Vereda Digital Redação

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AMOSTRA

Ensino Médio

Oficina de REDAÇÃO Professor, essa amostra apresenta algumas unidades do Vereda Digital Oficina de Redação. Nela, você poderá conhecer a estrutura da coleção e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas. O livro trabalha a competência escrita através de diferentes gêneros textuais, ampliando o repertório dos alunos, além de estimular a participação na formação de conceitos. A seleção de textos e questões convida ao debate sobre temas que fazem parte da realidade dos estudantes.

Oficina de

REDAÇÃO LEILA LAUAR SARMENTO

Cada disciplina da coleção apresenta um DVD com conteúdo complementar e exclusivo, tanto para alunos quanto para professores. Com objetos multimídia, atividades extras, vídeos com a visão de especialistas, biblioteca do estudante e muito mais, o processo de aprendizagem se torna mais dinâmico e interativo.

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Nossos consultores estão à sua disposição para fornecer mais informações sobre esta obra.

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CONFIRA: • Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor

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AMOSTRA Ensino Médio

Oficina de redação Volume único

Leila Lauar Sarmento

4a edição

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Leila Lauar Sarmento Licenciada em Letras pela Universidade de Minas Gerais. Professora na rede pĂşblica e em escolas particulares de Belo Horizonte por 35 anos. Coordenadora em escolas do Ensino Fundamental e do Ensino MĂŠdio por 13 anos.

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Apresentação

A leitura é um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento do ser humano, ampliando nosso conhecimento, ao exercitar o raciocínio e favorecer a expressão das ideias em diferentes situações de comunicação.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Por meio da competência leitora nos mantemos conectados às constantes informações assimiladas no cotidiano: isso ocorre ao lermos textos verbais, não verbais ou digitais, que nos preparam para a interação com as pessoas e o mundo em que vivemos. Por isso, ler e compreender o que dizem os diversos tipos de texto constituem ações relevantes para aqueles que desejam também produzir textos de qualidade. Para isso, precisamos diferenciar inicialmente o tipo de texto que devemos produzir. Ao contarmos um fato ou uma história, por exemplo, produzimos um texto narrativo. Porém, quando a intenção é expor uma ideia, criamos um texto expositivo, como uma entrevista ou um seminário. E se o objetivo é argumentar para defender opiniões pessoais, construímos um texto argumentativo, que pode ser uma carta aberta ou um artigo de opinião. Portanto, os textos se apresentam de forma variável, de acordo com as características que definem seu tipo e gênero. Além disso, o uso de cada um dos gêneros depende também do objetivo do autor. Por exemplo, a produção de um manifesto oral ou escrito visa questionar um problema e solucioná-lo; já o anúncio publicitário tem como finalidade persuadir o interlocutor a adquirir um produto ou mesmo aderir a uma ideia. Tendo em vista o estudo e a produção da diversidade de textos que o estudante do ensino médio necessita hoje conhecer e dominar, apresentamos, nesta quarta edição da obra Oficina de redação, uma exposição detalhada dos tipos e gêneros textuais. Enfatizamos aqueles mais solicitados em exames e concursos, e também necessários ao bom desempenho social e profissional, como os textos argumentativos. Além disso, acrescentamos propostas variadas de produção escrita e oral, a partir de modelos de textos atuais e temas diversos, com orientações sobre os gêneros. Um dos conteúdos introduzidos por sua importância na produção de textos são os elementos de textualização como coesão, coerência, informatividade, intertextualidade, progressão tópica e referencial, entre outros temas e atividades que visam preparar o estudante para a interpretação e a produção de diferentes textos. Com esse objetivo, organizamos um trabalho gradual nas três partes do volume, para que o estudante conheça e exercite os recursos de produção textual desenvolvidos ao longo das atividades e assim possa aprimorar sua capacidade como leitor e produtor de textos, sentindo prazer nessas funções. Desse modo, esperamos surpreendê-lo em suas expectativas e contribuir para seu sucesso. A autora

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Estrutura do livro

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Oficina de redação é uma ferramenta para ajudar os alunos que estão no Ensino Médio a aprimorar suas habilidades em leitura e produção de textos.

A obra está organizada em 3 Partes; cada Parte apresenta 4 Unidades; cada Unidade é dividida em 2 Capítulos.

Parte

1

A produção textual Unidade I

Discurso e texto, gênero e tipologia

Capítulo 1

Discurso e texto

Capítulo 2

Gêneros e tipologias textuais Oficina de Projetos. Programe-se

Parte

Unidade II

Textualização e linguagens

Capítulo 3

Elementos da textualidade

2

Capítulo 4

Variedades linguísticas

Oficina de Projetos. Programe-se

Unidade III

Tipologia narrativa

Capítulo 5

O texto narrativo

Capítulo 6

A comunicação em textos

Gêneros narrativos

Oficina de Projetos. Programe-se

Unidade IV

O texto poético

Unidade V

Capítulo 7

Gêneros textuais em jornais e revistas

Capítulo 8

Gêneros que relatam

Os sentidos da linguagem Forma e conteúdo textuais

Oficina de Projetos. Programe-se

Capítulo 9

Capítulo 10

Gêneros que influencia

Oficina de Projetos. Programe- m se

Parte

3

Unidade

VI Da persuasão à exposição Capítulo 11

Gêneros expositivos

Capítulo 12

Exposição e persuasão em textos

Oficina de Projetos. Programese

Unidade VII O texto

O poder das palavras

argumentativo

Capítulo 13

A defesa de opiniões

Capítulo 14

Diferentes pontos de

vista Oficina de Projetos. Programese

Unidade VIII A argument ação e o humor

Capítulo 15

Crítica argumentativa

Capítulo 16

Crítica e humor Oficina de Projetos. Programese

Unidade IX

O texto dissertativo-argumentativo

Capítulo 17

? O que é dissertar e argumentar

Capítulo 18

Construção do texto argumentativo Oficina de Projetos. Programe-se

Unidade X

A prática argumentativa

Capítulo 19

Técnicas argumentativas

Capítulo 20

Formas de argumentar

e Oficina de Projetos. Programe-s

Unidade XI

A exposição de argumento

s

Capítulo 21

Gêneros que expressam opiniões

Capítulo 22

Argumentação e persuasão e Oficina de Projetos. Programe-s

Unidade XII

Argumentação – Enem e vestibulare

s

Capítulo 23

Argumentar para convencer

Capítulo 24

Textos de opinião

e Oficina de Projetos. Programe-s

res Questões do Enem e de vestibula Bibliografia

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Cada Parte é iniciada pela exploração de uma imagem, em geral uma obra de arte, e traz uma breve biografia do autor da obra. O objetivo desse trabalho é ajudar os alunos a desenvolver a habilidade de interpretar textos não verbais.

Linguagem visual

Leitura de imagem 1. Nessa imagem, o autor demonstra criativi-

2. Observe o personagem, que parece voar com o laptop às costas sobre um grande número de livros. Quem esse personagem pode representar na sociedade moderna? Justifique sua resposta.

CORTESIA DE ALBERTO RUGGIERI

dade ao retratar um assunto bem atual. a) Descreva a cena representada pela imagem. O que ela sugere?

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3. O autor certamente teve um determinado objetivo ao colocar diversos livros no chão. O que ele estaria sugerindo com a criação dessa imagem, tendo em vista o laptop logo acima?

b) Interprete a linguagem visual empregada, explicando o que representa a imagem central.

4. A criatividade do artista se revela também na maneira como o laptop está posicionado no texto visual. Por que a imagem se torna bem mais sugestiva com a colocação do laptop dessa forma?

Homem com asas de laptop sobrevoando livros, de Alberto Ruggieri. c) O que os livros espalhados pelo chão simbolizam?

O autor e a obra

5. A contribuição da tecnologia em todas as áreas

CORTESIA DE ALBERTO RUGGIERI

Alberto Ruggieri nasceu na capital italiana, em 1963. Graduado pela Academia de Belas-Artes de Roma, realizou trabalhos para diversos jornais, revistas e agências de publicidade da Itália e de outros países. Produziu capas de livros para inúmeras editoras e já participou de várias exposições com sua obra na Itália e em outros países. É também autor de histórias cômicas e ilustrador de livros infantis. Suas ilustrações combinam técnicas convencionais e digitais, interpretando, de forma criativa, situações e experiências do cotidiano.

de atividade vem enriquecendo o conhecimen -to humano e, em geral, também tem trazido melhor qualidade de vida às pessoas. Dialogue com os colegas e o professor, expondo suas ideias sobre a importância do desenvolvimento tecnológico e sobre a forma como o ser humano vem utilizando esses novos saberes.

Retrato de Alberto Ruggieri.

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No início de cada Unidade, por meio da leitura e análise de um texto, é possível fazer o resgate dos conhecimentos prévios dos alunos a respeito dos temas que serão abordados nos capítulos e provocar reflexões que os preparem para o trabalho com outros textos.

Discurso e texto, gênero e tipologia

O texto em pauta Leia esta crônica do escritor manauense Milton Hatoum.

que o livro eletrônico já é em certos países um concorrente ao livro de papel. Talvez seja mais exato dizer, ainda citando Mindlin, que “a leitura encontrou formas paralelas de existência”. Ou seja, o texto na tela é uma das alternativas ao livro. Para um leitor compulsivo que viaja muito, é preferível levar um e-book no bolso a carregar uma mala de livros. Mas para um leitor razoavelmente sedentário – e aí entram a subjetividade e as delícias do gosto – é mais prazeroso escolher um livro na estante de sua casa ou de uma biblioteca e lê-lo com interesse e paixão, anotando frases ou trechos que expressam uma ideia, reflexão, cena ou diálogo relevantes.

Apesar do avanço da tecnologia eletrônica – que um dia nos permitirá ler textos flutuando no ar –, o livro de papel ainda tem algo de artesanal na sua concepção e impressão. Talvez no futuro ele seja um objeto de culto e prazer de uma imensa minoria de seres anacrônicos. Mas quem – a não ser cartomantes e poderosas mentes apocalípticas – pode prever o futuro? Não oponho qualquer resistência ao livro digital, muito menos ao computador, que facilitou a vida de todo mundo. Afinal, qualquer texto de Kafka, na tela ou no papel, será um texto de Kafka. A questão mais funda e, no limite, sem resposta é saber se no futuro haverá leitores de Kafka.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

um artigo publicado em 2007, José Mindlin escreveu que o livro “tanto pode continuar sua trajetória de mais de 550 anos, como pode desaparecer em sua forma atual; mas apesar do risco de uma afirmação categórica, não tenho dúvidas em afirmar minha convicção de que vai permanecer”. [...] Concordo com o otimismo de Mindlin, cuja biblioteca eu tive o privilégio de conhecer: uma biblioteca tão grandiosa e rica que você se sente inibido de escrever até um bilhete. Há livros que servem apenas de entretenimento. E há livros cujo conteúdo e linguagem são bem mais complexos; por exemplo, alguns dos livros que José Mindlin relia e cultuava: Grande Sertão: Veredas, os volumes de Em busca do tempo perdido, Os ensaios, de Montaigne... Esses livros pedem e até exigem um leitor sofisticado, apaixonado e corajoso. Do livro mais fácil ao mais complexo, há algo em sua elaboração, algo essencial que diz respeito ao pensamento, a um modo particular de ver o mundo ou de imaginá-lo. Deixando a subjetividade de lado – mas não totalmente à margem –, penso

LUIZ CARLOS MURAUSKAS/FOLHAPRESS

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LIVRO: UM OBJETO ANACRÔNICO?

Outro dia soube que uma edição eletrônica de um dos meus livros já estava disponível. Minha reação foi tão fria quanto a luz branca da tela. Porque nessa edição eletrônica não consigo sentir o processo da escrita desse texto: as várias versões do manuscrito e as sugestões indicadas pelos editores. Um processo até certo ponto artesanal, que a edição de um livro exige: da fonte a ser usada no miolo à escolha da capa, os textos da orelha e da quarta capa, o tipo de papel, etc. Talvez muitos jovens de hoje não sintam falta desse processo que é ao mesmo tempo artesanal e tecnológico. Mas para um dinossauro que ainda usa sua caligrafia para esboçar a primeira versão de um texto, o lado artesanal é importante. Além disso, esta frase de um conto de Machado de Assis faz pleno sentido se lida no papel: “Sim, minha senhora... As palavras têm sexo”. Uma amiga embriagada por novidades eletrônicas me disse que ao manusear um e-book ela pode escutar o farfalhar das folhas de papel e até sentir o cheiro da tinta, como se a tela tivesse sido impressa. “Tudo é incrivelmente parecido com um livro”, ela disse.

Bom, se o e-book é uma espécie de duplo ou sósia virtual do livro de papel, então este viajante imóvel prefere o original. Por fim, rabisquei este poemeto, que agora dedico à memória de José Mindlin: Haverá um último livro Sobre a morte do livro? Leremos palavras no ar Ou na tela de um objeto invisível? O verbo folhear será esquecido? A frase: Vou abrir um livro Será um insulto? Uma profanação? Um sacrilégio supremo? Em cada página impressa O livro desafia o tempo. HATOUM, Milton. O Estado de S. Paulo, 30 abr. 2010. Caderno 2.

Análise da leitura 1. A crônica é um gênero narrativo que tem como base um fato do cotidiano ou uma notícia jornalística. Em geral, é publicada em jornais ou revistas e, depois, em livro. a) Em que fato do dia a dia o autor se baseia para a produção da crônica em estudo?

b) No primeiro parágrafo, o cronista se refere a José Mindlin (1914-2010), empresário e bibliófilo paulista que doou os livros de sua valiosa biblioteca à Universidade de São Paulo. Assim como o cronista, você concorda com a opinião de Mindlin em relação à continuidade dos livros? Esclareça sua resposta.

2. Segundo o cronista, “você se sente inibido de escrever até um bilhete”, diante do rico acervo da biblioteca de Mindlin. a) Faça uma pesquisa sobre essa biblioteca e explique por que o cronista, embora também seja um profissional da escrita, se sentiu inibido ao conhecê-la.

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin é um órgão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP), criado para abrigar e integrar a coleção doada por José Mindlin e sua esposa Guita.

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Discurso

As aberturas de Capítulo oferecem novas oportunidades de leitura e análise de textos. A seleção textual é rica e variada, contempla os mais diversos gêneros e oferece temas atuais e, muitas vezes, polêmicos.

Leia os dois textos a seguir, que abordam o mesmo tema. Texto 1

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VIVER BEM COM POUCO Foi-se a era de esbanjar e ostentar. A nova ordem global impõe consumir com parcimônia e priorizar a recompensa emocional No início do século XIX, quando a economia dos Estados Unidos ainda engatinhava em direção ao que viria a ser a maior nação capitalista do planeta, o escritor americano Henry David Thoreau (1817-1862) já questionava o consumismo desenfreado que tomara conta de seus conterrâneos. Desiludido com os rumos da “terra das oportunidades”, Thoreau trocou a vida na cidade por uma experiência de dois anos na Floresta de Walden, em Massachusetts. Em plena expansão da economia capitalista, ele buscava a simplicidade de viver em harmonia com a natureza. Nascia ali uma das primeiras vozes modernas a pregar a frugalidade. “Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, escreveu Thoreau no livro Walden, a vida nos bosques, obra em que ele relata seu período como eremita. Quase 150 anos depois, o despojamento perseguido por Thoreau parece enfim estar na moda – inclusive no Brasil. Ele é motivado, em parte, pela crise financeira mundial. A atual escas-

c) Seja poderosa e não se deixe envolver por palavras convincentes. É você quem manda, e não o vendedor, o gerente, a propaganda, etc. Aprenda a estabelecer o que de fato lhe interessa e vai lhe dar alegria. Evite as compras por impulso, defina suas necessidades e descarte os excessos.

sez de crédito pode encerrar o ciclo de esbanjamento dos últimos anos e dar início a uma nova era de austeridade. Antes do estouro da bolha forçar um basta à extravagância, porém, outros filósofos do cotidiano se propunham a recuperar e atualizar teorias parecidas com as de Thoreau – e também com as de clássicos como os gregos Aristófanes e Epicuro. São ideias que propõem uma revisão radical das escolhas e dos hábitos de consumo. No lugar da gastança, o comedimento. “A frugalidade é uma maneira de recuperarmos coisas imateriais importantes que haviam sido perdidas: tempo, saúde e felicidade”, disse à ÉPOCA o escritor e documentarista americano John de Graaf, autor do livro Affluenza: the all-consuming epidemic (algo como A epidemia do consumo total) [...]. Affluenza é um trocadilho criado a partir de influenza, nome inglês do vírus causador da gripe. Segundo Graaf, o consumo também seria uma doença, caracterizada por “sintomas de ansiedade, dívidas e desperdício”. [...]

d) Em minha cidade, ocorre todo ano um festival de cinema imperdível, com eventos simultâneos em escolas, teatros e praças. A participação do público é intensa, e todos os locais ficam lotados. O festival deste ano também foi especial, pois superou as expectativas, com a revelação de novos e promissores talentos.

e) Preserve nosso meio. Inscreva-se no Festival Brasileiro em Defesa do Meio Ambiente. Participe como cidadão responsável e comprometido com um futuro melhor para todos!

f) Os meninos tinham o rosto sereno, mas os olhos soltavam faíscas de rancor pelo modo como a atendente os tratara. Ela era uma mulher ranzinza, de poucas palavras e autoritária.

CONTEÚDO TEMÁTICO O que são tipos textuais?

Injuntivo vem de injungir, que significa “ordenar”. Esse é o tipo textual em que o locutor dá uma ordem ao interlocutor. A ordem pode ser dada com a intenção de instruí-lo a fazer algo que ele já está decidido a fazer: o manual de instruções de montagem da mesa diz “encaixe os quatro pés na parte inferior do tampo”. Nesse caso, o texto é instrucional. Contudo, a ordem pode ser dada com a intenção de persuadir o interlocutor a fazer algo que ele não necessariamente pretende fazer. É o caso dos anúncios publicitários, que tentam nos convencer a consumir (produtos ou ideias) com frases como “Beba Suco X”, “Troque o ônibus pelo carro”, etc. Nesse caso, o texto é persuasivo.

VERA, Andres; MASSON, Celso; VICÁRIA, Luciana. Época, 31 dez. 2008. (Fragmento).

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Ao interagirmos nos diferentes ambientes sociais que frequentamos, lançamos mão de diversos gêneros textuais. Para construir tais gêneros, organizamos os textos de modos distintos. Por exemplo, quando queremos contar uma história, narramos as ações em uma sequência cronológica: “O rei costumava andar pela alameda e viu um movimento estranho”. Se queremos descrever um objeto, pessoa ou lugar, apresentamos suas características, usando adjetivos e verbos que indicam estado: “A casa é branca, os quartos são amplos. Ela fica na esquina. Há árvores no quintal”. Por outro lado, se estamos em um debate na sala de aula e queremos defender nosso ponto de vista, temos de organizar o texto de outro modo. Em vez de narrar ações ou descrever seres, apresentamos argumentos. Esses diferentes modos de organizar os textos constituem os chamados tipos textuais. Diferentemente dos gêneros textuais, cuja lista é quase infinita, os tipos textuais são poucos. Existem basicamente cinco: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo e injuntivo (persuasivo ou instrucional). Raramente encontramos um texto que seja, por exemplo, totalmente narrativo ou totalmente descritivo. Em geral, os textos são formados por sequências de um determinado tipo. Contudo, se observarmos os diferentes gêneros textuais, perceberemos que muitos deles apresentam uma sequência tipológica predominante: nos contos predominam sequências narrativas; nos artigos de opinião, sequências argumentativas, e assim por diante. Veja, no quadro a seguir, os cinco tipos textuais básicos, suas principais características e exemplos de gêneros nos quais cada um deles predomina.

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Discurso e texto

UNIDADE 1

CAPÍTULO 1

1

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Oficina de redação

Discurso e texto

Capítulo

CAPÍTULO PARTE 1 1

Discurso e texto

Unidade

Glossário e hipertexto O trabalho com o vocabulário é feito por meio de um Glossário, aplicado próximo aos textos de terceiros, que esclarece o significado de termos menos conhecidos, e também por meio de hipertextos, que destacam e ampliam o significado de alguns termos.

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Discurso e texto

CAPÍTULO 1

CONTEÚDO TEMÁTICO O que é texto?

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A leitura do texto jornalístico sobre o trote solidário nos ajuda a compreender, concretamente, por que um texto não é um “aglomerado de frases”. Para que produza sentido, o texto deve ser composto por frases que expressem ideias inter-relacionadas dentro de um contexto. No cotidiano, podemos observar a utilização de diferentes tipos de textos para diversas situações. Por exemplo, os textos jornalísticos normalmente visam informar o leitor sobre certos fatos, como a notícia que acabamos de analisar. Em textos como esse, o significado de uma parte ou de um fragmento não é autônomo, pois depende da relação com as outras partes. A apreensão do sentido global do texto resulta, em certa medida, da interação entre os sentidos das frases e dos parágrafos que o compõem. Também é muito importante considerar o contexto em que o texto está inserido, pois uma mesma frase pode ter significados distintos em diferentes contextos. Considera-se contexto o ambiente social ou a esfera de atuação humana em que nos comunicamos por meio de textos verbais e não verbais especialmente produzidos para esses ambientes: o lar, a escola, o trabalho, a internet e tantos outros. Desse modo, pode-se afirmar que texto e discurso se relacionam. O discurso reflete as diferentes vozes (temas e termos) de um grupo social. O texto, por sua vez, é a manifestação individual de um determinado tipo de discurso. Concluímos, portanto, que:

Conteúdo temático A seção Conteúdo temático apresenta a teoria de forma didática e acessível. Os principais conceitos são sistematizados e destacados em boxes.

Texto é uma estrutura composta de frases e/ou imagens que se relacionam, formando um sentido completo, de acordo com o contexto em que foram produzidas. Contexto é o ambiente (social, político, histórico, cultural) ou a esfera de atuação humana em que os indivíduos interagem por meio de textos.

Oficina – Trabalhando textos 1. Leia esta tira. C B © 2013 KING FEATRES SYNDICATE/IPRESS

H

BROWNE, Chris. Hagar. Folha de S.Paulo, 8 dez. 2012.

a) Nessa tira, o quadrinista explorou a linguagem verbal e a linguagem não verbal. Para entender bem o texto, como o leitor deve proceder?

b) Se lêssemos somente o primeiro quadrinho, o conteúdo da tira seria entendido? Por quê?

Texto 3

Refeição em família

O

s meios de comunicação, devidamen te apoiados , por informaçõ es científicas dizem que alimentação é uma de questão de saúde. Programas TV ensinam a comer bem para manter o corpo magro e saudáde vel, livros oferecem cardápios populações com alto índice de longevidade, alimentos ganham s”. adjetivos como “funcionai Temos dietas para cardíacos, para hipertensos, para gestantes,

para idosos. Cada vez menos a família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? Talvez as pessoas tenham esco-

refeições em família são um excelente momento para transmitir tradições familiares aos filhos: quais alimentos aquela os família prefere e quais são seus modos usuais de prepara[...] ção, como se comporta à mesa, O horário das refeições é o quais assuntos costuma abordar de a tom o reunir durante a refeição, melhor pretexto para família porque ocorre com re- voz usado, como os membros apreengularidade e de modo informal. se tratam. Tudo isso é que E, nessa hora, os pais podem dido pelos mais novos, modelo expressar e atualizar seus afetos podem encontrar seu familiar e ter pelos filhos de modo mais natu- de identificação conhecimento ral, além de construir o ambien- contato com o gerações ante acolhedor que permite aos construído pelas mais novos perceber com cla- teriores da família. de grupo seu [...] reza que aquele é referência e de pertencimento. SAYÃO, Rosely. 2009. Folha de S.Paulo, 16 abr. Numa época em que os Equilíbrio. (Fragmento). as rituais estão em desuso,

lhido outras prioridades: numa pesquisa recente sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV enquanto se alimentam.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

UNIDADE 1

Oficina de redação

Gênero textual: crônica argumentativa Tipo textual (sequência) predominante: argumentativo Tipos textuais (sequências) secundárias: expositivo Características: Exposição do ponto de vista da autora sobre o tema abordado com base em situações do cotidiano ou do noticiário. A cronista expõe fatos, informações e argumentos para fundamentar suas opiniões.

Oficina – Trabalhando... Os conceitos são fixados por meio de atividades dinâmicas e contextualizadas apresentadas na seção Oficina – Trabalhando...

Oficina – Trabalhando gêneros e tipos textuais Hagar

Chris Browne

© 2013 KING FEATRES SYNDICATE/IPRESS

1. Leia a tira a seguir e observe o emprego da linguagem verbal e não verbal.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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BROWNE, Chris. Folha de S.Paulo, 13 fev. 2011.

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Oficina de redação

UNIDADE 1

PRODUÇÃO DE TEXTO

Produção de texto Propostas variadas de produção de texto permitem que os alunos desenvolvam seus próprios textos.

1a proposta – Produção de um diário bem-humorado

Domingo, 8 de janeiro 58 kg (bom à beça, mas e daí?), [...] 3.100 calorias (ruim). 4h. Ai Deus, por que sou tão pouco atraente? Não posso acreditar que me convenci que não faria nada o fim de semana inteiro para trabalhar quando na verdade estava em estado de alerta para o encontro-com-Daniel. Horrível, perdi dois dias olhando para o telefone como uma psicopata e comendo coisas. Por que ele não ligou? Por quê? O que há de errado comigo? Por que pediu meu telefone se não

ia ligar e, se fosse, certamente seria no fim de semana? Preciso me centrar. Vou pedir a Jude um bom livro de autoajuda, de preferência baseado em alguma religião oriental. [...] 23h. Muito tarde para Daniel ligar. Mto chateada e traumatizada.

[...]

Bridget FIELDING, Helen. O diário de Jones. Trad. de Beatriz Horta. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 1998. (Fragmento).

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Bridget Jones, personagem criada pela escritora inglesa Helen Fielding (1960-), resolve fazer um diário por um ano, conversando consigo mesma, dia após dia, de maneira bem-humorada. O livro fez tanto sucesso que originou uma adaptação para o cinema. Leia um trecho desse diário.

• Redija uma página de diário contando alguns fatos de seu cotidiano, em especial, os mais divertidos. Você pode se basear no estilo ou no conteúdo da página do diário de Bridget Jones, apresentada anteriormente. • Observe a estrutura do diário (data, vocativo) e desenvolva o texto. Escreva na 1a pessoa e empregue a linguagem informal ou coloquial. Não se esqueça da assinatura. • Conte os fatos revelando suas opiniões e emoções, as causas e as consequências do ocorrido. Depois, releia o texto e escreva-o de novo, se for preciso. • Avalie a estrutura e a linguagem, observando se as ideias foram bem expressas e se estão interessantes. • Como o conteúdo do diário em geral é pessoal, você deve decidir se vai entregá-lo a algum colega para ler. Se quiser, mostre depois seu texto para o professor e troque ideias com ele.

2a proposta – Produção de um diário de viagem A seguir, leia o trecho de um diário de conteúdo bem diverso, escrito por Amyr Klink no livro Mar sem fim: 360o ao redor da Antártica. Nele o autor conta sua fantástica aventura de circum-navegação pelo continente gelado ao longo de cinco meses.

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Gêneros e tipologias textuais

CAPÍTULO 2

Oficina de projetos 1o projeto – História e evolução do livro No início desta obra, estudamos uma imagem e um texto cujo tema é o livro. A importância histórica e a contribuição do livro para a difusão do conhecimento e da cultura é notável: sem ele, seria difícil manter viva a memória da humanidade. Com o avanço da tecnologia, o livro ganhou uma nova cara e a possibilidade de ser lido em outros suportes que não somente o impresso em papel: trata-se do livro eletrônico, que também abre novos caminhos para a ampliação da inteligência e do saber humanos. Esse fato surpreendente, surgido no final do século XX e em pleno desenvolvimento no século XXI, nos faz pensar em como teria sido o surgimento dos primeiros livros de papel e o impacto causado pela invenção da imprensa. Vamos conhecer um pouco dessa história por meio de uma pesquisa. Sob a orientação do professor, a classe deverá se dividir em cinco grupos. Por escolha ou por sorteio, cada grupo será designado a pesquisar um dos temas a seguir.

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Temas e ideias 1. O livro na Antiguidade Origens do livro e inovações técnicas que contribuíram para sua conservação, produção e acesso às informações; criação dos primeiros suportes; uso do papiro, do pergaminho e do códex (ou códice), que era uma compilação de páginas.

Oficina de projetos No final de cada unidade, a produção de um projeto contribui para a sistematização e fixação dos conteúdos explorados.

Como encontrar um objeto digital indicado na remissão:

2. O livro na Idade Média O livro considerado como um objeto de salvação; surgimento dos monges copistas e dos primeiros livros didáticos para a formação de religiosos; evolução da forma de apresentação do livro, com o advento do papel; aparecimento de novos tipos de textos; invenção da máquina impressora de tipos móveis, na China, em 1405.

Visão do especialista

3. O livro na Idade Moderna A revolução na produção do livro: invenção da imprensa com tipos móveis reutilizáveis, por Johannes Gutenberg, em 1455; o primeiro livro impresso: a Bíblia, em latim; popularização do livro; desenvolvimento da técnica tipográfica; mudança no formato das letras; surgimento dos livros portáteis e de novos gêneros literários. 4. O livro na Idade Contemporânea Formação da indústria editorial; crescimento da importância dos jornais e das enciclopédias, responsáveis diretos pelo aparecimento das informações não lineares; aprimoramento da produção e melhora no acabamento dos livros; surgimento das edições de luxo.

Nome da pasta

5. O livro eletrônico Surgimento do livro em suporte eletrônico (computador), no final do século XX; evolução do livro eletrônico: continuidade ou variante do livro tradicional?; os livros eletrônicos na atualidade: características e uso; desafios a superar na produção do livro eletrônico: diferenças na velocidade de leitura em papel e em suporte eletrônico; história do livro no Brasil: uma síntese.

A remissão para o DVD indica a pasta do objeto digital: Visão do especialista, Biblioteca do estudante, Conteúdo multimídia.

O trabalho

Depois de escolhido o tema, definam, no grupo, o conteúdo que cada colega vai pesquisar. Conversem com o professor de História e pesquisem o assunto em livros, jornais, revistas e sites.

• O ícone Visão do especialista:

Gêneros e tipologias textuais

CAPÍTULO 2

Programe-se

Um homem extraordinário e outras histórias. Anton Tchekhov. Tradução de Tatiana Belinky. Porto Alegre: L&PM, 2008.

REPRODUÇÃO

Programe-se Sugestões de filmes, livros e sites encerram as unidades.

Biblioteca do estudante

Faz remissão para questões-modelo de vestibulares.

Faz remissão para o capítulo sobre sugestões de sites.

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

O ateneu. Raul Pompeia. São Paulo: Moderna, 2000. Uma lição de amor. Direção de Jessie Nelson. EUA, 2001. Drama.

Visão do especialista

• O ícone Biblioteca do estudante:

REPRODUÇÃO

O olhar da inocência. Direção de Jean Becker. França, 2002. Comédia.

O alienista. Machado de Assis. São Paulo: Ática, 2011. Coleção Bom Livro.

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

A rede social. Direção de David Fincher. EUA, 2010. Drama.

REPRODUÇÃO

Livros

As cores da violência. Direção de Dennis Hopper. EUA, 2012. Policial e ação.

REPRODUÇÃO

Filmes

REPRODUÇÃO

A hora da estrela. Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. O homem da máscara de ferro. Direção de Randall Wallace. EUA, 1998. Clássico.

REPRODUÇÃO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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• O ícone Conteúdo multimídia:

O inspetor geral. Nikolai Gogol. Adaptação de Sylvia Orthof. São Paulo: Scipione, 1998.

Sites http://www.brasilescola.com Site que traz ótimas informações sobre gêneros textuais do cotidiano, tipologias textuais e técnicas de produção de texto.

Conteúdo multimídia

http://www.usp.br/espacoaberto/ Site da revista Espaço Aberto, publicada mensalmente pela Universidade de São Paulo (USP), que apresenta, entre outros conteúdos interessantes, informações sobre a história do livro (“Do papiro ao papel manufaturado”).

Faz remissão a trechos de filmes.

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Suplemento para o professor Traz informações claras e precisas sobre a obra e sua organização. Descreve os assuntos tratados no livro (mapa de conteúdos) e nos DVDs. Traz a versão das “Anotações em aula” (mapas conceituais) adaptadas à mídia impressa.

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Estrutura do DVD

Ao abrir o DVD, você encontrará o menu com a lista de pastas disponíveis para sua navegação. Cada pasta traz conteúdos específicos relacionados aos trabalhos desenvolvidos no livro-texto. Observe o mapa de navegação de seu DVD:

Oficina de Redação DVD-ROM do professor

Biblioteca do professor

Anotações em aula

Educação e tecnologia

Textos para capacitação teórica

Sugestões de sites para pesquisa e atualização

Orientações e sugestões de uso para o Conteúdo Multimídia

Visão do especialista

Biblioteca do estudante

Conteúdo multimídia

Comentários a respeito das propostas de redação

Ferramentas digitais: como usar

Vídeos

Conversa com o autor Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

DVD do aluno

Sugestões de sites para pesquisa e atualização

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OFICINA DE

Vereda

Digital

REDAÇÃO Leila Lauar Sarmento

DVD do professor

BIBLIOTECA DO PROFESS

OR • Textos para capacitaç ão teórica

1 BIBLIOTECA DO PROFE SSOR Textos para capaci tação teórica

OFICINA DE

Vereda Digital

REDAÇÃO Leila Lauar

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DVD do profess

BIBLIOTECA

DO PROFESSO

R • Textos para

capacitação

teórica

1

Sarmento

O texto de Lucília Garcez traz revisá-los, seguidos de sugestões alguns critérios que podemos considerar ao analisar nossos textos para de ações possíveis para Tais critérios podem ser resolver os problemas detectado paulatinamente apresenta s nessa análise. dos aos alunos, de acordo mente realizadas por eles, com as produções efetivapara que tenham uma boa base a partir da qual possam reescrever seus textos.

A escrita como proces so

OR DO PROFESS BIBLIOTECA teórica capacitação Textos para

atividades de na mediação das te es como auxílio a principalmen de Irandé Antun so, Antunes destac l, a leitura do texto como um proces produção textua Propomos aqui hando a escrita cutores para a dos alunos. Trabal eração dos interlo uma tabela que produção escrita texto finaliza com temática e da consid satisfatórios. O da alimentação textos de a importância escrita a essenciais para dois aspectos so. proces sintetiza todo o

Explorando

a escrita

fazer uma frase

árias umas cem. as são necess ndes Millôr Ferna

de dez palavr

Para va entre ão cooperati ca uma relaç interativa, impli toda atividade ou mais A escrita, como as. ente, por duas pesso ada, conjuntam os fins. Assim , numa mais ou duas quando é realiz a dos mesm também: a é interativa ndam na busc daquilo que o outro faz Uma atividade depe inter essas ações se faz depende ão leva em conta ciável pesso as cujas entre”), o que cada um , e toda decis nego e outro o do ica ica, dinâm inter-ação (“açã regulada pelas condições tiva, tão dialóg um é a é tão intera iniciativa de to sentido, a escrit ria, envolvimen parce condições. Nesse tro, encon modo, e das intenções quanto a fala. a supõe, desse informações dita cionista da escrit das ideias, das a coisa a ser Uma visão intera eça a comunhão alguém selecionou algum ivo. que para que acont objet entre sujeitos, visão se supõe vista de algum Assim, por essa pretendeu interagir, em ssão, (ex-, “para expre pretendidas. de quem tiva m, com as ou dos senatividade intera a um outro algué então, uma intenções, crenç ele. da escrita é, informações, , interagir com A atividade l das ideias, algum modo ver. m, para, de festação verba ade de escre har com algué fora”), de mani o êxito da ativid ência do “não prévia para queremos partil defici timentos que uma condição ) que supra a faz a é, portanto, com que se ou gramatical Ter o que dizer ístico (lexical ou o material ação, lingu ação, medi nto medi a Como ecime lê. são apenas Não há conh escreve e quem pensado, do que é ”. As palavras entre quem o, do que é ter o que dizer quem escuta, Daí que nossa do que é sabid quem fala e as palavras. ponte entre r a expressão o, vão faltar tório de inform a possibilita falta a informaçã iar nosso reper as palavras elas se limita as ideias, se a de ideias, ampl das coisas. Aí sentido. Se faltamr deve ser encher a cabeç a de cada de percepção maio s horizontes conta da prátic gênero por nosso providência do ar a vai fican ções, alarg de cada ia para a escrit próprias de cada tipo e mações e sensa etênc comp s acreditar que, ente regra tem sido o de r virão, e a cresc de cada evento, com as o da língua guimos deixa ício torno do ensin atical, conse dia, do exerc sifie equívoco em nclatura gram rme as diver de texto. O grande sintática, ensinando nome e escrever textos, confo oco ler nsão desse equív etentes para ensinando anális explorei a dime entemente comp oportunidade, os alunos sufici Numa outra quem diviões sociais. com tu, o , cadas situaç outro não 2002). que existe o pela escrita (ver Antunes, a supõe ainda interagimos o existe e é cionista da escrit ra o sujeito com quem vel que tal sujeit A visão intera a. Embo a escrita, pelo do texto, é inegá ento da escrit ento. Ou seja, ia de produção dimos o mom de à circunstânc , em cada mom em interação, não deixa res esteja presente levado em conta comunicação que ele seja dos interlocuto para servir à imprescindível rer a presença simultânea existe Quem tal, m. ciona . Como m e se condi fato de não requeda faculdade da linguagem pessoa. amente, se ajusta ício ção com outra rativa e mutu ser um exerc a do está em intera os quais, coope os tomar acerc alguém, ou seja, devem para que entre sujeitos, ve das decisões verdade, escre é o parâmetro escreve, na a é a medida, o. Essa outra pesso to dizer e de como fazê-l quan que dizer, do

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um caminho mais científic o é a análise das contribu sobre o ato de escrever ições que a linguísti . Sob essa perspectiva, ca nos trouxe dade que envolve várias compreende-se que a escrita é uma ativitarefas, às vezes sequenc idas e vindas: começase uma tarefa e é preciso iais, às vezes simultâneas. Há também para um aspecto que voltar a uma etapa seria posterior. Todas anterior ou avançar essas ações estão profund ao contexto em que se originou e em que amente articuladas acontece a produçã O texto somente se o do texto. constrói e tem sentido mobiliza o indivídu dentro de uma prática o a começar a escrever social. Assim, o que um texto é a motivaçã -lo: emitir e defende o, é a razão para escrevêr uma opinião, reivindic ar um direito, expressa timento, relatar uma experiência, apresen r uma emoção ou sentar uma proposta de pacto, regular normas, trabalho, estabelecer comunicar um fato, um narrar uma aventura sabe escrever bem para ser aprovado ou apenas provar que numa seleção.

Biblioteca do professor Apresenta textos de capacitação teórica, sugestões de sites e de atividades para o Conteúdo Multimídia.

DE TEXTO

TEXTO EM PROCESSAM

ENTO DE PRODUÇÃO

PROCESSAMENTO GERAÇÃO ORGANIZAÇÃO

OU JÁ PRODUZIDO

ESCRITA VERSÕES

REESCRITA RELEITURAS REVISÕES

MONITORAÇÃO AVALIAÇÃO CONSTANT E DO PROCESSO

Estabelecida a necessid O produtor já tem imediataade de escrever, o processo de escrita já está desencadeado. mente em mente algumas informações sobre • quais os objetivos do a tarefa: texto; • qual é o assunto em linhas gerais; • qual o gênero mais adequado aos objetivo s; • quem provavelmente vai ler; • que nível de linguage m deve ser utilizado ; • que grau de subjetivi dade ou de impesso alidade deve ser atingido • quais as condições ; práticas de produçã o: tempo, apresentação, formato. É sobre essa base de orientação que o produto trabalho, monitorando-o r do texto vai coorden para que não fuja da ar o seu próprio rota e desande em outras direções.

Conteúdo multimídia deste DVD:

DVD do aluno

BIBLIOTECA DO ESTUDANTE • Ferramentas digitais: como usar Google

PRÁTICA SOCIAL DE ESCRITA CONTEXTO DA PRODUÇÃO ASSUNTO MOTIVAÇÃO NECESSIDADE IDEIA DE LEITOR MEMÓRIA ASSUNTO LÍNGUA GÊNEROS

1

Como usar o Google para pesquisas O que é o Google? O Google Search, ou simplesmente Google, é um site de buscas que permite localizar, por meio de palavras-chave, outros sites ou documentos disponíveis para acesso livre na internet. É atualmente o serviço de busca mais utilizado e um dos sites mais acessados no mundo. Um dos motivos é sua eficiência em termos de localização e classificação das informações. Ele permite, além de busca de textos, a pesquisa de imagens, vídeos, entre outras funções. Neste documento, abordaremos as diferentes estratégias de busca utilizando o Google.

• Vídeo Trechos de filmes indicados no livro-texto.

Acesso básico ao Google Abra o seu navegador de preferência, clique na barra de endereços, digite google.com.br e pressione Enter (Figura 1). A página principal de pesquisa do Google abrirá (Figura 2). Os principais itens desta página são uma barra de pesquisas no centro da tela (Figura 2), onde deverão ser digitados os termos da pesquisa de interesse e um cabeçalho (Figura 2). Barra de endereços do navegador e endereço do Google

Figura 1. Localização da barra de endereços no navegador, indicando onde deve ser digitado o endereço do Google.

IMAGENS DE COMPUTADOR DO GOOGLE: REPRODUÇÃO

Cabeçalho do Google

Barra de pesquisas

Figura 2. Aspecto geral da página principal do Google e indicações da localização da barra de pesquisas e cabeçalho.

O cabeçalho é uma faixa escura localizada no canto superior esquerdo da página. Ele apresenta, entre outros, os itens Web, Imagens, Vídeos, Mapas e Notícias (Figura 3). Clique em qualquer um desses links para realizar buscas direcionadas na internet. Os três primeiros links serão detalhados posteriormente neste documento.

Figura 3. Detalhe do cabeçalho do Google, localizado no canto superior esquerdo da página.

Biblioteca do estudante Apresenta sites para pesquisa e atualização.

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Sumário Parte 1 – A produção textual Unidade I Discurso e texto, gênero e tipologia Capítulo 1 • Discurso e texto Discurso -----------------------------------------------------------------Texto -----------------------------------------------------------------------

Capítulo 2 • Gêneros e tipologias textuais Gêneros textuais ou discursivos --------------------------------Tipos textuais ----------------------------------------------------------Gênero textual: carta -----------------------------------------------Gênero textual: e-mail ---------------------------------------------Gênero textual: diário -----------------------------------------------Gênero textual: blog -------------------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade II • Textualização e linguagens Capítulo 3 • Elementos da textualidade Coesão textual --------------------------------------------------------Coerência textual ------------------------------------------------------

Capítulo 4 • Variedades linguísticas Variedade padrão e variedade não padrão ------------------Regionalismos --------------------------------------------------Estrangeirismos -----------------------------------------------Linguagem formal e linguagem informal --------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade III • Tipologia narrativa Capítulo 5 • O texto narrativo Organização narrativa: discursos direto, indireto e indireto livre ---------------------------------------------Características do discurso direto -----------------------Características do discurso indireto --------------------Características do discurso indireto livre -------------Elementos da narrativa ---------------------------------------------

Unidade IV • O texto poético Capítulo 7 • Os sentidos da linguagem Denotação e conotação --------------------------------------------Figuras de linguagem -----------------------------------------------Figuras de palavras ou tropos ----------------------------Figuras de pensamento -------------------------------------Figuras de construção ou de sintaxe -------------------Figuras sonoras ------------------------------------------------

Capítulo 8 • Forma e conteúdo textuais Poesia e poema -------------------------------------------------------Prosa e prosa poética -----------------------------------------------Prosa --------------------------------------------------------------Prosa poética ---------------------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Parte 2 – A comunicação em textos Unidade V • Gêneros textuais em jornais e revistas Capítulo 9 • Gêneros que relatam Gênero textual: notícia ---------------------------------------------Elementos da textualidade: a informatividade -------------Gênero textual: relato pessoal ------------------------------------

Capítulo 10 • Gêneros que influenciam Gênero textual: anúncio publicitário ---------------------------Gênero textual: cartaz ----------------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade VI • Da persuasão à exposição Capítulo 11 • Gêneros expositivos Gênero textual: entrevista ----------------------------------------Elementos da textualidade: a intertextualidade -----------Paródia e paráfrase ------------------------------------------Gênero textual: seminário ------------------------------------------

Capítulo 6 • Gêneros narrativos

Capítulo 12 • Exposição e persuasão em textos

Gênero textual: crônica ---------------------------------------------Gênero textual: conto -----------------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Gênero textual: texto de divulgação científica -------------Gênero textual: campanha comunitária ----------------------Oficina de pojetos ----------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

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Unidade VII • O texto argumentativo Capítulo 13 • A defesa de opiniões Gênero textual: editorial -------------------------------------------A construção textual: sentidos do discurso -----------------Gênero textual: artigo de opinião --------------------------------

Capítulo 14 • Diferentes pontos de vista Gênero textual: debate ---------------------------------------------Gênero textual: crítica do ombudsman -----------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade VIII • A argumentação e o humor Capítulo 15 • Crítica argumentativa Gênero textual: ensaio ----------------------------------------------Elementos da textualidade: coesão e argumentação A subjetividade e a objetividade na argumentação ----------------------------------------------

Capítulo 16 • Crítica e humor Gênero textual: crônica humorística ---------------------------Gênero textual: charge ---------------------------------------------Gênero textual: cartum ---------------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Parte 3 – O poder das palavras Unidade IX • O texto dissertativo-argumentativo Capítulo 17 • O que é dissertar e argumentar? Dissertação e argumentação -------------------------------------O texto dissertativo --------------------------------------------------

Capítulo 18 • Construção do texto argumentativo Estrutura do texto argumentativo -----------------------------Recursos usados na argumentação ---------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Capítulo 20 • Formas de argumentar Argumentações implícitas: pressuposto e subentendido -------------------------------------Relatividade e tipos de argumentos ---------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade XI • A exposição de argumentos Capítulo 21 • Gêneros que expressam opiniões Gênero textual: carta aberta -------------------------------------Textualização: coesão e progressão referenciais ----------Gênero textual: análise crítica ------------------------------------

Capítulo 22 • Argumentação e persuasão Gênero textual: carta do leitor -----------------------------------Textualização: ambiguidade e repetição ----------------------Gênero textual: manifesto -----------------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Unidade XII • Argumentação Capítulo 23 • Argumentar para convencer Gênero textual: abaixo-assinado -------------------------------O resumo de textos --------------------------------------------------Gênero textual: crítica de livro -----------------------------------A argumentação em exames como o ENEM e vestibulares -----------------------------------------------

Capítulo 24 • Textos de opinião Gênero textual: carta de reclamação --------------------------Gênero textual: carta argumentativa --------------------------Tipos de relatório -----------------------------------------------------Gênero textual: crítica de filme ----------------------------------Oficina de projetos ---------------------------------------------------Programe-se -----------------------------------------------------------

Questões do ENEM e de vestibulares Bibliografia

Unidade X • A prática argumentativa Capítulo 19 • Técnicas argumentativas Argumentação e contra-argumentação ----------------------A progressão textual: progressão tópica ----------------------

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Parte

1

A produção textual Unidade i

Discurso e texto, gênero e tipologia

capítulo 1

Discurso e texto

capítulo 2

Gêneros e tipologias textuais

Oficina de projetos. Programe-se

Unidade ii

textualização e linguagens

capítulo 3

Elementos da textualidade

capítulo 4

Variedades linguísticas

Oficina de projetos. Programe-se

Unidade iii

tipologia narrativa

capítulo 5

O texto narrativo

capítulo 6

Gêneros narrativos

Oficina de projetos. Programe-se

Unidade iV

O texto poético

capítulo 7

Os sentidos da linguagem

capítulo 8

Forma e conteúdo textuais

Oficina de projetos. Programe-se

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Cortesia de Alberto Ruggieri

Linguagem visual

Homem com asas de laptop sobrevoando livros, de Alberto Ruggieri.

Cortesia de Alberto Ruggieri

O autor e a obra Alberto Ruggieri nasceu na capital italiana, em 1963. Graduado pela Academia de Belas-Artes de Roma, realizou trabalhos para diversos jornais, revistas e agências de publicidade da Itália e de outros países. Produziu capas de livros para inúmeras editoras e já participou de várias exposições com sua obra na Itália e em outros países. É também autor de histórias cômicas e ilustrador de livros infantis. Suas ilustrações combinam técnicas convencionais e digitais, interpretando, de forma criativa, situações e experiências do cotidiano. Retrato de Alberto Ruggieri.

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Leitura de imagem 1. Nessa imagem, o autor demonstra criatividade ao retratar um assunto bem atual. a) Descreva a cena representada pela imagem. O que ela sugere?

2. Observe o personagem, que parece voar com o laptop às costas sobre um grande número de livros. Quem esse personagem pode representar na sociedade moderna? Justifique sua resposta.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3. O autor certamente teve um determinado objetivo ao colocar diversos livros no chão. O que ele estaria sugerindo com a criação dessa imagem, tendo em vista o laptop logo acima?

b) Interprete a linguagem visual empregada, explicando o que representa a imagem central.

4. A criatividade do artista se revela também na maneira como o laptop está posicionado no texto visual. Por que a imagem se torna bem mais sugestiva com a colocação do laptop dessa forma?

c) O que os livros espalhados pelo chão simbolizam?

5. A contribuição da tecnologia em todas as áreas de atividade vem enriquecendo o conhecimen -to humano e, em geral, também tem trazido melhor qualidade de vida às pessoas. Dialogue com os colegas e o professor, expondo suas ideias sobre a importância do desenvolvimento tecnológico e sobre a forma como o ser humano vem utilizando esses novos saberes.

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Unidade

1

Discurso e texto, gênero e tipologia

O texto em pauta Leia esta crônica do escritor manauense Milton Hatoum.

LIVRO: UM OBJETO ANACRÔNICO? que o livro eletrônico já é em certos países um concorrente ao livro de papel. Talvez seja mais exato dizer, ainda citando Mindlin, que “a leitura encontrou formas paralelas de existência”. Ou seja, o texto na tela é uma das alternativas ao livro. Para um leitor compulsivo que viaja muito, é preferível levar um e-book no bolso a carregar uma mala de livros. Mas para um leitor razoavelmente sedentário – e aí entram a subjetividade e as delícias do gosto – é mais prazeroso escolher um livro na estante de sua casa ou de uma biblioteca e lê-lo com interesse e paixão, anotando frases ou trechos que expressam uma ideia, reflexão, cena ou diálogo relevantes.

Apesar do avanço da tecnologia eletrônica – que um dia nos permitirá ler textos flutuando no ar –, o livro de papel ainda tem algo de artesanal na sua concepção e impressão. Talvez no futuro ele seja um objeto de culto e prazer de uma imensa minoria de seres anacrônicos. Mas quem – a não ser cartomantes e poderosas mentes apocalípticas – pode prever o futuro? Não oponho qualquer resistência ao livro digital, muito menos ao computador, que facilitou a vida de todo mundo. Afinal, qualquer texto de Kafka, na tela ou no papel, será um texto de Kafka. A questão mais funda e, no limite, sem resposta é saber se no futuro haverá leitores de Kafka.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

um artigo publicado em 2007, José Mindlin escreveu que o livro “tanto pode continuar sua trajetória de mais de 550 anos, como pode desaparecer em sua forma atual; mas apesar do risco de uma afirmação categórica, não tenho dúvidas em afirmar minha convicção de que vai permanecer”. [...] Concordo com o otimismo de Mindlin, cuja biblioteca eu tive o privilégio de conhecer: uma biblioteca tão grandiosa e rica que você se sente inibido de escrever até um bilhete. Há livros que servem apenas de entretenimento. E há livros cujo conteúdo e linguagem são bem mais complexos; por exemplo, alguns dos livros que José Mindlin relia e cultuava: Grande Sertão: Veredas, os volumes de Em busca do tempo perdido, Os ensaios, de Montaigne... Esses livros pedem e até exigem um leitor sofisticado, apaixonado e corajoso. Do livro mais fácil ao mais complexo, há algo em sua elaboração, algo essencial que diz respeito ao pensamento, a um modo particular de ver o mundo ou de imaginá-lo. Deixando a subjetividade de lado – mas não totalmente à margem –, penso

luiZ Carlos MurausKas/FolHapress

N

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin é um órgão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP), criado para abrigar e integrar a coleção doada por José Mindlin e sua esposa Guita.

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Outro dia soube que uma edição eletrônica de um dos meus livros já estava disponível. Minha reação foi tão fria quanto a luz branca da tela. Porque nessa edição eletrônica não consigo sentir o processo da escrita desse texto: as várias versões do manuscrito e as sugestões indicadas pelos editores. Um processo até certo ponto artesanal, que a edição de um livro exige: da fonte a ser usada no miolo à escolha da capa, os textos da orelha e da quarta capa, o tipo de papel, etc. Talvez muitos jovens de hoje não sintam falta desse processo que é ao mesmo tempo artesanal e tecnológico. Mas para um dinossauro que ainda usa sua caligrafia para esboçar a primeira versão de um texto, o lado artesanal é importante. Além disso, esta frase de um conto de Machado de Assis faz pleno sentido se lida no papel: “Sim, minha senhora... As palavras têm sexo”. Uma amiga embriagada por novidades eletrônicas me disse que ao manusear um e-book ela pode escutar o farfalhar das folhas de papel e até sentir o cheiro da tinta, como se a tela tivesse sido impressa. “Tudo é incrivelmente parecido com um livro”, ela disse.

CapítuLO parte 1 1

Discurso e texto

Bom, se o e-book é uma espécie de duplo ou sósia virtual do livro de papel, então este viajante imóvel prefere o original. Por fim, rabisquei este poemeto, que agora dedico à memória de José Mindlin: Haverá um último livro Sobre a morte do livro? Leremos palavras no ar Ou na tela de um objeto invisível? O verbo folhear será esquecido? A frase: Vou abrir um livro Será um insulto? Uma profanação? Um sacrilégio supremo? Em cada página impressa O livro desafia o tempo. HATOUM, Milton. O Estado de S. Paulo, 30 abr. 2010. Caderno 2.

Análise da leitura 1. A crônica é um gênero narrativo que tem como base um fato do cotidiano ou uma notícia jornalística. Em geral, é publicada em jornais ou revistas e, depois, em livro. a) Em que fato do dia a dia o autor se baseia para a produção da crônica em estudo?

b) No primeiro parágrafo, o cronista se refere a José Mindlin (1914-2010), empresário e bibliófilo paulista que doou os livros de sua valiosa biblioteca à Universidade de São Paulo. Assim como o cronista, você concorda com a opinião de Mindlin em relação à continuidade dos livros? Esclareça sua resposta.

2. Segundo o cronista, “você se sente inibido de escrever até um bilhete”, diante do rico acervo da biblioteca de Mindlin. a) Faça uma pesquisa sobre essa biblioteca e explique por que o cronista, embora também seja um profissional da escrita, se sentiu inibido ao conhecê-la.

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Oficina de redação

unidade 1

b) Que sentido expressa o emprego da palavra até no contexto?

3. Ao mencionar a diversidade de conteúdos dos livros, o cronista apresenta alguns títulos de obras que Mindlin apreciava. a) Que tipo de obras você imagina que um leitor com as características atribuídas a Mindlin – “sofisticado, apaixonado e corajoso” – lê?

4. Observe que o cronista desenvolve suas ideias em 1a pessoa: “Concordo com o otimismo de Mindlin”; “Não oponho qualquer resistência ao livro digital”. a) Explique que efeito produz o uso dessa pessoa no texto.

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b) Pode-se dizer que o autor valoriza mais os livros cujo conteúdo e linguagem exigem maior preparo do leitor? Por quê?

b) Pode-se dizer que o texto em estudo é uma crônica argumentativa, porque nele predomina a intenção de: ( ) instruir o leitor com suas ideias; ( ) informar sobre o futuro do livro; ( ) apresentar um ponto de vista e fazer o leitor refletir; ( ) entreter e persuadir o leitor.

5. Ainda no terceiro parágrafo, o cronista menciona qual é a situação do livro eletrônico no mundo. a) Explique o que ele sugere ao dizer: “Deixando a subjetividade de lado – mas não totalmente à margem”.

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Discurso e texto

Capítulo parte 1 1

b) Tanto Mindlin como o cronista entendem que o livro eletrônico constitui uma nova alternativa para a leitura de textos. Em sua opinião, o livro eletrônico e o livro impresso vão coexistir como objetos de leitura? Esclareça sua resposta.

6. Como o autor expõe no texto, o livro eletrônico oferece vantagens para “um leitor com-

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pulsivo que viaja muito”. Por outro lado, de que forma se pode perceber que o cronista se considera “um leitor razoavelmente sedentário”?

7. O cronista destaca uma característica interessante do livro impresso. Ele afirma que o livro de papel continua a ter um “lado artesanal”, mesmo sendo produzido na era tecnológica. Diante disso, o autor supõe que o livro vai se tornar “um objeto de culto e prazer de uma imensa minoria de seres anacrônicos”. Interprete o contraste das ideias (paradoxo) na expressão destacada.

8. De acordo com o texto, o cronista reconhece a importância do computador no mundo contemporâneo. a) Qual parece ser a grande preocupação do autor, caso o livro impresso venha a desaparecer?

b) Explique por que o processo artesanal na criação do livro impresso parece fundamental para o escritor.

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9. O autor se declara “um dinossauro”, por escrever à mão a primeira versão de seus textos. Apesar de toda a tecnologia, esse recurso também é utilizado por outros escritores. a) Em sua opinião, por que certos escritores ainda mantêm esse elo tão forte com o texto manuscrito?

b) De que forma você elabora os seus textos: prefere escrever à mão ou digitar? Explique por quê.

10. Nos últimos parágrafos, o cronista reitera seu apreço pelo livro de papel e tenta ima-

11. Observe que o texto apresenta em sua estrutura certas palavras e expressões que fun-

cionam como elementos de coesão ou de ligação entre palavras, orações e parágrafos, estabelecendo uma sequência coerente das ideias. Explique o sentido expresso pelos elementos de coesão destacados nas frases a seguir. Situe-as no contexto. a) “Apesar do avanço da tecnologia eletrônica – que um dia nos permitirá ler textos flutuando no ar –, o livro de papel ainda tem algo de artesanal na sua concepção e impressão.”

b) “Por fim, rabisquei este poemeto, que agora dedico à memória de José Mindlin”.

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ginar o futuro do livro, passando da prosa para a poesia. Por que, antes de apresentar seu poema, ele se declara um “viajante imóvel”?

c) “Além disso, esta frase de um conto de Machado de Assis faz pleno sentido”.

12. Há palavras que retomam o que já foi dito, evitando a repetição de ideias e, às vezes, sintetizando-as. Explique a que palavras, orações ou parágrafos as palavras destacadas a seguir se referem no texto, estabelecendo coesão. a) “Esses livros pedem e até exigem um leitor sofisticado, apaixonado e corajoso.”

b) “Talvez no futuro ele seja um objeto de culto e prazer...”.

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Capítulo

1

CapítuLO 1

Discurso e texto

Discurso e texto

Discurso Leia os dois textos a seguir, que abordam o mesmo tema. texto 1

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VIVER BEM COM POUCO Foi-se a era de esbanjar e ostentar. A nova ordem global impõe consumir com parcimônia e priorizar a recompensa emocional No início do século XIX, quando a economia dos Estados Unidos ainda engatinhava em direção ao que viria a ser a maior nação capitalista do planeta, o escritor americano Henry David Thoreau (1817-1862) já questionava o consumismo desenfreado que tomara conta de seus conterrâneos. Desiludido com os rumos da “terra das oportunidades”, Thoreau trocou a vida na cidade por uma experiência de dois anos na Floresta de Walden, em Massachusetts. Em plena expansão da economia capitalista, ele buscava a simplicidade de viver em harmonia com a natureza. Nascia ali uma das primeiras vozes modernas a pregar a frugalidade. “Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, escreveu Thoreau no livro Walden, a vida nos bosques, obra em que ele relata seu período como eremita. Quase 150 anos depois, o despojamento perseguido por Thoreau parece enfim estar na moda – inclusive no Brasil. Ele é motivado, em parte, pela crise financeira mundial. A atual escas-

sez de crédito pode encerrar o ciclo de esbanjamento dos últimos anos e dar início a uma nova era de austeridade. Antes do estouro da bolha forçar um basta à extravagância, porém, outros filósofos do cotidiano se propunham a recuperar e atualizar teorias parecidas com as de Thoreau – e também com as de clássicos como os gregos Aristófanes e Epicuro. São ideias que propõem uma revisão radical das escolhas e dos hábitos de consumo. No lugar da gastança, o comedimento. “A frugalidade é uma maneira de recuperarmos coisas imateriais importantes que haviam sido perdidas: tempo, saúde e felicidade”, disse à ÉPOCA o escritor e documentarista americano John de Graaf, autor do livro Affluenza: the all-consuming epidemic (algo como A epidemia do consumo total) [...]. Affluenza é um trocadilho criado a partir de influenza, nome inglês do vírus causador da gripe. Segundo Graaf, o consumo também seria uma doença, caracterizada por “sintomas de ansiedade, dívidas e desperdício”. [...]

VERA, Andres; MASSON, Celso; VICÁRIA, Luciana. Época, 31 dez. 2008. (Fragmento).

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texto 2

Um objetivo a cada vez Simplificar a vida e definir o que é importante para você. Eis a última etapa da nossa busca pela felicidade. Avalie: você precisa mesmo daquele celular de última geração? Se achar que sim, vá em frente. Mas pense se não vale mais a pena investir o dinheiro em uma viagem, por exemplo. Segundo Tal Ben-Shahar, Ph.D. em psicologia e filosofia e professor de psicologia positiva na Universidade de Harvard (EUA), pesquisas mostram que uma vez que nossas necessidades básicas estejam supridas – alimento, abrigo e

Simplicidade, foco e maturidade são fundamentais para quem quer encontrar sua fórmula de bem-estar educação, por exemplo –, renda extra ou prestígio fazem pouca diferença. Uma prova viva disso é Mitch Dorge, outro entrevistado pela psicóloga Sonja Lyubomirsky e ex-percussionista da banda canadense Crash Test Dummies, que atingiu relativo sucesso mundial no começo dos anos 1990 com o hit “Mmm Mmm Mmm Mmm”. Na época, o músico concorreu ao prêmio Grammy, participou de programas como o Saturday Night Live e viajou pelo mundo. Mas as coisas começaram a dar errado. Ele saiu da banda,

perdeu sua mansão e rompeu com a mulher. Hoje, vive próximo a Winnipeg (Canadá), em uma região pouco habitada e gelada, em companhia dos dois filhos pequenos. Em paz e envolvido com sua música. “Já tive dinheiro e fama. Agora não os tenho, mas meu nível de felicidade é o mesmo. Não há nenhuma diferença”, diz [...]. Esse estilo de vida não funcionaria para todo mundo, obviamente. Mas o importante aqui é que o músico encontrou seu foco. [...] Galileu, nov. 2008, p. 50. (Fragmento).

1. Os textos lidos desenvolvem um mesmo tema e apresentam ideias bem similares. Quais são o tema e as ideias básicas presentes neles?

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Oficina de redação

2. Observe que os autores expõem vários argumentos que reforçam suas opiniões sobre o assunto. O objetivo é persuadir o interlocutor a buscar a felicidade mudando o comportamento. a) Que mudanças de comportamento ocorreram no modo de viver das pessoas apresentadas nos dois textos?

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Discurso e texto

Capítulo 1

b) Nos dois casos, o motivo que levou essas pessoas a buscar uma nova opção de vida ocorreu por razões diferentes, mas o resultado foi parecido. Explique por quê.

3. Os dois textos são contemporâneos e revelam a mesma visão de felicidade, pois ex-

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pressam valores sociais considerados ideais por muitos em nossa época. Podemos identificar esses valores no discurso ou na voz das pessoas apresentadas nos textos. O que explica a imagem que se tem hoje da felicidade?

conteúdo temático O que é discurso? A leitura dos dois textos comprova que as pessoas de um determinado grupo compartilham a mesma visão de mundo. Vimos que os indivíduos apresentados nos textos 1 e 2, por caminhos diferentes, perseguem o mesmo objetivo, em busca de valores e crenças considerados ideais. Esses valores e crenças diferem em cada época, pois todos nós sofremos influências do momento social e histórico em que vivemos. E, a partir da linguagem, transmitimos nossas ideias e sentimentos. Com base na linguagem empregada em um texto oral ou escrito, podemos constatar a existência de informações e ideias específicas, que definem as características discursivas de um determinado grupo social. Nos textos 1 e 2, por exemplo, pudemos identificar o mesmo discurso com relação ao tema “felicidade”. Esse discurso é muito comum em estratos da classe média alta de várias partes do mundo. É com base, portanto, no conhecimento dos valores, das ideias e das crenças particulares de um grupo social que podemos definir suas características no uso do discurso. Nesse caso, se identificamos em vários textos um conjunto de temas e de termos similares, que caracterizam uma visão de mundo de forma específica, podemos dizer que há nos textos uma mesma formação discursiva, como ocorre nos dois textos lidos. Por expressar os conceitos, os valores e as crenças de um grupo, o discurso é social. Por essa razão, definimos determinados discursos como: discurso da classe operária, discurso da classe estudantil, discurso da classe política, etc. Podemos dizer que: Discurso é o espaço de materialização das ideias de um determinado grupo social, é a voz desse grupo. Em outras palavras, é o conjunto de enunciados significativos que expressam a maneira de pensar e de agir de um grupo.

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Oficina de redação

UNIDADE 1

Oficina – Trabalhando o discurso Os textos a seguir apresentam características do adolescente. O primeiro é um poema, no qual o eu lírico descreve como é o adolescente e seu modo de viver. O segundo está em prosa e constitui um trecho de uma reportagem que expõe o comportamento e o jeito de ser dos jovens na sociedade contemporânea. Texto 1

Estação primavera Esta não é plataforma de embarque porque a viagem começa bem antes, mas é a primeira estação de passagem para a descoberta final de si mesmo.

O tempo é de sobra a existência contínua. Espelhos não mostram o percurso dos anos. O prazer da aventura e a paixão pela vida sustentam ilusões e compensam enganos. Para o corpo entregue à emoção timoneira O horizonte mais amplo é frágil fronteira. Tudo é passível de um gesto mais longe. Tudo é possível de um novo começo. O vento de popa estilhaça correntes: antigas amarras de afagos paternos, trilhas seguras em mapas eternos, palavras visíveis ao som de um olhar. Nada resiste à invenção do momento. Ser é um saber que respira no peito. Dor é o sabor de um encanto desfeito. Amar é saber o sabor de um cheiro.

ILUSTRAR

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Não há bilhete que indique o destino, nem placa, nem guia, nem mão, nem ensino. A estrada exige somente coragem, difícil traçado do próprio caminho.

A alegria se colhe na mão companheira, a solidão se semeia à beira do amor. TELLES, Carlos Queiroz. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1990. p. 61.

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Discurso e texto

sW produCtions/getty iMages

Quando o assunto é criação de filhos, cada fase tem sua beleza e seus dissabores. [...] Ousados, audaciosos, intempestivos... A ideia de que os mais novos ainda não têm noção do perigo tira o sono dos pais. Mas, se depender das pesquisadoras Jayne [Blanchard] e Clea [McNeely], eles podem voltar a dormir sossegados. Hoje, um maior conhecimento dos processos cerebrais revela que os jovens sentem medo sim, por exemplo, de contrair doenças sexuais ou usar drogas ilícitas. Por outro lado, a consciência do risco não os imobiliza. O estudo “Perspectiva Social e Neurocientífica do Comportamento de Risco do Adolescente”, do psicólogo americano Laurence Steinberg, de 2008, mostra que, ao ignorar o dano e enfrentar a situação, o adolescente se sente mais recompensado do que um adulto se sentiria. “Ressonâncias magnéticas revelam que a região do cérebro que recebe estímulos compensatórios do risco alcança níveis elevadíssimos nessa fase”, diz Clea. Enquanto isso, explicam as pesquisadoras, a área cerebral que controla impulsos só amadurece na idade adulta. Além disso, o jovem se coloca em situações arriscadas em nome da aceitação social. E é essa a principal preocupação dos pais, segundo a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto. “Sabem dos males, mas fumam, bebem e usam drogas para impressionar os colegas e não serem excluídos do grupo”, diz ela. “Nesse sentido, cabe uma orientação para que eles, ainda sem estofo para enfrentar pressões sociais, fortaleçam a sua personalidade.” [...] Um bálsamo para pais [...] diz respeito à imagem que eles acham que seus filhos fazem deles nesta fase. Muitos reclamam que seus rebentos gostam de desafiá-los o tempo todo e só ouvem os amigos. Outra afirmação que os estudos recentes derrubaram solenemente. É da natureza do jovem discordar do adulto. Eles encaram os conflitos como uma maneira de expressar seus sentimentos, enquanto os mais velhos levam para o lado pessoal. Além disso, adolescentes afirmam – e pesquisas confirmam – que os pais ou outros adultos, como parentes ou professores, são a sua maior influência. “Nessa época, os jovens se afastam dos pais e formam seu círculo social. É nessa fase que passam a valorizar as amizades”, diz Clea. “Mas isso não significa que eles não procurem ou não ouçam os adultos em questões mais densas.” [...]

blend iMages/grupo Keystone

Uma série de estudos revela que os jovens não são tão inconsequentes, egoístas e preguiçosos quanto parecem

petrenKo andriy/sHutterstoCK

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Caem os mitos sobre a adolescência

CapítuLO 1

texto 2

JORDÃO, Cláudia. IstoÉ, n. 2111, 28 abr. 2010, p. 66-68. (Fragmento).

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unidade 1

Oficina de redação

1. Observe que o poema de Carlos Queiroz Telles foi publicado em 1990, e a reportagem, em 2010; portanto, vinte anos depois do poema. Você e os colegas de seu grupo vão identificar as ideias, os valores e os princípios que definem os adolescentes e o discurso desenvolvido por eles nesses dois períodos. a) De início, identifique as ideias comuns e analise a linguagem nos dois textos.

c) Verifique também se, apesar de expressos de forma diferente, os textos apresentam o mesmo discurso (temas e termos similares).

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b) Em seguida, verifique as ideias divergentes, tendo em vista o distanciamento entre as épocas e os diferentes momentos históricos e sociais em que cada texto foi produzido.

2. Reúna-se em grupo e, sob a orientação do professor, exponha suas opiniões sobre as ideias abordadas nos textos. Você e seus colegas devem comparar as semelhanças e diferenças entre as gerações de adolescentes representadas em cada um deles.

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Discurso e texto

Capítulo 1

Texto Leia o texto a seguir.

cia a substituir violên Solidariedade te, nt rar arrecadar alimentos e se cadast Pintar muro de creche são exemplos de atividades como doador de medula óssea

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C

a riado como uma alternativ tas len vio ras dei nca para as bri idáe constrangedoras, o trote sol de ma for ca úni rio passou a ser a itas mu em os recepção de calour universidades do país. o Tal ine Co sta , 22, não teve rou ent ndo qua ta rosto sujo de tin do para a Faculdade de Medicina im, ass o sm Me ABC, em São Paulo. ão. não faltou tinta em sua recepç o No trote solidário organizad a pinpor seus veteranos, ela ajudou

stou tar o muro de uma creche. Go a um é e hoj tanto da iniciativa que dos a olh esc das responsáveis pela lugares beneficiados. da “A gente visita os locais ain Fam. cisa pre nas férias, vê do que terial zemos recreação, doamos ma ta. con ”, escolar, o que for preciso te Em algumas faculdades, o tro a pri pró a pel o zad solidário é organi (Fa ecs Fat das o instituição. É o cas e ond , SP) de a ogi culdade de Tecnol olve a integração dos calouros env

brinarrecadação de alimentos e es dad quedos, destinados a comuni carentes. iNa Fiap, também em SP, a sol de: saú a ver dariedade busca promo dos a os novos alunos são incentiva mede se cadastrar como doadores em a dula óssea. A campanha é feit ão iaç parceria com a Ameo (Assoc São da Medula Óssea do Estado de Paulo). ha de TAFFAREL, Andressa. Fol S.Paulo, 16 fev. 2011.

1. Quais são as ideias básicas desenvolvidas pelo autor?

2. O texto em estudo foi publicado em um jornal de grande circulação. a) Qual foi a intenção ou o objetivo com que ele foi produzido?

b) Por que esse assunto se tornou polêmico e preocupante nos últimos anos?

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Oficina de redação

3. A notícia a respeito do trote solidário poderia ter sido apresentada sem que a experiência de qualquer aluno fosse mencionada. Qual teria sido então o objetivo de apresentar a experiência de Taline Costa?

4. No último parágrafo, é apresentada uma outra proposta de trote solidário. Qual a importância de o texto mencionar a Ameo (Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo)?

5. Note que a composição de um texto resulta da ação de tecer as ideias, entrelaçando palavras, frases e parágrafos com coesão e coerência, até formar um todo de sentido completo.

Volte ao texto e observe como o autor construiu o texto, resumindo as ideias de cada

6. A partir do resumo das ideias de cada parágrafo, pode-se concluir que, para ser coeso e coerente, um texto deve apresentar: certas repetições ou retomadas de elementos; progressão, isto é, o acréscimo de outras ideias coerentes ou informações novas sobre o tema; relação entre as ideias, que devem estar numa sequência organizada e lógica.

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parágrafo.

Em sua opinião, o texto em estudo apresenta essas características? Justifique sua resposta com base no texto.

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Discurso e texto

Capítulo 1

conteúdo temático A leitura do texto jornalístico sobre o trote solidário nos ajuda a compreender, concretamente, por que um texto não é um “aglomerado de frases”. Para que produza sentido, o texto deve ser composto por frases que expressem ideias inter-relacionadas dentro de um contexto. No cotidiano, podemos observar a utilização de diferentes tipos de textos para diversas situações. Por exemplo, os textos jornalísticos normalmente visam informar o leitor sobre certos fatos, como a notícia que acabamos de analisar. Em textos como esse, o significado de uma parte ou de um fragmento não é autônomo, pois depende da relação com as outras partes. A apreensão do sentido global do texto resulta, em certa medida, da interação entre os sentidos das frases e dos parágrafos que o compõem. Também é muito importante considerar o contexto em que o texto está inserido, pois uma mesma frase pode ter significados distintos em diferentes contextos. Considera-se contexto o ambiente social ou a esfera de atuação humana em que nos comunicamos por meio de textos verbais e não verbais especialmente produzidos para esses ambientes: o lar, a escola, o trabalho, a internet e tantos outros. Desse modo, pode-se afirmar que texto e discurso se relacionam. O discurso reflete as diferentes vozes (temas e termos) de um grupo social. O texto, por sua vez, é a manifestação individual de um determinado tipo de discurso. Concluímos, portanto, que: Texto é uma estrutura composta de frases e/ou imagens que se relacionam, formando um sentido completo, de acordo com o contexto em que foram produzidas. Contexto é o ambiente (social, político, histórico, cultural) ou a esfera de atuação humana em que os indivíduos interagem por meio de textos.

Oficina – Trabalhando textos 1. Leia esta tira. Hagar

Chris Browne © 2013 King Featres Syndicate/Ipress

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O que é texto?

BROWNE, Chris. Hagar. Folha de S.Paulo, 8 dez. 2012.

a) Nessa tira, o quadrinista explorou a linguagem verbal e a linguagem não verbal. Para entender bem o texto, como o leitor deve proceder?

b) Se lêssemos somente o primeiro quadrinho, o conteúdo da tira seria entendido? Por quê?

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Oficina de redação

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c) O que o quadrinista nos transmite com a leitura da tira?

d) Nessa tira, a união dos dois quadrinhos compõe um texto. Explique por quê.

e) Qual foi a intenção ou o objetivo do quadrinista na criação desse texto visual?

2. A produção de drones, espécie de “robôs alados”, representa uma entre muitas novidades tecnológicas. Leia o texto e descubra mais sobre ela.

Drones são objetos voadores autônomos, capazes de se deslocar de um ponto a outro e de realizar tarefas no ar sem que ninguém precise pilotá-los, ainda que de longe. São, portanto, robôs alados. Nos últimos dez anos, esses pequenos aparelhos com formatos estranhos povoaram o céu de países conflagrados, fotografando e coletando informações ou fazendo ataques aéreos em lugares perigosos demais para aviões ou helicópteros comuns. Mais de 2.000 terroristas já morreram em bombardeios feitos por drones americanos em países como Paquistão, Iêmen e Somália. Como ocorre frequentemente com tecnologias criadas para uso militar, os drones deixaram de ser apenas ferramentas letais ou de espionagem. Já há alguns sendo usados na detecção de pragas nas lavouras, na perseguição de fugitivos da polícia, no controle de fronteiras e no monitoramento de usinas nucleares ou de turbinas eólicas. A indústria cinematográfica utiliza os drones para fazer filmagens aéreas, com a vantagem de eles serem mais baratos que aeronaves tripuladas e conseguirem entrar em espaços menores. É possível, por exemplo, fazer uma cena contínua que começa no quintal de uma casa e termina no terraço do 20o andar de um prédio sem precisar recorrer a efeitos especiais.

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Desenvolvidos para uso militar, os aviões não tripulados já são utilizados para mapear fazendas e identificar falhas em usinas nucleares. Por 600 reais, dá para ter um em casa A polícia já usou um drone produzido no Brasil, o Escorpion, para fazer a vigilância de favelas. Fabricado pela SkyDrones, de Porto Alegre, o aparelho cabe na mochila de um policial, tem autonomia de voo de trinta minutos e custa 35.000 reais. Em comparação, um helicóptero que poderia ser usado para realizar a mesma missão de vigilância aérea custa no mínimo 3 milhões de reais. A empresa AGX, de São Carlos, no Estado de São Paulo, vende duas unidades por mês do Arara, um drone com preço inicial de 180.000 reais que monitora e mapeia fazendas e reservas naturais. [...] WATKINS, Nathália. Veja, 14 nov. 2012, p. 124. (Fragmento). robyn beCK/aFp

Os drones da paz

Um rapaz usa um smartphone para controlar um drone em uma feira de aparelhos eletrônicos.

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Discurso e texto

Capítulo 1

a) Qual é o tema do texto?

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b) Quais são as ideias básicas do texto, que se inter-relacionam e produzem unidade de sentido?

c) Que outras vantagens na utilização de drones são mencionadas no texto?

d) De acordo com o modo como a autora desenvolve o tema, pode-se dizer que seu discurso é inteiramente pessoal? Por quê?

e) O texto em estudo apresenta progressão no desenvolvimento de suas ideias? Esclareça sua resposta.

f) O texto teve como esfera de circulação uma revista bem conhecida pelos leitores, motivo pelo qual a autora empregou uma linguagem formal em sua elaboração. Explique por que a autora (ou a revista) teria escolhido abordar esse tema.

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Oficina de redação

unidade 1

Capítulo

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Gêneros e tipologias textuais

Gêneros textuais

A produção de um texto está sempre relacionada ao objetivo da comunicação. Você certamente conhece enunciados relativamente estáveis, que circulam pela sociedade, e aos quais, como produtor de textos, recorre para se expressar. Esses enunciados podem ser caracterizados pelo emprego de certas expressões, tempos verbais, finalidade com que são produzidos, etc. Verifique, por exemplo, se você conhece os enunciados a seguir, se já leu algo parecido a) Durante uma viagem prolongada de avião, fique em pé de vez em quando. Mexa as pernas várias vezes, mesmo sentado, para evitar inchações. Quando possível, faça movimentos circulares com os pés e melhore sua mobilidade física, que fica prejudicada em voos longos.

b) As chuvas torrenciais chegam com o verão, e de novo assistimos a cenas trágicas, com transbordamento de rios, quedas de encostas e barreiras, alagamento de cidades inteiras. Nas regiões serranas do Rio de Janeiro, todo ano se repete o mesmo drama e aumenta o número de desabrigados.

c) Semana do Peixe. Torne sua alimentação mais saudável. Peixe é gostoso e faz bem a sua saúde. Tem baixo teor de gordura e proteína de alta qualidade. Inclua peixe em seu cardápio semanal.

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antes e em que contexto essa leitura teria ocorrido.

d) O pescador Laurindo Xavier da Silva, de 56 anos, e os filhos André Moura da Silva, de 24, e Lucas Moura da Silva, de 14, foram resgatados ontem pela manhã, por guardas da Marinha, depois de terem passado 10 horas boiando e nadado cerca de 10 quilômetros.

e) Adicione 1/3 de xícara de leite e mexa até obter uma mistura homogênea. Transfira o leite restante para uma tigela. Bata três ovos com a clara, no liquidificador.

conteúdo temático O que são gêneros textuais? Cada ambiente social ou esfera da atividade humana produz textos (orais ou escritos) com características específicas, dificilmente verificadas em outras esferas. É comum, por exemplo, encontrar um cardápio dentro de um restaurante. Mas seria bem surpreendente deparar com ele na sala de espera de um consultório médico.

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Quando desejamos orientar alguém por escrito sobre como preparar um determinado prato, por exemplo, já conhecemos mais ou menos as características do texto que precisamos produzir. Sabemos que será necessário primeiro listar os ingredientes e depois indicar o modo de preparo. Pode-se dizer, portanto, que as receitas têm uma estrutura relativamente fixa. Assim como a temática da receita (preparo de alimentos) e o estilo (frases curtas e objetivas, com predomínio do imperativo: misture, amasse, ferva, etc.) também são quase sempre os mesmos. Textos que apresentam estrutura, temática e estilo relativamente estáveis são chamados de gêneros textuais. O telefonema que damos no dia a dia constitui um gênero textual oral, assim como a aula, a conversa, a reunião de trabalho. Já a notícia, a tira, o conto são gêneros textuais escritos. Além de estrutura, temática e estilo semelhantes, os textos de determinado gênero são produzidos com uma mesma finalidade (ou objetivo). Quem faz uma receita tem sempre a intenção de ensinar o preparo de um alimento; quem dá uma aula tem o propósito de transmitir certos conteúdos a alunos. Como os gêneros são relativamente estáveis, podem permanecer, modificar-se, desaparecer ou dar origem a novos gêneros, dependendo do momento histórico. Há gêneros bem atuais, cuja esfera de circulação é a internet, como o bate-papo virtual (chat), as conversas diretas (particulares ou em grupo), os blogs e os e-mails, que tiveram origem em gêneros correspondentes utilizados na esfera não virtual de circulação, como a conversa, o telefonema, o diário pessoal, a agenda e a carta.

Capítulo 2

Gêneros e tipologias textuais

Na verdade, muitos dos gêneros classificados como escritos também podem ser orais: os contos de fadas circularam oralmente durante muito tempo antes de ganharem uma versão escrita. Uma reportagem e uma receita podem ser apresentadas oralmente em um programa de TV, e assim por diante. Do mesmo modo, os gêneros classificados como orais podem ser convertidos à forma escrita, com maior ou menor grau de adaptação. Portanto, a divisão proposta neste capítulo é apenas uma exemplificação e não uma tentativa de estabelecer limites rígidos entre gêneros orais e escritos.

Gêneros textuais ou discursivos são categorias de textos que circulam em determinada esfera da atividade humana (escola, trabalho, internet, jornalismo, literatura, etc.), apresentam estrutura, temática e estilo relativamente fixos e têm a mesma finalidade comunicativa.

Tipos textuais Para iniciar o estudo dos tipos textuais, identifique qual poderia ser o objetivo ou a intenção comunicativa dos seguintes parágrafos. a) Na última década, a temperatura do Ártico foi a que mais subiu no planeta: 3 ºC acima da média. Este ano, apenas o norte da Austrália teve temperaturas menores do que a média, considerando-se as 23 sub-regiões em que o planeta foi dividido para análise.

b) A energia eólica é a mais sustentável. Apesar disso, nem sempre pode resolver o problema. Segundo os analistas, os combustíveis fósseis são os maiores vilões: respondem por 85% de todas as emissões humanas de CO2.

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Oficina de redação

unidade 1

c) Seja poderosa e não se deixe envolver por palavras convincentes. É você quem manda, e não o vendedor, o gerente, a propaganda, etc. Aprenda a estabelecer o que de fato lhe interessa e vai lhe dar alegria. Evite as compras por impulso, defina suas necessidades e descarte os excessos.

d) Em minha cidade, ocorre todo ano um festival de cinema imperdível, com eventos simultâneos em escolas, teatros e praças. A participação do público é intensa, e todos os locais ficam lotados. O festival deste ano também foi especial, pois superou as expectativas, com a revelação de novos e promissores talentos.

f) Os meninos tinham o rosto sereno, mas os olhos soltavam faíscas de rancor pelo modo como a atendente os tratara. Ela era uma mulher ranzinza, de poucas palavras e autoritária.

conteúdo temático O que são tipos textuais?

Injuntivo vem de injungir, que significa “ordenar”. Esse é o tipo textual em que o locutor dá uma ordem ao interlocutor. A ordem pode ser dada com a intenção de instruí-lo a fazer algo que ele já está decidido a fazer: o manual de instruções de montagem da mesa diz “encaixe os quatro pés na parte inferior do tampo”. Nesse caso, o texto é instrucional. Contudo, a ordem pode ser dada com a intenção de persuadir o interlocutor a fazer algo que ele não necessariamente pretende fazer. É o caso dos anúncios publicitários, que tentam nos convencer a consumir (produtos ou ideias) com frases como “Beba Suco X”, “Troque o ônibus pelo carro”, etc. Nesse caso, o texto é persuasivo.

Ao interagirmos nos diferentes ambientes sociais que frequentamos, lançamos mão de diversos gêneros textuais. Para construir tais gêneros, organizamos os textos de modos distintos. Por exemplo, quando queremos contar uma história, narramos as ações em uma sequência cronológica: “O rei costumava andar pela alameda e viu um movimento estranho”. Se queremos descrever um objeto, pessoa ou lugar, apresentamos suas características, usando adjetivos e verbos que indicam estado: “A casa é branca, os quartos são amplos. Ela fica na esquina. Há árvores no quintal”. Por outro lado, se estamos em um debate na sala de aula e queremos defender nosso ponto de vista, temos de organizar o texto de outro modo. Em vez de narrar ações ou descrever seres, apresentamos argumentos. Esses diferentes modos de organizar os textos constituem os chamados tipos textuais. Diferentemente dos gêneros textuais, cuja lista é quase infinita, os tipos textuais são poucos. Existem basicamente cinco: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo e injuntivo (persuasivo ou instrucional). Raramente encontramos um texto que seja, por exemplo, totalmente narrativo ou totalmente descritivo. Em geral, os textos são formados por sequências de um determinado tipo. Contudo, se observarmos os diferentes gêneros textuais, perceberemos que muitos deles apresentam uma sequência tipológica predominante: nos contos predominam sequências narrativas; nos artigos de opinião, sequências argumentativas, e assim por diante. Veja, no quadro a seguir, os cinco tipos textuais básicos, suas principais características e exemplos de gêneros nos quais cada um deles predomina.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e) Preserve nosso meio. Inscreva-se no Festival Brasileiro em Defesa do Meio Ambiente. Participe como cidadão responsável e comprometido com um futuro melhor para todos!

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Objetivos

Características

Exemplos de gêneros nos quais predomina

Narrar ou relatar fatos, reais ou fictícios.

• Verbos de ação: “Eu vinha andando e vi a mulher”. • Verbos no passado: pareceu, refugiou-se, buscavam, vendiam, enriqueciam. • Marcadores temporais: logo, depois, antes, em seguida, certo dia, ontem. • Presença de um conflito, isto é, um acontecimento que complica a situação inicial da história ou do relato.

Conto maravilhoso, fábula, lenda, crônica, anedota, diário, notícia, relato pessoal, relato histórico, biografia, autobiografia, conto, novela, romance, narrativa de aventura, narrativa de ficção científica, narrativa de enigma, narrativa mítica, narrativa fantástica.

Descrever seres, paisagens e conceitos.

• Verbos de estado: ser, estar, parecer. • Presente do indicativo: “está lá no alto”, “não há árvores”. • Formas nominais do verbo: “posto à janela” (particípio), “espiando o mundo” (gerúndio). • Adjetivações (“cabeça branca, braços pálidos”) e comparações (“Uma mulher como as de antigamente”.)

Anúncio classificado, cardápio, laudo técnico, memorial descritivo. (Sequências descritivas são muito comuns em todos os gêneros narrativos).

Expor informações, transmitir conhecimentos.

• Linguagem objetiva. • Verbos no presente. • Predomínio da 3ª pessoa.

Seminário, palestra, conferência, verbete de enciclopédia, resumo, resenha, reportagem, relatório, exposição oral, entrevista.

Argumentativo

Defender um ponto de vista; opinar empregando argumentos para convencer o interlocutor.

• Apresentação de argumentos segundo uma organização lógica. • Estabelecimento de relações de causa e efeito. • Estrutura formada por introdução, desenvolvimento e conclusão. • Verbos no presente.

Debate, editorial, artigo de opinião, manifesto, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, carta de leitor.

Injuntivo (persuasivo ou instrucional)

Fazer com que o interlocutor tome alguma atitude; instruir, orientar comportamentos.

• Verbos no imperativo: faça, beba, coma.

Anúncio publicitário, regras de jogo, receita, manual de instruções, regulamento, livro de autoajuda.

Tipo textual

narrativo

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Descritivo

Expositivo

Capítulo 2

Gêneros e tipologias textuais

Portanto: Tipos textuais são modos de organizar o texto. Basicamente são cinco: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo e injuntivo (persuasivo ou instrucional). A maioria dos textos é formada por sequências de vários tipos, mas, em geral, um ou dois deles são predominantes.

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Oficina de redação

unidade 1

aplicação Os textos a seguir pertencem a gêneros diferentes, mas, quanto à tipologia, em certos casos, apresentam características semelhantes. Vamos analisar cada um deles. Texto 1

Jovem ferida passa 3 dias em córrego

A

comerciária Caroline Laila Soares, de 19 anos, foi resgatada no domingo à noite, após esperar, ferida, por socorro durante três dias, em um córrego às margens da Rodovia Elieser Montenegro Magalhães (SP-463), no trevo do município de Populina (SP), na divisa com Minas Gerais. A jovem, que mora em Iturama (MG), foi visitar um amigo em Jales (SP) na noite de quinta-feira, quando dormiu no volante e perdeu o controle do carro. O Uno saiu da pista, capotou em uma ribanceira e caiu no córrego. A moça conseguiu se arrastar para fora do carro, mas fraturas e ferimentos

a impediram de alcançar a pista e pedir socorro. Ela bebeu água do riacho para sobreviver. No começo da noite de domingo, um funcionário de uma usina que estava na rodovia esperando um amigo ouviu os gritos e chamou o Serviço Móvel de Emergência. Bombeiros chegaram ao local às 20 horas. Segundo a enfermeira Irislene Maldonado, a moça foi encontrada deitada no córrego, imersa até os ombros, com hipotermia, fratura na perna esquerda e hematomas por todo o corpo. “Estava muito debilitada e não sei como conseguiu sobreviver. A água estava muito fria”, contou.

“Tivemos de usar técnicas de salvamento com rapel para retirar a mulher”, disse o segundo-tenente Cássio Koitsi, comandante do Corpo de Bombeiros de Fernandópolis. Segundo ele, o local onde a moça caiu, de uma altura de 10 metros, tinha pouca visibilidade por causa da mata. Com isso, ninguém viu o carro tombado verticalmente no córrego. “Ela também tinha pouca força para gritar.” Caroline seguia internada ontem na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Fernandópolis, mas estava fora de perigo.

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Ela dormiu ao volante e carro caiu em ribanceira

SIQUEIRA, Chico. O Estado de S. Paulo, 31 jan. 2012.

Gênero textual: notícia Tipo textual (sequência) predominante: narrativo Tipos textuais (sequências) secundárias: descritivo e expositivo. Características: Relata o que aconteceu a alguém em determinado tempo e lugar. Também descreve seres, paisagens e situações, expondo informações precisas, como datas, nomes de seres reais e dados pessoais verídicos.

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

Texto 2

“Código Florestal também se aplica a áreas urbanas” Márcio Ackermann, Geógrafo e autor do livro A Cidade e o Código Florestal

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N

o livro A Cidade e o Código Florestal, que acaba de ser lançado pela Editora Plêiade, o geógrafo Márcio Ackermann analisa a aplicação da polêmica lei em áreas urbanas. Com dez anos de experiência no Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), Ackermann chama a atenção para a ausência da dimensão urbana nas discussões de reformulação do Código que vêm sendo feitas desde a divulgação da proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB – SP), que tramita no Congresso e propõe reduzir as áreas destinadas à preservação da vegetação nativa. • O Código Florestal pode ser aplicado em áreas urbanas? o

O Artigo 2 do atual Código Florestal, que trata de Áreas de Proteção Permanente (APPs), diz que o ordenamento territorial dos municípios deve seguir um Plano Diretor, mas respeitando princípios sobre os quais ele (o artigo) se refere. Ou seja: o Código se aplica, sim, a áreas urbanas. A floresta ao redor do rio pode ter sumido, mas as funções que ela desempenhava são importantes e têm de ser resgatadas.

• Como? A Avenida Paulista, por exemplo, é um topo de morro – portanto, uma APP. Hoje já está ocupada e impermeabilizada. Mas, se o gestor municipal entender que essa área ainda pode desempenhar sua função na retenção de águas pluviais, pode fazer acordo com seus ocupantes para a construção de caixas de retenção de água. Não é tirar o Masp e plantar floresta. É tentar resgatar as funções primordiais das APPs dentro dos limites do possível. • E quais são as funções de uma APP em área urbana? Basicamente o fornecimento de água, a manutenção da estabilidade geológica e geotérmica da cidade e a retenção das águas pluviais. E a proposta do Aldo Rebelo ignorou a dimensão urbana da aplicação da lei. Em São Paulo, cerca de 50% das habitações precárias, como favelas, estão em APPs. O Código é um excelente instrumento de ordenação urbana, mas é subutilizado pelos gestores. NINNI, Karina. O Estado de S. Paulo, 13 fev. 2011.

Gênero textual: entrevista Tipo textual (sequência) predominante: expositivo Tipos textuais (sequências) secundárias: argumentativo Características: Entrevista publicada em jornal, com um título que destaca o tema central da conversa entre o entrevistador e o entrevistado. Breve apresentação do entrevistado e do tema, que é desenvolvido pela exposição sintética de informações e argumentos.

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Texto 3

Refeição em família

O

s meios de comunicação, de vid am ent e apo iad os por inf orm açõ es cie ntí fic as, a dizem que alimentação é um de s ma gra Pro questão de saúde. a TV ensinam a comer bem par dámanter o corpo magro e sau de vel, livros oferecem cardápios de ice índ alto populações com ham gan os longevidade, aliment ”. adj etivos com o “fu nci on ais , Temos dietas para cardíacos para hipertensos, para gestantes,

para idosos. Cada vez menos a família se a reúne em torno da mesa par ense e compartilhar a refeição contrar, trocar ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo? oTalvez as pessoas tenham esc

refeiç ões em fam ília são um excelente momento para transmitir tradições familiares aos filhos: quais alimentos aquela os família prefere e quais são apar seus modos usuais de pre sa, [...] ção, como se comporta à me r o é es içõ refe das ário O hor quais assuntos costuma aborda a durante a refeiç ão, o tom de melhor pretexto para reunir recom rre voz usado, como os membros família porque oco al. orm inf se tratam. Tudo isso é apreen gularidade e de modo e qu , vos em no is pod did o pel os ma E, nessa hora, os pais o tos afe s seu ar aliz atu e podem encontrar seu model sar expres ter e r ilia u- de identificação fam pelos filhos de modo mais nat n- contato com o conhecimento bie am o ir stru ral, além de con as gerações ante acolhedor que permite aos construído pel ília. mais novos perceber com cla teriores da fam de po [...] reza que aquele é seu gru o. ent cim ten per de e cia referên SAYÃO, Rosely. , 16 abr. 2009. aulo os S.P e de qu ha Fol Nu ma ép oca em (Fragmento). io. ilíbr Equ as rit uai s est ão em des uso,

a lhido outras prioridades: num ipesquisa recente sobre as refe no dos ista rev ent ções, 69% dos Brasil relataram o hábito de assis. tir à TV enquanto se alimentam

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unidade 1

Oficina de redação

Gênero textual: crônica argumentativa Tipo textual (sequência) predominante: argumentativo Tipos textuais (sequências) secundárias: expositivo Características: Exposição do ponto de vista da autora sobre o tema abordado com base em situações do cotidiano ou do noticiário. A cronista expõe fatos, informações e argumentos para fundamentar suas opiniões.

Oficina – Trabalhando gêneros e tipos textuais Hagar

Chris Browne

© 2013 King Featres Syndicate/Ipress

1. Leia a tira a seguir e observe o emprego da linguagem verbal e não verbal.

BROWNE, Chris. Folha de S.Paulo, 13 fev. 2011.

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

a) No primeiro quadrinho, o personagem Eddie Sortudo atende a um padre que vai à casa de Hagar. O que o padre quis dizer para Eddie?

b) Eddie não entende as palavras do padre e interpreta o discurso dele de forma diferente. Qual foi sua interpretação?

c) Explique por que Eddie não conseguiu entender com clareza a linguagem do padre.

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d) Qual é o gênero textual trabalhado na produção desse texto? Identifique suas características e o objetivo do quadrinista.

e) Que tipo textual predomina na construção da tira?

2. A seguir, leia um texto argumentativo que focaliza o problema da burocracia brasileira, com opiniões dos editores do jornal no qual foi publicado.

País da burocracia

giáveis e ar a vida de empresas são elo ilit fac ra pa o ern gov do as Medid ção orço em prol da desburocratiza esf plo am um a cio iní r da deveriam

plificado o pagamento de nos custosas para orga- sim no apó s ano, est ud os e me uições sociais, como fiscalizar e tributar a contrib comparativos interna- nizar, a Cofins. atividade empresarial. cio nai s sob re a qu ali dad e Tal atitude é um sinal de Trata- se, po is, de um a do ambiente empresarial de o, enfim, desmu ito po siti va o que o govern diversos países indicam que sur pre sa ores irraciorig gov ern o fed era l perta para os o Brasil é um dos líderes em fat o de o burocrático o ir mão de várias nais do infern matéria de empecilhos à livre- prometer abr atorment a a de contas que não e custos o que -iniciativa, de imposição de prestações sar ial no ari a exi gir das ati vid ade em pre custos a empresas e de inter- ma is pre cis r que novas Segundo a Receita país. É de espera . do sas iva pre noc em a átic ocr bur a nci ferê tido sejam mais se exigirá medidas nesse sen não os. l, vad era pri Fed os óci neg nos Estado iadas, pois muito declaração do Imposto de providenc De zenas de países com a precisa ser feito. [...] Re nd a da Pessoa Jur ídi ca, ainda mercados mais primitivos e O Estado de S. Paulo, ent re ou tro s do cum ent os economi as mais rud imenr8 dez. 2011. Opinião. po im s no utá rio s me trib is ma s ma nor (Fragmento). tam ado tares tes. Também deverá ser tan ais ion rac , das edi com s, simple

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Oficina de redação

unidade 1

a) Identifique o tema e as ideias básicas desenvolvidas no texto em questão.

b) Segundo o texto, apesar das medidas tomadas pelo governo, muitas outras ainda são esperadas pelo empresariado. O que esse fato comprova?

d) Qual é a tipologia textual predominante no texto? Por quê? Justifique com exemplos.

3. O texto a seguir é o capítulo 51 de Dom Casmurro, obra-prima de Machado de Assis. Leia-o com atenção.

Entre luz e fusco Entre luz e fusco, tudo há de ser breve como esse instante. Nem durou muito a nossa despedida, foi o mais que pôde, em casa dela, na sala de visitas, antes do acender das velas; aí é que nos despedimos de uma vez. Juramos novamente que havíamos de casar um com o outro, e não foi só o aperto de mão que selou o contrato, como no quintal, foi a conjunção das nossas bocas amorosas... Talvez risque isto na impressão, se até lá não pensar de outra maneira; se pensar, fica. E desde já fica, porque, em verdade, é a nossa defesa. O que o mandamento divino quer é que não juremos em vão pelo santo nome de Deus. Eu não ia mentir ao seminário, uma vez que levava um contrato feito no próprio cartório do céu. Quanto ao selo, Deus, como fez as mãos limpas, assim fez os lábios limpos, e a malícia está antes na tua cabeça perversa que na daquele casal de adolescentes... Oh! Minha doce companheira da meninice, eu era puro, e puro fiquei, e puro entrei na aula de S. José, a buscar de aparência a investidura sacerdotal, e antes dela a vocação. Mas a vocação eras tu, a investidura eras tu.

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c) Identifique o gênero textual e as principais características do texto.

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Ediouro. p. 71. (Fragmento).

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

a) Identifique o gênero do texto lido e justifique sua resposta.

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b) Observe as características do texto e determine a tipologia que predomina nele, apontando a eventual existência de tipos textuais complementares.

4. Leia uma das propostas divulgadas por uma revista em defesa do meio ambiente.

40 propostas que o Brasil não pode esquecer Ambiente 17 Não desperdiçar energia Para cada dólar produzido pela economia, o Brasil precisa de 40% mais de energia do que os Estados Unidos e 70% mais do que a Alemanha. Isso se deve menos ao custo de geração do que ao desperdício. O Brasil perde 16,5% de toda a energia elétrica produzida. É quase uma Itaipu que se joga fora a cada ano. Para tornar mais eficiente o aproveitamento da energia, seria preciso investir em duas frentes: programas de conscientização dos consumidores e a busca de processos industriais e equipamentos mais econômicos. Conheça as propostas de Ambiente. Acesse o site www.veja.com.br/40anos/ambiente. Dê sua opinião, sugestão ou conte uma experiência sobre o tema abordado. A cada participação publicada em nosso site, a revista VEJA contribuirá com a Fundação SOS Mata Atlântica no plantio de uma muda de árvore nativa. Neste ano, as propostas debatidas serão publicadas em uma edição especial que será entregue aos principais dirigentes do país. Participe do futuro do Brasil. Veja, 15 abr. 2009.

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Oficina de redação

unidade 1

a) Esse texto constitui uma das propostas que foram veiculadas pela revista Veja em prol da economia energética no Brasil. Aponte suas características em relação ao conteúdo e ao estilo.

c) A que gênero pertence esse texto? Justifique sua resposta com exemplos.

d) Qual é a tipologia textual predominante no texto, de acordo com o gênero identificado? Esclareça sua resposta com exemplos.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Explique qual seria a intenção principal dos responsáveis pela produção dessas propostas.

e) Existem também tipos textuais complementares? Justifique.

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

Gênero textual: carta Leia esta carta publicada em um jornal.

Uma carta, talvez uma decisão Recebi ontem uma carta assinada pelo meu amigo, o famoso embora aposentado brasilianista, Richard Moneygrand. Diz a missiva:

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Caro DaMatta, Aproveito o julgamento do Mensalão para manifestar o que penso como estudioso e apaixonado pelo Brasil. Sendo um marginal relativamente ao universo brasileiro, enxergo com mais clareza aquilo que vocês apenas veem. E ver, como dizia o nosso velho professor Talcott Parsons, é ter uma angulação especial. Daqui do velho Norte, onde tudo se faz ao contrário – estou, imagine, com o meu ar-condicionado ligado ao máximo e não sei se o meu fundo de pensão (estourado na infame bolha financeira descontrolada por Bush e seus asseclas) vai segurar a conta – quero, data venia, e com o devido respeito, dar minha pobre opinião. Primeiro, uma consideração sobre a organização do vosso STF. Ele aposenta seus ministros após 70 anos, o que dissocia, de modo negativo, a pessoa do papel numa área onde isso não deveria ocorrer. Numa democracia igualitária cuja tendência é a anarquia organizada, como dizia Clifford Geertz, os juízes são como os antigos sacerdotes: o seu papel

de julgadores do mundo não pode ser limitado pelo tempo. Eles têm de ser juízes para a vida e por toda a vida. O papel não pode ser esquecido e deve ser um fiel e simultaneamente uma faca permanente na cabeça de quem o indicou e do comitê legislativo que aprovou o seu nome. A vitaliciedade tira do cargo essa bobagem brasileira de uma aposentadoria compulsória aos 70 anos, o que, num mundo de idosos capazes, faz com que o presidente pense muitas vezes antes de indicar um indivíduo para esse cargo. Aquilo que é vitalício e só pode ser abandonado pela renúncia simboliza justamente a carga do cargo. Tal dimensão – a vitaliciedade – é mais coercitiva do que a filiação a um partido ou a crença numa religião. É exatamente isso que, no caso americano, faz com que ser um membro da Suprema Corte seja algo tão sério ou sagrado, tal como ocorre com o papado ou a realeza. Vejam como vocês são curiosos. No campo político, os personagens e partidos menos democráticos lutam e tudo fazem para obter a vitaliciedade no cargo – não é isso que está em jogo neste caso? Daí as vossas ditaduras. Mas quando essa vida com e para o cargo é positiva, vocês o limitam. O resultado são juízes cujas decisões

podem ser parciais e um tribunal sempre desfalcado, a menos que vocês decidam nomear juvenis para um cargo tão pesado quanto uma vida. [...] O juiz deve ser soberano, mas a opinião pública também tem sua soberania porque, como ensina o Tocqueville que vocês não leram, numa democracia ela conta muito mais do que nas aristocracias porque ela existe antes da política e vai além dela. Nas democracias, mesmo os que não sabem se igualam aos que sabem; e, pela mesma ousadia, os não ricos se igualam aos ricos e é por causa disso que a igualdade aparece quando ela é desejada. Penso que esse é o caso do Brasil que vocês vivem neste momento. Porque o que está em julgamento neste mensalão não é apenas um ponto de vista político no sentido trivial da palavra, mas o valor da crença da igualdade perante a lei. O que está em jogo é a questão de fazer política e de exercer o poder com responsabilidade e transparência. No fundo, disputa-se o resgate de fazer política partidária com dignidade. Receba o meu abraço e boa sorte para o vosso Brasil, Dick DAMATTA, Roberto. O Estado de S. Paulo, 29 ago. 2012. Caderno 2. (Fragmento).

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unidade 1

Oficina de redação

1. A carta é um gênero textual utilizado na comunicação escrita entre pessoas ou instituições, com a finalidade de relatar experiências vividas no cotidiano ou tratar de assuntos de interesse dos interlocutores. Uma das características da carta é a identificação do remetente e do destinatário. Quem são o remetente e o destinatário da carta em estudo?

2. Em geral, o local, a data e o vocativo (nome do destinatário) são elementos presentes

3. No corpo da carta, há um texto principal constituído por introdução e desenvolvimento, no qual se encontra o assunto. Que ideias básicas o remetente apresenta na carta enviada?

4. No desenvolvimento da carta, o remetente apresenta vários argumentos sobre o assunto principal e questões correlatas. a) Inicialmente, ele faz um breve comentário negativo sobre o governo do presidente Bush e os reflexos da crise econômica em sua vida pessoal. Explique por que, nesse parágrafo, o remetente se mostra respeitoso em relação ao amigo brasileiro.

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no início das cartas. É o que ocorre na carta lida? Por quê?

b) Qual é a crítica feita por ele em relação à aposentadoria compulsória dos ministros do STF, quando completam 70 anos?

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

5. Ao se posicionar diante dessa questão, o autor da carta utiliza outros argumentos quando menciona que, atualmente, os idosos têm mais vitalidade e podem assumir responsabilidades por mais tempo. Que outros argumentos ele desenvolve para fundamentar essas ideias?

6. Ainda no desenvolvimento da carta, o autor expõe alguns dos possíveis riscos decor-

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rentes do limite de tempo dos juízes no STF: interrupção de julgamentos, dificuldade para suprir a vaga de um juiz aposentado compulsoriamente e a relativa probabilidade de se escolher um substituto inexperiente. Exponha suas opiniões sobre esses argumentos.

7. Ao finalizar o desenvolvimento, o autor da carta esclarece a importância da opinião pública, cujas decisões podem ser soberanas. Em que argumentos ele se baseia para defender suas opiniões?

8. O penúltimo parágrafo da carta se inicia com uma explicação ao que foi dito antes, ou seja, que o Brasil vive um momento em que a opinião pública clama por igualdade. Explique por quê.

9. No final das cartas, normalmente ocorre a despedida, que pode ser formal e respeitosa ou informal e familiar, tendo em vista a finalidade da mensagem e a intimidade das pessoas que se correspondem. a) Por que nessa carta a despedida é formal e respeitosa?

b) Como a linguagem da carta é formal, que termos e expressões comprovam essa característica?

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unidade 1

Oficina de redação

conteúdo temático O que é carta? Podem fazer parte da estrutura de uma carta os seguintes elementos: • o local e a data: essas referências ficam no início da carta, em geral à esquerda; • o vocativo: pode-se empregar somente o nome do destinatário ou um termo de cortesia seguido do nome (prezado, caro, estimado, querido, etc.); depois do vocativo, pode-se colocar vírgula, dois-pontos ou nenhuma pontuação; • o texto: refere-se à introdução e ao desenvolvimento do conteúdo da carta; • a despedida: pode ser formal ou informal, cerimoniosa ou afetuosa, variando de acordo com a finalidade da carta e o grau de intimidade entre os interlocutores; Normalmente, as cartas são enviadas pelo correio. Por isso, são colocadas em envelopes, que devem ser preenchidos de forma adequada. Na parte da frente, deve-se escrever o nome e o endereço completos do destinatário, com o CEP (código de endereçamento postal), constituído de oito algarismos. Os dados completos do remetente devem constar no verso do envelope. Observe estes modelos:

ar Letícia Pires de Agui Rua da Ajuda, 92 Guararema – SP 08900-000

Roberto Lopes de Sá Rua Siqueira C ampos, 409 Rio de Janeiro – RJ 71085-640

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• a assinatura: em geral, contém apenas o nome do remetente.

Carta é um gênero textual utilizado na correspondência escrita entre pessoas e instituições, com a finalidade de comunicar algo ou tratar de assuntos de interesse dos interlocutores. É elaborada por um remetente e enviada a um destinatário. Compõe-se, quase sempre, dos seguintes elementos: local, data, vocativo, texto, despedida e assinatura. Nas cartas pessoais, a interlocução se dá entre parentes, amigos ou conhecidos.

produção de texto 1a proposta – Produção de uma carta para um juiz Você leu e analisou o trecho de uma carta escrita por um estrangeiro a seu amigo brasileiro. No texto, ele faz comentários sobre um problema político de nosso país. Como cidadão brasileiro, você vai escrever uma carta a um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, expondo sua opinião a respeito de uma questão política atual. Siga estas orientações:

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

Escolha a qual juiz você vai endereçar sua carta. Se necessário, pesquise na internet

para saber quem são os ministros do STF e o trabalho exercido por eles. Procure conhecer as questões políticas mais polêmicas julgadas em nosso país, no momento. Por exemplo, na carta lida, o remetente analisa o julgamento do Mensalão, que estava ocorrendo naquele momento. Pesquise o assunto que você vai abordar e anote os pontos mais importantes. Caso julgue necessário, redija um resumo ou esquema das ideias e dos argumentos

que você vai expor em cada parágrafo da carta. Defina como vai utilizar os elementos de sua carta (local, data, vocativo, texto com introdução e desenvolvimento, despedida e assinatura). Empregue a linguagem adequada ao interlocutor, que deve ser formal e respeitosa; não se esqueça de utilizar, no vocativo, o pronome de tratamento específico para juízes. Avalie seu texto, relendo o conteúdo da carta. Verifique se ela apresenta todos os ele-

mentos necessários e se o texto foi bem desenvolvido, com argumentações objetivas, fundamentadas e criteriosas.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Verifique se a linguagem está adequada ao interlocutor e se as opiniões foram apre-

sentadas de forma respeitosa e coerente. Avalie se as frases e os parágrafos estão coesos, se apresentam uma sequência lógica de ideias, dando continuidade à exposição do conteúdo. Entregue sua carta ao professor de Português e depois troque ideias com ele. De acor-

do com as sugestões do professor, refaça o que não estiver adequado e passe a carta a limpo em uma folha especial. Observe se o envelope apresenta os dados completos do destinatário e do reme-

tente. Insira a carta no envelope e cole-o. Para enviá-la pelo correio, vá até uma agência, compre os selos necessários, cole-os no envelope e mande a carta a seu destinatário.

2a proposta – Produção de uma carta pessoal Escreva uma carta para uma pessoa de quem você gosta, mas que, no momento, encontra-se distante. Pode ser alguém de sua família, um(a) amigo(a) ou namorado(a). Relate as novidades que ocorreram em sua vida nos últimos tempos, os fatos bons e

também aqueles que gostaria de esquecer. Aproveite para partilhar suas ideias e seus sonhos; conte o que você deseja fazer agora e nos próximos anos. Procure saber como tem sido o cotidiano de seu correspondente, se a vida dele tem

transcorrido como imaginava, se ele está satisfeito e feliz. Pergunte quando ele retorna e o que pretende fazer. Empregue a linguagem informal, visto que se trata de uma pessoa próxima. Utilize

todos os elementos de uma carta e mostre a seu interlocutor que é importante que ele responda a você. Conte como sente falta da presença dele e das coisas que costumavam fazer quando estavam juntos. Preencha o envelope com os dados do remetente e do destinatário. Avalie seu texto

de acordo com as orientações da 1ª proposta. Passe a carta a limpo, coloque-a no envelope, envie-a pelo correio e aguarde a resposta.

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Oficina de redação

unidade 1

Gênero textual: e-mail Leia os dois e-mails a seguir e fique atento às diferenças no emprego da linguagem. texto 1 Nova mensagem Mensagem

De:

Keli Young [mailto: keyoung@jeunex.com.fr]

Para:

Carolmat@zoom.com.br

Assunto:

c já sab nehh!!!

Enviada em: quinta-feira, 4 de novembro de 2004 22:10

c eh amiga pra todas as horas....c eh o serzinhu maaaais tuudu desse mundoo..... Ti amuuuuu MTU!!!!!...nunka vo t esqueceee di vdd!!!..c marcoo mtooo minha vida....e meuuu*nada acontece por acaso*...c ja sab nehh!!! daki t conto dpois... paris eh um barato... o ape eh mto legau... as guria sao 10... conheci um fofo d sampa no aviao... ahUAHuahu.. nem t conto.... mtu mtu mtu td... ahUAHuahu jah fui nu cena..... eh xou!!!!!..... td mtu!!!!!! num vi a torre ainda.......... eu tava mexendo no meu pc aki hj e.... Carol do ceu!!!!.. axei essa fotenha que c mandou ano passado... eh a foto

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

oiiiiiiiii caroooooolllll!!!!!

mais feia d todos os tempos..ahUAHuahu..mas tah valendo.. [...] Carol..c eh taum fofa q eu nunk consigu falar seriaum com c...mas agora eu quero te falar seriaum q eu ti amo mtu mtu mtu.. e q c eh MTU importanti pra mim!!!!!!..d verdad!!!.. manda um abraçaum bem fort pra todas aih!!!!!..bjaum!!!!! mew te curtu muito... c eh xou!!! E c ja ta cansada d sabe q eu to aki praa tuudo...pra todas as horasss... Keli

MORAES, Marcos Antônio de (Org.). Antologia de carta no Brasil: me escreva tão logo possa. São Paulo: Salamandra, 2005. p. 153-154. (Fragmento).

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

texto 2 Nova mensagem Mensagem

De:

‘Rodolfo’ < rodolfo-mendes@infodigital.com.br >com.br

Para:

‘Suzana’<suzanarios@yahoo.com.br>

Assunto:

Envio de nota fiscal eletrônica

Enviada em: quinta-feira, 15 de fevereiro de 2012 17.20

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Prezada Sra. Suzana Rios A nota fiscal eletrônica de seu pedido foi gerada com sucesso, portanto, para melhor atendê-la disponibilizamos as informações necessárias para o acesso à NF-e de número 319020450. Lembramos que, junto com seu pedido, você receberá uma representação simplificada da Nota Fiscal Eletrônica chamada DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica). O DANFE em papel pode ser arquivado para apresentação ao fisco quando solicitado. Contudo, caso sua compra tenha sido efetuada em nome de Pessoa Jurídica e sua empresa for também emitente de NF-e, o arquivamento eletrônico do XML de seus fornecedores, já anexado, é obrigatório, sendo passível de fiscalização. Esperamos desta forma atender às suas expectativas. Não hesite em nos contatar sempre que precisar de alguma informação em relação a nossos produtos e serviços. InfoDigital Site: 08004664920 (ligação gratuita) Horário de Atendimento: 24 horas por dia, 7 dias da semana Atenciosamente InfoDigital

1. Você observou que o e-mail pode apresentar estruturas e linguagens diferentes, de acordo com o interlocutor e os objetivos do remetente. Que tipo de linguagem foi empregado nos e-mails lidos? Por quê?

2. O e-mail é um gênero textual utilizado para a troca de mensagens pela internet, com a finalidade de comunicar a alguém um assunto pessoal ou profissional. Observe a estrutura do segundo e-mail e explique em que aspectos ele é semelhante à carta pessoal.

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3. No cabeçalho dos e-mails, além da data e do assunto das mensagens, em geral constam os nomes e os endereços eletrônicos do remetente e do destinatário. Qual é o objetivo do segundo e-mail, que aparece de forma resumida no campo “Assunto”?

cOnteúdO temáticO Hoje, um grande número de pessoas utiliza o e-mail para se comunicar a distância com maior rapidez e eficiência. Cada vez mais ele é usado em substituição ao telefonema, à carta ou ao telegrama. Suas mensagens podem ser enviadas e recebidas a qualquer instante, conforme a conveniência do remetente e do destinatário. O e-mail tem uma estrutura semelhante à da carta: vocativo, texto, despedida e assinatura. Raramente se insere a data no corpo da mensagem, porque o próprio programa de e-mail já informa em que dia e hora ela foi enviada. A linguagem varia de acordo com a situação estabelecida entre os interlocutores, e os parágrafos costumam ser curtos para maior clareza na leitura do texto. A palavra e-mail é a redução da expressão inglesa electronic mail, que significa “correio eletrônico”. A estrutura mais comum de um endereço de correio eletrônico brasileiro é a seguinte: nome@provedor.com.br. O nome representa o usuário; @ é o símbolo que passa ao computador a mensagem de que o conjunto de informações é um endereço de e-mail; o provedor é a empresa que viabiliza o acesso à internet, gratuitamente ou mediante o pagamento de uma taxa; com é a redução de “comercial”, e br, de “Brasil”. Se o e-mail for dirigido a uma pessoa mais próxima ou íntima, pode-se abreviar certas palavras como: vc (você), pra (para), tô (estou), q (que), moh (muito), tb (também), c/ (com), qdo (quando), pq (porque), etc. E-mail é um gênero textual usado para trocar mensagens pessoais ou profissionais pela internet, por meio de um sistema de correio eletrônico. Apresenta uma estrutura semelhante à da carta e, em geral, os parágrafos das mensagens são curtos. A linguagem varia de acordo com a situação comunicativa: pode ser formal ou informal.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O que é e-mail?

prOduçãO de textO Troca de correspondência por e-mails O objetivo das propostas de produção de texto desta obra não é somente levá-lo a conhecer a estrutura de diferentes tipos de texto e saber quando e como produzi-los. Também é importante que você os crie para uma situação real. Leia as seguintes instruções. • Com a orientação do professor, anote o e-mail de alguém com quem você possa se corresponder; por exemplo, um aluno de outra escola. • Se quiser, escolha o e-mail de alguém que você conheça e com quem já troque mensagens na internet, ou o e-mail de um ex-colega, de um amigo que mudou de cidade ou ainda de uma pessoa de sua escola com quem você conversa habitualmente. • Depois de definido o destinatário, escolha um assunto de sua preferência, ou um dos sugeridos a seguir, desenvolvendo comentários sobre ele. Por exemplo: indicação de um filme, jogo ou revista que você aprecia e gostaria de sugerir para alguém; informações sobre blogs, páginas de redes sociais, letras de músicas e shows; troca de ideias sobre alguma compra na internet;

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Gêneros e tipologias textuais

• •

Capítulo 2

convite para uma viagem ao sítio de um amigo, durante um feriado prolongado; solicitação de livros indicados na escola, em concursos ou em vestibulares. Empregue a linguagem adequada à situação e ao interlocutor. Se houver proximidade entre os correspondentes, como no e-mail entre as amigas Keli e Carol, pode-se usar a linguagem informal, com gírias e abreviações. Avalie seu texto, relendo o e-mail e modificando o que julgar necessário. Verifique se a linguagem empregada está de acordo com o interlocutor e se a estrutura do e-mail apresenta todos os elementos: o vocativo, o assunto bem desenvolvido, a despedida e a assinatura. Pronto o e-mail, envie-o ao destinatário e, se quiser, depois mantenha correspondência com ele.

Gênero textual: diário

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O texto a seguir faz parte de um diário escrito por uma médica-cirurgiã brasileira durante sua participação no trabalho humanitário realizado pela organização Médicos sem Fronteiras. Leia o trecho selecionado. texto 1

Diário de Bordo: Eliane Mansur, cirurgiã brasileira, conta sua experiência com MSF

[... ]Batangafo, República Centro Africana, 8 de

março de 2007. Desde janeiro, trabalho como cirurgiã recrutada por Médicos Sem Fronteiras - Bélgica para organizar o serviço de cirurgia de urgência e implementar a cirurgia eletiva em Batangafo. A República Centro Africana (RCA) é considerada o coração da África devido a sua localização geográfica. Sua capital é Bangui e as línguas oficiais são: o francês e o sango. A população estimada é de quatro milhões de habitantes, sendo que 67% dela vive hoje com menos de US$ 1 por dia. A RCA é o sétimo país mais pobre do mundo. A expectativa de vida é de apenas 42,7 anos e o analfabetismo, abaixo dos 15 anos, ultrapassa 50%. A deterioração da situação política, de segurança e socioeconômica do país nos últimos anos tem levado a um aumento significativo da vulnerabilidade de sua população, desencadeando uma crise humanitária de grandes proporções. Com o objetivo de promover o acesso gratuito aos cuidados primários

e secundários de saúde e responder às necessidades humanitárias de urgência, a partir de julho de 2006 foi iniciada uma intervenção conjunta do MSF- Espanha e MSF- Bélgica nas subprefeituras de Batangafo (50 mil habitantes) e Kabo (30 mil habitantes). MSF assumiu o controle do Centro de Saúde de Batangafo, que conta com 72 leitos, distribuídos entre os departamentos de Pediatria, Maternidade, Medicina Geral de Adultos, Cirurgia e uma Unidade de Tratamento de Tripanossomíase (Doença do Sono), que é considerada atualmente o centro de referência do país. A coordenação e organização da assistência médica local é realizada por cinco expatriados do MSF: um clínico-geral ruandês, uma enfermeira italiana e uma belga, um logístico francês e eu, uma cirurgiã brasileira. Trabalhamos em conjunto com uma equipe MSF local, composta por cerca de 20 profissionais, entre eles uma ginecologista e um cirurgião (em treinamento) de Bangui. Todos sob a supervisão e orientação da equipe de coordenação geral de MSF para a RCA, sediada em Bangui. 51

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A função do cirurgião expatriado do MSF é a gestão e organização da cirurgia de urgência e eletiva, além do recrutamento, formação e avaliação do pessoal nacional. Foi realizada uma avaliação inicial das patologias cirúrgicas mais frequentes, sendo identificada uma alta prevalência e incidência de hérnia inguinal (HI) e de prolapso uterino e/ou fístula vesico-vaginal. A prevalência elevada de HI é decorrente do esforço excessivo da população no transporte de água (grandes baldes na cabeça), madeira para o fogo, alimentos (mandioca e batata-doce) e, no caso das mulheres, do fato de ainda carregarem os filhos pequenos nas costas, deixando as mãos livres para as outras atividades diárias. O prolapso uterino está relacionado com o início precoce das gestações (14 anos), à multiparidade (média de oito filhos) e às circunstâncias do parto, quase sempre domiciliar e em péssimas condições de higiene.

Este mês começamos a realizar as primeiras cirurgias eletivas, após a avaliação e organização do bloco cirúrgico, do serviço de esterilização e dos cuidados pós-operatórios na enfermaria de cirurgia e a implantação dos protocolos do MSF. Após uma análise dos resultados iniciais e da completa implantação dos protocolos de cirurgia e anestesia, previstos para fevereiro e março de 2007, será avaliada a possibilidade da realização de 30 a 40 cirurgias eletivas/mês, além das cirurgias de urgência, transformando Batangafo em um centro de saúde de referência para toda a região norte do país. Trabalhar como médica em um contexto humanitário de carência e vulnerabilidade acentuada tem sido a experiência mais gratificante, e também a mais difícil da minha vida. A possibilidade de participar ativamente da melhoria das condições de vida das populações em sofrimento extremo deu sentido ao ideal de “Ser Médico” e tem ampliado o sentimento de responsabilidade e compromisso pela qualidade da vida humana numa escala global.

Disponível em: <http://www.msf.org.br/diario-bordo/84/diario-de-bordoeliane-mansur-cirurgia-brasileira-conta-sua-experiencia-com-msf/>. Acesso em: 7 jun. 2013. (Fragmento).

1. No primeiro parágrafo, a médica conta como ingressou nessa organização não gover-

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unidade 1

Oficina de redação

namental e sem fins lucrativos, na Bélgica. Ela recebeu uma tarefa importante em Batangafo, na República Centro Africana. De acordo com o texto, a função dela se tornou um grande desafio. Explique por quê.

2. No diário, a médica Eliane Mansur explica a difícil situação do povo centro-africano, decorrente dos problemas políticos, sociais e econômicos do país. Apesar do quadro adverso, o que parece admirável na narrativa da médica?

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

3. Segundo a autora, a atividade dos médicos cresceu, e a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras passou a dirigir o centro de saúde da cidade de Batangafo. Que características se destacam no trabalho realizado por essa ONG internacional de saúde, que é a maior do mundo?

4. Ao relatar os diagnósticos das doenças mais comuns entre a população de Batangafo, a médica brasileira relata, em seu diário, as causas de doenças em mulheres. Que fatos a avaliação feita comprovou?

5. A médica deixa claro que a organização apresenta ótimos resultados e comenta sua Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

experiência de vida. O que esse trabalho representa para ela?

6. Observe que o trecho do diário em estudo apresenta título, local, data e o texto princi-

pal. Em geral, os diários são escritos em 1a pessoa. Isso ocorre no diário em questão? Justifique sua resposta com exemplos.

cOnteúdO temáticO O que é diário? Um diário pode refletir momentos pessoais significativos para a avaliação de nossas experiências. As anotações tanto podem nos incomodar, por registrar passagens tristes, preocupantes, como podem nos alegrar, por retratar vivências felizes. No início de cada trecho, depois da data, é comum o diário apresentar vocativo (por exemplo, “Querido diário”) e, no final, a assinatura do autor. Contudo, em sua grande maioria, os diários típicos não chegam ao conhecimento do público, pois são escritos exclusivamente para os próprios autores, que neles registram seus segredos, como num desabafo íntimo. Por outro lado, também há diários que são produzidos para publicação, cujo conteúdo tanto pode ser verídico (como no caso do diário da médica brasileira) quanto fictício. Portanto, pode-se dizer que: Diário é um gênero textual predominantemente narrativo, que tem a finalidade de registrar, por escrito e em 1a pessoa, fatos do cotidiano, ideias, emoções, desejos, desabafos e segredos do próprio autor.

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Oficina de redação

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prOduçãO de textO 1a proposta – Produção de um diário bem-humorado

Domingo, 8 de janeiro 58 kg (bom à beça, mas e daí?), [...] 3.100 calorias (ruim). 4h. Ai Deus, por que sou tão pouco atraente? Não posso acreditar que me convenci que não faria nada o fim de semana inteiro para trabalhar quando na verdade estava em estado de alerta para o encontro-com-Daniel. Horrível, perdi dois dias olhando para o telefone como uma psicopata e comendo coisas. Por que ele não ligou? Por quê? O que há de errado comigo? Por que pediu meu telefone se não

ia ligar e, se fosse, certamente seria no fim de semana? Preciso me centrar. Vou pedir a Jude um bom livro de autoajuda, de preferência baseado em alguma religião oriental. [...] 23h. Muito tarde para Daniel ligar. Mto chateada e traumatizada.

[...]

Bridget FIELDING, Helen. O diário de Jones. Trad. de Beatriz Horta. rd, Rio de Janeiro/São Paulo: Reco 1998. (Fragmento).

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Bridget Jones, personagem criada pela escritora inglesa Helen Fielding (1960-), resolve fazer um diário por um ano, conversando consigo mesma, dia após dia, de maneira bem-humorada. O livro fez tanto sucesso que originou uma adaptação para o cinema. Leia um trecho desse diário.

• Redija uma página de diário contando alguns fatos de seu cotidiano, em especial, os mais divertidos. Você pode se basear no estilo ou no conteúdo da página do diário de Bridget Jones, apresentada anteriormente. • Observe a estrutura do diário (data, vocativo) e desenvolva o texto. Escreva na 1a pessoa e empregue a linguagem informal ou coloquial. Não se esqueça da assinatura. • Conte os fatos revelando suas opiniões e emoções, as causas e as consequências do ocorrido. Depois, releia o texto e escreva-o de novo, se for preciso. • Avalie a estrutura e a linguagem, observando se as ideias foram bem expressas e se estão interessantes. • Como o conteúdo do diário em geral é pessoal, você deve decidir se vai entregá-lo a algum colega para ler. Se quiser, mostre depois seu texto para o professor e troque ideias com ele.

2a proposta – Produção de um diário de viagem A seguir, leia o trecho de um diário de conteúdo bem diverso, escrito por Amyr Klink no livro Mar sem fim: 360o ao redor da Antártica. Nele o autor conta sua fantástica aventura de circum-navegação pelo continente gelado ao longo de cinco meses.

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Capítulo 2

Gêneros e tipologias textuais

Poeira varrida [...] Sábado de manhã. Chovendo. Levantei as velas, finalmente em ordem, e soltei o cabo da poita de Jurumirim. “Te cuida, Amyr!”, disse o Hermann depois de um abraço desajeitado, e saltou no bote laranja com o Álvaro, o Sérgio e os portugueses João e Paulo. Únicas testemunhas da partida, os cinco me acompanharam a distância, em meio à chuva que não parava, até alcançarmos a boca da baía. É engraçado, mas gosto da chuva em Paraty. Faz o mar ficar mais verde e as matas das montanhas ao redor mais vivas. Baía dentro de uma baía, Jurumirim logo desapareceu. Depois sumiram as igrejas e as palmeiras-imperiais da cidade, ao fundo da baía maior. A distância, o Hermann fez uma curva com o braço levantado e os cinco ficaram para trás. Acenei. Estava fora da baía. Ao enxugar o rosto molhado de chuva na manga do casaco vermelho ainda sem gosto de sal, deixei escapar um grito entalado há um bom tempo. Impronunciável. De alegria, de alívio. [...]

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KLINK, Amyr. Mar sem fim: 360º ao redor da Antártica. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 15. (Fragmento).

Glossário Poita: espécie de âncora para pequenas embarcações.

Este é o início do texto em forma de diário que Amyr escreveu em sua viagem à Antártica. Você pode criar um diário próprio, no mesmo estilo deste, desenvolvendo um primeiro parágrafo para narrar sua saída e mais dois de igual tamanho para contar as surpresas desse primeiro dia de viagem. Observe o tipo de linguagem e empregue a 1a pessoa, como ocorre no texto de Amyr Klink.

3a proposta – Produção de um diário de trabalho Imagine-se trabalhando na organização Médicos sem Fronteiras, assim como a médica brasileira do texto “Diário de Bordo”. Escreva uma página de diário sobre os fatos que você presenciou, as pessoas que conheceu e sua aprendizagem ao viver experiências que marcaram sua vida. Leia as orientações da 1ª proposta.

Gênero textual: blog Acesse estes blogs e navegue por eles. • Blogs: Estadao.com.br http://www.estadao.com.br/blogs/ O portal do Estadão oferece uma seleção dos melhores blogs sobre os mais variados temas, escritos por jornalistas de primeira linha. • Green Blog http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/ Blog brasileiro do Greenpeace, uma das maiores Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham em defesa da natureza em todo o mundo. • Blog da Flip http://www.flip.org.br/blog.php Notícias e novidades da Festa Literária de Paraty (Flip), que se realiza todo ano na cidade de Paraty, no estado do Rio de Janeiro.

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Oficina de redação

• Instituto Cultural Inhotim http://inhotim.blogspot.com.br/ Página oficial do Instituto Cultural Inhotim, localizado na cidade de Brumadinho, no estado de Minas Gerais. Esse instituto conta com um acervo de arte contemporânea, um jardim botânico e ações de educação, cultura e cidadania. • Cidade do Saber http://cidadedosaberblog.blogspot.com.br/ Blog do instituto social Cidade do Saber, que oferece cursos e oficinas de arte e cultura aos moradores do município de Camaçari, no estado da Bahia.

conteúdo temático O blog é uma página da web atualizada com frequência, que contém pequenos parágrafos apresentados de forma cronológica. Assemelha-se a uma página de notícias ou a um jornal, que segue uma linha do tempo com um fato após o outro. O conteúdo e o tema dos blogs abrangem uma infinidade de assuntos, que vão de diários a piadas, fotografias, notícias, links, ideias, tendências políticas e sociais – enfim, tudo o que se quiser produzir. Os blogs podem ser pessoais e exprimir sentimentos e ideias do autor, ou ainda resultarem da colaboração de um grupo de pessoas. Alguns deles visam à diversão, outros são utilizados para tratar de assuntos mais sérios e há os que juntam as duas coisas. Fazer um blog é como mandar uma mensagem instantânea para toda a web, ou seja, você escreve sempre que tiver vontade, e todos os que visitam seu blog têm acesso a seu texto, podendo comentá-lo. Muitas vezes, o blog se parece com o diário de papel, a não ser pelo fato de que, para produzi-lo, são necessários um computador e acesso à internet. Além disso, os dois se diferenciam porque o blog é publicado on-line, e qualquer pessoa pode conhecer o texto, ao contrário do diário, que, em geral, contém ideias bem pessoais e até segredos. O weblog ou blog, como hoje é conhecido, encontrou muitos adeptos. Blog é um gênero textual da internet por meio do qual o autor divulga, numa página virtual, suas ideias ou fatos de sua vida, além de abrir espaço para comentários e discussões.

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O que é blog?

produção de texto Criação de blogs Os blogs representam uma ótima forma de comunicação. Se você tiver um computador e uma conexão com a internet, crie um blog comunitário para trocar ideias, fotografias e links com amigos e conversar sobre outros assuntos que considerar interessantes. Você também pode produzir um blog familiar, para que seus parentes troquem notícias e fotos. Se quiser, organize um blog pessoal e, se necessário, consulte sites e provedores na internet que orientam a produção de blogs. Dê o endereço de seu blog a colegas e amigos com quem deseja se comunicar mais frequentemente.

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Capítulo 2

Oficina de projetos 1o projeto – História e evolução do livro No início desta obra, estudamos uma imagem e um texto cujo tema é o livro. A importância histórica e a contribuição do livro para a difusão do conhecimento e da cultura é notável: sem ele, seria difícil manter viva a memória da humanidade. Com o avanço da tecnologia, o livro ganhou uma nova cara e a possibilidade de ser lido em outros suportes que não somente o impresso em papel: trata-se do livro eletrônico, que também abre novos caminhos para a ampliação da inteligência e do saber humanos. Esse fato surpreendente, surgido no final do século XX e em pleno desenvolvimento no século XXI, nos faz pensar em como teria sido o surgimento dos primeiros livros de papel e o impacto causado pela invenção da imprensa. Vamos conhecer um pouco dessa história por meio de uma pesquisa. Sob a orientação do professor, a classe deverá se dividir em cinco grupos. Por escolha ou por sorteio, cada grupo será designado a pesquisar um dos temas a seguir.

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Temas e ideias 1. O livro na Antiguidade Origens do livro e inovações técnicas que contribuíram para sua conservação, produção e acesso às informações; criação dos primeiros suportes; uso do papiro, do pergaminho e do códex (ou códice), que era uma compilação de páginas. 2. O livro na Idade Média O livro considerado como um objeto de salvação; surgimento dos monges copistas e dos primeiros livros didáticos para a formação de religiosos; evolução da forma de apresentação do livro, com o advento do papel; aparecimento de novos tipos de textos; invenção da máquina impressora de tipos móveis, na China, em 1405. 3. O livro na Idade Moderna A revolução na produção do livro: invenção da imprensa com tipos móveis reutilizáveis, por Johannes Gutenberg, em 1455; o primeiro livro impresso: a Bíblia, em latim; popularização do livro; desenvolvimento da técnica tipográfica; mudança no formato das letras; surgimento dos livros portáteis e de novos gêneros literários. 4. O livro na Idade Contemporânea Formação da indústria editorial; crescimento da importância dos jornais e das enciclopédias, responsáveis diretos pelo aparecimento das informações não lineares; aprimoramento da produção e melhora no acabamento dos livros; surgimento das edições de luxo. 5. O livro eletrônico Surgimento do livro em suporte eletrônico (computador), no final do século XX; evolução do livro eletrônico: continuidade ou variante do livro tradicional?; os livros eletrônicos na atualidade: características e uso; desafios a superar na produção do livro eletrônico: diferenças na velocidade de leitura em papel e em suporte eletrônico; história do livro no Brasil: uma síntese.

O trabalho

Depois de escolhido o tema, definam, no grupo, o conteúdo que cada colega vai pesquisar. Conversem com o professor de História e pesquisem o assunto em livros, jornais, revistas e sites.

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Ao ler os textos pesquisados, marque as informações e ideias mais importantes. Depois, anote-as e redija seu texto com base nas leituras feitas. Se quiser, inclua outras ideias que possam enriquecer o trabalho. Reúna-se com seus colegas de grupo, para ler o conteúdo pesquisado. Organizem as melhores informações e troquem ideias. Depois, reescreva seu próprio texto, de acordo com as observações do grupo. Reúna-se com seus colegas novamente e leia seu texto reformulado. Juntos, organizem a pesquisa. Um dos colegas do grupo pode passar o trabalho a limpo. Concluída a pesquisa, elaborem, em grupo, um cartaz com as principais etapas da evolução do livro no período estudado. Combinem com o professor e os colegas de classe uma data para cada grupo apresentar o trabalho em sala. Cada componente do grupo deverá falar sobre uma determinada parte da pesquisa. Portanto, antes do dia combinado, leia seu texto várias vezes, treinando para a apresentação. Ao final de todas as apresentações, avalie com os colegas e o professor o trabalho de pesquisa de cada grupo: a organização, o conteúdo, a elaboração do cartaz, a fala, a postura dos colegas, etc.

2o Projeto – Projeto Generosidade: De mão em mão

Não sabe o que fazer com aqueles livros que você não quer mais guardar? Que tal “soltá-los na natureza”? Essa é a proposta do projeto “Bookcrossing” (BC ou, ao pé da letra, “troca de livros”): tornar o mundo uma grande biblioteca. Basta deixá-los em um local público, onde outros possam adotá-lo. No início dos anos 2000, o americano Ron Hornbaker, sócio da empresa de desenvolvimento de softwares Humankind Systems, criou o site “bookcrossing.com” para seguir os passos de livros libertados em várias cidades do mundo. Para entrar na brincadeira, basta se cadastrar no site e registrar as obras que você deseja doar. Galileu, p. 80, maio 2008.

CAIO GUATELLI/AGÊNCIA O GLOBO

O texto a seguir faz parte de uma campanha organizada pelo Projeto Generosidade, com o objetivo de divulgar a doação de livros, deixando-os em lugares públicos. Esse projeto teve início nos Estados Unidos, quando um estadunidense criou o “Bookcrossing”. No Brasil, essa proposta ganhou o título de De mão em mão. Leia o texto e conheça a campanha.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

UNIDADE 1

Oficina de redação

Livro “Código da Vinci”, na praça Pôr do Sol, em Pinheiros.

Reúna-se com seu grupo, e organizem em sua escola uma “Campanha de Doação de Livros”. Depois de selecionados e catalogados, esses livros poderão ser emprestados aos alunos da escola. Peçam orientações ao professor de Português e à bibliotecária, para que a seleção dos livros seja adequada e também a organização do trabalho seja eficiente. Divulguem a campanha na escola e em sua comunidade. É interessante que os livros para empréstimo fiquem expostos, por exemplo, em estantes, num corredor ou na biblioteca da escola, para que os alunos tenham acesso a eles e possam escolher os que mais lhes agradam. Sucesso com o projeto!

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Gêneros e tipologias textuais

Capítulo 2

programe-se

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O olhar da inocência. Direção de Jean Becker. França, 2002. Comédia.

Um homem extraordinário e outras histórias. Anton Tchekhov. Tradução de Tatiana Belinky. Porto Alegre: L&PM, 2008.

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A rede social. Direção de David Fincher. EUA, 2010. Drama.

O alienista. Machado de Assis. São Paulo: Ática, 2011. Coleção Bom Livro.

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As cores da violência. Direção de Dennis Hopper. EUA, 2012. Policial e ação.

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livros

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Uma lição de amor. Direção de Jessie Nelson. EUA, 2001. Drama.

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O ateneu. Raul Pompeia. São Paulo: Moderna, 2000.

O homem da máscara de ferro. Direção de Randall Wallace. EUA, 1998. Clássico.

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A hora da estrela. Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Filmes

O inspetor geral. Nikolai Gogol. Adaptação de Sylvia Orthof. São Paulo: Scipione, 1998.

Sites http://www.brasilescola.com Site que traz ótimas informações sobre gêneros textuais do cotidiano, tipologias textuais e técnicas de produção de texto. http://www.usp.br/espacoaberto/ Site da revista Espaço Aberto, publicada mensalmente pela Universidade de São Paulo (USP), que apresenta, entre outros conteúdos interessantes, informações sobre a história do livro (“Do papiro ao papel manufaturado”).

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AMOSTRA

Ensino Médio

Oficina de REDAÇÃO Professor, essa amostra apresenta algumas unidades do Vereda Digital Oficina de Redação. Nela, você poderá conhecer a estrutura da coleção e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas. O livro trabalha a competência escrita através de diferentes gêneros textuais, ampliando o repertório dos alunos, além de estimular a participação na formação de conceitos. A seleção de textos e questões convida ao debate sobre temas que fazem parte da realidade dos estudantes.

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Cada disciplina da coleção apresenta um DVD com conteúdo complementar e exclusivo, tanto para alunos quanto para professores. Com objetos multimídia, atividades extras, vídeos com a visão de especialistas, biblioteca do estudante e muito mais, o processo de aprendizagem se torna mais dinâmico e interativo.

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CONFIRA: • Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor

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