o conhecimento do passado que, partindo de suas ideias e de seus saberes prévios, permitem o desen volvimento de competências históricas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Competências podem ser definidas como a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação. Esses recursos cognitivos podem ser conheci mentos teóricos, um saber fazer prático, valo res, julgamentos, intuições baseadas na expe riência, habilidades, percepções, avaliações e estimativas.”4 No decorrer da aprendizagem em História, os alunos elaboram sentidos históricos e constroem conhecimentos com base no desenvolvimento de três competências básicas relativas à natureza do conhecimento histórico. • Saber utilizar fontes: os meios para a investi gação, o questionamento e o tratamento das informações históricas. • Compreender historicamente: o modo como as informações são ressignificadas pelos sujei tos, integrando a temporalidade, a espaciali dade e a contextualização. • Comunicar o conhecimento por meio de uma narrativa, de uma apresentação em forma de texto fundamentado e estruturado, que ex presse os sentidos ou significados produzidos. Para alcançar essas competências, é necessário o desenvolvimento gradual de diversos aspectos da oralidade e da escrita, como a explicação, a nar ração e a descrição e, também, a produção de narrativas e outras formas textuais, utilizando con ceitos e vocabulário específicos da História. Cabe ao professor promover situações de apren dizagem que possibilitem o exercício de diversas competências, selecionando os materiais adequa dos, estimulando a participação ativa do aluno, com seus conhecimentos, interesses e necessida des. O professor deve criar um ambiente interativo, assumindo a postura de mediador entre a cultura do aluno e o conhecimento escolar.
4. Diretrizes Curriculares Nacionais. Educação Básica. Brasília: MEC/SEF, 2002. p. 7.
A História na sala de aula Desde a primeira metade do século XIX, a His tória integra um conjunto de disciplinas escolares que objetivam oferecer aos alunos, de diferentes níveis de ensino, saberes significativos para sua vida social. Ao longo dos anos, foram delimitados di ferentes conteúdos, métodos e objetivos para a disciplina, constituindo assim sua identidade como conhecimento escolar. A partir do final do século XIX e na maior parte do século XX, era ensinada nas chamadas escolas elementares ou primárias uma história nacional co mum, voltada principalmente para a formação mo ral e cívica. Até o início dos anos 1980, o foco das propostas curriculares e dos livros didáticos de História estava na formação de uma identidade nacional, que associava as ideias de nação e pátria e que valoriza va as “grandes personagens” e eventos da história política. O processo de aprendizagem era pautado na memorização: aprender era reter informações, memorizar. Para isso, construíram-se métodos de memorização em que se enfatizava a cronologia dos acontecimentos. A partir das últimas décadas do século XX, o en sino de História foi objeto de debates entre educa dores e pesquisadores e passou por transformações, resultantes tanto da influência do conhecimento his tórico produzido nas universidades como das pes quisas em educação, especialmente sobre os processos de aprendizagem. A partir de 1985, com o fim do regime militar no Brasil, intensificaram-se os debates sobre os objeti vos da educação, da escola e do ensino de História na construção de uma nova sociedade, pautada nos valores da democracia. Consolidou-se a amplia ção do acesso à escola básica e a aproximação das recentes pesquisas acadêmicas com os currículos das disciplinas. Foi um período de discussão sobre novas teorias e metodologias que compreendem o aluno como sujeito ativo de sua aprendizagem e da construção de seus conhecimentos. No ensino de História, esse debate enfatizou o papel dos sujeitos, a organização do ensino por ei xos temáticos que romperam a ordem cronológica
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