Revista Passear Versão Gratuita Nº25

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Nº. 25 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear by

sente a natureza

REPORTAGEM Walking Festival Ameixial

PR – REVEZES

O ALGARVE de transição CRÓNICA Caminho Português Interior de Santiago

Destino Mata do Bussaco

Descobrir Chalé da Condensa d’ Edla


Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

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2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Capa Fotografia

PR – Revezes (pág. 38)

No promover é que está o segredo! Será que Portugal é um destino de Natureza excecional e cheio de potencialidades? Esta é uma interrogação recorrente nas conversas dos entusiastas e, em minha opinião, estou convencido que sim. Esta minha convicção vem das inúmeras incursões que faço pelo nosso pais e que confirmam, em pleno, o potencial que Portugal tem como destino de Natureza. Não é o melhor do Mundo como alguns querem fazer crer mas, é um bom destino. O revisto PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo) refere, com clareza, o Turismo de Natureza e o Birdwatching entre os 10 produtos em que, prioritariamente, deverá assentar a estratégia de desenvolvimento do Turismo nacional. Resta-nos saber promover para, dessa forma, conquistar o mercado interno e internacional. A revista Passear tem vindo a estabelecer parcerias de trabalho com diversas autarquias, no sentido de potenciar as regiões. Tem sido um trabalho gratificante e revelador do despertar, por parte dos autarcas, da importância que o Turismo de Natureza pode ter para o desenvolvimento das suas regiões. Boa leitura e bons passeios. Diretor vascogoncalves@lobodomar.net


Edição Nº.25

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Sumário

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04 Atualidades 08 Entrevista : Autarquia de Reguengos de Monsaraz 14 Equipamento Botas para que vos quero! 22 Crónica: Caminho Português Interior de Santiago 2012 (2ª Parte) 28 Reportagem: Walking Festival Ameixial 38 Caminhada PR 21 – LLE / Revezes PUB 46 Onde Dormir 48 ASSINATURA PASSEAR 50 Destino : Mata do Bussaco 60 Descobrir : Chalet e Jardim da Condessa d’Edla

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atualidades 4

GR - Rota Douro-Sul 2013 Com organização da Secção de Pedestrianismo do Ténis Clube de Lamego, CAOS – Lamego e o apoio do Centro Municipal de Marcha e Corrida de Lamego; Lamego Convida; Ginásio House Of Fitness; Grupo Caminhar – Facebook ; Amigos de Ferreiros A.C.D; Inovterra; e Câmara Municipal de Lamego, realiza-se no sábado dia 1 de junho de 2013 a Grande Rota Douro-Sul 2013. Trata-se de um percurso de Grande Rota, com um total de 33 km, que serão cumpridos ao longo do dia. Pelas suas características não se aconselha a participação de caminheiros menos experimentados ou mal preparados fisicamente. Organização - Contactos: Email: geral@tenisclubelamego.com ; ruiramos@tenisclubelamego.com Telfs: 918369750 – Rui Ramos; 962354381 – João Diogo

TURIHAB fomenta Turismo no Campo, com novas adesões, em áreas Naturais Neste primeiro trimestre do ano, A TURIHAB aumentou a oferta da rede Casas no Campo, com quatro novos associados, para fomentar o Turismo no Campo, em zonas iminentemente rurais e de conservação da Natureza. Estes Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural, localizados no Alentejo e Vale do Tejo, em parques e áreas naturais de referência, constituem verdadeiros

refúgios que garantem o sossego absoluto e a fruição do campo, aos mais curiosos e amantes da Natureza. Com estas novas adesões a TURIHAB valorizou substancialmente a oferta de turismo no campo, na Costa Vicentina com a Herdade da Matinha, as Casas da Lupa no Parque Natural do Sudoeste Alentejano, o Moinho do Álamo nas margens do Rio Almansor e a Artvilla, localizada na típica Al-


deia Vila Nova, junto á Serra de Montejunto. Estas Casas no Campo são excelentes exemplos de conforto e distinção, em que os proprietários estão presentes para personalizar a estadia e acompanhar todas as atividades desenvolvidas na herdade ou na envolvente, proporcionando momentos únicos de descontração e lazer. São espaços magníficos para conhecer a região em todas as vertentes de turismo ativo, fazer caminhadas, montar a cavalo, observação da fauna e da flora ou simplesmente desfrutar da riquíssima gastronomia de cada local... Saiba mais em www.casasnocampo.net

Semana Verde em Almada

Entre os dias 29 de maio e 6 de junho decorre a Semana Verde, nove dias repletos de atividades que nos dão a conhecer o património natural do concelho e muitas pistas para um dia-a-dia mais sustentável.

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atualidades 6

A organização é da responsabilidade da Câmara Municipal de Almada. Alguns destaques da Semana Verde de Almada: 01 de Junho / Apresentação de painéis informativos “Aves do Parque da Paz” Toda a manhã no Parque da Paz Ao longo do ano, podem ver-se no Parque da Paz mais de 70 espécies de aves. Entre guarda-rios, garças, peneireiros, chapins e poupas, muitas são as aves que habitam ou ocorrem neste espaço verde da cidade. Para dar a conhecer esta valiosa biodiversidade, a partir de dia 1 de junho estarão disponíveis no Parque da Paz dois painéis temáticos com informação sobre as aves terrestres e aquáticas mais fáceis de observar neste Parque. 06 de Junho / Inauguração da Exposição

“Natureza em Portugal: 25 anos de Fotografia de Luís Quinta Pelas 18h no Museu da Cidade, Cova da Piedade Esta mostra faz a retrospetiva dos 25 anos de fotografia de natureza do almadense Luís Quinta, o mais prestigiado fotógrafo de natureza português. A exposição tem dois núcleos: “Portugal”, onde é exibida uma seleção de fotografias tiradas por todo o território nacional, e o núcleo “Almada, entre o Mar e o Rio”. O fotógrafo fará uma visita guiada pela exposição, dando a conhecer histórias e segredos escondidos nestas imagens ímpares. A exposição estender-se-á até ao Parque da Paz, onde fotos de grande formato estarão em exibição até Outubro.

Diputación de Cáceres promove em Lisboa destino turístico TÆJO INTERNACIONAL O presidente da Diputación de Cáceres, Laureano León, em conjunto com a Diretora Geral de Turismo do Governo da Extremadura, Elisa Cruz, a Presidente do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas de Portugal, Paula Sarmentos, e diversas personalidades de ambos os países, participaram, no dia 9 de Maio, numa ação de promoção do destino turístico TÆJO INTERNACIONAL que se realizou nas instalações do Instituto Cervantes, em Lisboa. Esta ação enquadra-se no âmbito das atividades

da celebração da VIII edição do Festival Máscara Ibérica de Lisboa e contou com a presença de 30 empresários da zona do Parque Natural Tajo Internacional, operadores das principais agências de viagens e meios de Comunicação Social de ambos os países. A apresentação do parque natural ocorreu no mesmo dia em que foi publicado em Diário da República o decreto de aprovação do acordo de cooperação entre Portugal e Espanha, relativo à constitui-


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ção do Parque Internacional Tejo Tajo, assinado há um ano na cimeira ibérica que decorreu no Porto. O presidente da Diputación de Cáceres destacou a importância da data escolhida para o evento, o dia 9 de maio, Dia da Europa, já que este espaço será o primeiro Parque Natural Internacional da Europa, e explicou que a Diputación de Cáceres se envolveu neste projeto para “contribuir para o desenvolvimento social e económico de ambas as comarcas, assim como delinear estratégias de cooperação

territorial que valorizem os recursos naturais, culturais e históricos, ligados à zona fronteiriça do Tajo-Tejo, partilhada entre Espanha e Portugal”. O objetivo desta iniciativa é dar a conhecer um pouco mais do destino Tajo Internacional em Portugal, o principal mercado emissor de turismo daquela zona, e incitar a que seja incluído em futuros circuitos, catálogos turísticos e publicações, em Portugal. Este evento serviu também para promover os produtos gastronómicos únicos da região.


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AUTARQUIA DE REGUENGOS DE MONSARAZ

UM DESTINO DE ELEIÇÃO NO TRABALHO QUE TEMOS VINDO A DESENVOLVER NO SENTIDO DE POTENCIAR AS REGIÕES DE PORTUGAL NO QUE DIZ RESPEITO AO SEU PATRIMÓNIO EDIFICADO E À SUA RIQUEZA NATURAL E CULTURAL FOMOS ENTREVISTAR JOSÉ CALIXTO, PRESIDENTE DA AUTARQUIA DE REGUENGOS DE MONSARAZ. TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES

A região de Reguengos de Monsaraz é muito conhecida pelo seu Enoturismo, pelo seu património edificado, pelas suas paisagens deslumbrantes, uma fauna e flora riquíssima e, mais recentemente pela albufeira do Alqueva.


Passear (PAS) - Como caracteriza a oferta turística Cultural e de Natureza atualmente? José Calixto (JC) - O Concelho de RMZ tem um conjunto vasto e diversificado no que diz respeito ao legado cultural. Todo o território é pontuado por património paisagístico, megalítico, arqueológico, etnográfico e arquitetónico e no qual se inscreve a rede de percursos Biografia da Paisagem que integra todos os elementos patrimoniais bem como os aglomerados urbanos do Concelho que paralelamente oferecem todo um background histórico e social bem como um conjunto de serviços nomeadamente alojamento e restauração que permitem ao visitante permanecer por vários dias para conhecer todo o património em apreço através desta rede de percursos que perfaz cerca de 220km e que integra 9 percursos dos quais 4 de grande rota e 5 de pequena rota e que assentam em 9 diferentes temáticas: o vinho, o montado, os reguengos, Monsaraz, água, vale, barro, caminho-de-ferro e vistas privilegiadas.

9 cavalam, de bicicleta, caminhadas, de 4x4, etc. - Os passeios de barco através do Centro Náutico de Monsaraz. - O campo de voo de Campinho – passeios de ultraleve. - O Autocaravanismo para o qual possuímos áreas de serviço. - A Festa Ibérica da Olaria e do Barro.

Gostaria também de destacar:

- Monsaraz Museu Aberto.

- Beleza paisagística que o Grande Lago

- Ciclo de exposições Monsaraz Museu

acrescentou ao concelho.

Aberto.

- O Birdwatching.

- Museu do Fresco em Monsaraz e

- A Reserva darksky Alqueva.

outros espaços culturais como a Casa da

- Os programas organizados pelas

Inquisição.

unidades de turismo como passeios a

- Património arqueológico e arquitetónico


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PAS - A integração do Turismo de Natureza no PENT o que poderá trazer para a região? JC - Nova oferta turística complementar com o património arquitetónico e arqueológico. Investimento de operadores especializados no turismo de natureza. Investimento da autarquia na promoção de turismo de natureza com a implementação de novos percursos. Penso que será necessário investimento do governo para promover o turismo de natureza uma vez que é uma das suas apostas estratégicas para a exploração e desenvolvimento do turismo em Portugal.

PAS - Como tem sido a promoção da região em Portugal e no Estrangeiro? A componente Natureza tem sido uma referência? JC - A promoção turística da autarquia tem sempre em atenção o turismo de natureza e as potencialidades do Grande Lago. Temos promovido a nossa região na Bolsa de Turismo de Lisboa, na Fitur e noutras feiras que se realizam em Portugal e Espanha PAS - A Albufeira do Alqueva que mais valia trouxe para a região? JC – A Albufeira do Alqueva é complementar com o turismo já existente (património / enoturismo / gastronomia /cultural). Trouxe um novo tipo de turistas, que apre-


ciam a natureza, que gostam de realizar caminhadas e passeios no campo. O Turismo náutico desenvolveu-se com passeios de barco, pesca desportiva e visitas para apreciar o maior lago artificial da Europa PAS - A região tem capacidade para receber, com qualidade, as pessoas que a visitam? Qual é o tipo de alojamento dominante? JC - Atualmente temos cerca de 500 camas turísticas. A tipologia de alojamentos, assenta em pequenas unidades nas imediações do Grande Lago, com boa qualidade e com serviços diversos. Em plena região alentejana, o concelho de

Reguengos de Monsaraz recebe os seus 11 visitantes oferecendo todo o conforto possível. Este advém da ligação estreita entre a decoração tradicional e a tranquilidade que definem o conceito de turismo rural naquele que é considerado destino turístico de excelência. É esta a oferta predominante em toda a região. Casas construídas ou recuperadas, planeadas para conseguir a plena integração na paisagem rural. Ideal para famílias e amigos, para jantares ao ar livre ou no aconchego de uma típica lareira alentejana. Em Reguengos de Monsaraz encontramos diversas unidades de grande qualidade, na sua maioria classificadas como Alojamento Local.


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entrevista



equipamento

! o r e u q s o v e u q a r a p s a t o B A ESCOLHA DAS BOTAS PARA CAMINHADAS É SEMPRE UMA DIFICULDADE PARA QUEM SE INICIA. NORMALMENTE, AS PRATELEIRAS DAS LOJAS ESTÃO REPLETAS DE MODELOS QUE, NA SUA APARÊNCIA SÃO MUITO IDÊNTICOS ENTRE SI. NESTE ARTIGO PRETENDEMOS DAR ALGUMAS INDICAÇÕES QUE LHE PODERÃO FACILITAR A VIDA E EVITAR GASTOS DESNECESSÁRIOS. CONVIDÁMOS ALGUNS COLABORADORES E AMIGOS A FALAR DAS SUAS BOTAS E O QUE SIGNIFICAM PARA SUA ATIVIDADE. Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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Considerações Caminhadas mais técnicas em terreno geralmente mais acidentado ou de maior pendente. Por serem leves e versáteis, este tipo de botas acabam por ser a escolha perfeita para caminhadas de um a vários dias. Com a nova tendência de chassis mais leves, alguns fabricantes lançaram modelos chamados Lite Trek ou Light Trekking, e alguns novos modelos foram classificados como Hiking, isto é, para caminhadas simples. Dependendo do modelo, poderá ser utilizado em travessias de neve em baixa e média montanha. Mas é preciso ter cuidado na compra desse tipo de botas, já que muitos fabricantes possuem modelos que não deveriam ser classificados como Trekking. A questão da impermeabilidade é sempre importante, depois de decidirmos esta questão, é só procurar calçado que possua ou não as membranas impermeáveis, como por exemplo o Gore-tex® ou o Sympatex®, (apenas para nomear as mais conhecidas). Hoje em dia, há uma confusão tão grande criada pelos fabricantes, que já não se pode confiar quando eles classificam algum modelo como BackPacker, Trekking, ou Hiking. É preciso pesquisar muito sobre os modelos e compreender um pouco mais sobre os materiais empregues. Os Fóruns são bons locais para obter informação sobre determinados modelos! As solas A sola da bota é muito importante e vital para o sucesso do equipamento. A marca italiana Vibram® é uma referência mundial em componentes de borracha de alto desempenho. Desenvolve fórmulas exclusivas para cada tipo de atividade física. Vibram® cria a fórmula de acordo com a

necessidade do desporto: borracha de firme aderência para escaladas; de tração húmida para velejar; de duração para calçados específicos para o trabalho ou de enchimento para proporcionar conforto às caminhadas. As solas Vibram® passam por rigorosos testes de laboratório e de campo, realizados pela equipe Team Tester com o objetivo de garantir ao consumidor seu alto padrão de qualidade e credibilidade. Vibram® Super Trek Vibram Super Trek é um composto de borracha usado em calçados especiais, especialmente para os calçados desenvolvidos para as atividades realizadas ao ar livre. Vibram® é o composto mais usado, criado para satisfazer à necessidade de grande tração com uso prolongado.

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No ato da compra Quando estiver em uma loja, esses são os passos para se escolher o tamanho correto para seus pés: - Levar as meias que pretende utilizar com as botas. - Verifique o calçado, passando a mão cuidadosamente pelo seu interior para examinar se há algum ressalto, ponta ou costura que possa vir a magoar. - As botas devem estar muito bem amarradas de forma bem firme, pois se estiverem frouxas, será mais difícil escolher um tamanho correto. - Ande muito pela loja, agache, pule, fique na ponta dos pés e simule ao máximo o uso que dará ao equipamento, pois só assim poderá sentir se o modelo ou tamanho incomoda os seus pés. Quando ficar na ponta dos pés, prestar atenção, pois seus pés devem deslizar no máximo 2cm para frente. Outra coisa importante, é que em posição de descanso, os dedos devem ter mobilidade dentro do bico da bota, de forma nenhuma devem ficar imóveis. O calcanhar deve ficar firme e mexer o mínimo possível, quando anda ou traciona na parte frontal dos pés. Outros fatores de conforto - O atar das botas - As meias - O bastão

Atar as botas As diferentes maneiras de amarrar os atacadores podem ajudar a encontrar o ajuste ideal e melhorar o rendimento. Essas três flexíveis técnicas podem servir para que encontre o ajuste ideal para seus pés. 1. Aperta o ajustamento da zona do calcanhar Para distribuir a pressão, criando um laço entre os dois ganchos e passar o atacador de cima para baixo e para cima continua. 2. Baixo dorso do pé - Peito do pé baixo ou Estreito Utilizando uma ou mais das técnicas, mostraram que os atacadores ficam completamente presos (sem haver dilatação dos atacadores no local) e os pés podem ser mantidos no local sem causar pressões indevidas ou irritação. 3. Peito do pé alto ou Largo Técnica utilizada para reduzir a pressão nos pontos mais altos do pé ou liberar mais espaço lateral. Todas as três técnicas produzem um melhor encaixe do calçado aos pés. Gerando um maior conforto e reduzindo ou até acabando com problemas de bolhas.


As meias Muitas pessoas creem que as meias mais eficazes para a prevenção das lesões são as fabricadas em 100% algodão, esta crença está desajustada da realidade. Vários estudos demonstraram que as meias fabricadas em fibras químicas (por exemplo; poliéster, poliamida) provaram ser superiores, no papel de prevenção de bolhas, nomeadamente os modelos que possuem uma felpa densa ou dupla camada. As fibras químicas devido à sua superioridade em evacuar o suor são mais adequadas para a fabricação de meias técnicas desportivas (especialmente as microfibras como o poliéster da marca registada, Coolmax©). Meias Comfort Trekker da Bridgedale Concebida para trekking e hiking, ideal para qualquer estação. 50% Coolmax® / Polyester 27% Merino Wool 22% Nylon / Polyamide 1% Lycra® / Elastane Preço na Strail: 17.72 €

O uso de bastão Um bastão é uma grande ajuda nas caminhadas, o peso do seu corpo fica melhor distribuído se utilizar um bastão para caminhar e a estabilidade aumenta. O bastão é particularmente recomendável para caminhadas de várias horas.

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As minhas botas / Asolo Oroel Bota desenhada para caminhadas e trekking ligeiro. Muito cómoda e com uma boa proteção do pé e do tornozelo, a Oroel, é fabricada recorrendo ao sistema Fusion que garante o conceito mais rápido/mais leve muito em voga para os caminhantes e amantes do trekking. A conceção deste modelo permite encarar, com naturalidade, terrenos irregulares onde se conjuga com o baixo peso e o conforto para um dia de caminhada e trekking. O exterior é fabricado em camurça hidrofugada com 1,6 e 1.8 mm de espessura e Cordura. A membrana interior de Gore-Tex garante a impermeabilidade, ao mesmo tempo que se mantêm uma boa transpiração. A sola é Vibram que proporciona uma excelente tração, absorção de impactos, resistência às mudanças de temperatura e uma durabilidade fora do comum. Tacos bem definidos e distribuídos pela sola a pensar na utilização em terrenos exigentes. Possui sistema anti-derrapagem. A palmilha é fabricada em poliuretano expandido. O peso da bota ronda as 615 gr e o preço de comercialização, na STrail, é de 125,00€

OPINIÕES António Freitas / Grupo Pénotrilho de Braga O mais importante para caminhar é um bom calçado. É comum cometer erros como por exemplo, fazer um trekking de botas novas, levar calçado de alta-montanha para um trilho de piso fácil e sem grandes declives, ou o inverso, fazer de sapatilhas um caminho muito irregular ou com neve. Um pouco de bom senso e umas botas usadas, leves e com um bom apoio de tornozelo, são essenciais para não andarmos a coxear monte acima, transformando um prazer num pesadelo. O que deve evitar, sempre, é calçado com solas lisas ou gastas. As botas devem de ter cano alto para maior pro-


teção do tornozelo, membrana impermeável e transpirável para manter os pés secos e claro um sola robusta que garanta a aderência em todas as condições do terreno. Pessoalmente tenho utilizado botas da Timberland, e o modelo é Timberland Belknap Mid Gore-Tex. É uma bota resistente e confortável, perfeita para os desafios e aventuras outdoor. À prova d´água, conta com ilhoses inoxidáveis que permitem que o desportista possa praticar a atividade tanto em dias chuvosos quanto ensolarados sem danificar o calçado, que conta com a membrana impermeável Gore-Tex, aplicada internamente no sapato para criar uma barreira de proteção, e palmilhas que evitam o cansaço excessivo dos pés. Parte superior (cabedal): em couro Premium para maior conforto e durabilidade. Forro: em membrana impermeável e respirável Gore-Tex para manter os pés secos e confortáveis. Palmilha: removível com exclusiva tecnologia Anti-Fatigue para conforto e suporte durante todo o dia. Entressola: em EVA com bi-densidade para maior conforto e absorção de impactos. Solado: em Green Rubber com 42% de Borracha de pneu reciclado para maior tração nas passadas. Peso aproximado: 200g. Para já não me têm deixado ficado mal, mas isto de escolher botas é muito pessoal, pois o que para mim pode ser uma bota perfeita, para outra pessoa, pode não ser, por isso aconselho a não comprar botas pela net, vá a uma loja, já com umas meias de treking no pé, experimente sempre um numero acima do que gasta, e dê várias voltas á loja para ver se está perfeito. Mesmo assim nem sempre acertamos. Boa sorte e boas caminhadas a todos. Isabel Pessôa-Lopes https://www.facebook.com/DescobrirPortugalAPE Residindo fora de Portugal desde 1991, tenho tido diversos tipos de calçado mais adequados aos climas onde resido e/ou viajo. O meu maior/melhor teste em terrenos lusos foi quando percorri sozinha e a pé, durante 80 dias, as Fronteiras Marítimas e Terrestres de Portugal Continental (4Jul-21Set 2011) ! Nessa MEGA-Maratona optei por utilizar uma combinação de 3 tipos de calçado: - Sapatilha para caminhada (não sandália) para estradão/beira-estrada/alcatrão; - Bota ‘de todo o terreno’, “impermeável”, “leve” mas

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com sola de borracha (tipo pneu) de 4.5 - 5 cm, pois alivia e protege o calcanhar em terrenos com piso desnivelado, com cascalho/pedra solta/enlameado/etc., sola cozida (sug: evitar as que são coladas) conjugada com cano da bota com ~10 cm pois ajuda a proteger o tornozelo e as articulações/tendões/ligamentos ; - “Pé-de-gato” para atravessar ribeiras/praias/ rochas escorregadias. Não descurar a importância de boas meias para caminhada.

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João Pimenta / CLAC- Clube de Lazer e Aventura e Competição Umas Botas com Alma. Uma das elementárias mais importantes de um caminheiro é sem dúvida o calçado. Com ele, podemos ir até ao fim do mundo. Não é fácil encontrar umas botas ao jeito. Pessoalmente, adoro este tipo de calçado pois o meu peso encarrega-se sempre de o moldar por mais duras que sejam as botas. Convém que este calçado seja bastante robusto pois protege o pé e o tornozelo de possíveis torções. Na verdade o mercado do calçado esta cheio de botas para caminhar, à que ter a noção para que efeito e ou fim se destinam. A bota ajusta ao pé como um elemento único de maneira a realizar um rigoroso desempenho em terrenos mais acidentados. Adquiri as minhas botas à uns quatro anos na ”Decathlon”, da marca Quechua Montaña Forclaz 900 trek com o novo conceito NOVADRY e ventilação de 30% no seu interior e sola Vibram. Leves e com excelente apoio de pé continuam a bater trilhos, a transportar-me e às vezes a arrastar-me em diversos tipos de terrenos. Impermeáveis e com boa ventilação são umas botas todo o terreno. Nunca me deixaram mal, em terreno pedregoso como nas encostas da Serra Daire e Candeeiros. Nas vias férreas desativadas em cascalho como na Linha do Tua ou Fregeneda, Barca de Alva. Na lama nas Caminhadas Abertas do CLAC que se estendem por terrenos


com muita lama e água durante o inverno que incluíram travessias de linhas de água, Também me acompanharam em reconhecimentos e em grandes caminhadas com distâncias superiores dos 40kms. Se precisar de correr também não se negam, sentimos sempre a mesma pressão no pé. Sempre lavadas com a mangueira e secas ao sol estão sempre prontas para sair. Quando saio é com elas que me preocupo menos!...e até gosto em dar uns pontapés nas pedras… Nem o calor queima a alma das minhas botas.

José Carlos Callixto / http:// porfragasepragas.blogspot.pt/ Em 2001 estava eu em França, no Parque Nacional da Vanoise, onde comprei umas botas Meindl, modelo Ortler. Nunca umas botas me duraram tanto e dado tanto conforto, muitas vezes em trilhos bem duros! 10 Anos depois, não tive a mínima dúvida em escolher umas iguais ou muito semelhantes … e voltei a escolher a Meindl, desta vez modelo Engadin. O importante? Essencialmente um bom rasto, aderência e impermeabilização, uma boa proteção de calcanhar, macias, dando um excecional conforto de andamento.

Luis Veloso / Grupo 100atalhos.com Na escolha das minhas botas as características que mais valorizei foram o conforto, leveza, boa proteção do tornozelo, amortecimento de impactos, e uma boa sola (Contagrip® / Vibram®). A respirabilidade e impermeabilidade (GORETEX®) foram outros dos pontos importantes. Para concluir, nunca escolha as suas botas pelo aspeto estético, tenha sempre em conta o destino que lhe dará, nomeadamente o tipo de terreno, condições climáticas, distância dos percursos, etc. A bota que uso é a Salomon Quest 4D gtx.

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CRÓNICA

Caminho Português Interior de Santiago 2012 (2ª Parte) CHEGADA A ESPANHA Texto e Fotografia: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt


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01 - Albergue de Parada de Aguiar 02 - Estação de caminho-de-ferro da antiga Linha do Corgo 03 - Chaves parque verde junto ao Tâmega 04 - Praça do Município

03 DE AGOSTO. PARADA DE AGUIAR - VERIN

Depois das fotos em Parada, o pequenoalmoço foi tomado em Vila Pouca de Aguiar numa padaria/pastelaria. Percorremos a ciclovia que aproveita a antiga linha do Corgo, um percurso curioso por estações sem vida, com alguma nostalgia à mistura. O percurso desta jornada não oferecia grandes dificuldades, contudo o acumular dos quilómetros começava a fazer mossa. Em Chaves, após um pequeno giro pela cidade, acabámos a fazer um piquenique, desta vez num airoso parque verde, junto

à margem esquerda do Tâmega, onde apetecia ficar a tarde inteira. Após o almoço, novo giro e finalmente lá abalámos em direção a Espanha, com o objetivo de pernoitar em Verin. Já na zona da raia, na pequena localidade de Outeiro Seco em lastimoso estado de ruína, uma residência fidalga, propriedade da Câmara Municipal de Chaves clama por urgentes e necessárias obras de reabilitação. A referida construção foi objeto das nossas lentes, assim como a pequena e bonita igreja românica de Nossa Senhora da Azinheira de Outeiro Seco.

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05 - Igreja românica de Outeiro Sêco 06 - Fronteira luso espanhola 07 – Verin

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Continuando pelo Caminho, prossegue principalmente por estreitas estradas secundárias asfaltadas, detivemo-nos um pouco mais num agradável terraço de um café em Vilarelho da Raia. Os primeiros quilómetros em Espanha foram efetuados sob muito alcatrão, se bem que por estradas estreitas e com pouquíssimo trânsito. Os meus amigos chegaram meia hora antes a Verin, onde acabei por aportar às 19:20, 20:20 hora em Espanha, apenas dez minutos antes do fecho do albergue. Pouco tempo houve para nos prepararmos para a merecida refeição, muito bem servida. 04 DE AGOSTO. VERIN - XUNQUEIRA DE AMBIA

Logo após as 07:30, o Quim e o Aguiar subiram ao Castelo de Monterrei, como me atrasei, já não subi e dirigi-me para a cafeteria, junto a uma gasolineira à saída de Verin, em direção a Xinxo de Lima, onde tomaríamos o pequeno-almoço. Depois de conferenciarmos a nossa opção foi seguir em direção oposta, por Laza, percurso mais interessante pela beleza natural que se desfruta ao ao longo do Tâmega e da vertente montanhosa neste troço do Caminho. Nos primeiros quilómetros subimos Monterrei, sem contudo passar pelo castelo e seguimos em direção a Mixós e à sua igreja. Nela se destaca o portal sul, já que o portal ocidental está praticamente encoberto por uma enorme parede. Prosseguindo por Vences e Arcucelos, nesta localidade clama a atenção o casario rústico, com o pormenor do milho a secar nas varandas. Continuámos a serpentear pelas margens do Tâmega. Na Galiza, é frequente encontrar os cemitérios

à volta das igrejas. Trata-se sem dúvida de uma questão cultural, religiosa, mas não é por este facto que a igreja de Arcucelos, na imagem, perde a sua grandeza. Continuámos a pedalar, para fazer uma pequena paragem em Retorta, num espaço de lazer junto ao Tâmega, onde reencontrámos um casal de peregrinos de Madrid, que conhecêramos na véspera, daqui a Matamá o Caminho corre paralelo ao rio. Após Laza uma forte subida leva-nos à localidade de Albergueria, almoçámos no Rincon del Peregrino, espaço de paragem obrigatória, decorado interiormente com vieiras assinaladas com os nomes dos peregrinos que aqui quiseram deixar a sua passagem assinalada. Carinhosamente mantido por um simpático casal conversador e de excelente acolhimento, a ambiência propicia 25 um sentimento especial do espírito do caminho. O nosso anfitrião, para lá da afabilidade, surpreendeu-nos agradavelmente com o elevado conhecimento da cultura portuguesa. O almoço seguiu a linha dos anteriores piqueniques, refeição leve e nutritiva, com a indispensável presença da fruta. Caracterizado pela beleza dos bosques e pela deslumbrante paisagem que se estende pelo vale, aproveitamos uma aliciante descida, serpenteando o bosque até à planície. Por entre campos agrícolas chegaríamos a Xunqueira, num dia cinzento, e alguns aguaceiros. Em Xunqueira o albergue já se encontrava lotado, fomos obrigados a procurar uma alternativa e recorrer a uma residencial, um pouco mais cara,


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08 - Ao cimo o Castelo de Monterrei – Verin 09 - Igreja de Mixós 10 - Arcucelos, igreja 11 - O almoço no Rincon del Peregrino 12 - Milheiro na Galiza 13 - Jantar em Xunqueira

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15€ para cada um, três vezes mais que as habituais contribuições de 5€, mas com outras comodidades, que nesta altura do Caminho já merecíamos. O jantar é sempre aproveitado para estabelecer alguns momentos de convívio, a simpática proprietária da tasquinha, atendeu-nos com uma simpatia formidável, preparando, a pedido e para entrada uma massa de atum. O ambiente estava bom, fomos falando com alguns amigos galegos, são ocasiões para troca de impressões agradáveis, muitas vezes laços de amizade se estabelecem, embora efémeros, é uma das facetas de que se reveste o espírito do Caminho, para além de outras que nos fazem sempre desejar, para o ano há mais. Encontrar o albergue já lotado obrigou-nos a desfrutar de condições mais cómodas, aproveitadas para uma excelente noite de sono.

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REPORTAGEM

Walking Festival Ameixial Um sucesso e que venha o de 2014! WALKING FESTIVAL AMEIXIAL É UM EVENTO PROMOVIDO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ E ORGANIZADO PELA PROACTIVETUR, LDA. COM O OBJETIVO DE ESTIMULAR A PRÁTICA DE CAMINHADAS NO INTERIOR DO CONCELHO, NESTE CASO EM AMEIXIAL.

TEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES


Com esta iniciativa a organização pretendeu juntar um vasto público, com diferentes interesses, mas com um gosto em comum: caminhar! Para além das tradicionais caminhadas, houve outras com temas subjacentes, nomeadamente para observar elementos patrimoniais, fotografar, observar aves, visitar espaços de interesse arqueológico, etc. O evento contou com momentos de animação, com música, dança, conversas, convívios e um estreito contacto com a comunidade local! O Festival de Caminhadas de Ameixial contou com o apoio da Junta de Freguesia de Ameixial e da Direção Regional da Cultura. A revista Passear foi convidada a participar na primeira edição do Walking Festival Ameixial por João Ministro, o responsável da empresa ProActiveTur. Para quem não o conhece, João Ministro foi um dos grandes impulsionadores da Via Algarviana e, ao longo dos últimos anos, tem desenvolvido um intenso trabalho de divulgação / promoção do Algarve como um destino de Natureza. A relação de trabalho que temos mantido ao longo dos anos e a qualidade do trabalho produzido foram garantias mais do que suficientes para aceitar estar presente no Ameixial, em plena serra do Caldeirão numa região de fronteira entre o Algarve e o Alentejo. Devo confessar não conhecia, em profundidade, esta região e fiquei deslumbrado com aquilo que vi. Estrutura Gostei do conceito do Festival e da harmonização entre caminhadas, palestras e vivências locais. Penso que este tipo de estrutura estará na origem do sucesso desta primeira edição. As mais de

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200 pessoas que responderam positivamente à iniciativa tiveram a oportunidade de caminhar em locais de grande beleza paisagística, assistir a palestras / workshops temáticos, conviver com as gentes locais. Este equilíbrio de oferta é essencial para criar um ambiente descontraído e enriquecedor para quem participa. A caminhadas de natureza ou temáticas nunca ultrapassaram os 17 km e o nível de dificuldade era médio, o que as tronavam acessíveis à grande maioria dos participante. Os temas para os workshops foram bem escolhidos, da alimentação, à preparação física passando pela utilização do equipamento de GPS à escolha da mochila e da bota. Esta transmissão de conhecimento e troca de experiências, teve grande adesão por parte do público e enriqueceu o festival criando uma dinâmica muito interessante. A interligação com a povoação local de cerca de uma centena de habitantes foi conseguida.

A organização fez um esforço para que a economia local saísse beneficiada com esta iniciativa. Um festival com estas características contribui para ajudar a desenvolver o interior do país que está cada vez mais desertificado. Conclusão Este tipo de festival são ideais para dar a conhecer uma região e o concelho de Loulé está recheado de locais magníficos para caminhadas, BTT e observação de aves. Por outro lado, a informalidade e descontração deste tipo de iniciativas permite uma troca de informação e de vivências muito interessantes por parte dos participantes. Existe a possibilidade de a revista Passear realizar um trabalho, ainda em 2013, mais extenso de divulgação da região. Se não for possível voltaremos, com certeza, em 2014 para descobrir mais “tesouros” deste Algarve profundo.

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A visão do participante

Convidámos alguns dos participantes nesta primeira edição do Walking Festival Ameixial a formularem a sua opinião sobre o evento e mostrarem as suas fotografias. O festival visto por Susana Ramos “Espero que tenha sido o primeiro Walking Festival do Ameixial de muitos. É refrescante participar em eventos que ousam voltar as costas ao mar e contemplar a vida, paz, sossego e bem-estar que as serras, principalmente a algarvia, nos proporcionam. Num misto de atividades que incluíram todas as idades, interesses, personalidades e principalmente as gentes foi possível não só passar bons momentos mas sim viver momentos únicos. Keep Walking.”

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v Fotografia de Susana Ramos


O festival visto por Paula e José Godinho (ver fotografias na página 34 e 36)

“O 1º WFA (Walking Festival Algarve) foi uma excelente e interessante experiência. Eu e a minha esposa começámos a ser adeptos das caminhadas há cerca de 2 anos, não sendo praticantes regulares, fazemos sempre que é possível, uma ou duas caminhadas organizadas mensalmente. Nelas conseguimos conciliar a realização de exercício físico com aspetos muitíssimo interessantes como a fotografia e exploração do meio ambiente que nos rodeia, desde a fauna à flora, aproveitando as lindas paisagens e, também, de excelente companhia de outras pessoas. Neste Festival, participámos numa única atividade, o percurso circular denominado “Caminhada de Revezes”, nome de uma pequena aldeia situada na Serra do Caldeirão, na fronteira entre o Algarve e o Alentejo, junto à Ribeira do Vascão. Foi uma caminhada de aproximadamente 16 km e cerca de 5 horas de duração, muito bem guiada pelo João Ministro, guia e caminhante muito experiente e conhecedor da região. Descendo em direção à ribeira do Vascãozinho (afluente da ribeira do Vascão) ficámos boquiabertos com a florida paisagem bem composta por uma grande diversidade de flores. Caminhámos junto à ribeira, atravessando-a nalguns pontos, utilizando passagens artesanais colocadas pelas pessoas da região para seu próprio uso. Seguimos em direção a um moinho de água onde, para além do próprio, pôde observar-se uma curiosa porta em que o mecanismo para a abrir e fechar não eram as tradicionais dobradiças, mas sim uns troncos pregados na porta e colocados num buraco

aberto no solo e outro na ombreira da porta. Subimos o monte, na continuação a nossa caminhada, observando cegonhas voando em círculos no céu azul e os seus ninhos por elas colocados no topo de sobreiros ou nos postes de eletricidade. Uma pequena situação curiosa aquando da explicação do nosso guia, referenciando um Monte Alentejano cujo nome era “Monte dos Corvos”, nesse momento levantam voo dois corvos. Com um passo regular, sem grandes acelerações, continuámos a nossa caminhada por entre alguns montes e vales com uma paisagem de cortar a respiração, junto a ribeiros e algumas casas abandonadas e em ruínas. Fizemos uma pequena pausa no meio para retemperar energias e para hidratarmonos e continuámos até chegar novamente a Revezes. Neste 1º WFA para além das caminhadas temáticas houve também a possibilidade de frequentar alguns interessantíssimos workshops específicos e temáticos como Alimentação, Sistemas de GPS, Vestuário, atividades lúdicas, caminhadas fotográficas e muitas atividades mais. Temos já programado na nossa agenda, para o próximo ano, uma deslocação ao 2º WFA. Esperamos que mantenham a mesma qualidade, a mesma energia melhorando sempre o que correu menos bem assim como, em virtude da experiência deste 1º WFA, acrescentem também novos itens para cativar e motivar mais os participantes. Lá estaremos”.

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Caminhada

PR 21 – LLE / Revezes Texto: V.M.G. e C.M. de Loulé Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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O Algarve de transição EM PLENA SERRA DO CALDEIRÃO, A PEQUENA ROTA DE REVEZES REVELA-NOS UM ALGARVE DIFERENTE COM UMA BELEZA NATURAL DESLUMBRANTE E UMA FAUNA RELEVANTE.

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Ficha do percurso: Tipo: Circular Distância: 16,1 km Dificuldade: 2,5 Médio / alto Tempo: 5 horas


40 Integrado no Walking Festival Ameixial tive a oportunidade de fazer a Pequena Rota das Revezes e conhecer, mais em pormenor, a serra algarvia na zona de fronteira com o Alentejo. Trata-se de um percurso circular que tem início e fim na pequena aldeia de Revezes, a poucos quilómetros de distância do Ameixial. A época da Primavera deverá uma das mais interessantes para se fazer este percurso pois, a abundância de flores silvestres e de estevas criam um cenário, por vezes, irreal. Devido ao Inverno chuvoso que se fez sentir, as ribeiras estavam com bons caudais o que transmite uma sensação de frescura e de vida ao percurso. Se a flora é exuberante, a fauna e, mais concretamente

as aves, também marcam a sua presença com predominância das cegonhas. No que diz respeito ao grau de dificuldade do percurso, ele é médio devido à extensão do mesmo. Deveremos levar alguns mantimentos e água pois, ao longo do percurso, não existe nenhum local de abastecimento. A SERRA E A SUA CARACTERIZAÇÃO Esta região faz a fronteira entre o barrocal algarvio e as planícies do Baixo Alentejo. Integrando parte do antigo maciço montanhoso, é composta fundamentalmente por xistos e grauvaques, rochas que originam solos finos e pouco férteis. A Serra do Caldeirão constitui um dos elementos territoriais mais emblemáticos e extensos do interior algarvio, reunindo características biofísicas e culturais únicas na região, encontrando-se o


seu ponto mais elevado a 580 m. É revestida por densos matagais mediterrânicos e sobreirais. Nas áreas com relevo mais suave encontram-se pequenas aldeias com pequenas manchas agrícolas associadas, essencialmente de subsistência. Os vales são normalmente ocupados por atividades agrícolas tradicionais, que aproveitam a maior disponibilidade de água das ribeiras. É uma região fortemente caracterizada pela presença de uma rica biodiversidade, especialmente associada à floresta de sobreiral e ao sub-coberto arbustivo. Os vales férteis e as zonas húmidas onde nascem alguns dos principais cursos de água da região algarvia, bem como do Baixo Alentejo, contribuem igualmente para a existência de uma fauna e flora muito ricas. Estes habitats constituem as áreas de ocorrência de uma numerosa fauna silvestre, com particular destaque para a avifauna. Mais de 150 espécies de aves vivem nesta região, incluindo aves de rapina, corvídeos e numerosos passeriformes. A relevância ecológica desta região serrana levou à sua integração na lista de Sítios da Rede Natura 2000 como Zona Especial de Conservação (ZEC) (PTCON0057), e como Zona de Proteção Especial para Aves (ZPE). Encontra-se ainda classificada como Zona Importante para Aves (PT051), ao abrigo de um projeto internacional desenvolvido pela BirdLife International e pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), devido essencialmente à ocorrência de várias aves de rapina, em particular a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus), a Águia-cobreira (Circaetus gallicus) e o Bufo-real (Bubo bubo), cujos efetivos reprodutores adquirem especial dimensão nesta zona. Estas são também

aquelas que apresentam os estatutos de conservação menos favoráveis, constando por isso na Diretiva Comunitária Aves (79/409/CEE). O PERCURSO A Nascente da Freguesia do Ameixial, este percurso segue até à fronteira com o Alentejo, definida pela Ribeira do Vascão, estendendo-se ao longo de um dos seus principais afluentes, o Vascãozinho. A Ribeira do Vascão, com cerca de 100 km de extensão, é a maior Ribeira da Região Algarvia e desagua no Rio Guadiana. Na paisagem dos montes florescem estevas, medronheiros, azinheiras e sobreiros. Nos vales, a vegetação é constituída por loendros, salgueiros, canaviais e choupos. Ao longo do percurso são abundantes os ninhos de cegonha que aqui proliferam devido à proximidade com as zonas de alimentação e ao contacto com a Natureza quase intocável. A pastorícia, nomeadamente da ovelha e da cabra, tem aqui predominância, constituindo conjuntamente com a extração de cortiça, os suportes económicos da comunidade. As produções locais de queijo, mel, enchidos e medronho ainda têm muito de genuíno, dos saberes ancestrais que vão passando de geração em geração, enquadrados numa quietude onde o ar puro nos renova o fôlego.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS Percurso circular Distância: 16,1 km Duração: 5 horas Em movimento: 3 h 12’ 59” Parado: 1 h 48’ 12” Velocidade média: 5 kph Dificuldade: 2,5 Junta de Freguesia de Ameixial

289 847 169 Câmara Municipal de Loulé

Observar aves no concelho de Loulé:

289 400 600

http://cms.cm-loule.pt//upload_files/client_id_1/website_ id_1/Ambiente/Observar_Aves_11.pdf

Emergência

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Guia de percursos BTT e Caminhadas no concelho de Loulé:

GNR de Loulé

http://cms.cm-loule.pt//upload_files/client_id_1/website_ id_1/files/Ambiente/PDF_completo_1.pdf

289 410 498 Descarregar ficheiro GPX: Bombeiros de Loulé

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REPORTAGEM Walking Festival Ameixial

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O ALGARVE de transição CRÓNICA Caminho Português Interior de Santiago

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