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1 Os eufemismos da deficiência

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Os eufemismos da deficiência

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A história da cultura humana nos possibilita reconhecer que houve e ainda há uma intensa construção de estereótipos acerca da deficiência. A cada época mudam-se as concepções, as nomenclaturas e acrescentam-se novas revisões do conceito de deficiência. É com base nessa perspectiva que traçamos, neste ensaio, um breve panorama das concepções que foram historicamente concebidas e cristalizadas a partir do conceito padrão de normalidade e das implicações subjacentes a essas concepções. O cenário atual vem refletindo paulatinamente o resultado de conquistas alcançadas por pessoas que apresentam algum tipo deficiência. Contudo, sabemos que nem sempre foi assim e que a história dos deficientes é permeada por grandes lutas, sobretudo, por direito às mesmas oportunidades que são dadas aos sujeitos considerados normais.

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As várias concepções de deficiência subjazem ao conceito de normalidade. Há, portanto, uma intensa busca por um padrão de normalidade e, em função disso, surgem barreiras que contribuem para a permanência de estereótipos e preconceitos. Ou seja, as pessoas que não se adequam a esse padrão tornam-se pessoas postas à margem e estereotipadas como sujeitos incapazes. Para realizar estas considerações, partimos do pressuposto de que as mais variadas formas de denominação servem de subterfúgio para construção e manutenção de preconceitos. Por isso, a fim de demonstrar as implicações advindas das concepções de deficiência, buscamos traçar um breve panorama histórico. Para ilustrar nossa argumentação, daremos destaque à deficiência auditiva. Isto é, ao longo do texto ressaltaremos como a questão de referência pôde (ou ainda pode) interferir nas visões sociais sobre a deficiência e os deficientes.

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