Revista Controle & Instrumentação nº272

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Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia Ano 23 – nº 272 – 2022 – www.controleinstrumentacao.com.br

Mineração automatizada: a garantia de segurança, qualidade e produtividade

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Sumário

Talking About

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Tecnologia em meio a riscos e oportunidades

28 Mineração automatizada:

Minerais, como cobalto, cobre, lítio, níquel e terras raras são vitais para as tecnologias renováveis, necessárias para a transição energética, porém, para os países que produzem esses recursos, a sua extração traz riscos. Isso está no radar das mineradoras. O ESG, a descarbonização e a licença ambiental estão entre as principais preocupações das mineradoras brasileiras, segundo a edição 2022 do estudo “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, da EY em parceria com o Ibram – Instituto Brasileiro de Mineração. Como é de se esperar, a demanda por veículos elétricos continua a crescer, impulsionada por incentivos governamentais e preocupações com o clima. O que isso tem a ver com mineração? Cobalto, por exemplo, é um componente crítico das baterias de íons de lítio, metal cujo maior refinador mundial é a China, e o maior produtor, a República Democrática do Congo. A necessidade de maior segurança energética e menor dependência de combustíveis fósseis foram acentuados pela guerra na Ucrânia, acelerando a demanda pela mobilidade elétrica. Junte-se a isso a escassez de semicondutores, agravada pelo congestionamento da cadeia de suprimentos pós-pandemia. Lembrando que a escassez de semicondutores de hoje pode tornar-se o choque de fornecimento de metais para baterias de amanhã, a menos que a extração e refino de metais-chave possam atender à demanda com as preocupações ESG sendo abordadas no processo. Não é fácil. Os EUA, por exemplo, em março deste ano, flexibilizaram sua Lei de Produção de Defesa (DPA), para expandir “a mineração doméstica sustentável e responsável, o beneficiamento e o processamento de valor agregado de materiais estratégicos e críticos, necessários para a produção de grandes baterias para os setores automotivo, de mobilidade elétrica e armazenamento estacionário.” Porque se deram conta de que os EUA não têm capacidade para atender às suas próprias necessidades, e teriam de importar metais – ainda que várias operações de mineração devam iniciar produção no próximo ano. Mas os EUA ainda precisam exportar esses metais, para serem fundidos e refinados fora, porque limitaram severamente sua capacidade de fundição e refino. O Brasil conhece isso, não apenas na mineração. O que vem salvando a mineração são seus investimentos; o setor vem ‘trocando pneu com carro rodando’, vem investindo em tecnologias em todas as frentes. É isso o que mostra a principal matéria desta edição: muito investimento em automação e tecnologias disruptivas. A edição traz ainda um pouco do que aconteceu no período entre edições impressas – coberto pelo nosso contato diário pelas mídias sociais, além das newsletters semanais. Boa leitura O editor

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www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br

a garantia de segurança, qualidade e produtividade

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NESTA EDIÇÃO

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DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br FINANCEIRO ſnanceiro@editoravalete.com.br REDAÇÃO redacao@editoravalete.com.br

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Steps 2022

junho

setembro

19. Fenaf – Feira de Fundição

33ª. Fenasan – Feira de Saneamento

13 a 16 de junho – SP www.fenaf.com.br

13 a 15 de setembro – SP www.fenasan.com.br

Fispal Tecnologia

Intermach

21 a 24 de junho – SP www.fispaltecnologia.com.br

13 a 16 de setembro – Joinville/SC www.intermach.com.br

8th International Conference on Sensors & Electronic Instrumentation Advances (SEIA’ 2022)

julho Metalurgia 2022

21 a 23 de setembro – Corfu Holiday Palace, Corfu, Greece https://www.seia-conference.com/

05 a 08 de julho – Joinville/SC www.metalurgia.com.br

Rio Oil & Gas

FIEE

26 a 29 de setembro https://www.riooilgas.com.br/

18 a 21 – São Paulo Expo https://www.fiee.com.br/

agosto Fenasucro & Agrocana

16 a 19 de agosto – Sertãozinho/SP www.fenasucro.com.br

PEOɭLE O Conselho de Administração da Usiminas aprovou a nova composição da Diretoria Estatuária para um mandato de dois anos: O novo presidente é Alberto Ono, formado em Engenharia Metalúrgica na USP, onde também fez seu mestrado na mesma área. Posteriormente concluiu o PhD na Universidade de Tóquio, no Japão. Atua na Usiminas desde 2009, onde ocupou os cargos de diretor de Planejamento e Controle e a vice-presidência de Finanças e Relações com Investidores. O executivo teve passagens, também, pela Aços Villares, CBMM e Grupo Votorantim.

Thiago da Fonseca Rodrigues é o

novo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores. É graduado em Administração pela PUC-RJ e pós-graduado em Gestão pelo IBMEC-RJ, participou de programas executivos na Suíça e Inglaterra. Atuou, entre outras empresas, na operação brasileira da Ternium e na Vale. É membro do Conselho de Assuntos Tributários da Firjan e diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Foi membro do Comitê de Auditoria da Usiminas.

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Gino Ritagliati – Graduado em Conta-

bilidade, com especializações em Economia e Finanças, foi integrante do Comitê de Auditoria da Usiminas. Tem uma experiência de mais de 15 anos em posições na área de Planejamento Econômico, Comercial e Engenharia Industrial no grupo Ternium Techint na Argentina e Brasil – assume como vice-presidente de Planejamento Corporativo. Toshihiro Miyakoshi – graduado em metalurgia, iniciou carreia na Nippon Steel, tendo ocupado diversos cargos ligados diretamente à produção e gestão; volta ao Brasil para sua segunda temporada na empresa, após uma passagem pela Unigal, em 2014 – assume como vice-presidente de Tecnologia e Qualidade. Américo Ferreira Neto – engenheiro industrial elétrico formado pela Unisanta, com especialização em automação industrial, e MBA de gerenciamento de projetos, é, também, mestre em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Com uma carreira de mais de 30 anos na Usiminas, passou pelas áreas de Manutenção, Laminações a Quente e a Frio e assumiu, em 2016, a diretoria executiva da Usina de Cubatão. Em 2019, ocupou o mesmo

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Steps cargo na Usina de Ipatinga, até chegar à vice-presidência Industrial em 2020 – segue como vice-presidente Industrial. Miguel Homes – economista graduado pela Universidade Católica de Caracas, participou de programas de educação executiva nas universidades de Chicago e Stanford, nos EUA. Tem uma carreira de mais de 20 anos, dedicada ao setor siderúrgico, tendo ocupado diversas posições no grupo Ternium Techint, em países como Venezuela, Argentina, México e Colômbia. Está há quatro anos à frente da vicepresidência Comercial da Usiminas –, continua na posição de vice-presidente Comercial. Presidente da Usiminas nos últimos seis anos, Sergio Leite – Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, e Mestre em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG. Na Companhia, foi Engenheiro pesquisador, Engenheiro do Controle Integrado de Chapas Grossas, Chefe da Unidade de Metalurgia de Aciaria e Laminação de Placas, Chefe da Unidade de Padronização e Coordenação, responsável pelo Controle Integrado dos Produtos Chapas Grossas, Laminados a Quente e Laminados a Frio, Gerente (Superintendente) do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, Gerente (Superintendente) Técnico Industrial; Presidente da Comissão de Qualidade; Superintendente de Marketing. Ocupou os cargos de Diretor Vice-presidente de Negócios, e Diretor Vice-presidente de Siderurgia da Companhia – assume o cargo de presidente do Conselho de Administração.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) concedeu a comenda Ordem do Mérito de 2021 ao presidente da Anglo American no Brasil, Wilfred Bruijn (Bill). A honraria foi con-

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cedida em um evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte, dia 26 de maio, em comemoração ao Dia da Indústria. Diversas autoridades estaduais e do âmbito nacional estiveram presentes na solenidade, que também marcou a posse da nova diretoria eleita e designada da Fiemg para o triênio 2022-2025. Criada em 1958, a medalha da Ordem do Mérito Industrial da CNI tem o objetivo de prestar a mais alta reverência do segmento industrial, tanto a empresários como a outras personalidades que se destacam no cenário nacional. Desde 2019 como CEO da Anglo American, Bill tem 30 anos de experiência na indústria da mineração. “Para todas as pessoas que, direta ou indiretamente, colaboram para obtermos nossos resultados, de forma colaborativa e comprometida com as melhores práticas mundiais: Esse reconhecimento é nosso!”, ressalta Bill. A Canadian Solar passa a contar com a expertise de Alexandre Borin, novo Diretor Comercial para Inversores Fotovoltaicos. Com essa nova contratação, a Canadian Solar pretende obter mais tração neste novo segmento de atuação, consolidando sua participação como um dos principais fornecedores de inversores, são o “coração” do sistema fotovoltaico. Com mais de 10 anos de experiência no mercado de energia solar, tendo iniciado, em 2012, junto à área de módulos fotovoltaicos da LG Electronics, e em seguida passando pela Fronius Inversores, é um dos maiores especialistas do Brasil nesse segmento. O grande objetivo do novo diretor é tornar a Canadian Solar top five em Inversores. Segundo ele, o maior desafio no mercado brasileiro é buscar diferenciação nos produtos. Ele lembra que, por conta da Pandemia, houve um balizamento dos preços, portanto as diferenças e vantagens para o cliente se tornam fundamentais, e o que define a escolha. Além disso, ele pretende aprimorar o suporte técnico aos integradores. A Ball Corporation anunciou que Fauze Villatoro, atual Vice-Presidente Comercial da divisão de Latas para Bebidas na América do Sul, foi nomeado para a função de Presidente na região, que será efetivada em setembro, conforme plano de sucessão previsto pela companhia. Carlos Pires, que atua na Ball desde 2001, e ocupa o cargo atualmente, encerra seu ciclo na empresa. Graduado em Engenharia Mecânica, pós-graduado em Engenharia de Produção, com MBA em Finanças Coorporativas e Black Belt pela metodologia Six Sigma, Fauze Villatoro começou como trainee da Ball, em 2002, retornou em 2007, como Gerente de produção na fábrica de Santa Cruz e, logo depois,

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passou a Gerente de Lean Enterprise da América do Sul. Desde então, atuou na empresa como Gerente de Produção da planta de Águas Claras/RS e Diretor Operacional, liderando as unidades da Argentina, Chile, Jacareí/SP e Três Rios/RJ. Em seguida, atuou como Vice-Presidente de Planejamento Integrado de Negócio e, desde janeiro de 2020, é Vice-Presidente Comercial da divisão de Latas para Bebidas na América do Sul, em que lidera as atividades relacionadas às contas regionais nos quatro mercados: Brasil, Chile, Argentina e Paraguai. A BBM Logística anunciou Antonio Wrobleski como o novo presidente do Conselho de Administração da companhia. Na BBM Logística desde 2013, o executivo atua há 35 anos no setor logístico brasileiro e internacional, com importantes passagens pela Ryder no Brasil, como presidente, de 1996 até 2008; na Hertz, como Diretor Executivo e na DHL, como Country Manager. Em 2009, montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Antonio é Engenheiro, com MBA na NYU (New York University), e faz parte do Conselho da BBM Logística, além de sócio da Awro Logística e Participações. Seu trabalho tem grande exposição no mercado Internacional, em mais de 15 países, tanto no trade de importação, como de exportação.

Alexandre Silva Rezende é o novo

gerente de vendas da área de Solar Energy da Fronius do Brasil, e chega com o desafio de assegurar que as metas e objetivos estratégicos definidos pela matriz austríaca sejam alcançados na subsidiária brasileira. Alexandre é engenheiro mecânico com mestrado em administração de empresas e é oriundo do segmento

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automotivo, tendo atuado em empresas globais, como Delphi e Castrol. Ao longo de 25 anos de carreira, pôde desenvolver sólida experiência nas áreas de vendas e desenvolvimento de negócios, operando, tanto no gerenciamento de clientes, como na gestão distribuidores, no Brasil e na América Latina. Com expertise na definição de estratégias comerciais, ações táticas de vendas e proposta de valor aos clientes, Alexandre pretende aproveitar sua experiência em negociações com grandes corporações e implementação de projetos de alto impacto para garantir a excelente relação da Fronius com clientes e parceiros comerciais, com base no respeito, na confiança, na transparência e na credibilidade. A Nepin, empresa que atua no mercado de acessórios industriais, acaba de estabelecer oficialmente sua filial na cidade de Chapecó, em Santa Catarina, e, para liderar a operação naquela cidade, foi contratado o consultor Maico Harenza. A KPMG anuncia a contratação de

Bruno Xavier, para atuar como sócio

na área de consultoria de negócios e estratégia, com foco em apoio a transações, diligência financeira e criação de valor. Com mais de 27 anos de experiência em grandes instituições, o executivo é especialista em fusões e aquisições com trabalhos desenvolvidos para uma ampla variedade de clientes, de corporativos a private equities (locais e internacionais), em diversos setores e indústrias. Ele é Bacharel em Ciências Contábeis pelo Instituto Sumaré de Educação Superior (ISES), e em Administração de Empresas, pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Xavier também tem MBA em Finanças Corporativas pela Universidade de São Paulo (USP).

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Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no setor de mineração O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou, em Brasília/ DF, o seminário Mapeando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Mineração Brasileira 2022. O evento apresentou exemplos de melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, realizadas por empresas do setor mineral. Na ocasião, o Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, enfatizou que a sustentabilidade na mineração norteará sua gestão no MME. “Apesar das conquistas que tivemos em 2021, ainda temos muito a avançar para levarmos a mineração a uma posição compatível ao potencial mineral do nosso território. E aqui reforço, mais uma vez, que à frente do MME irei direcionar recursos necessários para transformar o Brasil em um grande exemplo de mineração – socialmente e ambientalmente responsável, tal qual os Estados Unidos, Canadá e Austrália”, disse o ministro. Durante o evento, o secretário de Geologia e Mineração, Pedro Paulo Dias, destacou que o ODS é uma contribuição fundamental para o setor e, sobretudo, para a sociedade brasileira. “Gostaria de destacar a visão do ministério sobre a mineração sustentável, uma mineração que é capaz de conciliar as necessidades socioeconômicas, segurança e proteção ambiental, por meio da gestão adequada de resíduos. Destaco o grande avanço em relação à regra de fiscalização e segurança nas barragens: o Brasil adotou como opção a descaracterização de todas as suas barragens a montante”, disse o secretário. O presidente da Cooperativa de Garimpeiros do Médio Alto Uruguai (Coogamai), do Rio Grande do Sul, Isaldir Sganzerla, ressaltou que a ação dá maior visibilidade para empreendimentos mais remotos, que contam com muitos trabalhadores. “A mineração, mesmo pequena, está dando resultado ao nosso país, e o povo está sendo resgatado da exclusão para inclusão, da miséria para uma vida confortável. Os sonhos do trabalhador garimpeiro se tornaram possíveis de realizar”, afirma Isaldir. Representando uma das empresas selecionadas para o ODS, o coordenador da empresa Guidoni Ornamental Rocks, Renan Pereira, falou sobre o reuso da água

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no processo de beneficiamento de rochas ornamentais. “Buscamos trabalhar com ações sustentáveis, desde o processo de extração até o beneficiamento do produto final”. Segundo ele, a empresa tem um processo delicado de tratamento da água, a fim de garantir economia e segurança. Também apresentaram exemplos de boas práticas, visando ao desenvolvimento sustentável, as empresas Embu S.A, Lindoya Verão, Itaquareia Indústria Extrativa de Minérios, Mosaic Fertilizantes, Mineração Cerbras, AngloGold Ashanti, Cerâmica Portobello, Minalba Brasil e da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto. Participaram do evento, o secretário especial adjunto

de Articulação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República, Igor Araújo, o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Alice Castilho. O seminário é realizado pelo MME, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Secretaria Especial de Articulação Social (SEAS/SEGOV), e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Komatsu firma contrato com Suzano A Komatsu fechou um contrato comercial com a Suzano, para o fornecimento de equipamentos florestais, que trabalharão do plantio à colheita, nas operações florestais da nova fábrica que a Suzano está construindo no município de Ribas do Rio Pardo/MS. As primeiras máquinas serão entregues ainda em 2022, para apoiar na formação de mão-de-obra, e iniciar algumas atividades que precisam ocorrer antes do início da operação da fábrica, prevista para o segundo semestre de 2024. @Divulgação

Dentre os diferenciais dos equipamentos, está a recém-lançada Planter D61, fabricada no Brasil para atender o mercado florestal mundial, é um equipamento que

realiza até cinco atividades do processo do plantio de árvores, com qualidade, e georreferenciadas em uma única vez, efetuando atividades, como abertura de cova, criação da bacia de irrigação, plantio, georreferenciamento da muda, e irrigação georreferenciada em quantidade desejada. “Nossos clientes querem qualidade e produtividade, e esse produto entrega. O preparo de solo e o plantio são etapas superimportantes do processo de formação da floresta, e a Planter D61 é um equipamento já produzido em série, que garante confiabilidade nesta etapa do plantio”, afirma Carlos Borba, gerente geral de Marketing e Vendas da Komatsu Forest. Já com uma filial em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, a Komatsu Forest investirá em sua segunda unidade no estado, na cidade de Ribas do Rio Pardo, para atender de perto à demanda por peças, e oferecer assistência imediata para a nova linha de produção de celulose da Suzano e os clientes da região. Essa filial contará com um Centro de Treinamento de Manutenção e Operação, com foco em capacitar técnicos e instrutores. “Vamos aproximar profissionais da região a máquinas de plantio e colheita florestal da Komatsu, criando oportunidades de formação e trabalho, na região junto ao projeto. Entendemos que multiplicar o conhecimento técnico e operacional é uma forma de garantir que o uso dos equipamentos ocorra da melhor maneira, explorando o potencial ao máximo, sem comprometer a longevidade do produto”, afirma Borba. A nova unidade entrará em operação a partir de janeiro de 2023.

BNB disponibiliza R$ 230 milhões para financiamento de energia solar

As micro e pequenas empresas de 11 estados brasileiros terão R$ 230 milhões à disposição, para financiar a instalação de energia solar com recursos do FNE – Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste. Os valores estão previstos para este ano na linha FNE Sol, operada pelo Banco do Nordeste. Mais de R$ 53 milhões já foram contratados pela linha de crédito, que proporciona aos empresários a oportunidade de gerar energia limpa e sustentável, e contribui para otimizar os custos de suas empresas. O financiamento do BNB está disponível para os consumidores de todos os nove estados nordestinos: Alagoas; Bahia; Ceará; Maranhão; Paraíba; Pernambu-

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co; Piauí; Rio Grande do Norte; e Sergipe. Também têm acesso ao crédito, os consumidores localizados ao norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Além da linha de crédito para empresas, o Banco do Nordeste também disponibiliza um total de R$ 145 milhões para financiamento de aquisição e instalação de sistema de placas solares em residências em sua área de atuação. Chamado de FNE Sol Pessoa Física, a iniciativa tem como objetivo promover a geração de energia limpa e renovável no país, com as prestações sendo calculadas para ficarem no valor equivalente ao da conta atual de energia elétrica do proprietário de imóvel.

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Confiança da indústria sobe pelo segundo mês seguido O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE subiu 2,3 pontos em maio, para 99,7 pontos, o maior nível, desde dezembro de 2021 (100,1 pontos). Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,0 ponto, após oito quedas consecutivas. “Após recuar 13 pontos, entre julho de 2021 e março de 2022, o ICI sobe pelo segundo mês seguido, e se aproxima do nível neutro de 100 pontos. Houve aumento da satisfação em relação à situação corrente dos negócios, com avalições bastante favoráveis quanto ao nível atual da demanda externa. O Índice de Expectativas cresceu de forma disseminada entre os setores, mas a magnitude da alta foi influenciada pela

recuperação expressiva do otimismo entre os produtores de não duráveis. No extremo oposto, a única categoria de uso a registrar aumento do pessimismo no mês é a de bens duráveis, uma cautela que está diretamente relacionada ao aumento gradual das taxas de juros”, comenta Aloisio Campelo Jr., economista superintendente de Estatísticas Públicas da FGV – IBRE. Em maio, houve alta da confiança em 12 dos 19 segmentos industriais monitorados pela Sondagem. O Índice Situação Atual (ISA) avançou 1,6 ponto, para 100,4 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu 3,0 pontos para 99,0 pontos. Ambos retornam ao maior nível, desde dezembro de 2021.

Primeiro milhão

@Divulgação

Na última semana de abril, a MRS e a Bracell atingiram o primeiro milhão de toneladas de celulose movimentada entre o Terminal Intermodal de Pederneiras e o Porto de Santos. A marca foi conquistada com apenas oito meses de funcionamento do terminal, indicando que a operação de celulose está cada vez mais eficiente. “Em julho de 2020, a MRS assinava um contrato com a Bracell. À época, não havia terminal intermodal construído. Assumimos um desafio de grande por@Divulgação te, e fizemos, do zero, um pátio possível atender ao exigido pelo cliente, nem mese um terminal específico para mo chegar à marca de 1 milhão de toneladas, num celulose em apenas sete meses. período tão curto. O cliente comprou vagões, e a O Head de Supply Chain da Bracell, Alberto MRS adquiriu locomotivas para Pagano, celebra o recorde, e reconhece a efia operação. Iniciamos esta opecácia do sistema logístico estruturado pela comração em setembro de 2021 e, panhia, que integra diferentes modais. “Celebrar @Divulgação apenas oito meses depois, já este marco é imchegamos a um milhão de toneportante, espeladas transportadas. É, sem dúcialmente, pois, vida, uma conquista importante, digna de celebração”, demonstra que o comemora o gerente geral de Negócios de Carga Geral sistema logístico, da da MRS, Guilherme Alvisi. fábrica até o Porto, é Os resultados são fruto dos esforços de várias árerobusto, sustentável, as, como Infraestrutura, Engenharia, Projetos, GSC, e está alinhado com a Suprimentos, Relações Institucionais, Meio Ambiente, necessidade da maior entre outras. A demanda da Bracell era complexa, e e mais sustentável fáexigiu esforços em diferentes frentes de atuação. Sem brica de celulose do um trabalho coordenado de todas as equipes, não seria mundo”.

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Metso Outotec fornece para pelotização de minério de ferro

A Metso Outotec assinou contrato para a entrega de engenharia e equipamentos-chave para a planta de pelotização de minério de ferro em Grate Kiln para a Vulcan Pelletizing LLC. A planta está localizada no porto industrial de Sohar, no Sultanato de Omã. O valor do pedido é de aproximadamente 33 milhões, e foi registrado nos pedidos recebidos da Metals no segundo trimestre de 2022. A planta de pelotização fornecerá pelotas para a Jindal Shadeed Iron & Steel LLC, Omã. O escopo de entrega da Metso Outotec consiste no fornecimento de equipamentos centrais para a usina de pelotização, incluindo a grelha móvel, forno rotativo e resfriador anular. O projeto é baseado nas plantas Grate Kiln, que a Metso Outotec está fornecendo atualmente para um cliente na Índia. A planta, que está planejada para produzir seis milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro de alta qualidade, por ano, está programada para entrar em operação até o final de 2023.

“Este é o terceiro pedido para uma planta de pelotização Grate-Kiln de 6 mtpa, nos últimos 16 meses. A Metso Outotec tem orgulho de ser o parceiro selecionado do grupo Vulcan, na pelotização de minério de ferro, e esperamos impulsionar o grupo Vulcan a ser um líder global com @Divulgação produtos de pelotização de classe mundial”, diz Chris Urban, vice-presidente de produtos de transferência de calor da Metso Outotec. A Metso Outotec é a fornecedora líder mundial de usinas de pelotização Grate Kiln, com mais de 50 instalações globalmente, totalizando mais de 130 mtpa de produção. A tecnologia Metso Outotec produz pellets de qualidade superior, enquanto minimiza as despesas operacionais gerais da planta.

Tecnologia brasileira ajuda Pentágono a combater terrorismo nos EUA

A mesma empresa que desenvolveu o sistema de identificação biométrica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de bancos como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil, é a que desenvolve uma solução tecnológica usada pelo Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, para identificar terroristas. Pode parecer coisa de cinema, e é: a tecnologia criada no Brasil pela Griaule ajuda as polícias de vários países a identificar criminosos, usando impressões digitais, impressões palmares, íris e biometria facial, algo que vemos nos filmes de ficção científica e séries criminais. Com sede em Campinas, a Griaule criou um sistema de identificação biométrico automatizado, que faz buscas em bases de centenas de milhões de pessoas. “Fragmentos de impressões digitais e impressões palmares deixadas em cenas de crime, bem como imagens faciais de pessoas não identificadas são periciadas, digitalizadas e importadas para o sistema de identificação biométrica, permitindo que, em poucos minutos, o perito tenha informações precisas sobre os suspeitos”, comenta o diretor de Marketing da Griaule, Thiago Ribeiro. Essa tecnologia é utilizada em sete estados brasileiros, mas o TSE vem fechando acordos de cooperação com outros estados. Segundo Ribeiro, desde o início de 2021, essa parceria já possibilitou identificações positivas de mais de 1.000 impressões digitais, encontradas em cenas de crime por meio de buscas na base de dados nacional. Um desses casos foi o roubo de R$ 125 milhões de

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um banco em Criciúma/SC. Um suspeito foi preso, após um fragmento de sua impressão digital ter sido colhida pela perícia em um QG da quadrilha, e submetida à análise no banco de dados nacional. Outro caso foi a identificação de um dos criminosos que atuaram na tentativa de sequestro de um helicóptero no Rio de Janeiro, para usar em um resgate de presos em Bangu. Com um escritório nos EUA, a Griaule fornece tecnologia para o Pentágono, que tem um dos maiores sistemas de biometria com enfoque militar do mundo. O sistema brasileiro é usado para cadastrar a população, fazer controle @Divulgação de fronteira, e permite identificar criminosos e terroristas, por meio de análises de impressões digitais e biometria. A Griaule fornece a tecnologia multi-biométrica, que é usada para buscas criminais de impressões digitais e palmares, encontradas em artefatos explosivos, utilizados durante ataques terroristas. Outra aplicação utilizada pelo Departamento de Defesa dos EUA é o reconhecimento facial para identificação de potenciais suspeitos, através de imagens de face, obtidas tanto por fotografias, quanto por câmeras de vigilância. “As soluções da Griaule são peça essencial na inteligência das operações militares do órgão americano, o qual obteve resultados positivos na identificação de pessoas de grupos terroristas. Outra aplicação interessante que o sistema permitiu foi a identificação de fraudadores, que estavam utilizando identidades de outras pessoas para receber benefícios do governo de maneira indevida”, enumera Thiago.

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Projeto Araguaia e investimentos em níquel no Brasil Com recursos na ordem de US$ 633 milhões já captados, a Horizonte Minerals deu início à construção do Projeto Araguaia, em Conceição do Araguaia/PA, o maior investimento em níquel do país. O Projeto é 100% de sua propriedade, de larga escala, alto teor, baixo custo, baixa emissão de carbono, e foi projetado para ter sua capacidade de produção duplicada. A previsão de vida útil da mina é de 28 anos, prorrogáveis. Para marcar o início das obras, a Horizonte Minerals realizou evento em Conceição do Araguaia, com a presença do CEO Jeremy Martin, do diretor de Projetos, Michael Drake, do diretor do Projeto Araguaia, Leonardo Vianna e do diretor de Finanças, Tiago Miranda, além de diversas autoridades e fornecedores. O Projeto Araguaia já está totalmente financiado, em fase de terraplanagem, e com previsão de conclusão das obras para o final de 2023. Serão produzidas 14.500 toneladas de níquel, por ano (na primeira etapa, com potencial de expansão para duplicar o montante), para abastecer o mercado de aço inoxidável, gerando fluxos de caixa livres pós-tributos de US$ 2,4 bilhões, considerando apenas a fase 1, com preço de US$ 16.400 por tonelada. Durante a construção, serão gerados aproximadamente 3.000 empregos, enquanto a operação gerará cerca de 500 empregos diretos. O Araguaia usará um método de mineração a céu aberto, transportando o minério de níquel para uma planta de processamento, onde o minério será transformado em liga de ferroníquel. A camada superficial de terra será estocada separadamente para reabilitação das áreas mineradas. O Projeto utilizará uma tecnologia de processo comprovadamente de baixo risco, denominada calcinador rotativo e forno elétrico (RKEF), em operação em mais de 40 minas em todo o mundo, e que responde por uma parcela significativa do níquel produzido anualmente. Além da construção do Projeto Araguaia, a Horizonte Minerals está avançando no estudo de viabilidade do Projeto Vermelho, que produzirá aproximadamente 15.000 toneladas de níquel, e 600 toneladas de cobalto – na primeira fase de desenvolvimento–, para abastecer o mercado de baterias de veículos elétricos. O perfil combinado de produção da Horizonte Minerals, que durante a próxima década poderá produzir mais de 50.000 toneladas de níquel, por ano, posiciona a empresa como um produtor globalmente significativo, desenvolvendo um novo distrito de níquel no Brasil.

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@Divulgação

Segundo dados da Agência Nacional de Mineração, o Brasil tem reservas estimadas em 16 milhões de toneladas de níquel, ocupando a 8ª posição em produção, com volume de 100 mil toneladas, em 2021. Conforme o relatório Minerais para a Ação Climática: A Intensidade Mineral para a Transição para Energia Limpa, emitido pelo Banco Mundial, a necessidade de produção deste mineral, essencial à tecnologia, capaz de gerar energia limpa, pode aumentar em 500%, até 2050, trazendo às economias mundiais dificuldade em acessar as reservas de níquel, em velocidade para garantir o ritmo de produção. Esta perspectiva pode colocar o Brasil em posição privilegiada como relevante player do setor. O Brasil detém @Divulgação a terceira maior reserva de níquel do mundo, e potencial de novas descobertas para atender um mercado já aquecido, por conta do uso do níquel na produção de aço inoxidável, e na fabricação de baterias para carros e energia solar. Desde a assinatura do Acordo de Paris (2015), o mundo está diante do desafio de conter o aumento do aquecimento global, investindo em energia limpa e na substituição de veículos movidos a combustível fóssil, por eletricidade. Esta transição traz a perspectiva de uma revolução econômica energética, com aumento na demanda por níquel. Os materiais que contêm níquel são selecionados porque, em comparação com outros materiais, oferecem melhor resistência à corrosão, a altas e baixas temperaturas, e melhor tenacidade, além de uma variedade de propriedades magnéticas e eletrônicas. De acordo com a empresa global de pesquisa e consultoria Wood Mackenzie, em 2020, a demanda por níquel totalizou 2,29 milhões de toneladas. Com previsão de crescimento anual de 2% a 5%, projeta-se atingir uma demanda de 4,16 milhões de toneladas, em 2040. A demanda do níquel para baterias está, atualmente, em 5% do total da demanda pelo metal, com a perspectiva de atingir 30%, até 2040. Em parceria com o Senai, a Horizonte Minerals oferecerá capacitação, com foco na construção e na operação do Projeto Araguaia, às pessoas da região de Conceição do Araguaia. Serão 390 vagas, em curso de curta e média duração, incluindo formação em carpintaria, solda e operação de beneficiamento de minério, além de cursos técnicos em eletrotécnica e eletromecânica. Mais de 1.300 pessoas se inscreveram para participar, e as aulas começam na próxima semana.

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Ternium recebe equipamento para ampliar uso de sucata Dentro do seu plano de descarbonização, a Ternium já começou a receber as caixas de sucata que serão usadas para ampliar a utilização de material reciclado na produção de aço. A sucata foi produzida pela Emalto, uma indústria mecânica sediada na região de Ipatinga/ MG. A operação fortalece a relação da Ternium com o Vale do Aço mineiro. A chegada de novos equipamentos é a primeira etapa na ampliação e modernização do pátio de sucata, já existente na empresa, em Santa Cruz. A conclusão está prevista para setembro de 2023, com investimentos de R$ 100 milhões. A iniciativa faz parte do plano de descarbonização da siderúrgica, e prevê aumento de 80% do uso da sucata na produção de aço da Ternium, no Brasil. “Além de avançar no plano de descarbonização, a @Divulgação Ternium está movimentando o setor industrial do Vale do Aço. Vale reforçar que o uso da sucata incorpora o ferro metálico ao processo industrial, substituindo parte do consumo de minério. Com isso, o processo se torna mais eficiente, permitindo a redução das emissões de CO2” explica Marcelo Chara, CEO da Ternium Brasil. A Ternium anunciou, no início

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de 2021, um plano de reduzir em 20% a intensidade de carbono, por tonelada de aço, até 2030.

Valmet inaugura novo Centro de Serviços no Chile A Valmet inaugurou um novo Centro de Serviços, em Antofagasta, Chile. A nova unidade aprimora o atendimento, aproxima-se dos clientes, e amplia sua disponibilidade de suporte, soluções e serviços, para válvulas e controladores de fluxo, para os clientes da América do Sul, expandindo cada vez mais sua atuação, nos segmentos de mineração e processamento de metais. O segmento de automação da Valmet oferece soluções de automação, válvulas e controladores de fluxo, desde abril de 2022, quando incorporou a finlandesa Neles, ampliando sua plataforma internacional, e criando uma única empresa líder nos segmentos de papel, celulose e energia, integrando ofertas, soluções e tecnologias exclusivas. Desde a fusão, a Neles tornou-se a linha de negócios de Flow Control da Valmet. “A cidade de Antofagasta complementa nossa rede global de centros de serviços. Iremos fornecer aos clien-

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tes robusto suporte operacional, e expertise, para ajudálos a atingir suas metas de produtividade, segurança e sustentabilidade cada vez mais meticulosas”, afirma o chefe de negócios de MRO e serviços da linha de ne@Divulgação gócios Flow Control da Valmet, Sami Nousiainen. O novo centro de serviços irá coordenar todo o escopo de serviços para válvulas e controladores de fluxo, incluindo substituições e manutenção de válvulas, bombas e equipamentos de terceiros, permitindo entrega ágil de peças críticas de reposição e desgaste, bem como ferramentas digitais e serviços especializados para todo o ciclo de vida do produto e da planta industrial dos clientes. O centro também oferecerá treinamento aos clientes. A oferta da Valmet para o setor de mineração, processamento de metais e aço inclui as marcas Neles, Jamesbury, Neles Easyflow e Flowrox.

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Nova solução para centrais de monitoramento A Hikvision, em parceria com o Sistema IRIS, está apresentando ao mercado uma nova solução para centrais de monitoramento. Batizado de IRIS Central, a solução pode ser categorizada como um Vídeo Management System (VMS), porém, é muito além de um VMS convencional, uma vez que as características específicas e funcionalidades o transformam numa eficiente ferramenta de gerenciamento de câmeras, controle de acesso, automação e analíticos de vídeo (VCA). @Divulgação “Quando o sistema é utilizado em conjunto com os hardwares da Hikvision, conseguimos extrair todo seu potencial. Porém, a ferramenta possui integração por meio do protocolo Open Network Video Interface Forum (Onvif) e Real Time Streaming Protocol (RTSP), com fabricantes de outras marcas existentes no mercado”, explica Luiz Roberto Mariano, Gerente Comercial, Sistema IRIS – Bairro Seguro. O IRIS Central está totalmente integrado com o Sistema IRIS, um software de monitoramento de eventos e alarme que o torna ainda mais eficiente e intenso, agregando funcionalidades que atendem, tanto o segmento de projetos, quanto o de centrais de monitoramento. O software pode ser contratado no modelo On-Premise, onde ele será instalado localmente em um servidor adequado com as devidas especificações, ou em Cloud, onde não só os serviços rodam em nuvem, mas também

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com armazenamento dos dados. O Sistema IRIS foi desenvolvido há mais de 25 anos, ele é capaz de entregar todos os dias (24x7) soluções complementares para serviços de segurança e monitoramento, de forma simples e eficiente, alinhando agilidade no tratamento de eventos, com tecnologia intuitiva para utilização da ferramenta. O IRIS é compatível com todos os receptores do mercado, e se destaca por entregar o melhor custo@Divulgação benefício para as empresas. “A parceria surgiu com o objetivo que ambas as companhias tinham, de criar um sistema com funcionalidades avançadas, e aderente às necessidades específicas das empresas de monitoramento, mas também que pudesse ser utilizado em projetos de valor agregado”, finaliza Maike Cunha, Channel Sales Account Manager da Hikvision.

Filtro-prensa é solução para eliminar barragens na mineração @Divulgação Um dos maiores desafios ambientais do Brasil é dar seguimento à atividade econômica da mineração com segurança ambiental, após as tragédias ocorridas com deslizamentos, em 2015 e 2019, em Minas Gerais, o que levou à proibição de alguns tipos de barragens. Como alternativa, uma solução que se mostra viável tecnicamente, e tem sido cada vez mais aplicada nesse setor, é a desidratação dos rejeitos da mineração, até formar um resíduo seco – o que evita a formação de lagoas. As vantagens incluem a redução do risco de escorregamento do material, e a possibilidade de sua reutilização de forma sustentável, na agricultura ou construção civil. Para isso, são utilizados equipamentos de grande porte, chama-

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dos “filtro-prensa”. “O filtro-prensa nada mais é do que um sistema de filtragem, mas que usa a pressão para separar a solução rica, ou seja, parte sólida (chamada de torta de filtro), do rejeito líquido. Em termos práticos, você retira a água do processo por meio da pressão”, explica Benônimo Vaz Júnior, conselheiro de meio ambiente para o setor de mineração da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). Segundo ele, essa é uma tendência para o futuro da mineração, uma mudança de mindset para empreendedores, mas que deve ser analisada caso a caso, pois, em grandes volumes, essa pode não ser uma solução tão facilmente aplicável. A filtração ocorre em três etapas: enchimento de filtros, quando a pressão interna sobe; início da permeabilidade, quando o líquido atravessa o tecido e ocorre a filtração, e, com ainda maior pressão, ocorre a compactação, com o surgimento da “torta seca”, que é a lama compactada.

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Market As mineradoras precisam obter um rejeito concentrado isento de água, bem seco, para possibilitar o empilhamento. Apesar de essa ser uma técnica já antiga, hoje ela avança por meio da automatização, e o filtro-prensa já é o equipamento que faz a torta mais seca possível, pois, outras máquinas, como centrífugas ou o uso do vácuo, não conseguem obter o mesmo nível de compactação. “Com a tendência de trazer maior segurança às barragens, vemos cada vez menos o uso do rejeito líquido com lama, e cada vez mais o seu

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tratamento. E, para retirar essa umidade da lama e usar o rejeito em outras áreas, como a construção civil, são necessários equipamentos que permitam o fluxo desse fluido com segurança, sem vazamentos e corrosão do sistema”, acrescenta o gerente-geral de vendas da área industrial da GEMÜ Válvulas e Sistemas de Medição e Controle, Mateus Souza. As válvulas que compõem esse sistema podem ser de vários tipos: esfera, borboleta, globo, guilhotina, entre outras – dependendo da parte do processo, e contanto que tenham confiabilidade do fabricante.

Gerdau investe milhões na modernização da usina em Divinópolis A Gerdau deu início às obras do maior plano de investimento dos 27 anos da usina de Divinópolis, localizada na região centro-oeste de Minas Gerais. O aporte recorde de R$185 milhões faz parte do pacote de investimentos de R$ 6 bilhões, que a Companhia anunciou no ano passado para Minas Gerais, e será direcionado para a modernização e o aprimoramento de sistemas e processos, que terão impactos significativos nas condições ambientais e na segurança operacional. A empresa planeja, há 12 meses, a execução de projetos na aciaria, altos-fornos e laminação. Para as reformas, será necessária a paralisação da unidade. As obras devem durar 30 dias, e contarão com 2 mil colaboradores diretos e indiretos, contratados exclusivamente para o processo de modernização da planta. O quadro atual de colaboradores será mantido. @Divulgação De acordo com Carlos Daroit, Diretor Industrial da Gerdau, o plano histórico de investimentos faz parte da estratégia global da empresa, em se dedicar ao aperfeiçoamento dos processos vinculados à evolução do pilar de sustentabilidade. “Os investimentos na planta de Divinópolis confirmam a relevância da unidade para a companhia e a importância de Minas Gerais para os nossos negócios. Estamos focados na sustentabilidade da unidade no longo prazo, preparando-a para seguir atendendo à demanda futura por aço dos nossos clientes, em todo o Brasil”, afirma. Foram desenhados 11 projetos para a área do Alto-Forno, totalizando um aporte de R$ 121 milhões, a maior fatia do plano. De acordo com Mauro Castro, Gerente Executivo da Gerdau, responsável pela operação da usina de Divinópolis, os três altos-fornos serão modernizados a partir de uma revitalização.

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“O alto-forno 2 terá uma reforma completa de todo o sistema estrutural e refratário. Será realizada uma reforma parcial nos refratários do alto-forno 1 e alto-forno 3. O sistema de lavagem de gases do alto-forno 1 será substituído, para melhoria da condição de segurança e performance da operação. Os altos-fornos 1 e 2 passam por obras de enclausuramento de correias transportadoras, para melhoria do controle ambiental, diminuindo a interferência do vento e a emissão de particulados”, explica. “Serão reformados, ainda, o sistema de injeção de carvão vegetal pulverizado (ICP) do alto-forno, para reaproveitamento dos finos do biorredutor no processo. O sistema de refrigeração também passará por uma revitalização estrutural”, completa Castro. A aciaria passará por seis intervenções. Uma das novidades será a instalação de um novo sistema de monitoramento por termografia (temperatura), que permite uma análise em tempo integral das panelas de gusa e de aço. As câmeras possibilitam um melhor planejamento da ma@Divulgação nutenção dos equipamentos, por exemplo. Também faz parte do plano, a automação e aperfeiçoamento da performance da laminação. Serão implementados, ao todo, sete projetos. As melhorias têm meta de otimizar os recursos e insumos, como água e energia, e a garantir um processo mais limpo.

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Atmosferas Explosivas Foi publicada pela ABNT, em 13/05/2022, uma nova revisão da seguinte Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-26: Atmosferas explosivas – – Parte 26: Equipamento com elementos de separação ou níveis de proteção combinados. Esta Parte da Série de Normas ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas) especifica os requisitos para a fabricação, ensaios e marcação de equipamentos “Ex” que contenham partes de equipamentos com diferentes níveis de proteção de equipamento (EPL – – Equipment Protection Level) e elementos de separação. Estes equipamentos “Ex” podem ser montados em fronteiras onde diferentes EPL são requeridos, por exemplo, entre diferentes áreas classificadas, contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, ou em áreas classificadas contendo gases inflamáveis adjacentes a áreas classificadas, contendo poeiras combustíveis. Estes equipamentos incorporando diferentes EPL e elementos de separação podem ser instalados também na fronteira de áreas classificadas com diferentes Zonas, como entre Zona 0 e Zona 1. Os elementos de separação são considerados para equipamentos elétricos e não elétricos. Se a energia mecânica puder ser transformada em uma fonte potencial de ignição, adicionalmente, uma avaliação de risco de ignição de acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 80079-36 (Atmosferas explosivas – Parte 36: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas – Métodos e requisitos básicos) é realizada, e as medidas adequadas são tomadas. Medidas adequadas podem ser encontradas também nas ABNT NBR ISO 80079-37 (Atmosferas explosivas – Parte 37: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas – Tipos de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de ignição de fontes “b”, e imersão em líquido “k”), ou ABNT IEC TS 60079-42 (Atmosferas explosivas – Parte 42: Dispositivos elétricos de segurança para o controle de fontes potenciais de ignição de equipamentos “Ex”). Dentre as principais alterações técnicas que foram incorporadas nesta nova Edição 2022 da ABNT NBR IEC 6007926, em relação à edição anterior, publicada em 2016, destacam-se: • O título da Norma foi atualizado, passando de “Equipamentos Ex com EPL Ga” para “Equipamentos com elementos de separação ou níveis de proteção combinados”; • O escopo desta Norma foi ampliado para elementos de separação entre todos os EPL para áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, bem como para equipamentos não elétricos. O título e

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a estrutura desta Norma foram devidamente modificados; Para equipamentos com paredes divisórias fabricadas com outros materiais, além de metais resistentes à corrosão, vidro ou cerâmica, os ensaios de tipo foram detalhados, e especificado o ensaio de ciclagem, de acordo com a ABNT IEC/TS 60079-40, nos casos em que os equipamentos forem expostos a esforços constantes de vibração; A marcação foi ampliada para equipamentos “Ex” a serem montados entre diferentes Zonas; A espessura da parede divisória deve ser especificada nas instruções do fabricante aos usuários; Alertas adicionais foram incluídos nas instruções para equipamentos com elementos de separação expostos a fluxos contendo poeiras abrasivas;

A Comissão de Estudo CE 003:031.002 do Subcomitê SCB 003:031 (Atmosferas explosivas), responsável pela elaboração desta Norma técnica brasileira adotada, acompanhou todo o processo de atualização, comentários, revisão, votação, aprovação e publicação da respectiva Norma internacional da IEC 60079-26. Esta Norma Técnica Brasileira é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação, à IEC 60079-26:2021, Ed. 4.0, que foi elaborada pelo Technical Committee Equipment for Explosive Atmospheres (IEC/TC 31). As Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60050, ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO 80079, elaboradas pelas Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 são idênticas, sem desvios técnicos nacionais em relação às respectivas normas internacionais da IEC, de acordo com a Diretiva 3 da ABNT – Adoção de documentos técnicos internacionais.

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ZF utiliza aço verde

A ZF está trabalhando para reduzir sua pegada de carbono. Uma das alavancas mais importantes para alcançar esse objetivo é a compra de materiais produzidos de forma sustentável, como o aço. O grupo de tecnologia acabou de concluir um acordo de fornecimento de longo prazo, com a start-up sueca H2 Green Steel. A partir de 2025 até 2032, a empresa escandinava aumentará sua produção e fornecerá à ZF 250 mil toneladas de aço anualmente, a partir de sua planta instalada no norte da Suécia. Isso representa 10% das atuais necessidades de aço da ZF, que deixará de emitir cerca de 475 mil toneladas de CO2 por ano na atmosfera. A ZF processa direta e indiretamente cerca de 2,5 milhões de toneladas de aço, por ano, em todo o mundo. Para ajudar a atingir suas metas de redução de CO2, a empresa celebrou um acordo com a H2 Green Steel. A start-up sueca foi lançada em 2021, com o objetivo de acelerar a descarbonização das indústrias pesadas, começando pela siderurgia, por meio de novos processos e tecnologias de produção, e utilizando hidrogênio verde. O aço será produzido por meio de um processo de produção totalmente integrado, com digitalização de processos de ponta a ponta, eletricidade com fontes de energia renováveis, e hidrogênio verde no lugar de carvão. Na siderurgia tradicional, a redução do minério de ferro é feita aquecendo-o junto com o carvão, utilizando uma reação química que separa o oxigênio do ferro, o que resulta na formação e emissão de CO2. No processo de produção da H2 Green Steel, o hidrogênio verde reage com o minério de ferro de forma semelhante ao carbono, resultando na extração de oxigênio. No entanto, em vez de criar CO2, o principal subproduto é a água. “Com a introdução de processos de produção com baixa emissão de CO 2, e produtos sustentáveis, a indústria siderúrgica está passando por uma profunda transformação. Empresas inovadoras, com

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novos conceitos, estão em alta. Estamos apoiando essa transformação por meio de nosso relacionamento de fornecimento de longo prazo com a H2 Green Steel”, diz Daniele Pontarollo, Head de Gestão de Materiais do Grupo ZF. A ZF também está em diálogo com outros fornecedores líderes do setor de aço verde, para explorar oportunidades de fornecimento. “Acreditamos que, trabalhando em estreita colaboração com fornecedores sustentáveis, podemos @Divulgação reduzir significativa e sustentavelmente as emissões. A cooperação com a H2 Green Steel é um excelente exemplo disso”, diz o Dr. Michael Karrer, responsável pela sustentabilidade, gestão ambiental e segurança em todo o Grupo ZF. A partir de 2025, 10% dos atuais requisitos de aço da ZF serão fornecidos pela start-up sueca H2 Green Steel. Através de novos processos de produção, que utilizam hidrogênio verde, as emissões anuais de CO2 serão reduzidas em 475 mil toneladas.

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Expansão de fontes renováveis e hidrogênio verde no Brasil

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O potencial do Brasil, para atender ao crescimento da demanda global por energia limpa, em um cenário de descarbonização e expansão de novas tecnologias. Esse foi o destaque da Neoenergia, no painel “Os setores de serviços e seguros, e as novas oportunidades verdes”, durante o Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização & Investimentos Verdes, realizado no Rio de Janeiro. “O Brasil se encontra num momento histórico e espetacular. Hoje, o mundo é altamente demandante de energia verde”, destacou Mario Ruiz-Tagle, CEO da Neoenergia, que reforçou o histórico de investimentos da Neoenergia em renováveis, e a expectativa de desenvolvimento de novas tecnologias em expansão no Brasil, como energia eólica offshore e hidrogênio verde. O parque eólico de estreia da companhia, Neoenergia Rio do Fogo/RN, entrou em operação em 2006, e foi o primeiro desenvolvido com recursos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (PROINFA). Hoje, são 44 parques em operação e construção, somando capacidade instalada total em eólica de 1,5 GW, com destaque para Neoenergia Oitis, localizado entre o Piauí e a Bahia. Além disso, atualmente, a Neoenergia está à frente de estudos sobre o hidrogênio verde, como no projeto piloto de produção no Porto de Suape, em Pernambuco, desenvolvido em parceria com o governo estadual. Produzido utilizando energia limpa, livre de emissões de gases do efeito estufa, essa é uma aposta global para acelerar a descarbonização industrial. Entre os investimentos para a descarbonização, além da expansão das fontes renováveis, está o fomento à infraestrutura para o crescimento da mobilidade sustentável do país, como o projeto Corredor Verde, que integra o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Neoenergia, regulado pela Aneel – Agência Nacional de

Mario Ruiz-Tagle reforçou oportunidades para o país, com novas tecnologias de energia, durante evento que busca conectar estratégias corporativas e impulsionar os negócios verdes Energia Elétrica (Aneel). A companhia instalou a maior eletrovia do Nordeste, com 18 estações de recarga entre Salvador/BA e Natal/RN. “O objetivo é gerar confiança nos consumidores sobre o principal questionamento: qual é a segurança no uso do veículo elétrico? Hoje, a principal discussão é quanto se pode percorrer com um veículo elétrico”, explicou o executivo. Mario Ruiz-Tagle abordou, ainda, as possibilidades de compensação de emissões por meio do uso de energia renovável. A usina hidrelétrica Teles Pires (PA/MT), controlada pela companhia, está apta à emissão de créditos de carbono, utilizando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), e vem realizando contratações com empresas do Brasil, da Holanda e da Índia, referentes à sua geração desde o início da operação, em 2015. A Neoenergia comercializa também Certificados de Energia Renovável (I-REC, na sigla em inglês), referentes à geração eólica e hidráulica de parte dos seus empreendimentos.

DS-2TD2617

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DS-2TD6267


Energies

Segundo Idec, substituição de usinas do leilão emergencial é deplorável O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) considera deplorável a aprovação, por parte da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de medida cautelar que permite que empreendimentos contratados no leilão emergencial do ano passado sejam substituídos pela termelétrica Mário Covas (480 MW). “A decisão contradiz a missão da agência, de proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes, e em benefício da sociedade. Nesse sentido, deve atuar no sentido de evitar onerar ainda mais as tarifas finais para os consumidores, principalmente os mais vulneráveis”, destaca o coordenador do Programa de Energia e Sustentabilidade do Idec, Anton Schwyter, acrescentando que a entidade está analisando as alternativas jurídicas para suspender o movimento do regulador.

A decisão da Aneel está ligada ao fato de que a maioria dos projetos contratados no leilão de outubro do ano passado estão atrasados, e seus empreendedores não conseguirão colocá-los em operação no prazo-limite definido nas regras. “Não faz sentido que os projetos inviáveis con@Divulgação tratados no leilão sejam substituídos por usinas existentes. Nesse contexto, à Aneel cabe apenas a função de cobrar as multas de quem não cumprir seus contratos”, destaca Schwyter. O entendimento do Idec é de que todo o processo de contratação emergencial de energia deveria ser suspenso, conforme denúncia apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU). A denúncia se baseia no custo excessivo da energia, no impacto ambiental das usinas, e no fato de que a energia de tais empreendimentos não é necessária, tendo em vista as atuais condições de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas.

Top Performers em Confiabilidade de Módulos Fotovoltaicos O PVEL é um laboratório de testes de confiabilidade e desempenho de módulos solares, e classifica os fabricantes de módulos fotovoltaicos durante um período de 18 meses, com base nos testes do Programa de Qualificação de Produtos (PQP). O PQP engloba testes e análises de ciclagem térmica (TC600), calor úmido (DH2000), sequência de estresse mecânico (MSS), degradação induzida em potencial (PID192), degradação induzida por luz (LID), degradação induzida por temperatura leve e elevada (LeTID) e muito mais. Em comparação com os testes mais padronizados, o PQP é mais rigoroso, em termos de condições e sequências de testes. Consequentemente, os resultados obtidos são mais detalhados e significativos para cenários práticos de aplicação de módulos. Os resultados do PQP oferecem aos desenvolvedores de projetos, investidores e proprietários de ativos solares, dados independentes e consistentes sobre confiabilidade, e desempenho para possibilitar a escolha confiável de produtos fotovoltaicos e o gerenciamento eficaz de fornecedores. O PV Evolution Labs (PVEL) reconheceu a JA Solar como “Top Performer” pela sétima vez, em seu Scorecard de Confiabilidade de Módulos Fotovoltaicos do PVEL, de 2022. De acordo com dados de um teste de rendimento de energia, com duração de um ano (de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022), realizado em conjunto pela JA Solar e pela TUV Nord, a geração de

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energia por watt do módulo DeepBlue 3.0 da JA Solar é cerca de 1,6% maior do que a dos módulos de corrente supergrandes. A Trina Solar também foi novamente classificada como “Top Performer”, entre os fabricantes globais de módulos fotovoltaicos. De acordo com os resultados dos testes de confiabilidade e desempenho deste ano do PVEL, os módulos Vertex da Trina Solar, desde o Vertex S 410W para cenário residencial, até os módulos de ultra-alta potência de 600W+, para grandes usinas de energia montadas no solo, mostraram excelente confiabilidade em todos os rigorosos testes PQP. Em particular, os módulos Vertex 670W de ultra-alta potência alcançaram o melhor desempenho nas sequências PQP para calor úmido, ciclo térmico, degradação induzida por potencial, sensibilidade LeTID e MSS. Isso significa que os módulos têm excelente confiabilidade e desempenho em regiões de clima severo com alta temperatura, alta umidade e grandes flutuações de temperatura. Notavelmente, os resultados do teste MSS demonstram que quase não ocorreram microfissuras nas BOMs testadas para os módulos bifaciais de 670W da Trina Solar, e a degradação de energia foi inferior a 2%. Em resumo, os módulos de ultra-alta potência da Trina Solar em grande formato atendem aos critérios de melhor desempenho definidos pelo PVEL, mantêm o melhor desempenho e garantem confiabilidade mecânica.

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Energia solar entra na era do terawatt

Estudo internacional mostra que a energia solar no mundo assume cada vez mais protagonismo na transformação energética sustentável. A fonte solar acaba de ultrapassar a marca histórica de 1 terrawatt (TW) de potência instalada. Segundo o “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, principal relatório de mercado do setor solar fotovoltaico mundial, o Brasil, mercado líder em energia solar na América Latina, deve tornar-se um dos principais mercados globais nos próximos anos, podendo atingir 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total, até 2026. O estudo, coordenado pela SolarPower Europe, associação europeia do setor solar, contou com a participação e co-autoria da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica –, responsável por dois capítulos do documento: um que apresenta o panorama e perspectivas da energia solar na América Latina; e outro, especificamente dedicado ao mercado solar no Brasil.

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O relatório anual aponta que, apesar dos impactos sem precedentes causados pela Pandemia no mundo, a capacidade instalada solar dobrou, no mundo, nos últimos três anos. Com isso, em abril de 2022, o setor ultrapassou a marca de 1 TW de sistemas solares em operação no mundo. A projeção é de que a fonte solar fotovoltaica continuará acelerando seu crescimento, ultrapassando a marca de 2 TW, em menos de quatro anos, o que representará o dobro da capacidade de geração de eletricidade da França e da Alemanha somadas. Assim como o Global Market Outlook 2021 ficou acima das expectativas, este levantamento prevê maior crescimento. A previsão de implantação é 12% maior para 2022, ainda um pouco limitada pelos preços elevados dos componentes, gargalos da cadeia de suprimentos de curto prazo e questões de logística. No ano passado, a expectativa para 2023 já parecia bastante ambiciosa, e aumentou em mais 14%. O cenário médio para 2024 e 2025 também é 18% maior do que em 2021. Apesar de, ou por causa das incertezas da invasão russa da Ucrânia, e os aumentos de preços de energia resultantes, a energia solar é agora cada vez mais considerada para independência energética, já que nenhuma outra fonte de geração de energia pode competir com a versatilidade da energia solar: desde grandes usinas de energia para locais comerciais e telhados residenciais, edifícios integrados, fora da rede, e soluções móveis de energia. Combinado com baterias, a solar é ainda capaz de satisfazer necessidades além do setor elétrico. Mesmo com aumentos temporários de preços, o custo da energia solar melhorou ainda mais em 2021, novamente superando os combustíveis fósseis e nucleares em qualquer caso de investimento não subsidiado, e deve continuar um caminho de redução de custos por muitos anos. Novamente, muitas inovações de produtos em toda a cadeia de valor apoiam essa perspectiva. Apesar de sua resiliência, a energia solar perdeu um tempo precioso na luta contra as Mudanças Climáticas, devido à efeitos generalizados da Pandemia, que ainda impacta negativamente o setor solar, como muitos outros. O estudo conclui que ainda há muito o que fazer, e há a necessidade de mais suporte dos formuladores de políticas, para que a energia solar atinja seu pleno potencial. Embora à primeira vista seja impressionante que a energia solar tenha atingido o nível de terawatts (TW), e dobrará em menos de 4 anos, precisa chegar a dimensões muito mais altas para manter o mundo em uma temperatura de 1,5°C, e é ainda notável que a energia solar continue a adicionar capacidades de geração de energia maiores, ano a ano, do que qualquer outra tecnologia, mas sua contribuição para a produção global de energia ainda seja de apenas 3,7%.

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Omega Energia e 3M assinam novo contrato para fornecimento de energia renovável A Omega Energia assinou mais um contrato com a 3M, para o fornecimento de energia de longo prazo (PPA). A iniciativa representa uma extensão da parceria e terá início em 2023, com 10 anos de duração. O contrato de energia de Longo Prazo apresenta os certificados de energia renovável dos parques de energia da Omega, contribuindo com a redução de aproximadamente 32,1 mil toneladas de CO2 na atmosfera. O cálculo foi realizado com base no fator de Emissão Médio do Sistema Interligado Nacional de 2021, e da expectativa de consumo. Além disso, a 3M terá o abatimento das emissões para compra de energia (Escopo 2 do GHG Protocol). Considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, a 3M é uma empresa de tecnologia baseada na ciência, com mais de 120 anos de história, e presente com seus produtos em cerca de 200 países. Com mais de 3 mil funcionários no Brasil, a 3M tem um compromisso sólido com a sustentabilidade, com a meta de atingir a neutralidade de carbono, até 2050. Além disso, é um dos parceiros mais sólidos da Omega, no portfó-

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lio da empresa há quase 10 anos. Ao final do novo contrato assinado, a trajetória entre 3M e Omega atingirá uma jornada de 20 anos. A longevidade é um exemplo de como a 3M sempre acreditou no propósito da Omega, de transformar a energia no país, além de mostrar como as companhias trabalharam em sólida parceria ao longo desse tempo, para encontrar soluções limpas e sustentáveis na geração de valor para suas áreas de atuação. “A confiança da 3M em nossas soluções foi muito importante para fazer da Omega a maior geradora de energia renovável do Brasil”, diz Fabiana Polido, diretora comercial da Omega Energia. “Essa relação foi construída em trocas @Divulgação mútuas, e admiramos a trajetória da companhia e a importância que ela sempre dedicou à inovação, tornando-se cada vez mais importante para a sociedade. A assinatura desse contrato mostra que a Omega está sempre pronta para ajudar a construir uma sociedade com energia limpa, sustentável e competitiva, em linha com os critérios ESG”, complementa Fabiana Polido.

UFPB e Energisa assinam convênio com foco na redução de custos e sustentabilidade Economia de R$ 57 mil ao ano, e 164,52 MWh em energia, o suficiente para abastecer 69 residências com consumo mensal de 200 kWh. Essa é a previsão de redução de custos com energia elétrica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), após a conclusão do projeto de Eficientização Energética pela Energisa. O Termo de Adesão foi assinado pela Universidade e a Energisa, durante reunião na sede da concessionária. Com investimentos de mais de R$ 263 mil, o convênio prevê a substituição de 1.235 lâmpadas tradicionais por iluminação LED, e implantação de sistema de geração fotovoltaica, com instalação de 66 painéis solares. As obras serão iniciadas em junho, e devem ser finalizadas até agosto deste ano. Realizada por meio do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica –, a iniciativa tem o objetivo de promover o uso eficiente da energia elétrica por meio de projetos inovadores, como a substituição das luminárias convencionais por outras de LED, mais eficientes e com vida útil maior. O Termo de Adesão foi assinado pelo diretor-presidente da Energisa, Marcio Zidan (ao centro na foto|), e pelo Rei-

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@ Angélica Gouveia

tor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia (quarto da direita para esquerda), durante reunião na Sede da concessionária. O encontro contou ainda com as presenças do diretor-técnico da Energisa, Jairo Perez, e da especialista em eficiência energética da Energisa, Ana Paula Nunes. Pela UFPB, além do Reitor Valdiney Gouveia, participaram o superintendente de Infraestrutura (Sinfra), Jairo Inocêncio, os professores do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR), Yuri Percy Molina Rodriguez e Ademar Virgolino da Silva Netto, a Profa. Kelly Gomes, diretora-presidente da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova), e a Profa. Fátima Agra, presidente do Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba (IDEP/UFPB). “O movimento de unir instituições e pensar em sustentabilidade é um caminho sem volta, pois, são ações que proporcionam retorno para as gerações futuras”, explicou Marcio Zidan. Ele ressaltou, ainda, que a Energisa tem total interesse em integrar diversos outros projetos de inovação na UFPB. “Todo investimento feito em universidades reflete em desenvolvimento e melhorias para a comunidade de modo geral”, explicou Marcio Zidan.

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Leilão de Energia Nova contrata 29 projetos e atrai mais de R$ 7 bilhões em investimentos para geração de energia renovável A Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) promoveram o Leilão de Energia Nova “A-4”, o primeiro leilão de geração de energia de 2022. Hidrelétricas tiveram maior participação no certame, que atenderá demanda apresentada por distribuidoras no mercado regulador. A concorrência foi realizada virtualmente e negociou 237,5 MW médios de energia a um preço médio de R$ 258,16/MWh. Com deságio médio de 9,36% em relação ao preço máximo, foram vendidos, ao todo, 29 projetos, sendo 18 correspondentes aos empreendimentos com fonte hídrica, 4 com fonte eólica, 5 relacionadas a energia solar e 2 termelétricas movidas a biomassa. Os ativos contratados demandarão investimentos da ordem de R$ 7 bilhões, nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O Leilão de Energia Nova “A-4” foi qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos – PPI – por meio do

@Divulgação

Decreto nº 11.078, de 23 de maio de 2022. A qualificação no PPI objetiva conferir tratamento prioritário aos projetos, promover parcerias com o setor privado para viabilizar o fluxo de investimentos no setor elétrico e, assim, assegurar o fornecimento de energia, de forma eficiente e ao menor preço, para a sociedade brasileira.

Resultado das ofertas:

Com fábrica de sensores, Tractian deve triplicar produção

A produção da Tractian saiu, do final do segundo sefinalização. Testes são realizados para assegurar, não só a mestre de 2021, de 500 dispositivos por mês, para 4.000/ qualidade, mas a assertividade e segurança do produto. m, e, até o final do primeiro semestre, a expectativa é proPela produção completa dos sensores — desde a imduzir 13.000 dispositivos. pressão, montagem e inserção de cada parafuso e bateria A Tractian produz sensores IoT que conseguem medir — ser realizada na sede da Tractian, em São Paulo/SP, o mescom precisão a temperatura, vibração e horímetro de mámo lugar em que acontecem os desenvolvimentos da plataquinas, chamado Smart Trac. Com ele, todas as coletas são forma de monitoramento online e todo o resto da operação enviadas em tempo real para a plataforma da Tractian, onde o da empresa, há uma intersecção entre os times de hardwacliente tem acesso a tudo de forma fácil e online. Para conecre, produção e sucesso do cliente. As três áreas ficam em tar o sensor e a plataforma, a empresa produz também um gacontato constante, para trazer os melhores resultados e o teway, o Smart Receiver, que recebe as informações coletadas melhor produto para o cliente. Quando a equipe de sucespelo sensor, e as envia para a plataforma, que posteriormente so do cliente recebe feedbacks dos mantenedores, enviam realiza uma análise. Ambos os produtos são homologados pela diretamente para os times de plataforma e hardware para Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações. melhorar a fabricação do produto, e manter a tecnologia em @Divulgação Para Igor Marinelli, co-CEO e fundador da constante aprendizado, sempre buscando evolução. Tractian, ser produtor e desenvolvedor do software “Preocupamo-nos muito com a qualidade do e do hardware facilita a rotina do serviço oferecido produto, desde o início até o final da produção. Por pela empresa, já que com a tecnologia desenvolvida isso, ter uma fábrica é um diferencial que só algumas é possível que todo o serviço oferecido esteja aliempresas possuem. O produto tem que ser útil para nhado e seguindo o mesmo padrão de qualidade. o gestor e desenvolver, montar o produto aqui, não só Os dispositivos são montados manualmente, traz mais agilidade, mas também pontualidade, isso por equipe dividida entre produção, operação e qualidade. garante que o prazo de entrega para os nossos clientes seja Na fábrica, localizada na Vila Mariana, na cidade de São o mais rápido possível”, comenta o co-CEO. Paulo, e que ocupa um espaço de 230 m², são realizados A Tractian possui a licença prévia de instalação e opetestes de vibração e temperatura, antes de chegar na última ração da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São parte do processo, que consiste em inspeção visual de quaPaulo –, que permite a fabricação de aparelhos e equipalidade, que averigua três etapas: recebimento, produção e mentos de medida, teste e controle.

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SAMSON: Comprovadas Inovações e Engenharia em Válvulas, há 115 anos Fundada em 1907 pelo Sr. Hermann Sandvoss, a SAMSON celebra seu 115º aniversário em 2022. Como funcionário de uma grande indústria Alemã, ele era o responsável por todo o setor de máquinas e pelo monitoramento de vapor e fornecimento de energia aos processos fabris. Manter a temperatura dos processos constante era um trabalho difícil e demorado que exigia dele a regulagem manual dos equipamentos por várias vezes. Assim, o Sr. Sandvoss decidiu projetar um dispositivo que responderia automaticamente a quaisquer flutuações de temperatura. Após longos experimentos, ele desenvolveu um termostato que substituiu a tarefa de regular constantemente a temperatura e drenar o condensado manualmente. O termostato consistia em um pistão móvel suspenso dentro de um cilindro de latão, que foi preenchido com um líquido sensível à temperatura e selado por um tubo em material semelhantes à borracha. Esse projeto foi a base para sua primeira patente e, consequentemente o seu primeiro produto. De forma a investir no seu produto, no mesmo ano o Sr. Sandvoss fundou o seu próprio negócio, a VULCAN, e começou a fabricar reguladores de temperatura auto-operados. Em 1º de Maio de 1909, a recém-fundada empresa foi renomeada SAMSON, nome dado em alusão a “Sansão” devido à robustez e alta performance dos seus produtos, e tendo como sócios seus irmãos Carl, Wilhelm e Ernst. Em busca da localização perfeita, a SAMSON mudou-se duas vezes dentro da Alemanha

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antes de finalmente se estabelecer em sua atual sede, em Frankfurt, em 1916. O primeiro regulador de temperatura auto-operado recém-desenvolvido foi seguido por outros dispositivos auto e ploto-operados para regular temperaturas e pressões. A SAMSON lançou o seu primeiro dispositivo elétrico em 1935, incluindo uma válvula solenóide e um controlador de temperatura. Desde então, a gama de produtos tem sido expandida continuamente para incorporar novos desenvolvimentos tecnológicos. Começando como fabricante de reguladores auto-operados para aplicações em aquecimento para indústrias na Alemanha, evoluiu para uma inovadora especialista em válvulas com operações em todo o mundo. Além dos comprovados reguladores auto-operados, válvulas de vários tipos construtivos, atuadores e acessórios de válvulas (como posicionadores, chaves fim-de-curso, filtros reguladores e válvulas solenóide), a SAMSON fornece hoje componentes digitais e aplicações que coletam, analisam e avaliam os dados de campo. Como fabricante de válvulas por excelência, disponibiliza informações para os diferentes níveis de estratégias de manutenção – desde a manutenção preventiva até a prescritiva, abrangendo posicionadores inteligentes e sistemas de gerenciamento de ativos, como o SAM VALVE MANAGEMENT ® para diagnósticos em válvulas e o SAM GUARD ® sistema de monitoramento e prevenção de falhas em processos industriais.

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Adicionalmente, a SAMSON está totalmente engajada no desenvolvimento de soluções digitais chamadas SAM DIGITAL de modo a oferecer aos clientes não só os tradicionais produtos de excelência comprovada, mas na incorporação de dispositivos a eles para uma gestão de ativos baseada em dados de processo de modo a assegurar facilidade de acesso a informações e um progresso sustentável, continuando a expandir sua gama de serviços e produtos digitais para alcançar os mais altos níveis de eficiência e satisfação dos clientes.

válvulas de vários tipos, atuadores elétricos e pneumáticos, acessórios de válvulas, conversores de sinal, controladores, sistemas de automação, sensores e termostatos, bem como soluções digitais no conceito da indústria 4.0 e IIoT.

A SAMSON emprega mais de 4500 funcionários em todo o mundo e possui 18 locais de produção em nove países. Notáveis fabricantes de válvulas especiais como AIR TORQUE, CERA SYSTEM, KT-ELEKTRONIK, LEUSCH, PFEIFFER, VETEC, SED, RINGO VÁLVULAS, STARLINE, PRECOGNIZE e UBIX, são membros do Grupo SAMSON. A ampla gama de produtos é composta por reguladores auto-operados,

A SAMSON mantém seus olhos firmes nas tecnologias do futuro e no contínuo desenvolvimento de seus produtos e serviços. Como exemplo, o portfólio de produtos também inclui sistemas de diagnósticos preventivos e preditivos baseados em inteligência artificial (AI), além de produtos para aplicações em hidrogênio, GNL e dióxido de carbono.

Atende a diferentes mercados, incluindo os de produtos químicos e petroquímicos, gases industriais, alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos e biotecnologia, óleo e gás, energia, mineração, papel e celulose entre outros.

A SAMSON NO BRASIL

por: Rogério Amarello – Diretor Geral SAMSON Brasil

“Pense globalmente, mas forneça apoio e assistência a nível local”, este tornou-se o princípio norteador também para a subsidiária da SAMSON no Brasil. Não importa onde os clientes da SAMSON estejam, eles podem ter a certeza de que serão sempre atendidos pela SAMSON quanto à apresentação de soluções para seus requisitos específicos ou quando precisarem de qualquer consulta ou serviço. Isso também é verdade na América do Sul através das subsidiárias SAMSON no Brasil, Argentina, Chile e Peru formando uma espinha dorsal para o atendimento regional a clientes. Essas subsidiárias são apoiadas por distribuidores SAMSON na Colômbia, Equador e Venezuela. No Brasil a SAMSON está presente como uma das mais de 55 subsidiárias SAMSON pelo mundo desde 1997, com suas instalações nas cidades de Cotia - SP e Salvador - BA , assegurando uma cobertura geográfica regionalizada e eficaz aos clientes. As indústrias dos setores petroquímico e químico representam impor-

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tante participação nos negócios no Brasil e no mundo. É por isso que a SAMSON vem investindo continuamente em capacitação, pesquisa e desenvolvimento e infraestrutura. As instalações e recursos no Brasil permitem assegurar para toda a linha de produtos e serviços do Grupo SAMSON um ótimo nível de atendimento aos clientes através de respostas rápidas às demandas geradas, sejam por produtos, sobressalentes, serviços ou por atendimento técnico especializado. No Brasil, a SAMSON também possui uma ampla rede de Representantes Comerciais regionais, aptos técnica e comercialmente ao pronto atendimento. A confiabilidade dos produtos SAMSON apoiada pela excelência no atendimento é premiada pela satisfação de todos os seus funcionários, colaboradores, fornecedores e clientes que reconhecem o valor e a tecnologia agregados ao seu negócio. Obrigado SAMSON, e parabéns pelos seus 115 anos de história de sucesso e contribuição para o desenvolvimento industrial de forma responsável e sustentável!

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Cover Page @crédito

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Mineração automatizada: garantia de segurança, qualidade e produtividade

faturamento em 2021 – de R$ 339 bilhões, 62% superior ao registrado em 2020, resultante de 7% de crescimento no volume de minério produzido, atingindo 1,15 bilhão de toneladas, e de aumento dos preços das commodities no mercado global – mostra a força da mineração no Brasil. Também mede sua expressão pelo total de impostos arrecadados: no ano passado, foram R$ 117 bilhões, alta de 62,3%, sobre o mesmo período do ano anterior. A esses dados do Ibram – Instituto Brasileiro de Mineração –, agrega-se a previsão de investimentos de US$ 40,4 bilhões, até 2026, sendo 46% já em execução. Desse total expressivo, US$ 4,2 bilhões serão investimentos socioambientais, e US$ 36,2 bilhões, em produção e em infraestrutura, que demandam tecnologias diversas, que tornam a atividade mineira cada vez mais automatizada, integrando sistemas de controle com mecanismos de pro-

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dução, plataformas digitais, protocolos de comunicação e integração de dados. Constantino Seixas Filho, Managing Diretor da divisão Industry-X da Accenture Latam, lembra que a criação da Agência Nacional de Mineração foi importante para o setor, e está promovendo a digitalização de vários de seus processos, para agilizar o processo de outorga – ela lançou recentemente um edital para Transformação Digital do Programa de Outorga 4.0. A agência faz ponte, também, com os órgãos ambientais e tem formado quadros na área de auditoria e gestão de barragens de mineração. “Outra entidade que eu observo, que tem contribuído para o fomento de tecnologias digitais na indústria mineral, é o Mining Hub, com sede em Belo Horizonte, e do qual participam as empresas mineradoras, o Instituto Brasileiro de Mineração, e empresas de consultoria, serviços e tecnologia, que oferecem soluções para o setor, in-

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cluindo start-ups. Um dos programas mais conhecidos do Mining Hub é o M-Start, em que as empresas mineradoras divulgam problemas, para os quais buscam solução. Tanto as start-ups como as empresas de tecnologia podem propor soluções e, ao final, a proponente que tem seu produto aprovado fica com a propriedade intelectual da solução, e pode comercializá-lo no mercado. Fora do Brasil, o GMG – Global Mining Guidelines Group está criando uma série de documentos de referência para a indústria de mineração em assuntos relacionados à tecnologia, como mineração autônoma. Eles também estão dando apoio à padronização de baterias para uso em minas subterrâneas e de datasets, para divulgação para as comunidades de mineração e acadêmica, de modo que eles possam trabalhar na solução de problemas de interesse geral do segmento, no suporte ao desenvolvimento da companion specification do padrão PC-UA para mineração, entre outros”. Os investimentos em tecnologia neste setor em atividade no Brasil desde o século XVII no Brasil tiveram início na década de 1980. Dos CLP (controladores lógico programáveis) até hoje, longo caminho foi percorrido até os atuais sistemas, que fazem setup automaticamente, agem preventivamente, e alertam o operador, em caso de necessidade de atuação, entre muitos outros benefícios. Ainda que não tenha sido pioneira na digitalização, a indústria de mineração está adotando fortemente uma agenda digital, e demonstra um forte momentum, adotando aquilo que outras indústrias já implementaram, e gerando um roadmap inovador em várias novas áreas. Essa onda de inovação começou principalmente na Austrália e numa empresa estatal de cobre no Chile, porém, agora, já alcança todas as geografias, estando muito forte no Brasil, Chile e Peru. Os projetos do setor apostam na Mineração autônoma; no que podemos denominar de iROC – Integrated Remote Operations Center, ou centros de operação remota – para substituir as salas de controle, e eliminar os silos entre as áreas de operação; APC – Advanced Process Control –, que implementa algoritmos de controle avançado para os principais processos; Gerenciamento de energia – englobando energia elétrica, diesel e outros itens da matriz energética; Data analytics; e Integração IT-OT, com forte ação no aumento da vulnerabilidade dos sistemas, o que tem trazido a necessidade de cuidar dos aspectos de cybersecurity. Cyberattacks a empresas mineradoras têm acontecido com graves consequências. Estamos muito ativos na área de proteção às redes integradas. Julio Cesar Nery Ferreira, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, resume essa evolução comentando que, independentemente de a operação ser subterrânea ou a céu aberto, a supervisão estendeu-se “à extração e aos caminhões autônomos, que fazem todo o percurso da mina à planta de beneficiamento mineral, sem intervenção humana, e também para operações em áreas remotas, onde não há disponibilidade de mão-

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de-obra especializada, para garantir a continuidade da operação”. Segurança da operação, dos trabalhadores e da população do entorno são motivadores importantes para esses investimentos, que também promovem aumento da qualidade do minério e da produtividade da mina, além de redução dos custos e do desperdício. Mais recentemente, após os problemas registrados com barragens a montante, que exigiram fortes mudanças na legislação, “tornando-a talvez uma das mais exigentes do mundo”, de acordo com Nery. “Com a exigência legal de descaracterização das barragens a montante, aquelas que estão no nível 3 de emergência – além de controles em tempo real, sistemas de monitoramento que detectam qualquer possibilidade de movimentação, e alertam automaticamente – não podem ter pessoas, exigindo equipamentos autônomos controlados remotamente”, exemplifica o diretor do Ibram.

Sala de controle e monitoramento de acidentes da mineradora Samarco

Uma das estações de controle e monitoramento de danos da Vale “As principais mineradoras estão monitorando automaticamente suas barragens de rejeito e outros ativos geotécnicos. Três mineradoras brasileiras construíram GMCs – Geotechnical Monitoring Centers, de onde várias barragens podem ser monitoradas. Os centros operam em regime 24x7. Além das barragens, hoje monitoramos os taludes da mina, os túneis das minas subterrâneas, as pilhas de rejeito, minerodutos e outros ativos. A instrumentação utilizada é muito sofisticada: piezômetros, inclinômetros, medidores de nível e vazão, turbidímetros, sismógrafos, estações meteorológicas,

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Cover Page radares, drones de inspeção, medição de deslocamento por satélite (InSAR), etc. A cada dia, incorporamos novos instrumentos a esse processo”, pondera Constantino. O sistema de data analytics de barragens analisa todos os dados, identifica riscos e dispara TARPS – Trigger Action Response Plans, de acordo com a situação. Os geotécnicos possuem total visibilidade de todas as não conformidades, em tempo real. O sistema recomenda as ações e, num futuro breve, irá tomar as ações automaticamente. Se o sistema de gerenciamento detectar um risco muito grave, como no caso de concluir que existe risco iminente de rompimento da barragem, o sistema irá acionar as sirenes, pedindo a evacuação da área afetada, sem ter de escalar para outros níveis de decisão da empresa. Esse processo deve ser totalmente técnico. Esses investimentos nas barragens a montante vêm movimentando o setor, e são expressivos, apesar de finitos, reforça Nery, mas o Plano Nacional de Fertilizantes, recentemente aprovado, a médio prazo, deve estimular o setor de automação: “Têm projetos de minas com insumos para fertilizantes em andamento na região amazônica, por exemplo, para potássio, e no Ceará, para fosfato. O reflexo no mercado de automação deve acontecer a médio prazo, pois, os projetos são de longa maturação”.

Mineração 4.0 Da mesma forma que muitos outros setores da economia brasileira, a mineração legal está na rota 4.0, afinal, há muitos anos, não há mais trabalhadores dentro da mina, retirando minérios com uma picareta.

Samarco – Infraestrutura do SCAP para o Pelotamento 4 (Figura 1 ) O setor, para permanecer competitivo, aplicou tecnologias ao processo, de modo a produzir mais rápido, mais barato e com sustentabilidade. Como frisa o diretor de do Ibram, “é necessário trabalhar na Mineração 4.0, e a transformação digital a ela relacionada. Os novos sistemas de gestão, os sistemas operacionais supervisórios das operações nas minas, e o uso intensivo de sensores e monitoramentos automatizados, estão revolucionando a segurança operacional, sendo um dos principais avanços da digitalização dos ativos. Estes sistemas são fundamentais para elevar a confiabilidade da operação de estruturas como as barragens de rejeito. Sua implantação leva a um melhor conhecimento

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do minério, das operações, permitindo melhor planejamento e, com isto, ganhos importantes em segurança operacional e produtividade”. A manutenção também é beneficiada, pois, os equipamentos possuem recursos de autodiagnóstico, que informam em tempo real os problemas, antecipam algumas falhas, e aceleram o reparo, sinalizando o que precisa ser substituído. Ou seja, o próprio equipamento informa sobre o avanço e a disponibilidade de recursos, facilitando aumentar a qualidade dos instrumentos de trabalho em qualquer processo. E mais: reduz o uso de combustíveis, o tempo para manutenção de equipamentos, os riscos ergonômicos e de acidentes, o absenteísmo, níveis de efluentes não aproveitados, consumo de água, impactos ambientais, e emissão de materiais no meio ambiente.

Agenda tem ESG em destaque O estudo “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, da EY em parceria com o Ibram, entrevistou executivos de dez mineradoras do país, em março deste ano. No topo da agenda, estão as questões ligadas à descarbonização, ESG e licença para operar. Existem centenas de projetos hoje, que são comuns a vários negócios de mineração, além dos já citados, como os de gerenciamento de estoques, de contabilidade de produção, etc. E uma nova onda de projetos está debaixo do guarda-chuva, do que chamamos ESG – Environment, Society and Governance. Constantino destaca que a mineração passa por uma grande transformação, buscando colaborar de forma mais efetiva com as comunidades em torno da mina. Essas cidades possuem, em geral, uma grande dependência da atividade de mineração. A sociedade se preocupa com o futuro dessas cidades na hora em que a mina se exaure, e o trabalho termina. Esses lugares precisam desenvolver-se e se tornarem independentes do negócio principal, que tem tempo de vida determinado. “Na área de sustentabilidade temos projetos de gerenciamento de energia, água, controle de emissões e efluentes, redução de pegada de carbono, etc. Empresas mineradoras são catalizadoras de grandes transformações na área de energia. Uma grande empresa multinacional lançou, no “Mining Indaba” – a principal conferência de mineração do continente africano, que ocorreu em Cidade do Cabo, na África do Sul, um caminhão fora de estrada, movido a hidrogênio verde, em substituição ao diesel. Isso é uma revolução que pode se tornar em um novo grande negócio para empresas mineradoras e para os países onde estão localizadas. No Chile e no Peru, existe escassez de água, e aprende-se a fazer uma mineração menos dependente desse insumo, que é caro, muitas vezes, oriundo de um processo de dessalinização. Em vários processos minerais, também se introduz um estágio de secagem dos rejeitos, para diminuir o fluxo de rejeitos para as barragens.

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@EY/Ibram

Caminhão movido a hidrogênio lançado pela Anglo American A Anglo American lançou um caminhão movido a hidrogênio, com capacidade de carga de 290 t, para a comunidade de mineração em geral. Conhecido como sistema nuGen Zero Emission Haulage, o caminhão movido a hidrogênio é adaptado de um veículo movido a diesel, empregando uma célula de combustível de hidrogênio híbrido, fornecendo cerca de metade da energia, e uma bateria a outra metade, para permitir a recuperação de energia da frenagem. O caminhão pesa 220 t, e tem capacidade de carga de 290 t, totalizando 510t. A tecnologia permite que os caminhões funcionem com hidrogênio produzido no local, combinado com a energia da bateria. O hidrogênio entra na célula de combustível do tanque, e se mistura com o oxigênio para criar água, em uma reação química catalisada pela platina. Isso gera eletricidade que é usada para alimentar os motores que acionam as rodas, e a única emissão do veículo é o vapor de água. O projeto faz parte do programa Future Smart Mining da Anglo, envolvendo inovações passo a passo, onde as minas são integradas, automatizadas, neutras em carbono e usam muito menos água. O lançamento de nosso caminhão nuGen fornece um caso real para a adoção e uso mais amplo do hidrogênio nas formas de transporte mais pesadas, para as quais o hidrogênio traz inúmeras vantagens sobre a tecnologia de bateria.

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Os pontos relacionados à ESG envolvem mais especificamente o impacto nas comunidades locais (55%), a biodiversidade (35%), e a descarbonização (35%); e somam-se às questões que os governos podem pautar, em 2022: impacto da carga tributária sobre a indústria da mineração (55%), precificação de carbono (30%), e políticas de atração de investimentos (30%). Esses são desafios interligados e, portanto, devem ser geridos em conjunto, dentro de uma agenda de sustentabilidade das organizações, que prioriza novos modelos de negócio, avanço de tecnologias autônomas, requalificação profissional, etc. No caso da descarbonização da mineração, como explica Nery, “a mineração apresenta baixa emissão destes gases, o que também se constitui em oportunidade. Um exemplo de vantagem competitiva são os minérios de ferro do Brasil, que, pelos seus baixos teores de impurezas, geram menos escória, e consomem menos energia para sua redução, sendo por isto desejados pelos siderurgistas preocupados com a agenda ambiental”, destacando que, no mundo, “a produção de energia responde por 76% destas emissões, enquanto, no Brasil, este fator é de 19%, demonstrando uma maior utilização de fontes renováveis para o nosso país”. Para o diretor do Ibram, além dos equipamentos autônomos, constantemente citados, “a mineração é uma indústria que respira inovação, desde a fase de pesquisa e exploração mineral, até a fase de fechamento de mina, e a inovação é chave, na transição energética e na mineração 4.0, e o setor vive da pesquisa aplicada”. Entre as boas práticas, Nery lembra que a “iniciativa das mineradoras, ancorada no Ibram, de instalação e operação do Mining Hub, o primeiro hub setorial no mundo, é peça fundamental nesta estratégia”. Reconhecendo a importância da transformação digital no suporte a todas essas necessidades, Julio Nery recomenda: “Esta digitalização deve ser sempre inclusiva, e esta inclusão deve buscar aqueles que vivem próximo das nossas operações, e também o jovem. A mineração já possui bons exemplos do desenvolvimento deste capital humano, com o potencial ampliado pela experiência do trabalho off-site na Pandemia”. Também a TI industrial na área de mineração é muito evoluída. Constantino lembra que o setor adotou o historiador há mais de 20 anos. Em seguida, a mineração implementou os sistemas de gestão de produção (MES), tanto na mina e beneficiamento, como na área de portos e logística, e implantou sistemas APS – Advanced Planning & Scheduling, de forma a realizar o planejamento integrado de toda a cadeia de produção, e buscando otimizar uma função objetivo global, e não os processos unitários. O APS trouxe grandes benefícios, como a promoção do blending de produtos, ao longo da cadeia. Todas a mineradoras possuem dashboards para gerenciamento de KPIs para cada aspecto do negócio.

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Cover Page “Os digital-twins são muito comuns na mineração para vários objetivos. Existem digital twins na mina, que representam o pit em 3D, e mostram a posição de cada componente da planta móvel: escavadeiras, carregadoras, caminhões, bulldozers, etc. As condições dos taludes são mostradas na mesma visão, enfatizando as áreas de risco, os caminhos de desvio, etc. Informações, como o payload de cada caminhão, pressão e temperatura de pneus, e outras informações da condição do equipamento, também são visualizadas. Existem simuladores para cada circuito mineral, que são usados para estudos de estratégia de processo e de controle. Hoje, toda uma planta de beneficiamento mineral pode ser simulada, antes da sua construção, para verificar se a sua performance está de acordo com o planejado, ou se modificações devem ser feitas, ainda em tempo de projeto. Nós usamos também modelos de inferência para calcular variáveis difíceis de medir (soft sensors). Outro tipo de digital twin, muito utilizado, são os equipamentos virtuais, que simulam a operação de locomotivas, caminhões, ship loaders, retomadoras de minério e outros equipamentos. Isso é usado como para treinar os operadores, antes que eles operem as máquinas reais, como os “simulador de voo”, utilizados na aviação. Estamos usando digital twins na manutenção, treinamentos de segurança, treinamento de operadores de processo, simulação de um colapso na barragem de rejeito, etc. Os gêmeos digitais permitem realizar análises what-if de situações operacionais e escolher a melhor alternativa de solução, sem trazer risco para a planta. Só colocamos no ar aquilo que foi simulado e testado, e que demonstrou resultados tangíveis na planta virtual”, conta o diretor da Accenture.

American estão entre as mineradoras que se destacam no desenvolvimento e na aplicação de tecnologias digitais. No caso da AngloGold Ashanti, o foco está nas operações autônomas e semiautônomas, assim como no desmonte remoto de rochas. As ações começaram em meados de 2016, na mina Cuiabá, localizada em Sabará/MG. O projeto exigiu a implementação de mais de 17 km de fibra óptica, além de vários repetidores de sinal e switchs. Foi criada uma rede wi-fi específica para cada atividade, seja perfuração, detonação ou alguma outra utilizada na mina. Um sistema de telemetria – o primeiro a ser utilizado em uma operação subterrânea no Brasil –, permite o monitoramento remoto de equipamentos, contribuindo para a manutenção preventiva. A perfuração autônoma é realizada a mais de mil metros da superfície, em especial durante as trocas de turno, no horário noturno, e durante as operações de detonação na mina. Os equipamentos – equipados com sensores que garantem a segurança da operação, paralisando-a automaticamente, caso ocorra alguma falha mecânica, ou se verifique o acesso de pessoas ou equipamentos na área de operação – inclusive executam furos de produção (furos longos e verticais), de maneira automática e trocas automáticas das ferramentas de perfuração. A rede wi-fi também é utilizada para realizar detonações remotas, a partir do nível 11 da mina, em sala dedicada próxima ao Shaft. O sinal, enviado pelo blaster, e que também pode ser emitido a partir da superfície, dispara a corrente elétrica em direção aos explosivos, otimizando o ciclo de detonação da mina, reduzindo em até 15 minutos seu período de execução, em relação ao método tradicional. Hoje, 35% dos desmontes de rocha dessa mina são feitos de modo remoto, mas esse percentual, até o segundo semestre de 2022, com a extensão do processo à área de desenvolvimento, atingirá os 90% das detonações. Os benefícios derivados da aplicação dessas tecnologias vão além da segurança, e englobam, por exemplo, estabilização dos processos produtivos, aumento da produtividade e maior assertividade nas intervenções de manutenção.

Experiências de sucesso

Estações robóticas da Samarco ajudam na monitoração

Investimentos Até 2026, estão projetados US$ 40,4 bilhões em investimentos, sendo que, segundo o Ibram, 46% já estão em andamento. Desse total, US$ 4,2 bilhões direcionam-se a projetos socioambientais, e US$ 36,2 bilhões em produção e em infraestrutura. AngloGold Ashanti, Samarco, Vale e Anglo

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A busca pelo aumento de desempenho dos processos e consequente melhoria dos produtos e da competitividade no mercado de minério de ferro foram os propulsores da Samarco para implantar, em 2021, no Porto de Ubu/ES, o Sistema de Controle Avançado de Processo (SCAP) no Forno 4 e no Pelotamento 4. Os resultados computados mostram que o uso do SCAP rapidamente “reduziu a variabilidade do processo de pelotização e o consumo de gás no forno”, afirma Luis Alberto Sfalsin Passos, engenheiro de Processo Sênior da Samarco. Analisando o período de 01 de fevereiro de 2021 a 01 de maio de 2021, que engloba o antes e o depois da implantação, no

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Pelotamento “houve redução de 50% no desvio padrão, e aumento estatisticamente significativo, após otimização de algumas variáveis, de 1,2% na média do percentual de pelotas cruas entre 8 a 16 mm, conhecida como faixa granulométrica. Nesse mesmo período, foi registada redução de 43% na variação, e uma redução de 17% na média do consumo de gás do Forno 4, estatisticamente significativa”, garante Passos.

O engenheiro de Processo Sênior da Samarco destaca que o SCAP realiza o controle dos processos de forma autônoma e inteligente, e foi implantado “para solucionar problemas de variação, aumentando a capacidade de os processos atingirem um determinado valor-alvo sem ultrapassar os limites de especificação, abrindo espaço para otimização do processo. Estas ações aumentam a segurança das operações, reduzem custos, otimizam a produção e a qualidade do produto final”. Os sistemas, na maioria dos casos – comenta Passos – “não necessitam de muita infraestrutura para o funcionamento. Frequentemente, a instalação de um servidor e softwares para interface OPC, geralmente instalados na rede TA, são suficientes. Em casos particulares, a utilização de instrumentação analítica pode ser necessária, como por exemplo analisadores de imagens, analisadores químicos online, entre outros. Em dezembro de 2021, a Samarco instalou rede privada de IIoT para monitorar a carga das baterias das lanternas marítimas e a posição geográfica, via GPS, das boias de sinalização náutica. No total, são 10 lanternas sendo monitoradas, transmitindo sinal de falhas, estado ligado/ desligado, nível de carga das baterias e localização GPS.” Luciano Rocha, engenheiro de Automação Sênior da Samarco, descrevendo a solução, afirma que “a cada 30 minutos, a remota envia informações sobre falhas, estado ligado/desligado e nível de carga de bateria. E, a cada uma hora, a remota envia a localização da lanterna. O tempo de envio de dados pode ser alterado, de acordo com as necessidades do porto”. Outra característica do sistema destacada por Rocha envolve o fato de que “as baterias são normalmente recarregadas por painéis solares. A troca de baterias será feita

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apenas quando a plataforma de monitoramento alertar que ela está com carga em nível crítico, ou a equipe de gestão de ativos determinar que as mesmas se encontram em final da vida útil. Algumas condições diversas afetam o carregamento das baterias, como: condições climáticas, fezes de pássaros (que sujam o painel solar), e envelhecimento da bateria”. Samarco Resultado de investimento de R$ 90 mil em equipamentos, sendo que os serviços foram executados com mão-de-obra interna, a arquitetura da solução compreende remota interligada à placa eletrônica da lanterna, através de três circuitos, elaborados e construídos internamente, que coleta os sinais de falha, estado ligado/desligado e nível de carga da bateria, e envia a comunicação via rede IIoT até a gateway, através do protocolo de comunicação LoRa- Uma lanterna WAN. Os dados recebidos pelo ga- monitorada de Ubu teway são publicados na plataforma de monitoramento, via protocolo de comunicação MQTT. Existe um middleware (software), feito em node-red, que lê as informações da gateway, e as reenvia para a plataforma de monitoramento no formato e endereços necessários. Como resultado, “o monitoramento e a análise de dados ocorrem da seguinte forma: os dados são publicados na plataforma de monitoramento, que é um portal na internet (nuvem). Neste portal, é possível acessar o registro das informações enviadas pelas remotas, o estado atual de cada lanterna (de acordo com a última informação recebida), além de poder gerar um gráfico para visualizar os ciclos de carregamento e descarregamento de cada bateria”, resume Rocha. “As plantas da Samarco que se encontram em operação são totalmente automatizadas com sistema híbrido. Em se tratando de sistemas de controles avançados, os atualmente em operação podem ser identificados na Figura 1”, informa Passos. @Vale

Programa de autônomos A Vale deve investir US$ 45 milhões, até o final deste ano, para colocar em operação mais três caminhões, duas máquinas de pátio, e cinco perfuratrizes, todos autônomos, em Carajás/PA, além de mais um caminhão em Brucutu/MG, e três perfuratrizes em Itabira/MG. Esses equipamentos somam-

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Cover Page se aos autônomos presentes nas operações de Carajás/PA e Brucutu/MG, e às entregas realizadas em janeiro, fevereiro e abril, compreendendo, respectivamente, a 18ª máquina do pátio autônomo no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís/MA; a 11ª perfuratriz, em Itabira/MG; e o pátio autônomo, no Terminal Ilha Guaíba, em Mangaratiba/RJ. No total, já são 72 equipamentos operando no Brasil, sendo 24 caminhões fora de estrada, 18 perfuratrizes e 30 máquinas de pátio, operando de forma autônoma. Até o final do ano, com os investimentos finalizados, serão 86. Com o avanço dos autônomos, cerca de 300 já empregados deixaram de atuar em áreas sujeitas aos riscos inerentes à operação, como as cavas das minas e os pátios de estocagem, nos Estados de Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e Maranhão. Os primeiros equipamentos autônomos a entrar em operação foram caminhões fora de estrada e perfuratrizes, em 2018, na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo/MG. Atualmente, estão operando também caminhões fora de estrada, perfuratrizes e máquinas de pátio em Carajás/PA; perfuratrizes, em Itabira/MG; e os pátios inaugurados este ano, em São Luís/MA e Mangaratiba/RJ. Também há perfuratrizes e carregadeiras para minas subterrâneas no Canadá, e um pátio na Malásia.

“Os autônomos estão tornando os processos mais estáveis e alinhados com os padrões de segurança, apoiando a Vale, na sua ambição de se tornar referência em segurança na mineração”, explica o gerente do programa de autônomos da Vale, Pedro Bemfica. “Além disso, a introdução da tecnologia digital vem tornando os empregados ainda mais preparados para a tendência de transformação da indústria”. E os ganhos da inserção dessas máquinas na operação da Vale são muitos. Por exemplo, desde a implantação dos autônomos, não foi registrado nenhum acidente envolvendo pessoas. No caso dos caminhões, situações de risco, como tombamentos e colisões, foram eliminadas: ao detectar riscos, os caminhões paralisam suas operações, até que o caminho volte a ser liberado, porque os sensores do sistema de segurança são capazes de detectar tanto objetos de maior porte, como grandes rochas e outros caminhões, até seres humanos que estejam nas imediações da via. A tecnologia também traz ganhos ambientais. Em Itabira, as perfuratrizes autônomas apresentaram redução de 7,3% de combustível, em comparação às tripuladas, o que corresponde a cerca de 1.200 litros de combustível por ano, e equivale a 2.966 tCO2 a menos na atmosfera.

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@Samarco

Já nos caminhões de Brucutu, os pneus tiveram um acréscimo de 25% na sua vida útil, levando a um menor descarte de resíduos. O aumento da vida útil dos motores também foi de 25%, proporcionando redução de custo significativa para a empresa, pois, cada troca de motor custa R$ 2,5 milhões. A velocidade máxima dos caminhões em Brucutu, que era de 40 km/h, chegou a 60 km/h. A produtividade horária, medida pela quantidade de minério de ferro transportada por hora, teve aumento de cerca de 10%. Nos pátios autônomos de Carajás, também já foi possível medir os ganhos de eficiência. Em dois pátios da usina 2, durante o processo de empilhamento e recuperação do minério, houve uma queda de 90% em desvios operacionais, como a formação de pilhas de minério fora do padrão. A implantação dos autônomos nas operações está sendo acompanhada de planos de qualificação dos empregados, para atuarem com as novas tecnologias – executando as mesmas funções de uma forma diferente, interagindo com os veículos autônomos, ou funções novas, como projetista de pistas de caminhões –, tornando-os mais preparados para a @Vale mineração do futuro.

Automação beneficia pessoas e meio ambiente Aplicar a inovação à melhoria da vida das pessoas e transformar o futuro em conjunto com a sociedade são metas definidas pela Vale e materializadas, via iniciativas em segurança, produtividade e agenda de baixo carbono. Especificamente, as ações voltadas à segurança estão agrupadas, desde 2021, no Programa de Transformação de Segurança, que tem três objetivos principais: criar iniciativas para garantir processos seguros; acelerar a implantação de controles na operação; e remover pessoas de ativi-

Jérsica Cantanhede, operadora de pátio autônomo, na sala de controle em São Luís

Ana Carolina Pacheco monitora o pátio autônomo no TIG Controle & Instrumentação


dades de risco, utilizando técnicas de operação remota, autônomos e robótica. Sendo assim, integram o escopo do programa, por exemplo, projetos para implantação de veículos autônomos, desenvolvimento de sistemas de detecção de fadiga em operadores, e uso de realidade aumentada para inspeções e manutenções. Requisitos de Atividades Críticas (RAC) também visam a preservar a vida das pessoas, afirma Rudson Souza, engenheiro de Segurança do Trabalho da Vale, esclarecendo que “esses requisitos são parte integrante das medidas de controle, estabelecidas dentro do gerenciamento de riscos das nossas áreas, e estão divididos em Instalações e equipamentos; Procedimentos; e Capacitação”. Entre os 11 RAC existentes, o RAC 7 – Proteção de máquinas, lançado em 2022, que estabelece requisitos mínimos para proteção de máquinas e prevenção de acidentes nas atividades de aquisição, instalação, comissionamento, operação e manutenção. Os níveis de proteção envolvem, desde grades e anteparos, a portas com circuito de intertravamento, barreira de luz, scanner, controladores, atuadores, sensores, assim como dispositivos de parada de emergência. Também no quesito segurança no diaa-dia dos colaboradores da empresa, o Instituto Tecnológico Vale adaptou robôs para a inspeção de equipamentos nas usinas de beneficiamento de minério, evitando o acesso dos empregados ao interior desses equipamentos, e reduzindo os riscos de confinamento. A tecnologia já pode ser usada em moinhos de bola e britadores, por exemplo. Além disso, em locais como as linhas de transmissão de energia, a inspeção é feita por drones, evitando também o risco aos empregados. Já em parceria com a equipe da mina de Salobo, o Instituto Tecnológico Vale adaptou um dos modelos de drone para dispersar etiquetas de RFID, em áreas onde foram realizados desmontes de rochas. A invenção evita que empregados acessem a área para colocar as etiquetas manualmente, e coletar dados sobre a composição desse material para controle de qualidade de minério. Os drones ainda são úteis para

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levantamento topográfico da mina, mapeamento de pátio de produtos, e lançamento de cabos elétricos. Existem muitos desafios por conta da necessidade de expandir um negócio num ambiente de crescentes exigências ambientais, provocando o mínimo impacto ao meio ambiente, e para as comunidades, durante e depois da atividade mineradora. Custos crescentes de água, energia elétrica, diesel e insumos são outro desafio. Por isso, várias empresas do setor estão tornando-se também empresas geradoras e gerenciadoras de energia, o que é algo muito positivo, para trazer independência ao negócio e para reduzir os custos de produção, principalmente para os negócios eletrointensivos: produção de alumínio, zinco, níquel, ferro-ligas, etc. “Mineração é hoje um negócio em que a tecnologia traz um enorme diferencial competitivo. Quem não iniciou seu processo de transformação digital está sofrendo com a perda de competitividade. Estamos em um momento muito especial dessa indústria, e esperamos tornar realidade muitos dos sonhos que nós engenheiros tivemos, nas décadas passadas. A mineração está se movendo, e rápido”, frisa Constantino. O novo surto de demanda de commodities pela China, o aumento de consumo de novos metais, como as terras raras, necessária para a área de alta tecnologia, lítio, níquel, nióbio para produção de baterias, e a lata de demanda por fertilizantes (potássio, fósforo e produtos nitrogenados), necessários para gerar os alimentos para uma população crescente e urbanizada, estão turbinando o setor. Esse crescimento não deve parar, apesar de apresentar fases de volatilidade. A mineração será a cada dia mais high-tech, e está buscando novas fronteiras como a mineração submarina e de asteroides. Isso pode parecer uma ideia futurista, mas mineração submarina não é o que se faz no Pré-sal? Essa necessidade está atraindo novas empresas mais ligadas à indústria aeroespacial e de alta tecnologia para a área de mineração, e vai trazer um grande aumento dos investimentos.

Inovações Eletrostáticas

SISTEMA DE ATERRAMENTO ATIVO: monitor portátil TERRALIGHT e garra ativa TERRACLAMP

TERRALIGHT

O novo monitor de aterramento TERRALIGHT, da Eltex, funciona a pilha. Isso o torna portátil, prático e econômico. Outra vantagem do monitor de aterramento TERRALIGHT é sua certificação e aprovação para uso em áreas classificadas EX Zona 0 e Zona 20. A nova garra de aterramento TERRACLAMP, da Eltex, tem indicação luminosa. O Led verde só acende quando a condição segura de aterramento é, de fato, atingida. Além disso, ela é ainda mais ergonômica e tem alta pressão de força. Seus mordentes extremamente afiados ultrapassam com facilidade espessas camadas de sujeira ou tinta. Conheça mais sobre esses dois produtos Eltex. Juntos, eles garantem o aterramento eletrostático eficiente nas operações com substâncias inflamáveis.

TERRACLAMP

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Soluções de automação para mineração sustentável Pedro Soriano Consultor de Aplicação, Festo Brasil

Com o avanço da tecnologia, diversas soluções de automação para a área de mineração foram desenvolvidas, o que resultou na melhoria do controle e no aumento da eficiência e produtividade. Mais do que o controle, a digitalização e a utilização de instrumentos e equipamentos robustos e a aplicação de soluções específicas são os caminhos para uma mineração mais sustentável. A implementação de uma planta de mineração eficiente, com controles e monitoramentos dos processos, desde a fase de extração até o produto final e rejeito, é fundamental para o aumento da produtividade e o sucesso das operações. Ao implantar a automação nas diversas etapas de processo, é possível aumentar a disponibilidade e eficiência dos equipamentos, pois, o funcionamento ocorrerá dentro dos padrões ideais estipulados pelo fabricante, com possibilidade de ajustes durante o processo. As particularidades do ambiente de mineração, como poeira e acúmulo de material, exigem produtos robustos, com alto grau de proteção, e poucos componentes expostos ao tempo. Por isso, soluções como sistemas de selagem automáticos para as selagens das bombas de polpa, atuadores lineares com eletrônica integrada para a função de controle, e terminais de válvulas com remotas montadas em painéis são usuais. Os principais controles estão presentes no processo úmido, em que temos a polpa de minério. Nessa etapa, podemos citar os controles de nível de caixas, densidade e vazão da polpa, pressão dos hidrociclones, que podem ser feitos principalmente com válvulas moduladas, on-off e variação da velocidade das bombas. Um dos processos importantes é a etapa da Concentração, na qual estão as células de flotação. Para o funcionamento do equipamento, diversos controles são necessários, como vazão de ar para formação das bolhas, adição de coagulantes para a separação da polpa, e o controle do nível das bolhas, com a abertura/ fechamento das válvulas dardo. Uma das soluções de controle mais antigas utilizadas nas válvulas dardos contempla o atuador tipo castelo, com sensor hall como elemento de realimentação e posicionador fixado no corpo do atuador. Em muitos casos, além da imprecisão, esse tipo de solução tem baixo grau de proteção, tempo de resposta grande, e exige intervenções em campo pelos operadores em razão da necessidade de ajustes recorrentes por causa dos

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diversos componentes externos, que são afetados pelo ambiente e processo. Amplamente utilizado no mercado, o atuador com posicionador e régua potenciométrica estão montados internamente no atuador, com a possibilidade do feedback de posição e eliminação de todos os acessórios externos. Com alto grau de proteção (IP69K), possui função integrada, que possibilita a movimentação da válvula de maneira automática para uma posição de segurança, livremente selecionável, caso haja queda de energia ou pressão. O resultado final é um controle com uma alta precisão e rapidez no posicionamento, o que resulta numa estabilidade no processo, sem grandes variações na posição da válvula dardo, além de uma maior eficiência e produtividade das células de flotação. Esse mesmo atuador pode ser utilizado nas válvulas de controle tipo mangote, muito aplicado em colunas de flotação, no under dos espessadores, em controle de polpa de minério (densidade, vazão, nível, entre outros), e nos dampers, cujos benefícios são os mesmos das células de flotação. Os painéis com terminais de válvulas possibilitam centralizar o acionamento de um conjunto de válvulas de processo que estão montadas no campo. Com a comunicação em rede, é possível utilizar cartões de entrada e saída na mesma solução, assim como fazer a interligação dos sensores das válvulas e os sinais de campo de uma determinada área, o que reduz o tempo de manutenção, devido ao monitoramento das falhas. A digitalização de etapas do processo também merece destaque, pois, possibilita o monitoramento das principais variáveis de processo, bem como o controle e acompanhamento remoto. Soluções que facilitem a manutenção e operação e aumentem a produtividade são a chave para o sucesso das operações.

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Programa de digitalização da indústria O Ciesp – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – lançou o projeto “Jornada da Transformação Digital”, para oferecer consultoria e suporte profissional, para que cerca de 40 mil indústrias paulistas modernizem seus processos, nos próximos quatro anos. Digitalize é destinado às micro e pequenas empresas, que são aquelas com maior dificuldade de se modernizar e, também, as que são em maior quantidade – segundo o Ciesp, somente no estado de São Paulo, elas representam 82%. Com essa iniciativa, estima-se que as indústrias de pequeno porte aperfeiçoem sua capacidade produtiva, e se destaquem no mercado. O projeto foi desenvolvido pelo Senai/ Sebrae/Ciesp/Fiesp, e terá custo zero para as indústrias associadas ao Ciesp na fase de diagnóstico, treinamentos e de revisão nos modelos de negócios. As indústrias que participarem da iniciativa terão a oportunidade de se destacar em alguns quesitos, como melhorar o nível de maturidade digital, diminuir o consumo de energia, ampliar sua competividade frente ao mercado, e aumentar em até 50% a produtividade. As etapas iniciais serão gratuitas e, na reta final, as empresas que precisarem investir em softwares e equipamentos receberão, ainda, uma consultoria específica para definição de qual a melhor fonte de financiamento. Será disponibilizado suporte para a formulação dos projetos que necessitarem de recursos, mas as primeiras etapas envolvem melhoria na eficiência energética, que reduz o valor da conta de energia elétrica e já impacta positivamente no caixa das empresas. Outra etapa importante nesta reta inicial é o de manufatura enxuta, que aumenta a produtividade, sem a necessidade de investimentos em novas máquinas, apenas utilizando a revisão de processos. O presidente

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@Divulgação

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do Ciesp, Rafael Cervone, lembra que a Jornada da Transformação Digital prevê a automação industrial e integração de diferentes tecnologias, dentre as quais está a digitalização das atividades industriais, a computação em nuvem, a internet das coisas, a inteligência artificial, e o uso da robótica. Tudo no sentido de melhorar processos e a produtividade. “A iniciativa será essencial para apoiar a transformação digital nas empresas, modernizando a tecnologia e os modelos de negócios. O impacto será muito significativo, trazendo competitividade e maturidade digital”, diz Cervone.

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Nova plataforma de monitoramento de ativos e mitigação de risco A Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções com foco em automação IoT, segurança, monitoramento omnidata, redes, edge performance e armazenamento, anunciou sua nova plataforma, batizada de Roost Operation Center (ROC), que reúne serviços de Network Operation Center (NOC) e Security Operation Center (SOC). A nova ferramenta de gerenciamento oferece um serviço especializado de monitoramento dos ativos de TI, avaliação de desempenho e falhas, além de recomendações de mudanças para correção de problemas e mitigação de riscos. “É uma solução completa, que facilita o monitoramento do ambiente digital, garantindo visibilidade da infraestrutura

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de rede da empresa, para que os sistemas operem com segurança, eficiência e agilidade, sem interrupções”, destaca Eliezer Silveira Filho, Managing Director da Roost. O serviço, que pode ser contratado no esquema 24 x 7, dependendo da necessidade de cada cliente, contempla direcionamento de rede ativo, proatividade na prevenção, identificação, priorização e notificação de falhas, além da correlação e gerenciamento de alarmes e eventos. A Roost oferece ainda Monitoramento de falhas; Monitoramento de desempenho; Monitoramento de problemas; Monitoramento de mudanças; Monitoramento contínuo; Prevenção e detecção de ataques; Suporte e resposta a incidentes.

Ataques com URLs falsas em grandes plataformas de nuvem Pesquisadores da Varonis alertam que invasores estão utilizando URLs personalizáveis, também conhecidas como URLs de vaidade, em serviços SaaS, para criar links de phishing mais convincentes. A técnica é adotada para links gerados por meio do Box, Zoom e Google, com nomes de companhias com credibilidade no mercado. Cibercriminosos podem produzir endereços curtos de páginas na internet (como este ex:app.example.com/s/1234), vinculados às plataformas, e com o nome de uma empresa específica, convidando à participação em uma videoconferência ou ao compartilhamento de documentos on-line, por exemplo, e gerando ataques a partir disso. Enquanto URLs personalizáveis fornecem um link customizável e fácil de lembrar, o Varonis Threat Labs descobriu que algumas aplicações não validam a legitimidade do subdomínio do URL personalizado (ex:suaempresa. example[.]com), mas validam apenas o URI (por exemplo, ‘/s/1234’), destaca o vice-presidente da Varonis, Carlos Rodrigues. “Como resultado, os agentes de ameaças utilizam suas próprias contas SaaS para gerar links para conteúdo malicioso (arquivos, pastas, páginas de destino, formulários, etc.) que parecem estar hospedados pela conta SaaS, sancionada por outra empresa. Conseguir isso é tão fácil quanto alterar o subdomínio no link. Esses URLs falsificados podem ser usados para campanhas de phishing, ataques de engenharia social, ataques de reputação e distribuição de malware”, completa Carlos. O Box, serviço de armazenamento na nuvem, oferece planos para negócios com a opção de customizar o subdomínio para acessar e compartilhar documentos. Quando um arquivo é compartilhado pelo Box, um link genérico é criado. A Varonis descobriu que, em alguns casos, invasores conse-

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guem colocar qualquer nome de empresa no URL genérico, e o link ainda funcionará, fazendo com que a URL pareça legítima. Invasores ainda podem adicionar uma proteção com senha, para o arquivo ganhar uma melhor aparência de segurança, ou uma logomarca, para remeter à companhia que eles estão falsificando. O Zoom também permite que organizações tenham uma URL customizável, (como ex:suacompanhia.zoom. br.us), para páginas de registro em webinars, páginas de login de funcionários, reuniões, gravações, entre outras funciona@Divulgação lidades. A ferramenta possibilita o upload de logomarca e alteração de cores. Um invasor consegue mudar a URL de uma gravação dele para o domínio de uma companhia, para parecer que aquele conteúdo pertence a ela. Em alguns casos, isso gera um aviso de alerta ao usuário, indicando que aquele conteúdo é externo. Mas, em outros, é possível customizar a URL sem gerar o aviso. Uma página de registro em um webinar, por exemplo, pode ganhar o nome e logo de uma empresa com credibilidade, e esse formulário ser usado para capturar senhas e informações pessoais de funcionários daquela companhia. Os especialistas constataram que outras ações parecidas podem ser realizadas nessas mesmas plataformas, e também pelo Google Docs e pelo Google Forms. A Varonis alerta que URLs customizáveis são ferramentas interessantes para oferecer uma experiência personalizada a clientes, quando implementadas com segurança. Mas, como testado, essas URLs também podem ser falsificadas e, portanto, devem ser tratadas com cautela, como qualquer outro link que circule pela internet.

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Desafios para a fabricação do novo robô da Tesla Docentes da graduação em Engenharia de Robôs da FEI refletiram sobre as tecnologias necessárias para a produção do Optimus (foto), robô humanoide anunciado por Elon Musk. A Tesla anunciou recentemente que vai começar a fabricar, em 2023, o robô humanoide Optimus, que terá 1,73 m de altura e 57 kg, sendo capaz de carregar até 20 kg de carga, e realizar diversas tarefas. Por enquanto, a empresa adiantou apenas parte das características e funcionalidades que estarão presentes no projeto e, em análise, o professor Flavio Tonidandel, vice-reitor e coordenador da graduação de Engenharia de Robôs da FEI, avalia os desafios que os engenheiros roboticistas da empresa terão de enfrentar para desenvolver o primeiro protótipo funcional, previsto para este ano. “Entre as tecnologias que devem integrar o robô, está o sistema inteligente e autônomo de direção da Tesla, já utilizado nos carros da montadora, além de várias câmeras e sensores para reconhecimento de terrenos, obstáculos e objetos. Mas, o que permitirá que todo o sistema seja funcional em ambientes domésticos, como anunciado, será a aplicação de inteligência artificial”, conta o professor Tonidandel. Ele lembra que é a partir do aprendizado por erros e

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acertos, na execução de funções programadas, que o robô desenvolverá suas habilidades. “O mesmo ocorre, por exemplo, com o ‘autopilot’ dos carros da Tesla. Eles podem dirigir sozinhos, mas não são inteiramente autônomos”, esclarece. Para o professor Plínio Thomaz Aquino, docente do curso de Engenharia de Robôs e coordenador do Departamento de Ciência da Computação da FEI, “resta criar um robô que seja passível de reprodução em escala e acessível ao mercado. Modelos como o da Tesla ainda são extremamente caros”. “Para se ter ideia, robôs menores, que só interagem com as pessoas, custam em torno de 10 mil euros. Robôs de serviço e navegação, por outro lado, podem chegar facilmen@Divulgação te a valores superiores a 20 mil euros. É difícil precificar, inicialmente, por quanto poderá ser vendido o Optimus, mas acredito que será um pouco mais caro que os disponíveis hoje, podendo baixar de preço conforme sua produção ganhe escala”, pondera professor Tonidandel. Para o professor Tonidandel, algo evidenciado pelo Optimus é que inúmeras empresas e startups globais estão em demanda por engenheiros roboticistas, capazes de desenvolver tecnologias que melhorem a qualidade de vida das pessoas. “Isso comprova o quanto a robótica é a tecnologia do futuro, e a FEI já está preparando profissionais prontos para atuarem dentro dessa perspectiva, cada vez mais próxima da nossa realidade”, finaliza.

Número de dispositivos IoT conectados cresce 18% globalmente Segundo relatório State of IoT—Spring 2022 da IOT Analytics, a escassez de chips continua a desacelerar a recuperação do mercado da Internet das Coisas (IoT). O número de conexões globais de IoT cresceu 8%, em 2021, para 12,2 bilhões de endpoints ativos, representando um crescimento significativamente menor do que em anos anteriores. Apesar de uma demanda crescente por soluções de IoT, e um sentimento positivo na comunidade e maioria dos mercados finais de IoT, a IoT Analytics espera que o impacto dessa escassez dure muito além de 2023. Outros ventos contrários para os mercados de IoT incluem a Pandemia em andamento, e interrupções gerais da cadeia de suprimentos. Em 2022, o mercado de IoT deve crescer 18%, para 14,4 bilhões de conexões ativas. Espera-se que, até 2025, à medida que as restrições de fornecimento diminuam e o crescimento acelere, haverá aproximadamente 27 bilhões de dispositivos IoT conectados. Tanto os dados reais de 2021, quanto a previsão atual de

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2025 para dispositivos IoT, são menores do que o estimado anteriormente – que, para 2021, era de 12,3 bilhões de dispositivos IoT conectados; a previsão anterior, para 2025, era de 27,1 bilhões de dispositivos IoT conectados. Algumas das principais tendências que impactaram o crescimento do número de dispositivos IoT conectados em 2021 foram as redes LPWA, que se expandiram, especial-

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mente aquelas que usam a tecnologia NB-IoT ; usuários se afastando do legado 2G/3G e as conexões 4G IoT crescendo 24%, devido à maior adoção de chipsets baseados em LTE Cat 1, Cat 4 e Cat 6, sem esquecer que, para muitas implementações, o LTE Cat 1 bis está se tornando uma alternativa às tecnologias LPWA mencionadas anteriormente; a escassez de chips continuou a desacelerar a recuperação do mercado; a Pandemia continuou a impactar produtos e cadeias de suprimentos. O sentimento atual do mercado IoT permanece predominantemente positivo, embora tenha caído em relação às altas do quarto trimestre de 2021. Os sentimentos de melhores perspectivas são encontrados em empresas que oferecem serviços de conectividade (pontuação de sentimento de 117), software geral (115), segurança cibernética (113) e

nuvem (113). Na pesquisa mais recente, alguns macrotemas devem ser observados: inflação; guerra em curso na Ucrânia; busca pelo talento digital/ mão-de-obra qualificada de custos, e garantir o abastecimento aos clientes. Outros destaques são os níveis recordes de investimentos em VC para empresas de IoT – que aumentaram para um recorde de US$ 1,2 bilhão, no primeiro trimestre de 2022, em comparação com apenas US$ 266 milhões, no primeiro trimestre de 2021 –; as várias grandes aquisições focadas em IoT, quando empresas de IoT especializadas em IA e análise, software de IoT e semicondutores/chips foram responsáveis por aproximadamente 45% de todas as principais aquisições relacionadas à IoT, entre o terceiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022.

Vale do Genoma busca parcerias com empresas de TI para acelerar entrega de soluções ao mercado A conta é bem simples, porém impactante: um exame de sangue ou uma coleta nasal para o teste de Covid-19, por exemplo, geram três terabytes de dados. Na primeira rodada do programa desenhado pelo Vale do Genoma, para o atendimento de seis mil pessoas, serão 18 petabytes. “Será o maior servidor do Brasil”, sentenciou Tsen Chung Kang, diretor de pesquisa e novos negócios do Grupo Jacto, e membro do Conselho Executivo do Vale do Genoma. Este pode ser o cenário para um futuro bem breve, que projeta o time do ecossistema de inovação voltado à pesquisa e desenvolvimento, com abordagem genômica e inteligência artificial. Os resultados serão aplicados à saúde, também à agropecuária e ao meio ambiente. Formando um polo de startups, a iniciativa, considerada pioneira no Brasil e no mundo como referência em melhorar a qualidade de vida das pessoas, está implantada na cidade de Guarapuava e, neste momento, quer migrar da pesquisa para o mercado. Para isso, o Vale do Genoma vem fortalecendo parcerias, e ampliando as pesquisas nas áreas de genética e inteligência artificial (IA) aplicadas à saúde. A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (AssesproPR) é parceira do projeto. “É uma alegria para nós, como entidade, vermos esse projeto de pessoas tão competentes aqui no nosso estado acontecendo e, mais ainda, saber que essas soluções podem realmente ajudar um setor tão necessitado, que é o da Saúde. Isso envolve qualidade de vida, também economia. É algo grandioso”, disse Lucas Ribeiro, presidente da entidade. Lucas colocou

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a Assespro-PR e seus associados, profissionais com expertise na área de tecnologia da informação (TI), à disposição do Vale do Genoma. “Se pudermos contribuir, obviamente que @Divulgação estaremos juntos, com muita alegria”. Vale lembrar que a Assespro-PR, recentemente, lançou, em conjunto com o Governo do Paraná e outras entidades, a cartilha “Soluções Paranaenses de Tecnologia para Cidades Inteligentes”, um guia de startups que visam a melhorar o atendimento do serviço prestado pelos municípios, por meio da inovação. O foco inicial do projeto é atuar em três frentes da saúde, curiosamente, as mesmas que ao longo da história da medicina tiveram grandes avanços: @Divulgação epidemiologia, genoma e inteligência artificial (que possibilita a medicina de imagens, por exemplo). Os avanços permitiram alcançar a medicina de precisão, e hoje se trabalha em sinais e sintomas; no futuro, vão ser usados também algoritmos também na Saúde. O principal intuito agora é ampliar a prospecção de novos parceiros do segmento empresarial, nas áreas correlatas ao projeto, com vistas, principalmente, à identificação de oportunidades de negócios inovadores, contribuindo para a @Divulgação competitividade do setor produtivo. O Vale do Genoma é constituído por representantes do Governo do Estado, por meio da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Fundação Araucária; do IPEC em Guarapuava, Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Cilla Tech Park (Parque Tecnológico de Guarapuava), Centro de Inovação do Agronegócio e das universidades. Conta, ainda, com o apoio das empresas Repinho e Jacto.

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TwinCAT Machine Learning oferece mecanismo de inferência adicional Mecanismo de servidor, para aumentar os requisitos de aprendizado de máquina. Com o TwinCAT Machine Learning Server como um mecanismo de inferência adicional, o TwinCAT Machine Learning também atende aos requisitos cada vez maiores de aprendizado de máquina (ML), ou aprendizado profundo para aplicações industriais. Isso ocorre porque os modelos de ML estão tornando-se cada vez mais complexos, espera-se que a velocidade de execução aumente, e uma maior flexibilidade dos motores de inferência é exigida, em relação aos modelos de ML. O TwinCAT Machine Learning Server é uma biblioteca padrão do TwinCAT PLC, e um mecanismo de inferência chamado quase em tempo real, ou seja, em contraste com os dois mecanismos anteriores, ele não é executado em tempo real, mas em um processo separado no IPC. Em troca, basicamente todos os modelos de IA podem ser executados no mecanismo do servidor, e isso com suporte total do formato de troca padronizado Open Neural Network Exchange (ONNX). Além disso, existem opções de hardware otimizadas para AI para este produto TwinCAT, que permitem um desempenho escalável. O TwinCAT Machine Learning Server pode operar em paralelização clássica em núcleos de CPU, usando a GPU integrada dos PCs industriais Beckhoff, ou acessando GPUs dedicadas, por exemplo, da NVIDIA. Isso fornece um mecanismo de inferência com a máxima flexibilidade, em termos de modelos e alto desempenho em termos de hardware. As aplicações podem ser encontradas em modelos preditivos e prescritivos, bem como em visão de máquina e robótica. Exemplos incluem métodos baseados em imagem para classificar ou avaliar produtos, para classificação de defeitos, bem como defeito ou localização do produto, e para calcular as posições de preensão.

O novo controlador de válvula discreta de desligamento de emergência da Emerson melhora a segurança e o tempo de atividade em aplicações perigosas O teste de curso parcial TopWorx DX com HART 7 fornece dados e diagnósticos detalhados do conjunto da válvula, tornando possível manutenções preditivas e operação confiável. O novo DX PST integra-se perfeitamente com válvulas e sistemas de controle existentes, dando aos operadores acesso a dados críticos das válvulas, tendências e diagnósticos, que podem ser usados para prever e programar manutenções. O teste de curso parcial do DX PST garante a função confiável do sistema, sem interromper o processo. Um recurso de segurança confirma que a válvula fechará totalmente e interromperá o processo se uma emergência for detectada, bastando pressionar o botão PST local para ativar o teste. Nenhum equipamento adicional é necessário. Para evitar falhas críticas em condições adversas, a unidade substituirá o teste para realizar um desligamento de emergência (ESD). Certificado para operação em aplicações severas e perigosas, o DX PST adaptativo foi projetado para garantir a integridade das válvulas, melhorando a segurança geral e o tempo de atividade das instalações em aplicações de petróleo e gás, refinaria, química, energia industrial e mineração. O protocolo HART, cujas especificações são de propriedade do FieldComm Group, cria outra camada de informações, que garante que dados, tendências e diagnósticos sejam monitorados e vinculados à Internet das Coisas Industrial. Essas informações podem ser usadas para prever e programar a manutenção com eficiência. Capaz de oferecer nível de integridade de segurança 3 (SIL 3), o DX PST está disponível com uma redundância de válvula solenoide 2oo2 ou 2oo3, integrada quando emparelhado com o sistema de controle redundante avançado (ARCS), da série ASCO, para aumentar ainda mais a segurança, e abrir terminais que permitem um transmissor de pressão adicional, juntamente com dois pressostatos.

C&I_272 - 03 Siemens lança LOGO! CIM, módulo complementar de interface de comunicação que abarca diversos protocolos em apenas um dispositivo: Modbus TCP, Modbus RTU, S7 Communication e RESTfull API. A visualização, monitoramento e troca de dados ocorre por meio de serviços em nuvem AWS. Há novas possibilidades de aplicação, através de uma solução remota via 4G e GPS A configuração é feita em página web integrada, sem necessidade de conhecimento prévio. A solução demonstra versatilidade ao incluir diversos protocolos de comunicação, podendo mesmo utilizar um gateway para Modbus RTU, sendo comandado via proto-

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colo HTTPS, através do RESTfull API. Permite, ainda, comunicação com sensores, atuadores e controladores da Siemens e de terceiros. A configuração é feita via página web integrada, sem conhecimento prévio de programação necessário. O LOGO! CIM facilita os processos de automação residencial, predial e HVAC (climatização), agricultura, controle e monitoramento remoto, indústria de água e esgoto, transporte e logística, manutenção preditiva, e monitoramento básico de energia. A cada atualização (agora já em sua versão 8.3), mais funcionalidades são implementadas, com o objetivo de acomodar as demandas do cliente, aumentar a eficiência e a produtividade.

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A Hypertherm apresenta o Powermax SYNC, sistema de cortadores a plasma com inteligência integrada, e um revolucionário cartucho de peça única. Com a tecnologia, o processo de corte ou goivagem passa a ser muito mais simples, o que amplia a produtividade das empresas. O Powermax SYNC permite que as empresas tenham menos peças para armazenar e gerenciar – antes eram cinco, agora é apenas uma – e assim, o tempo exigido para substituir os consumíveis e as máquinas paradas é muito menor. O equipamento conta com um sistema que reconhece o cartucho automaticamente, sendo capaz de ajustar a corrente de corte máxima, e evitar erros de setup, ajustes inadequados, ou a escolha dos consumíveis não indicados. Além disso, os cartuchos são codificados por cores de peça única, o que simplifica o estoque, reduz equívocos do operador e o tempo de treinamento. Outro diferencial da tecnologia é a comunicação avançada da tocha, responsável por definir a corrente e o modo de operação corretos, eliminando erros de instalação. A série Powermax SYNC oferece três sistemas: Powermax65 SYNC, Powermax85 SYNC e Powermax105 SYNC.

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A Smar oferece um conversor inteligente de comunicação, entre equipamentos Profibus PA e uma porta USB, que permite que serviços de monitoração, atuação, configuração e gerenciamento da rede Profibus PA possam ser executados em conjunto com qualquer sistema Host, baseado na tecnologia FDT/DTM. Seu padrão de Comunicação IEC61158-2, 31.25 kbits/s para fieldbus (Profibus PA) permite uso abrangente e versátil, tanto em bancada, quanto a quente, diretamente na rede em funcionamento. É um instrumento leve e de fácil manuseio, alternativa adequada para o dia-a-dia das equipes de manutenção, com poderosa interface USB/ Profibus PA, de uso simples e fácil, para configurar equipamentos Profibus-PA. De uso intuitivo, amigável, a PBI-PLUS é a ferramenta ideal para acesso às informações em segmentos Profibus PA, via FDT/DTM, com qualquer ferramenta de mercado baseada em FDT/DTM e, no caso da Smar, pode ser usada com o AssetView e via ProfibusView. Ela pode ser um mestre Profibus Classe 2, entrando em paralelo na rede, e ainda, em modo standalone, se torna uma poderosa ferramenta de configuração e manutenção, permitindo a energização do equipamento Profibus-PA sem a necessidade de fontes externas. Outra vantagem é sua facilidade de uso e velocidade de comunicação, quando comparadas às outras ferramentas Profibus. C&I_272 - 06

O VTT10-PP, da Vivace, é um transmissor de temperatura e um conversor de sinal 4-20 mA, para montagem em trilho DIN que aceita sensores TC, RTD, Ohm e mV, gerando um sinal em digital ProfibusPA, de acordo com sua medição e com a configuração do usuário. Além de um transmissor de temperatura, pode ser usado como um conversor de sinal 4-20 mA para Profibus-PA de um canal, facilitando a integração de equipamentos convencionais 4-20 mA em sistema Profibus. Tem exatidão de ± 0,01% do Span Calibrado; Tensão de Alimentação /

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Saída de Corrente PROFIBUS-PA: 9 a 32 Vcc, corrente quiescente 12mA; Limites de Temperatura Ambiente de - 40°C a 85°C; Ferramentas baseadas em EDDL, FDT/DTM, assim como plataforma Android®; IP00 / IP66 (Instalado); Isolação Galvânica, 1,5 kVac; Dimensões / Peso Aproximado 76 x 23 x 105 mm / 105 g; invólucro de plástico ABS Injetado; entradas: TC, RTD, Ohm, mV e 4-20mA; montagem sobre trilhos DIN. A biblioteca DTM para os equipamentos Profibus-PA pode ser encontrada no site da Vivace.

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