Projeto Buriti - 4º ano

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Dessa forma, entendemos que o estudo deste bloco contribui para instrumentalizar outros campos da Matemática. Grandezas e medidas Destacamos a relevância social e cultural deste bloco de conteúdos e seu caráter prático e utilitá­ rio. Mais importante que centrar o desenvolvimento desse tema em transformações de unidades de me­ dida é desenvolver a capacidade de discernimento quanto à utilização de diferentes unidades de medi­ da, operando com elas a fim de perceber o significa­ do da ação de medir, ou seja, comparar duas unida­ des de mesma grandeza. A habilidade de observar situações do cotidiano em ações que incorporem o ato de medir e estimar medidas auxilia os alunos a opinar e tomar decisões e contribui para sua forma­ ção como cidadãos. Nesta coleção, há diversas atividades nas quais se trabalha com medidas, por vezes articuladas com outros blocos de conteúdos. Cálculo mental, estimativa e arredondamento O cálculo mental foi desprezado durante muito tempo na escola porque estava associado à ideia de memorização de regras e estratégias e de agilidade na realização de cálculos. Esse conceito já foi supera­ do, e hoje a habilidade de cálculo mental e as possi­ bilidades de estimar e arredondar são competências necessárias e importantes para a vida dos alunos. A necessidade decorre do uso de diferentes ferra­ mentas tecnológicas na sociedade contemporânea. A maioria das situações quantificáveis em nosso dia a dia exige resultados aproximados (estimativas) ou arredondados, o que justifica sua inserção nas aulas de Matemática. Além disso, o estudo das estraté­ gias pessoais e dos procedimentos de cálculo mental possibilita a compreensão de propriedades e regula­ ridades presentes nas operações básicas. O cálculo mental está centrado no fato de que um mesmo cálculo pode ser realizado de diferen­ tes formas. Pode­‑se escolher a que melhor se adap­ ta a determinada situação­‑problema, considerando os números e as operações a ser realizadas. Assim, cada situação de cálculo mental se coloca como um

problema em aberto, que pode ser solucionado de diferentes maneiras, e os alunos podem então recor­ rer a procedimentos originais, construídos por eles mesmos, a fim de chegar ao resultado. A satisfação do sujeito com a criação de suas próprias estratégias de cálculo mental favorece atitudes mais positivas diante da Matemática. O mais importante no cálculo mental é a reflexão sobre o significado dos cálculos inter­mediários, faci­ litando a compreensão das regras que determinam os algoritmos do cálculo escrito. Assim, o constante exercício e a sistematização dos procedi­mentos de cálculo mental podem favorecer, ao longo do tem­ po, estratégias de resolução e controle do cálculo escrito, conforme pontuam as orientações dos Parâ­ metros Curriculares Nacionais (PCN) para o trabalho com cálculo mental no Ensino Fundamental. As estratégias de cálculo mental utilizadas pelos sujeitos em seu cotidiano são, na maioria das vezes, bem diferentes dos métodos de cálculo aprendidos em aritmética, na escola. As estratégias representam um plano, um método ou uma série de ações que visam obter um objetivo específico, resolver um cálcu­ lo mental. É importante destacar que cálculo mental não é “algoritmo na cabeça” ou “fazer a conta rápi­ do”. É claro que com o tempo os alunos vão memo­ rizando alguns resultados, o que facilita a elaboração de estratégias e torna o cálculo mental mais rápido. Mas esse não pode ser o objetivo de trabalhar com ele na escola. Outro ponto a ser destacado é que exis­ te uma falsa ideia de que o cálculo mental é “conta de cabeça” e não se pode utilizar papel e lápis. Isso não é verdade. O registro da forma como os alunos pensaram o cálculo é fundamental para a observa­ ção de regularidades numéricas e o reconhecimen­ to das propriedades dos números, além de ser um ótimo exercício para que tomem consciência do seu procedimento de cálculo e possam comunicá­‑lo aos colegas e professor. A habilidade para o cálculo mental, em situações escolares, é construída a partir da resolução de uma série de situações­‑problema, por meio da interação do aluno com seus colegas e com o professor. Com base nessas interações e na resolução dos desafios propostos, o aluno é capaz de elaborar suas estra­ tégias pessoais de resolução dos problemas.

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