Revista Passear Nº 22 Versão Gratuita

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Nº. 22 . Ano II . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)

passear by

sente a natureza

destino

Casa de Alfena em Travassos

Almada Um passado recente

Caminho de Xisto de Água Formosa Pedalada entre Mértola/Pulo do Lobo/Serpa

Crónica GR do Zêzere Crónicas do GERÊS Porta Ruivas no coração do Gerês


Praceta Mato da Cruz, 18 2655-355 Ericeira - Portugal Correspondência - P. O. Box 24 2656-909 Ericeira - Portugal Tel. +351 261 867 063 www.lobodomar.net

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Director Vasco Melo Gonçalves Editor Lobo do Mar Responsável editorial Vasco Melo Gonçalves Colaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves.... Publicidade Lobo do Mar Contactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041 e-mail geral@lobodomar.net

Grafismo

BTL 2013 É já no final do mês (de 27 a 3 de Março) que terá lugar em Lisboa mais uma edição da Bolsa de Turismo de Lisboa. Ao longo das últimas edições tem sido interessante de observar o protagonismo que o Turismo de Natureza tem vindo a revelar. Este ano, o destino nacional convidado é o Turismo Centro de Portugal. As regiões de turismo e as autarquias descobriram que o produto Natureza pode ser uma mais-valia para as respetivas regiões e um fator de desenvolvimento da economia local. A revista Passear irá fazer uma cobertura exaustiva deste certame e iremos partilhar os grandes acontecimentos e as novidades com os nossos leitores através da nossa página de Facebook .

Contacto +351 965 510 041 emal: anagoncalves@lobodomar.net www.wix.com/lobodomardesign/comunicar

Diretor vascogoncalves@lobodomar.net

2 Registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº. 125 987 Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Capa Fotografia Almada (pág. 62)


Edição Nº.22

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40 Sumário 04 10 16 20 26 PUB 38 40 48 62

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Atualidades Crónicas do Gerês GR do Zêzere Experiências : Um caminho para todos Crónica III: BTT Guadiana ASSINATURA PASSEAR Destino: Casa de Alfena PR4 - Caminho de Xisto de Água Formosa Impressões: Almada - Um passado recente


atualidades

Exposição de Ilustração Cientifica Local: Galeria Comendador João Martins em Proença-a-Nova Do alto do monte Kilimanjaro ao extenso litoral, em África encontram-se alguns dos lugares mais belos e selvagens da Terra. Na quinta edição, o Diário da Natureza, da autoria de Luísa Ferreira Nunes, celebra a biodiversidade africana e transporta para as densas florestas do Congo, as extensas savanas do Quénia ou os desertos do Saara e do Namibe. Nesta exposição encontram-se algumas das ilustrações que fazem parte do Diário. Data: Até 28 de Fevereiro

Trilho da Venda 4

Dia 16 de Fevereiro inaugura-se o “Trilho da Venda”, que fará parte da Grande Rota das Aldeias do Xisto, ligando as Aldeias do Xisto de Góis às da Lousã. Apresentação ao público deste novo percurso pedestre. O Trilho da Venda é um percurso liner com cerca de 9km, que fará parte da Grande Rota das Aldeias do Xisto. Neste momento liga as Aldeias do Xisto de Góis, começando na Comareira, às Aldeias do Xisto da Lousã, terminando na Cerdeira. Futuramente fará a ligação para as Aldeias do Xisto da Pampilhosa da Serra. Programa 08h15- Encontro na Comareira 08h30- Início do percurso 17h30- Fim do Percurso - Inscrição gratuita, obrigatória e sem seguro Organização Lousitânea (+351) 235 778 644 / 969 847 852 lousitanea@gmail.com / http://lousitanea.org/


XIV Rota Do Contrabando LOCAL: CEDILLO-MONTALVÃO DATA: 23 DE MARÇO DE 2013 TIPO DE PERCURSO: EM TRAVESSIA, POR CAMINHOS RURAIS, TRILHOS DE PÉ POSTO, COM ALGUNS DESNÍVEIS DE TERRENO UM POUCO ACENTUADOS. Informações úteis - 08H30: Concentração em Cedillo, no Centro Cultural El Casón” (Secretariado); - 08h50: Boas Vindas e “briefing”; - 09h00: Início da Caminhada; - 14h30: Chegada prevista a Montalvão – Almoço/Convívio no Recinto das Festas; - Percurso em Espanha: Centro Cultural El Casón, Calle Antonio Moreno, Calle Juan Carlos I, Plaza de La Constitución, Calle Comandante Carrillo, Calle Murillo, La Castellana, GR 113, por el Camiño de La Carrasquera, Casa de La Carrasquera, Regato del Pueblo, La Machiera, Rio Tajo (embarcadero); - Travessia de barco dos Rios Tejo e Sever (Barragem de Cedillo); - Percurso em Portugal: (Reabastecimento 1), antigo posto fronteiriço da Guarda-Fiscal, margem sul do Rio Tejo até à Foz da Ribeira de S. Simão, Cachão de S. Simão (núcleo de gravuras rupestres), Salgueirinha, (Reabastecimento 2), Ermida de Nossa Senhora dos Remédios e Montalvão (Recinto das Festas); - Distância: 17,3 km (5,7 km em Espanha, 0,8 km de barco, 10,8 km em Portugal); - Grau de Dificuldade: Médio (alguns declives um pouco acentuados); Mais Informações: http://inijovem.blogspot.pt / http://rotacontrabando.blogspot.pt/

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atualidades

Itinerários de Lisboa A partir do mês de Fevereiro de 2013, a inscrição no referido programa de visitas guiadas, passa a ter um custo, de acordo com a tabela de preços da Câmara Mu-

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nicipal de Lisboa, publicada no Boletim Municipal nº 983, pág. 1808 (9), de 20 de Dezembro de 2012. 02 de Março às 11 horas - Lisboa de Eça de Queirós Um percurso pela obra e vida do escritor nascido na Póvoa do Varzim a 25 de Novembro de 1845, um mestre na sua forma singular em criticar a sociedade, os exageros de uma aristocracia decadente e em como descreveu os pormenores e as impressões que reteve em Lisboa. Início na Rua da Escola Politécnica e a terminar no Largo Barão de Quintela. 05 de Março às 10 horas - Lisboa de Camões Partindo da vida e obra do poeta, o itinerário começa no Largo de Camões e termina no Pátio do Tronco. 05 de Março às 10 horas - Lisboa Romana Devido à sua privilegiada localização geográfica, a cidade hoje chamada de Lisboa tem presença humana desde a Pré-história, mas também foi visitada e colonizada por vários povos da antiguidade. Uma dessas civilizações foi a romana, que incluiu

Olisipo no seu império e a dotou de construções e infraestruturas próprias do que deveria ser uma verdadeira cidade romana, a nível habitacional, social e industrial. Neste percurso visitaremos os locais onde essa presença mais e melhor se faz sentir. Mais informações: Itinerários de Lisboa Câmara Municipal de Lisboa | Direção Municipal de Cultura | Departamento de Ação Cultural Divisão De Promoção E Comunicação Cultural Palácio do Machadinho | Rua do Machadinho, 20, 1249-150 Lisboa Telefone: 21 817 07 42 E-mail: itinerarios.tematicos@cm-lisboa.pt


Seminário: “Turismo Sustentável no Espaço Rural: Experiências de sucesso em Portugal e na Europa”

Seminário no âmbito do projeto “Turismo em Áreas Rurais: Identificação, promoção e disseminação de boas práticas” Programa: 6 e 7 de março das 9h ás 18h. Local: Fórum Municipal de Castro Verde. Objetivo do Seminário As área rurais emergem cada vez mais como destinos promissores, à luz das novas preferências turísticas que privilegiam as tradições, as paisagens e o lazer. É ainda no mundo rural que se situam as Áreas da Rede Natura 2000, espaços que foram escapando à força esmagadora da urbanização e que mantêm importantes valores naturais. O interesse que despertam em

termos turísticos pode representar um potencial importante para o desenvolvimento de muitas áreas rurais desfavorecidas do interior do País. O Seminário visa divulgar e sistematizar um conjunto de boas práticas ao nível da actividade do turismo em áreas rurais, de modo a alargar a disseminação de conhecimentos e contribuir para a sustentabilidade da actividade. A acção dirige-se em especial aos que se interessam ou relacionam directa ou indirectamente com as temáticas do turismo, desenvolvimento rural, sustentabilidade: agentes turísticos, técnicos, ONGs e Associações de Desenvolvimento Locais e Regionais, estudantes e público em geral. Inscrições gratuitas e obrigatórias: Tel.: 286 328 309 ou e-mail: lpn.cea-castroverde@lpn.pt Organização LPN – CEAVG . Apoio: Câmara Municipal de Castro Verde

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atualidades

TURIHAB comemora 30 anos ao serviço do turismo de habitação e do turismo no espaço rural

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No passado dia 27 de Dezembro, reuniu em Ponte de Lima, a Assembleia Geral da TURIHAB para discussão e aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para 2013, que foi aprovado por unanimidade e contou com a presença de Associados vindos de todo o País. Foi apresentado o novo site da TURIHAB – www.turihab.pt

oferta e os produtos produzidos em cada casa, criando um canal de distribuição e de comercialização através da CENTERCentral Nacional do Turismo no Espaço Rural. Com o mote “30 anos a garantir qualidade”, a TURIHAB tem em 2013 o grande desafio de implementar o Manual

– para dar início às comemorações dos 30 anos da Associação.

de Boas Praticas do Turismo de Habitação e do TER. Este manual, promovido pelo Turismo de Portugal, constitui uma ferramenta fundamental para apoiar a certificação do TH/TER com a NP4494 -2010,e, contribuirá significativamente para a melhoria da qualidade e o aumento da competitividade do Turismo de Habitação e do TER. Pretende-se, também a valorização e a diferenciação da oferta através da qualificação das marcas Solares de Portugal e Casas no Campo.

O Plano de Atividades da TURIHAB tem como principal prioridade fomentar o associativismo e a Cooperação Institucional valorizando a excelência e a qualidade da oferta. A TURIHAB, em 2013, dinamizará o inter-relacionamento entre Associados e os potenciais clientes através de um trabalho em rede. Esta iniciativa objetiva divulgar a


No que concerne à internacionalização, a TURIHAB e a CENTER preveem organizar várias apresentações nos principais mercados emissores onde têm parcerias, nomeadamente nos países Europeus, Brasil, Argentina, USA. Com estas ações objetiva-se, também, reforçar o posicionamento da oferta e aumentar as taxas de ocupação dos Solares de Portugal e das Casas no Campo. A TURIHAB desenvolverá, também, novos circuitos que abranjam todas as casas associadas tendo em conta a especificidade de cada casa e da região para fomentar o novo conceito de Turismo no Campo. O “Campo” que representa um produto singular em que o imaginário nos transporta para as raízes mais profundas do

Aldeias do Xisto na BTL De 27 de Fevereiro a 3 de Março, as Aldeias do Xisto marcam presença na BTLBolsa de Turismo de Lisboa, que decorre na FIL, Parque das Nações. Descubra as novidades, marque a sua escapadinha, embrenhe-se na Natureza, encante-se! No stand das Aldeias do Xisto poderá descobrir um destino surpreendente, marcar as suas férias ou um fim-de-semana para fugir ao stress urbano e embrenhar-se na natureza. Conte ainda com muita animação e provas de produtos.

Homem e nos dá a conhecer a simplicidade da vida, dos usos e costumes, das tradições e da cultura das diferentes regiões. Para comemorar o trigésimo aniversário, a TURIHAB promoverá um “Encontro Nacional do Turismo de Habitação e TER”, a realizar em Ponte de Lima no dia 15 de Junho de 2013, reunindo todos os Associados e Parceiros nacionais e internacionais. Serão convidadas Entidades Publicas e Privadas ligadas ao setor do Turismo, para promoverem uma reflexão conjunta sobre a qualificação da oferta TH/TER, a aplicação de novas tecnologias na promoção e comercialização, e sobre o contributo das marcas Solares de Portugal e Casas no Campo para a internacionalização do turismo com marca Portugal.

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Crónicas do Gerês Porta Ruivas no coração do Gerês –

um relato na primeira pessoa

crónica

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Texto e fotografia: Rui Barbosa / http://carris-geres.blogspot.pt/

VISITAR O CORAÇÃO DO GERÊS E SENTIR O SEU LADO MAIS «SELVAGEM», É COMO QUE VOLTAR AOS TEMPOS DA DESCOBERTA E DA AVENTURA. PORÉM, NÃO É ISSO QUE CADA CAMINHADA NA SERRA DO GERÊS REPRESENTA?


Porta Ruivas esteve desde sempre nos horizontes do Gerês que eu conhecia. Sim, porque eu não conheço o Gerês... vou conhecendo e preenchendo as peças que vão faltando deste puzzle. Mas mesmo assim, a cada caminhada, a cada passeio, a cada aventura (e por contradição que pareça), parece que fico a conhecer cada vez menos! Isto faz-me lembrar um filme de ficção-científica relacionado com o tempo e o espaço em que cada pessoa vivia. Havia os construtores do espaço que estavam sempre uns segundos à nossa frente e que iam construindo os locais onde nós estávamos em determinado tempo. Como estávamos num determinado sítio, eles não se preocupavam em construir os locais para onde cada um de nós não ia. Era algo do tipo “se não o vês é porque não existe...” ou algo semelhante. Muitas vezes as coisas passam pelos nossos olhos e nós continuamos sem vê-las. Por isso, é que cada caminhada nas serranias geresianas é sempre uma novidade. Quer se queira quer não, descobre-se algo novo. E quando visito o Gerês (ou outra montanha qualquer) tento sempre descobrir algo de novo... bom, quanto mais não seja algo de novo para mim! Como estava a dizer, Porta Ruivas esteve sempre nas minhas recordações visuais do Gerês, algo de icónico que marca

uma zona. «Enganado» pelas cartas militares, chamava-lhe de ‘Sombrosas’ e o orónimo ‘Porta Ruivas’ foi surgindo pelo contacto com as gentes locais, verdadeiros mestrados e enciclopédias da serra que guardam com eles os segredos de uma micro-toponímia em risco de se perder. Assim, já há muito tempo que estava decidido um dia visitar aquela zona, e o dia chegou, bem como a oportunidade, no último dia de Agosto de 2012. De facto, visitar Porta Ruivas implica uma caminhada difícil (e algo longa dependendo do local de onde se inicie). Escolhi começar bem cedo desde a Portela de Leonte, local de partida de tantas caminhadas. O trajeto inicial é muito conhecido: a subida em zig-zag até ao Vi- 11 doal tendo o Pé de Cabril pelas costas e a sensação maravilhosa de ver a nascer da Terra os píncaros de Pé de Medela e dos Carris de Maceira. Já vencido o desnível, a primeira paragem (vou-lhe chamar Chã da Caveira que me desculpem as gentes do Gerês!), permite-nos ter uma visão ampla da parte Oeste do Vale do Rio Gerês até à albufeira da Caniçada, com o olhar a percorrer as encostas de Iztriz, Pé de Cabril, Leonte, Albergaria e lá longe a Serra Amarela com as suas antenas do Muro na Louriça. Continuando o percurso em pouco tempo chego ao Vidoal com a sua cabana de pastores e os dois carvalhos característicos à


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sombra do Outeiro Moço. O trajeto levanos de seguida à Preza (Freza), com a sua vista para o Camalhão e Teixeira, e depois à Chã da Fonte. A Chã da Fonte é a base de partida para o «ataque» final ao que será um dos pontos mais altos de todo o percurso. Seguindo as velhas (e não tão velhas) mariolas, aquele velho trilho vai-nos fazer passar pelas Lamas do Borrageiro e de seguida pela Lomba de Pau, antes de iniciarmos a descida para o Curral do Conho. É no início desta

descida que se vislumbra pela primeira vez no percurso o nosso destino final, Porta Ruivas! Daqui, a paisagem é soberba e a pujança do Gerês atinge um de muitos esplendores. Desde o marco triangulado da Lomba de Pau passando pelas Albas, Cantarelo, Torrinheira, Cidadelhe, Borrageiro (Borrageiras), Porta Ruivas até à vizinhança dos píncaros próximos da Meda de Rocalva, a paisagem é um quadro natural de beleza estonteante. Diz-se que os corações mais


fracos não aguentam tamanha afronta de sensações de espanto... o Gerês tem destas coisas! O Curral do Conho, tal como muitos dos currais na Serra do Gerês, é como que um oásis no meio do caos granítico da serra. Depois de uma curta paragem, retomasse o percurso descendo até ao Ribeiro do Porto das Vacas e daqui passando entre o Curral da Pedra e os Prados da Messe, dirigimo-nos para a passagem que marca como que uma fronteira para o outro Gerês. Quem faz este percurso que se inicia nos Prados da Messe e nos leva para os domínios do Borrageiro e Lagoa do Marinho, não deixa de notar a sensação de estar a deixar para trás uma parte do Gerês, entrando no entanto numa outra parte mais agreste. É aqui que o Gerês se torna mais selvagem, mais rude, mais bruto... uma terra onde paira o nada e o silêncio preenche os espaços não deixando lugar para nada mais. Aqui, somos como que estranhos numa estranha terra, onde os abrigos surgem deslocados do lugar, onde as mariolas marcam locais sem que isso nos faça sentido. Se muitos dizem que em Portugal não existem os grandes trilhos de montanha que vemos nas grandes cordilheiras noutros países, é porque nunca percorreram aquele chão; nunca se espantaram com as escarpas das Fechinhas que vão ganhando forma e altura, saindo da linha

do horizonte; ou imaginaram os velhos faróis de outros contos acesos no alto da Meda de Rocalva. Por este trilho, todas essas sensações nos invadem a alma e o espírito da descoberta vai-se renovando a cada passo que damos, a cada curva no caminho, a cada horizonte próximo que vencemos só para constatar que por detrás deste estará um mais difícil de vencer. Caminhar no Gerês é isto... a descoberta no seu estado puro! Atravessando o coração do Gerês, o caminho deixa para trás os Prados da Messe onde ruidosas manadas de vacas vão pastando calmamente. O nosso objetivo está mais próximo e desloca-se à nossa direita. De facto, não sabia com certeza o caminho para lá... Teríamos de 13 descobrir as seculares mariolas que nos indicariam o caminho. Mas tendo o objetivo no horizonte, a coisa tornava-se mais fácil... ou pelo menos era isso que pensávamos. A uma primeira tentativa, deparou-se perante nós um imenso vale ao qual teríamos de rodear para começarmos a nos aproximar de forma definitiva. A observação da encosta fez vislumbrar esquecidas mariolas subindo em direção a Porta Ruivas O velho trilho ficava assim para trás e a abordagem que havia pensado foi esquecida em troca de uma outra que sem dúvida traria perspetivas desconhecidas. A travessia do vale faz-nos passar pelo Curral dos Bezerros, banhado


por um pequeno ribeiro que nos permite refrescar a sede, iniciando então a subida final para Porta Ruivas... e que subida foi esta. O engenho dos homens serranos tornou um declive acentuado num percurso que se vai vencendo sem dificuldade através de um carreiro escondido pela vegetação rasteira, mas marcado por mariolas seculares. Em longos minutos de contemplação da paisagem que se vai formando aos nossos pés, vai-se ganhando altitude e finalmente chegávamos a Porta Ruivas, a crista granítica que há muito desejava visitar. Agora via a paisagem os locais que me permitiram ver o outro lado do Gerês e o Vale das Fechinhas ganhava 14 ali um lugar de destaque nunca imaginado. Quem o percorre dificilmente se apercebe da sua forma em ‘U’ perfeita, marcas dos glaciares que em tempos há muito idos rasgaram e marcaram a paisagem geresiana. Porém, faltava ainda uma última descoberta... o Curral de Porta Ruivas. Este acabaria por surgir umas centenas de metros mais adiante à sombra dos picos graníticos que tanto caracterizam aquela zona da montanha. O curral em si é um lugar mágico com o seu pequeno velho carvalho de pequenas folhas e um riacho que nos dá uma água fresca, verdadeiro ouro na montanha e em dias quentes. A partir do Curral de Porta Ruivas

podemos vislumbrar muitas características peculiares da Serra do Gerês. Desde o promontório granítico do Borrageiro e das Quinas de Arrocela até ao Fojo de Alcântara, do alto de Palma até ao domínios de Fafião, dos Ovos à Meda de Rocalva e Roca Negra, do Curral do Conho às Albas e Fichinhas lá no fundo do vale, dos limites do Cantarelo a Cidadelhe passando pela Torrinheira e voltando de novo ao Borrageiro. Depois uma imensidão a perder de vista, uma paisagem de nos cortar a respiração e um mundo de sensações sem fim... isto é o Gerês! Chegada a hora do regresso podemos optar por um carreiro que abandona o curral em direção a Norte e acompanha paralelamente a Corga de Valongo deixando esta para trás em certo ponto e entroncando no carreiro que liga os Prados da Messe e a Corga da Arrocela (seguindo então para a Corga das Mestras e depois para o Borrageiro). Este caminho não apresenta grandes declives e os poucos e pequenos que vão aparecendo surgem ao atravessar as pequenas corgas. O caminho acompanha pequenos vales e bordeja a meia encosta as elevações que vão surgindo, ganhando ou perdendo altitude à medida e onde a progressão será mais fácil. Foi num destes pequenos vales que há muitos anos os homens serranos construíram uma pequena casa que nesta altura será difícil adivinhar a sua função. Abrigo? Pequeno armazém?


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Moinho aproveitando o pequeno ribeiro? Não sei, mas são estes segredos que ajudam a tornar o Gerês numa montanha única em Portugal. Depois de voltar a atravessar a «fronteira» para o Gerês «de cá», decidimos não fazer o regresso através do Curral do Conho e enveredamos pela Corga do Ribeiro do Porto das Vacas. Ao cimo, tomámos o caminho para Sul em direção ao Curral de Lomba de Pau passando ao lado do extremo Oeste do íngreme Vale de Maceira. No Curral de Lomba de Pau, o abrigo dos

pastores estava pronto para mais uma noite de frio dando abrigo aqueles que mantêm a secular função de guardar o gado da vezeira ancestral. Após uma pequena paragem, encetamos o caminho final atravessando a Lomba de Pau, chegando às Lamas de Borrageiro, descendo à Chã da Fonte e Preza, e passando pelo Vidoal onde as sombras já se alongavam no chão com o Sol a cair para Poente e a sua luz do final da tarde a inundar os vales atrás de nós.


crónica 16

GR DO ZÊZERE

DA NASCENTE À FOZ DO RIO ZÊZERE Texto: José Maria Serra Saraiva / Presidente da ASE

A Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela surgiu em 22 de Fevereiro de 1982, na sequência de uma iniciativa ocorrida em Agosto do ano anterior, promovida por um grupo de amigos – a comemoração do 1º Centenário da Expedição Cientifica à Serra da Estrela, organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa.


A leitura dos relatórios da expedição e a constatação das profundas alterações verificadas na paisagem pela ação humana foram a razão que esteve na génese da ASE. A Associação iniciou-se assim a promover e a defender a Serra, no fundo a si própria, dando a conhecer os grandes espaços serranos numa lógica de que a melhor maneira de preservar é dar a conhecer tais valores. A experiência, adquirida ao longo de décadas através do acompanhamento de milhares de pessoas e fundamentalmente de estudantes granjeou-lhe um conhecimento muito significativo sobre o pedestrianismo, a dinâmica que este tipo de infraestruturas tem noutros países e a própria construção de percursos onde, pensamos, terá sido pioneira em Portugal. A ideia de conceber um percurso que ligasse a nascente do rio Zêzere à sua foz, em Constância, iniciou-se em 2006. Na altura não se tinha conhecimento de exemplos idênticos, quer em Portugal quer no Estrangeiro. Já foi posteriormente que se teve contacto com a proposta da Federación Española de Montaña y Escalada em conceber o caminho natural del Ebro que se veio a traduzir, na prática, num percurso com mais de 1.200 km, divididos por 42 eta-

pas – o GR 99. Tendo presente o número impressionante de cidadãos europeus que têm como rotina andar muito a pé e fazer desta prática um modo de vida; as condições climáticas do nosso país; a natureza do rio Zêzere e o conjunto de aldeias que o banham foram predicados que nos impeliram ao estudo do traçado. Por outro lado, a desertificação a que o interior do país tem vindo a ser sujeito foi fundamental para se acreditar na importância que uma estrutura como uma rota com tais características podia influenciar novas dinâmicas e ser um fator dis17 suasor do êxodo humano. Inicialmente, estávamos, convictos, que a construção do percurso, poderia ser realizado sem o recurso aos fundos comunitários porque se admitia que, se todas as Juntas de Freguesia se empenhassem caberia a cada uma escassos quilómetros para construir. Por outro lado ninguém melhor que os habitantes de cada aldeia para a identificação dos trilhos mais antigos porque a comunicação entre povoações se fazia a pé logo, através de traçados menos declivosos, mais curtos e quase sempre ao longo das margens dos rios.


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Sabendo à partida que tal empreendimento teria de passar pelas autarquias locais, que dificilmente aceitariam que uma Associação como a ASE assumisse um papel coordenador, foi decidido preparar um encontro para a apresentação da ideia. Para evitar ferir suscetibilidades, o convite às Câmaras Municipais que integram a bacia hidrográfica do rio Zêzere, foi agendado para o restaurante Slide, em Cambas – Oleiros, que fica sensivelmente a meio da nascente e da foz do rio. Mais de uma dezena de municípios aderiram ao convite. O diálogo foi profícuo bem assim como o convite do presidente da Câmara de Pedrogão Grande para um novo encontro no seu município que se revelou crucial para o desfecho da proposta. A ASE apenas propôs que se desse o devido destaque em toda o tipo de publicidade e na sinalética da própria Rota, ao seu contributo no processo, condição que foi aceite e compreendida por todos. A Rota desenvolveu-se depois através da dinâmica que as Câmaras Municipais entenderam imprimir procurando parceiros e fundos, tendo a ASE sido sempre convidada para as reuniões.

Em boa hora o conseguiram bem como toda a discussão gerada que contribuiu substancialmente para enriquecer a proposta inicial que não contemplava as estações intermodais, possibilitando assim aos utilizadores da rota poder optar prosseguir de bicicleta ou barco em determinadas etapas do percurso Pensamos que o percurso seria muito mais rico se a vegetação que o domina fosse constituído pela floresta autóctone e menos pelo eucaliptal. Também nos preocupa que surja no troço de Manteigas o ponto de partida ou chegada no Covão d’Ametade e não na nascente do rio Zêzere. Ou seja, Manteigas terá de rever este pormenor porque se não o fizer irá privar os pedestrianistas de não cumprirem os pressupostos do projeto e de não poderem admirar uma das melhores paisagens da Rota. Estamos ansiosos pelo surgir de algo que partiu de nós, pelos aventureiros que ousem cumprir todo o rio e pelo desenvolvimento social e económico em proveito preferencial das gentes, cuja teimosia em permanecer nas suas terras desejamos ver compensada.



EXPERIÊNCIAS

UM CAMINHO PARA TODOS NÃO SEI PRECISAR QUANDO COMEÇOU A SURGIR O INTERESSE PELA PEREGRINAÇÃO A SANTIAGO, MAS DESDE SEMPRE QUANDO OUVIA ALGUÉM FALAR DO ASSUNTO, ACHAVA QUE ERA ALGO FABULOSO, PROVAVELMENTE POR NUNCA ME TER ACHADO CAPAZ DE O FAZER A PÉ.

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Texto e Fotografia: Luisa Sousa / http://umcaminhoparatodos.wordpress.com/


Em 2006 fui de comboio a Santiago de Compostela com uma amiga, e por coincidência, calhou ser nos dias de festejos do Santo. A cidade estava cheia de peregrinos e de animação, mas foi na ida à Catedral que aconteceram os dois momentos mais tocantes parar mim. O primeiro foi o abraço a S. Tiago e o segundo observar as escadas da Catedral um grupo de jovens peregrinos espanhóis com t-shirts amarelas a chegarem à praça. Uns cambaleavam, outros tinham o cansaço estampado no rosto, mas assim que todo o grupo se reuniu, abraçaram-se e começaram a gritar

“Campeões, Campeões!” A alegria de ter alcançado aquele desafio foi tanta, que esqueceram tudo o resto. Foram de tal forma importantes estes momentos, que me levaram a querer chegar um dia a Compostela como peregrina, indo a pé. Nessa mesma altura marcamos uma data para voltar: no ano 2010, por ser um ano jacobeu e dar tempo suficiente para nos preparar-mos fisicamente. Embora o plano estivesse traçado desde 2006, só no final de Abril de 2010 venci o conforto e o comodismo e finalmente me decidi a começar os treinos. Não foi fácil! Estava com-

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pletamente fora de forma (coach potato, excesso de peso, sem resistência física e com dúvidas se efetivamente conseguiria levar o objetivo a bom porto.) Mas sempre que o desânimo batia à porta, bastava-me recordar os dois momentos atrás referidos vividos em Santiago, para voltar a ganhar energia e a Ter certeza de que era para continuar! Efetivamente, em Julho de 2010 cheguei a Compostela, tendo saído de Valença do Minho. A experiência foi de tal forma positiva, que mais tarde voltou a surgir a vontade de partir. Desta vez com desejo de um desafio 22 maior, comecei em Saint Jean Pied-dePort uma aventura que durou 27 dias. Até hoje não sei explicar bem o que me leva a percorrer o Caminho. No contacto com os outros peregrinos vejo que muitas podem ser as motivações e estas tão diferentes entre si! Desde a motivação religiosa, ao contacto com a natureza, o desafio pessoal, como forma de agradecimento, uma prece específica, perda de peso/ exercício, enfim... Qualquer que seja o motivo há algo de muito especial nesta experiência e na vivência da mesma, pois até hoje não conheci ninguém que lhe tivesse ficado indiferente!

Pessoalmente, além do motivo religioso e da vontade de voltar a abraçar S. Tiago, esta caminhada relembra-me de que é possível viver apenas com o essencial e de que somos capazes de ir muito mais longe, ultrapassando todos os limites que pensamos ter. Quando praticamente todos duvidavam que conseguisse e achavam a ideia uma loucura, remar contra a maré foi um desafio por si só. A recompensa não foi propriamente Ter chegado a Santiago, mas todas as experiências vividas ao longo do Caminho e a partilha e convívio com os outros peregrinos. Para mim, o(s) Caminho(s) de Santiago são uma analogia do Caminho da Vida, mas vividos de um modo mais intenso e compacto no tempo. São uma lição de persistência, espírito de sacrifício, foco no objetivo, confiança, partilha e determinação, com momentos difíceis e outros muito bons! Talvez por ainda não ter aprendido bem ou estar sedenta de reviver intensamente estas lições, preparo-me para o meu 3º Caminho, a Via de la Plata, no início de Setembro. Nada é impossível, basta apenas querer realmente!


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SOBRE LUISA SOUSA

Adquiri o gosto de passear e de caminhar ao preparar o meu primeiro Caminho de Santiago em 2010. Agora, preparo a minha 3ª caminhada até lá (em Março de 2013), pela Via de la Plata, partindo de Sevilha. Decidi criar um blog para partilhar as aventuras e desventuras de todo esse processo e incentivar outros a fazerem o mesmo. Deixo o link: http://umcaminhoparatodos.wordpress.com/ Projecto: http://umcaminhoparatodos.wordpress.com/about/projecto/ 25 Reportagem: http://umcaminhoparatodos.wordpress.com/2012/11/04/ um-caminho-para-todos-no-diariode-noticias-da-madeira/


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CRÓNICA III / 3º DIA

Pedaladas no Parque Natural do Guadiana

Texto: António Atabão Fotografia: António Atabão; Bruno Talento, Pedro Nuno e Rui Ribeiro

PEDALADA ENTRE MÉRTOLA/PULO DO LOBO/SERPA - 57 KM

www.colinasbiketour.com 09H30. COMEÇAMOS ESTE ÚLTIMO DIA COM A CONQUISTA DO CASTELO, PEDALAMOS SOBRE CALÇADAS COM PAVIMENTO MEDIEVAL (PORQUE É QUE OS CASTELOS NÃO SÃO NAS DESCIDAS!) É QUE NEM O PEQUENO-ALMOÇO TINHA CHEGADO AO DIAFRAGMA E JÁ ESTAVA A FAZER REFLUXO PARA A TRAQUEIA. MAS, FOI DEVERAS GRATIFICANTE VER A MURALHA ABRAÇAR O CASARIO BRANCO QUE SE ESTENDE ATÉ AO RIO.


27 Antes de sairmos de Mértola, uma necessidade imperiosa leva-me a ir à farmácia adquirir um creme gordo, para acariciar as partes mais combalidas do corpo. Passamos a ponte, deixamos para trás Mértola a olhar a água cintilante do Guadiana. A etapa é curta e intensa. O caminho, depois da saída do alcatrão, acontece, entre vales e colinas. O verão, tudo secou. A terra tem tonalidades vermelho tijolo, ocre amarelo e outras imperfectíveis, que proporcionam um bonito jogo de luz. Nos sopés das colinas brotam algumas oliveiras bravas e pinheiros mansos. O calor encosta-se ao corpo, dos Algarves podia vir uma brisa marítima, mas, os montes e as colinas

da serra de Mértola não são permeáveis. O sobe e desce prolonga-se por alguns quilómetros, as subidas e o calor são a conjugação perfeita para vacilar, e assim poder apreciar com mais serenidade a paisagem. Entramos em estrada de alcatrão, a estrada é toda nossa. São 11.30h, o sol brilha radioso e quente, na paragem ninguém espera pela camioneta, continuamos a pedalar, ao fundo emerge um pequeno casario, muito branco, com jardim, balneários públicos, ginásio e poesia de Miguel “Segredo”.


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“Sei um ninho. E o ninho tem um ovo. E o ovo, redondinho, Tem lá dentro um passarinho Novo. Mas escusam de me atentar: Nem o tiro, nem o ensino. Quero ser um bom menino E guardar Este segredo comigo. E ter depois um amigo Que faça o pino A voar...”

Não se vê ninguém. É a aldeia de Corvos. Continuamos estrada fora, espreitamos os veados que se assustam com o barulho das bicicletas. Na entrada da aldeia de Corte Sines, debaixo de um sobreiro, mais, um poema de Manuel Alegre “ Gramática do Coentro e Cal “ acompanhado de uma escultura, de fazer inveja a qualquer Gaudí. “Gramática de coentro e cal geometria do branco e do verão solidão como sinal quase cigarra quase pão em seu falar como um cantar de amigo. Aqui acaba o último e o primeiro


29 e o um procura o outro seu igual para dizer um nome entre azinheira e trigo. Este é o chão mais puro e verdadeiro. E as sombras sentam-se comigo à sombra de um sobreiro.” A afixação destes poemas é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Mértola inserida no projeto “ Semeando Poesia”. A estrada adianta sempre em linha, entramos em terra batida, entre nós e o sol não nada se interpõe, sombra só a que vem do sol. Um cavalo empina-se, relincha à égua. A monotonia é quebrada, momento de descanso e lamento, a água escasseia.


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Rumo ao Pulo do Lobo Olhamos a paisagem, um clarão amarelo, salpicado de verde. Resta-nos a vontade de chegar ao Pulo do Lobo e desfrutar de uma bebida fresca à beira rio, até lá, pedalar, pedalar… Cruzamos uma ribeira nua, num vale esquecido, avistamos um monte, é o monte das Albardinas, lá mora Senhorinha Teresa Sota, 68 anos, olhar dócil, olhos castanhos, tem a companhia do cão, macaco e da Meo, que liga Senhorinha à casa dos segredos. Senhorinha tem muita sede de falar e nós, muita água para beber. Obrigado Senhorinha por teres dado de beber à sede. Mais umas pedaladas, mais um desvio,

o Pulo do Lobo estava apenas a 2km de distância. São 13h52, chegámos ao Pulo do Lobo. Olhamos, sem compreendermos que quimera ou alucinação colocou ali aquelas pedras, que o rio esculpe, segundo a segundo, minuto a minuto. O Pulo do Lobo é uma paisagem mágica de água e pedra em turbilhão, provocada segundo os entendidos por um acidente geomorfológico, que entala as águas do rio entre margens rochosas, provocando uma queda de água sobre um sereno pego. É hora da uma exclamação: “porra não há nada para beber!” Sentamo-nos, é hora do calor; olhamos as


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águas, tiramos as suadas roupas, mergulhamos. Segundo a lenda, o nome “Pulo do Lobo” deve-se ao facto de existir, no local, um lobo que conseguiria com um salto atravessar de uma margem para a outra ao fugir de caçadores.

Até Serpa Os últimos quilómetros até Serpa foram muito demolidores, o calor era muito, água não havia, valeu-nos a viatura dos bombeiros voluntários de Serpa que estava no apoio aos carros que combatiam um incêndio no vale, foram os 5 litros de H2O mais saborosos das nossas vidas. Antes de chegar a Serpa ainda tempo para

trocar a minha velha Bianchi, pela novata Cannondale do Rui. Para confortar os estômagos terminamos dia na Sociedade Luso União Serpense, local que se recomenda, para quem gosta de comer Bem, Muito e Barato.


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Informações adicionais: Download o track de GPS: http://ridewithgps.com/trips/1108727 Pode ler a reportagem do primeiro dia na edição 20 da revista Passear / http://issuu. com/editora_lobodomar/docs/passear20vg

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Pode ler a reportagem do segundo dia na edição 21 da revista Passear / http://issuu.com/editora_lobodomar/docs/passear21_jan13vg



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