a embalagem é quem faz o primeiro contato e estabelece a aproximação com os consumidores. Ela é a alma do produto, pode engajar e ser a ferramenta de comunicação da empresa.

Empresas que investem em emba- lagens diferenciadas saem na frente e ganham vantagens na competição do mercado. Se a embalagem for personalizada, neste caso, então, é a possibilidade de eternizar a marca. Se for uma embalagem de vidro, que pode ser reutilizada, a empresa terá a marca nos lares de seus consumidores por muito tempo.

A Casa Valduga investe em designs exclusivos para suas embalagens, além de decorações muito especiais, o que têm transformado seus produtos em objetos de desejo, o aspiracional de muitos consumidores.

A empresa, que é uma vinícola, também produz sucos, geleias, molhos etc. Todos os produtos são de excelente qualidade e “vestidos” em embalagens encantadoras. As embalagens da foto são apenas algumas delas. As garrafas

são personalizadas com a marca gravada e utilizam tampas de aço de segurança, rótulo com relevo e hot-stamping. Também destacam o posicionamento da marca ao alto e o selo de pureza.

As garrafas de vidro da linha de chás Casa Valduga, recém-lançada, são decoradas com rótulos termoencolhíveis de fundo branco firme (ou bem fechado) que destaca o produto no ponto de venda, bem como os sabores e atributos de forma elegante e equilibrada. O rótulo lacra a embalagem e oferece um pré-corte que facilita a abertura e mantém a garrafa rotulada.

A linha de geleia é apresentada em um pote de vidro exclusivo com a marca gravada, que já é um adorno e, ainda recebe um delicado rótulo sobre a tampa, que remete aos panos decorativos de outrora, um resgate afetivo da tradição gaúcha.

As embalagens dos molhos merecem uma nota especial pelo cuidado da aplicação da tampa de madeira “amarrada” com um lacre, rótulo bipartido e formato alongado. Tudo alinhadíssimo e extremamente elegante.

Motivos que fazem da marca um ícone de bom gosto gaúcho e brasileiro. Parabéns, vocês realmente desenvolveram embalagens melhores para um mundo mais belo e melhor.

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PARA SE POSICIONAREM DE MANEIRA DIFERENCIADA NA MENTE DOS CONSUMIDORES
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OUTUBRO 2021 26
FRONTEIRAS
FOTO: FUTUREPACK

Pandemia impõe novo olhar para a geração de resíduos

ntes a geração de resíduos era distribuída entre a casa, o trabalho e momentos de lazer, o que dificultava a percepção do montante de lixo gerado ao final do dia. O cenário mudou diante do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, que pode elevar a geração de resíduos domésticos de 15% a 25%, de acordo com a estimativa divulgada pela AbrelpeAssociação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

O atual cenário vem acompanhado de uma inquietação maior por parte dos consumidores, que passaram a ter uma relação mais direta com o montante de lixo gerado diariamente. Essa compreensão fez com que muitos começassem a aplicar os 5R’s em seus hábitos cotidianos (repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar), além de aumentar a pressão sobre a indústria e, até mesmo, nos condomínios onde residem, por soluções que garantam uma destinação adequada desses materiais, sobretudo embalagens.

No Brasil, a ausência de políticas públicas voltadas à coleta seletiva faz com que parte desse material, inclusive aqueles que

têm valor econômico, acabe sendo depositada em lixões, aterros sanitários e até mesmo na natureza. Para se ter uma ideia, cerca de 80% dos municípios brasileiros não dispõem de nenhum tipo de coleta seletiva e isso faz com que as pessoas tenham uma relação muito distante com os resíduos gerados por elas.

Por um lado há um longo caminho a ser percorrido, por outro o debate está colocado, afinal nunca se falou tanto sobre sustentabilidade como nos últimos anos. Isso nos leva a crer que exista uma luz no fim do túnel, trata-se um convite à revisão do modelo de consumo atual que passa a considerar a produção de itens e embalagens reutilizáveis, menos complexas ou feitas com matéria-prima reciclada. O que já é tendência em diversos países, sobretudo na Europa, resulta de um esforço coletivo entre governos, indústria, comércio e sociedade civil.

Fato é que os consumidores têm um poder enorme nas mãos e podem se colocar como protagonistas nesta relação, e não mais como meros espectadores, à medida em que percebem que, ao comprar um produto ou serviço, estão votando com o seu dinheiro

pela manutenção daquele modelo de negócios. Cientes de seu papel, passam a demandar ações mais concretas por parte da indústria, que considera desde a produção de produtos mais saudáveis, processos de fabricação menos prejudiciais ao meio ambiente, assim como embalagens eco-amigáveis (reutilizáveis, recicláveis ou recicladas). Muitos consumidores ao não se sentirem atendidos, simplesmente, migram para marcas que respondam aos seus anseios.

Quanto mais utilizarmos os canais disponíveis para comunicar as preferências, mais rápidas serão as mudanças e, nesse sentido, todos ganham, inclusive, a indústria, que terá a oportunidade de se adequar, reter e fidelizar consumidores.

RENATA ROSS

Gestora de Marketing e Relacionamento da TerraCycle, empresa global em soluções ambientais de resíduos de alta complexidade

AO CONTATO DIRETO COM O PROBLEMA PODE SE TRANSFORMAR EM UM CONVITE À REVISÃO DO MODELO DE CONSUMO ATUAL Foto:ChristopherCrane/TerraCycle

SUSTENTABILIDADE 28 OUTUBRO 2021

uma escolha natural

Embalagens de papel, cartão e papelão são recicláveis e feitas de matéria-prima renovável

A campanha LOVE PAPER é uma criação original de Two Sides.

Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Two Sides, a mais importante iniciativa do setor, estimula a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece equívocos comuns sobre os impactos ambientais da utilização desses recursos. Papel, cartão e papelão são provenientes de florestas cultivadas e gerenciadas de forma sustentável. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis.

Papel, cartão e papelão: uma ótima

história ambiental para contar

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INSCRIÇÕES ABERTAS PARA

ENCONTRO PRESENCIAL

A NürnbergMesse abre as inscrições para seu primeiro evento presencial, desde o início da pandemia. A empresa vai realizar simultaneamente a FCE Cosmetique, FCE Pharma e Analitica Latin America, entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro, no São Paulo Expo, na capital paulista.

Com participação gratuita, os profissionais das indústrias cosmética, farmacêutica e química terão a oportunidade de conhecer as principais novidades dos setores, as tendências, os lançamentos de produtos e ainda assistir a palestras de especialistas, que são referências nos mercados.

"Neste tempo em que não pudemos realizar eventos, aproveitamos para nos preparar e elaborar um encontro totalmente seguro, inclusive sob a supervisão do Hospital Albert Einstein, e também criamos novas formas de concretizar negócios no pavilhão. Isso tudo foi muito planejado e esperado, serão 600 marcas em prol da retomada do setor, mas respeitando todas as medidas sanitárias. O público conhece nossa responsabilidade", explica Nadja Bento, gerente dos eventos. Link para inscrição, programação e outras informações, estão em:

www.fcecosmetique.com.br www.fcepharma.com.br

www.analiticanet.com.br

** Sopro e Injeção de plásticos. ** Linha Standard de Embalagens Plásticas: Frascos, Potes, Tampas, Bisnagas ** Desenvolvimento de Projetos e Moldes Exclusivos

** Mercados de atuação: Cosmético / Automotivo / Veterinário / Farmacêutico / Alimentício / Químico

31 SID - SISTEMA
DIRIGIDA OUTUBRO 2021
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Assim como os demais livros da coleção Embalagem Melhor. Mundo Melhor, nosso objetivo é entregar uma obra que aborde o assunto embalagem de papel e papelcartão desde a concepção até as orientações sobre o correto descarte. Cada autor se dedicou a informar o que há de mais atual sobre seu tema, enquanto a curadoria da equipe do Instituto de Embalagens esteve atenta para agrupar todas as informações de forma coerente. Os coautores convidados entenderam o desafio e buscaram atualização para chegarmos ao resultado esperado: explicar aos leitores os benefícios das embalagens de papel e papelcartão no novo mundo.

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A Latampaper, ponto de encontro entre os avanços tecnológicos e os fabricantes e convertedores de papel, cartão e tissue na América Latina, segue com o cronograma, marcada para 10 a 12 de novembro de 2021, no Hilton Reforma da Cidade do México.

O Hilton Reforma segue firmes protocolos de segurança contra a Covid e está pronto para receber o grupo, garantem os organizadores.

O evento é direcionado a profissionais de operações, diretores e proprietários das indústrias de papel e conversão da América Latina, abrangendo desde áreas técnicas, projetos, manutenção, gerenciamento. Composto por um programa de conferências, irá reunir palestrantes de diversas áreas da indústria papeleira nos três dias do evento, para discutir os principais temas que desafiam o setor.

Os participantes contarão ainda com o Table Top, uma área de exposições em que as empresas participantes podem apresentar-se e a seus produtos a um público altamente qualificado.

Para se registrar e conhecer a programação, basta acessar: https://latampaper.com ou entre em contato no Brasil com Luiz Barbosa: barbosa@latampaper.com, +55 11 99264-7510

33 SID - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DIRIGIDA OUTUBRO 2021
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APRENDIZADOS COM O PRÊMIO KAIZEN 2021

Em agosto de 2021, participei, como convidado, da avaliação dos excelentes trabalhos de diversos setores da economia que concorreram ao Prêmio Kaizen na área de Qualidade. Além da satisfação de poder assistir apresentações muito bem estruturadas, pude constatar a aplicação de um dos princípios básicos do gerenciamento do Sistema Embalagem: “conhece-te a ti mesmo”. A frase é normalmente atribuída ao filósofo grego Sócrates (479-399 a.C.) mas já foi pronunciada e escrita por várias personalidades da história.

As propriedades dos produtos e as características chave dos serviços que concorreram foram claramente demonstradas de modo a sustentar as evidências das melhorias de forma detalhada e consistente. Foram verdadeiras aulas e, em todas elas, destaco o pensamento sistêmico que guiou os projetos e as respectivas abordagens das relações causa-efeito.

Posso citar alguns exemplos: a) o ajuste do ângulo de incidência da lâmina para reduzir danos na colheita da cana e melhorar o rendimento por hectare; b) a redução da quantidade de partículas finas no processo de produção de moldados para melhorar o rendimento do processo; c) o minucioso estudo do processo de venda de

equipamentos para reduzir erros de configuração que demandariam esforço adicional da assistência técnica; d) o estudo de fluxos em pronto-socorros para assegurar que sempre haja disponibilidade de vagas para imediato atendimento de urgências.

Ao final do evento, enquanto revia os temas aprendidos, vieram-me à mente três situações do Sistema Embalagem em que decisões podem ter sido tomadas sem a necessária sustentação técnica ou metodológica:

a) Por que os testes de vida de prateleira realizados em algumas empresas são conduzidos em “condições ambiente” que não são controladas?

Testes executados dessa maneira pouco significam além de informar um comportamento que dificilmente será repetido. O ideal é ter duas condições com 10º C de diferença entre elas para permitir extrapolações e algumas interpolações.

b) Por que os testes de transporte são realizados em estradas em condições não controladas?

A grande resposta que pode ser obtida é “resistiu”, o que leva a outra pergunta: resistiu a quê? Condições controladas permitem compreender o que está ocorrendo e, dessa forma, orientar decisões focadas em melhoria contí-

nua ou, a bem dizer, em aumento contínuo de competitividade. Já as condições não controladas...

c) Por que algumas embalagens são especificadas com barreira à passagem de luz se os comprimentos de onda críticos nem sempre são conhecidos?

Nâo é necessário colocar uma super barreira à passagem de luz visível e de luz ultra violeta se o produto só é sensível a um ou dois determinados comprimentos de onda.

Essa pequena viagem, partindo do Prêmio Kaizen até o Sistema Embalagem, permite enfatizar a existência de um oceano de oportunidades à frente dos profissionais que buscam, para as empresas e para si mesmo, a tão almejada vantagem competitiva. Somente o conhecimento profundo das caracterísiticas do próprio produto para atender às necessidades dos consumidores, muitas vezes “mutante”, permite navegar com segurança nas suas águas.

ANTONIO CABRAL Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem e em Indústria 4.0 Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (CEUN/IMT)

antonio.cabral@maua.br acdcabral@gmail.com

COMPETITIVIDADE
34 OUTUBRO 2021
E EXTRAPOLAÇÕES PARA O SISTEMA EMBALAGEM
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