Arco43 em Revista - 8ª Edição

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Reinvente sua aula

Como as mídias audiovisuais podem tornar o ensino mais criativo?

Fique por dentro do PNLD para os Anos Finais

Entenda as mudanças do programa para os próximos anos e quais serão seus impactos em sala de aula pág. 8

ESG na educação: possível e fundamental para a formação de cidadãos mais conscientes

Incorpore a prática na gestão da instituição e no currículo escolar pág. 22

A importância de discutir sobre a saúde da mulher nas escolas

Confira o papel da instituição de ensino em mostrar formas de cuidado e proteção para a mente e o corpo feminino pág. 28

Abril de 2023 | nº 8
Imagens: Shutterstock

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SUMÁRIO

6 Como a fome afeta o desenvolvimento do aprendizado?

8 Fique por dentro do PNLD para os Anos Finais

10 Nossa Literatura Juvenil: livros que cativam e transformam leitores

14 Reinvente sua aula – Como o uso de múltiplas mídias audiovisuais pode tornar a escola mais criativa?

19 Qual é o papel do professor na orientação de seus estudantes quanto à leitura?

20 Uso de telas na infância: sim ou não? Por quê?

22 ESG na educação – Possível e fundamental para a formação de cidadãos mais conscientes

24 Inclusão digital para os estudantes é premissa da Educação Básica

27 Agenda do 1º semestre

28 A importância de discutir sobre a saúde da mulher nas escolas

30 O papel das escolas na superação do preconceito

34 A importância da Educação Básica na formação escolar

36 Brasil prevê déficit de 235 mil professores na Educação Básica até 2040

38 O Novo SAEB na prática – O que educadores dizem do primeiro ano de exame após a reestruturação

n º 8 | 2023
Edição

Prezados(as) educadores(as),

A educação está em constante evolução, e precisamos acompanhar as novas tendências que estão surgindo, buscando utilizá-las para chegar a um processo de ensino-aprendizagem cada vez mais efetivo.

Esta edição da Arco43 em Revista está muito especial. Trouxemos matérias referentes a projetos inovadores e importantes novidades no âmbito educacional para que vocês possam avaliar os melhores caminhos para suas escolas.

“Reinvente sua aula” é uma das matérias de capa que traz a importância da utilização das mídias audiovisuais para uma aula mais criativa. Sabemos que para engajar essa nova geração de estudantes nas aulas é necessário muito mais do que uma lousa e livros. Por esse motivo, propomos sugestões de atividades, filmes e canais digitais, como aplicativos e sites, para incrementar o ensino em sala de aula.

Crianças e jovens estão imersos no mundo digital e esse é um caminho sem volta. Portanto, as escolas particulares e públicas precisam dar mais importância para a implementação de projetos e ferramentas alinhadas à necessidades atuais dos estudantes. Nesta edição, vocês encontrarão diversos conteúdos que permeiam o tema “tecnologia educacional” e reflexões sobre como utilizá-la assertivamente nas escolas.

Trouxemos outros temas relevantes e fundamentais para serem discutidos nas instituições escolares, como a implementação do ESG na educação, bem como um olhar especial para o debate em sala de aula acerca da saúde das mulheres e o papel das escolas na superação do preconceito.

Para as escolas da rede pública, apresentamos ainda uma matéria muito importante sobre o PNLD 2024 – Anos Finais do Ensino Fundamental, abordando as novidades e o funcionamento do programa vigente este ano.

Viram só? Não disse que esta edição da revista está especial?

Esperamos que aproveitem muito todos os conteúdos da revista, pois foram pensados para vocês e elaborados com muita dedicação e carinho.

Boa leitura!

[ CARTA DE APRESENTAÇÃO ]
2023 | Arco43 em Revista nº 8 | 5
Gerente de Marketing e Inteligência de Mercado da Editora do Brasil

Como a fome afeta o desenvolvimento do aprendizado?

De acordo com a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), a segurança alimentar é a “realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade su ciente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis”. Em oposição, a insegurança alimentar é de nida como a falta de acesso consistente a alimentos su cientes para viver uma vida ativa e saudável.

Em uma classi cação do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE) 1, ela é dividida em três graus e de nida como: insegurança alimentar leve, que se trata da preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro ou acesso a alimentos de qualidade inadequada; insegurança alimentar moderada, ou seja, redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação por falta de alimentos entre adultos; e, por m, insegurança alimentar grave, isto é, quando a redução quantitativa de alimentos ou ruptura nos padrões de alimentação atinge todos os membros de uma família e chega às crianças. É nessa última situação que a fome passa a ser experienciada por toda uma família e quando os conceitos de fome e insegurança alimentar convergem.

Idealmente, para crescerem plenas, crianças necessitam de uma dieta rica em nutrientes, como vitaminas

1 Informações disponíveis em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101858.pdf

e minerais, proteínas, aminoácidos e fosfolipídios, além de baixo teor de açúcar e de gordura. Porém, a realidade para uma parte das crianças e dos jovens em idade escolar é bem diferente: ter comida na mesa de casa, depois de um dia na escola, pode não ser uma aposta segura.

Segundo o portal “Olhe para a fome”2, no m de 2020, 19,1 milhões de brasileiros(as) conviviam com a fome. Em 2022, o número subiu para 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer. Mais drasticamente, no pior dos cenários, lares com crianças são os que contam com menos alimentos. Famílias com crianças menores de 10 anos representavam 9,4% da insegurança alimentar em 2020 e, hoje, representam 18,1%.

Além de todas as consequências que esse acontecimento tem para as famílias e o país, isso signi ca um agravamento no desenvolvimento educacional do Brasil. Alimentação e desempenho escolar estão diretamente interligados: calorias fornecem energia, e, sem energia, como as crianças poderão prosperar em seu aprendizado? É lógico o porquê de crianças famintas não conseguirem desenvolver todo o seu potencial. Se a situação já é insustentável para um adulto, é ainda pior para um indivíduo em plena formação.

Muitos formuladores de políticas educacionais e pesquisadores geralmente se concentram em fatores como inteligência, qualidade do professor e rigor do currículo ao considerar as variações que in uenciam o sucesso acadêmico de um aluno. Mesmo quando as

2 Informações disponíveis em: https://olheparaafome.com.br/

6 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023
[ TENDÊNCIA ]
Imagem: Shutterstock

conversas chegam a razões não acadêmicas, como o nível de educação dos pais, o envolvimento da família na vida escolar e o status socioeconômico, o importante papel que a segurança alimentar exerce na capacidade de sucesso de uma criança é frequentemente negligenciado, e a situação é grave.

Como a fome atinge o desenvolvimento das crianças em idade escolar?

Estudos têm mostrado que a insegurança alimentar não afeta apenas o crescimento físico natural das crianças, mas também interfere em sua capacidade intelectual e nas suas habilidades sociais. Assim, crianças de famílias sem acesso sustentável a alimentos têm mais probabilidades de agravar problemas de desenvolvimento em áreas como linguagem, habilidades motoras e comportamento.

É o consumo de proteínas e carboidratos, por exemplo, que levará à liberação de neurotransmissores no cérebro, que, por sua vez, in uenciarão o desempenho acadêmico. Entretanto, a questão não se encerra apenas na problemática do acesso à comida; ela chega também à qualidade dos alimentos consumidos. A comida mais acessível costuma ser menos saudável; por isso, famílias com insegurança alimentar são muito mais propensas a relatar o consumo de alimentos não saudáveis, o que, segundo o Center for Educational Neuroscience3, pode ocasionar um impacto na de ciência de certos nutrientes e prejudicar o desenvolvimento cognitivo.

A fome não é apenas uma moléstia física; ela acaba por causar, também, um imenso impacto psicológico. Por exemplo, ela afeta a qualidade do sono e, por consequência, atrapalha o funcionamento pleno de todas as outras capacidades cognitivas ou motoras. Um estudo publicado na revista de literatura biomédica PubMed4 mostrou que os problemas de saúde mental entre as crianças (e suas mães), como depressão, ansiedade e transtornos comportamentais, aumentam à medida que se eleva a insegurança alimentar.

3 Informações disponíveis em: www.educationalneuroscience.org.uk/ resources/neuromyth-or-neurofact/diet-makes-a-di erence-to-learning

4 Informações disponíveis em: www.pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15173408

A fome, muitas vezes, impossibilita que as crianças se sintam integradas ao contexto social, pois a malnutrição as impede de participar de atividades diárias que requerem esforço, seja físico ou intelectual, como as interações com colegas na escola. Ainda segundo a PubMed, muitas delas, quando chegam à adolescência, têm duas vezes mais probabilidade de consultar um psicólogo ou de serem suspensas das atividades escolares.

Crianças precisam de nutrição para crescerem, se desenvolverem e se concentrarem no aprendizado, em vez de pensar na comida que não têm. Em suma, precisam ser capazes de se concentrarem nas aulas para serem bem-sucedidas em suas vidas cotidianas e sonharem com um futuro promissor. É inegável que a pobreza de tantas famílias deve ser combatida, mas a consciência da desnutrição de crianças e jovens que enfrentam essa situação certamente merece atenção e ações. A questão é: o que mais as escolas podem fazer? Não há uma resposta fácil ou única, já que essa é uma responsabilidade compartilhada entre poderes, mas ela, com certeza, pode começar a ser respondida ao se debater o tema com a comunidade escolar, além de ser representada junto ao poder público local.

Entre os bons exemplos de parceria, temos o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que oferece alimentação e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de toda a Educação Básica pública, assim como o auxílio merenda, benefício nanceiro que faz parte dos programas do governo e é voltado para alunos matriculados em escolas da rede pública de ensino do estado de São Paulo que se enquadram na categoria de vulnerabilidade socioeconômica. Além disso, o Programa de Alimentação Escolar, também da cidade de São Paulo, proporciona, todos os dias, cerca de duas milhões e trezentas mil refeições, com um cardápio que prioriza itens orgânicos e de agricultura familiar. para mais de um milhão de estudantes da rede municipal de ensino.

2023 | Arco43 em Revista nº 8 | 7

Fique por dentro do PNLD para os Anos Finais

Oano de 2023 será o grande momento de renovação dos livros didáticos e literários dos estudantes e professores do 6 º ao 9 º ano da rede pública de ensino. Isso porque será realizado o Programa Nacional do Livro e do Material Didático, o PNLD 2024. Essa edição também será sinônimo de inovação, já que serão incluídos na rotina escolar os livros digitais interativos e os recursos

digitais extras para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Todos esses materiais serão utilizados por um ciclo de quatro anos, entre 2024 e 2028, quando será realizado o próximo PNLD para os Anos Finais.

Por isso, torna-se mais do que urgente equipar as escolas públicas com dispositivos adequados para que esses novos recursos sejam, de fato, utilizados pelos estudantes.

É um direito deles, bem como de seus professores e da sociedade em geral, ter acesso ao melhor que a educação pode oferecer.

Você já conhece as novidades que vêm por aí?

Para todas as opções de escolha, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável por realizar o PNLD, traz atualizações e novidades. Vamos a elas.

Imagem: Shutterstock 8 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023 Imagens: Shutterstock [ O QUE VEM POR AÍ ]

OBJETO 1 –Coleções didáticas

Os livros serão apresentados por componente curricular, tanto na versão impressa como na sua versão digital-interativa: Arte, Educação Física (somente Manual do Professor), Ciências, História, Geogra a, Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Matemática. As coleções didáticas devem abordar todas as competências e habilidades conforme estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para cada disciplina. Outro ponto relevante é que cada volume deverá explorar pelo menos dois Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) diferentes.

A versão digital das obras será produzida em HTML5, uma linguagem de programação que traz bastante exibilidade ao conteúdo, possibilitando que os livros sejam baixados e acessados em celulares, tablets, notebooks e computadores de mesa. Cada volume deverá conter, no mínimo, carrossel de imagens, infográ cos e – especi camente para Língua Inglesa e Arte – áudios.

OBJETO 2 –Coleções de Recursos Educacionais Digitais (REDs)

Os conteúdos desse objeto também serão apresentados por componente curricular e, igualmente, deverão ser interativos. Formatados em HTML5, terão a mesma acessibilidade dos livros didáticos. Essas coleções deverão ser compostas de:

• Projetos Integradores: um volume para ser utilizado durante os quatro anos, trabalhando um dos seguintes temas: saúde e educação socioemocional; educação ambiental; educação tecnológica e digital; cidadania e civismo.

• Projetos de Vida: um volume que contempla os 8º e 9º anos. O conteúdo deverá abordar três dimensões: Autoconhecimento – O encontro consigo; Expansão e exploração – O encontro com o outro e com o mundo; Reconhecimento – O encontro com o futuro e com o nós.

• Avaliações diagnósticas e progressivas.

• Itens de avaliação resolvidos e comentados (1 item por habilidade da BNCC).

• Planos de desenvolvimento (somente para professores).

• Sequências didáticas (somente para professores).

OBJETO 3 –Obras Literárias em Língua Portuguesa e em Língua Inglesa

Novamente, os livros de literatura deverão ser escolhidos tanto para serem utilizados em sala de aula como para integrarem o acervo da biblioteca da escola. Eles estarão divididos em duas categorias, sendo elas Categoria 1, relacionada com obras para 6º e 7º anos, e Categoria 2, referente aos títulos para 8º e 9º anos.

O livro do estudante terá versão impressa e digital. Já o livro do professor será disponibilizado apenas em sua versão eletrônica, acompanhado de material de apoio, como as propostas de atividades para antes e depois da leitura realizada pelos estudantes.

Para ajudar os professores na escolha dos títulos, as obras terão indicação dos temas que as histórias abordam, tais como Família, amigos e escola; Aventura, mistério e fantasia; e Con itos da adolescência, entre outros, bem como dos gêneros literários, entre eles poesia, conto, crônica, teatro, texto da tradição popular, história em quadrinhos.

(11) 99329-5316

2023 | Arco43 em Revista nº 8 | 9 Sua escola está preparada para o PNLD 2024? Fale com um(a) consultor(a) da Editora do Brasil para analisar nossos livros na íntegra.
0300-770-1055

Nossa Literatura Juvenil: livros que cativam e transformam leitores

Já pensou como é fascinante conhecer e ler obras literárias inspiradoras, repletas de afeto, representatividade e conteúdos relevantes para todas as fases da vida? Livros que ressigni cam nosso pensamento crítico, induzem a criatividade e incentivam o raciocínio lógico; por meio deles, nós nos encontramos como seres humanos únicos e fundamentais.

A leitura é essencial para estimular habilidades primordiais para a formação do nosso intelecto, além de favorecer competências cognitivas, emocionais e sociais. Por isso, mantenha sempre um livro

por perto, pois, além de induzir novas descobertas e conhecimentos, ele te levará para viagens incomparáveis e inesquecíveis.

A Editora do Brasil tem a missão de participar e agregar na formação pessoal, educacional e pro ssional tanto dos pequenos leitores sonhadores como dos aventureiros veteranos, oferecendo um catálogo rico com pluralidade impecável de títulos, levando cidadãos leitores a viverem incríveis experiências no mundo encantador da leitura. Vamos apreciar livros que cativam e transformam leitores?

[ PUBLIEDITORIAL ]
10 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023 Imagens: Shutterstock

Escritos e ilustrados por quem entende de livros

Dedicados aos futuros vestibulandos

A fase de transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio pode ser bastante turbulenta. Ao entrarem em um novo mundo de possibilidades e objetivos, os estudantes começam a traçar suas metas e se dedicar para o vestibular.

Para te acompanhar nesse momento desa ador, a Editora do Brasil conta com uma lista de livros primordiais para distrair e descontrair no momento de pausa dos estudos.

Não que de fora desse universo mágico: viva intensamente com personagens hilários, conviva com diferentes realidades e desfrute dos mais belos sentimentos e das mais fortes emoções.

Desde criações enigmáticas, cheias de segredos, mistérios e suspense, passando por histórias comoventes de amor, admiração e magia, superação e quebras de barreiras e estigmas, humor de arrancar gargalhadas e levantar o astral, até lições de vida e ensinamentos éticos, re exões sobre riquezas da biodiversidade, acontecimentos históricos, combates, personalidades atemporais, além de levar a questionamentos e ao autoconhecimento, as obras levam o leitor para além das fronteiras, instigando discussões sobre inclusão, empatia e respeito, escritas em forma de contos, narrativas, poemas, novelas, romances, crônicas, diários, informativos, fábulas e histórias em quadrinhos.

“Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo.

A educação é a única solução.

A educação é o poder das mulheres.

A diversidade garante que jovens possam sonhar, sem colocar fronteiras ou barreiras para o futuro e os sonhos delas”.

Muito mais que uma lista de livros!

O catálogo de Literatura Juvenil da Editora do Brasil vai muito além de uma simples lista de livros. Isso porque ele traz artigos com discussões

superimportantes, associadas aos temas e às histórias das nossas obras.

O primeiro artigo aborda os direitos das mulheres e o combate à violência doméstica. Em seguida, falamos sobre o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que conta com a presença, é claro, de títulos da Editora do Brasil. Na página seguinte, duas consultoras em leitura literária, Penélope Martins e Isabella Zappa, dão uma entrevista exclusiva e entusiasmante sobre a formação de leitores capazes de interagir re exiva e criticamente com a narrativa. Vale muito a pena conferir! Um pouco mais pra frente, é o momento de conhecer o Livríssimo, o portal de literatura da Editora do Brasil. Para quem já o conhece, sabe como é viciante acompanhar conteúdos recheados de diversão, ensinamentos e informações importantes para pais e jovens, estreitando laços e diálogos com a família.

Outros temas fundamentais que não poderiam faltar são sustentabilidade e – o mais falado deles ultimamente – o metaverso.

Incrível como o catálogo é um meio de comunicação de ideias, referências, esclarecimentos, indicações, opiniões, relatos e curiosidades, e mais incrível ainda é ele estar pertinho de você!

Deixe a ansiedade de lado e conheça o catálogo da Editora do Brasil! Acesse agora mesmo!

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Reinvente sua aula

Como o uso de múltiplas mídias audiovisuais pode tornar a escola mais criativa?

º
[ CAPA ] Imagem: Shutterstock

Atualmente, a escola está preocupada em instaurar projetos e tarefas que desenvolvam habilidades e competências – intelectuais, sociais, emocionais e comportamentais – para uma geração de estudantes que cresce e seguirá se desenvolvendo em uma revolução digital constante. Trata-se de um cenário sem precedentes, em que há fácil acesso a um mundo de informações a apenas um clique de distância: ideias fáceis de consumir e, mais além, de criar. Com seus celulares, os jovens não necessitam mais ser apenas consumidores passivos, muito pelo contrário; o vídeo tornou-se uma forma tão natural de expressão e comunicação que se pode lmar absolutamente tudo durante um dia. Para o bem ou para o mal, do Instagram, TikTok, BeReal e Twitter até o YouTube, a mídia é a linguagem das crianças e dos jovens. Mas você já pensou no que tudo isso pode fazer pelo processo de ensino-aprendizagem? Assistir a um lme em sala de aula, por exemplo – não apenas um documentário ou um vídeo curto, mas também variados gêneros –, pode ser o que a sua sala de aula precisa para inspirar a criatividade e ser mais envolvente e atualizada. A nal de contas, o cinema é:

• Uma linguagem. Tal qual a literatura, os alunos podem estudar suas engrenagens, bem como entender como as imagens são enquadradas, sequenciadas, ritmadas e combinadas com os sons;

• Um documento histórico-cultural, em que é possível explorar os valores e as questões sociais do presente e do passado;

• Uma arte colaborativa, resultado do esforço de muitos pro ssionais e de conhecimentos múltiplos, que abrangem não somente cinematogra a, mas também ciência, literatura, arte, música, design e tecnologia digital.

Vamos assistir a um filme hoje?

Fala-se muito sobre a necessidade de uma alfabetização midiática, mas não tanto sobre a variedade de coisas que ela signi ca, abrangendo desde os fundamentos do design grá co até a análise crítica de imagens publicitárias, noticiários, lmes e redes sociais. Um de seus objetivos é tornar a escola mais centrada no estudante, o que não

quer dizer que todo o currículo será apenas sobre cultura pop, e sim que a escola deve buscar entender um pouco melhor seus interesses e usar isso como um caminho para estabelecer um discurso analítico sobre eles. Em outras palavras, signi ca alcançar os jovens dentro de suas escolhas. E, no mundo digitalizado de hoje, o que é tão importante? A narrativa visual.

Assistir a um lme em sala de aula antigamente poderia até soar mais como uma forma de preencher um tempo extra surgido inesperadamente do que como uma real ação focada no ensino-aprendizado. Porém, nos dias de hoje, já não é, ou não deveria, ser assim. Desde que o lme se torne parte integrante do estilo de ensino, a resposta sobre ele será muito diferente. Contar, ver e ouvir histórias é uma tradição vital da humanidade, com aplicações ilimitadas. Quando isso é bem feito, pode ter um efeito mágico e transformador.

Entretanto, é bom ressaltar que lmes educativos não se limitam a lmes de não cção, narrados em tom monótono e projetados em salas de aula escuras. Bons lmes educativos também são aqueles que as pessoas assistem nos cinemas e em plataformas como a Net ix, que desa am, inspiram, assustam, irritam e emocionam seus telespectadores. Ainda assim, em um projeto pedagógico centrado no estudante, ao trabalhar com lmes em sala de aula, a ideia deve ser assistir aos vídeos ativamente, e não passivamente, a m de compreender e não apenas consumir.

Indo além, isso não deve parar na compreensão dos lmes. Os jovens também devem ter algo a dizer e encontrar espaço para isso. Assim como se aborda a compreensão de texto, o processo de assistir a um lme em sala de aula deve perpassar os conceitos de compreender e criticar, vivenciar e reagir, recebendo e dando conhecimento.

Estratégias-chave de ensino usando mídias

Como é possível conseguir, então, que os estudantes sintonizem na tarefa em vez de apenas relaxar assistindo ao lme? Tudo começa com a elaboração de uma pergunta essencial antes de apertar o play, que ajude os alunos a assistir ao vídeo com propósito e contexto. A partir daí, tente aplicar uma dessas estratégias (ou todas elas):

Usando perguntas como guia, peça aos alunos que façam anotações e reajam juntos, em tempo real, ao vídeo apresentado por meio de algum aplicativo

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de mensagens. Isso é ótimo para longas-metragens, pois combina visualização e discussão, maximizando o tempo de aula.

Os roteiros dos lmes nem sempre estão disponíveis ao público, mas quando estão podem ser uma ferramenta muito poderosa. Uma opção é fazer os alunos lerem o roteiro antes de assistir ao lme e fazerem anotações enquanto assistem. Após a sessão, pergunte a eles como assistir ao vídeo pode ter mudado, mais tarde, a compreensão ou interpretação daquilo que leram no roteiro.

Assistir a um vídeo mais de uma vez é a chave para passar da visualização passiva para a ativa (ou mesmo para a visualização reativa). Para cada visualização, faça uma nova pergunta-chave para ajudar os estudantes a visualizar o vídeo de maneira diferente.

Após assistirem e discutirem o material, considere criar um projeto de lme com a classe. Os alunos podem assumir papéis adequados aos seus interesses e colaborar como parte de uma equipe em um ambiente de solução de problemas que resultará em um produto.

Para as escolas que desejam criar uma exibição de filmes para seus estudantes, aqui está uma breve lista dos melhores filmes que ajudam a educar e inspirar os alunos.

A rede social (2010): um lme que qualquer pessoa que usa mídias sociais deveria assistir. A obra traça a jornada de Mark Zuckerberg, da criação da plataforma Facemash até a sua ideia para o Facebook, passando, também, pelo con ito com os sócios e com a série de ações judiciais que começaram a surgir daí. Um lme para abordar ética e questionar o porquê e como usamos as mídias sociais, além de discutir sobre privacidade e segurança na Internet.

Legalmente loira (2001): parece apenas uma comédia para assistir no meio de uma tarde, mas esta é a história de uma jovem que superou seus sentimentos de inferioridade e insegurança e conseguiu

estudar na prestigiada Universidade de Harvard. Um lme realmente inspirador para quem não reconhece seus talentos e tende a aceitar menos do que realmente merece, bem como para falar de aparências e pré-conceitos estabelecidos a partir de estereótipos.

Conta comigo (1986): baseado em um conto de Stephen King, o lme dirigido por Rob Reiner aborda a jornada de quatro crianças pelo processo de amadurecimento, fase em que elas se descobrem, construindo suas verdadeiras identidades. Trata-se de um lme simples, gostoso de assistir e capaz de fomentar verdadeiras discussões que trabalhem competências socioemocionais.

A saga Star Wars (1977-2022): a série de lmes criada por George Lucas foi iniciada no início de 1977 e ainda continua sua jornada. Misturando a jornada do herói com fantasia e cção cientí ca intergaláctica, toda a saga tem uma base sólida para dar lições de vida ou reforçar

[ CAPA ]
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conhecimentos acadêmicos, podendo ser utilizada em aulas de Língua Portuguesa e Gramática, Ciências Exatas, Geogra a, Economia e Matemática.

Cinema Paradiso (1988): este sensível lme, além de falar muito sobre a história do cinema, ensina os alunos sobre qual é o valor de uma mentalidade imaginativa e que o aprendizado nunca é concluído; na verdade, ele é uma longa jornada.

Chamou-me Malala (2015): este lme sobre Malala Yousafzai, a adolescente paquistanesa ganhadora do Prêmio Nobel, a apresenta como modelo inspirador e, ao mesmo tempo, como uma adolescente com a qual a turma pode se identi car. O que é preciso para ser um herói da vida real? Faça os estudantes explorarem esse tópico e documentarem suas ideias sobre fazer a diferença no mundo.

Dicas de aplicativos e sites para trabalhar com vídeo YouTube – Clássico, pontual e e ciente. Lembre-se de fazer uso do recurso de legenda para que os alunos possam assistir ao vídeo e ler ao mesmo tempo. E, é claro, seja criterioso ao selecionar os vídeos.

TikTok – A rede social que viabiliza o compartilhamento de vídeos de curta duração, editados ou não, com músicas, efeitos especiais, ltros e outros recursos, chegou de ninho e, pelo jeito, para car. Utilizá-la como ferramenta educacional é a oportunidade de promover um trabalho que envolva os estudantes, partindo de uma plataforma com a qual conversam e se relacionam. Desde a criação de vídeos, em vez de tarefas escritas, até usar o audiovisual como parte de uma apresentação, as formas criativas de usufruir desta rede social são muitas.

Nearpod – Ideal para criar apresentações envolventes, agrupa vídeos e até adiciona questionários e veri cações de compreensão ao longo do caminho da tarefa.

Edpuzzle – Possibilita adicionar perguntas ao longo de um vídeo usando áudio ou os recursos de comentários. Funciona especialmente bem em salas de aula invertidas, em que os alunos podem assistir a um vídeo individualmente ou em casa.

TED-Ed – Você sabia que o TED-Ed conta com uma ferramenta integrada com o TED Talks para a criação de aulas? É uma ótima maneira de os professores adicionarem contexto aos vídeos, e os alunos também podem usá-la para demonstrar o que sabem e criar seus próprios vídeos instrutivos.

e Story of Movies – Para os que dominam o inglês, o e Story of Movies (www.storyofmovies.org) é uma iniciativa educacional gratuita muito interessante para ir além da exibição. Resultado de uma parceria entre educadores e cineastas importantes, como Martin Scorsese, seu objetivo é ajudar os professores a criar um currículo por meio do qual os alunos possam entender melhor a linguagem do cinema. Ao apresentar aos jovens o cinema clássico, o programa incentiva a valorização do cinema como documento artístico, cultural e histórico, levando à conscientização sobre a importância dos direitos dos artistas e da necessidade de proteger o patrimônio cinematográ co. Além disso, destina-se a levar a nova geração a pensar criticamente sobre o que vê em um lme e a considerar o processo de lmagem e as decisões tomadas. Também ajuda a colocar os lmes em um contexto histórico, usando-os como trampolim para conversas sobre questões sociais.

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*Por Telma Guimarães

No meu tempo como aluna, a leitura era algo extremamente natural no nosso dia a dia. O professor, logo que chegava para a aula, trazia um livro e comentava sobre o tema, aguçando a nossa curiosidade. A biblioteca a que tínhamos acesso era muito boa; logo encontrávamos o livro para a retirada e leitura.

O educador é, então, aquele que joga a isca. Pode ser a capa de uma obra, um trechinho que conte aos alunos; ele lança o aperitivo, a propaganda desse produto tão atraente que é o livro. Se ele consegue puxar a cordinha mágica, já temos meio caminho andado.

Ao ouvir, compartilhar leituras na escola, nós nos conectamos com um mundo imaginário. Encontramos nas histórias outras possibilidades, esperança, diversão, uma conexão entre os familiares e os amigos.

A leitura não pode ser encarada como tarefa chata. É diversão, brincadeira; o estudante precisa sentir prazer ao ler – o mesmo prazer que sente ao brincar, ao assistir televisão, porque a leitura é lúdica.

Cabe ao professor puxar esses fios, talvez como um mágico, atraindo o aluno para mais e mais perto dos textos. Ele pode sugerir temas e formatos variados, de histórias de suspense, humor e fantasia até HQs, para que todos os estudantes sejam contemplados em seus gostos literários.

É tão bacana ter uma pasta com recortes de jornais com notícias atuais, manter uma variedade grande de leituras, para que o aluno, assim,

possa ter um repertório variado e passe a escrever seus próprios textos, com temas livres ou orientados pelo professor.

O professor vai abrindo um leque de muitas possibilidades literárias e conseguiria um retorno bem mais consistente se o estudante, ao chegar na sua casa, continuasse tendo acesso a livros, revistas e jornais. Se, pelo contrário, ele não tiver tal acesso, que certamente faria dele um excelente leitor, todo o esforço vai se perder.

A leitura na escola só se completará se a família perpetuar esse chamado mágico, contemplando a criança ou o jovem com outras leituras.

No que a família pode melhorar? Investir na leitura de livros e nas visitas às bibliotecas, claro, passar pelas livrarias e deixar que as crianças ou os jovens escolham os livros, contar histórias familiares e resgatar memórias afetivas. O aconchego, a memória, a lembrança, tudo isso ajuda a abraçar esse livro que vem depois. E tudo pode completar-se de forma harmoniosa.

Penso que quem lê muda o mundo. Se todos tivessem essa oportunidade, não teríamos tanta violência e falta de informação. A leitura abre caminhos, aproxima, faz voar. Nunca somos os mesmos depois de uma leitura.

O professor, enfim, tem um papel fundamental para a orientação de seus alunos quanto à leitura, compartilhando, puxando esses fios mágicos que nos levam para o mundo fantástico – e transformador! – da leitura.

Quem é a autora deste artigo?

Telma Guimarães é uma escritora paulista, nascida na cidade de Marília e formada em Letras Vernáculas e Inglês pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi professora de Inglês na rede estadual de ensino em uma escola de Campinas (SP), onde reside há alguns anos.

Seus primeiros livros infantis foram publicados em agosto de 1988: “Cara de pai”, pela Loyola, “O sopão da Bruxaluca” e “A tarta-luga”. Em 1989, recebeu da APCA o título de Melhor Autora em Literatura Infantil com seu livro ”Mago Bitu Fadolento”.

No ano de 1995, decidiu abraçar de vez a literatura infantil e juvenil e deixou a sala de aula. Tem mais de uma centena de títulos publicados, e, em 2022, quando completou 35 anos de carreira, lançou “Enquanto seu lobo não vem” pela Editora do Brasil. Como o próprio título sugere, a autora usou como base para a obra a canção infantil popularmente conhecida e criou uma divertida narrativa sobre enfrentar medos, explorar o desconhecido e descobrir e respeitar a nós mesmos, com uma boa dose de fantasia e imaginação.

Ainda pela Editora do Brasil, a talentosa autora publicou outros títulos, como “A invenção de Celeste”, “Um brinquedo diferente”, “Quem pegou minhas pintas?”, “Uma outra princesa”, “A smart grandma”, “Um toque de mestre”, “Todo mundo junto”, bem como a coleção bilíngue “biClássicos”, “Etevildo e a festa do pijama” e “O caso arrepiante do Esqueleto Astolfo”, escrito em parceria com Jonas Ribeiro.

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[ARTIGO ] 2023 | Arco43 em Revista nº 8 | 19
Qual é o papel do professor na orientação de seus estudantes quanto à leitura?

Uso de telas na infância: sim ou não? Por quê?

As telas estão em praticamente todos os lugares. Telefones celulares, tablets e computadores são parte do cotidiano de uma boa parcela da população brasileira, sem contar que esses recursos também são usados como ferramenta de ensino nas escolas.

Além disso, a pandemia da Covid-19 trouxe um grande desa o para todas as famílias. De repente, todos fomos surpreendidos com a ordem de “trancar todo mundo em casa”. Sem poderem sair ao ar livre para brincar, encontrar os amigos e ir à escola, as crianças e os adolescentes caram com ainda mais acesso às telas, o que tornou esse controle ainda mais difícil, e podemos até imaginar que o tempo de uso delas entre esses grupos tenha aumentado bastante.

Deixando as preferências e os inconvenientes de lado, o intuito aqui não é estabelecer certo e errado, e sim mostrar que o equilíbrio é sempre possível.

O que é o equilíbrio no uso de telas na infância?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em seu Manual de Orientação #MENOS TELAS #MAIS SAÚDE, constata que crianças têm tido acesso precoce a equipamentos como celulares, tablets e computadores, seja em ambiente público, na escola ou em casa – a chamada exposição passiva. Entretanto, há casos em que o recurso é visto pelos cuidadores como um dos modos de entreter a criança.

Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é muito comum em bebês que cam excessivamente expostos a essa forma de distração. Outro ponto de atenção é o tipo de luz usada nesses equipamentos,

que bloqueia a produção de melatonina e desregula a rotina de sono, tão importante para promover a produção de hormônios necessários para o crescimento corporal e mental.

A exposição excessiva e precoce a telas também pode causar, entre outros problemas, irritabilidade, ansiedade e depressão, transtornos do dé cit de atenção e hiperatividade, transtornos alimentares, como obesidade, anorexia e bulimia, além do risco de acesso a conteúdos inapropriados para a faixa etária.

A empresária Simone Ornelas, mãe do Matteo, de 3 anos, conta que decidiu restringir o uso de telas para o lho pois percebeu agitação e ansiedade fora do normal para uma criança da idade dele ao acessar o celular, por exemplo. Segundo ela, manter a decisão tem sido um desa o, pois a maioria das crianças de seu convívio, com a mesma faixa etária, usa algum equipamento tecnológico. “Procuro distraí-lo com atividades de desenhar, colorir, e aproveito que ele gosta muito de carrinhos e bonecos de super-heróis. Com isso, nós resgatamos a brincadeira em casa”, relata. A escola que o Matteo frequenta também não dá acesso a telas para crianças nesta idade, segundo a mãe, o que facilita muito manter a conduta em casa. “Em situações de extrema necessidade, como se estamos em um restaurante e ele começa a car mais impaciente, eu libero o uso do celular, [mas] com tempo e conteúdo controlado”, conta. A mãe do Matteo diz que a relação dos adultos de sua casa com os equipamentos eletrônicos segue a mesma premissa. “Não temos videogame, só uso o computador para trabalho e evito

[ INFÂNCIA ]
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“Procuro distraí-lo com atividades de desenhar, colorir, e aproveito que ele gosta muito de carrinhos e bonecos de super-heróis. Com isso, nós resgatamos a brincadeira em casa” – Simone Ornelas

o celular quando ele está acordado. Tento organizar a minha rotina para estar disponível quando ele chega da escola”, completa.

O controle fica com o adulto

Manter as crianças totalmente alheias ao uso de telas é quase impossível nos dias atuais; contudo, o controle desse acesso deve estar sempre por conta de um adulto. Con ra algumas dicas para manter os pequenos na linha analógica pelo maior tempo possível.

• Tempo online

A SBP recomenda que, no caso de crianças menores de 2 anos, se deve evitar a exposição desnecessária e tomar cuidado com a forma passiva de acesso (ambientes com televisão ligada, como restaurantes,

por exemplo). Entre 2 e 5 anos, não deixe passar de uma hora online por dia. De 6 a 10, o uso deve ser de, no máximo, duas horas, e para os grandinhos, entre 11 e 18 anos, limitado a três horas.

• Acesso controlado

A tecnologia eliminou fronteiras, ou seja, a internet é um mundo aberto por meio de uma tela. Sendo assim, não permita que crianças e adolescentes quem isolados ao acessarem computador, tablet, celular, smartphones ou usando webcam. Traga-os sempre para um ambiente comum aos demais na casa.

• Qualidade de conteúdo

Manter-se totalmente longe das telas é quase inevitável, mas cuidar para que a informação acessada seja positiva é de suma importância e responsabilidade do adulto. Visualizar programas, jogos e aplicativos antes de permitir o uso é sempre uma boa alternativa. No caso de televisão, use o controle para idade, disponibilizado pelos serviços de assinatura. Isso evita que a criança veja conteúdos impróprios, mesmo que acidentalmente. Procure assistir à programação com a criança e aproveite para discutir sobre o que estão assistindo, explicando, inclusive, como a publicidade é apresentada. Essa dica pode ser aplicada também quanto ao uso da internet: esteja sempre atento aos jogos e aplicativos utilizados pela criança, por exemplo.

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ESG na educação

Possível e fundamental para a formação de cidadãos mais conscientes

Governança Ambiental, Social e Corporativa é a tradução livre da sigla ESG, que, em inglês, signi ca Environmental, Social, and Corporate Governance. O termo ESG foi popularmente usado pela primeira vez em um relatório de 2004 intitulado “Who Cares Wins” (“Quem se importa ganha”, em tradução literal), iniciativa conjunta de instituições nanceiras a convite da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse documento apresenta pilares que ajudam as partes interessadas a entender como uma organização gerencia riscos e oportunidades relacionados com critérios ambientais, sociais e de governança. No mundo corporativo, este assunto está na pauta dos decisores da

maioria das empresas, porque aplicar esses princípios contribui para a valorização das marcas no mercado. Organizações governamentais e nanceiras responsáveis por avaliar a adequação das empresas aos pilares ESG desenvolveram parâmetros para medir até que ponto uma determinada corporação está alinhada a essas metas. O movimento da ONU pela adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciado em 2015, é o critério mais utilizado para tal avaliação.

Nesta matéria, além do conceito de ESG, apresentaremos dicas para sua implementação no ambiente escolar.

Ambiental

Pilar que considera práticas para o gerenciamento de risco dos fatores ambientais da organização, ou seja, como a empresa trata de questões ligadas à sustentabilidade, como emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa e administração dos recursos naturais, além de riscos climáticos físicos, como inundações e incêndios. No ambiente escolar, por exemplo, pode-se pensar na incorporação da prática pela instituição de acordo com um programa de reaproveitamento de água ou com a inclusão, no currículo escolar, de projetos de reciclagem de lixo desenvolvidos pelos alunos, que, por sua vez, podem ser levados como exemplo para suas próprias casas.

Social

Nesse pilar está o ativo mais importante da empresa: as pessoas. Entre as métricas que são medidas conforme este princípio pede, inclui-se a gestão do capital humano com as suas condições de trabalho, incluindo salário, benefícios e jornada de serviço adequada,

entre outros fatores. O relacionamento de uma organização com outras partes interessadas também é relevante, levando em conta como as expectativas de impacto social se estenderam para fora dos muros da empresa em pontos de contato com parceiros e a sociedade em geral.

Essa prática pode ser desenvolvida pela gestão escolar de acordo com algumas exigências relacionadas com as empresas prestadoras de serviços, tais como entender as condições de trabalho dos funcionários terceirizados, auditando, entre outras coisas, suas jornadas.

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Por dentro da sigla ESG e exemplos de aplicação no ambiente escolar
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Corporativa

Governança corporativa refere-se a como uma organização é liderada e gerenciada. Em uma análise ESG, será avaliado como os incentivos da liderança estão alinhados às expectativas das partes interessadas, como os direitos dos acionistas são observados e respeitados e que tipos de controles internos promovem a transparência e a responsabilidade por parte da liderança. Uma escola pode ter como iniciativa a apresentação de um relatório periódico de resultados, sejam eles nanceiros, relativos a taxas de aprovação de alunos em processos seletivos ou referentes a qualquer outra métrica relevante para as partes envolvidas.

Agenda ESG nas escolas

Se no ambiente corporativo o tema ESG virou parte prioritária da agenda da maioria dos decisores, no ambiente de educação não poderia ser diferente. A escola é uma instituição prestadora de serviços e se envolve com as partes interessadas, incluindo professores, pais, alunos e a comunidade local. Sendo assim, a forma como a instituição escolar é administrada e que método de ensino utiliza, bem como se é transparente em suas ações e a maneira como se relaciona com a sociedade, são pontos que estão em constante observação.

Obviamente que, ao ler este material, você pode estar imaginando se é possível implementar esses princípios na sua escola, já que tantos desa os se apresentam no sistema educacional brasileiro.

O reitor da Unigranrio e embaixador do Grupo de A nidades LGBTQIA+ da Afya, Denis Lopes, a rma que não só é possível, como também fundamental. “É preciso

criar esta cultura no ambiente escolar, desde as primeiras séries até o Ensino Superior. No entanto, devemos evitar o modismo, pois corremos o risco de optar por uma agenda que não vamos cumprir, algo que tem sido recorrente em algumas empresas ao levantarem bandeiras que não conseguem sustentar”, enfatiza.

Para isso, a primeira dica do reitor é formar um comitê que será responsável pelo planejamento das ações. “A proposta do comitê deve ser coerente com o plano de desenvolvimento da instituição e passar pela aprovação de um conselho. Após esta etapa, é chegada a hora de elaborar um plano tático, ou seja, por onde começar e quais ações fazem sentido com o cenário da escola ou universidade”, destaca Lopes.

Outro ponto importante é que o gestor da instituição escolar precisa ser o grande patrocinador do projeto, com quem o plano prático deve estar bem alinhado: “É imprescindível de nir com a linha de comando quais são as metas e objetivos, estabelecer a agenda prioritária de acordo com o que se entende ser mais crítico e compreender que essas iniciativas não são de curto prazo”.

ESG além da sala de aula

A Unigranrio lançou recentemente o curso de MBA em Gestão Estratégica de ESG, mas o reitor da instituição a rma que os pilares de ESG na educação não devem ser algo restrito à sala de aula. “Se vamos incluir [isso] no plano de ensino, temos de estabelecer um momento de prática para o estudante, que pode ser pensado considerando aspectos de localização. Até porque o objetivo desses projetos sempre deve ser o retorno para a sociedade, pois a vivência prática xa ideias, e, consequentemente, a criança vai se tornar um adulto mais consciente e levará a experiência para a sua carreira pro ssional. Com isso, podemos dizer que fechamos o ciclo”, completa Denis Lopes.

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Inclusão digital para os estudantes é premissa da Educação Básica

Apesar de todos os avanços da tecnologia e a aparente capacidade de poder trazê-la para os alunos com mais facilidade, a equidade nas experiências tecnológicas de ensino ainda é assunto recorrente quando se trata de educação digital – algo que já era complexo e foi agravado com o ensino remoto, durante e após o ápice da pandemia de Covid-19.

Como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) continuam a dominar todos os âmbitos de uma vida, a necessidade de alfabetização digital é mais do que urgente na Educação, e ela só começa com a inclusão verdadeiramente aplicada nas escolas.

Entre todas as tecnologias que ajudam a preparar os jovens para o futuro, a internet é, provavelmente, a mais básica e a mais importante. Eles também precisam ter certeza de que poderão ter acesso a essa ferramenta, o que nem sempre corresponde à realidade. No Brasil, segundo o estudo “O abismo digital no Brasil”, do Instituto Locomotiva e da consultoria PwC,1 71% da população não consegue usar a internet todos os dias. Esses “desconectados” representam 20% da população com mais de 16 anos. Já os “subconectados” e os “parcialmente desconectados” equivalem, respectivamente, a 25% e 26% da população. Além disso, esses grupos são formados principalmente por pessoas negras, das classes C, D e E, e com menos escolarização.

A exclusão digital mais do que separa pessoas que têm acesso à internet daquelas que não têm; ela impede

1 Informações disponíveis em: https://www.pwc.com.br/pt/estudos/ preocupacoes-ceos/mais-temas/2022/O_Abismo_Digital.pdf

que parte da população se torne cidadãos digitais, ou seja, os afasta de existir em plenitude na atualidade. Por sua vez, a inclusão consiste justamente em viabilizar que todas as pessoas contribuam e se bene ciem da economia e das sociedades digitais. De acordo com a Comissão Europeia (instituição que contribui em estratégias políticas e sociais da União Europeia), isso signi ca trabalhar nos seguintes aspectos:

• Acesso às TICs, garantindo infraestrutura, preços acessíveis e, também, facilidade de uso;

• Oferecimento de tecnologias assistivas que facilitem a conexão de pessoas com de ciência que, de outra maneira, não seriam capazes de usá-las;

• Estímulo à alfabetização digital, incluindo formação em TICs na Educação Básica e aprendizagem ao longo da vida para todos os usuários;

• Base em inclusão social, com foco nos setores mais desfavorecidos da sociedade e em programas especí cos que os ajudem a entrar no mundo digital.

24 | Arco43 em Revista n [ EDUCAÇÃO NO BRASIL ] º 8 | 2023
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Iniciativas em prol da inclusão digital No Brasil, esforços para aprimorar a inclusão digital já estão em andamento há algum tempo. Entre os principais programas públicos, destacam-se:

• O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), criado para promover o uso da tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público;

• O Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), direcionado prioritariamente a comunidades em estado de vulnerabilidade social, que não têm outro meio de inserção no mundo das TICs;

• O programa Cidades Digitais, que visa à modernização da gestão, ampliação do acesso aos serviços públicos e promoção do desenvolvimento dos municípios brasileiros por meio da tecnologia;

• O Programa Computadores para Inclusão, espaço físico adaptado para o recondicionamento de equipamentos eletroeletrônicos e para a realização de cursos e o cinas voltados para a formação cidadã e pro ssional de jovens em situação de vulnerabilidade social;

• O Programa Wi-Fi Brasil, da Gesac, direcionado prioritariamente a comunidades em estado de vulnerabilidade social, que não têm outro meio de serem inseridas no universo das TICs.

Além disso, no nal de setembro de 2022, o Ministério da Educação (MEC) homologou o parecer CNE/CEB 2/2022, que de ne o ensino de Computação na Educação Básica de todo o país, em complemento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os próximos passos de implementação devem ocorrer em até um ano e, em conformidade com as normas aprovadas, caberão aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal, considerando não apenas a BNCC, como também a legislação e as normas educacionais. Este é um importante passo para equalizar a escola, os estudantes e os tempos vividos. A nal, como é possível desenvolver as habilidades fundamentais da era digital sem a presença da computação na educação? Como formar cidadãos para o mundo hiperconectado, sendo que nem todos têm essa conexão desde a base? Ou seja,

esta é uma medida necessária e que, de certo modo, já vem atrasada. Segundo o parecer homologado, os países que incluíram o ensino de Computação na Educação Básica o zeram há mais de uma década e a partir dos Anos Finais do Ensino Fundamental ou Ensino Médio. Com a chegada eminente do 5G no país e as promessas de aplicações de Virtual Reality (VR), ou Realidade Aumentada (RA), e de expansão da Internet das Coisas (IoT), além de mais uidez nas conexões e possibilidades de simulações que terão a capacidade de aproximar o ensino de situações reais, correr contra o tempo fará toda a diferença para a Educação do hoje e do amanhã. Porém, não se deve jamais deixar de pensar na realidade do país: “Considerando as desiguais idiossincrasias brasileiras, deve-se ponderar os melhores meios para a execução de políticas públicas educacionais, a m de que a Computação não seja privilégio e sim direito das e dos estudantes do Brasil, respeitando suas singularidades, necessidades e modalidades educacionais existentes”, conforme indica o Parecer CNE/CEB nº 2/2022.

Ou seja, os desa os de cada contexto precisam ser superados para que se alcance uma verdadeira efetivação da política pública. Para isso, o documento sinaliza que a implementação do ensino de Computação pregura um conjunto de ações e políticas necessárias para que os resultados sejam positivos:

1. Formação de professores;

2. Currículo adequado;

3. Recursos didáticos compatíveis com os objetivos e direitos de aprendizagem;

4. Implementação conforme gradação por ano e etapa de ensino;

5. Gestão do processo de implementação;

6. Avaliação.

A inclusão digital deve ser praticada e orientada por políticas. Isso ajuda a garantir melhor acesso a software, conteúdo digital e outros recursos, resultando em uma experiência de aprendizado mais e caz para alunos de todas as idades. Pensar na inclusão digital como um projeto também pode ajudar os líderes educacionais a encontrar soluções a curto, médio e longo prazo.

2 Todos os conteúdos da Editora do Brasil, tanto os relacionados com o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) como os relacionados com a rede privada, contam com recursos digitais atrelados às produções.

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Agenda do 1o semestre

O ano de 2023 promete ser agitado e repleto de muitos aprendizados, especialmente com a Editora do Brasil. O primeiro semestre do ano já está recheado de eventos especiais; venha conferir!

Maio

Conexão Didática

Gratuito e com a participação de vários autores e autoras, esse evento reconhece a bibliotecária e o bibliotecário como guardiões do espaço em que os livros esperam pelos seus leitores. Durante o encontro, serão realizados sorteios, e os participantes receberão um certi cado, assim como um voucher de desconto na loja online da Editora do Brasil. Imperdível!

Maio

A maior feira de tecnologia e educação do Brasil, com mais de 250 expositores, acontecerá entre os dias 9 e 12 de maio, na capital de São Paulo. O diferencial de 2023 será um evento focado em Ensino Superior e Pro ssional – Ahead by Bett. A Editora do Brasil marcará presença com um estande no evento, um espaço reservado para entretenimento, surpresas e apresentações de muitas novidades para o ano.

Evento de grande sucesso da Editora do Brasil e que chegará à 3ª edição, a programação do Conexão Didática é desenvolvida especialmente para os educadores e os gestores escolares. Este é um encontro com especialistas, apresentado por Marcos Keller e com a participação de renomados palestrantes, que discutem diversos temas importantes e que impactam a vida pro ssional e pessoal de cada um de nós. Aqui estão alguns nomes que participaram das edições de 2021 e 2022:

• Helena Leitão (gerente de Marketing da Editora do Brasil);

• Priscila Boy (pedagoga, Pós-graduada em Antropologia Filosó ca e docência do Ensino Superior, é especialista em BNCC e currículo e reforma do Novo Ensino Médio);

• Roberto Shinyashiaki (autor de 29 best-sellers, vendeu mais de 9 milhões de exemplares e impactou mais de 5 milhões de vidas com suas palestras e treinamentos).

O evento será online e acontecerá no dia 16 de maio, um encontro repleto de sorteios especiais. Então, já sabe: que de olho em nossas redes sociais para acompanhar as notícias do 3º Conexão Didática!

2023 | Arco43 em Revista nº
4º Encontro Editora do Brasil para Bibliotecários e Mediadores de Leitura Bett Brasil

A importância de discutir sobre a saúde da mulher nas escolas

Ocorpo humano sempre será estudado. Por mais avançada que a ciência seja, pelo mais alto nível de inteligência que o ser humano alcance, ainda haverá mistérios a serem desvendados, sejam de aspecto emocional, intelectual, social ou biológico. Nosso corpo tem capacidades imensuráveis, e apesar de sermos singulares e distintos, somos todos feitos da mesma matéria. Então, por que alguns assuntos ainda são considerados tabus e pouco discutidos nas escolas?

O corpo da mulher é o habitat natural da vida. Sua capacidade de gerar o princípio de nossa existência é motivo de estudo, análise, admiração, respeito e orgulho. Por isso, vamos falar sobre a saúde da mulher e as razões pela qual ela deve ser pauta obrigatória na Educação Básica.

A realidade das mulheres em dados

A discussão sobre saúde da mulher só foi ampliada no começo do século XX; antes disso, era relacionada apenas com a gestação e o parto. Mesmo nos dias de hoje, observamos dados preocupantes acerca de vulnerabilidade, pobreza menstrual e mitos que atrapalham a aprendizagem feminina. Uma pesquisa desenvolvida pela Johnson & Johnson Consumer Health analisou que 28% das brasileiras de baixa renda são diretamente afetadas pela pobreza menstrual, ou seja, por volta de 11,3 milhões de mulheres, sendo que 40% delas se encaixam na faixa etária de 14 a 24 anos. Assustador, não?

A Organização das Nações Unidas

(ONU) reconhece a pobreza menstrual como um problema de saúde pública e de Direitos Humanos, envolvendo não apenas a inacessibilidade

[ EDUCAÇÃO E SOCIEDADE ] 28 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023 Imagens: Shutterstock

a absorventes, ao saneamento básico e ao conhecimento, mas também a saúde emocional, prejudicada pelo estresse, pela discriminação, pelo constrangimento e incômodo do ciclo menstrual vivido por essas mulheres.

Outros dados graves, mostrados no estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência de desenvolvimento internacional da ONU, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), são que, no Brasil, 713 mil pessoas que menstruam não têm acesso a banheiros em casa e mais de 4 milhões não encontram o mínimo de itens de cuidado e higiene menstrual nas instituições de ensino. Por isso, falar sobre dignidade menstrual nas escolas, em casa e entre amigos, pode gerar, mesmo que aos poucos, um movimento de conscientização e acolhimento para conquistar um futuro com acesso comum ao mínimo necessário, proporcionando a todas as mulheres o direito de serem livres, com corpos saudáveis.

Saúde da mulher é prioridade

Funcionamento do organismo, entendimento do próprio corpo, gravidez, hormônios, mudanças físicas, cuidados, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), contracepção, direitos, saúde íntima e emocional são assuntos essenciais com que estudantes de todas as redes de ensino devem ter contato por meio da grade escolar, para, assim, expandir conhecimentos e facilitar o acesso ao bem-estar e a promoção da qualidade de vida.

Uma a cada cinco jovens não vai à escola quando está no período de menstruação por não ter absorventes, a rma uma pesquisa da ONG Associação de Ensino Social Pro ssionalizante (Espro), e mais de 60% de adolescentes já deixaram de ir a algum lugar por se sentirem desconfortáveis nessa situação, expõem, também, UNICEF e UNFPA. Os dados revelam como essa falta de acesso a itens básicos de higiene afeta o desenvolvimento estudantil das jovens.

Para transformar essa realidade, não só o governo, mas também professores, dirigentes escolares e prossionais da Educação, devem lutar pela criação de programas de incentivo à saúde da mulher, projetos de saúde e captação de recursos como absorventes, roupas íntimas e sabonetes, para que essas meninas consigam estudar e viver de maneira adequada.

Falar sobre a saúde da mulher é interpretar a vida

Em sala de aula, é preciso ensinar não apenas os direitos e as questões que envolvem o corpo da mulher,

mas também como elas devem cuidar e proteger de sua saúde em todas as áreas. Exemplos: incentivar a prática de atividade física; a importância de uma boa alimentação; necessidade de realização de exames de rotina; ter momentos de lazer; cuidados com a saúde mental; atentar-se a doenças; conhecer o próprio corpo; saber quem procurar quando precisar de ajuda; e dicas de defesa pessoal em situações de perigo.

As redes sociais também são uma ótima maneira de propagar conhecimentos. Acompanhar institutos e ONGs dedicados a esses temas, que trabalham e lutam pelo reconhecimento das necessidades de saúde digna da mulher, é um modo dinâmico e fácil de captar informações. Para nalizar, seguem dicas de duas páginas mundialmente reconhecidas e que valem ser acompanhadas no Instagram: @girlupbrasil e @menstrualhygieneday (esta última é indicada para quem entende Inglês). Vamos, juntos, transformar realidades?

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

BIMBATI, Ana Paula. Por falta de absorvente, uma a cada 5 jovens falta à escola, diz estudo. Pobreza menstrual. UOL Educação. 6 fev. 2022. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/2022/02/06/jovens-pobreza-menstrual-falta-absorvente.htm>. Acesso em: 6 de dez. de 2022.

MATOS, Wilian. Dignidade menstrual é tema de debate. UNFPA Brazil 7 jun. 2022. Disponível em: <https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/dignidade-menstrual-%C3%A9-tema-de-debate#:~:text=O%20estudo%20 %E2%80%9CPobreza%20Menstrual%20no,de%20cuidados%20menstruais%20nas%20escolas>. Acesso em: 6 de dez. 2022.

POBREZA menstrual. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola. uol.com.br/geografia/pobreza-menstrual.htm>. Acesso em: 6 dez. 2022.

2023 | Arco43 em Revista nº 8 | 29

O papel das escolas na superação do preconceito

Por sua história ter sido construída em meio a sobreposições políticas, econômicas e étnicas, o Brasil é um país muito rico em pluralidade cultural. Formado pela diversidade de grupos sociais, com comportamentos, ascendências, hábitos e costumes distintos, a consciência de coletividade e o entendimento da multiplicidade humana já deveria fazer parte de nós, desde as nossas primeiras interpretações sobre o mundo.

A sociedade molda, dentro de diferentes grupos sociais, conceitos distorcidos que interferem na percepção da realidade em pessoas ainda bem jovens, criando estereótipos. Por isso, não só na escola, mas também em todos os ambientes sociais, como em reuniões de família e de amigos e no ambiente de trabalho, a conscientização da ética e da luta contra o preconceito deve estar presente e ser constante.

Efeitos do bullying na distorção de identidades

Padrões sociais são estabelecidos pela sociedade desde o início da História humana, mas os efeitos que suas imposições podem provocar são graves e devem ser expostos. Quem não se enquadra nos “conceitos de normalidade” é reconhecido com estranhamento e inferioridade, perdendo até mesmo o direito de viver sua própria identidade.

A intolerância e a discriminação geram con itos e violência não só externos, como também internos. Dados do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística

(IBGE) mostram que 23% dos estudantes brasileiros foram vítimas de

bullying nas escolas.

Os preconceitos raciais, sociais, religiosos, de orientação sexual, linguísticos e de gênero causam danos físicos e mentais di cilmente reparáveis. Depressão, ansiedade, baixa autoestima e tentativas de suicídio são exemplos do porquê isso se tornou um problema de saúde pública.

Padrões sociais são estabelecidos pela sociedade desde o início da História humana, mas os efeitos que suas imposições podem provocar são graves e devem ser expostos.

[ EDUCAÇÃO E COMPORTAMENTO ] 30 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023
devem

Escola em exercício da cidadania

As instituições de ensino são ambientes ideais para debates, rodas de conversas, dinâmicas, seminários e brincadeiras que ensinam sobre moralidade, ética, cidadania, justiça, solidariedade, inclusão e respeito de maneira leve e divertida, que passe longe da imposição, transformando-se em uma oportunidade de re exão que se conecte com a personalidade de cada aluno.

Viver em sociedade signi ca viver em conjunto e harmonia, prezando pela solidariedade, e é parte do currículo escolar agregar valores durante atividades em sala de aula, que orientam sobre nossos deveres, como cidadãos diversos, em prol da dignidade humana, propagando a valorização, a tolerância e o respeito mútuo diante das diferenças.

Vamos conhecer algumas ideias para que as aulas sejam atrativas e promovam o reconhecimento harmonioso das qualidades do ser humano. Contudo, lembre-se: é preciso que o professor se coloque no papel de aprendiz, junto aos estudantes, para que, juntos, construam as diretrizes que serão indicadas.

Estimulando a responsabilidade social

Vamos propagar o respeito, a empatia e a responsabilidade social encorajando diretrizes fundamentais?

Na sala de aula, o estímulo às perspectivas do raciocínio lógico, linguístico, artístico e espacial, entre outras, não devem ser as únicas lecionadas. É necessário, por exemplo, despertar a autonomia do aluno, bem como as capacidades de diálogo, convivência e tolerância, a luta pela igualdade de direitos e a participação social para, depois, cada um representar seu papel como ser humano.

Juntos na luta contra o preconceito dentro e fora do ambiente escolar!

Livro informativo contra a intolerância

Há forma melhor de aprender do que com literatura e livros informativos? Os livros constituem um papel importante ao instigar análises críticas e re exivas sobre nós mesmos e nossa relação com o mundo. Então, vamos usá-los para combater o preconceito em sala de aula? Uma dica especial é a obra “Racista, eu? – Afrobrasilidades e a luta antirracista”, escrita por Silvia Panazzo, Cristina Astol e Flavia Natércia. Dividida em sete trilhas, o livro retrata temas como racismo estrutural, branquitude, negritude e colorismo, hierarquias raciais, faces do preconceito, desigualdades sociais e raciais, provocando no leitor a consciência de luta pela transformação social e desconstrução do racismo para que, além de não sermos racistas, nos tornemos antirracistas. Trata-se de uma leitura extraordinária e indispensável nos dias de hoje.

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Imagens: Shutterstock

OBRAS PARA UMA EDUCAÇÃO Antirracista

Para apoiar os professores na jornada contra o racismo, a Editora do Brasil conta com obras que convidam crianças e adolescentes à reflexão e ao debate de maneira consistente e cuidadosa.

Conheça mais sobre as obras em editoradobrasil.com.br

MANUELA

De Regina

Rennó

FREDERICO, FREDERICO

De Simone

Mota

PRETINHO, MEU BONECO QUERIDO

De Maria

Cristina Furtado

QUE CABELO

É ESSE, BELA?

De Simone Mota

MAIORIA MINORIA

De Tânia

Alexandre Martinelli

GANGA ZUMBA

De Rogério

Borges

4O
3O
2O
5O
ANO
ANO
ANO
ANO

6O ANO 8O

BATERIA 100% CARREGADA De Severino Rodrigues

UM ENCONTRO COM A LIBERDADE De Júlio Emílio Braz

MEU AVÔ, OS LIVROS E EU OU COMO RESISTIR EM TEMPOS INCERTOS De Camila Tardelli

9O ANO E

AOS DEZESSEIS De Annelise Heurtier

VENTO FORTE, DE SUL E NORTE De Manuel Filho

O NAVIO NEGREIRO E outros contos de Castro Alves

RACISTA, EU? Afrobrasilidades e a luta antirracista

VOCÊ, EU, TODOS NÓS Direitos Humanos e sociedade De Isabel Lorch Roth

REFLEXÃO ANTIRRACISTA DE BOLSO Conversa preta: diálogos sobre racismo nas convivências por meio da educação e da literatura

De Sonia Rosa

ANO
De Cristina Astolfi, Flavia Natércia e Silvia Panazzo ENSINO MÉDIO
9O ANO E ENSINO MÉDIO

A importância da Educação Básica na formação escolar

Você sabe o que é a Educação Básica? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) a rma que essa etapa básica é obrigatória para todos os brasileiros a partir dos quatro anos de idade. É um direito que deve ser garantido a todo cidadão e consiste em três etapas: a Educação Infantil (entre 0 e 5 anos de idade), o Ensino Fundamental (dos 6 aos 14) e o Ensino Médio (dos 15 aos 17 anos).

Por ser obrigatória e fundamental para a formação de todo brasileiro, seria esperado que a educação de base fosse prioridade para o país. No entanto, a realidade difere muito desse raciocínio. Por exemplo, nos últimos anos, o Brasil não tem conseguido alcançar as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os Anos Finais do Ensino Fundamental, que, por sua vez, são essenciais no preparo para o Ensino Médio. Isso indica a necessidade de revisão das políticas educacionais para implementar melhorias no sistema educacional como um todo.

Diante desse cenário, há quem diga que o ensino já foi muito bom por aqui, com mais investimento por parte do poder público. Porém, é realmente possível a rmar que a educação brasileira já foi melhor do que a atual?

Saudosismo?

Quem nunca ouviu a frase “no meu tempo a escola não era assim”, que atire a primeira pedra. Por vezes, há

a crença, geralmente propagada por pessoas mais velhas, de que a educação de antigamente era mais rigorosa e e caz do que a atual. Mas será que isso é verdade?

Sobre o assunto, a professora Sueli Cain de Oliveira a rma que não é possível dizer que o ensino básico de antigamente era mais completo e exigente do que o atual, porém era, sim, mais apropriado ao período. “Por volta do ano de 1960, por exemplo, quando as pessoas que, atualmente, têm 60 anos estudavam, não havia meios para chegar às informações a não ser pela escola, que tinha o professor como o detentor do conhecimento, e, por esse motivo, criou-se a falsa ideia de que a escola era mais exigente e e caz, visto que o que era considerado e ciente era o acúmulo de informações”.

A professora, que é formada em Letras, Pós-graduada em Língua Portuguesa, Especialista em Educação e Mestre em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP), completa, dando um panorama do que mudou de lá para cá: “Hoje, os estudos e a experiência nos mostram que ter muita informação e não saber aplicá-la não é e ciente, mas desenvolver competências para saber aplicar conhecimentos na resolução de problemas, sim. Portanto, não podemos dizer que o investimento na educação era maior do que atualmente; são épocas diferentes que devem ser analisadas de formas diferentes”.

[ EDUCAÇÃO E FAMÍLIA]
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Imagens: Shutterstock

A desigualdade social na educação

Outra di culdade que atrapalha o ensino, mas que já é conhecida de longa data, é a desigualdade social, que afeta diretamente estudantes da Educação Básica até o Ensino Superior.

A condição foi ainda mais agravada pela pandemia da Covid-19, quando os professores se viram obrigados a se adaptarem, de uma hora para outra, a um novo

que nos permite replanejar e direcionar o caminho. Parece utópico quando falamos de escola pública, mas já presenciei, nos meus 45 anos na Educação, ações de escolas públicas para recuperar alunos em defasagem. Começaria com uma avaliação, para que pudessem ter dados su cientes para saber onde e como agir, e, em seguida, montaria um plano de ação com metas e períodos para reavaliar esses alunos. Além disso, as metodologias devem ser mais adequadas à faixa etária e mais próximas à realidade dos alunos. Uma escola desconectada com os alunos os afasta, [e] não só em época de pandemia”.

Como os pais e responsáveis podem auxiliar nessa tarefa

A leitura também tem um papel muito importante para a formação escolar como um todo. Os pais e familiares, se tiverem condições, podem e devem ajudar a criança, acompanhando-a em leituras com perguntas (primeiramente, de compreensão), para que identi que o tema discutido, e, depois, sobre o texto em si.

modelo de ensino – e muitos deles ainda sem contar com qualquer tipo de capacitação prévia. Os alunos também precisaram enfrentar os desa os de aprender à distância, lidando com a escassez de recursos como internet de qualidade, espaço apropriado para o estudo, dispositivos em que pudessem acompanhar as aulas e até perdas essenciais na família.

Então, como recuperar esses estudantes e o que é possível fazer pela educação com essa conjuntura?

Para Sueli, ainda existe luz no m do túnel. “A tecnologia ajuda nestes momentos, nos mostrando onde se encontram as defasagens, por meio de relatórios, o

Para Penélope Martins, formada e Pós-graduada em Direito, autora e consultora em leitura literária da Editora do Brasil, instigar a leitura e o conhecimento é uma parte essencial para o projeto de aprendizagem: “Todas as pessoas buscam aprender para viver melhor, é uma condição para nossa sobrevivência. Uma escola não vai oferecer o aconchego do lar, por melhor que ela seja, tampouco vai conseguir suprir necessidades de vínculos parentais e de origem. Família, escola e comunidade precisam agir em conjunto, com diálogo franco e honesto, para ampliar toda a potência do desenvolvimento humano. Tudo isso é educação. Precisamos de todos para nos educarmos em prol da sociedade justa que queremos. E eu creio que a maioria deseja que assim seja”.

“Hoje, os estudos e a experiência nos mostram que ter muita informação e não saber aplicá-la não é eficiente, mas desenvolver competências para saber aplicar conhecimentos na resolução de problemas, sim (...)”
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– Sueli Cain de Oliveira

Brasil prevê déficit de 235 mil professores na Educação Básica até 2040

Apalavra “professor” tem origem no latim professus , que, por sua vez, significa “aquele que declarou em público”. A derivação é do verbo profitare , ou “professar”, em português, que nada mais é do que “declarar publicamente ou afirmar perante todos”. A História também registra o filósofo chinês Confúcio, que começou a passar seus ensinamentos a qualquer pessoa disposta a aprendê-los, como o primeiro professor do mundo.

A pro ssão de professor foi criada na Idade Média, quando esta gura passou a ser muito valorizada no processo educacional, pautado, à época, pela Igreja Católica. No entanto, existem registros de que no século XVI já existiam grupos de religiosos que se dedicavam a ensinar leigos.

No Brasil, foi em 1553 que chegou Padre José de Anchieta, considerado o primeiro professor em terras brasileiras, que, por meio da catequese, ensinava os indígenas sobre o cristianismo.

Apagão de professores

Durante anos, o professor foi uma das guras mais importantes para a sociedade, visto que, por décadas, era o único detentor do conhecimento. Estava sob sua responsabilidade passar ensinamentos aos estudantes. Entretanto, nos últimos anos, houve uma crescente falta de interesse pela pro ssão, inclusive entre aqueles que já atuam na área. Recentemente, o Instituto Semesp, centro de inteligência analítica criado pela Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), entidade que representa mantenedoras de Ensino Superior do Brasil, divulgou uma pesquisa que mostra queda na formação de educadores.

O estudo aponta que o dé cit de professores na Educação Básica pode chegar a 235 mil em 2040. Entre os jovens, a procura por cursos de Licenciatura é pouca, por conta de precarização da pro ssão, baixa remuneração e falta de reconhecimento. Também

[ EDUCAÇÃO E SOCIEDADE ]
36 | Arco43 em Revista nº 8 | 2023 Imagens: Shutterstock

foram registrados os casos dos que deixaram o cargo por envelhecimento e, consequentemente, se aposentaram, além daqueles que abandonaram as salas de aula em razão de péssimas condições de trabalho e condições precárias em algumas escolas.

A apuração da Semesp mostra que, entre os anos de 2010 e 2020, houve uma queda de 9,8% no ingresso de alunos com até 29 anos de idade em cursos superiores de Licenciatura, considerando as modalidades online e presencial.

Áreas de interesse

Biologia, Química, Educação Física, Ciências Sociais e Letras são, nessa ordem, as áreas de conhecimento com menor procura entre os futuros professores. A apuração do questionário socioeconômico do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mostrou que 35% dos estudantes dizem ter escolhido a Licenciatura por vocação e 21% por considerarem ser esta uma pro ssão importante. No entanto, pelo menos 5% responderam que não pretendem seguir a carreira após a conclusão do curso.

Como mudar o futuro

Os especialistas da Semesp acreditam que melhorar as condições de trabalho do professor é um dos caminhos para reverter essa situação caótica que se desenha no Brasil. Entre as principais medidas, estão o investimento na carreira, que favorece o desenvolvimento de novas habilidades, criar uma rede de apoio, incrementos no pacote de benefícios e, obviamente,

Outro dado apurado refere-se ao aumento na procura por cursos de Ensino Superior no período de 2010 a 2020. Enquanto os demais cursos superiores tiveram aumento de 76% no ingresso de novos alunos com até 29 anos, os de Licenciatura registraram 53%.

Segundo a presidente da Semesp, Lúcia Teixeira, o crescimento do índice de calouros acima dos 29 anos de idade tem uma questão legal por trás. “São pessoas que já trabalham na área da Educação e se deparam com a lei que obriga a formação em Pedagogia ou Licenciatura para [exercer] o magistério”, enfatiza.

Evasão alta dos cursos de Licenciatura

Apesar de ter sido constatado o crescimento de 53% no período analisado por parte de estudantes que entram para um curso de Licenciatura, o número de formados cresceu apenas 4,3%. A evasão dos universitários é alta e chegou a 29% nos cursos da modalidade EAD. Isso signi ca que, em média, um em cada três alunos que ingressou no curso não concluiu a graduação.

Se a abordagem girar em torno de números absolutos, houve uma queda de 11,8% no índice de estudantes que concluíram a Licenciatura.

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Entre os jovens, a procura por cursos de Licenciatura é pouca, por conta de precarização da profissão, baixa remuneração e falta de reconhecimento.

O Novo SAEB na prática O que educadores dizem do primeiro ano de exame após a reestruturação

Criado em 1990, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi reestruturado de acordo com as Portarias nº 458, de 5 de maio de 2020, e nº 10, de 8 de janeiro de 2021, tornando-se também conhecido como Novo SAEB. Todas as mudanças, no entanto, passaram a valer nos exames de 2022, aplicados no final de outubro e no início de novembro. Os ajustes ocorreram para sua readequação ao Novo Ensino Médio, às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), à nova Política Nacional de Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O objetivo do SAEB continua o mesmo: promover uma avaliação em larga escala para que seja realizado um diagnóstico da Educação Básica brasileira (tanto na rede pública como na privada) e dos possíveis fatores que interferem no desempenho do estudante, conforme define o seu aplicador, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O que realmente mudou foi a maneira como isso ocorre, apresentando alterações no formato, na periodicidade das provas e em alguns outros parâmetros.

Por exemplo, a avaliação ocorria a cada dois anos, sendo que todas as suas questões eram alternativas; agora, ela é realizada anualmente e conta com algumas questões dissertativas. Além disso, as provas passaram a ser digitais para os alunos do 5 º ano do Ensino Fundamental em diante; apenas os

Além de alterações na prova, os resultados do Novo SAEB também mostram os reflexos da pandemia no desempenho escolar dos estudantes.

Vinícius Freaza, educador da Evolucional, empresa responsável pela elaboração de avaliações pedagógicas e simulados, destaca que “os mecanismos de verificação de aprendizagem, que compreendem testes e avaliações, não deveriam ser utilizados apenas para classificação dos alunos em função de uma nota ou pontuação. Eles devem ser instrumentos estratégicos, geradores de dados e insights, a partir dos quais os diferentes atores do sistema educacional podem planejar suas ações”. Esta é justamente a grande meta do SAEB. Pela análise cuidadosa dos seus resultados, as instituições de ensino, os municípios e os estados serão capazes de traçar estratégias de desenvolvimento e promover a melhoria contínua do projeto pedagógico de suas escolas.

[ ARTIGO ]
estudantes mais jovens ainda utilizam a avaliaç ão em formato impresso.
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Portanto, as expectativas de educadores e gestores a respeito dos resultados do SAEB em 2022 são significativas: além de carregarem as mudanças do sistema e a assimilação do trabalho dos professores pelos estudantes, eles mostram os reflexos da pandemia no desempenho escolar de todos os alunos, que passaram por 2020 e 2021 assistindo às aulas na modalidade online.

De acordo com Susan Rocha, coordenadora do Ensino Fundamental da Prefeitura de Queimados (RJ), pelos resultados das avaliações, notam-se déficits quanto às competências e habilidades dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, sobretudo nos quesitos de leitura, escrita e raciocínio lógico, o que serve de alerta para uma fragilidade nas próximas etapas, fazendo com que os docentes peçam reformulações no planejamento estratégico escolar. Em função disso, a educadora evidencia a importância da formação docente continuada para a “ampliação das habilidades essenciais nas formas de produção de exercícios do cotidiano escolar, nos reforços paralelos e nas avaliações internas”.

aprendidos em sala de aula, então é um pouco mais difícil mensurar como esses alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental foram afetados pelas problemáticas referentes à pandemia.

Ainda assim, os educadores estão positivos em relação às alterações do SAEB. Rocha salienta que o novo formato oferece uma visão ampla do cenário educacional após a pandemia, em razão de todas as séries realizarem a avaliação, que também foi estendida para a Educação Infantil. Em oposição, o modelo anterior da prova era aplicado apenas entre algumas séries dos Ensinos Fundamental e Médio.

A coordenadora acrescenta que o fato de a avaliação ser aplicada anualmente também colabora para que a evolução das turmas seja acompanhada de modo adequado. Sobre isso, Freaza complementa que o Novo SAEB tornou-se ainda mais eficiente devido ao seu alinhamento com a BNCC, dado que esse documento define as perspectivas de aprendizagem para cada ano e/ou série; logo, os exames anuais são capazes de realmente avaliar se essas expectativas foram cumpridas.

Freaza também vem notando, já em edições anteriores do SAEB, a queda no desempenho em Língua Portuguesa e em Matemática dos estudantes do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Ele acredita que a disparidade entre os resultados dos Anos Iniciais e Anos Finais ocorra, principalmente, devido à diferença no nível de maturidade da autonomia dos pequenos estudantes, que naturalmente precisam de acompanhamento mais próximo do professor, algo que foi comprometido pelo ensino remoto emergencial. Além disso, os estudantes mais velhos responderam a questões sobre conteúdos de anos anteriores, ou seja,

O professor Casemiro Campos, fundador da Editora Caminhar e que também já trabalhou como revisor do material do Novo SAEB, ficou entusiasmado com outro benefício oriundo desse alinhamento: a inclusão de novas áreas de conhecimento no exame. A BNCC prevê a aprendizagem de conteúdos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, que, por meio da reformulação, passam a ser conferidos pelo SAEB. Tanto Campos como os demais entrevistados têm boas expectativas a respeito da reestruturação, acreditando que as melhorias impactarão no trabalho pedagógico dos educadores.

Confira as novas matrizes para Língua Portuguesa e Matemática no Blog da Brasil: https://bit.ly/onovosaeb

Os educadores estão positivos em relação às alterações do SAEB.
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