O que revela o espaço escolar?

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A cenoura crônica de lúcia carvalho

cuidados com os espaços

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Chamava-se Rita, a nova professora da Educação Infantil. Uma moça alegre, estabanada de tudo. Chegou à escola na maior animação, cheia de ideias. Logo no início do ano, entrou na diretoria com um plano em mente: seria possível fazer uma horta? Os alunos poderiam aprender a plantar, ver as sementes germinar, mexer com a terra e conviver com a natureza. Aprenderiam pra burro. Será que ela podia fazer? — Mas claro! — disse a diretora. — Claro, Rita, pode fazer a sua horta. Rita se empenhou naquele projeto. Com os alunos, selecionou o lugar, arrumou ferramentas, sementes, mudas, adubo. Escolheram o que seria plantado, leram sobre o assunto, enfim, ela se entregou feito maluca àquele projeto. As outras professoras ficaram impressionadas. Os alunos então... só falavam da horta. Rita prometeu a eles que o fim do projeto seria um banquete. Fariam uma saladona, um monte de patês de ervas e, para finalizar, um sensacional bolo de cenoura! Bem, foi chegando o fim do ano, a horta andava de vento em popa, mas nada da cenoura ir para a frente. Rita ficou preocupada. Tudo crescia, mas a cenoura não. Estava pequenininha, mixuruca de tudo. E os alunos ansiosos, só pensando no bolo, que era a melhor parte.


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