PROJETO DE LEITURA

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ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL ANNA ZAMARCHI COLDEBELLA Secretaria municipal de educação; Concórdia, SC.

PROJETO DE LEITURA:

“Do mundo á palavra da palavra ao mundo” (Paulo Freire).


CONCÓRDIA – SC – 2012. 1.0 - INDRODUÇÃO

1.1 – ASPECTOS LEGAIS INSTITUCIONAIS E ORGANIZACIONAIS DO PROJETO

1,1. 2 - Instituição: Escola Básica Municipal Anna Zamarchi Coldebella. 1.1.3 - Criação: Lei n° 2.684 de 27/04/1993, mantida pelo Poder Publico Municipal. 1,1,4 - Nome do projeto: Do Mundo Á Palavra , da Palavra ao Mundo. (Paulo Freire). 1.1.5 - Elaboração e Execução: Professora Liana Machado 1.1.6 - Supervisão e Acompanhamento: Diretora Veranilce Boscatto Orientadora Loreni Freitag da Silva 1.1.7 - Sujeitos envolvidos: Administração da instituição Decentes; Discentes; Funcionários; Comunidade em geral.


1.2 - HISTÓRICO INSTITUCIONAL Em 1939, a vila de Santo Antonio era povoada pelas famílias: Coldebella, Tibolla, Pedrotti, Marchioro, roseghini, Galelli, Deon ,Sabi e Deitos, sendo que os mesmos eram descendentes de imigrantes vindos do estado do Rio Grande do Sul. Em decorrência do crescimento da vila, os moradores sentiram a necessidade da construção de uma escola, que foi construída em terreno doado pelo Sr. Domingos Deitos. Os moradores organizaram-se em grupos, uns lascavam tabuinhas de pinheiro para o telhado, outros serravam as tábuas com serra de mão e em pouco tempo o prédio escolar de 48m 2 estava pronto. Nesse mesmo ano teve inicio as aulas, com 25 alunos e o primeiro professor foi o Sr. João Segala, seguindo ainda por outros professores como: Cecília Zagonel, Herminia Franciosi, Adelina sabi e Ida Romani F.V.Fontana. Somente em 1943 é que foi construído o segundo prédio, medindo 63 m 2 , também construído pela comunidade. Durante a administração do Sr. Domingos Machado de Lima, em 1962, concluiu-se o terceiro prédio, também em madeira. O atual prédio em alvenaria foi construído em 18 de maio de 1980, em convênio com a Prefeitura e o Estado. A biblioteca surgiu junto com a escola, com poucos exemplares da literatura infantil e infanto- juvenil, ganhando mais exemplares quando a mesma de foi municipalizada. Hoje nossa biblioteca conta com mais de 3000 mil exemplares, alguns adquiridos com recursos da APP, sendo a maioria doação da Prefeitura


Municipal de Educação e Governo Federal através FNDE. A nossa biblioteca é muito utilizada pelos alunos e a comunidade em geral para a leitura e pesquisas. 2.0 - JUSTIFICATIVA A leitura e as histórias em geral ensinam a viver; elas recriam e reestruturam em nossa mente experiências vividas por nós, ou por seus próprios protagonistas, permitindo o estabelecimento de um dialogo intimo e pessoal entre autor, leitor e mundo. Neste contexto, os textos de qualquer natureza e dentro da maior “bibliotecodiversidade” possível, contribuem enormemente com o desenvolvimento do ser humano, em qualquer idade e em diversos aspectos, como afetividade, raciocínio, cultura, senso-crítico, criatividade e imaginação, entre outros, servindo como fonte de cultura, recreação e entretenimento em uma mesma atividade. Formação de consciência e o intercambio com diferentes realidades e situações de diversidade também são especialmente possibilitadas nas leituras, e neste aspecto o trabalho de análise e reconstrução de concepções e atitudes acerca dos temas transversais, em geral e especialmente em relação á inclusão e diversidade, são potencialmente exploráveis. Considerando-se as necessidades do homem atual, e do futuro cidadão, além da variedade e quantidade de informações veiculadas de forma escrita e dentro de diretrizes educacionais, que contemplam a formação pessoal, pautada no materialismo histórico dialético para nossos educandos, na busca de desenvolver e implantar este projeto de leitura, que consideramos essencial á qualidade educativa de nossa instituição.


“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros”. Sem “livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.” Bill Gates. 3.0 - REFERENCIAL TEÓRICO “Ao final de tudo, duas palavras: democracia e conhecimento!” 3.1 - -Sociedades apócrifas e o poder / sociedades letradas, o poder e a dialética. Voltando ao tempo e analisando as sociedades apócrifas, percebe-se que o poder estava instituído unipersonalmente, ou seja, este “um” líder reunia a autoridade acerca de todos os aspectos da comunidade e de seus cidadãos. Incluso e especialmente atribuições de chefe de estado absoluto, líder espiritual e detentor do mito de ter poderes sobrenaturais, sobre todos os domínios, especialmente os relacionados ás forças da natureza e a conexão com as divindades, pessoal e diretamente. Os conhecimentos e a bagagem cultural eram transmitidos e conservados por meio de ritos, da oralidade e da arte em geral. À medida que as sociedades foram evoluindo e tornando-se maiores e mais complexas as atribuições de

poder, liderança

e espiritualidade e dos

conhecimentos acerca dos ciclos naturais e fenômenos regionais, por conta de acontecimentos como o surgimento de um sistema numérico, de algumas formas de escrita, registros diversos e observações mais precisas, ou seja, a “pesquisa” e a consequente desmistificação de alguns aspectos da vida humana, necessárias à sobrevivência de uma sociedade cada vez mais populosa, complexa e evoluída; o poder que antes era de domínio restrito, agora passam a ter seus domínios no mínimo tripartidos entre si, em se comparando ao passado mais remoto. Organizados desta forma os homens mantiveram a situação sob controle e relativa estabilidade por bastante tempo, mas atualmente, com todos os avances somados, logrados pelo ser humano, e com uma maior democratização de acesso ao conhecimento, a religiões distintas e o acesso direto ou indireto as diversas formas de governo, além da liberdade alcançada em todas as formas de


expressão... O homem agora já necessita estar apropriado de uma ferramenta bem simples... A capacidade de ler e escrever! Com tais capacidades, o indivíduo potencializa suas possibilidades evolutivas e analíticas, apropriam-se também da capacidade de criticidade, opinião e participação em seu ambiente social. Ferramentas sem as quais hoje não se pode ter possibilidades de entrosamento social e cultural, condição que se traduzem em qualidade de vida e libertação, de certa forma, da miséria e da ignorância e possibilita a apropriação de condições para promover ações práticas dialéticas em suas realidades imediatas.

3.2 - Tempos Modernos – A Leitura e a Escrita O livro e a leitura, tal qual como as conhecemos hoje, tem uma longa trajetória de inovações e técnicas ligadas a situações políticas, econômicas, históricas e religiosas, o que quase nao foi alterado pelos tempos, especialmente em sua dinâmica. Em uma época também revolucionária á nível de idéias, filososofias e concepções de mundo distintas ambos surgem e são aperfeiçoados. Mais tarde, evolutivamente, surge a imprensa, que é um marco histórico neste campo; em 1455, Johannes Gutenberg, passa a usar tipos móveis para impressão em maior escala. Modernamente surgem cada vez mais inovações, os livros ficam mais acessíveis, portáteis e contemplam um

sem número de

diferentes e novos gêneros, formatos e tecnologias; básicamente atendem á todos os temas , gostos e idades, alfabetizado ou não, pode-se ler. Esta característica de acessibilidade quase que ilimitada, mas nem sempre tão democrática e popular, simboliza uma luta constante e uma preocupação séria de Paulo Freire. Desde então muita coisa aconteceu e frutos de suas bandeiras flamejam no ideário de alguns educadores, cidadãos e crianças. Este estado de compreensão do ato de ler e escrever preconizados por ele, deixam claro uma história de preocupação final e estrutural com as palavras como democracia e


dialética trelacionadas necessáriamente ao mundo e a vida de seus cidadão, do nascimento a morte em todos os lugares, apesar da diversidade, dos preconceitos e das condições econômicas ou cronológicas dos nossos semelhantes 1. Uma das primeiras etapas do processo ou ao menos de alento encontradas, foram a capacidade, primeira de ler o mundo, a realidade a sua volta; sua análise traduz-se na possibilidade da transformação social e intelectual do indivíduo, em um certo nível, mas que necessita estar em constante evolução para lograr utilizar as ferramentas de leitura como complemento e modo de obter mais conhecimento; acelerando e aumentando as possibilidades de reestruturar sua realidade, alcançar qualidade de vida, mais cultura e de satisfazer seus anseios, em geral. O homem deve se fazer ver, ser compreendido e ouvido em maior e mais larga escala e também com maior alcance . Fazendo suas próprias reflexões sobre sua história pessoal, de modo a poder olha-la e/ou pensa-la novamente sob outros focos, pois a ação educativa é uma ação política, necessáriamente¹. Política, por definição se poderia denominar como ciência ou arte de organização, administração , direção, etc. de povos estados e nações ou mesmo comunidades. Desde as pequenas, ás grandes coisas, ás internas e externas que envolvem a comunidade suposta, e em se vencendo ditaduras históricas, é necessário pessoas que tenham competências e aptidões para cuidar dos assuntos públicos e militar políticamente para lograr sucesso em suas lutas. Em circunstâncias contemporâneas, que se alongaram da década anterior, os golpes de Estado agora ideologicamente fundamentados e todos ligados de uma ou de outra maneira ao movimento capitalista global e às nações líderes em consumo e financiamentos, na busca de viabilizar o que lhe parecia dever ser o destino capitalista do continente, levaram á muitas lutas políticos-sindicais e 1 A este propósito, ver Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido, Paz e Terra, e "Criando métodos de pesquisa alternativa – Aprendendo a fazê através da ação”, In: Brandão, Carlos Rodrigues (org.) Pesquisa Participante. São Paulo, Editora Brasiliense, 1981.


pedagógico-sindicais todas obviamente populares; Assassinatos foram cometidos não apenas por movimentos revolucionários latino-americanos, mas também por lideranças e ativistas progressistas do mundo todo. A luta pelos direitos civis e o transbordamento do clima político-cultural dos anos 60, e da década de 70. A partir deste contexto, a leitura da Pedagogia confirma algumas das causas que haviam movido a sociedade, até a concretização destas experiências. Toda a análise das relações dialéticas entre opressores-oprimidos, do processo de introjeção do dominador pelos dominados, as reflexões em torno da educação bancária, de seu autoritarismo, da educação problematizadora, do diálogo democrático, da necessidade, numa prática educativa progressista, para serem os educandos desafiados em sua curiosidade; a presença crítica de educadoras e educadores, enquanto, ensinando aprendem. Segundo as idéias de FREIRE, a historicidade do conhecimento, a sua natureza de processo em permanente devir. Significa reconhecer o conhecimento como uma produção social, que resulta da ação e reflexão, da curiosidade em constante movimento de procura. Feitos que se dão na História como na prática histórica onde se gestam e se aperfeiçoam. Métodos sem os quais a curiosidade, tornada epistemológica, não ganharia eficácia 2. Estas eram, com um sem-número de implicações e de desdobramentos, algumas das tramas históricas sociais, culturais, políticas, ideológicas que tinham a ver, de um lado, com a curiosidade que o livro despertava, de outro, com a leitura que dele se faria também, de sua aceitação ou de sua recusa. Das críticas a ele feitas, renovado de sua profunda compreensão do significado da educação no contexto da existência social e individual dos homens; isto porque a leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de qualquer coisa, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Adernais, a aprendizagem da leitura _______________________________ 2 A este propósito, ver Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido, Paz e Terra, e "Criando métodos de pesquisa alternativa – Aprendendo a fazê-la através ação”, In: Brandão, Carlos Rodrigues (org.) Pesquisa Participante. São Paulo, Editora Brasiliense, 1981.


e a alfabetização são atos de educação e ação. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (In: Freire; Severino,Antônio Joaquim, 1982).

Ainda segundo Freire, 1981, (pg. 15 á 37), “ Na escrita do aluno... a sua real linguagem, os seus anseios, as suas inquietações, as suas reivindicações, os seus sonhos. Deveriam vir carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador. A pesquisa do que chamava universo vocabular nos dava assim as palavras do Povo, grávidas de mundo. Elas nos vinham através da leitura do mundo que os grupos populares faziam. Depois, voltavam a eles, inseridas no que chamava e chamo de codificações, que são representações da realidade. No fundo, esse conjunto de representações de situações concretas possibilitava aos grupos populares uma "leitura"da "leitura” anterior do mundo, antes da leitura palavra.” A questão da coerência entre a opção proclamada e a prática é uma das exigências que educadores críticos se fazem a si mesmos. É que sabem muito bem que não é o discurso o que ajuíza a prática, mas a prática que ajuíza o discurso. (Freire, 1981. pg.80.)

“Pode-se refletir que não fazem falta bons planejamentos, excelentes discursos e argumentos convincentes, em termos de comentar e registrar, acerca de práticas pedagógicas, em qualquer nível; no entanto a “práxis” ou como poderíamos ainda nominar “currículo”... que traz em suas entrelinhas toda uma filosofia e uma política de posturas, ações e comportamentos éticos e profissionais na educação, o que realmente define a qualidade do trabalho e a qualidade profissional e a cidadania presentes e vivenciadas ou não, nas experiências compartidas de aprender e ensinar e de relacionar-se com o outro. Educar é um dos poucos serviços que ainda exige trabalho artesanal, ou seja, individualizado e personalizado; estando fora de possibilidades o uso de métodos de produção em larga escala, em massa ou de série; como é o caso de


outros bens móveis e imóveis. Apesar desta peculiaridade a educação, tem hoje globalmente estatus de bem de valor; inclusive é considerada como tal no momento de avaliar o Índice de Desenvolvimento Humano de uma nação. Mencionado isso, seguimos pensando em construção de um currículo e nas ideologias norteadoras de práticas que vem por trás do mesmo. É fundamental termos claro qual é a ideologia política que adotamos em nossa postura cotidiana, em qualquer atividade que pretende ser educativa, em espaços formais ou não e lógicamente, estas posturas é que educam pela vivência e não pela imposição de discursos nem sempre condizentes com a prática. Neste sentido a leitura, o despertar para o conhecimento da diversidade de realidades e para o mundo das idéias é primordial para a formação do ser humano, e para tanto, a relação da criança e do adolescente com o material impresso deve ser livre, democrático e bem adequadamente acompanhado por um mediador com

compreensão de diversidade, cidadania e cultura como

aspectos indissociáveis para o futuro da sociedade e de nossa cultura. Em consonância com a proposta aqui apresentada, embasados muito nos ideais de Paulo Freire e de suas concepções de autonomia, democracia e criticidade; constrói-se um projeto de incentivo a leitura, segundo as premissas teóricas acima mencionadas, de modo dinâmico que pretende oportunizar e/ou favorecer e estimular, de modo generalizado o acesso e a motivação ao hábito de ler, como forma de reconhecer-se como sujeito, dialogar com outros ideários e elaborar um sujeito mais conhecedor, crítico e capaz de participar de seu destino como autor e ator de sua realidade. Um espaço com diferentes culturas, aceito e compreendido não é algo tão natural ao ser humano, precisa ser aprendido e vivenciado gradativamente para que se torne algo mais aceitável, que leve a construção de aspectos de cidadania plena e inserção social no ideário de uma geração. As mediações e ações aqui previstas buscam avances nesta filosofia de modo a torna-la mais naturalizada,


humanitária e cidadã com e para todos. Uma diversidade que faz crescer e traz respeito e ética para com o mundo e para com nossos semelhantes 2. O modo de funcionamento da biblioteca, neste sentido adquire uma vida distinta e torna-se um espaço dinâmico, vivo e prazeroso. Atividades são pensadas e previamente planejadas, experimentadas e acompanhadas passando por um verdadeiro processo de ação- reflexão –ação continuo democrático e dinâmico3. Ler um texto é algo mais sério, mais demandante. Ler um texto não é "passear” licenciosamente, sobre as palavras. É apreender como se dão às relações entre as palavras na composição do discurso. É tarefa de sujeito crítico, humilde e determinado. Ler, enquanto estudo, é um processo difícil, até penoso, às vezes, mas sempre prazeroso também. Implica que o (a) leitor (a) se adentre na intimidade do texto para apreender sua mais profunda significação. Quanto mais fazemos este exercício disciplinadamente, vencendo todo desejo de fuga da leitura, tanto mais nos preparamos para tornar futuras leituras menos difíceis. A leitura de um texto, sobretudo, exige de quem o faz, estar convencido de que as ideologias não morreram. Por isso mesmo, a impressão de que o texto se acha empapado ou, às vezes nele se acham idéias escondidas, não é necessariamente, a impressão de quem vai lê-lo. Daí a necessidade que tem o leitor ou a leitora de uma postura aberta e crítica, radical e não sectária, sem a qual se fecha ao texto e se proíbe de com ele aprender algo, porque o texto talvez defenda posições antagônicas às do (a) leitor (a). Às vezes, o que é irônico, as posições são apenas diferentes. (Pedagogia da Esperança – FREIRE, pedagogia da esperança; pg. 39-40).

Que cada leitor ou leitora, com prática docente ou discente, pergunte sobre seu em torno, sobre seu trabalho como professor ou professora ou de seu trabalho como aluno ou aluna, nas aulas de matemática, de história, de biologia, de gramática, de sintaxe, pouco importa. Que cada um ou cada uma se pergunte e 2

Freire, Paulo. “Alfabetização de Adultos – Crítica de sua visão ingênua, compreensão de sua visão crítica”. In: Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5ª ed., Rio de Janeiro, Paz e

Terra, 1981. 3 Trabalho apresentado na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura, realizado em Campinas, em novembro de 1981. Paulo Freire 12 de novembro de 1981.


veja se, participando como docente ou como discente da experiência do ensino crítico do conteúdo, a "leitura do mundo”, de natureza política, se coloca, necessariamente. Ler o mundo é um ato anterior à leitura da palavra. O ensino da leitura e da escrita da palavra a que falte o exercício critico da leitura e da releitura do mundo é, científica, política e pedagogicamente, (Fernandez; pg. 42-2).

O que não é possível, na prática democrática, é que o professor ou a professora, imponha aos alunos sua "leitura do mundo”, em cujo marco situa o ensino do conteúdo. O papel do educador ou da educadora progressista, que não pode nem deve se omitir, ao propor sua “leitura do mundo", é salientar que há outras “leituras de mundo”, diferentes da sua e às vezes antagônicas a ela. Repitamos que não há prática educativa sem conteúdo. (Pedagogia da esperança pg106).

4.0 - OBJETIVO GERAL


Proporcionar e sugerir atividades que despertem o gosto pela leitura, elegendo estratégias, se conveniente for, para possibilitar ao aluno experiências de leitura prazerosa e com diferentes tipos de texto, de modo que o mesmo passe a identificar aqueles que respondem às suas necessidades individuais, sociais e culturais, de modo a democratizar e otimizar ao máximo o espaço e o acervo de materiais disponíveis.

4.1 - OBJETIVOS ESPECIFICOS  Incentivar a leitura junto à comunidade escolar e local;  Divulgar e democratizar amplamente as possibilidades da biblioteca escolar;  Desenvolver a capacidade de concentração, análise, síntese e sequencia lógica de pensamento;  Oportunizar materiais de leitura diversificados e de qualidade para atender os diversos interesses e necessidades do leitor;  Promover de forma lúdica, momentos que contribuam para mudanças na concepção e atitudes frente aos alunos, em relação á inclusão e diversidade humanas.

5.0 - AÇÕES


Tornar a leitura um convite à imaginação; oportunizando ao leitor á reflexão, criticidade e ação.

 Desenvolver a escuta atenta;  Proporcionar momentos de leitura em voz alta, tanto pelos alunos como pelo professor ou mediador.  Promover a leitura do texto longo em capítulos (ou partes).  Promover leituras individuais para estimular preferências e formar leitores autônomos;  Discutir com a comunidade a importância e imagem da biblioteca da escola;  Organizar e divulgar o acervo bibliográfico;  Organizar a agenda para a retirada de livros quinzenalmente e/ou conforme o ritmo de leitura individual dos alunos de modo a atender também necessidades individuais no período extraclasse; 

Agendar e ou/combinar com antecedência a realização de pesquisas para alunos e professores, de modo a providenciar uma pré-seleção de materiais impressos, digitais e pedagógicos temáticos relacionados ao assunto e disponíveis;

 Orientar os usuários sobre o funcionamento e bom uso da biblioteca escolar;  Informatizar o acervo e a movimentação de materiais de leitura e didáticos;  Desenvolver junto com os alunos, professores, direção e demais funcionários, uma vez por semana, durante pelo menos 20 minutos leitura coletiva. O projeto

será

desenvolvido,

conforme,

cronograma

pré-estabelecido,

trimestramente, com dias e horários definidos. Nestes momentos toda a Instituição estará convidada á cessar suas atividades, para ler;  Realizar anualmente o Festival de Poesias, envolvendo o corpo discente e docente, na modalidade interpretação.  Oferecer aos alunos a possibilidade de uso do intervalo de recreio para leitura livre, na biblioteca.  Planejar

e

dramaturgia.

desenvolver

atividades

literárias

utilizando

recursos

de


 Desenvolver um intercâmbio de séries visando à troca de informações obtidas nas leituras;  Realizar a divulgação e publicação das atividades da escola através do blog Espaço Escolar;  Realizar uma contação de história, semanal, com temas especialmente selecionados para promover ação-reflexão–ação em relação à inclusão e diversidades existentes em nossa realidade próxima.

6.0 - METODOLOGIA O projeto segue basicamente as linhas basilares dos PCNs, inclusive reservando espaços específicos aos temas transversais, dentre eles muito privilegiadamente a inclusão e diversidade, dentro de pressupostos teóricos fundamentados no materialismo histórico dialético, em sua forma de implantação, enquanto processo que se avalia, aprofunda adapta e mesmo constrói e reconstrói continuamente, no decorrer de todo ano letivo.

7.0 - ESTRATÉGIAS: As diversas ações previstas e propostas por este projeto tem como possibilidades estratégicas uma grande gama de opções e recursos disponíveis na instituição, que serão ampla e permanentemente explorados conforme os fins e objetivos de cada atividade de modo planejado e previamente organizado, entretanto dentre eles podemos citar, recursos como: Slides; Data-show; Lousa digital;


Retroprojetor; Material impresso; Multimídias pesquisadas na internet; Cartazes; Recursos lúdicos; Dramatizações; Materiais em libras; Materiais em Italiano; Outros materiais, que podem ser viabilizados conforme as possibilidade e necessidades inerentes ás ações planejadas.

OBS: Os contos que visam trabalhar temas transversais, inclusão e diversidade, serão realizados nas quintas feiras de cada semana e terão seu planejamento agregado a este projeto semanalmente, á medida em que são executados e desenvolvidas nos intervalos de recreio, dentro da filosofia democrática de opção livre, lúdica, criativa e opcional.

8.0 - CRONOGRAMA DE LEITURA COLETIVA NA ESCOLA.


CRONOGRAMA DE LEITURA COLETIVA NA ESCOLA PRIMEIRO TRIMESTRE – 2012

DATA DIA DA SEMANA 12-03 SEG. 20-03 TER 28-03 QUA 05-04 QUI 13-04 SEX 18-04 QUA 24-04 TER 02-05 QUA 07-05 SEG 15-05 TER 23-05 QUA 31-05 QUI

AULA 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 4ª 4ª 5ª 3ª 2ª 1ª

CRONOGRAMA DE LEITURA COLETIVA NA ESCOLA – PREVISÃO ATÉ O RECESSO ESCOLAR – JULHO - 2012

DATA DIA DA SEMANA 18-06 SEG. 26-06 TER 04-07 QUA 12-07 QUI

AULA 1ª 2ª 3ª 4ª

9.0- ATIVIDADES PALNEJADAS PARA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS LIVRE NO RECREIO:


Contação de histórias, de público ouvinte livre, extraclasse enfocando os temas transversais, especialmente a questão da inclusão de alunos com necessidades especiais, que fazem parte do cotidiano institucional. (serão agregadas em anexo durante a execução do projeto).

10.0 - BIBLIOGRAFIA


POLÍTICA E EDUCAÇÃO: Ensaios; Paulo Freire, Direitos para esta edição- CORTEZ EDITORA; Rua Bartira, 317 – Perdizes 05009-00 – São Paulo – SP -2001. FERNANDES, Adriana Hoffman; PORTUGUAL, Cristina. O texto e a leitura no mundo contemporâneo - reflexões a partir de Pierre Levy. 2002 (Ensaio) FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1993. FREIRE, Paulo. e BETTO,Frei. Essa escola chamada vida. 8 ed. São Paulo :Ática, 1994. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação, uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 4.ed. São Paulo: Editora Moraes, 1980. FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 5.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. FREIRE, Paulo. Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez, 2001.

11.0 - ANEXOS











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