Passear Janeiro 2012

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edição digital

Nº.10 . Ano I . 2012

passear by

sente a natureza

Destino

Cidades e vilas medievais Crónicas do Gerês

Ecovia

Lisboa a Badajoz AS VIVÊNCIAS DE FRANCISCO MORAIS

Leitura deturpada da Portaria

Ligação Angola a Moçambique

A aventura em BTT

de PEDRO FONTES Ericeira – S. Lourenço – Ericeira

Uma CAMINHADA de contrastes


Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Grafismo

Contacto +351 965 761 000 email anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

2012, um ano que promete!

2012 é um ano fundamental para o projeto editorial da revista Passear e precisamos da ajuda / colaboração de todos os nossos leitores. Para continuarmos esta nossa “caminhada” vamos ter que passar a vender a edição através de assinatura ou venda individual. O valor da assinatura é de 12 euros o que significa que cada número custa apenas 1 euro! Esperamos ter a vossa colaboração. Em Fevereiro vamos estar presentes na Nauticampo (8 a 12 de Fevereiro) com um stand e vamos organizar uma palestra subordinada ao tema: As atividades de ar livre como potenciadoras de negócios e como saída profissional. A palestra decorrerá no dia 11 de Fevereiro e contamos com a vossa presença. Nesta edição gostaria de destacar alguns temas: a Ecovia, que liga Lisboa a Badajoz, já desperta o interesse dos portugueses e Francisco Morais conversa com o Paulo Guerra dos Santos (responsável do Projeto Ecovias de Portugal) sobre as suas vivências; Pedro Fontes teve a ideia de ligar Angola a Moçambique de bicicleta, sem muita preparação partiu à aventura… e por fim, apresentamos o projeto Rede de Cidades e Vilas Medievais.

Um bom ano de 2012 com muitos passeios.

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net

Capa Fotografia Ericeira (pág.38)


Edição Nº.10 Janeiro 2012

6 20 30

Sumário 04 ASSINATURA PASSEAR 06 Destino: Cidades e Vilas Medievais 16 Crónicas do Gerês 20 Ecovia Lisboa a Badajoz 30 Ligação Angola a Moçambique 38 Caminhada Ericeira - S.Lourenço 50 Passear Jardim da Estrela 58 Canoagem PUB

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assinatura

Temos um Passado mas vamos caminhar juntos rumo ao Futuro! Após 11 edições gratuitas da revista digital Passear tomámos a decisão de começar a comercializar a publicação através da venda de Assinaturas. É nossa convicção que só desta forma poderemos continuar a oferecer aos nossos leitores um produto de qualidade e com inovação. O valor da Assinatura Anual (12 números) é de 12 euros o que prefaz um valor de

1 euro por revista!

É um preço simbólico mas que fará toda a diferença para que continuemos a evoluir neste nosso projeto editorial. Contamos com os NOSSOS LEITORES para nos apoiarem nesta nova etapa. Obrigado a todos.

Vasco de Melo Gonçalves Director Às primeiras 500 pessoas que efectuarem a Assinatura da Revista Passear OFERECEMOS UM BILHETE PARA A NAUTICAMPO 2012 que se realiza de 08 a 12 de Fevereiro. ASSINE JÁ e receba em sua casa um bilhete para a Nauticampo no valor de 5 euros. PayPal

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edição digital gratuita

Nº.3 . Ano I . 2011

passear

passear

Destino Geoparque de

Equipamentos

sente a natureza

by

sente a natureza

Porto Santo

Bicicleta Cube Delhi Disc 2011 Mochila Deuter Kid Comfort II Mochila Eagle Creek Switchback Max 22 Ténis La Sportiva Electron Wenger Traveler Pocket Alarm 73015

Rota da Biodiversidade

Lisboa

Rumo a Cuenca Crónica de viagens

Equipamento

GPS Oregon 450 Gama Stormproof™ Camera Pouch Tenda Specula Alpine da Vaude Oregon Scientific ATC9K HD Walkies-talkies Cobra MT600

edição digital gratuita

Nº.4 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

edição digital gratuita

Nº.5 . Ano I . 2011

Aldeia de Pedralva edição digital gratuita

Nº.7 . Ano I . 2011

passear by

Destino

passear by

sente a natureza

sente a natureza

Crónica de Viagens

tudo para viajar de bicicleta Equipamentos

Crónica de Viagens

Estrada da Morte

Bolsas Aquapac Bicicleta Specialized Crosstrail Deluxe Comp Garmin Montana™ 600

Bolívia II

Opinião

Ponte de Lima

Um lugar mítico

PRS3

PRS7 CABO DA ROCA edição digital gratuita

Nº.8 . Ano I . 2011

passear by

sente a natureza

Ecovia1 De Lisboa a Badajoz Canoagem Douro Internacional

À descoberta dos castelos de Monsaraz e Mourão

Reportagem II Ultra-rota dos Templários

Contacto

Specialized CrossTrail

ORVALHO

Passeio numa aldeia beirã

Gerês, o PNPG e o seu potencial

Destino

Crónica de Viagens

DESTINO Allariz, no coração da Galiza

De MÉRTOLA por lugares adormecidos

CASTELO DOS MOUROS Nº.9 . Ano I . 2011

passear by

Nº.10 . Ano

100%

recome

ndado

sente a natureza

Caminhada Nas margens do rio Lizandro Crónicas do Gerês

O trilho de Carris Contato GARMIN Montana 650T

I . 2012

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sente a

Destino

Cidades

e vilas m

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Lisboa a Ba AS VIVÊNC dajoz IA FRANCISC S DE O MORAI S

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Crónica s Leitura ddo Gerês eturpa da Porta da ria

Évora e Montemor-o-Novo MonuMentos GRANDIOSOS

Ligação Angola a M

A aventu oçambique ra em B d

e PEDRO

A melhor maneira de ler a sua revista digital No PC

TT FONTES

Ericeira –S Uma CA. Lourenço – Ericeira MIN

HADA d e contra stes

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Nº. 2 . Ano I . 2011

by


destino

Marvão

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REDE DE CIDADES E VILAS MEDIEVAIS

Destinos para sentir a história A MARCA DA ÉPOCA MEDIEVAL UNE DOZE MUNICÍPIOS DA PENÍNSULA IBÉRICA, CUJAS RUAS, ARQUITETURAS E SABORES TRANSPORTAM O VISITANTE A OUTRAS ÉPOCAS.

Cada passo percorrido é um século de história visitado. Cada prato degustado é o resultado de prolongadas heranças. Cada aroma sentido é uma consequência das antigas tradições e heterogéneas paisagens naturais. Assim é a experiencia que vivem os visitantes da Rede de Cidades e Vilas Medievais, uma aliança entre doze localidades da Península Ibérica

com um denominador comum: a marca da época Medieval no seu património. E, ainda assim, todas diferentes, cada uma com os traços que as tornam genuínas. Salpicando de História a Península Ibérica, de Norte a Sudoeste, a Rede de Cidades e Vilas Medievais apresenta-se ante o visitante como um cúmulo de sensações de outros tempos. Doze municípios unem-


se para promover e difundir a herança histórica que lhes deixou a Idade Média e que perdurou até ao século XXI através das tradições, arquitetura, literatura e gastronomia. Uma aliança que reúne localidades de Guipúscoa, Araba/Álava, Navarra, Saragoça, Sória, Segóvia, Guadalajara, Toledo, Cáceres, Badajoz e do Alentejo, nomeadamente Marvão e Vila Viçosa… E é precisamente esta variedade de localização que lhes confere a cada uma um valor de diferenciação, potenciando os seus atributos com a influência regional. Caminhos empedrados são o cenário idílico para uma fotografia familiar. Sabores intensos que multiplicam as emoções de uma viagem a dois. Locais naturais que pedem para ser explorados por aventureiros. Arquiteturas protagonistas de muitas páginas da História que hoje encerram silêncios, perfeitos para os visitantes solitários. Assim é a oferta turística dos doze destinos que compõem a Rede de Cidades e Vilas Medievais: Hondarribia, Laguardia, Estella-Lizarra, Sos del Rey Católico, Almazán, Sigüenza, Pedraza, Consuegra, Coria, Olivenza, Vila Viçosa e Marvão.

Doze joias para conhecer Situada na foz do Rio Bidasoa, a Noroeste de Guipúscoa, levanta-se Hondarribia. Esta localidade conta com um rico património artístico e cultural. O seu centro histórico

Sigüenza Castillo baja

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destino 8

Hondarribia CASCO HISTORICO

foi declarado Conjunto Monumental, conservando grande parte das muralhas e baluartes que a fortificavam. O Castelo de Carlos V, hoje reconstruído e transformado em Parador Nacional, a Igreja de Santa María de la Asunción y del Manzano ou a Ermita de Guadalupe são algumas das heranças que a passagem da História deixou nesta localidade. Hondarribia é, hoje em dia, a única cidade de Guipúscoa que ainda conserva as suas muralhas.

interesse histórico, como as cinco portas de acesso da muralha, a Igreja de Santa María de los Reyes – cuja fachada gótica conserva um dos poucos pórticos policromados de Espanha -, a Plaza Mayor ou a casa natal do fabulista Félix María Samaniego. Seguindo a muralha pelo exterior, pode-se rodear a localidade caminhando pelos seus passeios: o Collado, os Sietes, a Barbacana, o Paseo de la Cigüeña e a Plaza Nueva. Lugares que permitem deixar fluir a imaginação e contemplar as vinhas da região

A cultura vitivinícola inunda cada metro quadrado de Laguardia, vila medieval em pleno coração da Rioja Alavesa. As suas inúmeras adegas combinam-se com o sabor medieval de lugares com

A cultura antiga é uma das apostas da oferta de Estella-Lizarra, levantada na zona oeste de Navarra. Comprovado pelas suas já tradicionais Semana de Estudos Medievais, Semana de Música Antiga, e Semana


Estella-Lizarra SAN PEDRO ILUMINADO

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destino 10

Sefardí, encontros que se desenvolvem nesta cidade repleta de monumentos religiosos e imponentes arquiteturas civis, como o Castelo Mayor, o Palácio de los Reyes de Navarra, o Palácio de Justiça ou o Parque de las Calaveras. O seu nascimento remonta a 1090, mas o auge da cidade produziu-se no século XII. Uma grande efervescência construtiva dotou a localidade de uma fisionomia urbana que, em parte, hoje ainda se mantém. A cidade possui igrejas, como a de San Pedro de la Rúa, San Miguel, San Juan e ainda hospitais atendidos por Confrarias que dão a entender a importância que tem a presença de peregrinos. Cidade-caminho, em pouco tempo transformou-se em escala da peregrinação compostelana.

Sos del Rey Católico

A Aragonesa Sierra de la Peña é o cenário onde se encontra Sos del Rey Católico, vila declarada como Bem de Interesse Cultural. Esta localidade é já de si um monumento, com as suas casas de pedra de alvenaria, beirais, portais com aduelas e escudos, janelas góticas e renascentistas… Elementos que a convertem num conjunto pitoresco. Ainda que historicamente a localidade sempre se denominou “Sos”, nos inícios do século XX a Câmara Municipal solicitou à monarquia a alteração para “Sos del Rey Católico”, como homenagem a Dom Fernando II de Aragón, que nasceu nesta vila, tendo obtido a autorização por parte do Rei Alfonso XIII, segundo uma Real Ordem de 9 de Janeiro de 1925.


Sos del Rey Cat贸lico

11 Coria CONJUNTO MONUMENTAL CORIA media


destino

Almazán, cidade do século XII situada no topo de uma colina e rodeada de uma belíssima paisagem: cerca de 6000 hectares de massa florestal e o rio Douro, que passa próximo das suas muralhas. Sendo cidade fronteiriça, constituiu um poderoso concelho que erigiu uma potente cerca amuralhada com quatro portas maiores. Semelhantes recursos constituem hoje em dia uma das principais atrações da zona, devido à grande quantidade de possibilidades que oferece ao nível do turismo ativo.

A Sierra Norte da província de Guadalajara alberga a cidade de Sigüenza, com a sua imponente Catedral de Santa María ou Fortis Seguntina, assim conhecida pela 12 sua estrutura de fortaleza. Uma cidade, onde a gastronomia assume um papel protagonista – destacam-se os guisados à base de caça, a truta em escabeche, o cordeiro e cabrito e a doçaria conventual -, bem como o artesanato, de caráter familiar e tradicional (botas e tapetes). Sigüenza é uma cidade situada estrategicamente para controlar a passagem do alto Henares e os vales dos rios Dulce e Salado. Esta é a razão pela qual estava já povoada desde a época do Paleolítico e Neolítico. Os antecedentes históricos mais antigos situam-se no Cerro de Villavieja ou Mirón, onde estiveram os Celtiberos. Os Romanos preferiram a Vega del Henares e procuraram um ponto estratégico num cruzamento da calçada Emérita Augusta

Laguardia

Almazan

Laguardia


Pedraza plaza baja

que atravessava estas terras ligando Mérida a Saragoça. Os Visigodos levantaram a sua cidadela no século V sobre os restos das ruínas romanas e no ano 712 seriam os muçulmanos quem construiriam neste mesmo lugar a sua alcáçova: aqui viveram até ao século XII. Bernardo de Agen, monge e soldado cisterciense de Cluny, é nomeado bispo de Sigüenza em 1121, com a obrigação urgente de conquistar a cidade e restaurar a diocese. Após algumas batalhas, Bernardo de Agen conquista a cidade no dia 22 de Janeiro de 1124, dia de São Vicente, dando assim início à sua história medieval. Pedraza encontra-se a mais de mil metros de altura, na Serra de Guadarrama… uma paisagem com numerosas espécies flo-

restais e plantas aromáticas. Passear e 13 fazer algumas compras, rodeado de palácios e casas nobres, sempre sob o seu imponente castelo, é um excelente motivo para o visitante. Em Julho é cenário do Concerto das Velas, uma festa que se celebra com a vila iluminada com 40.000 velas. O pulso vital recuperado por Pedraza é um mérito reconhecido pela fundação internacional Europa Nostra, que em 1996 concedeu à localidade um diploma “pela recuperação da vida desta vila Medieval, mediante uma respeitosa reabilitação dos seus antigos edifícios, com a frequente colaboração de iniciativas privadas”. Nas proximidades dos Montes de Toledo Consuegra conta com doze moinhos


destino 14

originais do século XVI, mostra da essência manchega da localidade. Além disso, o Castelo Medieval de origem árabe, várias igrejas e monumentos, bem como edifícios civis de interesse histórico, completam o património desta vila medieval. Encontro imperdível é a Batalha Medieval, cada 15 de Agosto, onde se recria o ataque no qual morreu o filho de El Cid em 1097, Conhecer Consuegra é realizar uma viagem desde a antiga Consaburum romana, à Consocra medieval, sede do Grande Priorato de San Juan de Jerusalém, terra do último cavaleiro medieval: Don Quixote e com o abundante cheiro a açafrão. Os passeios por Coria, nas Vegas del Alagón, seguem os passos dos vetões, romanos, go-

Consuegra - Paisagem

dos, árabes, judeus e cristãos. As muralhas romanas, o Castelo dos Duques de Alba – do Século XV – a Catedral Gótico-Plateresca e o Convento de la Madre de Dios é apenas uma pequena amostra da herança deixada ao longo dos séculos nesta localidade. Uma região histórica, rodeada de azinheiras, que foi declarada Bem de Interesse Cultural com a categoria de Conjunto Histórico. Descendendo até Badajoz encontramos Olivenza, fundada pelos templários no Século XIII, foi o último território a incorporar-se a Espanha, no ano de 1801. A sua riqueza monumental provém, na sua maioria, da etapa de domínio português, destacando-se as suas muralhas


medievais, a imponente Torre da Homenagem do Alcázar e Palácio del Ayuntamiento. Nas suas redondezas são visíveis as amostras do património etnográfico, como choças de pastores, casas de lavradores ou moinhos de vento. Os seus monumentos históricos, património culinário e folclore, com muitas conotações fronteiriças, conjugam-se com a riqueza dos seus pastos para gerar uma paisagem única na Extremadura. Já em Portugal, Vila Viçosa é um catálogo de atrações arquitetónicas em pleno Alentejo. Igrejas, ermitas, conventos, o seu Castelo e o Palácio Ducal, entre outros exemplos, concentram-se numa vila de apenas 5.400 habitantes. O bom vinho da região será o acompanhamento perfeito para suculentos pratos como a sopa de cação ou migas alentejanas. Altiva e inexpugnável encontramos também a portuguesa vila de Marvão, sobre uma montanha de granito no Alto Alentejo. Rodeada de guaritas, baluartes e precipícios, tanto a vila como a sua região envolvente estão incluídos na lista de candidatos a Património da Humanidade. No exterior das muralhas, destaca-se o convento gótico de Nossa Senhora da Estrela, além dos antigos Paços do Concelho, a Prisão e a Torre do Relógio no interior.

15 Em resumo, a Rede de Cidades e Vilas Medievais oferece ao visitante uma série de atrações que respondem ao crescimento exponencial que, tanto Espanha como Portugal estão a experimentar a nível de turismo cultural, rural, ativo e gastronómico. Doze tesouros medievais onde é inevitável viver e sentir a História. Villa Vicosa Fachada Castelo


Crónicas do Gerês

Precisam-se pessoas de excelência e com formação!

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Todos

nós sabemos que as atividades

ao ar livre e em especial as atividades na

montanha

nos

proporcionam

momentos únicos de contacto com

Natureza e de descoberta próprios. As sensações aqui a

de nós obtidas

ultrapassam por vezes a compreensão daqueles que não têm por hábito caminhar livremente nos seus tempos livres e são uma oportunidade de escape do stress que a vida urbana e cosmopolita nos impõe ao longo da semana.

Texto e fotografia: Rui Barbosa

Assim, muitos de nós procuram os grandes espaços e a imensidão dos vales, o verde das florestas e as alturas dos picos serranos como os momentos de descompressão de um dia-a-dia que nos faz quebra a ligação secular à terra e à Natureza. O caminhar, ou os outros desportos de «aventura» devem ser em si atividades que nos façam recordar essa ligação e que nos proporcionem momentos de paz e de relaxação. Muitos de nós procuram as áreas protegidas nacionais para concretizar este objetivo natural de procurar esta ligação e certamente que não esperamos que nos imponham custos absurdos e sem sentido para podermos usufruir desses momentos, se bem que teremos de aceitar que a proteção da Natureza e integração responsável na Natureza sejam imperativos dos quais não se deve abrir mão. Assim, na gestão ambiental é aceite que

as estratégias de gestão mais rígidas (introdução de regulamentação, zonamento, etc.) apenas serão eficazes se forem complementadas por técnicas de gestão mais flexíveis, pois só as mudanças de comportamento dos visitantes asseguram bons resultados. São muitos os autores que defendem que os impactos negativos provocados por comportamentos inadequados dos visitantes decorrem da falta de consciência relativamente ao valor dos recursos e aos cuidados necessários para os preservar e, como tal, defendem que é pela consciencialização dos visitantes e pela alteração dos seus comportamentos que melhor se pode defender os recursos naturais. Em 2009 a publicação da Portaria 1245, de 13 de Outubro, suscitou enorme controvérsia tendo sido fortemente contestada a vários níveis pois daquele texto constava o pagamento de uma taxa de €200,00 para as declarações, pareceres, informações ou autorizações de atividades de visitação dentro das áreas protegidas. Após vigorosa contestação pública em virtude do modo como tratava várias matérias sensíveis, sobretudo em relação aos interesses das populações locais, esta portaria viria a ser revogada em virtude das dúvidas e equívocos suscitados, tendo sido estes, inclusive, merecedores do reconhecimento público da então Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dra. Dulce Pássaro, como

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melhor consta no preâmbulo da Portaria atravessa a Área de Ambiente Natural es138-A/2010 onde era referido que “a tabelecida no POPNPG. Na zona de maior interpretação que tem vindo a ser reproteção está classificada como Zona de alizada da mencionada Portaria não se Proteção Parcial do Tipo I e atividade hurevela conforme o espírito que presidiu mana é permitida para fins de visitação à sua elaboração”. A suspensão da porem trilhos, estradas, caminhos existentes taria 1245/2009 equivaleu ao reconheciou outros locais autorizados. mento da validade dos argumentos que No entanto, as atividades organizadas ou serviam de base à sua contestação. realizadas por grupos superiores a dez A 4 de Março de 2010 é publicada a Porpessoas e não previstas em carta de destaria 138-A cuja interpretação inicial por porto de natureza estão sujeitas a autorialguns dos serviços do ICNB, IP ia no senzação do ICNB, IP. De onde se conclui que, tido da desobrigação do requerente da a um grupo superior a dez pessoas, para visita do pagamento prévio de qualquer atravessar esta zona a pé pela estrada setaxa, aliás tal como ria cobrado uma taxa “…um grupo superior consta do seu preâmde €152,00, acrescida bulo. a dez pessoas, para das atualizações anuNuma leitura totalatravessar esta zona ais. Em viaturas, o mes18 mente deturpada da mo grupo, ou até um a pé pela estrada mesma portaria os grupo superior, poderia seria cobrado uma serviços do ICNB, IP infazer esta travessia sem vertem por completo o taxa de €152,00…” qualquer taxa exceto no seu sentido ao incluir a curto período em que é visitação num campo dúbio de “outros cobrada uma taxa de 1,5€ por viatura (ida serviços não previstos”, contemplado e volta). no Ponto VI da tabela que está inclusa à A conjugação dos planos de ordenareferida Portaria. A conjugação desta inmento das áreas protegidas com a porterpretação da portaria com estabelecitaria agora em vigor evidencia uma falta do no Plano de Ordenamento do Parque de conhecimento profunda por parte de Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG) quem tutela ou regulamenta este tipo de – somente para citar a área protegida atividades e não pode ser admissível. Por mais importante do território português, outro lado, a inexplicável necessidade de evidenciou a perversidades criadas cujo regulamentar e de se executar um proexemplo seguinte é um caso académico: cesso pouco claro, pode criar situações a estrada nacional 308-1, entre a Pordeveras complicadas para aqueles que tela de Leonte e a Portela do Homem, somente pretendem tirar partido daquilo


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que a Natureza de melhor nos pode proporcionar. Não se pretende alterar planos de ordenamento, pretende-se sim, aliás exige-se, pessoas de excelência e com a formação suficiente que sejam capazes de conciliar a proteção do nosso património natural e ambiental com a simples desfrutar do prazer de caminhar e de contemplação dos grandes espaços de uma forma ordenada e responsável por parte de quem o pretenda.


De Lisboa a Badajoz em bicicleta

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UMA VIAGEM DE DESCOBERTA TRANSVERSAL DO PAÍS, NUMA ESPÉCIE DE TOMOGRAFIA AXIAL COMPUTORIZADA “TAC” DAS CIDADES, DAS VILAS, DOS CAMPOS E DOS SEUS INTERVENIENTES.

Texto: Paulo Guerra dos Santos / Projeto Ecovias Portugal Fotografia: Francisco Morais

Entre Mora e Avis, no Alentejo

DESTINO – A ECOVIA


Vila de Sousel, no Alentejo

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Tem 39 anos, é arquiteto de profissão e já o chamam de herói no local de trabalho. Em apenas 4 dias, Francisco Morais percorreu com a sua bicicleta os mais de 330 quilómetros que ligam a capital portuguesa a Badajoz, no outro lado da fronteira. Arrancou do Montijo e escolheu Coruche, Mora e Estremoz como pontos de descanso nesta viagem por trilhos, caminhos e estradas secundárias de Portugal. Ex-militar, treinado para situações de stress físico e psíquico, nem a curta du-

ração dos dias de Inverno o demoveu de pedalar sozinho. Viajou a solo e apesar de ter optado pelo conforto dos quartos de hotel e das refeições quentes, a sua autonomia era total. Equipado a rigor transportou no atrelado uma tenda e até um mini-fogão de sobrevivência, construído por si. Com o computador Magalhães 2 e o acesso à banda larga móvel comunicava todas as noites com a esposa e o filho. Num relato invejável, deixou-nos o seu testemunho.


Ecovias de Portugal (EP):Como surgiu a ideia de fazer uma viagem turística em bicicleta? Francisco Morais (FM): Viajar em bicicleta era um desafio pessoal que me propunha há já algum tempo. Tenho viajado de carro e a pé por vários países, em atividades de média e alta montanha, mas quando viajamos de bicicleta parece que o tempo se prolonga e o espaço percorrido é vivido com muito mais intensidade. A descoberta recente da Ecovia Lisboa-Badajoz, que liga a nossa capital por caminhos secundários a Espanha, foi a alavanca que faltava para avançar com esta ideia. E de certa forma ao alcançarmos Espanha ficamos com a sensação que França e o resto da Europa estão já 22 ali à distância dos nossos pedais. Foi a primeira vez que fiz uma ligação internacional em bicicleta. VIAJEI A SOLO E EM AUTONOMIA TOTAL

EP: Porquê viajar sozinho? FM: Viajei a solo e em autonomia total para o caso de ser necessário. Mas a ideia era sermos um grupo de três ou quatro, todos na vertente da BTT de competição e lazer. O objetivo era proporcionarmonos umas mini férias em jeito de passeio/ treino com algum ritmo na pedalada, distribuir o equipamento logístico e cumprir os mais de 330km em três dias. No entanto as condições climatéricas adversas nos dias programados acabaram por

adiar a viagem. Quando finalmente uma janela de bom tempo surgiu no fim de semana de 4,5 e 6 de Novembro apenas eu estava disponível para arrancar e acabei por fazê-lo sozinho, munido de GPS e com toda a carga que me proporcionasse o melhor conforto. EP: Qual o grau de preparação física que fizeste para esta viagem? FM: Sendo esta viagem acessível a quase todos, não exige nenhuma preparação física em particular. Basta ter alguns hábitos utilitários em bicicleta, conhecimentos básicos de mecânica e espírito de aventura. Ao contrário das provas de BTT onde se procura sobretudo bater tempos, neste tipo de passeio viajamos com calma, conhecemos, aprendemos e comunicamos. Este percurso, apesar de ter sido concebido para ser feito em 7 dias, eu completei-o em apenas 4. Mas sem dúvida alguma que em grupo seria bem mais divertido e com uma média de 50 km por dia nem se dá pela distância a passar … EP: Quais os maiores receios no que toca a segurança pessoal e risco rodoviário? FM: Em bicicleta é sempre muito importante refletir sobre o capítulo da segurança pessoal e material. Viajar acompanhado é certamente a melhor recomendação que se pode fazer nomeadamente quando percorremos ou paramos em grandes zonas urbanas, mas não foi o caso. Materialmente, ter o simples hábito de utilizar um cadeado


O APARATO CAPTAVA DE TAL FORMA A ATENÇÃO DAS POPULAÇÕES LOCAIS QUE O CHEGARAM A BATIZAR COM O NOME DE “GINGARELHO”!

Rio Caia, fronteira Portugal/Espanha, próximo de Badajoz

Herdade da Agolada de Cima, Coruche, no Ribatejo

é o suficiente para ganhar algum conforto psicológico mesmo nas paragens rápidas. Outro truque é limitar ou tornar menos aparente a utilização de tecnologia topo de gama ou bens materiais avultados. No entanto, é de salientar que depois de sair da Grande Lisboa, insegurança parecia ser um mito urbano. Do ponto de vista rodoviário e na partilha dos percursos com veículos motorizados, é de lembrar as noções do código da estrada e de compreender que em última instância o ciclista é sempre o elo mais fraco.

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EP: O que foi necessário levar para esta viagem e como o transportaste? FM: Levei uma muda diária de roupa de viagem, um impermeável, um par de sapatilhas extra, roupa confortável para a noite, luvas e gorro impermeáveis, estojo de primeiros socorros, saco-cama, manta térmica, acessórios e estojo de mecânica, estojo de higiene, luzes e pilhas, portátil e internet. Tudo transportado num reboque fixo ao eixo traseiro, numa espécie de veículo longo em bicicleta. O aparato captava de tal forma a atenção das populações locais que o chegaram a batizar com o nome de “gingarelho”!

Quanto à alimentação também foi muito simples. Embora tenha levado um par de latas e outras iguarias de reserva, bastou utilizar a restauração indicada nos pontos previamente marcados no trilho de GPS* ou referenciados no roteiro turístico. Durante o dia a alimentação era propositadamente à base de frutos secos, fruta fresca que comprava pelo caminho e sopa quente pela hora do almoço. Tudo sempre acompanhado com muitos líquidos. À noite procurava uma refeição completa e dois dedos de conversa na restauração local. “GRANDE MALUCO!”, “TU ÉS DOIDO, NÃO

EP: Como planeaste toda a logística associada à viagem e aos pontos de paragem? 24 FM: O guia/roteiro disponibilizado na página das Ecovias de Portugal* contém informação e contactos suficientes para programar esta logística. Em pleno Outono e com etapas longas a realizar, uma boa noite de descanso era fundamental. O procedimento foi simples: depois de prévia análise da distância e altimetria da cada etapa a dormida seria determinada a meio da mesma. Para isso, ao longo do dia ia atendendo a variáveis como o clima, o tempo de progressão, a hora prevista de chegada e então comunicaria com a estalagem, pensão ou parque de campismo no local de destino. Inicialmente pensei dormir uma ou duas noites na tenda mas acabei por me render ao conforto de uma hospedagem a preço acessível.

TENS JUÍZO!”, “…E SOZINHO?”. FORAM ESTAS ALGUMAS DAS EXPRESSÕES DITADAS POR AMIGOS E FAMILIARES

EP: Qual foi a reação das pessoas que te são mais próximas ao saberem desta aventura? FM: Foi assim: “Grande Maluco!”, “Tu és doido, não tens juízo!”, “…e sozinho?”. Foram estas algumas das expressões ditadas por amigos e familiares, no trabalho e em casa. Mas uma pontinha de inveja graciosa percebia-se. Afinal, não passa de um passeio em bicicleta até Badajoz. EP: Descreve-nos as diferentes paisagens por onde passaste nestes 4 dias de pedaladas. FM: Neste percurso, feito no sentido Lisboa-Badajoz, deu para perceber três


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Vila de Avis, no Alentejo

níveis de paisagem: a urbana/peri-urbana, a natural e a paisagem rural/agrícola. Nas etapas de Montijo-Pegões-Coruche sentimos os impactes desordenados no urbanismo em grande parte devido às atividades abastecedoras da grande Lisboa. É uma parte do percurso essencialmente para rolar e que só se começa a naturalizar com a aproximação à vila de Coruche. A paisagem natural foi aparecendo de forma gradual à medida que pedalava ao longo do rio Sorraia até Mora. Um dos pontos altos é a vista para a barragem do Maranhão, a caminho de Avis. Mais à frente, já em pleno Alto Alentejo a caminho de Estremoz e de Elvas, passa-

mos por grandes planaltos rurais ornamentados pelas cores e tons da época e com vasta atividade agrícola e de pastoreio. Parar e olhar é obrigatório e o uso da máquina fotográfica recomenda-se. A chegada a Badajoz remete-nos novamente ao ambiente urbano, quase em jeito de receção ao nosso ambiente normal de grande cidade. Porém de muito melhor qualidade, urbanisticamente falando. FOI QUASE FAMILIAR. FOI ESPETACULAR!

EP: Qual a parte do percurso que mais te agradou? FM: A generalidade do percurso está muito bem conseguido mas as paisagens pito-


rescas das zonas naturais e rurais são as mais acarinhadas. Neste sentido, os trilhos entre Pegões e Elvas passando por Coruche, Mora, Avis e Estremoz foram os que mais gostei. Visto que habito e trabalho em meio densamente urbano, onde os relacionamentos são muitas vezes distantes e impessoais, estas etapas marcaram-me pelo oposto, no estilo e formas de lidar das populações, pela natureza evidente, pelo comércio ambulante, pela receção local nas estadias e pensões. Foi quase familiar. Foi espetacular! EP: Qual o troço que menos gostaste? FM: Definitivamente os primeiros 55 quilómetros, do Montijo a Pegões, pela 26 descuidada organização semi-industrial da paisagem, talvez consequência da proximidade com Lisboa. É um troço para rolar, sem grandes paragens. EP: Que boas memórias mais se destacam no contacto com as populações locais? FM: Destaco duas. Em primeiro lugar o conforto e a simpatia dos vendedores ambulantes locais. Talvez pelo meu aspecto técnico de lycra ornamental, quando parava com o intuito de comprar fruta a vizinhança desconfiava. Mas em menos de nada e com dois dedos de conversa, a banana e a maçã passavam a ser oferta da casa! Em segundo lugar, o ar incrédulo das

gentes, quando as abordava para pedir indicação de local para almoço ou abastecimento de água: “Vai para Badajoz por caminho velho!?” (leia-se terra batida) “Você devia era apanhar ali a estrada. É mais rápida…”. Eu ainda tentava explicar que o objetivo era mesmo o de não ir pela estrada principal! … E DEPOIS CAMINHAR MAIS 30 METROS. TUDO ISTO SOBRE ESTRUME FRESCO, POIS ERA UM CAMINHO CONTÍGUO A UMA VACARIA!

EP: Algum momento de registo menos agradável? FM: Nestes quatro dias registei apenas um momento menos bom. Foi ao terceiro dia na ligação Mora-Avis-Estremoz. Parei na vila de Sousel para um breve descanso e comer alguma coisa. Pela indicação do GPS tinha ainda mais duas horas de viagem, apesar de já serem 17:30h e quase noite. Por isso uma pedalada noturna era inevitável. Na saída de Sousel e já em pleno trilho, o mapa digital indicava uma porteira elétrica (cabo metálico com baixa voltagem que serve para canalizar o gado em área restrita). À noite em andamento, nem as luzes montadas no guiador foram suficientes para detetar o cabo. Além de algumas descargas elétricas sentidas tive de sair da bicicleta, pousá-la e encontrar a pega da porteira para a abrir e depois caminhar mais 30 metros. Tudo isto sobre estrume fresco, pois era um caminho contíguo a uma vacaria! Mais ainda, quando voltei a


Vila de Coruche, no Ribatejo

montar-me na bicicleta verifiquei que uma corda plástica se tinha enrolado nos carretos traseiros. Uma aventura! Acabei por chegar a Estremoz já depois das 20:00h. As reparações mecânicas ficaram para o dia seguinte. EP: Como considerações finais, o que gostarias de dizer sobre esta Ecovia? FM: No geral é um percurso turisticamente apelativo e uma experiência única onde há muito por explorar. Estas rotas permitem até criar variantes com diferentes objetivos e são inclusivamente um bom pretexto para visitar familiares e amigos. O roteiro turístico é elucidativo e orientado para nos proporcionar os melhores POI’s (Points of Interest). Os rios, os açudes e as barragens são pontos de observação obrigatórios a aproveitar. Enquanto viagem de lazer recomenda-se fazê-la em grupo e com temperaturas mais amenas para usufruir ao máximo cada momento, cada pedalada.

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Mapa Geral da Ecovia de Lisboa a Badajoz

Vista de Satélite da Ecovia de Lisboa a Badajoz

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* PODE DESCARREGAR GRATUITAMENTE OS TRILHOS DE GPS, BEM COMO O ROTEIRO TURÍSTICO DA ECOVIA DE LISBOA A BADAJOZ EM www.ecovias.pt.vu Dados técnicos no final desta viagem: Nº de dias/etapas: 4 Nº de noites: 3 Clima: Tempo húmido e fresco Data: Início de Novembro, 2011 Distância: 361 km, divididos em 108+55+115+83km Média: 10 km/h incluindo os tempos de paragem para fotos, abastecimentos e descanso Pavimento: terra batida e asfalto, com alguns pontos de lama, areia solta e seixo Ciclabilidade: Percurso rolante e pouco técnico.


Clique aqui para saber mais informações

CAMINHADA NAS MARGENS DO RIO LIZANDRO A parte final do rio Lizandro é o cenário escolhido para uma caminhada de cerca de 15 quilómetros onde as paisagens se alteram com frequência ao longo de uma linha condutora que é o rio. Características do percurso Data: 05 de Fevereiro de 2012 Local: Rio Lizandro, junto à Ericeira Hora: 09.30 Distância: 14,7 km Tipo: Circular Dificuldade: Média Duração: +/- 5 horas Preço: 15 Euros por participante (pagamento no local) Inscrições: Até ao dia 02 de Fevereiro Organização e informações: Contactos: inventurapasseios@gmail.com Tm. 96 309 6661

OFERTA de um bilhete pa ra NAUTICAM a PO, no valor de 5 €, aos 25 prim eiros inscritos.


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LIGAÇÃO ANGOLA A MOÇAMBIQUE

O sonho comanda a vida… DURANTE SETE ANOS DESENVOLVI A MINHA ATIVIDADE PROFISSIONAL EM ÁFRICA (BENIN E MALAWI), A QUAL DESPERTOU-ME O INTERESSE EM REALIZAR UMA VIAGEM ÉPICA PELO CONTINENTE, ATRAVESSANDO O MAIOR NÚMERO DE PAÍSES POSSÍVEIS. Texto e Fotografia: Pedro Fontes


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Possivelmente influenciado pelo aproximar dos 35 anos de idade (na altura) e fortemente movido pelo desejo de realizar algo que me marcasse para o futuro, iniciei uma série de projetos virtuais que gostaria de efetuar. Sentia que estava na altura de largar todas as preocupações (profissionais e pessoais) e enfrentar algo que nem eu mesmo sabia muito bem o que era. Apenas tinha a noção que seria uma viagem pelas zonas mais remotas de África.

De início não estava definido o meio de transporte nem o itinerário a percorrer, mas após algumas considerações optei por escolher a bicicleta. Quanto ao trajeto, este seria um pouco mais arrojado, pois planeava partir do extremo Sul do continente Africano, até ao extremo Norte (Cabo das Agulhas a Ceuta). Dada a minha falta de experiência neste tipo de andanças, pois nunca havia realizado qualquer tipo de viagem do género (nem mesmo de autocarro ou comboio),


acabei por escolher um trajeto bem mais 32 curto, mas que tivesse um significado especial. Esse itinerário acabaria por ser a ligação entre duas Capitais Africanas de Língua Oficial Portuguesa - Luanda e Maputo. A escolha do uso da bicicleta como meio de transporte deveu-se principalmente a três fatores. Um deles é o indubitável desafio físico e mental, que outro meio de transporte não poderia proporcionar. Além deste fator, o uso da bicicleta propícia um contacto mais autêntico com as populações locais e sua cultura. Outro fator que influenciou a minha escolha foi o seu caráter não poluente, que exorta a preservação do Meio Ambiente e cujo impacto ambiental é ínfimo. Após muitos dias a sonhar com a realização de um sonho, chegou a altura de

fazer uma pausa no quotidiano e dedicarme a 100% nos preparativos da viagem. Confesso que por entre muitos medos e receios que pairavam antes de avançar com a “oficialização” da viagem, houve uma pessoa que me deu coragem para seguir em frente. Essa pessoa é a Joana Oliveira (a qual nunca conheci pessoalmente) que efetuou uma viagem na América do Sul com o Nuno Brilhante (blogue movimentos constantes) e que um certo dia escreveume um e-mail questionando-me se eu conseguiria viver nos “...e se...”. Seguidamente, escreveu uma frase que me fez acordar, para enfrentar todos os desafios institucionais que teria pela frente, ainda antes de colocar uma pausa na minha carreira profissional e dar início à oficialização da minha viagem - “...começar é metade do caminho percorrido...”


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O 1º Dia (Viana - Maria Teresa)

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Aterrei em Luanda no passado Sábado dia 27, no entanto só consegui iniciar a viagem no dia 31 de Março de 2010. Iniciei a viagem com 2 horas de atraso, mas afinal de contas o que são 2 horas numa viagem de meses? Ou no trânsito de Luanda? Uma vez no local escolhido para a partida e depois da bicicleta apetrechada, aventurei-me a dar as primeiras pedaladas numa bicicleta que tinha mais de 25kg de carga. Nos primeiros 10 metros mais parecia um miúdo a andar pela primeira vez numa bicicleta sem rodinhas. Nunca consegui manter a bicicleta em linha reta, mas após ganhar alguma velocidade, a situação endireitou-se. Nos primeiros 10km tive a companhia de um grupo de amigos de Luanda que me ajudaram bastante nos primeiros tempos em Angola. Foram seguramente os 10km que me custaram menos de toda a etapa (apesar desta estar no início). Foram 20 minutos em que não me sentia sozinho e nem parecia que já tinha iniciado a Grande Viagem. O que é bom acaba rápido e a companhia tinha que regressar a Luanda. Parámos para as últimas despedidas e últimas fotos. Não demos nenhum abraço porque eu já estava todo transpirado e não queria dar banho a ninguém.

Rumo ao desconhecido Despedidas feitas e fiz-me à estrada. Para trás ficaram Luanda e um grupo de amigos que deu-me muito mais do que alguma vez esperei. Acho que ainda não estava em mim, nem tinha a noção no que estava metido. Pedalava agora em Angola, sozinho e rumo a Este sem saber onde iria comer ou dormir. Mantive esta sensação durante quase todo o dia… Para mim estava a dar uma volta de bicicleta no jardim, apesar de nunca ter estado nestas paragens. Planeava fazer +/- 50km no dia de hoje em cerca de 2h30 e para isso contava com 4,5 litros de água para me hidratar. Circulava na estrada que liga Luanda ao Dondo, uma via bastante movimentada e


35 com muito trânsito pesado. Valiam-me as bermas largas e em bom estado que me permitiam pedalar fora da faixa de rodagem. Aos poucos ia-me habituando à bicicleta e aos seus 25kg extra. Desde que não guinasse o volante ou não baixasse dos 10km/h, a bicicleta manter-se-ia em linha reta. O facto de a estrada ser sempre a direito, também ajudava bastante. Nunca experimentei a bicicleta em carga antes desta viagem. Agora vejo que se tivesse feito uns testes prévios, não teria perdido nada. Nem sequer vou falar que mais de metade das coisas que transportava que nunca foram testadas. Já para não falar que algumas horas antes

de apanhar o avião para Luanda, eu ainda não tinha a bicicleta na caixa nem sequer as malas feitas. Mais uma vez, valeu-me a malta que se sacrificou e acordou mais cedo para me ajudar. Bem… vou-me concentrar na viagem…

“Ao fim de 1h30 de viagem, reparei que já tinha bebido quase 2 litros de água e que a minha camisola estava completamente ensopada em suor.” Ao fim de 1h30 de viagem, reparei que já tinha bebido quase 2 litros de água e que a minha camisola estava completamente ensopada em suor. Atribui este fenómeno ao facto de ter iniciado a viagem na melhor


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hora do dia. As 13h30 e de o termómetro do relógio marcar 37ºC! Com a excitação da partida, tinha-me esquecido de tomar o pequeno-almoço e de almoçar. Este desleixo estava agora a custar-me caro. Fraqueza, cabeça pesada e dores no corpo eram as consequências que se faziam sentir. Safaramme uns figos secos e umas bolachinhas de chocolate que trazia comigo. Para ajudar à festa, comi uma espiga de milho assado que consegui à troca de uma carteira de sais de frutos. De hora a hora era obrigado a parar para pôr mais um reforço cá para dentro. A dada altura estava a andar tão devagar que pensei que o vento estivesse de frente… nada… estava a favor. Pensei que estivesse alguma coisa a travar uma roda, ou os calços de travão estivesse fechados… mas nada… eram apenas os 25kg de carga a dar uma ação da sua graça numa ligeira subida e que aliados ao meu cansaço, faziam-me circular a uns extraordinários 10km/h!

Chegada a Maria Teresa Finalmente e ao fim de +/-75km, cheguei

a Maria Teresa, uma pequena localidade antes de Zenza do Itombe e que serve de apoio aos inúmeros camionistas que veem/ vão de Luanda. Morria por uma cola bem fresca, e após alguns minutos com os habitantes locais encontrei a tão desejada bebida no restaurante Maria Teresa. Fui recebido pela dona Engrácia Matos, proprietária do estabelecimento, que após eu lhe ter explicado de onde vinha e que ia para o Dondo (não disse Moçambique devido ao choque), prontamente me ofereceu uma toalha lavada, sabonete, uma casa de banho para tomar banho a balde, um bocado de chão do seu café para eu montar a tenda, um colchão e lençóis lavados. Que mais podia querer? Foi de facto extremamente gratificante a maneira como a dona Engrácia me apoiou e que levou-me a esquecer as 4h30 a pedalar para fazer os 75km. No restaurante Maria Teresa, comi o melhor funge que alguma vez comi, vindo este acompanhado com carne de veado. Amanhã a partida será para o Dondo e apesar de não sentir a pernas, estou ansioso por começar a pedalar.



Caminhada

Um percurso de contrastes Texto e Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

passeio

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Ao longo de 17 quilómetros caminhámos por paisagens diversificadas, um intercâmbio entre as regiões saloias e a costa fustigada pelo Atlântico. Um percurso circular com início e término na vila da Ericeira.


Forte de Mil Regos

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Duração 5.30 horas Distância 17,7 Km Dificuldade Tipo: Circular Localização: Ericeira Apreciação Geral: Dificuldade média Ericeira

F.B. Nabos

Sto.Isidoro

S. Lourenço


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N

esta edição voltamos a explorar os contrastes entre as zonas saloias e costeira no concelho de Mafra. O percurso é circular e não levanta dificuldades de maior, apenas a sua extensão e a passagem junto à Praia de São Lourenço poderão criar dificuldades. A região interior é a que tem maiores declives mas não são muito acentuados o que tornam a progressão muito simples e que permite que nos concentremos na paisagem. Tudo começa no centro da Ericeira mas, rapidamente, dirigimo-nos para NE rumo à pacata aldeia Fonte Boa dos Nabos que marca a entrada na terra batida. Entre hortas e terrenos já sem atividade agrícola caminhamos calmamente até Santo Isidoro, outra pequena aldeia com

uma arquitetura incaracterística mas onde podemos ver uma Igreja matriz com elementos manuelinos, é um extraordinário repositório de arte decorativa, sendo detentora de inúmeras preciosidades artísticas, tais como um Calvário pintado sobre madeira, diversas imagens estofadas dos séculos XVI a XVIII e retábulos constituídos por azulejos setecentistas integrados num forro cerâmico, único nos templos do Concelho de Mafra. O nosso trajeto não chega a entrar no coração da povoação mas, se achar interessante, pode fazer um pequeno desvio. Caminhamos por paisagens mais abertas rumo às três eólicas que dominam o nosso horizonte mas, antes de chegarmos ao caminho das eólicas podemos ver as ruínas do Palácio do Paço de Ilhas num elevado


Fonte Boa dos Nabos

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Praia de São Lourenço

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estado de degradação! Passadas as eólicas vamos encontrar a Casa do Futuro pouco antes de começarmos a caminhar numa zona muito densa de vegetação e com algum declive que nos levará a um vale verdejante, já muito perto da praia de São Lourenço. Este vale é de grande beleza natural e marca a transição da caminhada para a zona costeira. A aproximação à praia faz-se junto a uma ribeira onde se pode observar alguma fauna. Na praia de São Lourenço pode surgir um problema de progressão no nosso trajeto. Se a maré estiver baixa podemos subir ao Forte de Santa Susana por um trilho feito nas rochas e já parcialmente destruído. É uma passagem que tem de ser feita com alguma calma e cuidado para evitar quedas. Se a maré não nos

ajudar temos que voltar à estrada (EN 247) para depois retomar o trajeto previamente definido. O regresso à Ericeira faz-se sempre junto à costa com o Atlântico como cenário passando pelas praias dos Coxos e Ribeira de Ilhas, os grandes palcos do Surf internacional. Já na Ericeira, o seu porto de pesca, merece uma pausa para observar a atividade piscatória. Sugiro que apreciem a vis-


Todo o cuidado é pouco na transposição da passagem junto à

praia de São Lourenço.

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Praia dos Coxos

44 Praia Ribeira De lhas


Palácio do Paço de Ilhas

45 ta que se tem da vila quando estamos na extremidade do pontão.

Locais de interesse Ao nível das edificações neste trajeto encontra diferentes pontos de interesse nomeadamente as ruínas do Palácio do Paço de Ilhas, outrora propriedade dos Condes da Ericeira e que em 1968 ainda exibia portal e janela manuelinas. Hoje em dia é difícil de imaginar o que foi no passado porque está num estado deplorável. O forte de Santa Susana, a sul da praia de São Lourenço, foi construído no século XVII por ordem de D. João IV, para defesa contra piratas que atacavam a costa; juntamente com o Forte Picoto fez parte das Linhas de Torres (conjunto de forti-

ficações que visavam a defesa de Lisboa durante as invasões francesas); serviu também de aquartelamento até 1948, quando passou para a Guarda Fiscal. Ao seu redor observam-se parapeitos e as canhoneiras abertas já no século XIX. A capela tem sobre a porta lateral a data de 1736, tendo sido reconstruída em 1959. No final de 2005 houve ainda a reconstrução do telhado e arranjos exteriores. Nesta, destaca-se a imagem de São João Baptista em madeira policromada. A Ermida de S. Sebastião remonta aos séculos XV/ XVI e situa-se no extremo Norte da vila da Ericeira, sobre as arribas, isolada do tecido urbano primitivo, possuindo características únicas na zona. É um edifício de aparência simples, de


Forte Santa Susana

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planta hexagonal e de cúpula terminada em gomos, que tem adoçado um outro corpo formado pelas sacristias e altar, esse já do sec. XVII.O exterior totalmente branco contrasta com o interior forrado quase completamente a azulejos policromados (dominando o azul e amarelo), do sec. XVI. Ao nível das belezas naturais temos a fantástica costa e as suas praias de referência como são os casos de São Lourenço,

Coxos e Ribeira de Ilhas. A paisagem agrícola do interior também possui os seus encantos mas, aqui, o abandono progressivo da atividade agrícola é uma realidade incontornável. A vila da Ericeira merece uma visita mais atenta que fica para uma outra caminhada. Só para aguçar o apetite http:// passear.com/2010/01/vila-ericeira-marsempre-presente/


Informações úteis Guarda Nacional Republicana Ericeira – 261 866 700 Mafra – 261 815 124 Bombeiros Ericeira – 261 863 334 Mafra – 261 812 100 Sobre a Ericeira: http://passear.com/2010/01/vila-ericeira-mar-sempre-presente/ Descarregar e ver o percurso: http://ridewithgps.com/routes/829716 Alojamento EriceiraCamping*** Parque de Campismo Estrada Nacional 247, km 49,4 2655-319 Ericeira Tel.: 261 862 706/ 261 862 513 Fax: 261 866 798 E-mail: info@ericeiracamping.com Web: www.ericeiracamping.com

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Ecolodges Ericeira Estrada do Rego Eco-Club Raphaelis 2655 Ericeira info@ecolodgesericeira.com www.ecolodgesericeira.com



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PASSEAR JARDIM DA ESTRELA / JARDIM GUERRA JUNQUEIRO

Um espaço diferente e emblemático com 159 anos de história

O JARDIM GUERRA JUNQUEIRO, MAIS CONHECIDO POR JARDIM DA ESTRELA, É UM ESPAÇO ÚNICO NA CIDADE, PELO CONJUNTO DE CARACTERÍSTICAS QUE PROTAGONIZA. Texto e fotografia: Revista Tudo Sobre Jardins e C.M.Lisboa


O Jardim da Estrela é um espaço fechado por um belo gradeamento em ferro, com portões que permitem a entrada por quatro lados. Uma das peças notáveis deste jardim é o coreto em ferro trabalhado, da autoria do arquiteto José Luís Monteiro, outrora “palco de frequentes concertos filarmónicos” mas que estava em obras de manutenção aquando da nossa visita. Há uns anos que não visitava este espaço verde e tive a oportunidade de ver que o jardim está bem cuidado e que foram efetuados melhoramentos ao nível de serviços de apoio ao utente. Fiquei agradavelmente surpreso com a Biblioteca do Jardim rodeada por pessoas idosas embrenhadas nas suas leituras… O Jardim da Estrela sempre me encantou 51 devido à sua configuração e riqueza de espécies mas também, pela sua localização privilegiada na cidade de Lisboa. Está na fronteira da “confusão” da zona do Rato com a ampla avenida Infante Santo que nos leva ao magnífico rio Tejo. A conceção do jardim permite abordagens diferentes consoante a disposição do visitante. Se o estado de espírito é de contacto com pessoas, a esplanada, as avenidas e os relvados são o locais ideais para se estar. Se pretendemos zonas mais calmas, o jardim oferece-nos recantos equipados com bancos de madeira que nos permitem a leitura ou a simples observação da natureza. Passeie neste jardim e se tiver oportuni-


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dade visite também a Basílica da Estrela que fica a escassos metros deste espaço verde, seja qual for o local onde nos encontramos a sua cúpula é uma presença constante.

HISTÓRIA O jardim, originalmente “Passeio da Estrela”, foi construído em meados do século XIX por iniciativa do Marquês de Tomar e com o apoio institucional da Rainha D. Maria II, em terrenos adquiridos pela CML graças a um donativo de “cinco contos de reis” feito pelo benemérito Barão de Barcelinhos. A construção do jardim contou também com um donativo equivalente de Joaquim Manuel Monteiro, que mais tarde recebeu o título de Visconde, e de-

pois Conde da Estrela. A construção do jardim teve início a 30 de Setembro de 1842 contando com a ajuda do arquiteto, Pedro José Pezerat. As plantações foram orientadas pelos jardineiros João Francisco e o francês Jean Bonard, sendo inaugurado a 3 de Abril de 1852. Surgia assim, na Capital um jardim diferente, refletindo no seu traçado, a nova conceção romântica de parque à inglesa. Em 1931, o número de árvores do Jardim da Estrela era de 838 com 32 espécies diferentes. Nas estufas do Jardim, havia já nesta década numerosas variedades de plantas, e era neste local que era permitida a venda ao público de flores dos jardins municipais. Pela importância da floricultura e pelo

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facto de constituir elemento de atração neste jardim, desde 1852 que aqui foram organizadas exposições com exemplares obtidos no estrangeiro (begónias, gloxínias, crisântemos e dálias). Durante a Grande Guerra as anuais e patrióticas Festas da Flor, promovidas pelo O Século, em benefício dos soldados feridos; a festa das Florinhas da Rua, em 1921, no ano seguinte, a da Semana de Lisboa e uma Exposição Nacional de Floricultura, em 1943 foram alegrando a vivência do Jardim ao longo da primeira metade do século XX.

FAUNA, FLORA E ESCULTURA Fauna: Cágados, Patos, Guarda-rios, Melros, Carpas Flora: Figueira-da-Austrália (Ficus macrophylla) Árvore-sumaúma, Rosa-mexicana, Ginkgo, Grevilea, Barbusano, Araucária-de-Cook (Araucaria 55 columnaris) , Palmeira-das-vassouras (Chamaerops humilis), Árvore-orquidia, Casuarina, Cedro-do-atlas, Alfarrobeira (Ceratonia siliqua), Feijoeiro-da-índia, Freixo, Castanheiro-da-Índia (Aesculus hippocastanum), Acácia-espinhosa, Coco-de-cachorro, Perna-de-moca, Lodão-bastardo, Loureiro-da-Nova Zelândia, Kentia, Magnólia, Palmeira-das Canárias (Phoenix canariensis), Bambu-gigante, Pinheiro-das-canárias, Pinheirodo-Alepo, Sequóia-sempre-verde, Taxódio, Teixo. Património Edificado e Artístico: “Alegoria (escultura em lago)”, estátuas “João de Deus”, “Actor Taborda”, “Antero de Quental”, “O Cavador”, “Guardadora de Patos”, “Despertar”. A água tem uma presença relevante com 3 lagos um dos quais de grande dimensão situado junto à entrada mais próxima da Basílica.


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INFORMAÇÕES ÚTEIS Localização: Praça da Estrela, 1200-667 Lisboa Área: 4,6 hectares Horário: Aberto das 07h às 24h Acessibilidades: Autocarros (Carris): 709, 713, 720, 738, 773 Elétricos (Carris): 25E, 28E Metro: Linha Amarela (Estação Rato) Equipamentos: Instalações sanitárias, casa de ferramentas, lago, miradouro, coreto, jardim de infância, centro de dia, biblioteca, café-esplanada, parque infantil, polidesportivo informal.


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Canoagem RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL 4º PERCURSO - DA BARRAGEM DE BEMPOSTA À BARRAGEM DE ALDEAVILLA CONTINUANDO A DESCER O RIO DOURO, DESDE QUE O MESMO ENTRA EM TERRITÓRIO PORTUGUÊS, AINDA NA RESERVA NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL, NAVEGAREMOS AGORA ENTRE A BARRAGEM DE BEMPOSTA E A BARRAGEM DE ALDEAVILLA. Texto e Fotografia: Jonas Oliveira* * aKademia do Kayak


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Este percurso inicia-se na Barragem de Bemposta, num acesso pertencente á EDP, na margem portuguesa. Junto da barragem existe um pequeno complexo, temporário, no qual se encontram alguns responsáveis da EDP que a pedido no local, autorizam a usar o acesso privado para colocar os kayaks na água, a cerca de 300 m do paredão. As viaturas, que como tem sido mencionado nos percursos anteriores devem ser pelo menos duas, terão que ser estacionadas fora da zona privada, próximo da barragem. Percurso excelente para passeio, com rio estreito e muita vegetação em ambas as margens. Alguns locais convidam a uns mergulhos caso o calor aperte. Estamos numa zona com um microclima de grande 60 amplitude térmica, pelo que no verão é normal as temperaturas atingirem os 32 graus por volta do meio-dia e,à noite ter necessidade de usar um agasalho. As barragens distam entre si aproximadamente 30 quilómetros. Ao quilómetro 9, existe na margem portuguesa um parque de merendas, Juncal. Com mesas e algumas sombras torna-se um local ótimo para descansar. Continuando a navegação, ainda em rio com as margens muito próximas, passamos por algumas arribas de beleza indescritível. Aos poucos o rio vai alargando e a paisagem muda. No lado espanhol encontramos algumas praias fluviais e alguns cais de amarração para barcos turísticos. A melhor e mais movimentada, com bar e balneários é a Playa del Rostro, que fica ao

quilómetro 20. Retemperadas as forças e continuando a descer, o rio apresenta-se algo mais poluído, com grande acumulação de lixo em alguns locais nas margens. Neste ultimo troço do percurso, fruto da poluição, conseguimos avistar, junto á superfície, grandes cardumes de Percas do Rio, uma espécie que chega a atingir os 2 kg. O local para saída da água fica ao quilómetro 27, na margem portuguesa. É o acesso por estrada mais próximo da Barragem de Aldeavilla, sendo o mesmo efetuado pela aldeia de Bruço, seguindo as placas que indicam Rio/Pesca. A Barragem de Aldeavilla é a única barragem do Parque Natural do Douro Internacional que somente é acessível por estrada na parte espanhola. Bom passeio !!!


Informações: - Parque Natural Douro Internacional - (http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-APDouroInternacional ); - Câmara Municipal Miranda do Douro – (http://www.cm-mdouro.pt/) 61 - Câmara Municipal Mogadouro – (http://www.mogadouro.pt/) - Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (http://snirh.pt/) – Informação detalhada sobre caudal, cota, descargas, etc. Conselhos úteis: - Utilizar pelo menos duas viaturas, sendo que uma será para o resgate (colocação da viatura no final do percurso); - Iniciar o passeio durante a manhã, podendo assim apreciar com mais tempo a fauna e flora local; - Colocar protetor solar com abundância e usar chapéu; - Não esquecer de levar agua e uma ou duas barras energéticas; - Em caso de almoço levar comida ligeira; - Levar máquina fotográfica e binóculos; - Levar uma muda de roupa; Coordenadas GPS - Inicio (41°17’49.44”N / 6°28’35.34”W) - Final (41°14’11.93”N / 6°39’25.55”W)


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NÚMERO 17


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