Avaliação Participativa de Coleta Seletiva de Lixo no Consórcio Quiriri

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desenvolvimento teórico que possibilita seu avanço prático. Isso porque pareceu-nos que, por vezes, a teoria sobre Planejamento Ambiental Participativo, tem prescindido da prática para se (re)criar e, por outro lado, a prática desses processos (quem efetivamente participa) segue este mesmo caminho (de não valorização do suporte teórico). Neste embate dualista, perdem os dois lados. Não tratamos aqui de teoria participativas somente enquanto documentos, tratados, regras, ou enunciados descolados de nossa participação direta. Tratamos teoria como o ato reflexivo individual e contextualizado na prática, que produz nossas compressões e explicações sobre os fatos que nos impressionam e nos colocam em ação teórica frente ao universo coletivo. No mesmo sentido, não compreendemos a prática participativa somente enquanto movimento espontâneo, emocional, descontextualizado da ação teórica, reflexiva, que a suporta internamente,. Porém, entendemos que essa prática acontece, quase que exclusivamente, em seu processo de legitimação individual. A partir da personalidade e das decisões interiores de cada participante. Seja ele emissor ou receptor, agente ou agido, provocador ou voluntário. Trata-se então de posicionar a dinâmica participativa como uma oportunidade de construção da unidade de ação entre indivíduos. Produto e processo. Unidade esta que permite aprender a desenvolver a linguagem apropriada para falar (e ouvir) de teoria no espaço da prática e de prática dentro do universo teórico. Ajuda-nos, muito, outros que já avançaram, muito. São nossos canais de interconexão individual, ao coletivo atemporal. É, a partir da vivência teórica e prática transmitida por eles, e vivenciadas por nós, que podemos testar e legitimar nosso próprio conhecimento individual, (re)criando-o dinamicamente. Aqui, coloca-se claramente a relação entre autor e atores. Onde, normalmente a discussão teórica apropria-se do papel de autor que define roteiro, elenco, produtores, cenários e as vezes até a platéia. Quando os atores chegam, já está tudo definido restando-lhes, apenas, a oportunidade de mostrar sua excelência individual de atuação baseados, quase que exclusivamente, em suas qualidades originais e criativas; Sua Arte. Por outro lado, o papel de autor também não nos oferece grandes possibilidade de criar outras “estórias”, outros enredos; Nossas Artes. 180


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