Revista ABRATI nº 71 - Ano 7 - Dezembro/2012

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DEZEMBRO/2012 ANO 17 Nº 71

A ABRATI homenageia três líderes do setor de transporte

Viaç Progr Viação Progresso P gres esso sso

Seis décadas de dedicação à qualidade

O Prêmio ANTP/ABRATI de Boas Práticas no Transporte Terrestre de Passageiros destaca as seis empresas vencedoras da edição 2012




S umário

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A Viação Progresso, de Três Rios-RJ, comemora 60 anos de atividades renovando parte de sua frota e aperfeiçoando o processo de gestão.

Apesar de realizar-se em momento de crise da economia mundial (e especialmente da economia europeia), a 64ª IAA, maior feira de veículos comerciais do mundo, repetiu o sucesso das edições anteriores. Sua principal marca foi a inovação, fortemente apoiada na eletrônica embarcada.

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Exposições de ônibus antigos, como a Viver, Ver e Rever, transportam os visitantes para um passado cheio de recordações marcadas pela saudade.

30 Paulo Bellini, fundador da Marcopolo, une-se a quase uma centena de amigos e colaboradores para contar a história do grande empreendimento de sua vida.


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A exposição FetransRio mostrou o alto grau de evolução da indústria brasileira de ônibus e deixou clara a aposta das montadoras e encarroçadoras no potencial de curto prazo dos veículos urbanos com alta capacidade de transporte, os chamados BRT e BRS.

20 Planalto

A empresa decide dotar todos os ônibus da sua frota do sinal de internet sem fio.

22 ICMS

A injustiça tributária que é praticada em relação ao passageiro de ônibus.

26 Irizar

A linha de rodoviários da encarroçadora passa a contar com o novo ônibus i6.

28 Scania

Um gaúcho de 35 anos leva o título de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil.

52 Medicina do sono

Um site da Águia Branca na internet dá todas as informações sobre o assunto.

62 Rodovias

Pesquisa da CNT mostra que a qualidade das nossas estradas evolui muito pouco.

40 Na tradicional festa de confraternização de fim de ano da ABRATI, dia 4 de dezembro, foram homenageados três líderes do transporte (pág. 34) e premiadas seis empresas por suas Boas Práticas (pág. 36). Pela manhã, houve reunião da diretoria e dos associados (pág. 32).

LEIA MAIS: Cartas .................................................. 6 Carta do Presidente ............................. 7 Bagageiro ............................................. 8 Opinião .............................................. 70

Neobus, de Caxias do Sul, ingressa no 54 Amercado de rodoviários e apresenta o New Road N10, com alguns novos conceitos em carroçarias.


C artas

SONHOS SOBRE RODAS 1

exposição na garagem da Expresso

Sou irmã de Antônio Rúbio de Barros Gômara, tenho 87 anos e moro em São Paulo. Rúbio morava no Rio. Agradeço ao jornalista Nélio Lima e a atenção dessa Revista com a publicação do livro Sonhos sobre rodas, de quem sempre esteve voltado e se dedicou ao transporte rodoviário. Parabéns pelo trabalho desenvolvido pela ABRATI, que elucida sobre o transporte rodoviário. Nilza Gômara Lopes SÃO PAULO - SP

Redenção Transporte e Turismo, com o apoio da empresa e de seu gerente, Antonio Caio Castro, um sucesso que hoje se tornou na Viver, Ver e Reviver. caccabuss@bol.com.br

BUSÓLOGO 2 Primeiramente gostaria de parabenizar toda a equipe da Revista ABRATI pela maravilhosa reportagem em relação aos colecionadores, também chamados de busólogos. Em segundo lugar gostaria de atualizar meu endereço para recebimento da revista.

SONHOS SOBRE RODAS 2 Parabenizo-lhes pela publicação da obra Sonhos sobre rodas - A saga dos pioneiros do transporte rodoviário no Brasil”. Senador Jayme Campos – DEM-MT

João Henrique Zoehler Lemos jhzl.force@gmail.com

BUSÓLOGO 3 Na revista nº 70 vocês mostraram mais um lado interessante do transporte de passageiros por ônibus, o lado

SONHOS SOBRE RODAS 3

dos que são admiradores incondicio-

Cumpre-nos acusar o recebimento da publicação Sonhos sobre rodas. Aproveitamos a oportunidade para parabenizá-los pela iniciativa de propagar o referido exemplar. Senador Cristovam Buarque - PDT-DF

nais desses veículos, identificados com esse termo algo estranho, busólogo. Gostei de saber que eles são mais numerosos do que imaginava. E, pelo que concluí, tem muita gente boa envolvida com esse hobby. Américo Aguiar dos Anjos

BUSÓLOGO 1 O motivo que me levou a escrever para vocês é que eu, juntamente com meus amigos David Vieira e Rogério Cruz, também merecemos um espaço nessa revista. Minha história tem seu início em 1994, na Expobus. Sempre desenhávamos ônibus e colecionávamos fotos, mas um belo dia decidimos expor toda a nossa admiração. Era difícil obter ajuda das empresas, mas, graças a uma entrevista no programa do Jô Soares, o mundo abriu as portas para nós. Realizamos nossa primeira exposição no terminal rodoviario de Santo André–SP, com o patrocínio da Mercedes-Benz, até realizarmos uma

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AMERICANA – SP

SÃO LUIZ Muito interessante a reportagem da sua revista sobre uma das empresas de ônibus interestaduais que melhor atendem à população aqui de Campo Grande. Já tive a oportunidade de viajar pela São Luiz e gostei, mas não tinha ideia do verdadeiro tamanho

Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros Presidente Renan Chieppe Vice-Presidente Luiz Wagner Chieppe Diretor Administrativo-Financeiro Paulo Alencar Porto Lima Diretores Carlos Alberto de O. Medeiros, Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu, Francisco Tude de Melo Neto, Jacob Barata Filho, Leônidas Elias Júnior, Letícia Sampaio Kitagawa, Mário Luft, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Pedro Antonio Teixeira, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura. Superintendente José Luiz Santolin Assessoria Técnica Ataíde de Almeida Assessoria de Comunicação Social Ciro Marcos Rosa SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944 Brasília - Distrito Federal Telefone: (061) 3322-2004 Fax: (061) 3322-2058/3322-2022 E-mail: abrati@abrati.org.br Internet: http://www.abrati.org.br A Revista ABRATI é uma publicação da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros Editor Responsável Ciro Marcos Rosa Produção, edição e editoração eletrônica Plá Comunicação – Brasília Editor Executivo Nélio Lima – MTb 7903

dessa companhia, e nem dos métodos modernos que ela emprega na sua administração e nos seus serviços. Parabéns à São Luiz por procurar sempre melhorar. Atílio Marques de Souza CAMPO GRANDE – MS

Impressão Gráfica e Editora Athalaia – Brasília Imagens da capa Divulgação/Júlio Fernandes Esta revista pode ser acessada via internet: http://www.abrati.org.br


C arta

do Presidente

E

m sua segunda edição, que se concluiu agora em dezembro, o Prêmio ANTP/ABRATI de Boas Práticas no Transporte Rodoviário de Passageiros presta um reconhecimento

público às empresas que se destacaram em 2012 por suas boas práticas na operação

Júlio Fernandes

Reconhecimento público e justas homenagens do serviço público de transporte rodoviário de passageiros. Elas foram avaliadas segundo as normas fixadas em regulamento próprio do Prêmio, normas que nortearam o grupo de juízes independentes encarregados da análise dos trabalhos finais. As pesquisas de percepção da satisfação dos usuários dos serviços de transporte rodoviário de passageiros no Brasil seguidamente revelam o reconhecimento de sua excelência, desde a qualidade dos equipamentos ofertados e sua segurança à elevada qualidade de gestão pelas empresas permissionárias, aliada à atuação dos profissionais diretamente envolvidos no processo operacional. A comprovação do nível de excelência dos serviços, ao longo do tempo, é o resultado dos esforços empresariais na busca contínua do desenvolvimento de novas tecnologias

Renan Chieppe, Presidente da ABRATI.

e no aprimoramento da mão de obra aplicada. Tanto empresas como profissionais que atuam no segmento representado pela ABRATI têm sido reconhecidos por instituições das mais diversas especialidades com a outorga de comendas e de prêmios por desempenho na gestão e pela elevada qualidade apurada em complexos processos de avaliação de inúmeros aspectos inerentes à atividade. É de se ressaltar que boa parcela das empresas têm certificação ISO e outras ferramentas de busca da qualidade por meio da utilização das melhores práticas conhecidas dentro e fora do país. Tudo isso levou a ABRATI a instituir, junto com a ANTP – entidade com reconhecida capacidade para selecionar e julgar métodos de administração utilizados pelas empresas de transporte – essa premiação que visa tornar público o trabalho das operadoras e de seus profissionais. Ao encerrar-se 2012, a ABRATI deseja, também, em decorrência de decisão unânime da Diretoria, homenagear três personalidades que têm se destacado no cenário do transporte brasileiro já há muitos anos e que, particularmente, têm atuado junto aos setores governamentais com o intuito de colaborar para que o sistema de transporte rodoviário de passageiros possa continuar prestando serviços de elevada qualidade em todos os pontos do país, como vem fazendo há mais de oito décadas. São eles o Senador Clésio Andrade, presidente da Confederação Nacional do Transporte; o Senador Acir Gurgacz, empresário do setor, e José Antônio Fernandes Martins, presidente da FABUS e do Simefre. Esses três líderes setoriais, em um trabalho conjunto com a ABRA-

É de se ressaltar que boa parcela das empresas tem certificação ISO e outras ferramentas de busca da qualidade por meio da utilização das melhores práticas conhecidas dentro e fora do país.

TI, vêm contribuindo em muito para a solução de problemas que possam afetar o setor.

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BAGAGE I RO MAIORES & MELHORES

APEX BRASIL

ESTAÇÃO RODOFERROVIÁRIA DE CURITIBA COMEMORA 40 ANOS DE FUNCIONAMENTO

DOZE EMPRESAS RODOVIÁRIAS SÃO PREMIADAS

PRÊMIO PARA A MARCOPOLO INTERNACIONAL

Flávio Benatti, presidente da NTC, entrega o prêmio a Carlos Otávio de Souza Antunes, do Grupo JCA.

A Marcopolo conquistou o Prêmio Apex-Brasil – Exportar é Inovar 2012, na categoria “Internacionalização como Estratégia para Desenvolvimento da Competitividade”. O prêmio é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A encarroçadora foi distinguida por diversas iniciativas que promoveu em seus processos de exportação, pelos investimentos em suas unidades no Brasil e no exterior e pelo constante crescimento de suas operações. Com mais de 18.000 colaboradores, a Marcopolo mantém unidades fabris no Brasil, África do Sul, Argentina, Austrália, China, Colômbia, Egito, Índia e México.

Fotos: Divulgação

ANIVERSÁRIO

A nova reforma vai tornar a rodoferroviária ainda mais funcional.

A estação rodoferroviária de Curitiba comemorou em novembro 40 anos de operação. No momento, o terminal passa por uma reforma, tendo em vista que a capital paranaense

será uma das cidadessede da Copa do Mundo de 2014. A estação abriga 35 empresas de ônibus interestaduais e por ela circulam diariamente cerca de 10.000 pessoas.

FROTA

GRUPO GARCIA COMPRA MAIS 60 ÔNIBUS E HOMENAGEIA LONDRINA E MARINGÁ O Grupo Garcia comprou mais 60 ônibus novos, que serão incorporados às frotas da Viação Garcia e da Viação Ouro Branco a partir de março de 2013. Vão operar no serviço metropolitano e rodoviário. No caso do rodoviário, as duas operadoras receberão

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ônibus Low Driver com chassi Scania K 380 e carroçaria Marcopolo G7 1600 LD. Ao mesmo tempo, a Garcia plotou dois de seus ônibus para homenagear as cidades de Londrina (78 anos de fundação) e Maringá, a chamada “Cidade Verde”.

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Doze empresas do setor de transporte rodoviário interestadual de passageiros foram premiadas no evento Maiores e Melhores do Transporte, realizado em São Paulo pela OTM Editora, e que neste ano chegou à sua 25ª edição. As empresas são as seguintes: Auto Viação Catarinense, Auto Viação 1001, Empresa Gontijo de Transportes, Companhia São Geraldo de Viação, Empresa de Transportes Andorinha, Empresa de Ônibus Pássaro Marron, Expresso Gardenia, Viação Águia Branca, Viação Cidade do Aço, Viação Cometa, Viação Salutaris e Turismo e Viação Santa Cruz.

CAMINHO DA ESCOLA

IVECO FORNECE 212 MICRO-ÔNIBUS PARA MINAS A Iveco entregou mais 212 unidades do micro-ônibus CityClass para o governo de Minas Gerais. Os veículos têm capacidade para transportar 29 alunos cada. Foram adquiridos por intermédio do programa Caminho da Escola, do Governo Federal.


QUALIDADE

PLANALTO

TECTOR ATTACK ESCOLHIDO CAMINHÃO DO ANO PELA AUTODATA

MULHER ASSUME O VOLANTE EM LINHA REGULAR

A Iveco conquistou mais um Prêmio AutoData, desta vez na categoria Veículo Caminhão, com seu caminhão Tector Attack. Cláudio Rawicz, diretor de Comunicação da Iveco, disse que o prêmio foi “mais um reconhecimento ao talento dos profissionais da montadora de caminhões que mais cresce no Brasil”. Tector Attack reconhecido pelo Prêmio AutoData.

LICITAÇÃO

PROGRAMA

3.000 CAMINHÕES DA MAN PARA AS FORÇAS ARMADAS

CAIO INDUSCAR REALIZA VISITA DE FAMILIARES ÀS SUAS INSTALAÇÕES

A MAN Latin America foi a vencedora da licitação para fornecimento de mais de 3.000 caminhões às Forças Armadas no biênio 2012-13. Segundo Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, os negócios com governos represenjtam 10% das vendas domésticas da empresa.

O serviço de transporte beneficiará mais de 13.000 estudantes da rede estadual de ensino de vários municípios mineiros.

Tendo em vista facilitar a aproximação entre a encarroçadora e os familiares de seus colaboradores, a Caio Induscar criou o Programa de Visita de Familiares às instalações da fábrica. O objetivo é fazer com que

Patrícia já tem boa experiênca.

os familiares conheçam o local de trabalho dos colaboradores, tornando-o, ainda mais, motivo de orgulho para eles. No dia 22 de novembro foi realizada a visita de 40 pessoas, entre colaboradores e familiares.

AVANÇOS

COMIL APRESENTA BENEFÍCIOS DOS COMPÓSITOS NA FABRICAÇÃO DE ÔNIBUS Nos dias 6 a 8 de novembro, em São Paulo, a Comil participou da Feira e Congresso Internacionais de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia. A encarroçadora apresentou alguns benefícios do uso dos compósitos, que são produtos compostos de dois ou mais materiais sob diferentes formas, entre elas, as chapas sanduíche. Os compósitos podem substituir a madeira

ou o aço em estruturas de ônibus, uma novidade de crescente aceitação no mercado, inclusive no aspecto de custo-benefício.

Patrícia Regina Nunes é a primeira mulher motorista de ônibus a integrar o quadro funcional da Planalto Transportes. A assinatura do contrato de trabalho, no dia 7 de dezembro, em Porto Alegre, ocorreu em evento que teve a presença de autoridades e lideranças de movimentos em defesa da mulher. Patrícia tem 35 anos e um filho de oito anos. Anteriormente, trabalhou por três anos no transporte coletivo de Esteio. Sua primeira linha na Planalto liga Porto Alegre à localidade de Butiá.

REVISTA REVISTA ABRATI, ABRATI, DEZEMBRO JUNHO 2006 2012

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O futuro do transporte

passa por aqui. Com uma combinação perfeita entre tecnologia e design inovador, a Marcopolo produz soluções que trazem, em sua concepção, o que há de mais moderno e avançado nos segmentos de ônibus rodoviários e urbanos para aproximar pessoas com conforto e segurança.

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Viale BRT

APROXIMANDO

PESSOAS

w w w. m a r c o p o l o . c o m . b r

&LQWR GH VHJXUDQoD VDOYD YLGDV

Paradiso 1800 DD


E

xposição

Apesar da crise, uma IAA ainda maior Em visita à maior feira de veículos comerciais do mundo, realizada em Hannover, Alemanha, Cláudio Nelson Abreu, diretor da ABRATI, observou que, apesar do esforço para demonstrar otimismo, os líderes da indústria montadora mundial não puderam deixar de falar sobre a crise econômica. Sem meias palavras, confessaram sua preocupação, em especial com a situação da “Europa do Sul”, onde estão Espanha, Itália e Portugal, além da Grécia. 12

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D

urante a feira, que este ano teve como slogan “Driving the Future”, Cláudio Nelson registrou o empenho dos executivos da indústria de veículos comerciais em sempre valorizar o desempenho superior dos motores Euro VI, que foram o grande destaque da mostra e cuja utilização passa a ser obrigatória a partir de 2014. Ele concluiu que esse esforço especial pode ser explicado pelo fato de a utilização desses motores implicar em um preço maior de aquisição dos veículos. Sempre que puderam, os executivos também enfatizaram a importância de se analisar os novos veículos a partir do conceito do TCO – Total Cost of Ownership (ver

Lançamento: o ônibus Setra S 517 HD, um rodoviário 6x2 superluxuoso, com13,935m de comprimento e 3,77m de altura. O motor é o MercedesBenz OM-471 Euro VI, com 350 kW (475,5 cv) de potência e 2.300 Nm de torque.

Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu Diretor da Viação Santa Cruz e da ABRATI.

box na página 17). Quanto à feira em si, a 64ª IAA ocupou uma área de 260.000 metros quadrados – ou mais 10,6% que a área da edição anterior, realizada em 2010. A VDA, associação das montadoras alemãs, informou que neste ano participaram 1.904 expositores de 46 países, tendo a exposição sido visitada por mais de 260.000 pessoas: um acréscimo de público da ordem de 9% em comparação com 2010. Assim, a mostra tornou-se um sucesso tanto para os visitantes quanto para os expositores, pois praticamente todos os concorrentes estavam presentes. Sua principal marca foi a inovação, voltada principalmente a otimizar a utilização de veículos e a aumentar sua segurança a partir dos recursos proporcionados pela eletrônica embarcada disponível atualmente. Cláudio Nelson anotou dois fatos envolvendo a VDL, empresa holandesa de porte médio que vem trabalhando bravamente para se manter e expandir-se, apesar da crise. O primeiro, o profissionalismo, que ficou evidenciado no fato de Rémi Henkemans, diretor da companhia, haver parabenizado publicamente a Mercedes-Benz pela escolha do new Citaro Euro VI como Bus of the Year 2013. O segundo, por ter a VDL comprado da Mitsubishi suas instalações na Holanda, onde pretende fabricar o Mini para a BMW. Nas páginas seguintes, as fotos de ônibus e observações de Cláudio Nelson Abreu sobre alguns dos produtos mostrados na 64ª IAA.

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E

xposição

IRISBUS MAGELYS PRO A Irisbus, controlada da Fiat SpA/Iveco, mostrou o Magelys Pro, seu rodoviário top de linha, com 12,20m de comprimento e 3,62m de altura, equipado com motor Iveco Cursor 10 Euro V de 450 hp (456,3 cv) e 2.100 Nm de torque. É fabricado na França.

O Magelys Pro, fabricado na França.

MERCEDES-BENZ new CITARO EURO VI Urbano fabricado na Alemanha, na IAA 2012 ganhou o título de “Bus of the Year 2013”. Tem 12,135m de comprimento e 3,12m de altura, motor Mercedes-Benz Euro VI OM-936, 220 kW (298,9 cv) e 1.200 Nm de torque.

O Travego Edition I

MERCEDES-BENZ TRAVEGO Edition I

O new Citaro Euro VI foi escolhido como “Bus pf the Year 2013”.

Rodoviário top de linha, fabricado na Alemanha, tem 12,96m de comprimento e 3,71m de altura, motor Mercedes-Benz OM-471 Euro VI, 350 kW (475,5 cv) e 2.300 Nm de torque.

MARCOPOLO VIALE BRT Urbano fabricado no Brasil, com design que chamava a atenção por sua beleza. Estava montado sobre o chassi brasileiro MAN Volksbus 17.280 OT, com propulsão dual fuel, CNG/ Diesel, motor MAN Euro V EEV de 270 hp (273,8 cv) e 1.050 Nm de torque.

A Marcopolo compareceu com o Viale BRT dual fuel CNG/Diesel, feito no Brasil.

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Ônibus Scania Citywide LE.

Outro Scania, o Urbano/metropolitano OmniExpress 3.20.

SCANIA CITIWIDE LE

SCANIA OMNIEXPRESS

Urbano, tem 12,0m de comprimento e 3,2m de altura, equipado com motor Scania Euro VI EEV de 320 hp (324,5 cv) e 1.600 Nm de torque.

Urbano/metropolitano, tem 12,39m de comprimento e 3,3m de altura, equipado com motor Scania Euro VI de 280 hp (283,9 cv) e 1.400 Nm de torque.

SETRA S 431 DT Rodoviário double-decker fabricado na Alemanha, é um 6x2 com 13,89m de comprimento, 4,0m de altura, equipado com motor Mercedes-Benz OM-502 LA Euro V de 370 kW (502,7 cv) e 2.400 Nm.

Setra S 431 DT, rodoviário produzido na Alemanha.

MAN

NEOPLAN

Visão do estande da MAN.

Jetliner, Cityliner e Skyliner, três modelos da Neoplan.

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E

xposição

VAN HOOL TDX 27 ASTROMEGA Rodoviário double-decker fabricado na Bélgica, top de linha, tem 14,1m de comprimento e 4,0m de altura, motor DAF Euro V, 375 kW (509,5 cv) e 2.500 Nm de torque.

O top de linha TDX 27 Astromega.

VDL FUTURA FHD2 129/365

O design do Futura FHD2 129/365 continua fazendo sucesso.

KING LONG

Rodoviário fabricado na Holanda, na Bus World Kortrijk 2011 conquistou o título de Coach of the Year 2012. Tem 12,875m de comprimento, 3,7m de altura, motor DAF Euro V, 340 kW (462 cv) e 2.300 Nm de torque.

VDL CITEA SLF 120/250 Urbano fabricado na Holanda, na IAA 2010 ganhou o título de Bus of the Year 2011. Tem 12,0m de comprimento, 3,02m de altura, motor Cummins Euro V, EEV, 152 kW (206,5 cv) e 760 Nm de torque.

Visão geral dos produtos da fabricante chinesa King Long.

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O VDL Citea SLF 120/250, urbano holandês.


VISEON LDD14

Ônibus LDD14, da Viseon, empresa controlada por chineses.

O ônibus rodoviário 9500, da Volvo.

Fabricado na Alemanha, tem 14,0m de comprimento e 4,0m de altura, equipado com motor MAN Euro V, 294 kW (399,5 cv) e 1.900 Nm de torque. Um detalhe interessante é que a Viseon, hoje, é controlada pela chinesa Youngman.

A Volvo também mostrou o Urbano/Metropolitano 8900.

VOLVO 9500

VOLVO 8900

Rodoviário top de linha, o modelo exposto tinha 12,3m de comprimento e 3,6m de altura, motor Volvo Euro V de 380 hp (385,3 cv) e 1.740 Nm.

Um urbano/metropolitano, com 12,2m de comprimento e 3,3m de altura, equipado com motor Volvo Euro V de 290 hp (294,1 cv) e 1.200 Nm de torque.

Custo Operacional Total ganha ênfase na era Euro VI T. C. O., ou Total Cost of Ownership vem a ser o custo operacional total, avaliando-se os custos diretos e indiretos, do combustível à manutenção, passando pelos pneus; da mão de obra à depreciação, passando pela administração. A rigor, não se trata de novidade para nós, que estamos acostumados a operar as linhas de ônibus sob regime tarifário, calculado com base em uma planilha de custos. Um detalhe: esta situação pode estar prestes a mudar, a prevalecer

a tendência de a tarifa vir a ser fixada por leilão, como se preconiza no caso da licitação das linhas interestaduais de ônibus rodoviários com extensão superior a 75 km. Ainda que se estabeleça um piso, abaixo do qual o valor da tarifa ofertada para um lote de linhas seria inexequível, estreita-se ou elimina-se de vez a margem de manobra das empresas para investir em frota nova, por exemplo. Uma situação típica do perde-perde: perde o passageiro, que

terá de se contentar com ônibus mais velhos, e perde toda a cadeia produtiva, a começar pelos fabricantes de chassis e carroçarias, que deixarão de vender veículos novos. A hipótese não é remota, infelizmente: ônibus novos, com novas tecnologias, inclusive para atender as normas de emissão de poluentes, custam mais caro. E não basta dizer que haverá linhas de financiamento atrativo porque, seja como for, a operação das linhas precisa gerar recursos para pagá-lo.

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ecnologia Divulgação

T

A iniciativa da empresa de disponibilizar o sinal de internet a bordo de seus ônibus tem recebido o aplauso unânime dos passageiros.

Planalto põe internet a bordo de toda a frota Nos próximos meses, a totalidade da frota da companhia estará equipada com o sistema Wi-Fi de acesso à internet. Hoje, mais da metade dos ônibus já conta com esse conforto, que é oferecido gratuitamente aos passageiros.

O

excelente retorno obtido com a iniciativa de disponibilizar o acesso à internet durante as viagens e nas salas VIP dos principais terminais rodoviários onde ela opera levaram a Planalto Transportes a continuar investindo na ampliação do sistema, informa Pedro Antônio Teixeira, diretor-presidente do Grupo JMT, que controla a operadora. O executivo explica que o conjunto dos investimentos é orientado para o programa anual de renovação da frota e para a área de recursos humanos, com ênfase no treinamento de pessoal. Estas são as duas principais preocupações: aperfeiçoar serviços e agregar os ônibus mais modernos, equipados com as mais avançadas

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tecnologias. Por conta disso, nos últimos cinco anos foram empregados recursos da ordem de R$ 100 milhões. O mesmo ritmo de investimentos deverá ser mantido nos próximos anos. A Planalto também procura estar sempre em sintonia com as demandas dos passageiros e antecipar-se às tendências do mercado. É por isso que, hoje, um terço da sua frota oferece dois serviços simultâneos em cada ônibus – o convencional e o executivo –, o chamado Double Service. Nessa configuração, as 12 primeiras poltronas estão dispostas com maior espaço entre cada uma e são disponibilizados travesseiros, cobertores e tomada elétrica. O sinal de internet, o ar-condicionado e os monitores de

vídeo são itens de conforto comuns aos dois tipos de serviço. O empenho em elevar constantemente a qualidade encontra resposta favorável junto aos usuários, conforme mostram as pesquisas periódicas de satisfação. A mais recente, realizada neste ano pela empresa Allcon-Cience, apontou o percentual de 91,6% de satisfação com os serviços. Os pontos mais importantes destacados pelos passageiros que viajam pela Planalto Transportes são conforto, segurança e higiene no interior do veículo. Pedro Teixeira assinala que os resultados apurados nas pesquisas ajudam a companhia a tomar decisões e a corrigir eventuais deficiências nos serviços.



mposto

Sílvio Auríchio/Olho de Vidro

I

Do ponto de vista tributário, a atual legislação do ICMS privilegia os passageiros de avião e discrimina os passageiros de ônibus.

ICMS nas passagens: injustiça tributária O passageiro de ônibus vive uma situação tributária esdrúxula: é penalizado com a cobrança de ICMS, que em alguns estados chega a 24% do preço da passagem, enquanto o passageiro de avião está isento desse tributo. Ou seja: paga mais quem tem menor poder aquisitivo.

U

ma injustificável diferença de tratamento tributário que coloca de um lado os passageiros de avião e do outro os passageiros de ônibus começou a ser praticada em 1997, quando o Procurador Geral da República ajuizou ação na qual pediu ao Supremo Tribunal Federal que declarasse inconstitucional a cobrança de ICMS nas viagens aéreas. Note-se o detalhe: só nas viagens de avião.

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O pedido foi apoiado em longos pareceres que demonstraram perfeitamente a tese de que a incidência do ICMS sobre a venda de passagens interestaduais é inconstitucional. Logo, o tributo não pode ser cobrado – nas passagens aéreas, sustentava na época o Ministério Público. “Por que foi isentado apenas um segmento da sociedade – os passageiros de avião – e excluída a maioria – os

passageiros de ônibus interestaduais, que na condição de passageiros são titulares dos mesmos direitos?” – indaga o advogado e especialista na área de transporte Jocimar Moreira. O presidente da ABRATI, Renan Chieppe, em artigo publicado no jornal O Globo, também demonstra sua perplexidade: “Afinal, o que está em questão: a venda do serviço público de transpor-


Júlio Fernandes

te interestadual ou o tipo de veículo usado para prestar o serviço? Parece evidente que é a venda do serviço. No entanto, de 1997 a 2001 a ação tramitou sem ninguém questionar seu caráter discriminatório, que só por isso já contraria o art. 5º da Carta Magna”. Chamado a opinar, o advogado Darci Norte Rebelo, do Grupo Jurídico da NTU e da ABRATI, atribui uma dimensão maior ao assunto: “Vejo a questão do ICMS como uma parte do grave problema da desoneração tributária do transporte coletivo de passageiros no Brasil. O ICMS é apenas uma parte desse problema. A questão mais geral está, repito, na desoneração como política de transporte no sentido da modicidade tarifária, ou seja, como política de transporte voltada para o usuário.” Em 2001, com alguns votos contrários, mas com maioria a favor, o Supremo acolheu o pedido do Ministério Público e declarou a inconstitucionalidade da cobrança do ICMS para o transporte aéreo. Mas só para o transporte aéreo! “Não é necessário examinar o mérito da decisão de nossa Corte Suprema para notar o absurdo de isentar-se pas-

sagens de transporte aéreo sem, ao mesmo tempo, isentar-se passagens de transporte rodoviário. Ou, em suma, de tornar incoerente a tributação incidente sobre serviços de natureza idêntica (de transporte de passageiros) e que podem concorrer entre si, em função pura e simplesmente de serem realizadas por meio de veículos distintos (avião em um caso e ônibus no outro)”, afirma o advogado Marcos Augusto Perez, doutor em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo e sócio do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques. Para ele, ao julgar a ADI 1.600-8/DF, o Supremo “premiou interesses de determinados agentes de um setor da economia em detrimento de outros agentes do mesmo setor. Criou mais um ‘puxadinho’ em nossa gigantesca favela tributária.” INJUSTIÇA Diante da situação, a ABRATI, em nome de suas associadas, requereu e a CNT (Confederação Nacional do Transporte) impetrou em 2002 ação na qual pediu ao STF a correção da injustiça, com a extensão, aos passageiros de ônibus, da mesma isenção que o Tribunal assegurara aos passageiros

Renan Chieppe: perplexidade.

de avião, dada a inquestionável identidade de direitos dos cidadãos que viajam de avião ou de ônibus. O presidente da ABRATI, Renan Chieppe, lembra que, na ocasião, parecia certo o imediato acolhimento do pedido. Até hoje, porém, o processo se arrasta sem que tenha havido uma decisão final. De forma inexplicável, o Ministério Público – a mesma instituição que patrocinara o pedido de isenção em favor dos passageiros de avião – propôs a rejeição do pedido da CNT. E fez isso esgrimindo argumentos contrários às próprias razões que antes defendera. DISCRIMINAÇÃO Em fevereiro de 2006, quatro anos depois de o pedido ter sido protoco-

Custo da passagem • ônibus convencional com sanitário LINHA

SEM ICMS (R$)

COM ICMS (R$)

% ICMS

São Paulo - Florianópolis

93,65

109,57

17

Brasília - Goiânia

26,00

29,12

17

Porto Alegre - São Paulo

150,92

187,14

24

Brasília - São Paulo

127,51

142,81

12

1 - Na tarifa com ICMS soma-se a taxa de embarque (e mais o pedágio, se houver). 2 - O ICMS cobrado é sempre o da origem do serviço. No exemplo “São Paulo–Florianópolis”, o ICMS cobrado é o da “origem”, ou seja, de São Paulo, que é de 17%.

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I

mposto

Fotos: Divulgação

lizado no STF pela CNT, o Ministro Nelson Jobim, relator do acórdão que concedera a isenção do ICMS para o transporte aéreo, finalmente votou a favor de estendê-la para os passageiros de ônibus. Em seguida, o Ministro Sepúlveda Pertence, hoje aposentado, acompanhou o voto de Jobim e também votou a favor. Na mesma sessão, porém, o Ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo. Dois anos se passaram até que, em 1º de outubro de 2008, Gilmar Mendes acompanhou os votos de Nelson Jobim e Pertence, aprovando a isenção para os passageiros de ônibus. Parecia que a justiça ia ser feita. Surpreendentemente, porém, na mesma sessão, o Ministro Marco Aurélio votou contra, consagrando a discriminação entre passageiros de avião e de ônibus.

Darci Norte Rebelo: a questão é mais ampla.

O advogado Darci Norte Rebelo também enxerga forte distorção no tratamento dado ao assunto pelo poder público. Estranha que o Estado delegue a execução do serviço público à iniciativa privada e, ao mesmo tempo, faça recair sobre ele uma onerosa carga fiscal. E pergunta: “Qual é o sentido de o Estado tributar-se a si mesmo?”

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O fato é que, naquele mesmo dia 1º de outubro de 2008, quando Marco Aurélio negou a isonomia entre passageiros aéreos e terrestres, o Ministro Joaquim Barbosa pediu vista do processo. Quatro anos se passaram sem que Sua Excelência tivesse tido tempo para decidir-se sobre o tema. O Ministro Nelson Jobim aposentou-se. A Ministra Carmen Lúcia assumiu a relatoria do processo e, assim como os passageiros de ônibus, ainda aguarda que o Ministro Joaquim Barbosa vote para que ela possa dar andamento ao processo. Que já se arrasta por uma década. “Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal decidir sobre esse tema, como já o fez com relação ao transporte aéreo. Os transportes terrestres, porém, parece que não são prioridade na pauta judicial, pois ação idêntica à do transporte aéreo encontra-se paralisada há bastante tempo”, lamenta Darci Norte Rebelo. Para o advogado Marcos Augusto Perez, “o mais correto seria deixar de tributar as duas operações (aérea e rodoviária), por tratar-se ambas de serviço público de transporte, serviços essenciais ao bem estar da população.” Segundo os advogados Fernanda Depari Estelles e Ricardo Estelles, da Estelles Advogados Associados, de São Paulo, ainda que a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.600 não tenha tido como foco principal a prestação de serviço de transporte terrestre intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros, o entendimento a que chegou a maioria dos Ministros do STF em relação ao assunto “afeta diretamente essa atividade e dá margem para que, num futuro próximo, a incidência do ICMS sobre esta prestação também venha a ser declarada como inconstitucional”.

A advogada Fernanda Depari Estelles.

Para Fernanda Depari Estelles e Ricardo Estelles, “o voto do Ministro Nelson Jobim, que foi acolhido pela ampla maioria do STF, tem aplicação direta também para a prestação de serviços de transporte terrestre intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros, como ele próprio afirmou na ocasião: “Observo que essa conclusão se aplica não só ao transporte aéreo de passageiros, como também ao transporte terrestre de passageiros. O problema é o mesmo.”

Jocimar Moreira: mais iguais e menos iguais.

Por sua vez, o advogado Jocimar Moreira vê na manutenção desse impasse um tratamento desigual ao passageiro do ônibus: “A Constituição diz que todos são iguais perante a Lei. Pelo visto, nesse caso, alguns são mais iguais que os outros. Passageiro de avião é mais igual e por isso não paga ICMS. Já o de ônibus é menos igual, logo paga.”



L

ançamento

Luxo e tecnologia no novo Irizar i6 Com a produção do novo ônibus em sua fábrica, em Botucatu, a encarroçadora amplia sua linha de rodoviários de luxo e traz para o mercado brasileiro um veículo de características diferenciadas com

Divulgação

potencial até para gerar demandas mais específicas pelos frotistas.

Um dos novos i6 fornecidos pela Irizar à Empresa Reunidas Paulista. O ônibus está disponível nas configurações de 12 m, 13,20 m e 14 m.

D

e acordo com João Paulo da Cunha Ranalli, gerente-geral de vendas da encarroçadora, o Irizar i6 se coloca entre o modelo pioneiro Irizar Century e o top de linha Irizar PB. Ranalli prevê que o novo ônibus virá inserir-se no mesmo mercado do Paradiso G7, da Marcopolo, disputando operadores do segmento de transporte de passageiros nas linhas regulares e no segmento de fretamento que requeiram um ônibus mais confortável.

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Aproximadamente 2 milhões de euros foram investidos no desenvolvimento do projeto, ao longo dos últimos dois anos. Uma das inovações introduzidas no novo carro é o painel do motorista, onde uma tela touchscreen possibilita o controle de diversos sistemas do veículo. Do lado de fora, os retrovisores têm duas lâminas de espelho. Os conjuntos ópticos (na frente e na traseira)

dispõem de iluminação em led e de dispositivo de luz diurna. Dentro, no teto e no corredor também há iluminação em led. O espaço interno comporta diversas configurações. São oferecidos itens de conforto como Wi-Fi, conexão para iPod e similares, monitores no encosto das poltronas, sistemas de navegação de vigilância, som individual, purificador de ar e moderno sistema de acesso para portadores de deficiência física.



Vinicius de Moraes é o melhor motorista Gaúcho de 35 anos vence outros 23 finalistas e leva o título de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, na versão 2012 da competição promovida pela Scania para valorizar os caminhoneiros e estimular a condução segura e responsável.

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A

quarta edição da competição – que a Scania realiza no Brasil desde 2004 – teve 47.000 motoristas inscritos. Elevado número de transportadoras incentivou seus profissionais a participar. Avaliando as habilidades dos condutores, a montadora procura despertar neles a consciência de que ao dirigir é possível aliar eficiência e redução das emissões de poluentes. “O recorde de inscritos e a participação intensa das grandes transportadoras mostra que atingimos um novo patamar em 2012”, afirmou Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania. “Procuramos formar mais 47.000 embaixadores da segurança nas estradas.” “Desde 2010 eu sonhava com o momento em que estaria na final da competição e sairia vencedor”, disse Vinicius de Moraes, que dirige caminhão há 14 anos e trabalha como agregado na Expresso Hércules, de Getúlio Vargas (RS) no transporte de autopeças e alimentos industrializados. “Estou muito feliz em ser o primeiro numa competição que reuniu os melhores do Brasil” – ressaltou o campeão. – São 14 anos dirigindo caminhão e essa vivência me ajudou a ultrapassar situações complicadas que vivi durante as provas.” Segundo o coordenador Rodrigo Machado, com a competição a Scania busca contribuir para conscientizar o setor de transportes sobre a importância do treinamento para atingir resultados, seja a segurança nas estradas, seja a rentabilidade nos negócios. Estima-se que um motorista treinado pode gerar economia de combustível de até 10%, o que também tem reflexo na sustentabilidade. O segundo colocado deste ano foi o paranaense Fabiano da Silva; o carioca Jorge de Araújo ficou em terceiro lugar. O vencedor recebeu um pacote de prêmios no valor de R$ 30.000,00 em aparelhos eletrônicos, móveis e eletrodomésticos, além de R$ 6.000,00 em dinheiro e uma viagem com acompanhante para a Suécia, onde irá conhecer a matriz da Scania.

Fotos: Divulgação

C ompetição



M arcopolo

Reprodução

A história contada por quem a fez

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Reprodução

O presidente emérito da encarroçadora Marcopolo, Mauro Bellini, junta-se a mais de meia centena de colaboradores, amigos e empresários para contar em livro como uma pequena empresa fundada em 1949 transformou-se, em pouco mais de seis décadas, em uma das maiores fabricantes de ônibus do mundo.

L

ançado na primeira quinzena de dezembro em Caxias do Sul e em São Paulo, o livro Marcopolo, sua viagem começa aqui contém memórias e relatos reveladores de uma cultura empresarial peculiar, que Paulo Bellini considera a mola propulsora do sucesso empresarial da encarroçadora. Segundo ele, foi mantendo o foco na perpetuação e disseminação dessa cultura, no reconhecimento das pessoas e no que esse reconhecimento representou e representa, que a companhia pôde se reinventar sempre, se internacionalizar com segurança e crescer continuamente. Ainda segundo Bellini, o livro foi escrito como uma forma de homenagear a todos os que construíram e continuam ajudando a construir a Marcopolo. Para contar a história da empresa, de sua gente, de seus desafios e dos momentos mais importantes que ela viveu até hoje, foram pacientemente alinhavados, nos últimos dois anos, testemunhos, opiniões, relatos, declarações, memórias e até simples frases recolhidas junto a todo um universo de pessoas que, com maior ou menor intensidade, por pouco ou por muito tempo, em algum momento se relacionaram com a Marcopolo. Ao longo do texto, coletado, organizado e burilado pela jornalista gaúcha Suzana Naiditch, a palavra do fundador aparece com frequência, mas sem nunca alongar-se em demasia, na forma de curtas observações que ele

humildemente chama de “pitacos”. Foi requisitada ainda a colaboração da psicóloga Marilda Vendrame, especializada em gestão de recursos humanos e gestão avançada de negócios. HISTÓRIAS CONTAM A HISTÓRIA “Há muitas formas de contar uma história – explica Paulo Bellini na apresentação da obra. – Quando decidi reviver aquelas que ajudam a explicar o que faz a Marcopolo, percebi que não estaria honrando essa herança se mostrasse apenas o meu ponto de vista. Seria até contraditório eleger-me o dono da história que, sabidamente, só aconteceu porque parceiros essenciais se engajaram no projeto, trabalhando com dedicação e espontaneidade. Portanto, esta não é uma biografia.” A ideia inicial era produzir um material para o público interno da Marcopolo, que mostrasse como se fez a companhia e ajudasse a reforçar o modelo de gestão estruturado a partir dos anos 1980, após uma viagem de Paulo Bellini e de vários executivos da encarroçadora ao Japão. Mas depois foram sendo agregados outros temas. A psicóloga e consultora Marilda Vendrame assumiu a coordenação do projeto, que ganhou novas dimensões. Sondada, a editora Campus/Elsevier encampou a ideia por entender que havia conteúdo relevante, interessante e enriquecedor para outros públicos. E assim, em suas quase 300 páginas, Marcopolo, sua viagem começa

Até mesmo a capa do livro Marcopolo, sua viagem começa aqui, que mostra o fundador da empresa sentado num piso luzidio junto a uma das linhas de produção da fábrica Ana Rech, tem uma história interessante para explicá-la. Em 1994, Bellini foi entrevistado em Caxias do Sul pelo jornalista Joel Milmann, da conhecida revista Forbes, norte-americana. A certa altura, o visitante perguntou ao empresário brasileiro: “É verdade que sua fábrica é tão limpa quanto um hospital?” E de batepronto Paulo Bellini respondeu: “Depende do hospital.”

aqui reforça a visão e os valores do fundador da companhia acerca da importância do trabalho em equipe, do comprometimento, da motivação e dos valores éticos. O próprio Paulo Bellini deixou isso muito claro: depois de reler o conteúdo do livro já pronto para impressão e se perguntar ainda uma vez qual foi o momento mais importante, decisivo, para sedimentar a cultura da Marcopolo, escreveu um rápido adendo: “Não tenho dúvidas de que o ápice dessa história se deu no momento em que quebramos os mais arraigados paradigmas. Os funcionários passaram a se sentir à vontade, a relacionar-se de forma descontraída e a agir com mais autonomia. A partir daí, criou-se o ambiente estimulante, fator fundamental que vem garantindo o nosso excepcional crescimento e expansão.”

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A

BRATI

Última reunião avalia perspectivas para 2013 Na sede da Associação, em Brasília, a diretoria e expressivo número de associados realizam a última reunião de 2012, reexaminam os grandes temas que afetaram o setor ao

C

om um balanço dos principais assuntos que afetaram o setor de transporte rodoviário de passageiros ao longo de 2012 e uma detalhada avaliação política e jurídica dos desafios que se apresentam para as empresas operadoras em 2013, diretoria e associados realizaram no dia 4 de dezembro, pela manhã, na sede da ABRATI, a última reunião ordinária do ano. O presidente Renan Chieppe relatou aos participantes as gestões e contatos feitos pela diretoria junto aos poderes Executivo e Legislativo para encaminhamento das principais questões e pendências do setor e mencionou alguns dos próximos passos que deverão ser dados com o objetivo de buscar eventuais soluções. Na segunda parte da reunião, diretores e associados acolheram os empresários Paulo Bellini, presidente emérito da encarroçadora Marcopolo, e seu diretor estatutário, Valter Gomes Pinto. Eles vieram em visita de cortesia e para divulgar o livro Marcopolo, sua viagem começa aqui , escrito por Bellini em cooperação com uma centena de colaboradores e amigos da companhia, e que na semana seguinte seria lançado nacionalmente em São Paulo. O livro (veja detalhes na página....) narra a trajetória da Marcopolo da fundação, em 1949, aos dias de hoje.

Fotos: Júlio Fernandes

longo do ano e começam a preparar a agenda de discussões para 2013.

Na reunião, a diretoria e os associados repassaram os principais temas que estiveram em pauta ao longo do ano e analisaram as perspectivas para 2013.

Em seguida, a convite do presidente Renan Chieppe, o presidente emérito da Marcopolo, Paulo Bellini, e o diretor estatutário Valter Gomes Pinto participaram do encontro.

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Paulo Bellini apresentou o livro Marcopolo, sua viagem começa aqui, lançado em dezembro pela encarroçadora.

No auditório da ABRATI, o presidente Renan Chieppe, ladeado por Valter Gomes Pinto e Paulo Bellini, exibe o seu exemplar autografado do livro.

Amigos e parceiros de muitos anos reencontram-se na sede da ABRATI: da esquerda para a direita, Paulo Bellini, os empresários José Augusto Pinheiro e Dimas José da Silva, e Valter Gomes Pinto.

Paulo Humberto Gonçalves, Dimas José da Silva, Jocemário Dartora, Joel Fernandes, Marcelo Antunes, Paulo Bellini, Heinz Kumm Júnior, André Oliveira e Selvino Caramori Filho.

Darci Norte Rebello, Paulo Bellini, Selvino Caramori Filho, Valter Gomes Pinto e Darci Norte Rebello Filho.

André Oliveira, Heinz Kumm Júnior, Renan Chieppe, José Rubens de la Rosa, Marcelo Antunes, Paulo Corso e Jocemário Dartora.

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gradecimento

Fotos: Júlio Fernandes

ABRATI homenageia três parceiros do setor A festa anual de confraternização do setor de transporte rodoviário de passageiros de 2012 teve, entre tantos pontos altos, um muito especial, quando as empresas associadas e a diretoria da ABRATI prestaram significativa homenagem a dois senadores da República e a um alto executivo do segmento da produção de carroçarias de ônibus. O presidente Renan Chieppe chamou-os de amigos da diretoria e aliados incondicionais das operadoras.

E

m nome das empresas associadas, a diretoria da ABRATI prestou, na noite do dia 4 de dezembro, por ocasião do coquetel e jantar de confraternização, uma tocante homenagem aos senadores Clésio Andrade e Acir Gurgacz, assim como ao presidente da Fabus, José Antônio Fernandes Martins. Os três estão entre os mais atuantes defensores do transporte rodoviário de passageiros, destacando-se pela contribuição permanente que prestam à diretoria da ABRATI, às empresas operadoras e ao sistema de modo geral. A cada um deles foi entregue uma placa de prata alusiva ao seu trabalho e dedicação de tantos anos, expressando desta forma o reconhecimento do setor. O senador por Minas Gerais Clésio Andrade é presidente da Confederação Nacional do Transporte, Administrador

O senador Clésio Andrade recebe de Renan Chieppe (à direita) a placa com a homenagem. À esquerda, o senador Acir Gurgacz e o presidente da Fabus, José Antônio Fernandes Martins.

de Empresas e ativo líder classista que há vários anos tem se destacado na defesa intransigente dos interesses dos setores de transporte de cargas e de passageiros.

O paranaense Acir Gurgacz é senador e empresário com forte presença no segmento transportador. Representa o Estado de Rondônia no Senado Federal, onde se notabilizou por uma

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João Gurgacz, Assis Gurgacz Neto, senador Acir Gurgacz e Assis Marcos Gurgacz.

José Antônio Martins, ao lado do senador Clésio Andrade (centro) mostra a Renan Chieppe a placa em sua homenagem.

Da esquerda para a direita, o presidente Renan Chieppe, o senador Acir Gurgacz, José Antônio Martins e o senador Clésio Andrade.

José Antônio Martins, presidente da Fabus, agradece em nome dos demais homenageados e no seu próprio.

atuação francamengte propositiva em relação às demandas do setor de transporte rodoviário de passageiros. Tendo assumido a cadeira senatorial em 2007, está agora em seu segundo mandato, que vai até 2015. O terceiro homenageado, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS) e do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equiipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), José Antônio Martins, é Engenheiro Mecânico. Ingressou na Marcopolo em 1965 e atualmente é o vice-presidente de relações institucionais da empresa.

Valter Gomes Pinto e Paulo Bellini, da Marcopolo, compareceram ao Espaço Patrícia e acompanharam a homenagem prestada aos três parceiros do setor.

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R econhecimento

Da esquerda para a direita: Roger Mansur e Ângela Trindade (Pluma Conforto e Turismo), Virgílio Pasolini e Davidson Martins Ronceti (Viação Águia Branca), Pedro Teixeira (Planalto Transportes), Paulo Porto Lima (Expresso Guanabara), Amaury Andrade (Grupo JCA), Tatiana Antunes (Instituto JCA), Carlos Magalhães e Rodrigo Mont’Alverne (Expresso Guanabara).

Premiadas as Boas Práticas de mais seis empresas Patrocínio Copatrocínio

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Fotos: Júlio Fernandes

Na noite de 4 de dezembro, por ocasião do encontro de confraternização promovido pela ABRATI no Espaço Patrícia, em Brasília, o Prêmio ANTP/ABRATI de Boas Práticas no Transporte Rodoviário de Passageiros, versão 2012, concluiu sua segunda edição premiando seis empresas e uma organização ligada ao setor. A foto acima mostra os representantes das empresas vencedoras exibindo as placas correspondentes à sua premiação.

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Fotos: Júlio Fernandes

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Denise Cadete (ANTP), Valeska Pinto (ANTP) e integrantes do júri que escolheu os melhores “cases”, José Luiz Paiva Mota, Alexandre Resende e Noboru Ofugi.

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oram premiadas as seguintes empresas: Viação Guanabara; Viação Águia Branca; JCA Holding Transportes, Logísticas e Mobilidade; Pluma Conforto e Turismo; Viação Planalto; e Viação Garcia. Recebeu também a premiação o Instituto Jélson da Costa Antunes, ligado ao grupo JCA Holding. O Prêmio Boas Práticas no Transporte Terrestre de Passageiros visa reconhecer e premiar boas práticas desenvolvidas por empresas operadoras de transporte rodoviário de passageiros. São incontáveis as ações desenvolvidas pelas empresas regulares associadas à ABRATI, já que o segmento tem estado

Pedro Teixeira, presidente da Planalto Transportes.

sempre na vanguarda da prestação de serviço de qualidade aos seus usuários. “As empresas interestaduais utilizam numerosas ferramentas que envolvem os conceitos de qualidade, e de responsabilidade social e ambiental. Com este prêmio, a ABRATI objetiva dar visibilidade a essas ações e às empresas que as desenvolvem”, destaca Renan Chieppe, presidente da ABRATI. Este ano continuou aumentando o número de empresas que enviaram trabalhos para ser analisados nas três categorias que estavam em questão: Adesão dos Colaboradores, Atendimento ao Cliente e Responsabilidade Sócioambiental.

Marcelo Antunes, Tatiana Antunes e Amaury Andrade, do Grupo JCA.

Davidson Martins Ronceti, da Viação Águia Branca.

Virgílio Pasolini, da Viação Águia Branca.

Paulo Porto, Carlos Magalhães e Rodrigo Mont’Alverne, todos da Expresso Guanabara.

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Todas as empresas que inscreveram trabalhos receberam certificados de participação na segunda edição do Prêmio Boas Práticas.

CATEGORIA ADESÃO DOS COLABORADORES 1º LUGAR

Programa Prata da Casa – Fortalecimento do grupo com foco no desenvolvimento das pessoas – JCA Holding Transportes, Logísticas e Mobilidade Ltda.

2º LUGAR

Programa Mentes de Brilham – Viação Águia Branca S.A.

3º LUGAR

Qualificação, Saúde, Lazer e Integação no Ambiente Corporativo – Buscando a satisfação dos colaboradores – Expresso Guanabara S.A.

CATEGORIA ATENDIMENTO AO CLIENTE Ângela Trindade e Roger Mansur, da Pluma Conforto e Turismo, e senador Acir Gurgacz.

1º LUGAR

Conectando Pessoas e Destinos: Boas práticas da Planalto Transportes no atendimento ao cliente – Planalto Transportes Ltda.

2º LUGAR

Satisfação do cliente em todos os sentidos – Expresso Guanabara S.A.

3º LUGAR

Qualidade com segurança e satisfação do cliente – Pluma Conforto e Turismo S.A.

CATEGORIA RESPONSABILIDADE SÓCIOAMBIENTAL

Christina Vilella exibe a Menção Honrosa conferida à Viação Garcia, ladeada por Valeska Pinto (ANTP), Denise Cadete (ANTP), José Luiz Paiva Mota (membro do júri), Alexandre Resende (ANTP) e Noboru Ofugi (membro do júri).

1º LUGAR

Vivência profissional: A qualificação do jovem em parceria com o setor de transporte – Instituto Jelson da Costa Antunes – IJCA

2º LUGAR

Preservar é reduzir, reutilizar e reciclar – Viação Águia Branca S.A.

3º LUGAR

Projetos Sociais Guanabara: Caminhos musicais, Esporte cidadão, Ecobus – Expresso Guanabara S.A.

MENÇÃO HONROSA

Viação Garcia Ltda.

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Setor rodoviário de passageiros comparece em peso à festa anual de confraternização Na noite de terça-feira, 4 de dezembro, a ABRATI reuniu em animado evento de confraternização no Espaço Patrícia, em Brasília, mais de 400 convidados entre associados, empresários, membros da diretoria, autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, executivos da indústria de chassis e

Fotos: Júlio Fernandes

carroçarias de ônibus. O evento marcou o encerramento formal das atividades da Associação em 2012.

Aguinaldo Mariano e Walter Anversa Barbosa, ambos da Mercedes-Benz do Brasil, patrocinadora do evento. Senador Acyr Gurgacz, Renan Chieppe e Senador Clésio Andrade.

Da esquerda para a direita: Marcos Morandin, Valdecir Castro, Marcos Aurélio Mourão, Eden Affonso, Marcelo Aragão, Sidnei Braga e Maurício Ferreira, todos da Ipiranga, copatrocinadora do evento.

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Deputado Mauro Lopes, Otávio Cunha e o ex-governador de Minas Gerais, Deputado Newton Cardoso.

Ronaldo Fontolan, Edson Tomiello e Roberto Ferreira, da FABUS, copatrocinadora da festa.

Dimas José da Silva e Paulo Porto Lima.

Paulo Gilberto Corso, Roger Mansur e Valter Gomes Pinto.

José Rubens de la Rosa, Mauro Bellini, Luciano Bado e Paulo Bellini.

Miguel Masella e Sra., Cesar Dias e Sra.

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Fotos: Júlio Fernandes

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Newton Gibson, Marcelo Perrupato e Bernardino Rios Pim.

Wanderlei Perez, Reinaldo Conti e João Paulo da Cunha Ranalli.

João Luiz Mazon, Gerson Oger e Cláudio Nelson Abreu.

Washington Coura, Rejane Sena Lubreriaga e José Geraldo Ferreira.

Paulo Porto Lima, Jorge Luiz Macedo Bastos e Carlos Augusto Faria Féres.

Selvino Caramori Filho, Valter Gomes Pinto, Sandoval Caramori, Paulo Bellini e Gilberto Crivellaro.

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José Luiz Santolin, Ataíde de Almeida, Paulo Martinez, Renan Chieppe e Pedro Farias.

Joel Fernandes, Letícia e Fábio Kitagawa.

Marcos Bicalho e José Luiz Paiva Mota.

Altair Moreira e Cláudio Flor.

Suzana Naiditch, Marilda Vendrame, José Carlos Secco e Méri Steiner.

José Luiz Santolin e Jocimar Moreira.

Marcos Morandin, Pedro Teixeira e Eden Affonso.

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Um dos novos ônibus, com mecânica Scania e carroçaria Campione, da Comil, incorporados à frota da Progresso na passagem dos seus 60 anos de fundação.

Os 60 anos bem vividos da Viação Progresso 46

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O sonho dos tempos pioneiros tornou-se realidade e a Viação Progresso, de Três Rios-RJ, comemorou 60 anos em novembro. Essencialmente familiar, a empresa está em sua terceira geração.

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Progresso é uma empresa de gestão familiar, liderada pelos diretores Marco Aurélio Soares e André Soares. Na visão de Marco Aurélio, ao longo dos seus 60 anos de existência a Viação já passou por três fases. De 1952 a 1987, os fundadores estavam à frente da organização. Entre 1988 e 2005, os filhos dos fundadores já atuavam, porém sob a supervisão e direcionamento dos pais. Até que, em 2006, a empresa passou por uma ampla reestruturação e iniciou sua terceira fase. “Nessa etapa, os fundadores passaram a fazer parte do Conselho de Família e os filhos assumiram o controle da empresa”, acrescenta o diretor André Soares. Segundo ambos os diretores, atualmente a empresa vive um processo de transição. “Não sabemos quanto tempo essa terceira fase vai durar, mas sabemos que a próxima terá de contar com novos executivos para gerir a empresa; executivos que provavelmente não serão membros da família” – explica Marco Aurélio. É dentro desse cenário que a atual geração de gestores da Progresso atua. Marco Aurélio destaca que a gestão de qualquer negócio, hoje, é feita tendo como base Processos e Pessoas. Ele alerta para um dos processos mais importantes, que é o de recrutamento e seleção: “É fundamental que as pessoas estejam sendo direcionadas para os cargos alinhados com o seu perfil funcional. Para atender a isto, utilizamos ferramentas que nos permitem conhecer melhor o perfil de cada candidato e alocá-lo de acordo com as suas competências.” O diretor acredita que em uma empresa com 60 anos, que busca sempre manter seus valores, o desafio da gestão é cada vez maior. No mínimo

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porque a Progresso tem funcionários com 40, 30, 20 anos de casa e precisa treiná-los, suprindo deficiências e oferecendo novas oportunidades para que possam acompanhar as mudanças e as novidades do mercado, Essa preocupação faz parte do dia a dia da empresa. Seguindo o planejamento anual elaborado pelo Núcleo de Gestão de Pessoas, todos os setores passam regularmente por cursos e treinamentos ao longo do ano. Os cursos atendem a demandas identificadas pelos gestores; demandas estratégicas; cursos de desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades, além dos treinamentos de capacitação para cada função exercida na empresa, destinados a todos os admitidos antes de iniciarem suas atividades. André Soares explica que a empresa trabalha na ideia de estabelecer um plano de desenvolvimento individual para cada colaborador. “Estamos testando um método que identifica as competências de cada cargo e nos direciona sobre qual o conhecimento, as habilidades e as atitudes necessárias para cada função. Desta forma, buscamos a excelência em gestão.” CERTIFICAÇÃO Os cuidados se encaixam no conceito de Processos e Pessoas e, em última análise, têm a ver com o que os executivos da empresa chamam de conceito de Qualidade na Viação Progresso. Um conceito que é definido como sendo a soma dos valores construídos ao longo das seis décadas de atuação e que representam os valores percebidos pelo cliente, especialmente no que se refere a Pessoas e Segurança. No cotidiano da Viação, são vários os aspectos nos quais a Qualidade está sempre em primeiro lugar.

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Foram homenageados o Dr. Wilson Tavares (advogado), a Dra. Christina Vilella (procuradora) e José Carlos Fonseca (Contador), aqui acompanhados pelos fundadores e diretores.

Os diretores André Soares e Marco Aurélio Soares recebem de Antônio Bruzzi uma placa com a homenagem da Scania.

Representantes da Ipiranga e diretores da Progresso na festa dos 60 anos.


A festa dos 60 anos da empresa reuniu as três gerações da família Soares.

A Progresso se orgulha de ser uma empresa certificada com a ISO 9001:2008. Portanto, uma empresa atestada como de melhor organização, produtividade e credibilidade. Esses são elementos facilmente identificáveis pelos clientes, e que possibilitam à transportadora aumentar sua participação no mercado nacional. A certificação é considerada pela empresa um reconhecimento de muitos esforços realizados, desde a sua fundação até os dias atuais, por uma equipe permanentemente comprometida em atender às necessidades de seus clientes. Manter essa importante certificação não é tarefa fácil. Para isso, a empresa passa por auditorias periódicas, internas e externas, nas quais são sinalizadas as eventuais não conformidades com a norma, de modo que a equipe possa ser direcionada para trabalhar aqueles aspectos que necessitam de melhorias. Tal processo é fundamental para que a Qualidade de fato seja praticada na empresa. Transporte seguro, pontualidade, limpeza e

regularidade estão entre os requisitos do cliente que devem ser cumpridos para a conquista da certificação. Na opinião de Eliana Magioli, representante da Diretoria e assistente da qualidade, cumprir a política da Qualidade é acreditar que a equipe pode ser melhor a cada dia: “Por meio da capacitação contínua das pessoas, da utilização da tecnologia e da disseminação da qualidade, nos tornamos partes integrantes dessa política”, resume. De nada adiantaria tanto esforço da empresa se o cliente não percebesse essa qualidade. Para saber se o que vem sendo desenvolvido está correspondendo às expectativas dos clientes, a Progresso faz anualmente uma pesquisa de satisfação. A última, realizada em 2011, ouviu 392 clientes e obteve um índice geral de aprovação de 83%. Nos quesitos Transporte e Segurança, e Apresentação dos Funcionários, os índices foram de 93,6% e 96,9% de aprovação, respectivamente. Além da pesquisa de satisfação, a Progresso mantém uma Central de

Relacionamento com o Cliente, que, em casos de dúvidas, reclamações e sugestões, pode ser contatada pelo número 0800 886 1000. Segundo o gerente comercial da companhia, Anderson Gomes de Pádua, os índices de reclamações são baixos e a resposta ao cliente é dada em até quatro dias, em média. A meta é reduzir esse tempo para três dias. MAIS TECNOLOGIA Entre os muitos aspectos relacionados à segurança cuidados pela empresa, inclui-se um moderno sistema embarcado de gravação de imagens. Ele capta as imagens durante as viagens dos ônibus e permite monitorar toda a frota. O objetivo do monitoramento é controlar o funcionamento dos ônibus no que diz respeito à velocidade, uso do motor, desempenho nas curvas, entre outros. Na Central de Monitoramento, localizada na matriz da empresa, as operações nos ônibus são acompanhadas por uma equipe de monitores. A partir dos dados coletados, os motoris-

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mpresa

Fotos: Divulgação

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Uma das primeiras jardineiras daProgresso.

tas são pontuados e classificados em um ranking, para efeito de premiação aos mais bem colocados. A Viação Progresso também utiliza um software de gestão integrada especial para empresas dos setores de transporte. Sua principal vantagem é ser um sistema integrado e completo, que possibilita aplicações para todas as áreas. Além dos processos admi-

nistrativos e financeiros, o software contempla todos os processos operacionais. O programa traz mais confiança às ações, possibilita a padronização de procedimentos e maior produtividade, reduzindo o retrabalho. Também disponibiliza todas as informações necessárias da empresa para seus gestores, fazendo com que a mesma informação que chega a um gerente na matriz chegue também aos gerentes das filiais. A utilização da tecnologia para aprimorar os processos e atingir os objetivos de qualidade e redução de custos inclui, além do ERP e do sistema de monitoramento da operação, sistema de bilhetagem eletrônica e venda de passagens por cartão de crédito ou débito. O sistema de reserva e venda de passagens – SRVP –, gerencia a

venda em pontos fixos a s compras online no site da empresa. MEIO AMBIENTE A Viação Progresso mantém um ritmo acelerado de adequação para atender as normas ambientais, inclusíve com a implantação de estações de tratamento e reuso da água oriunda das lavagens dos carros. Além disso, todos os carros da frota têm sua emissão de fumaça preta medidos e mantidos nos níveis aprovados pelo INEA. As ações vão desde a redução de emissão de gases poluentes por meio da verificação de opacidade, ao uso de padrões ambientalmente aceitáveis, como reciclagem e a destinação correta de resíduos. As ações antes desenvolvidas de forma pontual estão agoraz organizadas no Projeto Progresso Mais Verde.

Os colaboradores foram alvo de homenagens e festejaram as seis décadas da empresa no segmento de transporte de passageiros.

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16 ônibus Comil na renovação

Com a chegada de mais 16 novos ônibus da Comil, a frota da Progresso passou a ter uma frota de 110 carros.

Dando sequência ao seu programa anual de renovação de frota, a Viação Progresso adquiriu neste ano mais 16 carroçarias da Comil, que é uma das principais fornecedoras e parceiras da empresa. Os carros são dos modelos Campione 3.45 (rodoviário), Svelto (urbano) e Piá (micro-ônibus). São utilizados no atendimento de linhas interestaduais, intermunicipais e urbanas que a empresa administra no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Com mais essa compra, a frota da empresa chegou a 110 carros, que transportam mensalmente cerca 650 mil passageiros. “Nós temos muito orgulho de participar dos 60 anos da Viação Progresso. Trata-se de uma empresa que cresceu e conseguiu se consolidar com muita dedicação e trabalho, sempre tendo como base a honestidade, o respeito, a persistência e a qualidade no atendimento ao cliente. Parabéns a toda a empresa!”, disse Dario Ferreira, diretor comercial da Comil.

Os marcos mais importantes de uma longa trajetória Em 1940, a família Soares – o pai, Francisco Soares da Costa Filho, a mãe, Dona Joanna e os oito filhos – se estabelece em Vassouras, Estado do Rio. Vinha da zona rural, onde se dedicava à lavoura e à pecuária. No ano seguinte, Francisco Soares compra o prédio de uma padaria desativada e reabre o comércio.

Em 1952, o chefe da família adquire a Viação Progresso, uma pequena empresa de ônibus, e cria uma sociedade integrada por seus filhos Francisco, Arlindo, Hélio e Aladyr, iniciando o empreendimento que nos 60 anos seguintes se tornaria cada vez maior e mais sólido. Abaixo, alguns marcos importantes dessa trajetória:

1954

A Viação Progresso obtém a concessão do DER-RJ para operar a linha Vassouras-Barra do Piraí.

1959

Os irmãos Soares passam a se dedicar integralmente à empresa de ônibus. A base operacional é instalada em Barra do Piraí, após a aquisição de algumas linhas urbanas e intermunicipais na cidade.

1960

Os irmãos mais novos da família Soares, Paulo e José Carlos, passam a integrar a sociedade.

1961

A Companhia adiquire seu primeiro ônibus Mercedes-Benz, um monobloco, para operar a linha Vassouras-Barra do Piraí.

1964

A empresa tem significativa expansão, passando a operar as linhas Barra Mansa-Juiz de Fora, Barra Mansa-Três Rios e Barra do Piraí-Três Rios.

1966

São inauguradas novas instalações em Barra do Piraí. Inicia-se a operação das linhas Três Rios-Nova Iguaçu e Três Rios-Valença.

1969

A empresa dá um salto em sua organização administrativa, com a contratação de uma consultoria especializada.

1973

Morre Francisco Soares da Costa Filho, patriarca da família Soares e idealizador da Viação Progresso.

1975

São adquiridos 32 ônibus e várias linhas interestaduais e intermunicipais da Viação Salutaris. A base operacional é transferida para Três Rios.

1987

Inicia-se a segunda fase de gestão da Viação Progresso. Os pais afastam-se da direção e os filhos são nomeados diretores.

2002

Em 10 de novembro, a empresa completa 50 anos de história. Nove dias depois morre Hélio Soares, um dos acionistas e fundadores.

2005

É iniciada a terceira fase da gestão da companhia, com a criação dos Conselhos de Família, de Administração e da Diretoria Executiva.

2008

A empresa é auditada pela Bureau Veritas. A seguir, conquista a Certificação ISO 9001:2008. No mesmo ano, inicia o sistema de bilhetagem eletrônica.

2009

Após quatro anos de experiência com a utilização de um sistema integrado de gestão empresarial (ERP), a empresa passa a utilizar o sistema Globus, em parceria com a BGM-Globotec.

2011

Agora com a ABNT, a companhia conquista a recertificação pela norma ISO 9000.

2012

A Viação comemora 60 anos.

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S aúde

A segurança nas estradas e a Medicina do Sono As empresas Viação Águia Branca e Viação Salutaris estão dando mais um importante passo no seu esforço permanente para propagar a cultura da segurança nas rodovias brasileiras. Viação Águia Branca e a Viação Salutaris acabam de criar o site www.programamedicinadosono.com. br , um canal onde se pode aprender sobre os possíveis distúrbios do sono e buscar dicas de como manter uma boa noite de sono. No mesmo site são dadas informações detalhadas sobre o Programa Medicina do Sono, criado há 12 anos pela Viação Águia Branca para cuidar da qualidade de vida dos seus motoristas. No site, uma cartilha mostra os cuidados que podem ser adotados para se ter uma noite tranquila de sono. Também se assiste a um vídeo sobre o programa e a mais alguns outros com entrevistas do medico Sérgio Barros, pneumologista, certificado em Medicina do Sono, que implantou o programa e o acompanha desde o início. Ele explica que até hoje nunca mais foi registrado na empresa qualquer acidente causado por sono ao volante. No site são apresentadas descrições sobre distúrbios do sono e explicações sobre como é desenvolvido o Programa Medicina do Sono na rotina da Águia Branca. Sérgio Barros afirma que dirigir com sono é tão perigoso quanto dirigir após a ingestão de bebida alcoólica. Ele explica que, mais que cuidar do sono, o programa da Águia Branca cuida da saúde do motorista, proporcionando-

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Reprodução

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A página das duas empresas na internet: tudo sobre segurança e Medicina do Sono.

-lhe uma vida saudável, de modo que sempre durma bem. O site é mantido pelas Viações Águia Branca e Salutaris. Ao disseminar informações sobre o programa e sobre higiene do sono, as duas empresas pretendem que ele sirva de exemplo para outras operadoras de transporte rodoviário. De acordo com as estatísticas da Associação Brasileira do Sono – ABS –, 20% dos acidentes de trânsito que ocorrem no país são causados por motoristas sonolentos. “Cuidar da saúde é estar bem para realizar as atividades que temos no dia a dia, inclusive a função de motorista que transporta vidas humanas”, ressalta Cristina Pinheiro, gerente de

Segurança de Trânsito da Águia Branca e da Salutaris. As duas empresas integram a Unidade Passageiros do Grupo Águia Branca, com sede no Espírito Santo. Estão no mercado há mais de 60 anos e operam uma frota de 750 ônibus. Transportam 11 milhões de passageiros por ano em suas 315 linhas, que interligam 700 localidades. São certificadas pela ISO 9000 desde 2008 e em 2011 conquistaram a certificação ISO 14001. Além de toda a estrutura e rigorosa seleção de seus motoristas, a Viação Águia Branca e a Salutaris mantêm programas de excelência para cuidar do bem-estar dos seus 3.484 funcionários e motivá-los no trabalho.



L

ançamento

Neobus – novos conceitos em novo rodoviário O ônibus New Road N10, lançado com festa no dia 29 de novembro em São Paulo, marcando a estreia da Neobus no mercado de rodoviários, transformou-se rapidamente na novidade mais comentada do ano em se tratando de carroçarias brasileiras. O veículo justificou a afirmação do presidente da encarroçadora, Edson Tomiello, de que “mesmo à distância e no escuro, percebe-se que é um genuíno Neobus”.

Visual limpo e frente inclinada são duas das características que transmitem a ideia de fluidez e modernidade do novo rodoviário.

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que significa uma implicação positiva sobre o consumo de combustível. O conjunto óptico dianteiro, desenvolvido com tecnologia Led, tem uma visão frontal verticalizada, farol elíptico e DRL (Daytime Running Lamp) integrado ao conjunto. A logomarca Neobus, colocada no centro da grade, abre espaço para a logomarca do fabricante do chassi, embora a decisão final sempre dependa de cada frotista. “O nosso ônibus se diferencia completamente dos concorrentes pela sua originalidade e elegância”, acredita o gerente de design da Neobus, Leonidas Fleith.

Volkswagem, Scania, Iveco, Volvo, Mercedes-Benz: a Neobus encarroçou chassis das principais marcas para mostrar a flexibilidade da nova carroçaria N10.

Fotos: Divulgação

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New Road N10 apresenta determinadas características que o diferenciam das demais carroçarias rodoviárias brasileiras. Tem uma frente com linhas mais ousadas, design limpo e, para se usar uma imagem em evidência, escultura fluida. Sem prejuízo da impressão de solidez, as colunas frontais mais inclinadas conferem maior aerodinâmica ao veículo, tal como já ocorre com o modelo Mega BRT. Segundo o fabricante, o veículo tem o menor coeficiente aerodinâmico (cx) entre os rodoviários brasileiros, o

A lateral do N10 é marcada por uma faixa que se prolonga até a coluna traseira. No caso da traseira, sem dúvida os designers da encarroçadora conseguiram projetar algo inédito. Nela se destacam as duas linhas vincadas e a inclinação superior que harmoniza aerodinâmica e estética. Registre-se ainda o spoiler localizado na parte superior que complementa o conjunto. As lanternas traseiras têm design próprio e foram concebidas a partir do conceito modular. O desenho do teto possibilita embutir o equipamento de ar-condicionado e conta com um sistema de calhas duplas que dirigem a água para as extremidades do veículo, evitando que escorra pelas laterais ou se acumule no teto. CABINE Produzido na fábrica da Neobus em Caxias do Sul, o New Road N10 está equipado de série com computador de bordo. Os principais controles podem ser executados tanto no visor touch screen quanto nas teclas analógicas, garantindo que o veículo não pare por pane. No painel estão 56 teclas para a operação e uma tela de LCD de 7 polegadas touch screen onde o condutor

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ançamento

Fotos: Divulgação

Outra inovação é um sistema de cromoterapia com 256 cores disponíveis, à escolha do passageiro. No modo automático, o sistema varia suavemente as cores. As poltronas atendem às normas nacionais e internacionais de segurança. Contam com cinto de segurança de duas pontas retráteis e revestimento traseiro impermeável. O apoio de cabeça é em espuma Viscolatex (opcional). O sistema de mídia para o passageiro comporta monitores individuais incorporados à poltrona, ou retráteis Acabamento de luxo no salão de passageiros, com poltronas ergonômicas e confortáveis.

pode visualizar e executar as funções do veículo. A central também controla todo o sistema de áudio, vídeo e entretenimento para o motorista o salão de passageiros. O equipamento conta com DVD, rádio, CD, MP3, TV digital, GPS, bluetooth com viva voz e entradas auxiliares para câmeras. O sistema de gerenciamento de frota é totalmente compatível com a carroçaria.

SALÃO DE PASSAGEIROS No interior, o novo ônibus apresenta desenho limpo, sem suportes aparentes. A iluminação é indireta e o pega-mão está integrado ao porta-pacotes. Os focos de iluminação individual são em Led e direcionais, com funcionamento por toque e uma novidade: em cada foco, o aviso de “WC ocupado”.

A nova carroçaria no modelo 360 montada sobre chassi Volvo.

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no porta pacotes (tipo avião) ou ainda, o tradicional monitor junto ao teto. Um monitor de 22 polegadas está integrado à parede de separação. Esta, tem formato encurvado para a frente, o que assegura a perfeita visualização do monitor dianteiro mesmo nas primeiras poltronas. O fabricante oferece dois sistemas de bares para o novo carro: um vertical com geladeira, suqueira e cafeteira, e outro na traseira com geladeira dupla, suqueira, cafeteira e pia.


Conforto e ergonomia também para o motorista.

Computador de bordo: tela de 7 polegadas com touch screen.

Bagageiros amplos na altura adequada e tampas pantográficas.

O N10 realmente inova o desiogn da parte traseira.

Houve uma preocupação especial dos projetistas em utilizar novos materiais no acabamento interno para obter um alto padrão térmico e acústico, fazendo com que o veículo possa operar em climas mais severos com temperaturas que variem entre 30 graus centígrados negativos e 50 graus centígrados positivos. O sanitário foi desenvolvido para oferecer acessibilidade, espaço e conforto, com refrigeração, iluminação em Led e torneiras com temporizador mecânico. O sistema de exaustão é mecânico e gera sempre pressão negativa no interior, para que o ar não passe para o salão de passageiros.

SEGURANÇA Outra preocupação muito presente no projeto do novo rodoviário foi a segurança. Nesse sentido, foram atendidas todas as exigências da norma R66 versão 1, que exige validação do projeto mediante cálculo estrutural por elementos finitos, além de todos os testes práticos de tombamento, impactos frontal e lateral, inclinação máxima lateral e teste de célula de sobrevivência. O resultado final obtido pela Neobus foi um produto robusto, que o fabricante apresenta como o mais leve da categoria, apto portanto a bem atender a lei da balança. “O New Road N10 transporta mais por

menos, consumindo menos combustível”, garante o diretor de engenharia da encarroçadora, Adelir Boschetti. Outros detalhes que certamente serão apreciados pelos frotistas dizem respeito à facilidade de manutenção, proporcionada por novidades como aro de rodas basculante, grade dianteira com maior abertura, tampas laterais e traseiras de amplo acesso, porta-estepe na parte dianteira etc. Acrescente-se a isso a saída de ar traseira que, por meio de aletas, direciona o ar quente para fora do veículo, reduzindo a possibilidade de aquecimento no salão de passageiros e evitando o superaquecimento do motor.

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Ô nibus

Uma feira para além das nossas fronteiras De 3 a 5 de outubro foi realizado no Centro de Convenções Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro, o mais importante evento do transporte de passageiros dos últimos anos no Brasil: a 9ª FetransRio–

Divulgação

ExpoÔnibus. Somente a exposição ocupou uma área de mais de 20.000 metros quadrados.

Com encarroçamento Marcopolo Viale BRT, a Mercedes-Benz expôs o chassi O 500 M DA, que ela chama de “superarticulado BRT”.

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Divulgação

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articiparam da FetransRio 2012 cerca de 150 expositores e foram mostrados perto de 80 modelos de ônibus – os mais modernos produzidos atualmente pela indústria automobilística instalada no país. Paralelamente à feira, desenvolveram-se os trabalhos da 15ª edição do Congresso sobre Transporte de Passageiros. Eventos paralelos foram realizados por importantes instituições ligadas ao setor como UITP, ANTP, ANTTUR, NTU e Câmara Interamericana de Transportes. A organização foi da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio – Fetranspor e da MF Promoções & Eventos. As principais montadoras e encarroçadoras mostraram todas as suas mais recentes novidades. Elas acreditam que 2013 será um ano bom para os fabricantes de veículos de transporte de passageiros, especialmente os voltados ao segmento urbano, como aposta o diretor de Vendas da MAN Latin América, José Ricardo Alouche. “Acreditamos que 2013 pode vir a ser o melhor ano do mercado de ônibus, assim como certamente será o maior ano de vendas para a MAN Latin América”, afirma. As encarroçadoras também se destacaram. Axier Etxezarreta, diretor-geral da Irizar Brasil, falou sobre o modelo i6 – principal atração da marca na FetransRio –, o processo de desenvolvimento desse ônibus no Brasil e sua expectativa de vendas. “Era o modelo que faltava para conquistarmos mais participação no mercado”, afirmou.

PARA TODAS AS APLICAÇÕES Impulsionadas pela quantidade de novos corredores exclusivos para ônibus em várias cidades, assim como pela implantação dos sistemas de BRT (Bus Rapid Transit) em algumas

Ônibus híbrido exposto pela MAN: preocupação em preservar o meio ambiente.

delas, as empresas focaram seus lançamentos em produtos capazes de atender às necessidades do transporte de pessoas nas médias e grandes concentrações urbanas. Os segmentos de turismo e fretamento também foram contemplados, já que, em função da próxima realização de grandes eventos de âmbito mundial, o Brasil deverá atrair maior quantidade de visitantes. A feira apresentou toda a gama de produtos e serviços para os mais diferentes tipos de operação. Além de uma completa linha de chassis e carroçarias para veículos urbanos e rodoviários, as empresas ofereceram pacotes de serviços de manutenção e gerenciamento de frota voltados a diminuir custos, aumentar a segurança e melhorar a produtividade da operação. A feira foi o palco apropriado para a apresentação de novas tecnologias, como, por exemplo, os ônibus híbridos da MAN e da Mercedes-Benz. E, alem disso, de novidades como a entrada definitiva da Iveco no mercado e o lançamento do chassi MA 17 da Agrale. Também aumentou consideravelmente a quantidade de novos modelos. Confira a seguir os principais lançamentos e modelos que atraíram a atenção dos visitantes da FetransRio 2012.

As soluções das montadoras para um futuro “verde” Apostando no crescimento do mercado “verde”, a MAN trouxe da Europa e expôs na FetransRio o seu ônibus híbrido Lion´s City. O veículo usa energia elétrica para a partida e, com isso, elimina a produção de fumaça, além de reduzir consideravelmente o nível de ruído. A combinação do uso de diesel com a tecnologia de eletricidade pode proporcvionar uma redução de até 30% no consumo de combustível e nas emissões de CO2. Além do ônibus híbrido, a MAN apresentou na FetransRio 2012 a sua família completa de veículos, com destaque para o modelo 17.260 OD com tecnologia EGR. A Mercedes-Benz, em parceria com a Eletra, apresentou o Híbrido BR, montado sobre o chassi O 500 U. Tem 12 metros de comprimento e capacidade para transportar até 77 passageiros. O veículo combina motor de 4 cilindros movido a diesel (ou diesel de cana) com um motor elétrico movido por um conjunto de baterias.

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Ô nibus

Marcopolo – Audace/Viale Sunny

Irizar – i6

A Marcopolo deu ênfase ao Viale BRT e ao Audace, lançado há pouco. O Audace chega para ocupar uma posição intermediária entre os modelos Ideale 770 e o Viaggio G7, da Marcopolo. Seu alvo são os clientes que

A empresa com sede em Botucatu aposta no i6 como alternativa para as empresas de turismo e fretamento. O veículo valoriza a identidade Irizar. Entre seus principais atributos destacam-se a redução das fontes de ruído e das vibrações mediante a isolação da zona do motor, e a flexibilidade, que possibilita ao frotista as configurações mais adequadas a cada necessidade. O modelo é visto pela Irizar como aquele que faltava para que ela possa conquistar maior participação no mercado brasileiro. Axier Etxezarreta, diretor-geral na empresa no Brasil, qualificou de “muito boa” a acolhida dada ao i6, do qual já foram vendidas mais de 300 unidades. Leia mais sobre o Irizar i6 na página 26.

Fotos: Divulgação

buscam um veículo com baixo custo operacional, principalmente para o setor de fretamento. Outra novidade da Marcopolo foi o Viale DD Sunny, desenvolvido sem teto no piso superior e próprio para rotas turísticas.

O Audace, um Marcopolo mais simples, porém de aparência sofisticada.

Neobus – Mega BRT

Mascarello – GranMetro

O articulado BRT da Mascarello, batizado de GranMetro, e recém-lançado.

Mega BRT articulado com chassi Mercedes-Benz O 500 MA.

O presidente da Neobus, Edson Tomiello, antecipou na FetransRio o anúncio do ingresso da empresa no mercado dos veículos rodoviários. Enquanto isso, comemorou as vendas dos seus Mega BRT e Mega BRS (ambos expostos na feira), que já estão circulando em várias cidades brasileiras, assim como em algumas capitais importantes da América do Sul, caso de Santiago, no Chile, e Guaiaquil, no Equador.

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A Mascarello apresentou ao mercado sua carroçaria GranMetro, para corredores BRT. É um ônibus urbano com desenho diferenciado, exclusivo para chassis de motor traseiro, articulados e biarticulados para todo tipo de aplicação, inclusive em linhas alimentadoras, como no caso dos sistemas BRS. A frente avançada, mais aerodinâmica, tem contornos arredondados e maior área envidraçada. O carro está apto a receber os chassis de classificação Euro V de todas as montadoras.


Disputa pesada no mercado de ônibus urbanos Na FetransRio houve duas importantes surpresas no segmento dos veículos com 17 toneladas: a entrada da Iveco, com seu chassi S170, e a chegada do chassi MA 17.0, da Agrale. A empresa italiana anunciou que dentro de cinco anos deverá dispor de uma linha completa de ônibus no Brasil. Na mostra, além do S 170 ela mostrou o já conhecido City-Class, agora com novo design. Já a Agrale acredita muito no potenckial do novo chassi MA 17, especialmente por ter sido desenvolvido a partir das opiniões colhidas junto a clientes e encarroçadores. E, segundo o diretor técnico Pedro Soares, “por ter sido feito na medida exata para os operadores”. Concorrentes no mercado de pesados, as montadoras suecas Scania e Volvo apresentaram suas linhas completas. Além disso, deram grande aos pacotes tecnológicos de gerenciamento operacional e de frota, que podem gerar maior rentabilidade ao operador. A Scania mostrou o seu chassi exclusivo de 15 metros para utilização em trólebus e a linha de veículos com motor dianteiro (segundo a empresa com preço mais competitivo). A montadora acredita que seu pacote de serviços pode contribuir para melhorar os serviços e racionalizar as operações de seus clientes. Com o sistema de telemática e os gerenciadores de tráfego e manutenção, a Volvo pretende subsidiar o empresário com informações capazes de otimizar custos e prevenir ou reduzir vícios de operação.

Comil – Doppio BRT A principal novidade da Comil foi o Doppio BRT, redesenhado em 2011, que apresenta melhor aerodinâmica com o ar-condicionado incorporado à carroçaria. O diretor geral, Silvio Cale-

garo, confirmou a divisão da produção da empresa tão logo a unidade de Lorena seja inaugurada. Os modelos urbanos e os micro-ônibus serão produzidos no interior paulista.

O Doppio BRT ganhou nova curvatura frontal, agora mais acentuada.

Caio – Millenium BRT

A Caio Induscar expôs três versõesx do Millenium BRT.

Sua grande atração foi a família Millenium BRT nas versões articulado, biarticulado e para operação de linhas alimentadoras. As versões articulado e alimentador estão disponíveis para

encarroçamento em chassis das quatro principais montadoras. Já a versão biarticulado está disponível para utilização no chassi Volvo. Também foi mostrado o Apache Vip.

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Divulgação/CNT

R odovias

Recuperação em marcha lenta A décima-sexta pesquisa CNT de Rodovias, cujos resultados foram divulgados recentemente, não trouxe boas notícias para os transportadores rodoviários do país, sejam eles de passageiros, sejam de carga. Em um espaço de 12 meses praticamente não houve avanços na qualidade e no estado de conservação das estradas brasileiras. Ao contrário: em vários aspectos,houve piora na situação das estradas.

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N

Determinados trechos da Rodovia BR-242 foram encontrados em estado calamitoso.

o período entre 25 de junho e 31 de julho últimos, 17 equipes de pesquisadores especializados a serviço da Confederação Nacional do Transporte percorreram 95.707 quilômetros de rodovias brasileiras, avaliando aspectos do pavimento, da sinalização e da geometria de todas elas. Foram cuidadosamente avaliadas a totalidade das vias federais (65.273 quilômetros) e todas as principais rodovias estaduais pavimentadas (30.434 quilômetros), inclusive as concessionadas. Ao fim do trabalho, os pesquisadores verificaram que 62,7% das rodovias apresentavam algum tipo de deficiência. Na avaliação do conjunto desses três aspectos, 33,4% das rodovias brasileiras foram consideradas em estado regular, 20,3% em estado ruim e 9% em péssimo estado. Apenas 9,9% estão em estádio ótimo, e 27,4% apresentam-se em bom estado. Comparando-se os resultados de 2012 com os de 2011, percebe-se uma piora na qualidade das estradas nacionais. No ano passado, 57,4% foram classificadas como regulares, ruins ou péssimas. Neste ano, o percentual subiu para 62,7%. Pode-se afirmar, portanto, de acordo com o levantamento, que quase dois terços das rodovias pavimentadas do Brasil estavam em situação péssima, ruim ou regular naquele período em que foram avaliadas pelas equipes da CNT. A avaliação específica do aspecto “pavimento” mostrou que 43.981quilômetros de rodovias apresentavam problemas. Ou seja, 45,9% do total pesquisado. No caso das condições de sinalização, foram detectados problemas em 63.410 quilômetros, correspondendo a 66,2% do total.

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Ainda comparando os resultados de 2012 com os de 2011, a pesquisa mostra que houve aumento de quase 10% nos problemas de sinalização. Eles correspondiam a 56,9% das rodovias no ano passado e se elevaram para 66,2% este ano. No caso desta nova pesquisa CNT, foi observado que as faixas centrais desgastadas ou inexistentes aumentaram em 28,1% desde a pesquisa anterior. O aumento das faixas laterais desgastadas ou inexistentes chegou a 27,7% e as placas encobertas pelo mato também tiveram aumento de 2,4%. “Essa é uma questão que precisa ser solucionada com urgência”, declarou o presidente da CNT, Clésio Andrade. – “A boa sinalização é fundamental para garantir a segurança dos motoristas e passageiros que trafegam pelas rodovias do Brasil.” Também foi observado um número bastante alto de pontos críticos nas estradas: 221 no total, divididos entre quedas de barreiras, pontes caídas, buracos grandes e erosões na pista. O número permaneceu estável, já que no ano passado haviam sido anotados 219 pontos críticos. Porém, em relação às erosões na pista, verificou-se aumento de 36% na comparação com os resultados de 2011. A Pesquisa CNT de Rodovias abrange todas as principais ligações rodoviárias – ou seja, os trechos regionais representados por uma ou mais rodovias de grande importância para o transporte de cargas e de passageiros, pois interligam territórios de uma ou mais unidades da Federação e apresentam significativos volumes de tráfego de veículos de passageiros e de cargas. A pesquisa elaborou um ranking dessas ligações rodoviárias (109 no total) e concluiu que as dez ligações rodoviárias melhor colocadas estão no Estado de São Paulo e são concessionadas (no todo ou em parte). Elas perfazem 2.072 quilômetros de rodovias estaduais e 28 quilômetros de rodovias federais. Entre as dez piores ligações, a maioria está no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com destaque negativo para o trecho que vai de Rio Verde a Iporá, municípios de Goiás e de Natividade (TO) a Barreiras (BA).

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Fotos: Divulgação/CNT

R odovias

Rondônia: ponto crítico na BR-429.

No Pará, uma situação quase inacreditável na BR-158.

Bahia: outro ponto bastante crítico localizado na BR-135.



A

ntigos

Fotos: Divulgação

Veículos que resgatam histórias de vidas

Em São Paulo, todo ano uma exposição de ônibus e caminhões antigos chamada Viver, Ver e Rever atrai uma multidão de interessados pela história dos transportes e, principalmente,

faz muita gente viajar pelo tempo.

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o início, em 2004, uns poucos veículos antigos foram expostos na garagem da empresa Redenção, em São Paulo. Com o aumento do número de expositores e dos visitantes, o espaço ficou pequeno. Por isso, em 2007 a exposição Viver, Ver e Rever –

A evolução passou a ser realizada no Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda, sempre na capital paulista. No ano passado ela foi incluída no Calendário Oficial de Turismo da cidade de São Paulo. É promovida pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro e patrocinado pela Mercedes-Benz do Brasil. “A cada ano são muitos amigos que fazemos, e são impressionantes as muitas histórias que descobrimos”, relata Antônio Kaio, um apaixonado pela história dos transportes que preside o Primeiro Clube. “A partir da história dos transportes podemos ver o valor do nosso povo. O transporte lida com gente, está no dia a dia das pessoas. Para nós, é uma emoção diferente a cada exposição.” Por exemplo, na Viver, Ver e Rever deste ano, em outubro, um dos veículos mostrados pela primeira vez foi o Ciferal Flecha de Prata Mercedes-Benz LPO 1113. O ônibus pertence ao empresário Antônio Cortes, de 44 anos. Ao restaurá-lo, ele quis prestar uma homenagem a João Batista Cortes, seu pai, ao mesmo tempo retratando como eram os transportes em uma região de Minas Gerais. João Batista fundou em 1962 a Expresso Tereza Cristina, empresa de ônibus rodoviário que ligava Belo Horizonte ao Vale do Mucuri, naquele Estado. Enfrentou todas as dificuldades inerentes às estradas de terra e ajudou no desenvolvimento da região. O asfalto só veio em 1982. O filho, Alexandre Cortes, viveu uma parte dramática dessa história.

O empresário Antônio Sérgio Hurtado restaurou um dos ícones das estradas brasileiras, o CMA Flecha, penúltima unidade do modelo fabricada pela Viação Cometa.

“Nasci em 1968 em um dos ônibus do meu pai. Grávida de mim, minha mãe entrou em trabalho de parto na garagem, onde morávamos. Sem carro, meu pai usou um ônibus para transportá-la até o hospital, mas não deu tempo de chegar lá, minha primeira viagem já tinha sido feita” – relembra Alexandre. A empresa foi vendida para outro grupo em 1997, mas a saudade ficou. Mais recentemente, Alexandre começou a procurar um ônibus igual aos que eram usados na empresa de seu pai. Encontrou, comprou, mandou desmontar e restaurou. Foi mostrado agora pela Viver, Ver e Rever. Outro veículo inédito apresentado na edição de 2012 da mostra – um Flecha Azul Scania K 124 iB, ano 1998, a penúltima unidade produzida pela CMA – serviu para mostrar que os transportes podem realmente suscitar paixões, mesmo daquelas pessoas que não atuam diretamente no ramo. O veículo é de propriedade de Antônio Sérgio Hurtado, empresário do ramo da indústria plástica, fascinado por transportes. Tal fascínio levou-o a reunir um dos maiores acervos particulares de

veículos pesados antigos. São vinte e seis caminhões e quatro ônibus. A importância do trabalho de preservação que Hurtado – chamado de Neo pelos amigos – realiza pode ser medida pela reação do público ao ver o imponente CMA Flecha Azul no Memorial da América Latina. Com au-

A cantora Sula Miranda, conhecida como “rainha dos caminhoneiros”, tornou-se madrinha da exposição.

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ntigos

torização da Viação Cometa, ele fez questão de manter as cores tradicionais do veículo. “A história dos transportes passa pelo CMA Flecha. Esse modelo da Cometa marcou a paisagem de várias estradas brasileiras. Até quem não entendia nada de ônibus sabia qual era identificar o veículo, que foi realmente marcante” – explica, emocionado, o colecionador. Outro veículo antigo que atraiu muitas atenções na edição de 2012 foi uma enorme carroçaria Cermava ano 1966, estilo Papa-Fila. Entre 1950 a 1960, houve um desenvolvimento muito rápido dos principais centros urbanos no Brasil. A demanda de passageiros em algumas linhas de ônibus urbanos crescia a ponto de os veículos convencionais, na sua maior parte pequenos se comparados aos convencionas de hoje, não dessem conta de tanta gente. O Papa-Fila foi ao mesmo tempo reflexo e uma resposta a esse fenômeno. O primeiro ônibus articulado só surgiria em 1978 – um Scania 111, Caio modelo Gabriela. O Papa-Fila foi o seu tosco antecessor: uma enorme carroçaria de ônibus tracionada por um cavalo de caminhão. O exemplar exibido na VVR foi adquirido da Marinha, em Belo Horizonte.

Fotos: Divulgação

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O Thamco ODA, Scania K 112, o popular Fofão, ideia do então prefeito Jânio Quadros.

O Papa Fila foi o precursor do articulado: carroçaria de ônibus puxada por caminhão.

Antônio Kaio Castro, presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro. Na foto à esquerda, o empresário Antônio Cortes, que restaurou o Ciferal Flecha de Prata 1974 em homenagem a seu pai, um dos pioneiros dos transportes de parte de Minas Gerais.

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Um jeito especial de recordar o passado

Os monoblocos da Mercedes-Benz surgiram em 1958. Com eles, os ônibus passaram a ser vistos de fato como veículos para passageiros.

Com a ajuda dos veículos antigos expostos deu para reconstituir momentos ou passagens importantes da nossa história, ou da história de cada um. Talvez por isso, na VVR, eles eram encarados com reverência pelos visitantes. Por exemplo: A jardineira, de 1929, remontava aos primeiros tempos do transporte automotivo, quando era preciso sobretudo muita coragem para realizar o sonho de ir e vir. A Prefeitura de São Paulo trouxe um ônibus elétrico ACF Brill, ano 1948, importado de Denver, Estados Unidos. O modelo prestou serviços na capital paulista até os anos 1990. Um dos trólebus pioneiros que operaram em São Paulo foi mostrado ao público. Trouxe a lembrança de que esse tipo de veículo constitui uma das marcas da cidade de São Paulo.

O Nimbus TR 3 da Viação Colombo mostrou como como o transporte evoluiu no Sul do país. A Nimbus foi criada pelos irmãos Nicola.

Um Chevrolet 1963 mostrou ao público que os transportes no Brasil, embora já estivessem se modernizando naquela década, ainda demorariam muito para chegar ao estágio atual. Grandes marcos da evolução do ônibus no Brasil foram os monoblocos que a Mercedes Benz começou a produzir em 1958. Os monoblocos estiveram presentes na VVR, como um modelo particular de 1968 e um restaurado da empresa Passaredo. Trazidos do Sul do país vieram um Volvo B 58/Nielson 2.50, da Viação Graciosa, e um Nimbus TR 3, da Viação Colombo, mostrando como o transporte evoluiu naquela região. Inicialmente chamada de Furcare, a Nimbus foi criada nos anos 1960 pelos irmãos Nicola, que antes haviam fundado a antecessora da Marcopolo. Esta, comprou a Nimbus nos anos 1970.

A Nielson, que depois veio a se chamar Busscar, marcou épocas com os modelos Diplomata. O Diplomata 310, como o da empresa São João Batista, era muito usado para médias distâncias e fretamento. Para turismo ou viagens maiores, havia versões mais requintadas, como o Diplomata 350 exibido pela Rodrigues. Outro ônibus marcante foi o Tribus, produzido pela Itapemirim. A empresa levou duas unidades ao Memorial da América Latina. Também estava lá um simpático modelo de dois andares – o Fofão – cópia dos famosos ônibus vermelhos de Londres. Não deu certo por causa do seu porte: tinha 4,25 m de altura. A primeira unidade, entregue em 1º de outubro de 1987, transportava 26 passageiros sentados na parte de baixo e 46 sentados no andar superior.

“Esse ônibus me lembra a época que a cidade era mais tranquila”. “Este aqui é igual ao que eu usava quando consegui meu primeiro emprego.” “Eu me lembro desse ônibus, é da época em que o Jânio Quadros era prefeito.” “Puxa, como os ônibus eram pequenos!”

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Acervo pessoal

O pinião

Ônibus, transporte para sempre F

lexibilidade e baixo custo para implantação dos serviços são alguns dos pontos que provam: o ônibus é um meio de transporte que sempre irá servir à população e que se torna ainda mais importante com a expansão de outros modais. Quando se fala em novos modais de transportes e na expansão dos serviços ferroviários urbanos e interestaduais, muitos, por desconhecimento ou puro oportunismo de marketing político, dizem que em breve boa parte dos serviços de ônibus em diversas cidades será extinta ou se tornará obsoleta. Há ainda os que classificam o ônibus como um meio de transporte ultrapassado, mesmo em corredores exclusivos. Discursos assim servem apenas para confundir a população e criar em algumas figuras públicas a falsa imagem de “inovadores”, “paladinos do progresso e da modernização”. Os especialistas e profissionais que defendem a utilização de ônibus,

Quando se fala em flexibilidade, basta lembrarmos o papel de pioneirismo representado pelos ônibus interestaduais, que hoje integram todas as cidades brasileiras.

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a instalação de corredores exclusivos do tipo BRT e o estímulo a esse meio de transporte não são, em hipótese alguma, contrários à ampliação das malhas ferroviárias. Ao contrário, têm a consciência plena de que, hoje em dia, muitas demandas só serão satisfatoriamente atendidas por sistemas de grande porte como o metrô. Assim como existem outras que só podem ser atendidas pelos ônibus. As razões são várias. Primeiro porque o ônibus chega aonde o trilho jamais conseguiria, por mais avançados que sejam, hoje, os processos de engenharia. O país tem dimensões de continente e cidades de todos os tipos, relevos, topografias e condições climáticas. Até mesmo nas chamadas metrópoles, as realidades mudam em questões de poucos quilômetros percorridos. Para todas essas situações, há um ônibus apropriado. Outro fato importante é a realidade financeira das cidades. Nem todas têm condições de implantar em tempo rápido um modal metroferroviário. Os sistemas de corredores de ônibus segregados, como os modernos BRTs – Bus Rapid Transit –, ou mesmo corredores expressos simples, têm-se revelado formas eficientes e economicamente responsáveis de melhorar e agilizar os transportes para os cidadãos. Além disso, o ônibus é extremante flexível, como mostra a história dos transportes coletivos. É o único meio que consegue atender de maneira rápida ao crescimento populacional e econômico de várias regiões.

Adamo Bazani Repórter da Rádio CBN, jornalista especializado em transportes.

Quantas vezes um investimento público ou privado transforma uma vila em cidade, provocando o crescimento da população que necessita do transporte? Vê-se então que o ônibus, com sua flexibilidade e pioneirismo, já estava lá atendendo à demanda. As cidades são dinâmicas e muitas vezes mudam seus perfis econômicos e de ocupação. Nos anos de 1970, quando o Metrô de São Paulo foi implantado, muitos diziam que seria o fim de boa parte dos serviços de ônibus na maior cidade da América Latina. Que nada! O que houve foi apenas uma readequação dos serviços de ônibus. A história mostra que quanto mais se investe no modal metroferroviário, mais o ônibus ganha importância. Afinal, as pessoas precisam chegar de maneira eficiente a um transporte de grande demanda também eficiente. Um meio de transporte complementa o outro. Aliás, quando se fala em flexibilidade, basta lembrarmos o papel de pioneirismo representado pelos ônibus interestaduais, que hoje integram todas as cidades brasileiras. É o único meio de transporte capaz de fazer isso. E essa integração foi feita pelos próprios empresários, rodando em estradas muitas vezes inexistentes.




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