Vereda Digital História

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Ensino Médio

HISTÓRIA: das cavernas ao terceiro milênio Professor, esta amostra apresenta algumas unidades do Vereda Digital História. Nela, você poderá conhecer a estrutura da obra e o conteúdo programático desenvolvido para proporcionar aulas ainda mais dinâmicas e completas. A proposta pedagógica para História promove a formação cidadã por meio da contextualização dos conteúdos históricos, relacionando o estudo do passado com as principais temáticas socioeconômicas, culturais, políticas e ambientais da atualidade.

história: das cavernas ao terceiro milênio patrícia ramos braick • myriam becho mota

Cada disciplina da coleção apresenta um DVD com conteúdo complementar e exclusivo, tanto para alunos quanto para professores. Com objetos multimídia, atividades extras, vídeos com a visão de especialistas, biblioteca do estudante e muito mais, o processo de aprendizagem se torna mais dinâmico e interativo.

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Nossos consultores estão à sua disposição para fornecer mais informações sobre esta obra.

confira: • Sumário da obra • Uma seleção de conteúdos didáticos para análise do professor



Vereda Digital

História: das cavernas ao terceiro milênio Volume único

Patrícia Ramos Braick Mestre em História (área de concentração: História das Sociedades Ibéricas e Americanas) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professora em escolas do Ensino Médio em Belo Horizonte, MG.

Myriam Becho Mota Licenciada em História pela Faculdade de Ciências Humanas de Itabira, MG. Mestre em Relações Internacionais pela The Ohio University, EUA. Professora em escolas do Ensino Médio e Superior em Itabira, MG.

Livro acompanhado por um DVD.

4a edição

Frontis VEREDAS HISTORIA.indd 9

8/27/12 11:44 AM


© Patrícia Ramos Braick, Myriam Becho Mota, 2012

Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Ana Claudia Fernandes Edição de texto: Edmar Ricardo Franco, Ana Claudia Fernandes, Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso, Pamela Shizue Goya, Carlos Eduardo de Almeida Ogawa Assistência editorial: Maria Clara Antonelli, Gabriela Alves do Carmo, Isis Ridão Teixeira Coordenação de design e projetos visuais: Sandra Botelho de Carvalho Homma Projeto gráfico: Marta Cerqueira Leite, Everson de Paula, Aurelio Camilo e Rafael Mazzari Capa: Bondinho de Santa Teresa, Rio de Janeiro, outubro de 2010. © John Banagan/AGE/Grupo Keystone Coordenação de produção gráfica: André Monteiro, Maria de Lourdes Rodrigues Coordenação de arte: Tais Nakano Edição de arte: Rodrigo Carraro Moutinho Assistência de produção: Raquel Coelho Editoração eletrônica: Exemplarr Worldwide Limited Edição de infografias: William Taciro, Paula Paschoalick, Mauro César Brosso, Fernanda Fencz Ilustrações: Cássio Bittencourt, Cecília Iwashita, Diego Morales, Mário Kanno, Guilherme Henrique Cartografia: Anderson de Andrade Pimentel, Fernando José Ferreira Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero Revisão: Ana Paula Luccisano, Maiza P. Bernardello, Márcia Leme, Nelson José de Camargo, São Sebastião Serviços Editoriais Pesquisa iconográfica: Vanessa Manna, Aline Reis Chiarelli, Daniela Baraúna, Leonardo de Sousa Klein, Odete Ernestina Pereira, Etoile Shaw Coordenação de bureau: Américo Jesus Tratamento de imagens: Arleth Rodrigues, Bureau São Paulo, Fabio N. Precendo, Marina M. Buzzinaro, Pix Art, Rubens M. Rodrigues, Wagner Lima Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. de Oliveira Silva, Hélio P. de Souza Filho, Marcio H. Kamoto Coordenação de produção industrial: Wilson Aparecido Troque Impressão e acabamento:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Mota, Myriam Becho História: das cavernas ao terceiro milênio, volume único / Myriam Becho Mota, Patrícia Ramos Braick. – 4. ed. – São Paulo: Moderna, 2012 Bibliografia 1. História (Ensino médio) – I. Braick, Patrícia Ramos. II. Título. 11-12332

CDD-907

Índice para catálogo sistemático: 1. História : Ensino médio 907 978-85-16-07450-0 (LA) 978-85-16-07451-7 (LP) Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados EDITORA MODERNA LTDA. Rua Padre Adelino, 758 - Belenzinho São Paulo - SP - Brasil - CEP 03303-904 Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510 Fax (0_ _11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 Impresso no Brasil 1 3 5 7 9 10 8 6 4 2

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Apresentação

“A compreensão do mundo que nos rodeia e suas características, a procura de uma resposta às perguntas que a época atual nos apresenta, levam-nos sempre ao passado, à origem do processo que estamos observando e vivendo [...]. Não existe maneira de responder sem apelar para a História. Sua contribuição é insubstituível.” NIDELCOFF, Maria Teresa. A escola e a compreensão da realidade. São Paulo: Brasiliense, 1987.

Na sociedade atual, contamos com recursos tecnológicos que conectam pessoas, povos e culturas e permitem acesso rápido a uma infinidade de informações. Contudo, a facilidade de comunicação e o acesso à informação não garantem, por si só, a capacidade de compreender o complexo mundo em que vivemos e de torná-lo melhor. Na sua quarta edição, esta obra mantém a proposta de construir um saber histórico que contribua para o aluno refletir sobre as principais questões da atualidade e formar-se para a prática da cidadania. Para tanto, utilizamos uma metodologia que transforma o processo de ensino-aprendizagem em uma experiência significativa, que parte de referenciais contemporâneos, capazes de ativar o interesse do aluno em compreender, estabelecer associações e problematizar o conhecimento histórico. Uma novidade desta nova edição é a “cesta” de conteúdos digitais, para o aluno e para o professor, oferecendo textos e exercícios complementares, além de variados conteúdos multimídia, como trechos de filmes, linhas do tempo e mapas animados. Com esta obra, esperamos desenvolver as competências e as habilidades esperadas para o ensino médio e contribuir para formar indivíduos reflexivos, críticos, participativos e comprometidos com a construção de um mundo mais justo, tolerante e sustentável.

As autoras

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Organização do livro A obra História: das cavernas ao terceiro milênio é organizada em volume único, que o acompanhará durante todo o ensino médio. O conteúdo do livro é dividido em 46 capítulos, distribuídos em uma introdução e nove unidades. Veja, abaixo, a organização interna da obra: Das cavernas ao terceiro

Capítulo

17

Abertura de capítulo É composta de imagem e de texto que enfocam a relação entre o presente e o tema estudado no capítulo.

ES

II

milênio

A colonização da América espanhola HUGHES HERVÉ/HEMIS. FR/GLOWIMAG

Unidade

ca

Química Inorgâni

CAPÍTULO 1

Princípios de

Art.184 do Código

Penal e Lei 9.610

de 19 de fevereiro

de 1998.

A construção dos sentidos

Reprodução proibida.

Capítulo 8

Alta Idade Média,

118

Capítulo 9

Nascimento e

expansão do Islã, 131

Capítulo 10

A civiliza

Altar da Igreja de San

141 ção bizantina,

Capítulo 11

Baixa Idade Média,

Pedro em Andahuay

lillas, no Peru, em foto

de 2009.

Reflita e responda Uma arte mestiç 1. Quais influênc A imagem desta página a ias de abertura faz parte artísticas se eviAndahuaylillas, situado do patrimônio histórico na do distrito de denciam ao anaquistada pelos espanhó cidade peruana de Cuzco, capital do antigo is em 1534. A partir Império Inca, conlisarmos a decodaí iniciou-se uma na história política, profunda transformação econômica e cultural ração da igreja? dos povos andinos. Justifique. Durante o período colonial, o Barroco inca, o que deu origem espanhol fundiu-se 2. Quais teriam sido com a rica tradição à arte mestiça. Na os possíveis objelos colonizadores tinha finalidade didática cidade de Cuzco, a arte introduzida tivos que norteapeespanhóis utilizara , sobretudo catequé m a pintura como tica, uma vez que ram a construç um dos instrumentos os ão ao catolicismo. de conversão dos dessa igreja pelos incas espanhóis? Para os conquis tadores, as imagens eram eficiente catolicismo. Apostan s mecanismos para do na evangelização transmitir o dos povos da América enviou artistas religioso , o governo da Espanha s para produzir obras doutrinárias e criar escolas ou mestiços não apenas em Cuzco, mas em de pintores índios toda a área coloniza um exemplo desse tipo de empreendimento da. A Escola de Cuzco é .

150

Capítulo 12

das A consolidação Europa monarquias na moderna, 161

Capítulo 13

e as O Renascimento 170 sas, reformas religio

Capítulo 14

arina A expansão ultram ia e o europe 182 mercantilismo,

Reflita e responda Propõe a análise de determinados textos e imagens. O trabalho é orientado em detalhes na seção ‘Visão do Especialista’ do DVD.

117.1

Visão Vi ã do especialista

225 117

Abertura de unidade Apresenta um breve sumário dos capítulos que serão estudados.

História: das cavernas CAPÍTULO 24

ão Russa

Mundial e a Revoluç

organiSoviete de operários) rias (núcleos e populares as Seções Operá Soviet, em russo, a. Os operários lho”. e aos demitidos, estação públic solicitando significa “conse as Em solidariedad te, uma manif petição ao czar a bleia o do ano seguin O termo design entregariam uma de uma Assem os zaram, em janeir Invern o, onde da convocação assembleias ou os ao Palácio de metralhados pelos e fiscais, além marcharam rumo conselhos formad de as, religiosas hadores foram trabal polític s, de es nas sociai sta, cente reformas por representant os e ituinte. Em respo ios, soldad ram em operár eclodi es Nacional Const surgidos e manifestaçõ a camponeses soldados do czar. Sangrento, greves motins militares, entre eles ção ngo revolu Domi a e ao -se durant indignada do império, ente no campo. Iniciam Numa reação navio de guerra de 1905. Duram maior cidad e quanto o 1905 na de kin, ntos tanto raçado Potem dos confro reprimidos e todo o país, de heiros do encou es. No decorrer extintos depois rebelião dos marin ado por seus comandant . s pratic 1905, os soviete do exílio de contra o abuso es e os partidos liberais russos além , em neiros eram renasc de mortos e prisio atrair os liberais, o czar am, surgiram os soviet ou em milhares 1917 e se tornar tos e result confli ta disso, novos czaris ção Além A repressão rando evitar após a Revolu liberdades civis. osta de socialistas. Procu ro, um a e respeitar as comp nças Outub agrári a de russa lidera ade reform várias teu realizar uma entantes da socied s consultiva e podia ser órgão deliberativote a Nicolau II prome , uma assembleia de repres apena Duran . o funçã do Estado ricos, que tinha sovietes convocou a Duma revolução, os s e burgueses nobre da de ia as tropas uma maior a convocação controlaram uer momento. ortes democracia com ordem pública e locais, os transp s. dissolvida a qualq uma aparente es de experimentou todos os debat clima de rivalidades e as comunicaçõe Até 1916, a Rússia Duma, o governo proibiu em um a mergulhavam a quarta Guerra Mundial. Duma. Após boa parte da Europ que culminou na Primeira e Rússia A constitucional. al e militarismo exaltação nacion imperialistas,

nosso mento idera do o ém foi cons hora s de Ilega l tamb núme ro de dimin uir o estabelecer ao czar – 1905 pedid o de por dia; de oito horas nto; de e trabalho até lho em conju rios da cidad nosso traba nas) [...]. o preço do ações (ofici ! Nós, os operá eres, nossos instal s stade ilega l, Maje nossa s mulh es, tudo era melhorar as s a V. sburgo, nossa . [...] nosso s patrõ de São Peter inválidos, viemo Segu ndo os eram um crime voz s velhos pais Caímos s pedidos r a filhos e nosso a e proteção. todos os nosso se atrev e eleva procurar justiç sobrecarregam-nos operária de nós que Majestade os, Qualq uer ém sses da classe oprimem-n a dos intere . am-nos; ningu na miséria, defes exílio insult a , o para para esmagador s tratados como o, mandado de trabalho é encarcerad o homem. Somo seu janeiro de 1905. te de nós em temen 8-21 ida em reconhece tar pacien Petição redig devem aguen escravos, que Queirós (Org.). destino e calar! Kátia M. de história , somo s MATTOSO, amargo e triste o estudo da no! Porém entos para os o desti São Paulo: Textos e docum o abism o da a: 1789-1963. E ague ntam mais para Ensaios) contemporâne . 1. (Coleção s cada vez ignorância comp elido p, 1977. p. 140-14 direito, da Hucitec/Edus ausência de esmagam, miséria, da ariedade nos arbitr de a e fim ao O despotismo Chegamos ões nos afogando. da paciência Quest limite e estamos O nto ão da class, Majestade! era a situaç mos nesse momever nossas força XX? petição, qual o, pois chega er a 1. Segundo a início do século foi ultrapassad rível morr na Rússia no ntaque é prefe ortáveis. E se operária dicações aprese terrív el em entos insup pais reivin s aos m-se sofrim 2. Cite as princi rios em 1905. lho e declaramo lhar prolongare onamos o traba dicações das pelos operá çaremos a traba então aband que essas reivin es que não come nossos pedidos. [...] o czarista. fique a reação govern nossos patrõ Identi os no 3. ito e m satisfe nos patrões s os nosso s provocaram antes que tenha o era que de dificuldade tipo pedid s que eiro o, nossa Noss o prim conosco, as 4. Na sua opiniã enfrentam hoje? es inassem, junto recusado trabalhador patrões exam o isso nos foi este es; mas mesm nos reconhece necessidad que a lei não [...], achando direito.

Compreendendo o

do texto e na imagem racterize breveme , cante o vestuário feminino da aristocracia inglesa no século XVIII. social do vestuári o na sociedade inglesa do século XVIII?

– GALERIA NACIONAL

de 1998.

REPRODUÇÃO

de 19 de fevereiro Penal e Lei 9.610

3. “O corpo parecia ter-se

tornado um brinque com o qual era do divertido brincar” . A frase de Richard Sennett utilizada para definir po no século XVIII o coraplica-se aos dias de hoje? Justifique.

308

História: das cavernas ao terceiro milênio

operários Petição dos

4 40.4 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

As reformas de base e o golpe militar Durante seu governo, apoiado pela esquerda e pelos grupos nacionalistas, Jango lançou as chamadas reformas de base, que abrangiam educação, política agrária, tributação, habitação e sistema bancário.

As reformas de base

461

Analise o documento A seção propõe a análise de diversos conteúdos (textos historiográficos, fontes históricas, mapas e imagens), que auxiliam a compreensão do assunto estudado.

Sob essa ampla denominação de ‘reformas de base’ estava reunido um conjunto de iniciativas: as reformas bancárias, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária. Sustentava-se ainda a necessidade de estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das Forças Armadas, como marinheiros e os sargentos, e defendiam-se medidas nacionalistas prevendo uma intervenção mais ampla do Estado na vida econômica e um maior controle dos investimentos estrangeiros no país, mediante a regulamentação das remessas de lucros para o exterior. O carro-chefe das reformas era, sem dúvida, a reforma agrária, que visava eliminar os conflitos pela posse da terra e garantir o acesso à propriedade de milhões de trabalhadores rurais.

Boxe Pequenos textos que apresentam informações complementares ao conteúdo do capítulo.

FERREIRA, Marieta de Moraes. As reformas de base. Portal FGV – Cpdoc. Disponível em www.cpdoc.fgv.br. Acesso em 6 jun. 2012.

Multidão presente ao Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em defesa das reformas de base do governo João Goulart, em 13 de março de 1964. C. BOSCO/ACERVO UH/FOLHAPRESS

e Lei 9.610 de

Senhora Graham, óleo sobre tela de Thomas Gainsborough, 1777. Observe como a roupa, o penteado e a maquiagem dessa mulher inglesa são elaborados e evidencia condição social. m a sua

texto

1. Com base na leitura 2. Qual era a função

CAPÍTULO 40

do Código Penal

Art.184 do Código

SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companh ia das Letras, 1988. p. 89-90.

Analise o docu

proibida. Art.184

DA ESCÓCIA, EDIMBURGO

Há dois séculos, sair às ruas de Londres de Paris era algo ou manipulado a fim de conter os mais precioso s indicadores do estrato social: criados eram facilmen te discerníveis de lhadores manuai s. O tipo de trabalho trabaser lido a partir poderia das roupas específi cas adotadas pelos ofícios, bem como se reconhe ceria o status de um trabalhador dando-se uma olhada em certas fitas e rápida botões que usava. Nas posições médias da sociedad e, advogados, guardamercadores usavam livros e decorações, perucas distintivas. Os ocupant e fitas es da sociedade aparecia das posições superiores m na rua em trajes não apenas os distingu que iam das ordens inferior como também domina es vam a rua. [...] Os trajes da burgues ia e da elite mais abastada intrigariam os olhares modernos. Havia manchas de pigmentos vermelh os espalhadas pelo ou pela testa, ou nariz em volta das faces; as perucas eram enormes e trabalhadas; o mesmo com os toucados ocorria femininos, que, além disso, continham modelos de navios, bastante minuciosos, entremeados aos cabelos, cestos de frutas, ou até mesmo cenas históric as representadas por ras em miniatura. [...] Usavam-se máscara figusomente pelo prazer s, mas de tirá-las com frequên O corpo parecia cia. ter-se com o qual era divertid tornado um brinquedo o brincar.

As propostas de reforma agrária apresentadas pelos setores de esquerda assustaram os grandes proprietários de terra. Outros projetos acentuaram a desconfiança das elites empresariais, burocráticas e militares, que passaram a tramar um golpe contra o presidente. Os opositores de Jango viam com apreensão as propostas do governo, temendo as consequências das reformas, se implementadas. As forças reacionárias organizaram-se em torno do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), criado em 1961; do Instituto de Ação Democrática (Ibad), fundado no final dos anos 1950; e da Escola Superior de Guerra (ESG), fundada em 1949 por ex-integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Civis e militares uniram-se contra o “perigo vermelho”, ou seja, contra as reformas de base, que simbolizariam a ideologia socialista. Do lado de Jango colocaram-se o PTB, setores nacionalistas, líderes sindicais urbanos e os partidos de esquerda. Com o apoio desses grupos, Jango procurou fortalecer seu governo, realizando uma série de comícios pela aprovação das reformas de base. Após um comício realizado em 13 de março de 1964, Jango comprometeu-se com o programa reformista e acirrou o clima de radicalização política vivido pela sociedade brasileira.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

19 de fevereiro

de 1998.

CAPÍTULO 35

A Primeira Guerra

Texto complementar Ao final de alguns capítulos, esta seção apresenta textos interdisciplinares, que estabelecem relação entre o passado e o presente, aprofundando o estudo de assuntos abordados.

No século XVIII, as movimentadas ruas da Inglaterra olhos dos visitant eram um verdade es. Como mostra iro espetáculo aos o texto a seguir, as vestimentas tinham especial na socieda importância de inglesa.

Reprodução proibida.

Glossário Esclarece o significado de termos importantes para a compreensão do texto.

Reprodução

ntar O corpo é um mane quim

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ao terceiro milênio

Texto compleme

A tensão atingiu seu auge em 31 de março de 1964, com a deposição de João Goulart. A partir daquele momento, o país ingressou em um longo período de autoritarismo.

Lembre-se

Lembre-se Síntese do capítulo, organizando em tópicos os principais assuntos abordados.

Durante seu segundo governo, Getúlio Vargas criou a Petrobras, órgão que permitiu ao Estado controlar fontes de energia estratégicas para o desenvolvimento do país. No governo de Juscelino, a cidade de Brasília foi construída e inaugurada como a nova capital do Brasil. Nesse período, cresceu a entrada de capitais

estrangeiros no país, impulsionando a industrialização, principalmente no ramo de automóveis e eletrodomésticos. As propostas reformistas do governo de Jango foram mal recebidas pela elite política brasileira, o que contribuiu para a ascensão dos militares ao poder por meio do golpe de 1964.

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Aprenda mais

Mar Báltico Ásia central

Rota comercial terrestre

A formação de grandes impérios durante a Idade do Bronze (c. 3000 a 1100 a.C.) e a distribuição desigual de recursos, principalmente de metais, impulsionaram o fluxo de pessoas e mercadorias. Um dos resultados desse comércio de longa distância foi o intercâmbio cultural entre os povos do Mediterrâneo.

maiores proezas da arqueologia subaquática.

África tropical

Os círculos coloridos no mapa indicam regiões que produziam ou distribuíam itens como os encontrados no Uluburun, segundo o tipo de material: Pedras Metais

O comércio no Mediterrâneo

Em 1982, o mergulhador Mehmed Çakir encontrou vestígios de um naufrágio na costa da Turquia: o navio Uluburun, nome da região onde foi a.C. encontrado, havia naufragado no século XIV Os objetos encontrados na embarcação nos oferecem da pistas sobre o comércio realizado entre os povos das Antiguidade, o que faz dessa descoberta uma

Aprenda mais Infográficos que facilitam o entendimento de assuntos importantes relacionados ao tema da unidade na qual são apresentados.

Mar Mediterrâneo

Provável rota do navio Uluburun Rota comercial marítima

A descoberta do Uluburun

Vidros

Cerâmicas Madeira e outros produtos

O navio, que provavelmente se dirigia à Grécia, tinha capacidade para transportar 20 toneladas e media 15 metros.

MAR NEGRO

SARDENHA

GRÉCIA MICÊNICA

SICÍLIA

Este infográfico será explorado nas Atividades

MAR EGEU

MAR JÔNICO

Muitos produtos transportados pelo Mar Mediterrâneo vinham de regiões distantes, como o Mar Báltico, a Ásia central e a África tropical.

IMPÉRIO HITITA

Como encontrar um objeto digital indicado na remissão:

MITANI ASSÍRIA LOCAL DO NAUFRÁGIO

As rotas comerciais e a negociação de mercadorias serviam também como canais de trocas culturais e artísticas. No Uluburun havia objetos de doze culturas diferentes da Idade do Bronze, o que indica a intensidade das relações entre os povos do Mediterrâneo nesse período.

na Murat Tilev, arqueólogo náutico turco, trabalhando retirada das placas de cobre transportadas pelo Uluburun.

CRETA MAR MEDITERRÂNEO

CHIPRE

FENÍCIA

BABILÔNIA CASSITA

Encomenda dos reis

no Uluburun, foram Para a retirada dos 18 mil artefatos encontrados entre 1983 e 1994. necessários cerca de 23 mil mergulhos, realizados locais de origem. Veja abaixo alguns desses objetos e seus prováveis

77 cm

Durante o Novo Império no Egito, os faraós estenderam seus domínios até a Síria e a Fenícia, onde rotas comerciais marítimas e terrestres se encontravam. Os faraós ofereciam proteção contra o Reino de Mitani e o Império Hitita e, em troca, obtinham privilégios comerciais dos governantes locais.

EGITO Marfim e madeira Madeira de ébano e marfim de elefante ou de hipopótamo, que chegavam a 25 centímetros (como o da foto), vinham da África tropical e eram transportados até o Egito. Presas de elefante também eram transportadas por caravanas vindas da Ásia central até a Fenícia. O ébano era utilizado na fabricação de móveis e de instrumentos musicais. O marfim servia para fabricar peças de decoração, recipientes para cosméticos, entre outras coisas.

Metais: preciosos para as guerras No Uluburun foram encontradas onze toneladas de cobre e estanho, metais utilizados para obter o bronze. A descoberta do processo de fabricação do bronze permitiu produzir armas e ferramentas mais resistentes. O metal encontrado pode ter sido fundido em Chipre ou Creta, os principais centros produtores e distribuidores, e transformado em placas, facilitando o transporte. 45 cm

53 cm a m ca âmi râmi râ erâ e Cerâmica Ce C uma resina e os e tterebentina, rããos grãos o grãos nho, inh Vinho, Vi V eram armazenados fu eerrfu perfumes, azer p az ra ffazer p ra pa usadaa para staa, originária da Fenícia. esta, mo ees om omo a ccomo oras for em ânforas

Número do capítulo

Encomenda das elites

Vidro Para facilitar o transporte, o vidro era fabricado em forma de pastilhas. O uso do cobalto, que dá esse tom azul, mostra a sofisticação da produção. As peças de vidro encontradas vieram provavelmente do Egito, o mais antigo produtor desse material.

16 cm

Selos diplomáticos Ao lado, o selo de Nefertiti, esposa do faraó Akenaton, feito em ouro, do século XIV a.C. Essa espécie de carimbo servia para validar acordos entre governantes, o que indica a possível presença de diplomatas na embarcação.

1,4 cm

O Uluburun transportava também mercadorias de altíssimo valor. Uma delas era o âmbar, uma resina de árvore solidificada, usada para fazer joias. Foram encontrados milhares de contas de âmbar como estas, que medem entre 0,2 e 2 centímetros e vinham da região do Báltico.

Nem mais, nem menos No Uluburun havia 149 pesos em três padrões de massa diferentes. Os comerciantes usavam pesos como este, em forma de esfinge, para transações de metais preciosos em balanças de pratos.

5,6 cm

Nova York: The Metropolitan Museum of Art, 2008; trade and diplomacy in the second millennium b.C. Fontes: ARUZ, Joan e outros. Beyond Babylon: art, Paris: Larousse, 2003. p. 7. 6 fev. 2012; DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Disponível em www.inadiscover.com. Acesso em

Institute of Nautical Archaeology.

79

78

18.1 Atividades

Visão do

ento

a) Identifique, com base

no texto, os motivos alegados para a privatizaçã o da empresa estatal.

da política de privatizaç ões no governo Fernando Henrique Cardoso.

c) Pesquise em jornais e revistas de economia a

situação da CVRD após

4. Defina:

2. Escreva um texto dissertativ o sobre a influência da imprensa na política durante o governo Collor. 3. Leia o texto abaixo sobre a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), empresa estatal de logística e prospecção mineral privatizada durante o governo FHC.

BENJAMIN, C.; BUENO,

R. O negócio do século. In: Atenção!, n. 10, 1997.

6. Na política atual, o marketing e as estratégia s de campanha são cuidadosa mente trabalhados por profissionais de diversos setores. Reveja conteúdos deste capítulo, pesquise e escreva um texto sobre o assunto.

• O ícone Visão do especialista:

Análise das fontes

18.1

7. Observe a imagem da página 583. Identifiqu ea cédula reproduzida e o contexto em que ela foi produzida.

Visão do especialista

A história e o tempo presente 8. Pesquise sobre a Constituiç ão de 1988, escolha um dos itens a seguir e escreva um comentári o sobre ele.

Técnicas de trabalho

Análise e comparação

a) Dos direitos e garantias

fundamentais (título II, capítulo I, da Constituiç ão).

b) Da educação, da cultura

VIII, capítulo III).

e do desporto (título

de imagens

c) Da família, da criança, do adolescente e do idoso (título

VIII, capítulo VII).

Objetivo 4) Descrever minuciosa mente as obras. Observe cena de cada uma e a descreva o que nelas está representado. Note qual é o tema principal que elas abordam. Descreva os detalhes dos elementos aparecem, como traços que físicos e expressões pessoas. Procure identificar das nas obras os recursos técnicos utilizados, como perspectiva, dimensões contraste e cores. ,

Realizar uma atividade de leitura, comparaçã análise de duas imagens oe diferentes que representa um mesmo tema. m

594

Procedimentos 1) Preparar o material para o registro de informaçõe observadas sobre cada s uma das imagens. Você deverá fazer anotações sobre cada uma das obras separadamente. 2) Pesquisar sobre a arte produzida durante a Idade Média e o Renascim ento. Faça um levantamento sobre aspectos da sociedade de cada período e procure informações sobre periodização, principais estilos, artistas, técnicas e temas. 3) Identificar o título, a técnica, o artista e o acervo ao qual as obras pertencem atualment e. Faça um breve comentári o a respeito do contexto produção e os principais da dados de cada uma das obras.

5) Reconhecer as semelhanç elas, a partir da descrição as e as diferenças entre das obras. 6) Elaborar um quadro síntese para organizar informações obtidas as na análise das obras.

Avaliação do trabalho

ilustração de Raban

Maur, em De Universo,

• O ícone Biblioteca do estudante:

CAPELA SISTINA,

A criação do homem,

de 1023.

Os temas religiosos do tanto a produção artística cristianismo inspiraram A análise de duas imagens sobre um na Idade Média quanto no Renascimento. mesmo tema – uma delas medieval Mas nesses dois momento e a outra renascenti representações tiveram permite-nos compreen s as sta – enfoques diferentes der alguns aspectos rante a Idade Média, . Dutantes da intrínseca imporo espaço preponder relação entre história ante que a Igreja Católica ocupava, assim como as permanên e arte, cias e as rupturas entre tanto no plano político como no social, se períodos distintos. As dois refletia diretamen obras de arte podem te nas maninos revelar festações artísticas. indícios de como se Já o estruturavam certas sociedades: a arte medieval teocêntricRenascimento subverteu a religião, a política e até mesmo a economia a. Inspirados no mundo clássico, os artistas momento em que do do Renascimento foram produzidas. traduziram Isso em suas obras as mudanças acontece porque os artistas, como membros de uma comunidaque vinham ocorrendo na sociedade daquela de produtora de valores, época. não são sujeitos dissociado das mentalidades e s do contexto em que viveram.

1.1 Criação de Adão, de

Michelangelo Buonarroti,

196

Biblioteca do estudante: Leitura complementar

afresco de 1510.

197

Questões de vestibulares e do Enem Questões selecionadas dos principais vestibulares do país e do Enem, que estão relacionadas aos temas trabalhados na unidade.

antroposobre a visão

religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.

002-007-HCVU-Apresentacao.indd 5

d) desenvolviment e) fortalecimento

a dos indígenas da América

manufatureira.

10. (Unicamp-SP)

Nas leis da Nova Inglaterra encontramos o germe e o desenvo lvimento da independência local. Na América pode-se dizer que o municíp io foi organizado antes da comarca, a comarc a antes do estado estado antes da eo União.

que ocorreu amplam ente com os indígenas da América inglesa. se dos indígen as da América inglesa por terem suas terras devolvidas.

d) diferenciaram-

e) resistiram, como os indígen as da América inglesa,

às doenças trazidas

pelos brancos.

da economia mercan til e

a) Cite duas caracter ísticas

da Nova Inglater

ra.

9. (UFF-RJ) A coloniza ção inglesa nas Treze Colônias da América

Alexis de Tocquevil

le.

da colonização

b) A partir do texto,

explique por que a Constituição dos Estados Unidos estabele ce o sistema federati vo.

, estruturada durante

Ampliando o conhec

imento

Leituras ARAÚJO, Kelly Cristina. África no Brasil. São Paulo: Scipione, 2004. O livro apresenta um estudo sobre as tradiçõe os costumes e a história s, dos povos africano s que vieram para o Brasil, e sua influência na formação da identidade nacional . KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formaçã o da nação. São Paulo: Contexto, 2001. (Coleção Repensando a história) Esta obra analisa o surgimento e o crescime nto dos Estados Unidos desde o período colonial até os conflitos finais com a metrópole britânica que resultaram na independ ência. LAS CASAS, Frei Bartolom eu de. O paraíso destruído brevíssima relação : da destruição das Índias. Porto Alegre: L&PM, 2001. Nesse livro, Frei Bartolom eu de Las Casas denunciou a violência da conquista da América pelos espanhóis.

246

de 1998.

inglesa.

o da grande propried ade

agrária.

b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto c) passaram pelo processo de mestiça gem,

244

Ampliando o conhecimento Sugestões de sites, vídeos e livros para ampliar o conhecimento acerca dos temas estudados da unidade.

c) proteção às culturas agrícola s do tabaco e do algodão.

a) foram submet idas a um process o de doutrinação

da América: Os indígenas r dos granamente no interio a) viviam pacific nos (inca, maia pré-colombia des impérios europeus, que a chegada dos e asteca) até indígenas e dicomunidades destruíram as s. pessoa es de os zimaram milhõ todos os períod conflitos em ab) atravessaram contra a domin ia, das lutas lombianos de sua histór s impérios pré-co conquisus ção dos grande frente aos europe es. à resistência ndent estados indepe as tadores e aos após política autonomia as repúpois c) conseguiram ais, ias nacion o independênc s permitiram o-americana os blicas hispan suprimiram comunitária, retorno à vida o. forçad ho tributos e o trabal

de obra escrava

africana. b) produção exclusiv a para o mercad o externo.

de 19 de fevereiro

a forma de ver expressa uma esO texto acima da América pelos colonização texto e de seus conquista e a da análise do so histórico: panhóis. A partir s sobre este proces conhecimento

Canclin 2007. Nestor García S. Paulo, 2 jul. O Estado de

os séculos XVII e XVIII, apresen tou características distinta s nas regiões norte e sul. Na região norte, destaca mos a(o):

a) utilização da mão

Filme A outra conquista Direção de Salvador

Sugestões de sites, vídeos e livros

Carrasco. EUA, 1998. 105 min.

México, 1520. Para sobreviver ao massacre do Grande Templo, o escriba asteca Topiltzin finge-se de morto escondido sob um cadáver. Após a saída dos espanhó ele encontra os corpos is, de seus familiares. Quando uma esquadra comanda pelo capitão Cristóba da l e pelo frade Diego descobre o sacrifício clandestino de uma maneiras de viver incompa princesa asteca, duas tíveis se defrontam. Site Casa das Áfricas www.casadasafricas.org .br Site que promove e incentiva estudos e atividad es relacionados às sociedad es africanas.

• O ícone Conteúdo multimídia: Remissão para animações, mapas Conteúdo multimídia: animados e trechos Renascimento de vídeos que complementam o estudo de alguns temas dos capítulos.

Penal e Lei 9.610

o López de. Historia GÓMARA, Francisc de documentos para a história a 1978. las Índias: coletâne São Paulo: Cenp, da América.

América inglesa quanto na portugu esa, as populações indígen as foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de coloniza as populações indígen ção das Américas, as da América portuguesa:

Art.184 do Código

ao redor de 12%. constituída por México, que está pleitear há um país como não há sentido a], das condições, as na Améric Dependendo [de estados indígen os tida a govern essa autonomia se ela ficar subme recursos especialmente em repassar interessados Há populações. que não estão dessas nto olvime ento indígena para o desenv mo e do movim mas mia, autono setores do zapatis a m É de fato pleiteia do integrar-se. boliviano que estão buscan tempo que buscam ao mesmo ciar movimentos globalizaimportante diferen as no mundo o dos indígen entalistas, maior inserçã ados, fundam entos extrem mesmo do, de movim qualquer preço, autonomia a indígenas. que querem a os mais isolar ainda ta a que ela venha i em entrevis

Remissão para as ferramentas digitais (orientações para utilização), leituras complementares e sugestões de sites, vídeos e livros.

• O ícone Lista de exercícios:

Reprodução proibida.

e o encondo texto analis A partir da leitura e ameríndios no processo eus mutro entre europ destacando as da América, que de conquista s e culturais micas, sociai danças econô ambos. de vida a afetaram ém que ningu Assim, não pense e a liberdade 2. (UFU-MG) , os bens poder o s lhes conceforam tirado e sim que Deus (dos indígenas): aos espanhóis, e de pertencerem deu a graça e que os tratam am cristãos que os tornar como digo. […] exatamente da candeia e os consideram es o uso do ferro o que saibam Ensinaram-lh moedas para […]. Deram-lhes m, o que devem e o que vende e ciênque compram latim es Ensinaram-lh e e possuem. toda a prata mais do que com cias, que valem am. Porque, que eles tomar ente hotodo o ouro eiram tos, são verdad m muito conhecimen nem todos tirava mens, e da prata proveito. general de

ção de 60% da popula

Reprodução

F. Navegar GARCIA, L. 1987. p. 62. São Paulo: Atual,

à para responder o texto abaixo

com mais E “Há países índios, e Guatemala. como Bolívia

de 1998.

3. (PUC-SP) Leia questão.

de 19 de fevereiro

cêntrica do autor, hóis e indíge ais de espan os valores cultur os no texto. nas são tratad princiuma das três e caracterize istadas peb) identifique indígenas conqu incas —, ou pais sociedades s — maias, asteca los espanhóis organizavam viviam e se o imediatamostrando como amente no períod social e politic or à conquista. mente anteri

Penal e Lei 9.610

? Onde foram índios e os negros zona Têm alma os marinhos e a is monstros queimar? Cadê parar os terríve or, capaz de tudo tórrida do Equad os e infiéis consepovos bárbar s o caos? Por que as? Como pessoa lar tantas riquez tanta acumu guiram uem aparentar ingênuas conseg viver sem o tão simples e pode gente essa felicidade? Como essa indiferença, Quem explica os to nós matam verdadeiro Deus? pelo ouro, enquan tem razão — esse desprezo quem Afinal, ele? por e morremos eu? nós? Que sei séesses povos ou europeus do perguntas que os Essas foram descobriment . Os grandes de profundas culo XVI se fizeram de uma série por marítimos, frutos toda a Europa, geraram, es em Europa e transformaçõ is na própria radica ças sua vez, mudan descoberto. em todo o mundo é preciso. AMADO, J.;

Lista de Li exerccios

tário a) faça um comen destacando a forma como

REPRODUÇÃO

ibulares e do Enem

do Código proibida. Art.184

Questões de vest

Remissão para roteiros para análise detalhada de textos, pinturas ou documentos utilizados na seção Reflita e responda do livro impresso.

Exponha o quadro síntese com as informações cada uma das obras de em sala de aula. Debata suas conclusões com os colegas e o(a) professor(a). Aprofunde a discussão abordando a influência de aspectos políticos e econômico sociais, s na arte de cada período estudado nessa atividade. Você pode repetir o exercício com outros tipos de imagens e objetos (fotografia s, mosaicos, esculturas, gravuras, histórias em quadrinhos etc.).

VATICANO

Técnicas de trabalho No final de cada unidade, esta seção traz propostas orientadas de realização de pesquisas, entrevistas e seminários, entre outras.

o seguinte texto. 1. (UFG-GO) Leia

Número do objeto digital

fevereiro de 1998.

sua realização?

recebeu? Qual foi a bilheteria alcançada dentro do país?

político-cultural? Quais foram os resultados?

NÁPOLES

a) Que contexto político-cu ltural possibilitou b) Que prêmios o filme

c) Que outra obra se beneficiou do mesmo contexto

ABADIA DE MONTECASSINO,

Estranho país, o Brasil. Em todos os povos e épocas, os vendedore s apregoam as excelências do seu produto. Aqui, não. E, mesmo assim, a notícia da privatização da Vale mobilizou pelo menos dez grandes grupos empresariais, quase todos estrangeiros […]. Os potenciais comprador es não partilham das avaliações negativas. ‘A Vale é uma empresa de primeiríssima linha, não conheço no mundo nada igual, o grupo é completo’, declarou o britânico Nicholas Hurd, diretor do Banco Flemings. […] A revista Euromoney coloca a Vale em primeiro lugar na lista das Top companies in Brazil, que inclui empresas privadas. ‘Apesar de controlada pelo governo, a CVRD se afasta da ideia corrente que se faz de uma estatal. É uma organizaçã o bem administrada, lucrativa e forte financeiram ente’.

d) Comissão Parlament ar de Inquérito (CPI). e) Impeachment.

5. O filme Central do Brasil, do diretor Walter Salles, recebeu vários prêmios internacionais, e foi sucesso de público e de crítica tanto dentro quanto fora do país. Com base em seus conhecimentos e por meio de uma pesquisa, responda.

A privatização da CVRD

O governo brasileiro pretende vender a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) nos próximos meses […]. O ministro Pedro Malan, da Fazenda, […] quer abater a dívida pública, hoje em torno de R$ 180 bilhões e cujo crescimento é de uma Vale a cada dois meses, por conta das taxas de juros. […] Mendonça de Barros [presidente do BNDES] declarou no Senado que a Vale era um mau negócio para o seu controlador. […] Foi logo acompanhado pelo deputado Roberto Campos [...] ‘A empresa é medíocre no contexto internacional. É uma péssima aplicação financeira. Sua privatizaçã o é um teste de firmeza e determinação do governo na modernização do Estado.’ […]

a privatização.

e Lei 9.610 de 19 de

a) Inflação. b) Plano Collor. c) Plano Real.

Nome da especialista pasta

Atividades No final de cada capítulo, as questões estão organizadas em níveis progressivos de dificuldade para avaliar o aprendizado.

b) Com base no texto e no capítulo, discuta os resultados

Art.184 do Código Penal

Explorando o conhecim

1. Apesar da derrota da emenda das eleições diretas, o período de redemocra tização do Brasil caracterizou-se por rupturas com o passado político. Aponte elementos de ruptura: a) no aspecto político-pa rtidário. b) no aspecto constituci onal.

Reprodução proibida.

HISTÓRIA

Lista de exercícios

No final de cada unidade, remissão para questões selecionadas dos principais vestibulares do país e do Enem.

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Organização do DVD O conteúdo digital disponível no DVD está organizado em pastas que facilitam sua navegação:

História: das cavernas ao terceiro milênio DVD-ROM

VISÃO DO ESPECIALISTA

CONTEÚDO MULTIMÍDIA

BIBLIOTECA DO ESTUDANTE

LISTA DE EXERCÍCIOS

Animações

Leituras complementares

Vídeos

Ferramentas digitais: como usar

Sugestões de sites, vídeos e livros

HISTÓRIA

DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO

HISTÓRIA

DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Patrícia Ramos Braick Myriam Becho Mota

VISÃO DO ESPECIALISTA • Leitura de imagem UNIDADE 2 A construção dos sentidos Capítulo 10 A civilização bizantina

VISÃO DO ESPECIALISTA 10.2 Leitura de imagem

Mosaicos bizantinos

bizantina, usada para reprePara muitos historiadores, o mosaico foi a mais alta expressão artística cristã. sentar o poder dos imperadores e os valores religiosos da religião da Catedral de Santa Sofia, em A imagem a ser analisada faz parte do acervo de mosaicos do museu Istambul, na Turquia.

Roteiro de análise do mosaico Características técnicas da imagem

pedras ou vidros coloridos numa Os mosaicos são imagens criadas pela colocação de pequenas superfície de gesso ou argamassa. de cal, areia e óleo para Essas pedras, justapostas na superfície, recebem uma camada composta e beleza à imagem. O resultado é preencher os espaços entre as peças e proporcionar maior aderência

uma obra que se parece muito com uma pintura. para decorar as paredes e abóO mosaico atingiu o seu auge entre os bizantinos. Usavam essa arte espaços. badas das igrejas, dando um tom colorido e de esplendor aos seus a frontalidade dos personagens Destacam-se outras características na construção dos mosaicos: cristã para retratar as figuras divinas retratados e a convenção determinada pelos sacerdotes da igreja e a realeza bizantina.

Personagens do mosaico

a Virgem carregando no colo Aparecem quatro personagens representadas no mosaico: ao centro, e à sua esquerda, a imperatriz Irene. o Menino Jesus; à sua direta está o imperador João II (1118-1143)

Acontecimento representado no mosaico

Jesus. A cena mostra o casal de imperadores com presentes para o Menino parecida ao casal de imperadores. A virgem e o Menino Jesus são representados de maneira muito adornam a cabeça de todos na cena. Isso pode ser visto nas vestimentas luxuosas e nas auréolas que a santidade da Virgem. O mosaico As auréolas nos imperadores lhes atribuem uma aproximação com abaixo da Virgem e do Cristo, reforça a reverência do casal de imperadores ao colocá-los ligeiramente que estão na parte central da cena.

A importância do mosaico como documento histórico

ajudar a entender como pensaAlgumas das características apresentadas nos mosaicos podem nos vam os bizantinos. ao poder e ao caráter A reprodução frontal está associada à identificação imediata dos imperadores e do Cristo está relacioVirgem da lado ao XII século do divino. A representação de um casal imperial e a sua autoridade à origem divina. nada ao interesse do Império em associar o imperador ao sagrado aos imperadores. divindade de conotação dar pretendia Assim, possivelmente, o artista desse mosaico

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Patrícia Ramos Braick Myriam Becho Mota

DVD do aluno

1

DVD do aluno

VISÃO DO ESPECIALISTA

• Leitura de texto

UNIDADE 5 A era das revoluções Capítulo 24 Das Revoluçõe s Inglesas

à Revolução Industrial

1

VISÃO DO ESPECIALIST A 24 . 3 Leitura de texto

A rotina das fábricas duran te a Revolução Industrial

Em meados do século XIX, diversos jornais e mesmo a situação dos trabalhad o Parlamento inglês procurara ores das fábricas no país. m investigar A iniciativa resultou em depoimentos e análises um acervo com vários sobre as condições de trabalho dos operários. Um desses 1849, será analisado a seguir. depoimentos, de

Roteiro de análise do texto

Tema tratado no texto

O texto é resultado de um depoimento do operário John Birley ao jornal The em 19 de maio de 1849. Ashton Chronicle, feito Nessa entrevista, Birley apresenta algumas caracterí trabalho a que eram expostos sticas das condições de os trabalhadores da fábrica em que trabalhava.

Tipo de texto Trata-se do depoimento que narra a situação dos operários procura apresentar detalhes durante a Revolução Industrial do modo como eles eram . O narrador tratados na fábrica.

Etapas do depoimento

Birley inicia o depoimento afirmando que o turno de trabalho se estendia a 16 chegando a 18 horas aos ou 17 horas diárias, sábados. Além disso, muitas vezes os trabalhadores deviam balho, aos domingos, para limpar as máquinas. ir ao local de traO operário destaca que o turno de trabalho se iniciava apenas entre oito e nove às cinco da manhã, mas horas. Serviam mingau de o café era servido cereais com água, bolo de Como trabalhavam até tarde, aveia e cebolas. o jantar era feito na fábrica. leite e panquecas, e devia Cada trabalhador recebia encaminhar-se imediatamente uma caneca de ao trabalho, sem poder sequer fazer a refeição. se sentar para

Palavras-chave do texto

Turno de trabalho, café da manhã e jantar nas fábricas sintetizam os aspectos tratados e exploração do trabalhad or são termos no texto.

Análise do texto como docume nto histórico

que

O depoimento evidencia a exploração à qual o trabalhad Revolução Industrial. or era submetido nas fábricas durante a John Birley é claro em demonst rar que o operário era exposto jornadas estressantes e a a situações precárias de alimentação inadequada. trabalho, a Por se tratar do depoime nto de um operário, o texto é o retrato da visão que tinham sobre as suas próprias esses trabalhadores condições de trabalho. Por isso, podemos observar a que ele nos fornece. riqueza dos detalhes Ao que parece, a intenção de Birley era apresentar às pessoas que não conhecia (possivelmente a maioria m a realidade da fábrica dos leitores do jornal que o entrevist operários e a situação de exploração a que eram submetid ava) a forma como se dava o trabalho dos os.

Visão do especialista Roteiro para análise detalhada de imagens ou textos utilizados na seção ‘Reflita e responda’ do livro impresso. Os textos contextualizam a produção da obra selecionada, permitindo melhor entendimento de seu conteúdo.

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HISTÓRIA

Conteúdo multimídia:

DVD do aluno

BIBLIOTECA DO ESTUDANTE • Leitura complementar UNIDADE 7 Capítulo 37

A crise do modelo liberal A Segunda Guerra Mundial

BIBLIOTECA DO ESTUDANTE 37.3

Animações, mapas animados e trechos de vídeos que facilitam a fixação de conteúdos e enriquecem o estudo de alguns temas dos capítulos.

1

US AIR FORCE/SPL/LATINSTOCK

DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Patrícia Ramos Braick Myriam Becho Mota

Leitura complementar

A bomba atômica

• Animações

O projeto de criação desse armamento que assombrou o planeta foi levado à frente pelos Estados Unidos ao longo da Segunda Guerra Mundial. O texto a seguir, de Flavio Fiorani, descreve a criação da bomba atômica, desde a sua ideia inicial até os testes bem-sucedidos no deserto norte-americano, cerca de um mês antes do bombardeio às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Explosão da bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945. Essa foi a primeira vez na história que uma arma com tamanho poder de destruição foi usada em uma guerra, matando milhares de pessoas.

O Projeto Manhattan: a criação da bomba atômica

No dia 2 de agosto de 1939 o físico alemão Albert Einstein, que emigrara para os Estados Unidos, envia uma carta ao presidente Roosevelt informando-o sobre a possibilidade de que a Alemanha nazista chegue em breve a construir uma arma mortal, explorando o processo de fissão atômica. Einstein incita o presidente a iniciar um programa de pesquisa que assegure a primazia ao Ocidente. Só no verão de 1942 o governo americano lança o grandioso Projeto Manhattan, que será dirigido pelo general Leslie Groves, auxiliado pelo físico J. Robert Oppenheimer. Em 2 de dezembro de 1942 um grupo de pesquisadores dirigido pelo italiano Enrico Fermi experimenta a reação nuclear em cadeia. Uma cidade-laboratório que abrigará 65.000 pessoas é construída em Los Alamos, no Novo México. No mais estrito segredo, no início de 1943 começa o estudo de como construir a bomba, que ficará pronta no começo de 1945, quando é praticamente certo que os alemães estão bem longe de semelhante resultado. O primeiro exemplar experimental da bomba de plutônio é feito no deserto de Alamogordo em 16 de julho de 1945, com a capitulação alemã já ocorrida. ‘Os bebês nasceram bem’: esta mensagem em código informou Truman na Conferência de Potsdam de que a experiência teve pleno êxito.

FIORANI, Flavio. História ilustrada da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Larousse Cultural, 2009. p. 268.

Biblioteca do estudante • Leituras complementares. Textos extraídos de livros, jornais e revistas que trazem diferentes pontos de vista relacionados a temas tratados nos capítulos do livro impresso.

• Mapas animados

• Ferramentas digitais: como usar. Orientações para uso das principais ferramentas do mundo digital, que podem contribuir para os estudos em sala de aula ou para a realização de pesquisas escolares. • Sugestões de sites, vídeos e livros. O material indicado visa ao aprofundamento do estudo dos temas tratados nos capítulos.

História

das cavernas ao terceiro milênio Patrícia ramos Braick myriam Becho mota

dvd do aluno

lista de exercícios UNIDADE 6 a transição para o século xx

1

lista de exercícios Unidade 6

capítulo 30

a transição para o século xx

o governo de d. Pedro i e o período regencial

1. (Vunesp)

Brasileiros! Salta aos olhos a […] perfídia, são patentes os reiterados perjuros do imperador, e está conhecida a nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de governo defeituoso em sua origem e mais defeituoso ainda em suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as instituições humanas são feitas para os povos e não os povos para elas. Eis, pois, brasileiros, tratemos de constituir-nos de um modo análogo às luzes do século em que vivemos […], desprezemos as instituições oligárquicas, só cabidas na encanecida Europa.

Manifesto dos Revolucionários da Confederação do Equador, 1824.

Com base no texto, indique: a) o tipo de governo qualificado como defeituoso. b) o sistema de governo proposto pelos revoltosos.

2. (Ufes)

“O banco que financiou a independência

O Rothschild é o mais antigo banco de investimentos do mundo […]. Foram os Rothschild que deram o primeiro financiamento ao Brasil independente, em 1825.

O Globo. Rio de Janeiro, 21 set. 1998.

c) acordo sobre compensações, que previa o pagamento a Portugal de uma indenização em libras esterlinas em troca do reconhecimento da independência do Brasil. d) rompimento de relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos, que não concordaram com as taxas alfandegárias, medida que resultou na diminuição da receita tributária do país. e) aumento do déficit público causado pelas despesas com a defesa das fronteiras brasileiras, devido às rivalidades políticas com a França.

• Trechos de filmes

3. (Mackenzie-SP) Do ponto de vista político, podemos considerar o período regencial como: a) uma época conturbada politicamente, embora sem lutas separatistas que comprometessem a unidade do país. b) um período em que as reivindicações populares, como direito de voto, abolição da escravidão e descentralização política, foram amplamente atendidas. c) uma transição para o regime republicano que se instalou no país a partir de 1840. d) uma fase extremamente agitada, com crises e revoltas em várias províncias, geradas pelas contradições das elites, classe média e camadas populares. e) uma etapa marcada pela estabilidade política, já que a oposição ao imperador Pedro I aproximou os vários segmentos sociais, facilitando as alianças na Regência.

4. (Mackenzie-SP) Assinale a afirmativa que completa corretamente o texto.

O texto refere-se à dívida externa do Brasil no Primeiro Reinado, contraída com banqueiros ingleses, quase sempre com a casa Rothschild. O Brasil começava sua história como país independente acumulando dívidas com banqueiros internacionais, situação ligada, entre outras, à/ao: a) legislação que visava à contenção das importações de supérfluos, o que causava prejuízos aos comerciantes. b) redução do tráfico de escravos no Brasil, especialmente para o Nordeste, em troca do direito de os comerciantes brasileiros abastecerem com exclusividade algumas colônias inglesas, fato que endividava o país.

As causas da eram anunciadas por Bento Gonçalves no manifesto de 29 de agosto de 1838, denunciando as altas tarifas sobre os produtos regionais: ouro, sebo, charque e graxa, política esta responsável pela separação da província de São Pedro do Rio Grande do Sul da Comunidade Brasileira.

a) Cabanagem. b) Sabinada. c) Balaiada. d) Confederação do Equador. e) Farroupilha.

Lista de exercícios Questões adicionais do Enem e dos principais vestibulares nacionais, organizadas por unidades.

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Conteúdo do DVD Visão do especialista • Introdução 1.3: Leitura de texto: O registro do tempo • Unidade 1 2.4: Leitura de texto. As primeiras cidades 3.3: Leitura de imagem. Arte na Pré-história 4.3: Leitura de texto. A mulher egípcia 5.1: Leitura de imagem. Gravura Moisés com as tábuas da lei, de Gustave Doré 6.2: Leitura de texto. A escravidão em Atenas 7.3: Leitura de imagem. Escultura Augusto de Prima Porta • Unidade 2 8.3: Leitura de texto e imagem. A vassalagem 9.2: Leitura de texto. Mil e uma noites e o velho pescador 10.2: Leitura de imagem. Mosaicos bizantinos 11.3: Leitura de imagem. O triunfo da morte, de Pieter Bruegel 12.3: Leitura de texto. O Príncipe, de Maquiavel 13.2: Leitura de imagem. A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio 14.1: Leitura de texto. Livro das Maravilhas, de Marco Polo • Unidade 3 15.1: Leitura de imagem. A catequização dos índios 16.1: Leitura de texto. As primeiras impressões dos africanos sobre os europeus 17.1: Leitura de imagem. A arte barroca na América espanhola 18.2: Leitura de imagem. O dia de Ação de Graças • Unidade 4 19.1: Leitura de imagem. Um mapa da América do Sul 20.3: Leitura de texto. A importância da monocultura e do tráfico negreiro na vida colonial 21.3: Leitura de imagem. A obra de Carlos Julião 22.3: Leitura de imagem. A obra de Henry Chamberlain • Unidade 5 23.3: Leitura de texto. O nascimento da moderna economia política 24.3: Leitura de texto. A rotina das fábricas durante a Revolução Industrial 25.3: Leitura de imagem. O pintor da Revolução 26.3: Leitura de imagem. O pintor da independência 27.1: Leitura de imagem. Uma pintura sobre os inconfidentes 28.4: Leitura de imagem. A união dos trabalhadores do mundo 29.2: Leitura de texto. Um olhar sobre a Comuna

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• Unidade 6 30.3: Leitura de imagem. A abdicação de d. Pedro I 31.1: Leitura de imagem. O fotógrafo da casa imperial 32.4: Leitura de texto. Um intelectual da esquerda latino-americana • Unidade 7 33.3: Leitura de texto. A transformação do Japão 34.4: Leitura de imagem. Uma das maiores representantes da arte moderna no Brasil 35.3: Leitura de imagem. Maiakovski, um entusiasta da Revolução 36.2: Leitura de imagem. O pintor da solidão 37.2: Leitura de texto. Uma declaração de guerra 38.2: Leitura de imagem. Vargas: o pai dos pobres? • Unidade 8 39.3: Leitura de imagem. As imagens da Guerra do Vietnã 40.3: Leitura de imagem. As caricaturas políticas 41.1: Leitura de imagem. Os líderes de Sierra Maestra 42.1: Leitura de texto. Um deputado contra a repressão • Unidade 9 43.3: Leitura de imagem. Tanques soviéticos na Hungria 44.2: Leitura de imagem. O movimento dos “caras-pintadas” 45.2: Leitura de imagem. O apartheid 46.2: Leitura de imagem. As favelas brasileiras

Biblioteca do estudante Leituras complementares • Capítulo 1 1.1: O que é história? 1.2: O tempo cronológico e os calendários 1.4: Tempo histórico, tradição e mentalidade • Capítulo 2 2.1: A origem do homem 2.2: A Revolução Neolítica 2.3: A formação das cidades • Capítulo 3 3.1: A origem do homem americano 3.2: A descoberta de Luzia 3.4: Os povos dos sambaquis • Capítulo 4 4.1: A história da água e do homem 4.2: Os zigurates e as pirâmides 4.4: O papel das mulheres na sociedade cuxita

8/30/12 10:08 AM


• Capítulo 5 5.2: Os judeus no Brasil 5.3: As feitorias fenícias

• Capítulo 16 16.2: As práticas artísticas da África negra 16.3: As estruturas familiares das sociedades africanas 16.4: Os elementos religiosos da África negra

• Capítulo 6 6.1: Os Jogos Olímpicos na Grécia antiga e na atualidade 6.3: A civilização grega em tempo de guerra 6.4: Os rituais de iniciação dos meninos em Esparta e Atenas

• Capítulo 17 17.2: Os mecanismos da conquista 17.3: Os custos humanos da exploração dos metais 17.4: A luta dos índios e mestiços contra a opressão

• Capítulo 7 7.1: O mito de Rômulo e Remo 7.2: A questão agrária 7.4: A força do poder espiritual

• Capítulo 18 18.1: Os puritanos e o Novo Mundo 18.3: A herança colonial 18.4: A formação da França Antártica

• Capítulo 8 8.1: Rei Arthur: entre a lenda e a história 8.2: A Igreja e o Império: aliança entre o papa e os francos 8.4: A organização do senhorio

• Capítulo 19 19.2: O pau-brasil: um símbolo nacional 19.3: A força do governador-geral 19.4: O nascimento de uma cidade no Brasil colonial

• Capítulo 9 9.1: A expansão do Islã 9.3: O encontro entre duas culturas

• Capítulo 20 20.1: O feitor-mor do engenho 20.2: Ainda existem escravos no Brasil 20.4: As condições de penúria das tropas coloniais

• Capítulo 10 10.1: A origem do Império Bizantino 10.3: A arte bizantina 10.4: A queda de Constantinopla • Capítulo 11 11.1: As universidades medievais 11.2: A arquitetura medieval 11.4: As epidemias na Europa durante a Baixa Idade Média

• Capítulo 21 21.1: A atividade aurífera no Brasil atual 21.2: O queijo de minas, uma legítima iguaria brasileira 21.4: Uma intenção de revolta popular nas Minas Gerais • Capítulo 22 22.1: O Tribunal do Santo Ofício no Brasil 22.2: As irmandades leigas 22.4: As formas da escravidão no Brasil colonial

• Capítulo 12 12.1: A Reconquista da Península Ibérica 12.2: Os teóricos do absolutismo 12.4: As regras de etiqueta e o poder do rei absolutista

• Capítulo 23 23.1: A Revolução Científica do século XVII 23.2: A criação da enciclopédia 23.4: O despotismo esclarecido em Portugal

• Capítulo 13 13.1: A nova concepção das artes plásticas 13.3: Michelangelo: um gênio do Renascimento 13.4: Os protestantes no Brasil

• Capítulo 24 24.1: A oposição à esquerda de Cromwell 24.2: A ferrovia 24.4: Os quebradores de máquinas

• Capítulo 14 14.2: Marco Polo e o imaginário 14.3: Quem “descobriu” a América? 14.4: As doenças europeias e a morte indígena

• Capítulo 25 25.1: A Marselhesa e a Revolução Francesa 25.2: A execução do rei 25.4: A queda de Napoleão

• Capítulo 15 15.2: Os Tupi-guarani da América portuguesa 15.3: A antropofagia indígena 15.4: A cidade eterna dos astecas

• Capítulo 26 26.1: Um novo Tea Party? 26.2: A independência dos Estados Unidos: um balanço 26.4: A revolução negra haitiana

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• Capítulo 27 27.2: A construção do mito Tiradentes 27.3: Uma revolta de caráter popular 27.4: A abertura dos portos brasileiros • Capítulo 28 28.1: O anarquismo hoje 28.2: A mulher e o mercado de trabalho 28.3: Um dos maiores slogans políticos do século XX • Capítulo 29 29.1: Primavera dos povos e primavera árabe: uma analogia possível? 29.3: A criação do Vaticano 29.4: Os conflitos franco-germânicos • Capítulo 30 30.1: O contexto da independência 30.2: A maior liderança liberal de Pernambuco 30.4: Um levante muçulmano no Brasil

37.3: A bomba atômica 37.4: A sétima arte em tempos de guerra • Capítulo 38 38.1: 1930: reorganização das elites ou revolução política? 38.3: A música popular na Era Vargas 38.4: Um derby paulista para o PCB • Capítulo 39 39.1: O processo que deu início à Guerra Fria 39.2: O conflito coreano em momento decisivo 39.4: Nacionalismo e descolonização • Capítulo 40 40.1: O populismo argentino 40.2: A chegada da televisão ao Brasil 40.4: A República Populista e o golpe de 1964

• Capítulo 31 31.2: O conflito pela posse da terra no Brasil 31.3: O movimento abolicionista no Brasil 31.4: O imperador e a causa republicana

• Capítulo 41 41.2: As relações entre Cuba e Estados Unidos 41.3: A morte de Allende 41.4: A Frente Sandinista sobrevive?

• Capítulo 32 32.1: O Destino Manifesto e a identidade norte-americana 32.2: As raízes do racismo nos Estados Unidos 32.3: O cenário latino-americano pós-independência

• Capítulo 42 42.2: O movimento negro e a repressão 42.3: Os resultados econômicos da ditadura 42.4: Chico Buarque canta Apesar de você

• Capítulo 33 33.1: A percepção do mundo a partir da Segunda Revolução Industrial 33.2: Uma herança do neocolonialismo 33.4: Uma nova China: mais urbana, menos rural

• Capítulo 43 43.1: O fim do Estado soviético 43.2: A Copa do Mundo de 1990 43.4: A desagregação e a guerra civil na antiga Iugoslávia

• Capítulo 34 34.1: Florianópolis em homenagem a Floriano 34.2: As mulheres do cangaço 34.3: As primeiras organizações dos trabalhadores

• Capítulo 44 44.1: A morte de Tancredo Neves 44.3: A era FHC: um balanço 44.4: Os ritmos musicais reinventados no Brasil

• Capítulo 35 35.1: A tomada de Dardanelos 35.2: A família real russa 35.4: Gulag e o governo Stalin • Capítulo 36 36.1: A crise de 1929 e a crise de 2008: comparações 36.3: A arte sob o jugo do nazismo 36.4: Os movimentos neonazistas • Capítulo 37 37.1: Os novos armamentos: o tanque de guerra

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• Capítulo 45 45.1: As tentativas de paz 45.3: O neoliberalismo 45.4: A força dos Brics • Capítulo 46 46.1: A megacidade brasileira: São Paulo e seus problemas 46.3: O planeta cada vez mais quente 46.4: O progresso chinês gera mais poluição

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Ferramentas digitais: como usar • Excel 2010 • Firefox • Google • Google Earth • Google Maps • iGeom • Internet Explorer 9 • Power Point 2010 • Win Plot • Word 2010

Sugestões de sites, vídeos e livros

Conteúdo multimídia • Introdução Linha do tempo interativa • Unidade 1 História da escrita 300 de Esparta Roma • Unidade 2 O modo de vida medieval O islã na África O nome da rosa Renascimento Lutero 1492: a conquista do paraíso • Unidade 3 Os Tupi-guarani

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A conquista espanhola Hans Staden • Unidade 4 Expedições de apresamento • Unidade 5 Daens: um grito de justiça Robespierre Rio de Janeiro: a nova capital do império • Unidade 6 D. Pedro II Fazenda de café Amistad Mauá • Unidade 7 Primeira guerra mundial Anarquistas graças a Deus As vinhas da ira 1935: o assalto ao poder Segunda guerra mundial • Unidade 8 Dr. Fantástico Cultura nas décadas de 1950 e 1960 Batismo de sangue • Unidade 9 Discurso do presidente norte-americano Ronald Reagan Lula, o presidente Fahrenheit: 11 de setembro Uma verdade inconveniente

Lista de exercícios

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Sumário do livro Introdução • O fazer história Capítulo 1 A construção da história

17 18

Patrimônio da humanidade ------------------------------------------19 O que é história --------------------------------------------------------- 19 As fontes históricas -------------------------------------------------- 20 Lidando com o tempo ------------------------------------------------ 22 Divisão da história ocidental ---------------------------------------27 Texto complementar: Patrimônios do mundo --------------- 28 Atividades --------------------------------------------------------------- 29 Técnicas de trabalho: Visita a um museu --------------------- 30 Questões de vestibulares e do Enem --------------------------- 32 Ampliando o conhecimento ---------------------------------------- 32

Unidade I • Dos primeiros humanos 33 ao legado cultural do helenismo Capítulo 2 Da origem do ser humano à formação dos primeiros Estados

34

A origem do homem --------------------------------------------------35 A evolução humana ----------------------------------------------------36 Uma periodização questionável -----------------------------------37 O início da longa marcha humana: o Paleolítico -------------37 A Revolução Neolítica -------------------------------------------------38 A Idade dos Metais ---------------------------------------------------- 42 Atividades --------------------------------------------------------------- 44

Capítulo 3 A identidade do homem americano 45 A origem do homem americano ---------------------------------- 46 Sítios arqueológicos no Brasil -------------------------------------47 A Pré-história americana ------------------------------------------- 48 Texto complementar: A antropologia biológica ---------------50 Atividades ---------------------------------------------------------------- 51

Capítulo 4 Mesopotâmia, Egito e o Reino de Cuxe

52

A importância da água ------------------------------------------------53 Mesopotâmia: terra entre rios -------------------------------------53 Às margens do Nilo: o Egito ----------------------------------------58 Cuxe: o grande reino negro -----------------------------------------63 Texto complementar: A história da África e sua importância para o Brasil -------------------------------------------68 Atividades ----------------------------------------------------------------69

Capítulo 5 Hebreus e fenícios

70

Hebreus -------------------------------------------------------------------- 71 Fenícios --------------------------------------------------------------------75 Aprenda mais. A descoberta do Uluburun ---------------------78 Atividades --------------------------------------------------------------- 80

Capítulo 6 Grécia: berço da civilização ocidental 81 A cultura grega no mundo contemporâneo --------------------82 O mundo grego ----------------------------------------------------------82

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Esparta --------------------------------------------------------------------86 Atenas ---------------------------------------------------------------------87 Os gregos e os persas ------------------------------------------------89 As Guerras Greco-Pérsicas ---------------------------------------- 90 A Guerra do Peloponeso --------------------------------------------- 90 A conquista macedônica --------------------------------------------- 91 A cultura grega ---------------------------------------------------------92 Texto complementar: A escultura grega -----------------------95 Atividades ----------------------------------------------------------------96

Capítulo 7 O esplendor de Roma

97

A presença de Roma no mundo atual ----------------------------98 Antecedentes ------------------------------------------------------------98 Monarquia (753 a 509 a.C.) -----------------------------------------99 Res publica ou “coisa pública” (509 a 27 a.C.) ------------- 100 Ascensão e queda do Estado imperial ------------------------ 105 A cultura romana ----------------------------------------------------- 108 Atividades --------------------------------------------------------------- 111 Técnicas de trabalho: Análise de um filme --------------------112 Questões de vestibulares e do Enem ---------------------------114 Ampliando o conhecimento ----------------------------------------116

Unidade II • A construção dos sentidos Capítulo 8 Alta Idade Média

117 118

As migrações na história da humanidade ---------------------119 Os povos bárbaros ----------------------------------------------------119 Idade Média: uma nova concepção ------------------------------121 A expansão dos francos e o Império Carolíngio -------------121 A Europa dos feudos ------------------------------------------------ 123 A sociedade feudal --------------------------------------------------- 127 Atividades -------------------------------------------------------------- 130

Capítulo 9 Nascimento e expansão do Islã

131

A crença que mais cresce no mundo --------------------------- 132 A religião islâmica --------------------------------------------------- 132 A expansão do Islã --------------------------------------------------- 135 A presença árabe na Península Ibérica ----------------------- 137 A derrocada árabe e a ascensão otomana ------------------ 139 Atividades -------------------------------------------------------------- 140

Capítulo 10 A civilização bizantina

141

O cristianismo oriental ---------------------------------------------- 142 O Império Bizantino: um mosaico de culturas -------------- 142 Constantinopla: centro comercial da Idade Média --------- 143 O cotidiano na cidade de Constantinopla --------------------- 144 O eleito de Deus ------------------------------------------------------ 145 O esplendor e a decadência do Império Bizantino -------- 145 A Igreja Ortodoxa ----------------------------------------------------- 146 Texto complementar: A culinária bizantina ------------------ 148 Atividades -------------------------------------------------------------- 149

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Capítulo 11 Baixa Idade Média

150

O crescimento das cidades e da economia -------------------151 Desenvolvimento intelectual e artístico ---------------------- 153 As cruzadas ------------------------------------------------------------ 154 Peste e rebeliões: a agonia da ordem feudal --------------- 156 Texto complementar: Nossas raízes medievais ------------ 159 Atividades -------------------------------------------------------------- 160

Capítulo 12 A consolidação das monarquias na Europa moderna

161

Tradição e modernidade -------------------------------------------- 162 A formação dos Estados modernos ---------------------------- 162 As bases do Estado moderno ------------------------------------ 163 O absolutismo monárquico --------------------------------------- 166 Atividades -------------------------------------------------------------- 169

Capítulo 13 O Renascimento e as reformas religiosas

170

O Renascimento -------------------------------------------------------171 O desenvolvimento científico ------------------------------------- 173 As reformas religiosas --------------------------------------------- 174 Martinho Lutero: a justificação pela fé ------------------------ 175 João Calvino: a predestinação absoluta -----------------------177 A Reforma Anglicana: catolicismo sem Roma ---------------177 A contraofensiva católica ------------------------------------------ 178 O preço da fé ----------------------------------------------------------- 179 Texto complementar: A revolução permanente da impressão gráfica ----------------------------------------------- 180 Atividades ---------------------------------------------------------------181

Capítulo 14 A expansão ultramarina europeia e o mercantilismo

182

Em busca de novos territórios ----------------------------------- 183 O grande apelo do desconhecido ------------------------------- 183 O expansionismo ibérico ------------------------------------------- 185 O encontro entre europeus e americanos ------------------- 188 O mercantilismo ------------------------------------------------------ 190 Texto complementar: O cotidiano das viagens marítimas --------------------------------------------------- 194 Atividades -------------------------------------------------------------- 195 Técnicas de trabalho: Análise e comparação de imagens ------------------------------------------------------------- 196 Questões de vestibulares e do Enem -------------------------- 198 Ampliando o conhecimento ---------------------------------------200

Unidade III • As terras que os europeus conquistaram

201

Capítulo 15 As culturas indígenas americanas 202 Educação formal para o indígena -------------------------------203 Sociedades de caçadores, coletores e agricultores ----------------------------------------------------------204

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As grandes civilizações agrícolas -------------------------------207 Os indígenas na América Latina hoje -------------------------- 210 Texto complementar: Hans Staden no Brasil --------------- 212 Atividades -------------------------------------------------------------- 214

Capítulo 16 A África dos grandes reinos e impérios

215

Conhecendo a África, conhecendo o Brasil ------------------- 216 O olhar estrangeiro sobre a África ----------------------------- 216 A África pré-colonial ------------------------------------------------ 217 Os reinos sudaneses ------------------------------------------------ 217 Os reinos iorubás ---------------------------------------------------- 219 O povo banto -----------------------------------------------------------220 A mulher e a família-------------------------------------------------- 221 Cultos africanos -------------------------------------------------------222 A escravidão africana -----------------------------------------------223 Atividades --------------------------------------------------------------224

Capítulo 17 A colonização da América espanhola

225

A conquista espanhola ---------------------------------------------226 Atividades econômicas e formas de trabalho --------------228 Um mundo predominantemente mestiço -------------------- 231 Atividades --------------------------------------------------------------232

Capítulo 18 A colonização da América inglesa e francesa

233

Os peregrinos do Mayflower --------------------------------------234 A expansão colonial inglesa --------------------------------------235 A fundação das Treze Colônias ----------------------------------235 O aprendizado do autogoverno ---------------------------------- 237 A colonização francesa nas Américas ------------------------- 237 Texto complementar: Os indígenas da América do Norte -----------------------------------------------------240 Atividades -------------------------------------------------------------- 241 Técnicas de trabalho: Elaborar um clipping -----------------242 Questões de vestibulares e do Enem ------------------------- 244 Ampliando o conhecimento ---------------------------------------246

Unidade IV • É uma casa portuguesa, com certeza! Capítulo 19 Organização político-administrativa na América portuguesa

247 248

As Câmaras Municipais----------------------------------------------249 O Império Português e o papel do Brasil ---------------------249 Os “homens-bons” das Câmaras Municipais ---------------252 Atividades --------------------------------------------------------------254

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Capítulo 20 A economia na América portuguesa e o Brasil holandês

255

A salvação da lavoura -----------------------------------------------256 A economia colonial -------------------------------------------------256 As missões religiosas -----------------------------------------------259 A independência da Holanda --------------------------------------260 A União Ibérica --------------------------------------------------------260 Os holandeses invadem o Brasil --------------------------------260 Atividades --------------------------------------------------------------264

Capítulo 21 A mineração no Brasil colonial

265

A importância da mineração --------------------------------------266 Atrás de uma bandeira ---------------------------------------------266 Os diamantes ----------------------------------------------------------270 Vassalos rebeldes ----------------------------------------------------270 Texto complementar: Mulheres bandeirantes -------------- 273 Atividades --------------------------------------------------------------274

Capítulo 22 Religião e sociedade na América portuguesa

275

Sincretismo religioso ------------------------------------------------276 Evangelização e Inquisição ---------------------------------------276 Religiosidade popular na colônia --------------------------------278 As várias faces da família colonial -----------------------------279 Arraiais, vilas e cidades --------------------------------------------280 Da “nobreza” aos desclassificados ----------------------------- 281 O trabalho escravo --------------------------------------------------- 281 Atividades --------------------------------------------------------------283 Técnicas de trabalho: Fazer uma pesquisa ------------------284 Questões de vestibulares e do Enem --------------------------286 Ampliando o conhecimento ---------------------------------------288

Unidade V • A era das revoluções 289 Capítulo 23 O iluminismo

290

Os poderes do Estado ----------------------------------------------- 291 As origens do iluminismo ----------------------------------------- 291 A mentalidade ilustrada -------------------------------------------292 Os economistas liberais -------------------------------------------294 O despotismo esclarecido -----------------------------------------296 Atividades --------------------------------------------------------------297

Capítulo 24 Das Revoluções Inglesas à Revolução Industrial

298

A situação da classe trabalhadora ------------------------------299 Origens do processo revolucionário ----------------------------299 A Revolução Puritana ----------------------------------------------- 301 A Revolução Gloriosa ------------------------------------------------303 O pioneirismo inglês na industrialização ---------------------304 O trabalho na era industrial --------------------------------------305

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A organização dos trabalhadores -------------------------------306 Texto complementar: O corpo é um manequim ------------308 Atividades --------------------------------------------------------------309

Capítulo 25 A Revolução Francesa e o Império Napoleônico

310

A atualidade da Revolução Francesa ----------------------------311 As críticas ao Antigo Regime --------------------------------------311 Fatores da crise ------------------------------------------------------- 312 A Assembleia Nacional Constituinte --------------------------- 312 A queda da Bastilha e o início da revolução ----------------- 313 A Era Napoleônica ---------------------------------------------------- 315 O Congresso de Viena ----------------------------------------------- 319 Atividades -------------------------------------------------------------- 321

Capítulo 26 A independência das Américas inglesa e espanhola

322

Herança colonial -------------------------------------------------------323 Treze Colônias, uma nação ----------------------------------------323 A independência da América espanhola ----------------------326 Os primeiros movimentos de rebeldia ------------------------326 A ruptura com a metrópole --------------------------------------- 327 O poder dos caudilhos -----------------------------------------------329 Texto complementar: Representação do processo de independência do México ------------------------330 Atividades -------------------------------------------------------------- 331

Capítulo 27 O processo de independência da América portuguesa

332

Liberdade, liberdades ------------------------------------------------ 333 A Conjuração Mineira ------------------------------------------------ 333 A Conjuração Baiana ------------------------------------------------336 Os bastidores da independência --------------------------------338 A Insurreição Pernambucana -------------------------------------339 Vai-se a coroa, ficam as cabeças... ----------------------------340 Atividades -------------------------------------------------------------- 341

Capítulo 28 O movimento operário e o advento do socialismo

342

A luta dos trabalhadores -------------------------------------------343 Os socialistas utópicos ---------------------------------------------343 O socialismo científico ----------------------------------------------344 As ideias anarquistas ------------------------------------------------346 A luta feminina --------------------------------------------------------347 Aprenda mais. A luta das mulheres pelo mundo -----------348 Trabalhadores de todo o mundo --------------------------------350 O sindicalismo --------------------------------------------------------- 351 Texto complementar: O manifesto de Marx e Engels -----352 Atividades --------------------------------------------------------------353

Capítulo 29 As revoluções liberais e o nacionalismo

354

A construção da nação ---------------------------------------------355 Novas ondas revolucionárias -------------------------------------356

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1848: a Primavera dos Povos ------------------------------------- 357 A Guerra Franco-Prussiana ---------------------------------------359 A unificação italiana ------------------------------------------------- 361 A unificação alemã ---------------------------------------------------363 Atividades --------------------------------------------------------------365 Técnicas de trabalho: Fazer um esquema -------------------366 Questões de vestibulares e do Enem --------------------------368 Ampliando o conhecimento ---------------------------------------370

Unidade VI • A transição para o século XX Capítulo 30 O governo de d. Pedro I e o período regencial

372

Os primeiros tempos da república ------------------------------436 A República das Oligarquias ---------------------------------------439 Os movimentos sociais na República Oligárquica --------- 444 O tenentismo -----------------------------------------------------------450 A Semana de Arte Moderna ---------------------------------------- 451 Atividades ---------------------------------------------------------------452

386

404

Relações conflituosas -----------------------------------------------405 A construção da nação norte-americana --------------------405 A caminho da Guerra Civil -----------------------------------------406 O Homestead Act ------------------------------------------------------407 A questão racial ------------------------------------------------------408 O expansionismo norte-americano ----------------------------408 América Latina pós-independência -----------------------------411 Crescimento e contradição na Argentina --------------------- 413 Cuba, ainda colônia -------------------------------------------------- 414 O México no século XIX --------------------------------------------- 416 Atividades -------------------------------------------------------------- 419 Técnicas de trabalho: Apresentar um seminário ----------420 Questões de vestibulares e do Enem --------------------------422 Ampliando o conhecimento -------------------------------------- 424

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A “missão” do homem branco ------------------------------------427 A partilha da África ---------------------------------------------------428 A expansão colonial na Ásia ---------------------------------------429 Texto complementar: A resistência africana -----------------433 Atividades ---------------------------------------------------------------434

Capítulo 34 O Brasil na Primeira República

Modernidade e conservadorismo -------------------------------- 387 Conservador é o mesmo que liberal? ------------------------- 387 Sua majestade, o café ----------------------------------------------390 Outras atividades econômicas -----------------------------------393 Uma sociedade em transformação ----------------------------394 A Guerra do Paraguai -----------------------------------------------398 As leis abolicionistas ----------------------------------------------- 400 A proclamação da república -------------------------------------- 401 Texto complementar: O guarani ----------------------------------402 Atividades --------------------------------------------------------------403

Capítulo 32 Os Estados Unidos e a América hispânica pós-independência

Capítulo 33 O imperialismo na África e na Ásia 426

371

Um príncipe em leilão ----------------------------------------------- 373 O processo de independência ------------------------------------ 373 O governo de d. Pedro I ---------------------------------------------374 O período regencial -------------------------------------------------- 379 As revoltas regenciais ---------------------------------------------- 381 O Golpe da Maioridade ----------------------------------------------384 Atividades --------------------------------------------------------------385

Capítulo 31 O governo de d. Pedro II

Unidade VII • A crise do modelo liberal 425

Capítulo 35 A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

435

453

Período de otimismo e progresso -------------------------------454 Os antecedentes da guerra ----------------------------------------454 Quatro anos de destruição -----------------------------------------456 A paz de Versalhes ---------------------------------------------------458 Às vésperas da Revolução Russa -------------------------------459 O fim do regime czarista -------------------------------------------462 A Revolução Bolchevique -------------------------------------------463 A guerra civil divide a Rússia ------------------------------------ 464 Texto complementar: Uma visão da Rússia czarista------467 Atividades ---------------------------------------------------------------468

Capítulo 36 A crise dos anos 1920 e a ascensão nazifascista

469

The American way of life -------------------------------------------470 O New Deal: a solução democrática----------------------------- 471 A solução totalitária: o nazifascismo ---------------------------472 Autoritarismo na Península Ibérica -----------------------------476 Atividades ---------------------------------------------------------------478

Capítulo 37 A Segunda Guerra Mundial

479

Às vésperas da Segunda Guerra ---------------------------------480 A expansão nazista --------------------------------------------------480 A ofensiva do Eixo ----------------------------------------------------482 A perseguição aos judeus ------------------------------------------483 A ofensiva dos Aliados --------------------------------------------- 484 Aprenda mais. A Batalha por Iwo Jima -------------------------486 O acerto de contas----------------------------------------------------488 Atividades ---------------------------------------------------------------489

Capítulo 38 A Era Vargas

490

O Primeiro de Maio---------------------------------------------------- 491 O movimento de 1930 ----------------------------------------------- 491 A legislação sindical e o Estado corporativista ------------ 494

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Comunistas versus integralistas --------------------------------495 O Estado Novo: a ditadura varguista (1937-1945) --------496 Texto complementar: A Copa do Mundo de 1938 -----------500 Atividades --------------------------------------------------------------- 501 Técnicas de trabalho: Elaborar uma revista------------------502 Questões de vestibulares e do Enem---------------------------504 Ampliando o conhecimento ----------------------------------------506

Técnicas de trabalho: Realizar uma entrevista--------------562 Questões de vestibulares e do Enem---------------------------564 Ampliando o conhecimento ----------------------------------------566

Unidade IX • A nova ordem mundial 567 Capítulo 43 O fim do socialismo real

Unidade VIII • O mundo bipolar Capítulo 39 A Guerra Fria

507 508

A CIA e a KGB -----------------------------------------------------------509 O confronto de ideologias ------------------------------------------509 A Revolução Chinesa ------------------------------------------------- 512 A Guerra da Coreia ---------------------------------------------------- 514 Coexistindo quase pacificamente-------------------------------- 515 A Guerra do Vietnã ---------------------------------------------------- 516 O processo de descolonização da África e da Ásia --------- 517 Atividades --------------------------------------------------------------- 521

Capítulo 40 Governos populistas no Brasil

522

Populismo e política de massas ---------------------------------523 O governo Dutra (1946-1951) ------------------------------------525 O governo Vargas (1951-1954)-----------------------------------526 O governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) ---------------529 O governo Jânio Quadros (1961) ---------------------------------532 O governo João Goulart (1961-1964) ---------------------------533 Atividades ---------------------------------------------------------------535

Capítulo 41 Experiências de esquerda na América Latina

536

América Latina: ontem e hoje -------------------------------------537 Cuba e a revolução --------------------------------------------------- 537 A ditadura militar no Chile -----------------------------------------539 Nicarágua e a Revolução Sandinista ----------------------------542 Texto complementar: Os cartazes cubanos e os ideais da revolução -----------------------------------------------543 Atividades ---------------------------------------------------------------544

Capítulo 42 A ditadura militar no Brasil

545

Os anos de chumbo --------------------------------------------------546 O golpe militar de 1964 ---------------------------------------------546 O governo Castello Branco (1964-1967) ----------------------548 O governo Costa e Silva (1967-1969) --------------------------549 O governo Médici (1969-1974) -----------------------------------552 O governo Geisel (1974-1979)------------------------------------554 O governo Figueiredo (1979-1985) -----------------------------556 Seguindo a canção... -------------------------------------------------558 Texto complementar: A arte de Ziraldo ------------------------560 Atividades --------------------------------------------------------------- 561

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568

O fim da União Soviética --------------------------------------------569 O colapso do bloco socialista ------------------------------------- 571 Texto complementar: Berlim: a queda do muro-------------578 Atividades ---------------------------------------------------------------579

Capítulo 44 Brasil: da redemocratização aos dias atuais

580

Avanços democráticos ---------------------------------------------- 581 Mais uma eleição indireta! ----------------------------------------- 581 O governo José Sarney (1985-1990) ---------------------------582 O governo Fernando Collor de Mello (1990-1992) ---------585 O governo Itamar Franco (1992-1994) ------------------------587 O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) -----------------------------------------------------------588 De olho na modernidade --------------------------------------------589 A sucessão de FHC----------------------------------------------------590 O governo Lula (2003-2010) ------------------------------------- 591 O governo Dilma Rousseff------------------------------------------593 Atividades ---------------------------------------------------------------594

Capítulo 45 Conflitos regionais e a economia globalizada 595 Da bipolaridade ao desequilíbrio ---------------------------------596 Ásia: um continente explosivo ------------------------------------597 África: estudos de caso ---------------------------------------------604 América Latina ---------------------------------------------------------607 Neoliberalismo: a política do Estado mínimo ---------------- 610 Globalização ------------------------------------------------------------ 610 A ordem geopolítica atual ------------------------------------------ 612 Aprenda mais. Brasil volta a atrair imigrantes ------------- 614 Texto complementar: Outro olhar sobre a globalização ---------------------------------------------------------- 616 Atividades --------------------------------------------------------------- 617

Capítulo 46 Desafios sociais e ambientais do século XXI

618

As cidades --------------------------------------------------------------- 619 O processo de urbanização ---------------------------------------- 619 Os problemas das grandes cidades ----------------------------- 621 Atividades ---------------------------------------------------------------625 Questões de vestibulares e do Enem---------------------------626 Ampliando o conhecimento ----------------------------------------628

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CAPÍTULO 1

Princípios de Química Inorgânica

Introdução

O fazer história

Capítulo 1

A construção da história, 18

17

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História

Caetano Barreira/Olhar Imagem

Apresentação do grupo de samba de roda Brilhantes de Irará, em Salvador, Bahia. Foto de 2009. O samba de roda do Recôncavo Baiano foi declarado, em 2004, patrimônio da humanidade pela Unesco, órgão das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura. O samba foi eleito na categoria patrimônio oral e imaterial da humanidade.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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A construção da história

Fernando Amorim/Agência A Tarde/Folhapress

Capítulo 1

Capítulo

Cidade de Goiás, Goiás, 2007. Em 2001, a Unesco declarou patrimônio da humanidade o centro histórico da Cidade de Goiás, graças à riqueza de sua arquitetura civil e religiosa e à sua cultura, que preserva inúmeras tradições locais.

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A construção da história

CAPÍTULO 1

Patrimônio da humanidade As imagens que você vê na página ao lado são exemplos de importantes manifestações da cultura e da arquitetura brasileira. Em 2004, a Unesco reconheceu o samba de roda do Recôncavo Baiano como patrimônio oral e imaterial da humanidade. O título é uma forma de valorizar e proteger o patrimônio cultural de um país, ou seja, os bens culturais que geram um sentimento de identidade e continuidade entres seus habitantes. No Brasil, a Unesco atua em parceria com o Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e outras instituições nacionais no planejamento de ações para proteger, recuperar e promover o usufruto do patrimônio. O legado cultural e material de uma região, estado ou país é um valioso documento histórico, de fundamental importância para a história e para a memória de seu povo.

Nesse sentido, a noção do que é um documento histórico foi substancialmente alterada, como você pôde verificar na iniciativa de reconhecer o valor histórico do samba de roda baiano.

O que é história?

1.1 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

História é um vocábulo de origem grega que significa “conhecimento por meio de uma indagação”. Ele deriva de histor: “sábio” ou “conhecedor”. São muitas as definições que se fizeram dessa ciência. O historiador francês Marc Bloch definiu a história como a ciência dos homens no transcurso do tempo; o francês Lucien Febvre, também historiador, destacou que a história é o processo de mudança contínua da sociedade humana. Segundo o brasileiro Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, escritor e lexicógrafo, história é “a narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos povos, em particular, e na vida da humanidade, em geral”. Já para o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, a história é “o estudo do que os homens do passado fizeram, da maneira pela qual viviam, das ideias que tinham”. De acordo com essas conceituações, podemos concluir que história é o estudo que os pesquisadores fazem dos homens do passado. É importante deixar claro que a história não é a soma dos acontecimentos do passado, mas o resultado das várias pesquisas feitas sobre esse passado. Em outras palavras, o esforço intelectual para compreender e explicar como era a vida em outros tempos. Existem muitas outras definições de história e diversos modos de conceituá-la. No decurso desta obra teremos a oportunidade de ver várias interpretações em ação.

AKG-IMAGES/ALBUM/LATINSTOCK – PAVLOVSK PALACE, SÃO PETERSBURGO

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A reavaliação do conceito do que é documento ou fonte histórica e que deve ser preservado para a posteridade ocorreu a partir da década de 1930. Não só os registros oficiais passaram a merecer o título de documento histórico, mas toda a produção humana, como objetos, monumentos, moradias, instrumentos de trabalho, pinturas, poesias, músicas, lendas, relatos orais, além de diferentes registros escritos. Antes disso, considerava-se fonte histórica apenas os documentos oficiais, emitidos pelos órgãos públicos, como certidões de nascimento, atas e editais.

Lexicógrafo Dicionarista; pessoa que elabora dicionários. 1.1

Clio, deusa da história, escultura de Johann Heinrich Dannecker, 1789. Palácio Pavlovsk, São Petersburgo, Rússia. Peças como essa permitem conhecer o estilo artístico, as técnicas e os materiais empregados nas esculturas do século XVIII, além dos valores que influenciavam o artista e a sociedade em que ele vivia.

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Capítulo 1

1.2

As fontes históricas O trabalho do historiador consiste em interpretar os fatos históricos ou as experiências humanas por meio da análise de registros que foram deixados por uma sociedade em determinado tempo e local. Graças a esse procedimento, o historiador torna-se capaz de compreender e interpretar os acontecimentos históricos. Para investigar, explicar e compreender os fatos históricos, o historiador precisa estudar documentos ou fontes históricas, ou seja, os registros, vestígios ou marcas da presença dos homens que viveram no passado.

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Os documentos, em suas diferentes formas, são a principal matéria-prima para o trabalho dos historiadores.

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O que chamamos de documento ou fonte histórica não é necessariamente produzido pelos indivíduos com o objetivo de deixar testemunhos para aqueles que viverão no futuro. São os pesquisadores, ao estudarem determinado documento ou fonte histórica, que atribuem um sentido a esses documentos. Cada pesquisador ou grupo de estudiosos elege, baseado em estudos, experiência pessoal e objetivo de trabalho, um conjunto de critérios científicos para definir a relevância e o sentido do material histórico que tem em mãos. Dessa maneira, o presente influencia o modo como vemos e entendemos o passado do homem.

Existem diferentes tipos de documentos históricos: escritos, orais, sonoros, visuais e os que compõem a chamada cultura material. Sendo assim, podem ser encontrados em forma de documentos oficiais (leis, contratos, registros contábeis, registros de cartórios) ou particulares (de empresas ou pessoais), livros, revistas e jornais (impressos ou digitais), letras de música, inscrições em monumentos, dados estatísticos, pinturas, esculturas, construções, filmes, vídeos, fotografias, discos, roupas, chapéus, calçados, utensílios domésticos, joias, moedas, enfim, qualquer objeto criado pelo homem. As fontes ou documentos orais são as entrevistas, os relatos, os “causos”, os contos, as lendas, os mitos, as fábulas, entre outras expressões verbais. Arqueologia Ciência que estuda a vida e a cultura dos povos antigos, principalmente pela análise e interpretação de restos materiais encontrados.

A ausência da escrita no período denominado Pré-história dificulta os estudos sobre a organização social dos povos que viveram naquele tempo. Por isso, os historiadores, ao estudarem os povos ágrafos, recorrem ao auxílio de outros pesquisadores, como os arqueólogos. A arqueologia busca informações nos vestígios materiais, como armamentos, restos de alimentos e peças de cerâmica. O aparecimento da grafia mudou radicalmente a forma como podemos analisar o passado. Documentos escritos, mesmo quando parecem sem importância, como uma lista de gastos com a manutenção de um engenho de açúcar do período colonial brasileiro, fornecem valiosas informações, como o tipo de alimentação, as possíveis

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causas de doenças da época, entre outras características. Quando articulados com outras fontes, documentos desse tipo ajudam a montar um panorama mais completo da época estudada. Grande parte das fontes históricas materiais é encontrada em instituições públicas ou privadas, tais como museus, arquivos, universidades, igrejas, galerias de arte e outros espaços. Esse conjunto de fontes materiais faz parte do patrimônio histórico e ­cultural de um povo. No Brasil, de acordo com o capítulo III da Lei no 25, de 30 de novembro de 1937, órgãos públicos são responsáveis pelo tombamento e pela conservação do patrimônio histórico e artístico do país. Entre eles destaca-se o Iphan, órgão federal ligado ao Ministério da Cultura. Entretanto, nem sempre os investimentos públicos são suficientes para a preservação do patrimônio histórico e artístico do país. Muitos projetos de conservação contam com o apoio financeiro de instituições privadas, que em troca recebem incentivos fiscais, como a redução ou a isenção de certos impostos.

Tombamento Iniciativa de colocar sob a guarda do poder público, para conservar e proteger, os bens culturais importantes como produto e testemunho de tradição artística e/ou histórica de um povo ou de uma região. São exemplos de bens culturais: construções, obras literárias, músicas, festas folclóricas etc.

Capítulo 1

A construção da história

A casa de Chico Mendes O líder seringalista Chico Mendes nasceu em 1944, no município de Xapuri, interior do Acre. Durante o final dos anos 1970, ele ficou conhecido por sua luta em defesa da preservação da Floresta Amazônica. Chico Mendes contrariava os interesses dos fazendeiros, que desejavam derrubar a mata para explorar a madeira ou abrir novas áreas destinadas ao cultivo e à criação de gado. Em 1988, Chico Mendes foi assassinado pelo filho de um fazendeiro local.

em sua homenagem, que ele morreu assassinado há 20 anos, na noite de 22 de dezembro de 1988, após ter escapado de sucessivos atentados. [...] A necessidade de proteção dessa singela construção [...] surgiu a partir de 2005, devido a uma descaracterização do bosque que compõe a paisagem da casa, com a derrubada de algumas árvores e uma invasão urbana. O parecer de tombamento faz alusão à Constituição Federal, que, em seu artigo 216, define que ‘constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira’.

A casa de Chico Mendes fica à Rua Batista o de Moraes, n 10, Setor 1, Distrito 1, Lote 290, no centro de Xapuri, município do Acre. Foi lá que o líder sindical e seringueiro Francisco Alves Mendes Filho passou os últimos dois anos da sua vida, dedicada ao seringalismo, ao movimento de resistência dos trabalhadores locais e à luta contra a devastação da Amazônia. Foi nessa casa, onde hoje funciona uma sala de memória

Casa de Chico Mendes. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em portal.iphan.gov.br. Acesso em 29 fev. 2012.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Analise o documento

Questões 1. Apresente, de acordo com o texto, as razões que motivaram o tombamento da casa de Chico Mendes. Na sua opinião, qual é a importância dessa iniciativa?

2. Procure saber se na sua cidade existe algum bem tombado por órgãos do governo. Em caso positivo, pesquise informações sobre a importância histórica do bem tombado. Casa de Chico Mendes no município de Xapuri, Acre, em 2008.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 1

1.3

Lidando com o tempo Ao trabalhar com as fontes históricas, o historiador lida também com o tempo. E isso é mais complexo do que parece à primeira vista.

ricardo aZourY/olhar imagem

O senso comum tende a considerar o tempo como algo fluido que avança implacavelmente para o futuro, um ambiente dentro do qual os fatos se sucedem. Em outras palavras, o contínuo passado-presente-futuro. Mas as coisas não são bem assim. De um lado porque, como você vai verificar, o tempo histórico nem sempre corresponde ao tempo cronológico. De outro lado, em razão da dificuldade de se definir o tempo de maneira satisfatória.

Relógio de Sol em Tiradentes, Minas Gerais. Foto de 2005.

Isso porque o tempo, tal como geralmente o entendemos, é a forma como dividimos os períodos de rotação e translação da Terra, estabelecendo as durações dos dias, meses e anos. Mas o tempo também pode ser caracterizado pelos acontecimentos ou por costumes que marcam um determinado período e que podem perdurar ao longo dos anos, formando os chamados tempos históricos, que vamos estudar ainda neste capítulo.

1.2 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

Os primeiros povos marcavam o tempo seguindo os ciclos naturais, como a alternância entre o dia e a noite, as diferentes fases da Lua, o movimento das águas (rios e mares), a posição dos astros e das estrelas no céu e a posição do Sol. Observando continuamente a natureza, eles começaram a marcar as horas, os dias, as melhores épocas para a semeadura, para a colheita e para as cerimônias religiosas, o que deu origem aos calendários. Apesar das diferenças entre os diversos calendários do Ocidente e do Oriente, a maior parte dos povos considerou os ciclos dos astros para registrar e medir o tempo.

Reflita e responda 1. Segundo o autor, quais foram as primeiras formas criadas pelo homem para computar o tempo?

2. Em sua opinião, por que o ser humano criou diferentes maneiras de registrar o tempo ao longo da história?

O registro do tempo

Em sua maioria [...] os povos têm algum método para registrar e marcar o tempo, fundado nas fases da natureza indicadas pelas variações temporais do clima e da vida vegetal e animal, ou em fenômenos celestes revelados por observações astronômicas rudimentares. A computação do tempo, isto é, a contagem contínua de unidades de tempo, foi precedida por indicações temporais fornecidas por ocorrências particulares. [...] A fusão do dia e da noite numa única unidade de 24 horas não ocorria ao homem primitivo, que os via como fenômenos essencialmente distintos. [...] Uma grande variedade de convenções foi usada para estabelecer quando começa a unidade dia. Os egípcios antigos escolheram a aurora, ao passo que babilônios, judeus e muçulmanos escolheram o pôr do sol.

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O tempo cronológico e os calendários

WHITROW. G. J. O tempo na história: concepções de tempo da Pré-história aos nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. p. 28-29. (Coleção Ciência e cultura)

1.3 Visão do especialista

Medir o tempo tornou-se uma necessidade para muitas pessoas. Os documentos históricos nos mostram que cada sociedade encontrou uma maneira diferente de contar o tempo, de acordo com o seu modo de vida. Estabelecer uma medida universal para o tempo não foi uma tarefa simples, mesmo porque a contagem do tempo não foi nem é igual para todas as sociedades. Isso significa que existiam e existem calendários diferentes, pois cada povo estabelece datas comemorativas e quantifica o tempo de acordo com sua crença, cultura e costumes.

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A construção da história

Capítulo 1

Marcos iniciais dos calendários Os cristãos datam a história da humanidade tendo como referência o nascimento de Cristo, ou seja, o ano de 2012 representa o número de anos que se passaram desde o nascimento de Jesus. No mundo ocidental, quando se estuda algum fato histórico, é comum utilizar as siglas a.C. e d.C., que significam, respectivamente, antes de Cristo e depois de Cristo.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Milênio

Período de 1.000 anos.

Já os judeus datam a história a partir da criação do mundo, episódio bíblico narrado na Torá, que teria ocorrido numa data equivalente a 7 de outubro de 3760 a.C., ao pôr do sol.

Século

Período de 100 anos.

Quartel

Período de 25 anos.

Em suas pesquisas, muitas vezes os historiadores precisam utilizar medidas para situar um acontecimento no tempo, como, por exemplo, o ano, o mês, o dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. No quadro ao lado, apresentamos as principais formas de datação utilizadas por historiadores.

Década

Período de 10 anos.

Quinquênio

Período de 5 anos.

Biênio

Período de 2 anos (por isso falamos em bienal).

Tempo e religião Os calendários mais utilizados atualmente possuem, como marcos iniciais, acontecimentos religiosos ligados às crenças dos povos que os utilizam. As imagens abaixo representam os acontecimentos tidos como marco inicial dos calendários judaico, cristão e muçulmano. O mito da criação do mundo e do primeiro homem – Adão – é narrado na primeira parte da Torá, o livro sagrado dos judeus. Esse episódio marca o início da contagem do tempo para este povo. Já para os cristãos, o nascimento de Jesus Cristo, considerado o filho de Deus, é o marco inicial da contagem de tempo. Instituído em 1582 pelo papa Gregório XIII, o calendário cristão, também chamado de gregoriano, substituiu o calendário Juliano, estabelecido em 46 a.C. pelo cônsul e general romano Julio César, e que era utilizado nos territórios dominados anteriormente por Roma.

B

C

reprodução – saechsische landesBiBlioTheK, dresden

A

reprodução – naTional gallerY oF arT, WashingTon

A Hégira, fuga do profeta Maomé de Meca para Medina, marca o início do calendário muçulmano. Fundador da religião islâmica, Maomé foge para escapar de seus opositores, que passaram a persegui-lo por causa de suas pregações religiosas. reprodução – BiBlioTeca nacional da rÚssia, são peTersBurgo

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Os muçulmanos datam a história da sua civilização a partir da Hégira, evento que marca a fuga do profeta Maomé da cidade árabe de Meca para Medina (também localizada na Arábia) no ano de 622 d.C. Maomé é o fundador da religião islâmica.

(A) Adão nomeando os animais, iluminura do século XII que mostra um episódio da criação do mundo; (B) Natividade, pintura de Lorenzo Lotto, de 1523, que representa o nascimento de Cristo; (C) Maomé e Abu Bakr em uma caverna, miniatura turca de autor não identificado, de 1650.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 1

A datação dos fatos permite ao historiador organizá-los em ordem cronológica. Muitos desses acontecimentos recebem atenção especial dos historiadores por serem entendidos como marcos na história de um povo, ou seja, por assinalarem importantes mudanças na vida daquela sociedade. O tempo que transcorre entre um marco e ­outro, que sinaliza o fim ou o início de um novo modo de vida, é chamado de período. Chamamos de era o tempo contado depois de algum marco considerado memorável. Por exemplo, no Ocidente vivemos na era cristã, que tem como marco fundamental o nascimento de Jesus Cristo.

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Reprodução – Museu Nacional do Castelo de Versalhes, Paris

Historiadores europeus estabeleceram uma periodização da história que tem como marco inicial a invenção da escrita, que teria ocorrido por volta de 4000 a.C. Tudo o que ocorreu antes dessa data, segundo a divisão europeia clássica, faz parte da Pré-história. Os marcos iniciais de cada período dessa divisão são eventos que esses historiadores consideram fundamentais na organização de um novo modo de vida, característico de um período histórico. Dessa forma, a Revolução Francesa teria sido um marco decisivo para o início da Idade Contemporânea (veja a imagem a seguir).

Queda da Bastilha, 14 de julho de 1789, detalhe de pintura de autor desconhecido, século XVIII. De acordo com a periodização europeia, a tomada da Bastilha pelos revolucionários é um dos principais eventos da Revolução Francesa, marco que separa a Idade Moderna da Idade Contemporânea.

O cálculo do tempo Quando você considera uma data qualquer, pode identificar a que século ela pertence por meio de operações matemáticas simples. Se a data que você estiver examinando terminar em dois zeros, o século corresponde ao(s) primeiro(s) algarismo(s) que está(ão) à esquerda do número analisado. Observe: Ano 200 a.C.: o ano 200 a.C. está inserido no século II a.C. Ano 1600: o ano 1600 está inserido no século XVI. Quando o ano não termina em dois zeros, basta eliminar a unidade e a dezena que o compõem e somar 1 ao restante do número. Veja os exemplos: Ano 450 a.C.: século V a.C. (4 1 1 5 5). Ano 80: século I d.C. (0 1 1 5 1). Ano 2012: século XXI (20 1 1 5 21).

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A construção da história

Capítulo 1

Para saber há quanto tempo determinado evento ocorreu, a operação é realizada utilizando-se o ano em que estamos e o ano do evento em questão. Se o fato ocorreu após o nascimento de Cristo, subtraia do ano corrente o ano em que o fato aconteceu. Veja o exemplo:

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Em 2012, quantos anos se completaram desde a independência política do Brasil?

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O Brasil se tornou independente de Portugal, portanto, há 190 anos.

Ticular

Se o fato aconteceu antes do nascimento de Cristo, somam-se as duas datas. Observe o exemplo: Em 539 a.C., o Segundo Império Babilônico foi conquistado pelos persas. Quantos anos se passaram desde a conquista desse império? 539 1 2012 5 2.551

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Portanto, faz 2.551 anos que o Segundo Império Babilônico foi conquistado pelos persas. Essas regras são fundamentais para o estudo e a compreensão da história, pois essa ciência precisa lidar com o tempo e o espaço.

Diferenças que coexistem no tempo Até agora, analisamos as distintas formas pelas quais o ser humano conta o tempo e como essa contagem se relaciona com o modo de vida de cada povo. Porém, o tempo é muito mais do que as horas marcadas por um relógio, ou os dias de um calendário, ou os anos de um século; é também tradição, mentalidade e ritmo. Na sociedade ocidental, por exemplo, há várias festas e cerimônias, como o Carnaval e a Páscoa (judaica e cristã), entre inúmeras outras, celebradas ainda hoje e que têm centenas de anos de existência. A esses rituais damos o nome de tradição, ou seja, uma reminiscência do passado que chegou até nós pela transmissão cultural dos mais velhos, pelas crenças religiosas, pelos ideais de um grupo, pelo convívio social na escola, entre outras formas. A tradição é a memória viva de uma prática do passado que, por sua importância na vida das pessoas, é perpetuada de geração em geração. Há sociedades que mantêm uma relação intensa com o território, a cultura e as tradições dos seus ancestrais, por isso são chamadas de populações ou comunidades tradicionais. Culturas que apresentam essas características manejam os recursos naturais visando principalmente à sobrevivência do grupo e não o acúmulo de bens ou o lucro. A terra para elas não é um imóvel de valor comercial, mas um espaço da natureza ao qual todos do grupo têm igual direito de acesso e uso.

Gravura publicada em 1836 que reproduz um calendário asteca de 1497, ou seja, do século XV.

1.4 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

1.4

Os povos tradicionais tendem a preservar a língua, as técnicas, as crenças e outras tradições de seus antepassados, transmitidas por meio da oralidade de geração em geração. Os povos indígenas, os quilombolas, os pescadores artesanais e as populações ribeirinhas são exemplos de comunidades tradicionais no Brasil. Na sociedade atual as culturas tradicionais coexistem com o modo de vida urbano e industrial, no qual nos inserimos, em que a produção está voltada para o mercado e o lucro, as relações de trabalho predominantes são assalariadas e o cotidiano das pessoas se transforma continuamente com os avanços da ciência e da tecnologia. Ou seja, na mesma época, o século XXI, podem existir tempos históricos diferentes. O texto do boxe a seguir mostra que, em outros países, também coexistem, no mesmo tempo cronológico, diferentes modos de vida.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 1

Os amish

Eles são um grupo cristão que busca viver isolado da sociedade moderna e de seus confortos – como automóveis, telefone e eletricidade. As comunidades amish recriam o modo de vida rural do século XVII, quando a Igreja foi criada pelo suíço Jakob Amman (daí o nome). [...]

Menonita

NOGUEIRA, Marcos. Quem são os amish? Superinteressante, nov. 2006. Disponível em super.abril.com.br. Acesso em 2 mar. 2012.

Corrente protestante que se caracteriza pela rejeição a qualquer tipo de autoridade eclesiástica. Muitos grupos menonitas formam comunidades fechadas, especialmente na América do Norte.

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No Novo Mundo, as comunidades amish floresceram: estima-se que hoje existam cerca de 150 mil pessoas vivendo em mais de 200 assentamentos nos Estados Unidos e no Canadá. Os hábitos dos amish são uma interpretação peculiar de algumas passagens bíblicas. Mirando-se nas ações de Jesus, por exemplo, eles introduziram a lavagem dos pés na liturgia. Pacifistas, eles se recusam a prestar o serviço militar. A ligação de outras singularidades amish com os textos sagrados não é tão direta. Algumas das regras para viver nessas comunidades incluem o veto ao estudo além do ensino fundamental, o uso de barba sem bigode pelos homens e a proibição de instrumentos musicais.

Homem amish dirige carroça em estrada da cidade de Burton, Ohio, Estados Unidos. Foto de 2007.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os amish formam uma tendência radical entre os protestantes menonitas, que por sua vez se encaixam numa corrente religiosa chamada anabatismo – para esse grupo, o batismo de bebês não tem valor algum; o sacramento deve ser feito quando o fiel já pode se responsabilizar por seus atos. Originários da Alemanha e da Suíça, os amish da Europa ou emigraram para a América do Norte ou foram assimilados por igrejas menonitas menos ortodoxas.

Crânio de Homo habilis.

Cerca de 190 mil anos atrás. Surgimento do Homo sapiens, ou seja, o homem moderno.

Cerca de 7 mil anos atrás. Uso dos metais.

Jose VicenTe resino ramos/ cid – museu nacional, aleppo

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Periodização da história ocidental

Tablete de argila com escrita cuneiforme.

Ano I Nascimento de Cristo

IDADE ANTIGA PRÉHISTÓRIA

Pintura em tumba de faraó egípcio, que representa o uso do gado para moer trigo, de cerca de 1567-1320 a.C.

Cerca de 10 mil anos atrás. Desenvolvimento da agricultura. reprodução – TumBa de menna, Vale dos noBres, TeBas co re l/ sT oc K ph oT os

Cerca de 2 milhões de anos atrás. Surgimento dos primeiros representantes do gênero Homo.

Cerca de 4000 a.C. Invenção da escrita. Parthenon, monumento em homenagem à deusa grega Atena, que levou cerca de 15 anos para ser construído (de 447-432 a.C.).

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Divisão da história ocidental

Capítulo 1

A construção da história

Conteúdo multimídia: Linha do tempo interativa

Quando se organiza a linha do tempo de uma sociedade ou do mundo, temos várias possibilidades de elaboração. Como vimos, o historiador determina os marcos cronológicos que considera mais relevantes por meio de uma pesquisa das fontes históricas, conduzida de acordo com alguns critérios escolhidos por ele.

Existe certa dose de preconceito na definição de Pré-história, que coloca à margem da história todos os povos que não fazem uso da escrita. Ainda hoje existem grupamentos que desconhecem a escrita e, apesar disso, são agentes de sua própria história. A mesma coisa ocorreu no passado. Sendo assim, se acreditarmos que o sujeito da história é o homem, então ele fez história desde que surgiu no planeta.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Gênero Homo Surgiu há cerca de 2 milhões de anos. Fazem parte desse gênero as espécies Homo habilis, Homo erectus, Homo neanderthalensis e o Homo sapiens, ou seja, o homem moderno.

Lembre-se

reprodução – BiBlioTeca cÍVica, pÁdua

Para realizar esses estudos, os historiadores recorrem às fontes, vestígios deixados pelo homem ao longo de sua existência. Em suas

IIuminura de um manuscrito do século XVI representando um cavaleiro medieval.

IDADE MÉDIA

pesquisas, o historiador utiliza fontes escritas, materiais, iconográficas e orais. A história não é escrita a partir de um ponto de vista único. Ela reflete preocupações e tensões de agentes e grupos sociais distintos.

BiBlioTeca nacional da espanha, madri

A história é o resultado de uma série de pesquisas que buscam compreender e explicar a vida dos grupos humanos em diferentes épocas e espaços.

1453 Tomada de Constantinopla

Este símbolo indica que o segmento não é proporcional à quantidade de anos que ele representa.

Gravura do século XV representando a cidade de Constantinopla.

IDADE MODERNA

IDADE CONTEMPORÂNEA

HISTÓRIA 476 Queda do Império Romano do Ocidente

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1789 Revolução Francesa Detalhe das Muralhas de Carcassone, na França, em foto atual. Durante a Idade Média, as muralhas garantiam a segurança dos moradores dos castelos.

reprodução – musÉe carnaValeT, paris

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Em função disso, no Ocidente, tornou-se tradicional seguir a divisão da história baseada nos marcos da história europeia, que tem os seguintes períodos: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. O marco inicial corresponde à invenção da escrita, por volta de 4000 a.C. Toda a trajetória anterior dos homens, desde o aparecimento do gênero Homo sobre a face da Terra, tem sido tradicionalmente denominada de Pré-história. Essa periodização da Pré-história é baseada em comportamentos culturais que teriam se desenvolvido com o gênero Homo e ainda hoje são compartilhados pelos seres humanos (veja a linha do tempo abaixo). No entanto, esse marco não é consenso entre especialistas; muitos acreditam que a Pré-história teria tido início com o surgimento dos primeiros hominídeos, há cerca de 7 milhões de anos.

A queda da Bastilha, 14 de julho de 1789. Quadro de Jean-Pierre Houel, século XIX.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 1

Texto complementar Patrimônios do mundo A entrevista a seguir, concedida por Francesco Bandarin, diretor do Centro de Patrimônio Mundial da Unesco, foi realizada pela equipe da Revista de História da Biblioteca Nacional. Nela, Bandarin falou sobre os novos rumos da preservação dos sítios históricos.

Estamos pensando em uma nova lista que seja mais representativa de um conceito atualizado de patrimônio. Não somente patrimônios monumentais, coloniais, mas também paisagens e itinerários culturais. Já sobre os sítios naturais, o Brasil está muito bem representado. Paisagem cultural é uma categoria do patrimônio mundial. São sítios onde há uma relação particular entre o homem e a natureza. Onde o homem adaptou a natureza para a sua sobrevivência, atingindo resultados espetaculares. Essa categoria é bastante nova na lista do patrimônio mundial, mas não é muito bem representada no Brasil. Também estamos estudando outras categorias, em torno da Pré-história, por exemplo. É algo muito importante no Brasil, que também não está bem representado. Ou seja, trata-se de uma atualização tendo em vista uma visão mais moderna do que é o patrimônio. RHBN – E o plano de transformar a paisagem do Rio em patrimônio mundial? A ideia é preparar uma proposta para uma parte da paisagem histórico-urbana da cidade. Não toda, claro, apenas uma parte. Mas ainda não está bem definido qual será o perímetro, nem qual forma de proteção será aplicada. A ideia é muito interessante e inovadora, mas ainda não a vimos de uma maneira concreta. É algo que depende de muitos fatores.

O Brasil se posiciona muito bem na preservação do ­patrimônio em nível internacional. Também tem um papel importante na convenção do ­patrimônio mundial e é um membro muito ativo do comitê. Em 2010, por exemplo, haverá uma reunião desse comitê em Brasília. RHBN – Qual o diferencial desse centro de capacitação que será construído no Rio de Janeiro? Estamos falando de um centro para a América do Sul, África e Caribe. Criar instituições desse tipo é uma estratégia nova da Unesco. Neste momento, temos uma em Xangai, trabalhando para a Ásia e Pacífico. Há duas que são fundos, fundações para financiamento: uma na Noruega, outra na África do Sul. Agora, estamos organizando duas instituições de formação: uma no Brasil e outra no Golfo, para a região árabe. Já há uma em Turim, na Itália. Dentro de alguns anos, teremos seis ou sete desses. Um número limitado, mas importante. Queremos criar uma rede internacional de organizações especializadas na formação e pesquisa sobre a conservação de patrimônio.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

RHBN – Qual o motivo da atualização da lista indicativa brasileira?

BELISÁRIO, Adriano. Patrimônios do mundo. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, 27 out. 2008. Disponível em www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 2 mar. 2012.

RHBN – Sobre a preservação de patrimônio, qual a posição do Brasil no cenário ­mundial? O Brasil tem uma boa tradição. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi criado há mais de 70 anos. Não há muitos países que tenham uma instituição desse tamanho, com tal capacidade e tradição. Você encontra isso na Europa, mas fora é difícil. Há uma boa estrutura. O Iphan tem mais de 50 escritórios no país. É algo bem enraizado. Muitos programas importantes foram desenvolvidos [...].

Compreendendo o texto 1. Exponha, de acordo com o texto, o significado de paisagem cultural.

2. Segundo Francesco Bandarin, o Brasil tem uma boa tradição no que diz respeito à preservação do patrimônio. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.

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atividades Explorando o conhecimento

análise das fontes

1. Você estudou que, para produzir um conheci-

3. O texto sobre os amish, na página 26, retrata o

mento histórico, é necessário interpretar documentos e registros que foram deixados por uma sociedade em determinado tempo e local. Com base nesse estudo, conceitue as palavras e expressões a seguir.

modo de vida de comunidades religiosas, nos Estados Unidos e no Canadá, que vivem de forma muito diferente do padrão habitual da maioria das pessoas. a) Releia o texto e explique como podemos identificar uma comunidade amish. b) O estilo de vida dos amish pode ser considerado característico de uma comunidade tradicional? Por quê? c) Compare o seu modo de vida com o modo de vida dos amish. Cite semelhanças e diferenças.

a) Documento histórico (cite cinco exemplos). b) Fonte oral. c) Tempo histórico. d) Tempo cronológico. e) Patrimônio histórico. f) Vestígios materiais. g) Tombamento.

a história e o tempo presente

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2. O fragmento da Canción por la unidad latinoamericana, reproduzido a seguir, é uma adaptação de Chico Buarque de um poema do compositor cubano Pablo Milanés. Leia o trecho da canção para responder às perguntas a seguir.

4. Forme um grupo com seus colegas e, juntos, façam uma linha do tempo registrando acontecimentos importantes que ocorreram no Brasil, a partir do ano 2000, e que acompanharam a trajetória da vida do grupo. Consulte a biblioteca da sua escola, seu professor de história e sites da internet.

“[...]

E quem garante que a história É carroça abandonada Numa beira de estrada Ou numa estação inglória

5. O tempo existe, mas não podemos vê-lo ou segurá-lo entre as mãos. Porém, comparando cronologicamente acontecimentos importantes da história das sociedades, é possível medilo e representá-lo. Apresente as principais características do nosso calendário, escolha três datas consideradas importantes na história do Brasil e justifique por que elas foram definidas como feriados nacionais.

A história é um carro alegre Cheio de um povo contente Que atropela indiferente Todo aquele que a negue É um trem riscando trilhos Abrindo novos espaços Acenando muitos braços

6. Procure saber se na sua cidade existe algum

Balançando nossos filhos

Saia iluminando o cenário

bem tombado pelo patrimônio histórico ou em processo de tombamento. Em caso positivo, pesquise a história desse patrimônio. Levante informações importantes, como:

Saia incendiando o plenário

• Quais motivos levaram ao tombamento des-

[...] Quem vai impedir que a chama

se bem?

Saia inventando outra trama

• Quando isso ocorreu?

Canción por la unidad latinoamericana. Pablo Milanés (versão de Chico Buarque), 1978. CD Clube da Esquina 2, EMI Odeon.

a) Qual é o tema central da canção?

b) De acordo com o texto, qual é o papel e a função da história na sociedade? c) Releia a última estrofe e a relacione ao que você aprendeu no capítulo a respeito da importância do estudo da história.

• Houve o envolvimento da comunidade nes-

se processo? • Qual é a situação desse patrimônio hoje?

Caso não exista, pesquise a história de sua idade e cite alguns bens locais que você c acredita que deveriam ser tombados pelo patrimônio histórico. Leve para a sala de aula o resultado da pesquisa e apresente para os demais colegas.

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Técnicas de trabalho

Visita a um museu

Os museus são instituições que preservam, pesquisam e divulgam bens materiais e imateriais representativos do patrimônio histórico e cultural de uma comunidade. No Brasil, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem mais de 2 mil museus. Eles podem ser públicos ou particulares, regionais ou comunitários, artísticos, arqueológicos, históricos, científicos, entre outros. O museu é uma instituição intimamente ligada a uma sociedade. As ações educativas desenvolvidas nos museus contribuem para o engajamento e a formação das consciências, assim como para a preservação da história e da memória das sociedades.

JANDUARI SIMÕES/FOLHAPRESS

A proposta desta atividade é uma visita a um museu de sua cidade, onde você poderá conhecer mais sobre a história e a memória de seu município. Caso sua cidade não tenha um museu, sugerimos uma pesquisa na internet, onde você poderá fazer uma visita virtual a algumas dessas instituições.

• • • • •

Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia: www.mae.ufba.br Museu da Língua Portuguesa: www.museulinguaportuguesa.org.br Museu Oscar Niemeyer: www.pr.gov.br/mon Museu de Arte de Goiânia: www.goiania.go.gov.br/html/mag Museu Histórico Nacional: www.museuhistoriconacional.com.br Museu de Inhotim: www.inhotim.org.br

Objetivos Visitar um museu, conhecer o tipo de acervo que nele se encontra e participar de atividades educativas promovidas pela instituição.

Fachada do Museu de Arte Sacra e Igreja de Santo Alexandre, Belém, Pará. Foto de 2009.

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Felipe Varanda/Folhapress

Carruagem exibida na exposição Do móvel ao automóvel, que ocorreu no Museu Histórico Nacional, na cidade do Rio de Janeiro. Foto de 2006.

Procedimentos 1) Pesquisar em livros, revistas e sites sobre o patrimônio histórico, especialmente o brasileiro. Faça um levantamento de dados gerais sobre o assunto para conhecê-lo melhor. Indicamos o site do Iphan (www.iphan.gov.br), no qual você encontra referências sobre preservação do patrimônio brasileiro, definições de patrimônio material e imaterial, bens tombados, relação de museus e centros culturais. 2) Sugerir ao seu professor museus para visitar. Após a definição da instituição, procure se informar a respeito das regras do museu durante a visitação, como, por exemplo, se é permitido fotografar o prédio e o acervo. 3) Elaborar perguntas para os monitores ou funcionários do museu: origem do acervo, data de fundação da instituição, relação com mantenedores, características do edifício, preservação dos objetos, número de funcionários e suas especialidades. Converse com seu professor e peça outras sugestões. 4) Organizar o material. Leve um caderno para fazer anotações. Se for permitido, utilize câmera fotográfica para fazer registros da visita. 5) Participar das atividades propostas pelos monitores. Converse com eles para obter o máximo de informações possível a respeito da instituição e do acervo.

6) Debater com os colegas em sala de aula as impressões da visita. Detalhem as especificidades dos objetos, os cuidados com a preservação do acervo e do edifício e a relação da instituição com a comunidade. Caso a visita seja virtual, pesquise no site da instituição dados como data da criação do museu, tipo de acervo, mantenedores etc. Observe atentamente as peças do acervo. Procure entrar em contato com funcionários da instituição por e-mail ou telefone para obter informações a respeito da preservação do acervo, número de funcionários e atividades educativas desenvolvidas no museu.

Avaliação do trabalho Organize um mural com as informações obtidas durante a visita, de maneira atraente para visualização e leitura. Procure incluir imagens do acervo, dos funcionários e do prédio. Se você não foi pessoalmente ao local, ou não foi permitido fotografá-lo, utilize suvenires (ex.: cartões-postais) ou imagens da internet, não se esquecendo de indicar as fontes. Em seguida, monte uma exposição dos murais na escola e convide alunos de turmas diferentes para acompanhar o resultado de seu trabalho.

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Questões de vestibulares e do Enem 1. (Uece) Por muito tempo, os historiadores acreditavam que deveriam e poderiam reproduzir os fatos “tal como haviam ocorrido”. Dentre as características do conhecimento histórico que assim produziam, podemos apontar corretamente:

Lista de exerccios

sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias. […]

ASSIS, Machado de. In: CHALHOUB, S. ; PEREIRA, L. A. de M. (Orgs.). A história contada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. p. 67.

a) ao privilegiarem a realidade dos fatos, os

b) era uma história linear, cronológica, de no-

Ante as novas tendências interpretativas da história, há uma diferença entre o contador de histórias e o historiador, de acordo com a qual é correto afirmar que:

mes, fatos e datas, que pretendia uma verdade absoluta, expressão da neutralidade do historiador.

a) a literatura torna-se inexpressiva ao histo-

c) como se percebeu ser impossível chegar à

b) o contador de história recorre à ficção e o

verdadeira face do que “realmente aconteceu”, todo o conhecimento histórico ficou marcado pelo relativismo total. d) os fatos privilegiados seriam aqueles pou-

cos que eram amplamente documentados, como as festas populares e a cultura das pessoas comuns.

2. (UFC-CE) Analise o texto a seguir.

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário do historiador, não

riador, que se fundamenta nos documentos manuscritos e impressos. historiador envolve-se com o real, de acordo com a sua interpretação e as práticas sociais consideradas. c) a interpretação do historiador, apesar de valorizar a diversidade de informações, deve limitar-se à do contador de histórias. d) a história do cotidiano passou a ser depreciada pelos profissionais da história por menosprezar a análise social. e) a autenticidade dos fatos históricos exclui a

força da subjetividade, presente na reconstrução do passado.

Ampliando o conhecimento Leitura

Sugestões de sites, vídeos e livros

BOSCHI, Caio César. Por que estudar história? São Paulo: Ática, 2007. A obra apresenta de forma simples as noções de fonte histórica, tempo e as etapas do trabalho do historiador. O autor mostra a importância da disciplina história em nosso cotidiano e faz um balanço das transformações que a concepção de história teve nos últimos anos. Filmes reprodução

Narradores de Javé Direção de Eliane Caffé. Brasil, 2003. 100 min. Ao saber que Javé corre o risco de desaparecer com a construção de uma usina hidrelétrica, a comunidade decide preparar um documento contando os acontecimentos heroicos da cidade, para que ela seja tombada e escape da destruição.

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historiadores esperavam produzir um conhecimento científico que analisasse os processos e seus significados.

Dersu Uzala Direção de Akira Kurosawa. Japão/União Soviética, 1975. 141 min. O filme conta a história de Arseniev, capitão russo que é enviado com suas tropas a uma viagem de exploração topográfica do extremo oriente do território russo. Na viagem, conhece Dersu Uzala, caçador de uma tribo mongol, e o convida para servir de guia para o grupo. Arseniev descobre nesse homem simples das florestas uma grande sabedoria, e entre eles nasce uma bela amizade. Site Museu da Pessoa www.museudapessoa.com.br O Museu da Pessoa se dedica a garantir que todos os seres humanos tenham a sua importância reconhecida, registrando sua história de vida em um espaço que preserva a memória social. Ao acessá-lo, você poderá compartilhar a sua história com outros usuários do site.

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Capítulo

AKG IMAGES/LATINSTOCK

HULTON ARCHIVE/GETTY IMAGES

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

O revolucionário russo Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como Lênin, discursa em Moscou, Rússia, outubro de 1917.

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que utilizou largamente o sistema de trincheiras. Na foto, soldados búlgaros, durante refeição, em trincheira no front do norte da Bulgária, em 1917.

A Belle Époque “Felizes décadas as entre 1870 e 1914: a ´Bela Época!´ Período histórico que, num primeiro momento, desperta na consciência de todos nós a imagem de um mundo marcado pela estabilidade, paz e valores seguros. Na realidade, esta sociedade paradisíaca existiu, mas somente para os estratos superiores das classes privilegiadas. A grande burguesia, sem dúvida, tinha razões de sobra para o seu otimismo: as revoluções científica e tecnológica, extremamente aceleradas ao longo do século XIX, haviam aberto perspectivas de fortuna e poder até pouco antes nem sequer imagináveis. O mundo, aos olhos das elites dominantes, parecia pronto e acabado, e a história quase realizada, faltando apenas levar os ‘miraculosos’ produtos da civilização ocidental aos pobres e retardados povos dos continentes periféricos. [...]. Esta sociedade feliz terminaria de forma explosiva nas sangrentas trincheiras da Grande Guerra de 1914. As proporções catastróficas assumidas pelo primeiro conflito mundial levantaram, inevitavelmente, uma questão: como um evento tão absolutamente trágico pôde ter sido gerado no interior da ´Bela Época´ [...]?”. RODRIGUES, Luiz Cesar B. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Atual, 1994. p. 5.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

Período de otimismo e progresso A­ Belle Époque­ é­ uma­ expressão­ usada­ para­ desig­­nar­ o­ clima­ de­ entusiasmo­ que­ caracterizou­a­Europa­no­período­que­se­estende­de­aproximadamente­1870­até­o­início­ da­Primeira­Guerra­Mundial.­Essa­foi­uma­época­de­profundas­transformações­no­pensamento­e­na­cultura.­Inovações­tecnológicas­como­o­automóvel,­o­avião,­o­telefone,­o­ cinema,­a­bicicleta,­o­telégrafo­sem­fio,­entre­outras,­contribuíram­para­reafirmar­a­ideia­ de­estabilidade­e­progresso­contínuo­preponderante­na­maioria­das­sociedades­europeias.­ A­influência­dos­valores­da­Belle Époque­foi­tão­grande­que­ela­pôde­ser­sentida,­inclusive,­em­alguns­países­da­América.­No­Brasil,­seu­alcance­se­deu,­entre­outros­aspectos,­na­ modernização­das­principais­cidades­brasileiras­entre­fins­do­século­XIX­e­começo­do­XX.­

35.1

Os antecedentes da guerra Entre­1871­e­1914­não­ocorreu­nenhum­conflito­que­envolvesse­diretamente­as­­potências­ europeias.­Naquele­período,­ninguém­acreditava­que­pudesse­haver­um­conflito­de­âmbito­ mundial.­Apesar­disso,­a­partir­de­1880,­os­governos­das­principais­potências­–­Grã-Bretanha,­ França,­Alemanha,­Aústria-Hungria,­Itália­e­Rússia­–­iniciaram­uma­corrida armamentista,­ que­se­aceleraria­nas­primeiras­décadas­do­século­XX.­Os­países­procuravam­obter­os­armamentos­mais­avançados,­impulsionados­pela­propaganda­militarista­e­de­suas­ambições­ imperialistas.­Tais­armas­foram­testadas­em­terras­da­Ásia­e­da­África,­usadas­para­submeter­ as­populações­locais­ao­domínio­de­Estados­como­Grã-Bretanha­e­França,­que­construíram­ vastos­impérios­coloniais­nos­dois­continentes.­ Ao­mesmo­tempo­que­modernizavam­seus­exércitos,­as­potências­europeias­firmavam­ acordos­político-militares­entre­si,­o­que­caracterizou­a­chamada­política de alianças. Formada­em­1882,­a­Tríplice Aliança­envolvia­as­potências­centrais­(Império­Alemão­e­Império­Austro-Húngaro)­e­a­Itália.­A­aliança­entre­Alemanha­e­Áustria-Hungria­ explicava-se­pela­necessidade­de­manter­o­equilíbrio­interno­do­novo­Império­Alemão.­­ A­aproximação­com­a­Itália­estava­indiretamente­ligada­à­formação­tardia­dos­Estados­ nacionais­alemão­e­italiano­e­ao­atraso­desses­povos­na­corrida­imperialista.­O­acordo­foi­ renovado­até­as­vésperas­da­Primeira­Guerra­Mundial.­Mas,­quando­começou­o­conflito,­ a­Itália­permaneceu­neutra.­

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Marcada­pelas­renovações­estéticas­das­vanguardas­europeias,­essa­também­foi­a­ época­ de­ ascensão­ do­ movimento­ operário­ e­ das­ correntes­ socialistas,­ que­ na­ Rússia­ culminou­na­Revolução­Russa­de­1917­e­na­implantação­do­socialismo­no­país.­Contudo,­ o­período­de­efervescência­cultural­e­aparente­harmonia­da­Belle Époque­foi­interrompido­ pela­eclosão­da­Primeira­Guerra­Mundial.­

A­Tríplice Entente,­por­sua­vez,­era­formada­por­Grã-Bretanha,­França­e­Rússia­e­foi­ constituída­entre­1893­e­1907.­A­participação­da­França­em­um­bloco­antigermânico­pode­ ser­explicada­pela­derrota­francesa­na­Guerra­Franco-Prussiana­de­1870­e­a­subsequente­ anexação­ao­Império­Alemão­da­região­francesa­da­Alsácia-Lorena.­Já­a­presença­da­Rússia­ era­uma­resposta­ao­envolvimento­da­Áustria-Hungria­(aliada­da­Alemanha)­nos­Bálcãs,­ região­de­interesse­do­Império­Russo­habitada­por­uma­diversidade­de­povos­eslavos.­O­ governo­da­Rússia,­alegando­ser­o­protetor­da­comunidade­eslava­na­Europa,­via­com­ hostilidade­a­presença­austríaca­no­local.­ O­próprio­desenvolvimento­do­capitalismo­ajudou­a­criar­rivalidades­novas.­No­início­ do­século­XX,­a­economia­mundial­deixou­de­ser­um­sistema­que­girava­em­torno­da­ Grã-Bretanha.­Outros­países­industrializados­disputavam­com­os­britânicos­os­mercados­consumidores,­e­nenhum­concorrente­era­tão­agressivo­quanto­os­alemães.­País­de­

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

­industrialização mais recente que a Grã-Bretanha, a Alemanha havia incorporado tecnologias mais avançadas. Assim, os produtos que fabricava muitas vezes tinham qualidade superior à das manufaturas britânicas. A disputa imperialista se estendia à esfera financeira: os empréstimos alemães às vezes eram mais vantajosos que os dos banqueiros britânicos. Além disso, a força naval do Império Alemão preocupava os ingleses, que necessitavam muito do mar para distribuir suas mercadorias aos quatro cantos do mundo. Interesses específicos, portanto, tornaram possível a aliança da Grã-Bretanha com a França, direcionada contra o inimigo comum, no caso a Alemanha.

A conjuntura europeia foi agravada por outro fator não menos importante: o­ nacionalismo. Na primeira metade do século XIX, liberais, republicanos e representantes do nascente movimento operário lutaram lado a lado contra o despotismo real e isso ajudou a criar um sentimento nacionalista, que no final daquele século passou a ser manipulado pelos governos e pelas classes dominantes. A nação era o novo “objeto de culto” patriótico dos Estados, elemento de união entre os cidadãos e o Estado. A propaganda nacionalista concentrou-se na escola e no exército, onde os indivíduos aprendiam a ser bons súditos e bons cidadãos. A intensa exaltação do sentimento nacional assumiu formas particularmente perigosas. Dentre elas, estava o projeto da Grande Sérvia, o revanchismo francês, o pan-es­la­vis­mo na Rússia e o pangermanismo na Alemanha. O plano da Grande Sérvia consistia em estender a autoridade sérvia sobre os povos da mesma etnia que habitavam as províncias turcas da Bósnia e da Herzegovina, administradas desde 1878 pela Áustria, e as províncias meridionais da Áustria-Hungria. Esse projeto nacionalista tinha suas origens na formação da Sérvia, que, depois de séculos de domínio turco, em 1878, obteve a independência plena. Em 1908, a anexação da Bósnia pela Áustria despertou a ira do nacionalismo sérvio. Logo depois, nas Guerras dos Bálcãs de 1912-1913, os sérvios ocuparam par­te da Macedônia, mas foram obrigados pelo governo austríaco a abrir mão de territórios albaneses. Essas pressões fizeram crescer a hostilidade sérvia em relação ao Império Austro-Húngaro.

Feliz Ano Novo, França!, alegoria nacionalista de Henri Meyer, 1891. Reprodução – Coleção particular

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O nacionalismo belicista

O revanchismo francês resultou do desejo de vingança dos nacionalistas exacerbados da França, dispostos a recuperar o território da Alsácia-Lorena, perdido na Guerra Franco-Prussiana. O pan-eslavismo na Rússia, por sua vez, baseava-se na ideia de que os russos deveriam ser líderes e protetores dos Estados eslavos dos Bálcãs. O pangermanismo, movimento originário da Liga Pangermânica de 1895, preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

Conteúdo multimídia: Primeira Guerra Mundial

35.1 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

Quatro anos de destruição Em­28­de­junho­de­1914,­Francisco­Ferdinando,­herdeiro­do­trono­austro-húngaro,­ foi­assassinado­por­um­ativista­sérvio­em­Sarajevo.­A­Áustria-Hungria­exigiu­reparações­ da­Sérvia­pelo­ocorrido,­mas­nenhuma­de­suas­exigências­foi­atendida.­Nesse­contexto,­ eclodiu­o­conflito:­o­Império­Austro-Húngaro­declarou­guerra­à­Sérvia.­ Aos­poucos,­o­conflito­se­tornou­mundial.­O­sistema­de­alianças­arrastou­outros­países­ à­luta.­Entre­1914­e­1916,­Alemanha,­Áustria,­Rússia,­França­e­Grã-Bretanha­envolveram­ no­confronto­suas­colônias­e­áreas­de­influên­cia­da­África­e­da­Ásia.­O­Império­Otomano,­ inimigo­da­Rússia,­e­a­Bulgária,­com­ressentimentos­antigos­contra­a­Sérvia,­se­juntaram­à­ Alemanha.­Em­contrapartida,­em­1915,­a­Itália­rompeu­com­a­Tríplice­Aliança­e­entrou­na­ guerra­ao­lado­da­Entente.­Ela­esperava­receber,­ao­final­da­guerra,­as­regiões­que­ainda­ não­tinham­sido­incorporadas­ao­Estado­nacional­italiano:­Ístria,­Trentino­e­Trieste,­que­ estavam­sob­domínio­do­Império­Austro-Húngaro. Tríplice Aliança e Tríplice Entente UL O

PO LA RÁ RT IC

ISLÂNDIA

O

SUÉCIA NORUEGA IMPÉRIO RUSSO

MAR DO NORTE DINAMARCA GRÃ-BRETANHA

OCEANO ATLÂNTICO

PAÍSES BAIXOS BÉLGICA

IMPÉRIO ALEMÃO

N

490 km

PORTUGAL

Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse/Vuef 2003. p. 48.

Tríplice Aliança Tríplice Entente e aliados Países neutros

MER IDIAN O DE

ESPANHA

GREE

0

NWIC

H

FRANÇA

MAR

IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO

SUÍÇA ITÁLIA

ROMÊNIA

MAR NEGRO

MONTENEGRO SÉRVIA BULGÁRIA ALBÂNIA MEDIT ERRÂNEO

GRÉCIA

IMPÉRIO OTOMANO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CÍ RC

ÁFRICA

Em­abril­de­1917­foi­a­vez­de­o­continente­americano­se­envolver­no­conflito,­com­a­entrada­dos­Estados­Unidos­ao­lado­da­Entente.­Foram­decisivos­para­essa­decisão­os­interesses­ comerciais­norte-americanos­na­França­e­Grã-Bretanha.­Em­dezembro­desse­mesmo­ano,­ sofrendo­pesadas­derrotas­militares­e­com­graves­problemas­internos,­a­Rússia­firmou­um­ armistício­com­a­Alemanha­e­retirou-se­do­conflito.­No­final­de­1917,­Alemanha­e­Áustria-Hungria­julgavam-se­perto­do­triunfo.­ O­colapso­russo­permitiu­que­os­alemães­deslocassem­tropas­para­a­frente­ocidental.­ Elas­foram­utilizadas­em­uma­grande­ofensiva­lançada­em­março­de­1918,­antes­da­chegada­ da­maior­parte­dos­efetivos­dos­Estados­Unidos.­Mas­o­ataque,­apesar­de­obter­ga­nhos­ territoriais,­não­quebrou­a­resistência­anglo-francesa.­Em­julho­teve­início­a­contraofensiva­ aliada,­já­com­apoio­norte-americano. A­partir­daí,­os­acontecimentos­se­precipitaram.­Em­setembro,­derrotada­por­tropas­sérvias­ com­apoio­francês,­a­Bulgária­pediu­um­armistício;­no­mesmo­mês,­os­ingleses­venceram­os­ exércitos­turcos­na­Palestina­e­avançaram­até­a­Síria.­No­final­de­outubro,­o­Império­Otomano­ capitulou­e­em­breve­deixaria­de­existir.­Na­Europa,­tropas­italianas­venceram­os­austríacos­na­ Batalha­de­Vittorio­Veneto,­e­o­Império­Alemão­mergulhou­numa­crise­profunda.­Rebeliões­no­ exército,­greves­operárias,­formação­de­conselhos­populares­e­falta­de­alimentos­resultaram­ na­renúncia­do­imperador­Guilherme­II,­na­proclamação­da­república­e­na­rendição­alemã.

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

A guerra de trincheiras Esperava-se­ que­ a­ guerra­ fosse­ curta.­ Mas­ o­ conflito­ durou­ quatro­ anos­ e­ três­ meses,­ obrigando­ os­ beligerantes­ a­ mudar­ suas­ estratégias.­ O­ avanço­ tecnológico­ proporcionou­o­uso­de­novos­inventos­nos­combates­da­Primeira­Guerra­Mundial.­As­ ferrovias­permitiram­mobilizar­e­transportar­um­número­cada­vez­maior­de­homens­de­ diferentes­regiões­da­Europa­aos­campos­de­batalha.­Entretanto,­a­locomoção­interna­ de­soldados­e­suprimentos­nos­locais­de­conflito­continuava­sendo­feita­por­cavalos.

A­Primeira­Guerra­foi,­por­excelência,­uma­guerra­de­trincheiras.­O­conflito,­marcado­ no­primeiro­ano­pela­movimentação­inicial­das­tropas,­consolidou-se­depois­como­uma­ guerra­de­posições,­onde­cada­território­ocupado­tinha­de­ser­mantido­e­defendido.­As­ trincheiras­formavam­uma­rede­de­valas­cavadas­na­terra,­de­aproximadamente­2­metros­ de­profundidade,­construídas­em­zigue-zague.­Elas­eram­cercadas­por­fileiras­de­sacos­ de­areia­que­ajudavam­a­proteger­os­soldados.­Havia­trincheiras­abertas­na­frente­das­ linhas­ inimigas­ e­ aquelas­ que­ ficavam­ na­ retaguarda,­ mais­ afastadas.­ Os­ homens­ das­ tropas­revezavam-se,­ocupando­ora­uma,­ora­outra­posição.­O­território­que­separava­as­ trincheiras­dos­dois­blocos­inimigos­era­conhecido­como­“terra­de­ninguém”.­Ali­havia­ crateras­de­bombas­e­rolos­de­arame­farpado,­colocados­próximos­às­linhas­de­combate­ para­dificultar­a­mobilidade­do­exército­inimigo. Como­em­algumas­ocasiões­da­guerra­se­tornava­impossível­avançar­ou­recuar,­as­ trincheiras­transformaram-se­em­lares­temporários­de­muitos­combatentes.­Nesses­locais­ apertados,­além­de­manusearem­suas­armas,­eles­descansavam,­faziam­as­refeições­e­até­ cuidavam­da­higiene­pessoal.­ Apesar­da­tentativa­de­adaptação,­a­vida­nas­trincheiras­não­era­nem­um­pouco­confortável:­os­soldados­passavam­fome,­sede­e­frio.­O­local­vivia­constantemente­encharcado­ por­causa­das­chuvas,­e­as­doenças­disseminavam-se­com­facilidade.­

35.2

RepRodução – Coleção paRtiCulaR

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os­novos­armamentos­eram­mais­rápidos­e­potentes­que­os­anteriores,­graças­aos­ avanços­na­metalurgia­e­na­química.­Além­disso,­bombas,­minas,­torpedos­e­armas­de­ longo­alcance­permitiam­conter­um­ataque­inimigo­antes­que­ele­chegasse­perto­demais­ das­tropas­de­soldados.­Nesse­período,­os­navios­de­guerra­ganharam­com­uma­blindagem­protetora­mais­eficaz,­feita­de­ferro,­além­de­poderem­carregar­mais­armas­e­de­ movimentar-se­de­forma­mais­veloz.­Nos­anos­finais­da­guerra,­a­partir­de­1916,­surgiram­ ainda­os­tanques.­

Soldados franceses fazendo refeição na trincheira, durante a Primeira Guerra Mundial.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

A paz de Versalhes Em­janeiro­de­1918,­o­presidente­dos­Estados­Unidos,­Woodrow­Wilson,­apresentou­ ao­Congresso­americano­um­plano­de­paz,­que­ficou­conhecido­como­Os 14 pontos de Wilson.­Entretanto,­o­programa­não­foi­muito­bem­recebido­por­algumas­potências­por­ não­punir­a­Alemanha­como­elas­desejavam.

Com­o­propósito­de­evitar­uma­nova­guerra,­foi­criada­a­Liga das Nações.­Mas­a­entidade­já­nasceu­falida,­uma­vez­que­dela­não­participaram­Alemanha,­Rússia­e­Estados­ Unidos.­ Já­ o­ Tratado de Saint-Germain,­ assinado­ também­ em­ 1919,­ desmembrou­ o­ Império­Austro-Húngaro­e­retirou­da­Áustria­sua­saída­para­o­mar.­A­guerra­redesenhou­ o­mapa­europeu­com­o­surgimento­de­novos­países,­entre­eles­Po­lônia,­Tchecoslováquia,­ Hungria­e­Iugoslávia. Travada­essencialmente­nas­terras,­nos­mares­e­no­céu­da­Europa,­a­Primeira­Guerra­ trouxe­amplas­consequências­para­aquele­continente­e­determinou­o­seu­declínio­no­cenário­ mundial.­Cerca­de­10­milhões­de­pessoas­morreram­nesse­conflito,­principalmente­jovens­ em­idade­produtiva.­A­destruição­provocada­pela­guerra­na­Europa­permitiu­a­ascensão­dos­ Estados­Unidos­como­maior­potência­econômica.­ Em­termos­políticos,­a­descrença­em­relação­ao­modelo­liberal­impulsionou­o­crescimento­dos­partidos­socialistas­e­comunistas,­de­um­lado,­e­a­formação­de­regimes­fascistas,­ de­outro.­Assim,­as­décadas­de­1920­e­1930­serão­marcadas,­na­Europa,­por­uma­forte­ polarização­política.­ A Europa antes de 1914 CÍR CU

A Europa depois de 1919 CÍR CU LO

LO

PO LA RÁ RTI CO ISLÂNDIA

ISLÂNDIA

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No­ano­seguinte,­representantes­dos­países­vencedores­reuniram-se­em­Versalhes­para­ elaborar­um­tratado­de­paz.­Assim,­em­28­de­junho­de­1919,­a­Alemanha­foi­obrigada­ a­assinar­o­Tratado de Versalhes.­Por­meio­dele,­os­alemães­perderam­suas­colônias­ na­África­e­no­Pacífico­e­territórios­na­Europa;­foram­obrigados­a­reduzir­seu­exército­ para­100­mil­soldados;­sua­força­naval­pesada­e­submarinos­foram­proibidos,­assim­ como­sua­força­aérea­e­a­produção­de­tanques­e­blindados.­Além­disso,­a­Alemanha,­ considerada­a­única­responsável­pelo­conflito,­foi­obrigada­a­pagar­uma­elevada­indenização­aos­países­vencedores.

PO LA RÁ RTIC O

SUÉCIA FINLÂNDIA NORUEGA

NORUEGA

GRÃ-BRETANHA

IMPÉRIO RUSSO

DINAMARCA

N

HOLANDA

PORTUGAL

SUÍÇA

IDIAN MER

ÁFRICA

ESPANHA

ROMÊNIA MONTENEGRO SÉRVIA ITÁLIA

MAR NEGRO

BULGÁRIA ALBÂNIA GRÉCIA

0

GREE N

ÁUSTRIA-HUNGRIA

O DE

GREE N

ESPANHA

WICH

PORTUGAL

FRANÇA

530 km

IMPÉRIO OTOMANO

ÁFRICA

N

POLÔNIA

TCHECOSLOVÁQUIA SUÍÇA

ÁUSTRIA HUNGRIA ROMÊNIA

IUGOSLÁVIA ITÁLIA

MAR NEGRO

BULGÁRIA ALBÂNIA

O DE

FRANÇA

ALEMANHA

RÚSSIA SOVIÉTICA

LITUÂNIA

BÉLGICA

WICH

BÉLGICA

LETÔNIA

GRÉCIA

IDIAN

OCEANO ATLÂNTICO

MAR DO NORTE

HOLANDA ALEMANHA

OCEANO ATLÂNTICO

MER

GRÃ-BRETANHA

ESTÔNIA

SUÉCIA

MAR DO NORTE

0

TURQUIA

600 km

Rússia Soviética

Perdas da Alemanha

Bulgária

Perdas da Rússia

Áustria em 1919

Perdas da Bulgária

Alemanha em 1919

Perdas do I. Austríaco

Turquia

Fonte dos mapas: DUBY, Georges: Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 88 e 91.

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

35.3

Às vésperas da Revolução Russa Enquanto­as­principais­potências­da­Europa­permaneciam­na­guerra,­em­dezembro­de­1917­ a­Rússia­saiu­do­conflito­e­assinou­um­acordo­de­paz­com­a­Alemanha.­Internamente,­o­país­ estava­abalado­pelos­efeitos­do­conflito­mundial.­Em­1917,­5,5­milhões­de­soldados­russos­ estavam­entre­mortos,­feridos,­desaparecidos­ou­prisioneiros.­Nesse­período,­o­país­era­alvo­ de­muitas­agitações­populares,­que­contaram­com­a­participação­de­operários­e­camponeses.

Às­vésperas­da­revolução,­a­população­russa,­de­cerca­de­160­milhões­de­pessoas,­era­ governada­pelo­czar,­monarca­absoluto­que­detinha­o­apoio­da­Igreja­Ortodoxa­Russa,­da­ burocracia­civil­e­da­nobreza­proprietária­de­terras.­Apenas­duas­estruturas­podiam,­com­ muitas­limitações,­contestar­seu­poder­autoritário:­as­assembleias­distritais­e­provinciais­ (Zemstvos)­e­as­municipais­(Dumas),­instituídas­nas­últimas­décadas­do­século­XIX.­ Um­mosaico­de­povos­vivia­nos­limites­do­Estado­russo,­que­tinha,­no­final­do­século­XIX,­ cerca­de­85%­da­sua­população­vivendo­no­campo.­A­economia­baseava-se­na­agricultura,­e­ a­maior­parte­das­terras­pertencia­à­nobreza­e­à­Igreja.­A­parcela­mais­numerosa­da­sociedade­ russa­era­formada­pelos­camponeses­(mujiks),­que­se­organizavam­em­pequenas­aldeias.­A­ vida­no­campo­era­precária­e­a­produtividade­baixa.­A­maioria­dos­trabalhadores­não­possuía­ lote­de­terra­suficiente­para­garantir­sua­sobrevivência.­Até­1861,­grande­parcela­do­trabalho­ agrícola­era­feita­por­camponeses­que­trabalhavam­para­os­nobres­na­condição­de­servos.­ Para­parte­da­sociedade­russa,­a­servidão­representava­um­entrave­ao­desenvolvimento­econômico­e­social­do­país.­Sua­gradual­abolição­foi­uma­das­realizações­do­czar­Alexandre­II,­que­ atribuiu­terras­aos­mujiks,­mas­não­de­maneira­suficiente­e­satisfatória.­Durante­seu­governo,­ ele­empreendeu­uma­série­de­outras­reformas,­visando­modernizar­e­industrializar­o­país.­ A­industrialização­da­Rússia­teve­início­na­segunda­metade­do­século­XIX­graças­a­um­ grande­afluxo­de­capitais­estrangeiros­(ingleses,­franceses,­belgas­e­alemães)­e­investimentos­estatais.­As­principais­indústrias­concentravam-se­nas­maiores­cidades­ocidentais­ do­império,­como­Moscou­e­São­Petersburgo.­Nelas,­surgiu­um­grande­contingente­de­ operários.­Como­no­início­da­industrialização­inglesa,­os­trabalhadores­russos­eram­submetidos­a­condições­extremas­de­exploração:­jornadas­de­trabalho­entre­12­e­16­horas,­ baixos­salários,­falta­de­segurança­e­inexistência­de­uma­legislação­trabalhista.­Tal­situação­ contribuiu­para­criar­uma­relação­de­conflito­entre­o­operariado­e­a­monarquia­czarista­e­ para­que­as­ideias­marxistas­e­anarquistas­se­difundissem­em­meio­urbano.­

35.2 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

RepRodução – Coleção paRtiCulaR

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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A Rússia czarista

Vista do Kremlin, em Moscou, Rússia, entre 1890-1900.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

Extensão máxima do Império Russo (1900)

RI ME

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OCE ANO

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São Petersburgo OCEANO PACÍFICO

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MAR DE ARAL

Vladivostok

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650 km

100º

A preparação política A difusão do pensamento marxista no Império Russo possibilitou a formação de diversos agrupamentos e organizações de esquerda e, a partir destes, a criação do primeiro partido político de caráter marxista do país, em 1898, o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). As discussões sobre a natureza da luta contra o czarismo criaram duas tendências no interior do partido: os mencheviques (minoria) e os bolcheviques (maioria). Os mencheviques, liderados por Yuly Martov e Georgy Plekanov, defendiam a tese de que a luta contra o czarismo deveria passar por uma etapa democrático-burguesa. Ou seja, a burguesia deveria tomar o poder e instaurar uma república que promovesse reformas econômicas e sociais visando ao desenvolvimento do capitalismo. A transição para o socialismo se daria de forma gradual.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fonte: KINDER, Herman; HILGEMANN, Werner. Atlas histórico mundial. Madri: Istmo, 1983. p. 388.

IMPÉRIO RUSSO

NI

Os bolcheviques, liderados por Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como Lênin, defendiam a necessidade de uma revolução proletária conduzida por uma organização clandestina, de revolucionários profissionais, centralizada e submetida a rigorosa disciplina. Enquanto bolcheviques e mencheviques disputavam a hegemonia no seio do POSDR, a Rússia sofria as consequências da derrota na Guerra Russo-Japonesa. Travado em 1904-1905, o conflito teve origem na política expansionista russa e japonesa no Extremo Oriente. Vários setores da sociedade russa reagiram às irreparáveis perdas em homens e recursos, além da humilhação sofrida pelo país. Essa situação gerou um clima de descontentamento popular, que levou a uma série de confrontos entre o povo e o governo do czar.

O ensaio geral de 1905 Um dos episódios determinantes para a eclosão do movimento revolucionário de 1917 foi o ­Domingo Sangrento, ocorrido em 1905. Em dezembro de 1904, um grupo de trabalhadores da usina de Putilov, situada em São Petersburgo, então capital da Rússia, elaborou um boletim de reivindicações trabalhistas apresentado à direção da empresa.­ Os dirigentes não só ignoraram as exigências dos trabalhadores, como também demitiram todos aqueles que aderiram à iniciativa.

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Em solidariedade aos demitidos, as Seções Operárias (núcleos de operários) organizaram, em janeiro do ano seguinte, uma manifestação pública. Os operários e populares marcharam rumo ao Palácio de Inverno, onde entregariam uma petição ao czar solicitando reformas sociais, políticas, religiosas e fiscais, além da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Em resposta, centenas de trabalhadores foram metralhados pelos soldados do czar. Numa reação indignada ao Domingo Sangrento, greves e manifestações eclodiram em todo o país, tanto na cidade quanto no campo. Iniciam-se motins militares, entre eles a rebelião dos marinheiros do encouraçado Potemkin, o maior navio de guerra do império, contra o abuso praticado por seus comandantes. No decorrer dos confrontos de 1905 surgiram os sovietes e os partidos liberais russos.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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A repressão czarista resultou em milhares de mortos e prisioneiros, além do exílio de várias lideranças socialistas. Procurando evitar novos conflitos e atrair os liberais, o czar Nicolau II prometeu realizar uma reforma agrária e respeitar as liberdades civis. Além disso, convocou a Duma, uma assembleia de representantes da sociedade russa composta de uma maioria de nobres e burgueses ricos, que tinha função apenas consultiva e podia ser dissolvida a qualquer momento. Até 1916, a Rússia experimentou uma aparente democracia com a convocação da Duma. Após a quarta Duma, o governo proibiu todos os debates de ordem pública e constitucional. A Rússia e boa parte da Europa mergulhavam em um clima de rivalidades imperialistas, exaltação nacional e militarismo que culminou na Primeira Guerra Mundial.

Soviete Soviet, em russo, significa “conselho”. O termo designa as assembleias ou os conselhos formados por representantes de operários, soldados e camponeses surgidos durante a revolução de 1905. Duramente reprimidos e extintos depois de 1905, os sovietes renasceram em 1917 e se tornaram, após a Revolução de Outubro, um órgão deliberativo do Estado. Durante a revolução, os sovietes controlaram as tropas locais, os transportes e as comunicações.

Capítulo 35

A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Analise o documento Petição dos operários ao czar – 1905

Majestade! Nós, os operários da cidade de São Petersburgo, nossas mulheres, nossos filhos e nossos velhos pais inválidos, viemos a V. Majestade procurar justiça e proteção. Caímos na miséria, oprimem-nos, sobrecarregam-nos de trabalho esmagador, insultam-nos; ninguém reconhece em nós o homem. Somos tratados como escravos, que devem aguentar pacientemente seu amargo e triste destino e calar! E aguentamos o destino! Porém, somos compelidos cada vez mais para o abismo da miséria, da ausência de direito, da ignorância. O despotismo e a arbitrariedade nos esmagam, e estamos nos afogando. Chegamos ao fim de nossas forças, Majestade! O limite da paciência foi ultrapassado, pois chegamos nesse momento terrível em que é preferível morrer a ver prolongarem-se sofrimentos insuportáveis. E então abandonamos o trabalho e declaramos aos nossos patrões que não começaremos a trabalhar antes que tenham satisfeito os nossos pedidos. [...] Nosso primeiro pedido era que nossos patrões examinassem, junto conosco, as nossas necessidades; mas mesmo isso nos foi recusado [...], achando que a lei não nos reconhece este direito.

Ilegal também foi considerado o nosso pedido de diminuir o número de horas de trabalho até oito horas por dia; de estabelecer o preço do nosso trabalho em conjunto; de melhorar as nossas instalações (oficinas) [...]. Segundo os nossos patrões, tudo era ilegal, todos os nossos pedidos eram um crime. [...] Qualquer de nós que se atreve elevar a voz para a defesa dos interesses da classe operária é encarcerado, mandado para o exílio.

Petição redigida em 8-21 de janeiro de 1905. MATTOSO, Kátia M. de Queirós (Org.). Textos e documentos para o estudo da história contemporânea: 1789-1963. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977. p. 140-141. (Coleção Ensaios)

Questões 1. Segundo a petição, qual era a situação da classe operária na Rússia no início do século XX?

2. Cite as principais reivindicações apresentadas pelos operários em 1905.

3. Identifique a reação que essas reivindicações provocaram nos patrões e no governo czarista.

4. Na sua opinião, que tipo de dificuldades os trabalhadores enfrentam hoje?

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

35.4

O fim do regime czarista Assim­como­a­derrota­russa­na­guerra­contra­o­Japão­contribuiu­para­o­levante­de­ 1905,­o­fracasso­dos­exércitos­czaristas­na­Primeira­Guerra­Mundial­favoreceu­a­explosão­ revolucionária­de­1917. De­1914­(quando­a­Rússia,­aliada­aos­britânicos­e­aos­franceses,­entrou­em­luta­contra­ a­Alemanha­e­a­Áustria-Hungria)­até­o­final­de­1916,­os­enormes­porém­mal­equipados­ exércitos­russos­sofreram­derrotas­sucessivas.­Enquanto­isso,­a­situação­interna­se­tornava­cada­vez­mais­insustentável:­infla­ção­desenfreada,­desemprego,­falta­de­alimentos­e­ enfraquecimento­dos­laços­sociais­foram­alguns­dos­ingredientes­que­contribuíram­para­ desencadear­uma­série­de­manifestações­populares­contra­a­guerra­e­o­governo­czarista.

Autocracia Governo em que o soberano tem poderes ilimitados e absolutos.

No­dia­23­de­fevereiro­(8­de­março­no­calendário­gregoriano),­trabalhadoras­do­setor­ de­tecelagem­entraram­em­greve­e,­em­passeata,­conclamaram­os­metalúrgicos­a­aderir­à­ greve.­Em­vários­pontos­da­capital,­milhares­de­manifestantes­saíram­às­ruas.­Três­dias­depois,­uma­multidão­se­dirigiu­à­Duma­cantando­hinos­revolucionários­e­bradando:­“Abaixo­a­ autocracia!”,­“Abaixo­a­guerra!”.­O­governo,­como­de­costume,­respondeu­com­a­repressão.­ Os­grupos­revolucionários­bolcheviques,­mencheviques,­socialistas-revolucionários­ e­anarquistas­intensificaram­suas­ações.­Nesse­contexto,­o­presidente­da­Duma­suplicou­ inutilmente­ao­czar­que­atendesse­a­algumas­reivindicações­populares­e­formasse­um­ novo­governo.­Nicolau­II­ordenou­que­os­soldados­atirassem­nos­manifestantes,­mas­ os­oficiais­se­negaram­a­acatar­a­ordem­e­se­uniram­à­multidão.­No­dia­27,­soldados­ e­operários­ocuparam­o­Palácio­de­Inverno­e­em­poucas­horas­a­capital­do­império­foi­ tomada­pelos­revolucionários.

bettmann/CoRbis/latinstoCk

A­partir­de­São­Petersburgo,­a­revolução­se­propagou­por­toda­a­Rússia.­As­autoridades­ imperiais­foram­exoneradas­de­seus­cargos­e­substituídas­por­elementos­nomeados­pelos­ sovietes.­Em­sua­maioria,­os­novos­dirigentes­eram­mencheviques.­Com­seus­principais­líderes­ exilados,­os­bolcheviques­tiveram­atuação­ pequena­no­movimento,­que­ficou­restrita­ ao­operariado­da­capital­e­de­Moscou.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um­clima­de­efervescência­revolucionária­tomou­conta­da­sociedade.­Manifestações­ espontâneas­de­rua,­greves­operárias­e­atos­de­insubordinação­dos­soldados­contra­os­ comandos­militares­culminaram­na­Revolução de Fevereiro,­que­derrubou­o­regime­ czarista.­Até­1917,­os­russos­utilizavam­o­calendário­juliano,­atrasado­13­dias­em­relação­ ao­calendário­gregoriano­ocidental.­Assim,­a­Revolução­de­Fevereiro­ocorreu­em­março,­ pelo­calendário­do­Ocidente.

Em­2­de­março­de­1917­(15­de­março­ no­calendário­gregoriano)­um­acordo­entre­a­Duma­e­o­soviete­de­Petrogrado­(a­ nova­denominação­de­São­Petersburgo) permitiu­ a­ formação­ de­ um­ Governo­ Provisório­de­maioria­liberal.­Como­chefe­ de­governo­foi­nomeado­o­príncipe­Georg­ Lvov,­político­tradicional­e­rico­proprietário­de­terras.

Foto do início do século XX mostrando operários russos em frente ao local de trabalho. Os trabalhadores urbanos foram a base social da Revolução de 1917.

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

A dualidade de poderes Com­a­abdicação­do­czar,­estabeleceu-se­uma­aliança­entre­o­Governo­Provisório,­de­ caráter­liberal­e­controlado­pela­burguesia,­e­o­soviete­de­Petrogrado,­eleito­pelos­operários­ e­soldados.­Esse­soviete­permaneceu,­num­primeiro­momento,­como­um­órgão­à­parte­ do­governo,­que­fiscalizava­sua­atuação. Em­curto­prazo,­o­governo­de­alianças­cedeu­lugar­a­uma­situação­de­dualidade­de­ poderes.­De­um­lado­estava­o­Governo­Provisório,­adotando­medidas­que­não­correspondiam­às­aspirações­populares,­e­de­outro­o­soviete,­representando,­de­forma­direta­ e­efetiva,­os­interesses­das­camadas­populares.­Uma­das­mais­fortes­discordâncias­entre­ o­Governo­Provisório­e­o­soviete­dizia­respeito­à­Primera­Guerra.­Enquanto­o­primeiro­ defendia­a­permanência­da­Rússia­na­guerra­“até­a­vitória­final”,­o­soviete­de­Petrogrado­ encaminhava­uma­proposta­de­paz.

Em­abril,­Lênin,­ao­retornar­do­exílio,­apresentou­ao­Partido­Bolchevique­as­chamadas­ Teses de Abril.­Nelas,­propunha­a­paz­imediata;­a­dissolução­do­Governo­Provisório­e­ “todo­poder­aos­sovietes”;­a­supressão­da­polícia,­do­exército­e­dos­funcionários­do­Estado;­ o­confisco­das­grandes­propriedades­rurais­e­a­nacionalização­da­terra;­a­criação­de­um­ banco­nacional­único;­o­controle­da­produção­social­e­da­distribuição­dos­produtos­pelos­ sovietes,­entre­outros­aspectos.­Em­julho,­vários­levantes­confrontaram­a­autoridade­do­ Governo­Provisório,­que­aproveitou­o­fato­para­pôr­o­Partido­Bolchevique­na­ilegalidade­ e­prender­vários­líderes.­Para­não­ser­preso,­Lênin­refugiou-se­na­Finlândia.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

35.3 Visão do especialista

A Revolução Bolchevique

Reflita e responda

De­março­a­outubro,­a­Rússia­assistiu­a­sucessivas­mobilizações­populares­em­defesa­ 1. Quais elementos do cartaz revelam da­paz­e­de­mudanças­políticas­e­econômicas­profundas,­que­se­refletiram­no­fortalecique ele defendia mento­dos­partidos­revolucionários.­O­agravamento­da­crise­em­setembro­e­outubro­criou­ os ideais da Revocondições­para­que­as­palavras­de­ordem­bolcheviques,­“Paz,­Pão­e­Terra”,­conquistassem­ lução Russa? o­apoio­da­maioria­da­população. Em­outubro,­Lênin,­de­volta­do­exílio­na­Finlândia,­propôs,­em­uma­reunião­do­comitê­ central­do­Partido­Bolchevique,­o­início­imediato­da­insurreição­para­derrubar­o­Governo­Provisório.­A­criação­do­Comitê­Militar­Revolucionário­do­Soviete­de­Petrogrado­e­ a­preparação­da­Guarda­Vermelha­para­debelar­os­contrarrevolucionários­propiciaram­as­ condições­para­a­tomada­do­poder­em­nome­dos­sovietes,­em­25­de­outubro­de­1917.

2. Que tipo de rela-

ção podemos estabelecer entre a arte e a revolução na Rússia após 1917?

RepRodução – museu estatal de HistÓRia ContempoRÂnea da RÚssia, mosCou

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Além­disso,­operários­reivindicavam­uma­legislação­de­proteção­ao­trabalhador­e­o­ controle­operário­da­produção,­camponeses­clamavam­por­uma­reforma­agrária­e­grande­ parte­da­nação­exigia­a­convocação­de­uma­Assembleia­Constituinte.

Esse cartaz, produzido durante a Revolução Russa pelo poeta Vladimir Maiakovski, homenageia o exército revolucionário: “Eis a quem o soldado defendia antes!”, diz a legenda do primeiro quadro. “Eis a quem o soldado defende hoje!”, diz o segundo.

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História: das cavernas ao terceiro milênio

Capítulo 35

A guerra civil divide a Rússia Após­a­tomada­do­poder,­os­revolucionários­adotaram­medidas­nos­mais­diversos­ campos­para­que­a­velha­ordem­fosse­destruída.­Eles­anularam­os­títulos­de­nobreza;­ determinaram­a­separação­entre­a­Igreja­e­o­Estado;­simplificaram­a­língua­escrita­russa;­ estabeleceram­a­liberdade­de­expressão,­de­imprensa,­de­greve­e­de­associação;­decidiram­que­os­juízes­seriam­eleitos­pela­população­e­substituíram­a­polícia­e­o­exército­ permanente­pelo­armamento­geral­do­povo;­determinaram­o­controle­das­empresas­pelos­ operários­por­meio­de­instituições­eleitas;­e­estabeleceram­a­igualdade­e­a­soberania­dos­ povos­reunidos­no­território­russo,­incluindo­o­direito­de­eles­se­separarem­da­Rússia­e­de­ constituírem­um­Estado­independente.

Apoiados­pelas­potências­vitoriosas­no­conflito­mundial,­antigos­oficiais­monarquistas­ e­políticos­conservadores­formaram­uma­força­militar­contrarrevolucionária,­o­Exército­ Branco,­e­se­lançaram­contra­o­Exército­Vermelho,­representante­do­poder­bolchevique.­ A­guerra­civil­incendiou­a­Rússia. Para­derrotar­os­Brancos,­o­governo­bolchevique­estabeleceu­um­rígido­controle­sobre­a­ produção­e­o­consumo,­conhecido­como­comunismo de guerra,­por­meio­do­qual­instituiu-se­uma­economia­de­troca,­a­proibição­do­comércio­privado,­o­pagamento­do­salário­em­ gêneros­e­o­confisco­da­produção­agrícola­para­abastecer­a­população.­Também­foi­imposta­ uma­rigorosa­disciplina­ao­Exército­Vermelho,­sob­o­comando­de­Leon­Trotsky.­No­final­de­ 1920,­haviam­sido­eliminados­praticamente­todos­os­focos­da­contrarrevolução. Nos­combates­para­derrotar­os­Brancos,­o­Exército­Vermelho­anexou­territórios­que­ formaram,­em­1922,­a­União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

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Paralelamente,­a­vitória­da­revolução­bolchevique­transformou­a­Rússia­em­referência­ para­o­movimento­socialista­mundial.­Em­1919,­foi­fundada­em­Moscou­a­Terceira­Internacional­ou­Internacional­Comunista,­com­o­objetivo­de­levar­as­propostas­e­os­exemplos­ da­Revolução­Russa­aos­trabalhadores­de­outros­países­europeus.­

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Uma­questão­traumática­enfrentada­pelo­gover­n o­revolucionário­bolchevique­dizia­ respeito­à­saí­da­da­Rússia­da­Primeira­Guerra­Mundial.­As­negociações­em­separado­com­ a­Alemanha­resultaram­na­saída­da­Rússia­da­guerra,­em­dezembro­de­1917,­formalizada­ com­a­assinatura­do­Tratado de Brest-Litovsky,­em­3­de­março­de­1918.­A­Rússia­teve­ de­ceder­ao­inimigo­vastas­regiões­férteis,­renunciar­às­suas­pretensões­territoriais­e­reconhecer­a­independência­da­Ucrânia­e­da­Finlândia.­Além­disso,­perdeu­a­Estônia,­Letônia,­ Lituânia,­Polônia­e­parte­da­Bielorrússia­e­cedeu­territórios­à­Turquia.

Lênin discursa para as tropas do Exército Vermelho na Praça Vermelha, em Moscou, maio de 1919.

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

A adoção da NEP Os­bolcheviques­venceram­a­guerra­civil,­mas­a­agricultura,­a­produção­industrial­ e­o­sistema­de­transportes­do­país­estavam­arruinados.­O­colapso­da­economia­russa­ levou­o­governo­bolchevique­a­adotar­a­Nova Política Econômica (NEP),­em­março­ de­1921,­recuando­de­alguns­aspectos­do­comunismo­de­guerra.­Na­esfera­comercial,­ a­ NEP­ permitiu­ a­ presença­ da­ iniciativa­ privada­ no­ pequeno­ comércio­ varejista­ e­ possibilitou­a­criação­de­cooperativas­de­comércio.­As­grandes­indústrias,­os­bancos­ e­o­comércio­atacadista­continuavam­controlados­pelo­governo.­A­partir­de­então,­ os­ camponeses­ pagariam­ um­ imposto­ em­ espécie­ e­ o­ excedente­ de­ sua­ produção­ poderia­ser­comercializado­a­preço­de­mercado.­As­pequenas­e­médias­indústrias­receberiam­estímulos­para­fomentar­seu­crescimento.­No­campo,­o­governo­reafirmou­ a­posse­das­terras­pelos­camponeses­e­manteve­a­política­de­incentivos­à­formação­ de­cooperativas­agrícolas.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nas­cidades,­foi­proibida­a­nacionalização­das­fábricas­sem­deliberação­dos­órgãos­ administrativos­superiores,­desapareceu­a­prestação­de­serviços­obrigatórios,­foi­autorizada­ a­livre­circulação­de­mão­de­obra­e­suprimiu-se­a­remuneração­igualitária­do­trabalho,­ buscando-se,­em­vez­disso,­a­correlação­entre­o­salário­e­a­produtividade. Outras­reformas­da­NEP­recaíram­sobre­aspectos­do­cotidiano­da­população­introduzidos­no­início­do­processo­revolucionário­ou­no­decorrer­da­guerra­civil:­foi­abolida,­por­ exemplo,­a­gratuidade­dos­serviços­(moradia,­água,­eletricidade,­gás)­e­do­uso­de­recursos­ essenciais­postos­à­disposição­da­coletividade­(transportes,­correio,­jornais).­

Stalin e o totalitarismo soviético A­ abertura­ econômica,­ porém,­ não­ foi­ acompanhada­ por­ uma­ abertura­ política.­ A­crescente­centralização­das­decisões­políticas­acabou­por­substituir­o­poder­da­classe­ operária,­organizada­nos­sovietes,­pelo­poder­do­Partido­Comunista,­reforçado­ainda­mais­ a­partir­da­ascensão­de­Joseph­Stalin­ao­posto­de­secretário-geral­em­1922.

35.4 Biblioteca do estudante: Leitura complementar

Com­a­morte­de­Lênin,­em­1924,­teve­início­uma­disputa­pelo­poder­entre­Trotsky­e­ Stalin.­Entre­as­numerosas­divergências­dos­dois­líderes­bolcheviques­estava­o­modo­como­ viam­a­União­Soviética.­Trotsky­considerava­o­Estado­soviético­uma­conquista­da­classe­ operária,­que­só­se­consolidaria­com­a­expansão­da­revolução­na­Europa­e­a­derrota­do­ capitalismo­em­nível­mundial.­Stalin,­ao­contrário,­defendia­a­construção­do­socialismo­ primeiro­na­União­Soviética,­para­depois­expandi-lo­pelo­mundo. No­XIII­Congresso­do­Partido­Comunista­(1924),­Trotsky­foi­derrotado­por­uma­aliança­ entre­Stalin­e­importantes­dirigentes­bolcheviques.­O­XIV­Congresso­do­Partido­Comunista­ (1925)­aprovou­a­tese­de­consolidar­primeiro­o­socialismo­na­União­Soviética,­e­Stalin­ tornou-se­o­principal­líder­soviético.­Em­contrapartida,­Trotsky­se­empenhou­numa­luta­ sem­trégua­contra­o­regime­stalinista.­Fundador­do­Exército­Vermelho,­principal­líder­ do­Soviete­de­Petrogrado­durante­as­revoluções­de­1905­e­1917,­Trotsky­acabou­sendo­ expulso­do­partido­e­exilado­em­1927. No­decorrer­dos­anos­1930,­Trotsky­afirmou­que­a­burocracia­soviética­havia­“expropriado­politicamente­o­proletariado”.­Essa­expropriação­assumiu­a­forma­de­um­massacre­ nos­grandes­expurgos­de­1936,­nos­quais­foram­executados­Zinoviev,­Kamenev­e­outros­ líderes­bolcheviques.­Trotsky,­por­sua­vez,­foi­assassinado­no­México,­em­1940,­a­mando­ de­Stalin.­Nos­últimos­anos­de­sua­vida,­multiplicaram-se­nos­seus­escritos­referências­ ao­totalitarismo­na­União­Soviética. Stalin­governou­como­um­ditador.­As­liberdades­individuais­foram­suspensas­e­seus­ adversários­políticos,­incluindo­os­líderes­da­revolução,­acabaram­presos­ou­assassinados­ pelo­regime.

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A construção em larga escala do comunismo”, essas são as palavras que aparecem nesse cartaz alemão oriental de 1952.

O isolamento da União Soviética obrigou o governo a financiar o desenvolvimento tecnológico e industrial do país com recursos internos. O Estado promoveu o incremento da indústria de base, como energia elétrica e metalurgia, investiu na educação e na qualificação da mão de obra e formou cooperativas agrícolas, os kolkhozes e sovkhozes, para ampliar a produção.

Lembre-se As disputas imperialistas entre as grandes potências europeias, o nacionalismo e o crescente militarismo foram os principais fatores que levaram à eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Capítulo 35

Akg-Images/Album/Latinstock – Grassi Museum, Leipzig

História: das cavernas ao terceiro milênio

O assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, por um ativista sérvio, em Sarajevo, foi o estopim para o início da Primeira Guerra. O primeiro conflito mundial, que muitos pensavam ter curta duração, prolongou-se e se transformou em uma guerra de trincheiras, em que os territórios eram ocupados e defendidos a partir de valas abertas no solo. A guerra terminou em 1918 e, no ano seguinte, foi assinado o Tratado de Versalhes. A Alemanha foi penalizada com a perda de territórios para a França e para a Grã-Bretanha e o pagamento de indenização aos países vencedores, entre outras retaliações. A Rússia, antes da Revolução de 1917, era governada por um czar, tinha uma economia de base agrária e uma sociedade profundamente desigual. A Revolução Russa destruiu a monarquia czarista e inaugurou o primeiro Estado socialista da história. A experiência de governo socialista na Rússia serviu de inspiração para o movimento socialista internacional e impulsionou a fundação de partidos comunistas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

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A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa

Capítulo 35

Texto complementar Uma visão da Rússia czarista Nikolai Bukharin foi um importante escritor russo do século XX que participou da Revolução Russa de 1917. Anos mais tarde, acabou preso em Lubyanka por sabotagem e conspiração, considerado “inimigo do povo” pelo governo de Stalin. Da prisão ele escreveu, entre 1937 e 1938, O romance do cárcere. A obra, considerada autobiográfica, narra a história de Kolia Petrov e de sua família na Rússia czarista de fins do século XIX e início do XX. O romance, mantido nos arquivos pessoais de Stalin por muitos anos, só foi encontrado no começo da década de 1990.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A família de Stepan mal conseguia sobreviver. Como muitos camponeses, Stepan arrendava uma parte da terra da Sra. Sotova ou Sotikha, como a chamavam. [...] Na serralheria, Stepan ganhava pouco. Para arar a terra quase não tinha tempo, não dava para fazer tudo: as crianças eram um peso e a mulher, pelo menos, conseguia arar, semear e carregar adubo junto com o marido. [...] Kolia já conhecia este cotidiano e aos poucos envolveu-se nas preocupações dos camponeses: seu novo colega, Vasia, às vezes raciocinava como um homem adulto. [...] O mundo social se partiu visivelmente na mente de Kolia. Antes, as pessoas para ele dividiam-se somente em duas grandes categorias: adultos e crianças, sendo que os adultos, às vezes, enganavam as crianças. Depois, os próprios adultos dividiam-se em bons e maus, carinhosos e grossos. Mas agora sobressaía uma nova dualidade do mundo, a sua divisão entre o mundo dos ricos e o mundo dos pobres. Quando Kolia lembrava-se do poema de Heine, O navio de escravo ou dos monólogos de William Ratclyffe na taberna noturna escocesa, percebia tudo isso de uma nova maneira. Ele começou a ter vergonha da carne ‘que comia todo dia’, da roupa limpa, do cotidiano meio senhorial e começou a alimentar algo

próximo do ódio e da raiva, em relação aos babados das senhoras das terras, suas sombrinhas, chapéus [...]. Quanto mais se aproximava da vida dos pobres, mais se ligava a Vasia, sua família e seus amigos; mais pesados tornavam-se para ele aqueles símbolos externos sociais, da roupa até as chamadas ‘boas maneiras’ que expressavam, apesar de incidentalmente, a sua filiação aos ricos e seus cúmplices. [...] Ele não era condescendente com os ‘irmãos inferiores’, simplesmente via neles pessoas iguais a si próprio, que viviam uma vida que ele não achava nem um pouco pior, ao contrário, achava mais livre e interessante que a dos meninos e meninas bem-educados do outro mundo, que não conseguiam distinguir uma bétula de uma araucária e que pensavam que o pão crescia em árvores e que o painço podia ser plantado. Ele simplesmente começou a olhar para o mundo de baixo para cima e não de cima para baixo e os interesses, as preocupações, as aflições, as tristezas e amarguras, as esperanças e alegrias das camadas inferiores tornavam-se cada vez mais próximas e queridas para ele, pois se identificava cada vez mais com elas e sua vida se tornou a deles.

BUKHARIN, Nikolai. O romance do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 168-171.

Compreendendo o texto 1. Como se estabelecia a divisão da sociedade

3. Na sua opinião, qual seria o intuito do autor ao

para Kolia? Identifique as transformações que houve na sociedade, na visão do garoto.

4. Qual a importância das obras literárias para os

2. De que maneira Kolia reagiu ao se deparar com uma realidade social diversa da que ele conhecia?

escrever esse trecho do romance? estudos históricos? Discuta essa questão com seus colegas.

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atividades Explorando o conhecimento

e a outra por Lênin, que chamava a si mesmo de ‘bolchevique’.

1. Leia o texto a seguir e responda.

PIPES, Richard. O comunismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 43.

Uma paz punitiva

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 41.

a) Identifique o acontecimento histórico que

impôs à Alemanha uma paz punitiva. b) Liste as principais punições impostas à Ale-

manha, citadas neste texto ou no capítulo. c) Quais as principais consequências do confli-

to para o continente europeu?

2. O uso de trincheiras definiu a dinâmica da Primeira Guerra Mundial na Frente Ocidental. Nessa área a guerra passou a ser chamada de guerra de trincheiras. a) O que eram as trincheiras e para que elas

serviam? b) Como era a rotina dos soldados dentro das trincheiras e que condições eles vivenciavam nesses locais?

3. A divisão entre bolcheviques e mencheviques é o tema do texto a seguir. Leia-o com atenção e responda às questões.

a) Explique as principais divergências políticas

entre bolcheviques e mencheviques. b) Relacione essas diferenças políticas à duali-

dade de poderes durante o Governo Provisório, instalado na Rússia após a Revolução de Fevereiro de 1917. c) Aponte qual projeto político saiu-se vitorio-

so com a Revolução de Outubro de 1917.

análise das fontes 4. Observe com atenção os mapas das páginas 456 e 458. a) Identifique as alianças políticas e os países

que delas participavam. b) Explique por que o sistema de alianças contribuiu para levar os paí ses europeus a um confronto em 1914. c) Compare os mapas e produza um quadro conforme o modelo abaixo. A Europa após a Primeira Guerra Mundial Novos países

Império(s) de origem

Finlândia

Império Russo

5. Observe o cartaz produzido por Maiakovski no

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Impôs-se à Alemanha uma paz punitiva, justificada pelo argumento de que o Estado era o único responsável pela guerra e todas as suas consequências […], para mantê-la permanentemente enfraquecida. Isso foi conseguido não tanto por perdas territoriais […]; essa paz punitiva foi, na realidade, assegurada privando-se a Alemanha de uma marinha e uma força aérea efetivas; limitando-se seu exército a 100 mil homens; impondo-se ‘reparações’ […] teoricamente infinitas; […] privando-se a Alemanha de todas as suas antigas colônias no ultramar.

período da Revolução Russa, na página 463. a) Descreva as imagens que se referem à atua-

ção do exército russo em dois momentos distintos. b) Qual dos dois momentos representados no cartaz expressa uma crítica à atuação do exército russo? Qual deles expressa uma visão positiva? Identifique os ele mentos utilizados pelo artista para justificar sua resposta.

a história e o tempo presente Bolcheviques e mencheviques

O Partido Operário Social-Democrata foi organizado, formalmente, em 1903, em um congresso em Londres. Lá, o movimento imediatamente dividiu-se em duas facções, uma liderada por Martov, apelidado ‘menchevique’,

6. Monte uma linha do tempo com os principais acontecimentos da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa. Depois faça uma pesquisa em livros, jornais e na internet e elabore um pequeno texto sobre a Rússia atual, abordando aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais.

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