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Softwares - É da Usina Hidrelétrica Tucuruí, única planta de energia no mundo a receber o Prêmio Especial de Execução de TPM, e que faz parte da unidade mais inovadora, que vem um dos trabalhos premiados na Faixa Ouro do Prêmio Muiraquitã. O engenheiro eletricista Davi Carvalho Moreira apresentou o trabalho “Desenvolvimento de um sistema computacional para análise dos efeitos da expansão e modernização da UHE Tucuruí”, feito em parceria com a Universidade Federal do Pará - UFPA. O que motivou o trabalho foi o fato de o Sistema Interligado Nacional - SIN estar em constante expansão, tanto em unidades geradoras, como na parte de transmissão, com novas linhas, transformadores, reatores, uma vez que os parâmetros elétricos do sistema mudam a cada expansão, causando alterações nos reguladores de velocidade de tensão e nos estabilizadores de potência. Essa necessidade de atualização dos parâmetros elétricos tornou-se premente a partir de 2003, com a entrada em operação comercial das 11 unidades geradoras da segunda casa de força de Tucuruí. “Os parâmetros reguladores dessas unidades precisavam ser atualizados. Nós verificamos que não havia um estudo desses parâmetros e por isso foi proposto esse projeto”, explica Davi. O objetivo do trabalho foi desenvolver um sistema computacional para a realização de estudos dinâmicos e a proposição dos ajustes nos parâmetros dos reguladores de velocidade e tensão de Tucuruí. A primeira etapa do trabalho foi a criação do software DynaPower, que está registrado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - Inpi. Depois de feita toda a modelagem dos sistemas elétricos, os ajustes e os diversos ensaios em campo, foi confirmada a aplicação do software. “O resultado foi a confirmação da proposição dos ajustes dos reguladores, o que

Newton Teixeira

Davi Carvalho

vai aumentar a capacidade operacional, evitar desligamentos indevidos e aumentar a confiabilidade da nossa Usina”, acrescenta Davi. Outro software, desenvolvido na Regional de Transmissão do Maranhão, o “Sistema de informação da operação em tempo real - SioTr”, possibilitou a criação de um banco de dados e a análise do histórico de desligamentos, alarmes emitidos, número de manobras em disjuntores e carregamento de equipamentos, entre outros. “As informações agora estão concentradas em um único sistema, que permite adicionar outros relatórios importantes para a operação e manutenção.”, informa o analista de sistemas Newton Teixeira. Óleo e névoa - Da Regional de Produção do Amapá vêm mais dois vencedores do Muiraquitã: Raimundo Barros e Fernando Jansen. Raimundo representou a equipe que criou o “Simulador de teste do módulo eletrônico do detector de névoa (água ou óleo)”, criado depois da identificação de falhas entre 2008 e 2010 nas unidades Wärtsilä que integram o sistema térmico de Macapá. Numa determinada ocasião, houve a queima de todos os aparelhos de detecção de névoa do motor, ocasionando um blecaute temporário na região.

Eletronorte

Medidores unidos - Dimitri Ramos Rodrigues (acima, o segundo da direita para a esquerda, com a equipe de TI) é formado em tecnologia da informação e trabalha na Superintendência de Tecnologia da Informação. Ele apresentou o “Sistema de medição para faturamento na Eletrobras Eletronorte”. O método de sua equipe é semelhante ao feito pelos medidores residenciais, só que medem a quantidade, a qualidade e outras informações sobre a energia transmitida nas linhas. De 2008 para cá, os medidores passaram a ser integrados a uma rede de comunicação de dados. Em cada medidor foi instalada uma placa de rede IP para que a coleta das informações pudesse ser feita por meio da rede de dados. A tecnologia possibilita o repasse de dados, pela área de comercialização, à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, em São Paulo.

Transformadores, reatores e perplexidade – Já em relação aos trabalhos inéditos do PIQ, durante a apresentação do tema “Melhoria no controle da condição operacional dos transformadores e reatores de potência da Eletrobras Eletronorte”, por Fernando de Souza Brasil, da Divisão de Tecnologia de Ensaios; o membro da Banca Examinadora, o engenheiro eletricista e gerente do laboratório de metrologia da Chesf, e professor especializado em engenharia de produção da Universidade Federal de Pernambuco, Joel de Jesus Lima Souza (abaixo), emocionouse, pediu a palavra e fez uma observação importante sobre manutenção das buchas dos transformadores. “O colega disse que houve o estouro de quatro transformadores em 2002 e 2005, e, então, em 2008, foi solicitada uma solução para o problema, mas ficou faltando uma verba pequena. Pareceme um valor muito baixo em relação ao que já havia acontecido, pois tanto os transformadores, quanto os ensaios sempre

são caros. Achei interessante que essa equipe tenha conseguido convencer o pessoal de que eles poderiam fazer aquele ensaio ali no local. Estou admirado. São coisas assim que trazem uma grande economia para a Empresa. O custo evitado, a economia de dinheiro público, o tempo ganho revitalizando e testando as peças no seu local de uso e ainda a regionalização da tecnologia são fatores relevantes nessa questão. A iniciativa trouxe uma tecnologia de ponta e pioneira para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esse trabalho tem méritos sob vários aspectos”.

Eletrobras

Eletrobras

Eletronorte

guarda dos eletricistas tem problemas de coluna. A grua com cadeira melhorou a postura e a forma de se trabalhar é tranquila, pois o eletricista faz a aproximação do potencial elétrico, equaliza com a fita, chega onde está o problema e faz a troca dos espaçadores, com a linha ligada. Caso ele passe mal, pode-se recolher a grua de forma rápida e prestar o socorro rapidamente. Antes, outro eletricista tinha que subir na torre para salvar o colega. Com a escada se levava até 30 dias para trocar 50 espaçadores; com a corda e a bicicleta, caiu para seis dias de trabalho, e agora com a grua, são 25 minutos para trocar um espaçador. O custo médio para se trabalhar com seis eletricistas era de R$ 28 mil; para se trabalhar com a corda e a gaiola, o custo caiu para R$ 15 mil; e com o uso da grua, caiu para R$ 12 mil. E a grua já se pagou”, afirma Márcio Robert.

“As premissas para ajudar a CCEE no processo eram inserir os medidores na rede de dados; criar o gerenciamento dos medidores; e mapear a estrutura de rede com acesso à CCEE, passando por Brasília, e de lá até os medidores das unidades regionais, usando a rede de dados. A Eletrobras Eletronorte é obrigada por lei a enviar os dados. Para se ter uma ideia, apenas um medidor fora de ação por quatro dias gera uma multa e de R$ 312 mil. Com o mapeamento da estrutura de rede, quando surgem interferências, informamos ao pessoal onde o problema está. Antes não tínhamos um software que permitisse esse acompanhamento. Hoje, a Empresa tem tudo mapeado e as áreas afins, das regionais e da Sede, conseguem visualizar o problema. No passado só sabíamos que um medidor tinha caído quando a CCEE nos avisava. Agora, a coisa está mais transparente, temos medidores interligados até em Santa Elena, na Venezuela. De 2008 para cá nunca mais fomos multados. Quando levantamos da cadeira para conhecer a Empresa vemos que podemos melhorá-la e percebemos como ela é grandiosa”, enfatiza Dimitri.

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