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O livro, página a página

A leitura de um livro começa pela capa. Ou melhor, pela 1ª capa. Importantes informações textuais como o título da obra, o nome dos autores e da editora estão ali presentes e podem ser compartilhadas com as crianças. No caso do livro ilustrado, tem a arte da capa que já começa a contar a história. Quem ali aparece? Quem eles parecem ser? Um bebê? Outro animal? Que animal é esse? O que eles estão fazendo? É muito importante essa primeira exploração, que já fornecerá pistas sobre o texto que será lido na sequência. Vale destacar que o pequeno desenho ao pé da página é o logo da editora, um elemento gráfico que traz imagem e texto que se repete em outras passagens da obra: na 4ª capa e na página 2, no expediente.

A capa é formada pela 1ª capa e também pela 4ª capa, o verso do livro. Geralmente, ali se encontra a sinopse da obra. Uma breve resenha que pode e deve ser lida para as crianças. A ilustração também deve ser observada: o que aparece ali? É interessante destacar que entre o dinossauro da 1ª capa e os dois que aparecem na 4ª capa há uma diferença: uma pequena etiqueta indica que esses últimos são, na realidade, bichos de brinquedo. Aproveite para conversar com a turma sobre quem tem bichos de brinquedo, que animais eles são, como eles são, do que são feito, se eles também têm uma etiqueta, onde eles ficam na casa da criança e como elas gostam de brincar com eles. Será que alguém tem um dinossauro de pelúcia? Aqui, há um QRCode que linka com o site da editora e dali para as redes sociais. Para o/a educador/educadora, há diversas informações complementares sobre esta obra e sobre a leitura na primeira infância que podem ser interessantes.

A primeira página do livro, chamada de “rosto’ ou “front”, geralmente repete o conteúdo da capa, mas sem o mesmo trabalho gráfico. Essa é uma informação importante para o(a) educador(a), que poderá compartilhá-la com as crianças se julgar adequado. Que novidades essa página apresenta com relação à capa? Mostre às crianças o que se repete e o que muda entre uma e outra.

Esta página é chamada de expediente. É nela que a editora informa os dados da empresa, tais como o endereço e as redes sociais. É no expediente que também estão os dados do livro, a sua ficha de identificação, informações sobre o nome dos autores e o ano de publicação, tamanho do livro e o número de páginas. Nela, também consta o número do ISBN, que é a identificação da obra. Trata-se de um número internacional, válido no mundo todo, como se fosse o número da carteira de identidade de uma pessoa. Vale lembrar que mostrar a estrutura de um livro para uma criança tem como principal objetivo aproximá-la desse objeto cultural e suas características. Não é necessário de modo algum que ela “decore” ou entenda as informações sobre a obra.

Neste livro, a página 3 traz uma apresentação à leitura, uma frase de motivação para despertar a curiosidade das crianças pelo texto. Trata-se de um momento de pré-leitura, no qual as crianças podem ser convidadas para falar sobre o que sabem sobre os dinossauros e até mesmo sobre si: quem conhece um dinossauro? Quem já viu um animal como esse? Como ele é?. Ao compartilhar os seus conhecimentos prévios, as crianças reforçam os seus vínculos enquanto leitores, construindo certa cumplicidade para a leitura que se realizará na sequência. Importante explorar a imagem que acompanha a frase motivacional: O que ela mostra? Quem é esse bebê? O que ele está fazendo? Quem já brincou desse mesmo jeito?.

A história começa com o nascimento dos bebês. Na ilustração, uma mamãe grávida e elementos que possivelmente são do conhecimento das crianças, como brinquedos e um carrinho. O filhote de dinossauro está saindo de um ovo, mostrando a diferença entre o nascimento do bebê humano e de um animal, o que pode gerar algumas perguntas por parte das crianças. Se possível, comente com elas, mostrando a barriga da mamãe, que o bebê está lá dentro, enfatizando que, diferentemente do bebê humano, o dinossauro nasce fora da barriga da mamãe dele. Pode acontecer de algumas crianças lembrarem-se de outros animais que também nascem do ovo, como os pintinhos e outras aves. Outras trarão fortes lembranças da mãe grávida, sobretudo se tiverem tido a experiência de ter irmãos mais novos. Certamente o nascimento é algo que desperta o emocional da criança e muitas se emocionarão em compartilhar que sabem como é o choro do bebê recém-nascido, sobre como eles mamam e dormem.

O bebê aparece mamando, tomando o leite sozinho enquanto está deitado. Como será que as crianças tomam o seu leitinho, na mamadeira ou no copo? Elas gostam de leite? Enquanto o bebê segura a mamadeira, os bebês dinossauros são alimentados pela mamãe dinossauro com vegetais e insetos. Também é importante que os humanos comam vegetais, não é mesmo? Essa dupla de páginas é interessante para conversar sobre os hábitos alimentares das crianças tanto em ambiente escolar quanto na leitura com a família, deixando as crianças à vontade para comentarem as suas preferências. Pode-se instigar a imaginação delas e propor que extrapolem aquilo que é apresentado no texto e nas imagens: como, o que e quando elas comem? E os dinossauros, será que faziam como elas: com talheres, sentados à mesa, com a família? Pela imaginação, elas entram no jogo simbólico, algo fundamental nesta etapa do seu desenvolvimento.

O bebê dorme em um berço. E o bebê dino? Ele dorme em um ninho sob o luar! Essa página pode mostrar as crianças que, assim como os humanos, os dinossauros também dormem à noite (e também podem ter a hora do soninho à tarde) como as crianças. Se possível, aponte que a lua também está lá, iluminando o bebê pela janela, mostrando que o bebê mora dentro de uma casa e não ao ar livre. E os leitores, onde dormem?

O bebê faz xixi na fralda, enquanto o dinossauro faz xixi por aí. Os humanos usam fraldas quando bebês e o banheiro quando crescem um pouquinho, não é mesmo? O bebê do livro parece muito aliviado, fazendo xixi na fralda! E as crianças da turma, como se sentem em relação a isso? Essa passagem abre possibilidade para duas reflexões importantes: a auto percepção de como cada um está em relação ao seu próprio desenvolvimento e a descoberta de como são os outros animais. Afinal, quem conhece outros animais que fazem xixi por aí?!

Hora do banho! Há o registro do bebê tomando um banho na banheira, enquanto brinca. Já o bebê dino toma banho no rio. Onde as crianças tomam banho, na banheira como o bebê do livro ou no rio? Será que a água está quentinha ou gelada? O banho do bebê parece estar delicioso! Será que as crianças conseguem perceber as sensações de frescor e se eles estão se divertindo? E por que será que o bebê dino não toma banho em uma banheira? O tema “banho” sempre agrada muito as crianças, uma ótima ocasião para elas falarem sobre o que gostam (ou não gostam) da hora do banho e também de recordarem sobre como outros animais se higienizam e cuidam do próprio corpo.

O bebê está se aquecendo com um cobertor, enquanto o bebê dino não sente frio por conta de suas penas. Quando faz frio, é importante que os humanos usem roupas quentinhas para se aquecerem e usarem cobertores para dormir aquecidos. O bebê tem um cobertor roxo, qual é a cor da roupa que os leitores estão usando no momento da leitura, será que eles sabem responder? São roupas de inverno ou verão? Aqui, será interessante deixar as crianças expressarem as suas hipóteses sobre como os animais se abrigam quando faz frio, quando chove, quando venta, à noite. Suas vivências pessoais acrescentarão novas interpretações à leitura do livro. narrativa literária se encerra, abrindo espaço para que as crianças se apropriem do texto e dos personagens.

O bebê aprende palavras para falar, já o bebê dino pode assobiar, roncar e chiar. O mediador usará palavras para ler esse livro, não é mesmo? Os humanos podem fazer outros sons, assim como o do dinossauro, porque também é muito divertido! Entretanto, para a comunicação, é importante aprender novas palavras. Quem gosta de falar bastante?

Será que as crianças gostam de conversar? Nessa passagem, a leitura das ilustrações agregam mais informações à narrativa textual. Convidar as crianças para descobrirem o que está escrito no cartaz que ilustra o esforço de ambos os bebês para aprenderem a falar (e será que ler também?) será uma boa ocasião para aprenderem a observar atentamente o texto visual da obra.

Nessa dupla de páginas, há muitas fotos que retratam diversos momentos do bebê, que cresce e agora é um menino muito sorridente que brinca e descobre coisas novas, como as crianças leitoras! Geralmente, adultos e crianças também gostam muito de tirar fotos, não é mesmo? E o bebê dino? As crianças vão gostar de descobrir na sequência!

O bebê dino também! Assim como os humanos, os animais crescem e se desenvolvem. É muito interessante ver quantas coisas são possíveis de fazer durante o dia a dia e o crescimento. As crianças se alimentam, tomam banho, convivem com suas famílias e brincam muito! Assim como na dupla anterior, a leitura das ilustrações trará novos elementos à narrativa do texto. Aqui a

O personagem que ilustra a capa do livro foi construído a partir das características do dinossauro Brasilotitã , um dos gigantes da nossa pré-história. Por isso, nessa passagem final, são apresentadas informações para que os leitores possam relacionar os vários bebês dinos às espécies de animais que os inspiraram. O nome popular, o nome científico, o tipo de alimentação, a região que habitaram e a época em que viveram são apresentados. Uma curiosidade importante é o tamanho desses nove dinos brasileiros, apresentados em uma escala aproximada nas vinhetas que acompanham a informação de cada animal. O nosso gigante tinha pelo menos o dobro da altura de um homem adulto, mas perdia em tamanho para o Tapuiassauro. O Saturnália, por sua vez, era bem pequeno. Essa passagem do livro poderá se desdobrar em várias atividades interessantes, inclusive de medição. profissionais. É importante compartilhá-las com as crianças e também seus familiares, que se divertirão em conhecer os autores através da divertida ilustração que os representa.

Nessas páginas, há informações sobre a obra, escrita com muito carinho. Esse paratexto traz informações interessantes para o adulto mediador. Seja na escola, seja em casa, a leitura de E o bebê dino? proporcionará momentos de descobertas, trocas e muita conversa entre todos. É interessante apresentar o conteúdo dessa apresentação aos pais/ familiares em um momento de reunião e apresentação do livro para a família.

Página com dicas para a formação do leitor na primeira infância, um texto a ser compartilhado com os familiares em momentos de reunião pedagógica e a ser debatido em situações coletivas entre os educadores na escola, junto à coordenação.

Aqui, há informações sobre os autores e o ilustrador, que também são dados interessantes sobre os trabalhos desses

Ao abrir o livro, é possível visualizar a 1ª e 4ª capas juntas, surge a surpresa de enxergar a ilustração da capa de maneira completa. Para encerrar a exploração do livro, é interessante observar com as vinhetinhas em traço linha dos versos da capa, que mostram os diversos bebês dinos acompanhados de um dos seus progenitores, brincando com eles, passeando, no colo, nas costas... Crianças, como as crianças leitoras desse livro, assim como nós adultos já fomos um dia...