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SUGESTÃO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Na sequência, há um conjunto de atividades que podem ser realizadas antes, durante ou após a leitura do livro, de forma pontual ou em contextos mais amplos, como projetos maiores que envolvam também os familiares. São atividades lúdicas, relacionadas aos campos de experiência da BNCC, e que visam potencializar as aprendizagens das crianças e seu desenvolvimento cognitivo, motor e emocional por meio da leitura do livro E o bebê dino?. Em todas elas as crianças são convidadas a produzir pequenos textos, a organizar as suas ideias para falar publicamente, a se expressar através da arte e do movimento. As famílias também podem ser envolvidas e, assim, perceber como a leitura de um livro infantil pode gerar conhecimentos e vivências ricas e plenas de significado para todos, adultos e crianças.

Uma coleção de dinossauros (ou de outros bichinhos)

No jogo imaginário das crianças, colecionar faz parte do seu desenvolvimento. Elas adoram ter coleções de pedrinhas, bolinhas, conchinhas e, é claro, bichinhos – os mais variados (inclusive, dinossauros). Ter animais em miniaturas e brincar com eles é uma forma da criança projetar seus próprios anseios, medos, inseguranças e desejos. O bichinho tá com fome? A mamãe e o papai dá de comer. Machucou? Um carinho ajuda a passar. Como diz o filósofo Walter Benjamin: “A criança quer brincar e (re)significar o mundo e as coisas do mundo para atender a seus propósitos”. Mas a responsabilidade e os cuidados que devemos ter para com os animais é algo que a criança acaba percebendo em suas brincadeiras com suas coleções de bichinhos. Logo ela quer um potinho com água para eles se banharem ou um paninho para eles se aquecerem. A natureza fala mais forte: a nossa humanidade é, assim, evocada para conhecê-la e cuidar dela. Essa é a nossa proposta aqui: colecionar animais de brinquedo e brincar com eles. De preferência, uma coleção de dinossauros. Mas, se não for possível, uma coleção de bichinhos de madeira, de plástico, fabricados industrialmente ou simplesmente construídos com as crianças com argila, massinha de modelar, papel ou sucata.

Domésticos ou selvagens. Existentes, extintos ou até mesmo imaginários. De uma mesma espécie e/ou de um mesmo habitat. Olha só quanta informação começa a circular por essa brincadeira! A aproximação a situações de escrita e de contagem podem ocorrer no contexto dessa brincadeira: listar o nome dos bichos da coleção, inventar nomes para eles, contar quantos bichinhos a coleção tem, juntar com as coleções das outras crianças e verificar quantos somam no total.

Criando memórias (uma exposição de quando “éramos todos bebês”)

Nas últimas páginas do livro, aparecem ilustrações que retratam o crescimento e desenvolvimento do bebê e do dinossauro. Como suges tão, é possível construir um painel ou um pequeno álbum com fotografias que revelem o desenvolvimento das crianças também. Ele poderá ser realizado em um espaço de tempo menor, como um mês, ou durante todo o período letivo. É interessante que haja registros não só fotográficos, mas escritos de seus familiares compondo pequenas legendas que descrevam quando, onde e quem aparece nas fotografias; desenhos e outras atividades gráficas produzidas pelas crianças e até mesmo uma pequena coleção de objetos simbólicos de quando as crianças eram menores – sapatinhos, brinquedos, paninhos etc. – sempre enfatizando o desenvolvimento e a rotina das crianças. Podem ser registrados fatos que podem passar despercebidos, mas que merecem a memória: o ato de escovar os dentes, o preparo para a hora do descanso, um momento de alimentação, a conversa e a brincadeira entre os alunos e, é claro, os momentos de leitura. O registro pode ser entregue aos responsáveis ao fim do projeto, explicando que a atividade é o resultado da leitura de E o bebê dino?; por isso, é interessante ter uma foto que registre o momento da leitura do livro. Com certeza, todos terão boas memórias e as crianças ficarão felizes em ter seus registros compartilhados com os colegas e perceberão como cresceram e foram assistidos durante esses seus primeiros anos de vida.

Fazendo arte, deixando marcas

Na página 25 do livro E o bebê dino? aparece uma ilustração com a marca deixada por uma pegada de dinossauro. Ela revela que é assim que os paleontólogos descobrem sobre os dinossauros e o seu modo de viver: através das marcas que eles deixaram na natureza. Que tal criar uma grande pintura de dinossauros da turma? Para isso, são necessários apenas dois materiais: cartolina branca (ou outro tipo de papel) e tinta guache. Pinte uma mãozinha de cada criança e peça para que elas “carimbem” a cartolina com a mão aberta, com os dedinhos voltados para a parte de baixo da cartolina, para que os dedos sejam as patas dos dinossauros e o dedão a parte do corpo do dinossauro que corresponde ao pescoço e à cabeça. Essa será a marca deixada pelo “dinossauro de cada criança”. Depois, convide as crianças para desenharem os olhos e a boca do dinossauro e, usando novamente a técnica de carimbar com tinta guache, criar as placas das costas dos dinossauros com as pontinhas do dedo. Deixe as pinturas secarem e pronto, agora, a turma criou seus próprios dinossauros! A partir da pintura, muitas propostas podem ser realizadas: as crianças podem criar nomes para os dinossauros, inventar histórias sobre onde eles vivem, se são amigos ou uma família, o que eles vão comer, entre outras proposições. É interessante fixar a cartolina em alguma parede da sala de aula em uma altura acessível para que as crianças possam tocar e interagir com o trabalho realizado por elas e a mesma atividade pode ser feita individualmente. Cada criança pode criar mais um dinossauro em uma folha sulfite, para poder levá-lo para casa e mostrar aos familiares, expondo o trabalho realizado e também para brincar com o seu próprio dinossauro após o período escolar. Com essa atividade, as crianças brincarão com formas e cores e serão estimuladas a brincar utilizando seus próprios corpos, desenvolvendo também a coordenação motora.

Uma festa de dinossauros!

Uma festa de dinossauros, cada qual com sua cauda, patas e escamas. As crianças poderão usar acessórios feitos com sucata: caixas de leite se transformam em patas de dinossauro e pedaços de caixas de papelão em escamas ao longo do dorso. Tudo dependerá da imaginação dos adultos brincantes. Na internet, basta buscar por “fantasias caseiras de dinossauros” que logo aparecem várias sugestões de fantasias, com maior ou menor grau de dificuldade em sua elaboração. Mas também não é preciso ir muito além: no jogo fantástico, alguns poucos acessórios já instigam a imaginação da criança. Escolher uma das espécies de dinossauro, saber o que ele come, levar o seu nome em um crachá improvisado também são recursos suficientes para alegrar a garotada. Claro que terá sanduíche de folhas para os dinossauros herbívoros e petiscos de inseto para os carnívoros. As crianças podem ser estimuladas a brincar como dinossauros, imitando seus sons e movimentos, e também a explorar o equilíbrio e o espaço destinado para brincadeiras. E como dançam os dinossauros? Ah, essa será a grande descoberta da festa!

O livro dos bichos

Os dinossauros apresentados nesse livro podem se tornar objeto de estudo da garotada que, com a mediação dos educadores, poderá pesquisar mais sobre eles: onde viveram, o que comiam, suas características físicas. Outros dinossauros, de outras partes do mundo, também podem ser envolvidos – descobrir como também eles eram será uma experiência e tanto. E o resultado dessa pesquisa podem ser desenhos acompanhados pela escrita espontânea com o nome dos dinossauros que serão reunidos de modo a compor um livro. As crianças podem ditar para o educador escrever as informações que acham importante que o livro apresente. E uma cerimônia de entrega do livro junto com os familiares tornará o projeto ainda mais interessante. Ler para escrever é um dos princípios desse livro, reforçando o empoderamento da criança com relação à escrita e à sua capacidade de se comunicar através dela é um dos objetivos do trabalho com esse livro, mesmo que ela ainda esteja dando seus primeiros passos rumo à aquisição do sistema de escrita.

Ler para escrever é um dos princípios desse livro, reforçando o empoderamento da criança com relação à escrita e à sua capacidade de se comunicar através dela.

Pergunte ao paleontólogo

O autor Luiz Eduardo Anelli é paleontólogo e mantém um canal aberto aos seus leitores para responder suas dúvidas e curiosidades. Um projeto que envolverá a escrita e a comunicação oral, além de fazer uso da tecnologia das redes sociais como meio de comunicação, será elaborar questões para que ele responda. O autor é um grande divulgador da paleontologia no Brasil e está habituado a interagir com leitores de todas as idades. Será uma alegria para as crianças encontrar o autor, mesmo que a distância, e com ele interagir. Familiares também poderão fazer os seus questionamentos, em mais uma ação que envolve a família em atividades de leitura e escrita significativa para todos.