Livro Regionalização do Currículo de Educação Musical no 3.º Ciclo do Ensino Básico

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Centro de Investigação e Documentação do GCEA

EDUCAÇÃO MUSICAL NO 3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO REGIONALIZAÇÃO DO CURRÍCULO DE


FICHA TÉCNICA LIVRO Título Regionalização do Currículo de Educação Musical no 3.º Ciclo do Ensino Básico Edição Secretaria Regional da Educação e Cultura Direcção Regional da Educação Gabinete Coordenador de Educação Artística Direcção Geral da Edição Carlos Gonçalves Funchal, Outubro de 2008 ISBN: 978-972-99869-4-9 DEPÓSITO LEGAL: 284696/08 LIVRO Coordenação Natalina Santos e Rubina Fernandes Autores Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes Textos de apoio e notas biográficas Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador, Rubina Fernandes e Rui Camacho Selecção de exemplos musicais Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes Imagens e fotos Rui Camacho / Centro Documentação Xarabanda Sugestões de actividades Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes Revisão técnica Rui Camacho / Associação Musical e Cultural Xarabanda Revisão Natalina Santos Digitalização de partituras Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes Designer gráfico Ruben Fernandes


DISCOS Coordenação João Mancelos Selecção de exemplos musicais Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes

Playbacks Ricardo Rodrigues João Mancelos

Gravação Eduardo Gonçalves

Masterização Eduardo Gonçalves Ricardo Rodrigues João Mancelos


INTRODUÇÃO Tendo como base de trabalho o sucesso e a continuidade do documento desenvolvido para a Regionalização do Currículo de Educação Musical no 2.º Ciclo do Ensino Básico, surge este documento que se encontra orientado para a sua implementação no 3.º Ciclo do Ensino Básico. As motivações envolventes neste projecto continuam a estar relacionadas com a divulgação da cultura musical madeirense (géneros musicais, agrupamentos musicais, instrumentistas/intérpretes, colectividades, agrupamentos e tradições culturais); a sensibilização para a preservação das nossas tradições, bem como a defesa e a valorização do património regional e dos artistas madeirenses. Um factor importantíssimo para uma maior dinamização do projecto está relacionado com a necessidade de fomentar a pesquisa cultural em parceria com outras áreas curriculares, com as instituições/associações culturais e com a família. Todas as actividades apresentadas foram desenvolvidas tendo em conta cinco eixos fundamentais no desenvolvimento artístico dos discentes: (1) a prática artística; (2) a produção musical; (3) a criação musical; (4) a animação musical e (5) a investigação. Pretende-se que no final do 3.º Ciclo e após a implementação deste projecto os alunos tenham: - Desenvolvido e aperfeiçoado a prática vocal e instrumental; - Produzido e participado em diferentes tipos de espectáculos musicais; - Aprofundado e compreendido a utilização do vocabulário musical; - Compreendido a música como construção humana, social e cultural e as inter-relações com os diferentes quotidianos e áreas do saber; - Aprofundado o conhecimento do trabalho de músicos e compositores madeirenses; - Desenvolvido o pensamento crítico que sustenta opiniões, criações e interpretações; - Aprofundado os conhecimentos ao nível da utilização de diferentes tecnologias e software. Relativamente à estrutura das actividades, estas encontram-se desenvolvidas de acordo com as bases do Currículo Nacional e representadas nos seguintes módulos: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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Formas e Estruturas Improvisações Melodias e Arranjos Memórias e Tradições Música e Movimento Música e Multimédia Música e Tecnologias Músicas do mundo Pop / Rock Sons e Sentidos Temas e Variações

Todos os módulos dispõem de vários textos de apoio, que têm por objectivo auxiliar o professor, aquando da apresentação dos exemplos musicais, dos músicos, agrupamentos ou das actividades a realizar. Tendo por base as competências do Currículo Nacional, foram planificadas propostas de actividade, elaboradas sugestões de trabalho, definido o vocabulário a desenvolver, a interdisciplinaridade, bem como outras propostas de trabalho.

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Finalmente, gostaríamos que a implementação deste projecto em cada sala de aula fosse tão dinâmica, divertida e empenhada quanto o ambiente vivido pelo grupo de trabalho. O Gabinete Coordenador de Educação Artística agradece ao seguinte conjunto de individualidades, sem as quais não seria possível a concretização deste projecto:

- aos professores Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, João Mancelos, Lino Pestana, Luís Salvador e Rubina Fernandes, pela criação, desenvolvimento, execução e implementação do projecto, e pelo bom companheirismo e total disponibilidade das reuniões de trabalho realizadas;

- às Escolas Básica e Secundária da Calheta, Básica e Secundária de Santa Cruz, Básica do 2.º e 3.º Ciclos do Caniçal, Básica e Secundária do Carmo, Básica e Secundária do Porto Moniz e Básica do 2.º e 3.º Ciclos dos Louros, pelo apoio dado ao projecto; - à Associação Musical e Cultural Xarabanda, na cedência do espaço de trabalho, de pesquisa e de colaboração no projecto; - ao professor Paulo Esteireiro / CID, pelo apoio prestado ao longo do trabalho;

- ao músico e fotógrafo Rui Camacho, pela pesquisa histórica de imagens, de músicas e pela revisão dos textos de apoio (vertente histórica e cultural); - à RTP Madeira, pela cedência de imagens de diversos programas musicais;

- ao maestro Alberto Cláudio Sousa Barros, pela cedência da partitura "Olhar sobre a baía";

- ao professor Yuri Tsikhotskyy, pela colaboração no módulo "Música e Movimento", na coreografia de: "Madeira Sereia do Mar" - Rumba; - ao Vladimir Kerekesh e à Sara Moniz pela participação coreográfica na dança de salão Rumba;

- ao professor José António Sousa, director artístico do Trio "New Sounds" (GCEA) responsável pela coordenação e participação na gravação áudio exemplificativa na actividade relativa ao módulo Improvisações; - aos professores Lino Fernandes, Samuel Oliveira, José Cunha, Denis Rodrigues, Eduardo Fernandes e Slobodan Sarcevic, pela participação na gravação do módulo Improvisações; - ao Rafael Andrade pela cedência de material áudio de apoio;

- à professora Zélia Gomes, responsável pela coordenação da gravação da Lenda de Machim;

-aos alunos do Coro Juvenil do GCEA, Sara Gomes, Cláudia Sousa, Carina Pimenta, Mariana Pimenta, Ester Câmara, Carolina Correia, Anabela Mendes, Andreia Faria, Ana Correia, Rosalina Correia, e João Camacho, pela gravação vocal da Lenda de Machim; - ao professor Duarte Rocha, pela participação como narrador na Lenda de Machim.

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Ficha Técnica Introdução Agradecimentos Índice

ÍNDICE

Princípios Orientadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 Organizadores de Aprendizagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 Organizadores de Aprendizagens / Competências Específicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 Articulação e interacção entre os quatro Organizadores de Aprendizagens e os três grandes Domínios da Prática Musical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 A Música no Currículo do Ensino Básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4 Organização e gestão de orientações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 Competências Adquiridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Actividades de Enriquecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Formas e Estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Actividade: "Sinfonia Cecília", n.º 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Actividade: "Marcha" - Camacha, versão Xarabanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 Improvisações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Actividade: "Big Band" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Actividade: "Cheek to cheek" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 Melodias e Arranjos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 Actividade: "Abecedário dos Amores" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 Actividade: "Re-tratamento" - Da Weasel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Memórias e Tradições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Actividade: "Virgem do Parto" - Tradicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Actividade: "Bate o pé" - Max . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Música e Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Actividade: "Madeira sereia do mar" - Tony Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Actividade: "Quadrille Chiperic", n.º 2 - Augusto José Miguéis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Música e Multimédia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 Actividade: Criação de um filme Dvolver movie maker . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 Actividade: Sonorização de um conto tradicional - Lenda de Machim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 Música e Tecnologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 Actividade Composição on-line - Jamstudio.com . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 Actividade: Utilização e exploração do programa de notação musical Finale . . . . . . . . . . . . . . . . .85 Músicas do Mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90 Actividade "Pick a bale of Cotton" - Espiritual negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90 Actividade: "Are you lonesome tonight" - Elvis Presley . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Pop / Rock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100 Actividade "Hully Gully do Montanhês" - Conjunto Académico João Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . .100 Actividade: "Beg a dime" - CAIM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 Sons e sentidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109 Actividade Polirritmia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109 Actividade: "Um olhar sobre a baía" - Banda Municipal de Câmara de Lobos . . . . . . . . . . . . . . .113 Temas e Variações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118 Actividade "Baile do Ladrão" - Porto Santo - tradicional - versão Xarabanda . . . . . . . . . . . . . . . .118 Actividade: "A maré está cheia" - popular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 Quadro - síntese do conteúdo do CD Áudio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .126 Bibliografia útil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132 Bibliografia DVD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135 Sítios na Internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .137



PRINCÍPIOS ORIENTADORES

As competências artístico-musicais desenvolvem-se através de processos diversificados de apropriação de sentidos, de técnicas, de experiências de reprodução, criação e de reflexão atendendo aos diferentes tipos de contextos sociais e culturais e aos níveis particulares de desenvolvimento individual do aluno. Assim, entendendo a música como uma construção humana, social e cultural, propõe-se como princípios orientadores para o trabalho a desenvolver ao longo do 3.º ciclo:

* Providenciar oportunidades de formação no contexto formal e / ou informal, de maneira a que o aluno explore, experimente e utilize diferentes tipos de instrumentos musicais acústicos e electrónicos bem como a voz;

* Fomentar a discussão e a partilha dos diferentes tipos de opções técnicas, estéticas, comunicacionais e emocionais que se colocam no desenvolvimento do trabalho artístico-musical; * Experienciar, investigar, compreender e discutir acerca de uma variedade de estilos e composições musicais de acordo com os diferentes aspectos históricos, geográficos, sociais, culturais e estéticos em que são produzidos; * Aproveitar as aprendizagens fora do ambiente escolar;

* Produzir, organizar e participar em diferentes tipos de espectáculos musicais destinados a públicos diferenciados. Por exemplo, colegas da turma, escola, pais e comunidade;

* Convidar músicos profissionais e amadores para apresentarem, no interior da escola, as suas criações e os seus pontos de vista;

* Manipular as diferentes tecnologias e media, bem como compreender os seus impactos nas sociedades contemporâneas. ORGANIZADORES DE APRENDIZAGEM

As orientações curriculares estão pensadas no sentido de providenciar práticas artísticas diferenciadas e adequadas aos diferentes contextos onde se exerce a acção educativa, de forma a possibilitar a construção e o desenvolvimento da literacia musical em 5 grandes domínios: 1.Desenvolvimento de competências no domínio de práticas vocais e instrumentais;

2.Desenvolvimento de competências para compor, arranjar e improvisar em diferentes estilos e géneros musicais; 3.Desenvolvimento do pensamento e imaginação musical;

4.Compreensão e apropriação de diferentes códigos e convenções que constituem as especificações dos diferentes universos musicais e da poética musical em geral; 5.Desenvolvimento de competências para apreciação, descriminação e sensibilidade sonora e musical de diferentes estilos e géneros musicais, de forma crítica, fundamentada e contextualizada.

As orientações curriculares baseiam-se nos 4 organizadores, preconizados pelo Currículo Nacional: 1. Interpretação e Comunicação; 2. Criação e Experimentação;

3. Percepção Sonora e Musical;

4. Culturas Musicais nos Contextos. É essencial garantir que as aprendizagens conducentes à construção de qualquer competência se devem basear em acções provenientes dos três grandes domínios da prática musical: a composição, a audição e a interpretação.

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ORGANIZADORES DA APRENDIZAGEM / COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS É suposto que o aluno, ao longo do 3.º Ciclo do Ensino Básico, desenvolva as seguintes competências específicas: ORGANIZADORES "Interpretação e Comunicação

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O aluno:

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artístico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações; * Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; * Cria, utiliza e apropria formas diferenciadas de notação musical (convencional e não convencional); * Ensaia, apresenta e dirige publicamente peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados; * Explora como diferentes técnicas e tecnologias podem contribuir para a interpretação e comunicação artístico-musical; * Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas; * Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas.

"Criação e Experimentação

O aluno: * Explora, compõe, arranja, improvisa e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros, formas e tecnologias diferenciadas; * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; * Explora e apropria conhecimentos e saberes de diferentes técnicas vocais e instrumentais, de diferentes estéticas e culturas musicais, para a criação sonora e musical, bem como códigos e formas diferenciadas de representação gráfica dos sons; * Manipula os materiais para fins comunicacionais e estéticas específicas; * Apropria diferentes técnicas de produção e de captação sonora. Utiliza diferentes tipos de software musical, sequencialização MIDI e recursos da Internet; * Faz gravações áudio e vídeo do seu trabalho criativo realizado.

"Percepção Sonora e Musical

O aluno: * Ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os diferentes códigos e convenções que constituem o vocabulário musical das diferentes culturas, através da audição, do movimento e da prática vocal e instrumental; "Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas; * Apropria diferentes formas e símbolos (convencionais e não convencionais) de notação gráfica do som; * Utiliza terminologia e vocabulário adequados às audições musicais do passado e do presente; * Investiga e utiliza fontes sonoras convencionais, electrónicas e outras, para compreender, apropriar os conceitos e estruturas que enformam e organizam as obras musicais; * Transcreve com tecnologias apropriadas e graus de complexidade diferentes melodias, ritmos e harmonias; * Avalia e compara diversas obras musicais com géneros, estilos e tradições culturais do passado e do presente; * Selecciona música com determinadas características para eventos específicos.

"Culturas Musicais nos Contextos

O aluno: * Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura; * Partilha as músicas do seu quotidiano e da sua comunidade, investigando as obras musicais como expressões de identidade individual e colectiva; * Reconhece as culturas musicais nas sociedades contemporâneas; * Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais; * Compreende relações entre a música, as outras artes e áreas do conhecimento, identificando semelhanças e diferenças técnicas, estéticas e expressivas.


ARTICULAÇÃO E INTERACÇÃO ENTRE OS QUATRO ORGANIZADORES E OS TRÊS GRANDES DOMÍNIOS DA PRÁTICA MUSICAL

As interligações inerentes aos actos de ensinar e aprender devem ser uma constante em cada momento de aprendizagem, independentemente do nível de aprofundamento e das tipologias e culturas musicais que estão a ser utilizadas no momento.

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A MÚSICA NO CURRÍCULO DO ENSINO BÁSICO

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ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE ORIENTAÇÕES As orientações curriculares foram organizadas em torno de um conjunto de módulos com temas diferenciados e de duração variável, possibilitando margens de liberdade no interior de cada módulo, bem como a utilização do seu conjunto. Os temas organizadores apresentados, não são trabalhados em separado, mas antes interligados a partir de um determinado módulo temático. O quadro abaixo sintetiza os temas dos módulos e as temáticas musicais envolvidas. Temas dos módulos

Síntese das temáticas musicais

Formas e Estruturas (modos de organização e estruturação musical)

Desenvolvimento das competências de utilização e compreensão dos modos diferenciados de organização e estruturação musical.

Melodias e Arranjos (em torno da canção)

Compreensão das diferentes formas de criação, composição e arranjos de melodias e canções.

Memórias e Tradições (em torno da música portuguesa)

Compreensão dos papéis da música na construção da identidade portuguesa através da exploração de diferentes tipos de espectáculos musicais e do teatro musical.

Música e Movimento (em torno de danças e coreografias)

Exploração, interpretação e criação de diferentes tipos de músicas em torno do movimento, danças e coreografias.

Música e Multimédia (as diferentes utilizações dos materiais sonoros e musicais)

Exploração, compreensão e manipulação de diferentes materiais sonoros e musicais para a produção de determinados efeitos comunicacionais, estéticos e outros.

Música e Tecnologias (manipulando sons acústicos e electrónicos)

Manipulação dos sons acústicos e electrónicos através da experimentação, criação, interpretação e exploração das tecnologias MIDI.

Músicas do Mundo (explorando outros códigos e convenções)

Exploração, manipulação e compreensão de códigos e convenções de culturas musicais de tradição oral de acordo com os contextos de referência.

Pop e Rock (em torno dos estilos musicais)

Identificação, criação e manipulação das características de determinado estilo musical através da utilização de diferentes tecnologias musicais e outras.

Sons e Sentidos (processos de criação musical)

Exploração, manipulação e compreensão dos diferentes processos de criação musical através da experimentação, composição, interpretação e representações gráficas dos sons.

Improvisações Exploração e compreensão dos processos de improvisação musi(exploração da improvisação musical) cal através dos procedimentos jazzísticos e de outros estilos.

Exploração e manipulação das diferentes possibilidades de traTemas e Variações (desenvolvimento de ideias musicais) balhar uma ideia musical ou outra.

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COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS Para o desenvolvimento das actividades propostas é recomendável que o aluno tenha:

* Experienciado e interpretado música de diferentes culturas, géneros e estilos, com diferentes tipos de instrumentos e voz; * Experienciado diferentes tipos de improvisações em culturas, géneros e estilos diferenciados;

* Experienciado e interpretado canções de diferentes culturas, géneros e estilos com arranjos para

tipos diferenciados de instrumentos e voz, bem como com diferentes pressupostos comunicacionais;

* Apropriado e utilizado diferentes códigos e convenções relacionados com a harmonia e a progressão de sequências de acordes; * Explorado diferentes técnicas instrumentais;

* Experienciado e interpretado música portuguesa de diferentes géneros e estilos;

* Apropriado e utilizado diferentes códigos e convenções (alturas, durações, intensidades, espacialização sonora, timbres, texturas, formas e estruturas);

* Apropriado e utilizado diferentes códigos e convenções no que se refere aos padrões, ciclos musicais, bem como utilizado o movimento;

* Apropriado as formas como diferentes códigos e convenções possibilitam a criação de determina-

dos efeitos;

* Utilizado as TIC e diferentes formas de representação gráfica do som;

* Experienciado e interpretado música de diferentes culturas, géneros e estilos com diferentes tipos de instrumentos e voz; * Apropriado princípios elementares de utilização das tecnologias da informação e comunicação;

* Experienciado e interpretado músicas e danças, com diferentes tipos de instrumentos e vozes, de culturas ocidentais e não ocidentais; * Experienciado e interpretado músicas e danças com diferentes tipos de instrumentos e vozes, de culturas ocidentais e não ocidentais; * Apropriado e utilizado diferentes códigos e convenções existentes num determinado estilo, bem

como no que diz respeito ao desenvolvimento das ideias musicais e as formas estruturais utilizadas;

* Manipulado diferentes tipos de sons como respostas a estímulos diferenciados;

* Ouvido e interpretado músicas de diferentes culturas, géneros e estilos com controlo técnico-artístico apropriado; * Experienciado e interpretado músicas de diferentes culturas, géneros e estilos compreendendo as

diferentes formas e estruturas utilizadas.

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ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO Além das propostas de trabalho, existem actividades que poderão complementar a aprendizagem no contexto de sala de aula. Para isso sugerimos:

* Participação e assistência a concertos e espectáculos artísticos de diferentes estilos e / ou culturas, (Música Clássica, Jazz, Pop / Rock, Teatro, Ópera, Teatro Musical, Dança, etc.) ao vivo e / ou gravados; * Entrevistas e discussão com diferentes compositores acerca dos processos utilizados na criação e / ou improvisação musical;

* Visitas de estudo a museus, ateliês artísticos, instituições culturais e musicais, estúdios de gravação,

ateliês de construtores de instrumentos, companhias e grupos de dança;

* Investigação das formas e estruturas existentes noutras áreas do conhecimento, como por exemplo: a Biologia, a Pintura, a Física, a Arquitectura e a Matemática;

* Redacção de pequenos escritos, como por exemplo: notas de programa, comentários, análise musical, comentários e entrevistas; * Convites a músicos / agrupamentos musicais / instituições culturais e musicais para irem à escola;

* Entrevistas e discussão com diferentes compositores, intérpretes e produtores acerca da utilização de tecnologias digitais na criação e interpretação de canções/peças;

* Redacção de pequenos escritos, como por exemplo: notas de programa, comentários, entrevistas a músicos, a grupos musicais, análise musical, entrevistas a compositores e intérpretes, descrição de bandas sonoras;

* Entrevistas, convites e discussão com diferentes compositores e dançarinos acerca do movimento, dança e coreografia; * Investigação sobre o modo como as outras áreas utilizam a música, como por exemplo: o Cinema, o Teatro, a Publicidade e o Marketing (em ambiente real e virtual); * Criação de suportes digitais, ou outros, para gravação dos trabalhos;

* Entrevistas e discussão com diferentes compositores e intérpretes que se dedicam à música de tradição oral; * Pesquisa acerca das culturas Pop e Rock e de outros estilos musicais: história do disco; história do Pop e do Rock; influências das indústrias e marketing musical na construção e desenvolvimento das carreiras;

* Estudo sobre o modo como as outras áreas do conhecimento (artístico e outras) utilizam e manipulam as TIC; * Investigação e a análise sócio-histórica e sócio-técnica da criação musical do passado e do presente; * Comparação de processos criativos com outras artes e áreas de conhecimento.

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MÓDULOS

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TEMA DO MÓDULO FORMAS E ESTRUTURAS

Pressupostos

Neste módulo pretende-se que o aluno desenvolva capacidades de utilização de diferentes modos de organização e estruturação musicais, compreendendo as diferentes possibilidades de criação de efeitos estéticos, emocionais e comunicacionais; compreenda e manipule conceitos como ostinato, variedade e contraste, pergunta e resposta, imitação, homofonia e polifonia; interprete peças musicais com formas binárias e ternárias, entre outras.

ACTIVIDADE: Sinfonia Cecília (n.º 2) - Nuno Graceliano Lino Tendo em consideração que Santa Cecília é a padroeira dos músicos, torna-se compreensível que, ao longo da história, os músicos lhe tenham dedicado várias composições. As primeiras referências à utilização de música festiva no culto de Santa Cecília na Madeira, encontram-se num artigo do tenente-coronel Alberto Artur Sarmento, intitulado "Santa Cecília". Neste texto, Sarmento indica que, em 1844 se realizou na Igreja de Santa Clara uma festa dedicada a Santa Cecília, com grande pompa e afluência dos funchalenses. Como indica o próprio Sarmento, citando o periódico "O Imparcial", este evento terá sido organizado como uma resposta aos ataques liberalistas que a Igreja Católica vinha recebendo. Deste modo, o culto a Santa Cecília e a utilização de música pomposa nos rituais religiosos foi uma das formas de resposta da Igreja aos fortes ataques políticos que recebeu, tendo vários compositores participado nesta luta e realizado composições para as festas religiosas. Um aspecto interessante, é o facto de algumas destas sinfonias terem continuado a ser tocadas durante várias décadas - mesmo depois do falecimento dos seus autores - o que comprova o grande sucesso destas músicas na Madeira. Segundo o testemunho de alguns músicos, estas composições eram ainda interpretadas nas décadas de 80 e mesmo 90 do século passado,

sendo tocadas nas missas festivas, principalmente no Verão, quando se celebravam as festas religiosas locais. Os festeiros - grupo de indivíduos responsáveis por organizar as festas locais pagavam aos músicos para tocarem nas missas, figurando normalmente no seu repertório, várias músicas instrumentais pomposas, onde se incluíam as sinfonias de Santa Cecília, que se tocavam no início ou no fim da missa. Actualmente, quando se fala do género sinfonia, remete-se normalmente para a escola clássica de Viena, principalmente para as obras de Haydn, Mozart e Beethoven, que inspiraram a música instrumental ocidental dos séculos XIX e XX. As sinfonias vienenses eram normalmente obras de grande dimensão e com orquestrações bastante ricas, sendo constituídas geralmente por quatro andamentos. As sinfonias madeirenses dedicadas a Santa Cecília têm pouca ligação a este modelo vienense, para além do facto de serem obras instrumentais. Deste modo, o termo sinfonia deve ser aqui entendido de um modo muito genérico, visto que deveria ser aplicado pelos compositores madeirenses, do século XIX e primeira metade do XX, a todas as obras que são exclusivamente orquestrais; um pouco como acontecia no início do género sinfonia, em Itália, quando o termo apenas remetia para obras orquestrais - em oposição às obras vocais - sem uma estrutural formal determinada.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS:

* As

sinfonias apresentam uma forte veia lírica e melódica, com momentos de algum virtuosismo e elevada ornamentação, normalmente acompanhadas por uma textura bastante ligeira e clara, sem momentos contrapontísticos relevantes ou outro tipo de texturas mais densas; * As harmonias são tonais e pouco complexas, não existindo momentos musicais de grande tensão harmónica ou ambíguos tonalmente; * O dispositivo instrumental é comandado pelo violino e pela flauta, havendo pouca variedade tímbrica, numa orquestra religiosa que normalmente era constituída por 1 flauta, 2 violinos, 1 violoncelo, 1 contrabaixo e órgão de tubos; * Os ritmos seguem uma lógica de quadratura e simetria, não havendo momentos rítmicos complexos ou assimétricos; * No plano estético, as sinfonias apresentam um carácter mais festivo do que proSanta Cecília, priamente religioso ou místico; em alguns momentos, inclusivamente, o arranjo Padroeira dos Músicos que é feito para este agrupamento instrumental parece funcionar igualmente para uma marcha festiva de uma banda filarmónica; * No plano formal, as composições não seguem rigidamente a forma sonata clássica, nem nenhuma forma padrão, optando os compositores por criar uma sucessão de secções musicais, contrastantes entre si no plano tonal e no plano temático.

Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

- Percepção Sonora e Musical

Competências * Cria, utiliza e apropria formas diferenciadas de notação musical (convencional e não convencional);

* Explora como diferentes técnicas e tecnologias podem contribuir para a interpretação e comunicação artístico-musical;

* Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; * Ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os diferentes códigos e convenções que constituem o vocabulário musical através da audição; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Apropria diferentes formas e símbolos de notação gráfica do som; - Culturas Musicais nos Contextos

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"Utiliza terminologia e vocabulário adequado;

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Partilha as músicas do seu quotidiano e da sua comunidade, investigando as obras musicais como expressões de identidade individual e colectiva.

Vocabulário - Sinfonia - Missa - Santa Cecília - Instrumentos: flauta, violino, violoncelo, órgão - Notação Musical


SUGESTÃO DE TRABALHO: - Audição da sinfonia;

- Contextualização da peça na cultura da Ilha da Madeira;

- Formação de 4 a 5 grupos de trabalho e distribuição de uma partitura e uma caixa de cores por grupo; - Análise da partitura através de um jogo - indicação de uma cor para sublinhar cada conceito a identificar:

a) Nomes de instrumentos b) Notação musical c) Andamentos d) Tonalidades e) Alterações - Ditado melódico visual;

- Distribuir a partitura da flauta recortada por frases melódicas; os alunos deverão montá-la na sua totalidade.

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

Exploração do CD- Rom Sinfonias de Santa Cecília (editado pelo GCEA) INTERDISCIPLINARIDADE

História - Investigar sobre o contexto económico, social e cultural da época. Área de Projecto / Estudo Acompanhado - Investigar sobre os compositores das outras Sinfonias: César Rodrigues do Nascimento e Nuno Graceliano Lino.

RECURSOS

- Aparelhagem sonora - CD, faixa n.º 1 - Cores

- Fotocópias

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Autor: Nuno Graceliano Lino

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ACTIVIDADE: Marcha - Versão Camacha

A Marcha foi uma forma de expressão musical muito utilizada ao longo de toda a história da música. É uma música popular muito comum que foi ensinada na década de 40 pelos sargentos de música que tinham como função ensinar música fora do concelho do Funchal. Foi nesta altura que se criou a 1.ª Tuna de Bandolins da Camacha e que surge a Casa do Povo da Camacha. Este género é um dos poucos espécimes exclusivamente instrumentais da tradição popular madeirense, tendo sido utilizado, por exemplo, nos festejos do Espírito Santo, no percurso de casa em casa. Organizadores - Interpretação e Comunicação

Visita do Espírito Santo

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artís- - Marcha tico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações; - Acordes Sol M e Ré7 * Toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas;

Culturas Musicais nos Contextos

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura; * Partilha as músicas da sua comunidade, investigando as obras musicais como expressões de identidade individual e colectiva; * Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

RECURSOS

- Diálogo com os alunos sobre o contexto cultural e musical da peça;

- Instrumental Orff

- Audição da peça (versão original);

- Aparelhagem sonora

- Aprendizagem da melodia na flauta (parte A) e jogo de sinos (parte B); - Aprendizagem dos ostinatos da parte da percussão; - Montagem da peça;

- Diálogo com os alunos sobre as diferenças existentes entre a peça original e o instrumental que estão a praticar;

- Flauta de Bisel

- CD, faixas n.º 2 a 4 - Espaço amplo

- Roupa confortável

- Coreografia;

- Criação de uma coreografia simples para realizar com a peça. OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Criar / compor outros ostinatos para acompanhar esta peça;

- Pesquisar sobre outras peças tradicionais do concelho onde vivem e criar coreografias para as mesmas.

INTERDISCIPLINARIDADE

- Educação Física - ensaio das coreografias.

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- 20 Vers達o instrumental: Almindo Fernandes Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana Luis Salvador Rubina Fernandes


TEMA DO MÓDULO IMPROVISAÇÕES Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno explore diferentes processos de improvisação musical utilizando diferentes procedimentos, jazzísticos e de outros estilos musicais; identifique, analise e aplique padrões melódico-rítmicos na escala pentatónica. Big Band é uma expressão da língua inglesa que indica um grande grupo instrumental associado ao jazz. Esse tipo de formação foi muito popular dos anos 20 aos anos 50, período conhecido como a Era do Swing. Uma Big Band consiste, basicamente, de 12 a 25 músicos e contém saxofones, trompetes, trombones, guitarra, bateria, baixo, piano, podendo ainda admitir outros instrumentos que variam de uma banda a outra. Os termos banda de jazz, orquestra de jazz e dance band, também são usados. O jazz tocado pelas Big Bands possui, geralmente, arranjos mais elaborados, muito frequentemente sendo previamente preparados e escritos em partituras. Ali, os solos e as improvisações são executados nos momentos determinados no arranjo.

Dixie Band - GCEA

Acordeão

Saxofone

Bateria

Trombone

Banjo

Tuba

Clarinete

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Organizadores

Competências

Vocabulário

- Criação e Experimentação

* Utiliza a audição, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação;

- Improvisação - Jazz - Big Band - Famílias de Instrumentos - Timbre

- Percepção Sonora e Musical

* Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas; * Utiliza terminologia e vocabulário adequado, de acordo com as audições musicais;

- Culturas Musicais nos Contextos

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura; * Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização da Big Band no âmbito da Música Jazz; - Contexto cultural Jazzístico na Madeira (Clube de Jazz, Intérpretes, etc.); - Audição do exemplo proposto (Big Band), com o objectivo de identificar os instrumentos intervenientes (bateria, tuba, saxofone, trombone, clarinete, banjo e acordeão);; - Classificação dos instrumentos por famílias; - Identificação das partes de improvisação em cada instrumento; - Convidar um agrupamento ou músico madeirense do Jazz para uma apresentação na escola.

INTERDISCIPLINARIDADE:

- História - Pesquisar sobre as Big Band de maior êxito a nível mundial. - Educação Visual / Educação Tecnológica - realizar cartazes, trabalhos escritos sobre o tema e organizar uma exposição com os mesmos.

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RECURSOS

- CD, faixa n.º 5

- Aparelhagem sonora

- Imagens dos instrumentos


ACTIVIDADE: "Cheek to cheek" A música Jazz era, inicialmente, interpretada nos hotéis do Funchal, no entanto a sua prática evoluiu de tal forma que surgiram diversos grupos musicais, sendo alguns deles exclusivos de cada hotel. Com a década de 80, surgem inovações tecnológicas na área musical e produção de espectáculos (sintetizadores, equipamentos de som, efeitos de guitarra) permitiram um diversificado leque de opções aos instrumentistas. Grupos como Oficina Jazz, obtiveram os seus momentos de glória e ainda hoje continuam a ter alguns fiéis seguidores. A música Jazz obteve um papel tão importante que se chegou a criar, em 1987, "O Madeira Jazz Club". No final de cada noite de trabalho pelos hotéis da Madeira este era o ponto de encontro onde se realizavam as jam sessions (prática musical espontânea em grupo onde impera a improvisação). Os instrumentos característicos deste género musical são a voz, o trompete, o saxofone, a guitarra eléctrica, o contrabaixo ou baixo eléctrico, o

Vânia Fernandes, vencedora da 3.ª edição da OT

piano e a bateria, embora outros instrumentos pudessem ser introduzidos nestes agrupamentos. O tema que vais trabalhar "Cheek to cheek" foi inicialmente interpretado por Ella Fitzgerald e D u k e Ellington, duas vozes mundiais do Jazz. Esta versão é interpretada pela Vânia Rafael Andrade, mentor do grupo "Rafa Four" Fernandes e pelo grupo Rafa Four constituído por Rafael Andrade (trompete) distinguido em 2005 com um Prémio de Reconhecimento na III Festa do Jazz e 2.º classificado no primeiro concurso "O Melhor Solista" do Cup & Cino, Ricardo Dias, Georgy Titov e Caio Oliveira. Vânia Fernandes é uma das grandes revelações do jazz vocal nos últimos tempos, premiada na IV Festa do Jazz do Teatro de São Luiz e vencedora do 1.º prémio no concurso "O Melhor Solista" do Cup & Cino, Vânia Fernandes torna-se cada vez mais requisitada dentro e fora da ilha da Madeira, sendo de destacar uma honrosa ligação à European Jazz Movement Orchestra, com a qual realizou uma tournée europeia em 2007. Nos últimos tempos, tem percorrido os mais prestigiados clubes de jazz de Portugal Continental. A Vânia é já tua conhecida do concurso Operação Triunfo 2007/2008 no qual alcançou o 1.º lugar, representando, posteriormente, o nosso País no Festival da Eurovisão 2008.

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

Competências

Organizadores

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artísti- - Improvisação co, através do estudo e da apresentação, individual e em - Jazz grupo, de diferentes interpretações; - Escala pentatónica - Contratempo * Canta e toca, individualmente e colectivamente, difer- Ritmos pontuados entes tipos de instrumentos musicais, utilizando técnicas - Mi agudo na flauta e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; - Técnica vocal * Ensaia, apresenta e dirige peças musicais com princí- - Swing - Jam pios estéticos e comunicacionais diversificados; * Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas.

* Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas; * Improvisa e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros e formas;

* Utiliza a audição, imaginação, conceitos e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; - Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

* Faz gravações áudio e vídeo do seu trabalho criativo realizado; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais.

Nota: Antes de iniciar esta actividade propomos a realização de exercícios preparatórios à improvisação.

RECURSOS

- CD, faixas n.º 6 a 9

- Aparelhagem sonora - Partitura - Flauta

- Instrumental Orff

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Sugestão para uma improvisação orientada:

1- Criar uma linha melódica com oito compassos (ver exemplo);

2 - Ampliar os compassos e recortá-los (de modo a serem visíveis por toda a turma);

3 - Seleccionar a sequência dos compassos e interpretá-los na flauta e/ou instrumentos melódicos (realizar esta actividade apenas com a versão instrumental do tema;

4 - Repetir o exercício alternando a sequência dos compassos; no final, dividir a turma em grupos e interpretar as sequências criadas. O objectivo será levar a que os alunos percepcionem a diversidade possível em actividades de improvisação preparando-os para a actividade seguinte.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização da actividade (ver texto de apoio); - Audição do exemplo auditivo proposto; - Aprendizagem da melodia na flauta; - Aprendizagem do instrumental Orff;

- Improvisação durante 8 compassos, utilizando a escala pentatónica de Dó na flauta e no instrumental Orff de altura definida; - Interpretação da partitura com a seguinte forma:

A - Melodia na flauta com acompanhamento;

B - Improvisação na flauta com acompanhamento; A - Melodia na flauta com acompanhamento;

C - Improvisação no instrumental Orff de altura definida com acompanhamento; A - Improvisação da flauta com acompanhamento.

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Irvin Berlin Versão Instrumental: Almindo Fernandes Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana Luis Salvador Rubina Fernandes

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Realizar actividades com músicas interpretadas pelo músico madeirense, Bruno Santos. INTERDISCIPLINARIDADE

- História - realizar uma investigação sobre a origem do Jazz e a sua evolução histórica, principais músicos, intérpretes e bandas mais significativas da região. - Educação Visual / Educação Tecnológica - expor os trabalhos realizados.

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TEMA DO MÓDULO MELODIAS E ARRANJOS Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno compreenda como é que os compositores estruturam diferentes tipos de melodias e como criam diferentes tipos de canções e de arranjos. ACTIVIDADE: "Abecedário dos amores"

O texto desta canção exalta metaforicamente a pessoa amada, tendo por base as letras do alfabeto. Se por um lado é evidenciado o Amor, por outro, este exercício linguístico permite o enriquecimento e a memorização do próprio alfabeto em si. Esta canção era interpretada apenas por mulheres, enquanto realizavam as tarefas caseiras. Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

- Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

Competências * Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artístico através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações; * Explora como as diferentes técnicas e tecnologias podem contribuir para a interpretação e comunicação artístico-musical;

* Explora e apropria conhecimentos e saberes de diferentes técnicas vocais e instrumentais, de diferentes estéticas e culturas musicais, para a criação sonora e musical, bem como códigos e formas diferenciadas de representação gráfica dos sons;

Vocabulário - Anacruse

- Células rítmicas formadas por uma colcheia com um ponto de aumentação e por uma semicolcheia

* Manipula os materiais para fins comunicacionais e estéticas específicas;

- Células rítmicas formadas por uma colcheia e uma pausa de colcheia

* Utiliza terminologia e vocabulário adequado, de acordo com as audições musicais do passado e do presente;

- A nota Dó # na flauta

* Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Compreende relações ente a música, as outras artes e áreas do conhecimento, identificando semelhanças e diferenças técnicas, estéticas e expressivas. RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 10 e 11 - Projector

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SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Audição do tema musical original;

- Interpretação vocal de tema musical (visualização da partitura, projectada em powerpoint ou através do projector); - Exploração e interpretação em aerofones;

- Audição da proposta "transformada": excerto original + versão hip-hop + versão rock; - Interpretação da canção toda: 8 versos (letras do alfabeto) em cada estilo musical. INTERDISCIPLINARIDADE:

- Educação Visual - elaborar postais relativos ao Dia de S. Valentim; - Português / Inglês / Francês - criar textos relativos ao Amor.

Abecedário dos Amores

Tradicional

(cantar)

Hip Hop

Rock'n Roll

A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra

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Tradicional Versão: Banda d'Além Versão Instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana, Luís Salvador Rubina Fernandes

a quer dizer amor-perfeito b quer dizer bendito sejas c quer dizer és carinhosa d deus te faça bem formosa. e quer dizer ele dizia f quer dizer felicidade g quer dizer guardai segredo h hoje mesmo teve medo i quer dizer idade pouca j quer dizer jurei ser firme k quer dizer caligrafia l lembra-te de mim um dia.

A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra A letra

m quer dizer minha querida n quer dizer nossa ditosa o quer dizer ó minha bela p para mim os olhos dela. q quer dizer quero-te muito r quer dizer ramo de flores s quer dizer sou tua sorte t tua tua até à morte u quer dizer uma esperança v quer dizer vejo-te bem x quer dizer xorei de dor z zela zela o nosso amor.


ACTIVIDADE: Re-Tratamento - Da Weasel

Da Weasel é uma banda portuguesa formada em 1993 que surgiu como um projecto 100% em inglês e numa onda experimentalista. Na altura, os Da Weasel eram formados pelos seguintes elementos: Pac, Armando, Jay Jay Neige e Yen Sung. Um ano depois, dá-se a primeira aventura discográfica do grupo com o EP More Than 30 Motherf***s. Desde logo, surge o primeiro hino do grupo, que, ainda hoje, é um dos temas de maior sucesso em concerto: "God Bless Johnny". Não demoraria mais de um ano, para a edição do primeiro álbum - Dou-lhe com a Alma - que é, simultaneamente, a primeira gravação de hip-hop de uma banda portuguesa; um trabalho onde se assinala a transição para o português como língua dominante. Nessa altura, à formação inicial juntam-se Pedro Quaresma (guitarra) e Guilherme Silva (bateria). 1997 traz o 3.º Capítulo. Um disco onde Pac se afirma, definitivamente, como um dos maiores e mais engenhosos letristas do panorama musical português. "Todagente", um dos temas, torna-se um dos hinos do grupo. Ainda antes da gravação deste álbum, há novamente mudanças na formação: sai Yen Sung e entra Virgul. É com esta formação que os Da Weasel vão para a estrada. O regresso aos álbuns dá-se em Setembro de 1999 com Iniciação a uma vida banal - o Manual. Deste álbum são vários os temas que se tornam "clássicos" do grupo, entre os quais se destaca "Outro Nível" por muitos reconhecido como "Let's Go". Este álbum leva os Da Weasel para a estrada. Uma digressão memorável que tem um dos seus pontos altos no Pavilhão Atlântico, onde realizaram a primeira parte do concerto dos Red Hot Chili Peppers (Novembro, 1999). Em Agosto de 2000, os Da Weasel atingem os dois primeiros galardões de prata (hoje Dupla Platina) da sua carreira, atribuídos aos dois últimos álbuns editados pelo grupo: 3.º Capítulo e Iniciação a uma vida banal - o manual. No decurso desse mesmo ano, além dos concertos, assinala-se a participação no álbum de tributo ao Ar de Rock de Rui Veloso - 20 anos depois - Ar de rock - com o tema "Miúda (fora de mim)". No início de 2001, os Da Weasel entram em trabalho de composição para o novo álbum de originais, já sem a presença de Armando Teixeira, que, entretanto, sai da banda. O álbum fica pronto em Outubro, estando a sua edição agendada para 3 de Dezembro. "Podes fugir mas não te podes esconder" é o título daquele que é, provavelmente, um dos melhores discos do grupo. Sendo este também o primeiro disco de Ouro (hoje Dupla Platina) da Banda. "Tás na Boa" é o primeiro single, cujo vídeo é a maior produção de sempre realizada com uma banda portuguesa. Destaque-se ainda a excelente produção de Mário Barreiros e a participação dos Orishas no tema "Sigue, Sigue!". Em 2004, os Da Weasel começam o ano da melhor forma: na pré-produção do disco que daria origem à sua obra discográfica Re-Definições. Um sexteto desde a entrada de DJ Glue para a família (aquando do início da tournée de "Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder"); o grupo reúne-se diariamente na casa do guitarrista Quaresma juntamente com o co-produtor e amigo de longa data João Martins e começa a "re-definir" a sua sonoridade mais uma vez. Re-tratamento (o primeiro single extraído do álbum) foi a música que os lançou definitivamente para o mercado português permitindo-lhes acabar o ano em beleza, com a atribuição do prémio "Best Portuguese Act" no MTV Europe Music Awards'', em Roma. Já em 2005, cristaliza-se um ciclo de amadurecimento, marcando a entrada numa nova etapa da caminhada: Re-Definições, o último álbum, é sinónimo de quádrupla platina - mais de oitenta mil (80 000) unidades vendidas, de 2 Globos de Ouro (Melhor Grupo e Melhor Canção do Ano) entre muitos outros prémios e de refrões entoados pelo público de Norte a Sul do país; destacam-se as lotações esgotadas dos Coliseus de Lisboa e Porto e no Olympia de Paris (numa das mais extensas digressões de que há memória). Recorde-se que Pacman e Virgul participaram na faixa "Só Queres o que Queres Ver" no Álbum Ritmo, Amor e Palavras de Boss AC. Neste mesmo ano o Pacman co-escreveu a banda sonora do filme do Crime do Padre Amaro com o Sam, The Kid. Em 2006, participam na compilação "Play Up" da Copa do Mundo de 2006 com o tema Play Up que ficou em primeiro lugar do Top de vendas do iTunes em vários países. Quase no fim da digressão do Álbum Re-Dedefinições, a Banda junta-se à orquestra sinfónica, dirigida pelo maestro Rui Massena, numa brilhante fusão entre o Hip Pop e a Música Clássica. No dia 2 de Abril de 2007, lançam um novo disco, Amor, Escárnio e Maldizer, cuja primeira faixa intitula-se Dialectos de Ternura.

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ORQUESTRA CLÁSSICA DA MADEIRA

A Orquestra Clássica da Madeira é actualmente constituída por 52 músicos. Ao longo da sua história, fruto do esforço conjunto de muitas pessoas, a mesma tem vindo a tornar-se uma referência a nível regional e nacional, pela sua reconhecida competência artística. É um projecto com quarenta e quatro anos de história, recentemente convertido num modelo jurídico de Fundação, mais atraente para o investimento privado, que teve a sua génese na Orquestra de Câmara da Madeira, fundada pelo Prof. Jorge Madeira Carneiro. A visão inovadora e carisma do actual Maestro titular, Rui Massena, tem guiado a orquestra no mesmo sentido das orquestras das grandes cidades europeias, o que se traduz na tendência para conquistar novos espaços e contextos para a música clássica, através de repertórios ecléticos e vitalidade da programação. É uma Orquestra cada vez mais internacional, que integra músicos de várias nacionalidades escolhidos pela sua excelência profissional, e com convidados nacionais e internacionais de grande notoriedade. A Orquestra apresenta uma média de dois concertos por mês ao que se acrescentam cerca de cem concertos de música de câmara de formações saídas da orquestra, 48 recitais a solo e uma preocupação genuína com o público mais jovem através do protocolo de colaboração institucional com o Conservatório / Escola Profissional das Artes da Madeira, para um serviço educativo eficaz e abrangente. A Orquestra Clássica da Madeira, a Orquestra Clássica da Madeira, dirigida pelo maestro Rui Massena mais antiga do país em actividade, teve como Maestro titulares Zoltán Sánta e Roberto Perez e foi dirigida por vários maestros convidados, dos quais se salientam Gunther Arglebe, Silva Pereira, Fernando Eldoro, Merete Ellegaard, Paul Andreas Mahr, Manuel Ivo Cruz, Miguel Graça Moura, Álvaro Cassuto, Jaap Shröeder, Joana Carneiro, Paolo Olmi, Jean-Sebastien Béreau, Maurizio Dini Ciacci, Francesco La Vechia, David Giménez, Apresentou concertos nas principais cidades e festivais portugueses, e em festivais de capitais europeias como Madrid, Roma, ou Atenas. Fez uma digressão pela Ásia com principal destaque para a sua participação no Festival de Artes de Macau. Em 2005 foi convidada a gravar 5 discos para a EMI Classics pela comemoração dos 250 anos do nascimento de Mozart.

in - Meloteca, sítio de músicas e artes

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Natural do Porto, Rui Massena, obteve a Licenciatura em Direcção de Orquestra na classe do Maestro Jean-Marc Burfin na Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa, tendo prosseguido os seus estudos em Itália com Gianluigi Gelmetti e em França com Cristhian Manem. O seu aperfeiçoamento musical teve o acompanhamento de Maestros destacados como Robert Delecroix, Pascal Rophé e Jean Sébestian Béreau. Estudou Piano com Hugo Berto Coelho, Teresa Monteiro e Maria José Morais, e Violino com Bogumila Burfin. Desde 2000, é o Maestro titular e Director Artístico da Orquestra Clássica da Madeira. Desde 2005, é o Director Pedagógico do Conservatório - Escola de artes da Madeira - bem como o Director Artístico do Concurso Internacional Madeira Music. Gravou cinco CD's com obras de Mozart para a etiqueta EMI classics. Gravou também para a RTP, RDP, Áustria Rundfunk , RAI1 e Television Mexicana. Dirigiu concertos em algumas das mais prestigiadas salas do mundo - Dvorak Hall em Praga, Tonhale em Zurique, La Fenice em Veneza. Dirigiu José Carreras, José Cura, Mark Zeltser, Eva Maria Zuk entre muitos outros e orquestras em Portugal, Itália, México, Finlândia, Suíça, Áustria, Bélgica, Espanha, Canadá e República Checa. Para além da sua actividade principal nutre um interesse pela composição, sendo o autor de várias adaptações de música sinfónica a outros estilos musicais e teatro. Atingiu um dos pontos altos da sua carreira, ao dirigir recentemente no mítico Carnegie Hall, em Nova Iorque, o New England Symphonic Ensemble. Desenvolve presentemente uma intensa actividade nacional e internacional, que o levará nas temporadas a dirigir em Lisboa, Porto, Toronto, Klagnfurt, Avignon, Palermo, Szeged, Praga e Barcelona. Foi o Maestro convidado pela Presidência da República, para o concerto comemorativo do Dia de Portugal - 10 de Junho. in www.ruimassena.com Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artís- - Hip Hop tico, através do estudo individual e em grupo, de diferentes interpretações; - Ostinato rítmico e melódico * Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos, uti- Ritmo pontuado lizando técnicas e práticas musicais apropriadas; * Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas;

- Criação e Experimentação

* Explora e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros, formas e tecnologias diferenciadas; * Faz gravações áudio e vídeo do seu trabalho criativo realizado;

- Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

* Avalia e compara diversas obras musicais com géneros, estilos e tradições culturais;

* Selecciona músicas com determinadas características para eventos específicos; * Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Partilha as músicas do seu quotidiano e da sua comunidade, investigando as obras musicais como expressões de identidade individual e colectiva; * Reconhece as culturas musicais nas sociedades contemporâneas.

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SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Aprendizagem por partes dos diferentes ritmos de altura indefinida da partitura;

RECURSOS

- Audição da primeira parte da obra musical original;

- CD, faixas n.º 12 a 15

- Aprendizagem do acompanhamento do xilofone baixo e contralto; - Aprendizagem do diálogo da quadra;

- Aparelhagem sonora - Instrumental Orff

- Aprendizagem da melodia do refrão; - Interpretação da partitura. O tema tem 3 partes:

1 - Introdução - só percussão, os primeiros 4 compassos, 1.ª partitura; 2 - Quadra - Instrumentos de lâminas, 2.ª partitura;

Obs: Na 1.ª vez, durante 8 compassos, a voz não começa;

3 - Refrão - É entoada a melodia, 3.ª partitura

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Re - Tratamento Música e letra: Da Weasel Versão instrumental: João Mancelos


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Forma da Música

Introdução (1 vez partitura 1)

Interlúdio (2 vezes partitura 2)

Quadra (6 vezes partitura 2)

- Na falta de mib ou ré#, manter o si do compasso anterior.

- Quando se interpreta pela 2.ª vez e 3.ª vez, não existe interlúdio. Execução:

Re -Tratamento Orff - 2 vezes

Re - Tratamento Orff / Banda - 2 vezes + 1 vez com banda

Re -Tratamento Orff / Banda / Orquestra - 2 vezes + 1 vez + 1 vez com Orquestra Letra (excerto) Autor: Da Weasel

Vou levar-te para casa, Tomar conta de ti, Dar-te um bom banho, Vestir-te um pijama e fazer-te uma papinha, Meter-te na caminha, Ler-te uma historinha e deixar-te bem calminha, Ouve bem, preciso de alguém do meu lado que me dê um bom dia Com um sorriso bem rasgado, Amor pela manhã, pela tarde e pelo fim do dia, Mais um pouco quando o sonho era o que eu queria, Não é preciso muito, É muito simples na verdade, só quero amor bom, carinho, solidariedade, Faz-me rir e eu prometo que não te faço chorar, Trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar... Olá nina quero tratar de ti, dar-te o mundo e o outro, tenho tudo aqui, Chega só um pouco perto de mim, acredita que nunca me senti assim... Yeah yeahhh na na nana yeah yeahhh yeah na na nana.

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Refrão (4 vezes partitura 3)


TEMA DO MÓDULO MEMÓRIAS E TRADIÇÕES

Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno desenvolva a compreensão das culturas musicais madeirenses: da música popular, urbana e / ou erudita através da apresentação de um espectáculo musical; identifique e manipule diferentes códigos e convenções.

ACTIVIDADE: "Virgem do Parto" - Câmara de Lobos - Popularizada

Com a primeira "Missa do Parto" começam, para os madeirenses, as festas da quadra de Natal. O madeirense chama "Missas do Parto" às novenas do Natal, que se realizam nas madrugadas de meados do mês de Dezembro até ao dia 24. A "Missa do Parto" é celebrada antes do amanhecer, sempre com a participação entusiasta dos fiéis, no percurso para a igreja e regresso a casa, interpretando temas típicos. É nas "Missas do Parto" que se encontram os cânticos mais tradicionais e mais popularizados. Durante este acto religioso, os fiéis cantam versos populares, em honra da Mãe de Deus e do Menino Jesus, cujo aniversário de nascimento está próximo. E Missa do Parto porquê? Porque a 17 de Dezembro a Igreja celebra a festa da Nossa Senhora do "O" ou seja, a festa da Expectação de Nossa Senhora pelo nascimento do seu Divino Filho. O povo, na sua sensibilidade, raciocínio e deduções associou o "O" ao estado de gravidez de Nossa Senhora que daria à luz daí a uma semana. À Virgem do Parto, os madeirenses associam também o culto da Nossa Senhora da Conceição cujo tema é obrigatório. O presépio tradicional madeirense Lapinha" Terminada a missa, as pessoas reúnem-se no adro de Igreja partilhando iguarias da época, tocando e cantando canções populares. Curiosidade:

Em Câmara de Lobos é tradição a Banda tocar durante toda a noite! A canção que vais estudar é uma referência obrigatória no final das missas, por toda a ilha, onde actualmente se tocam os diversos instrumentos típicos e as campainhas, a celebração termina, normalmente, com uma salva de palmas para Nossa Senhora.

Grupo de Folclore da Camacha, participando na Romaria da "Missa do Galo"

Romaria ao Menino Jesus

Convívio no adro da Igreja

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Ensaia, apresenta e dirige peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados;

- Acordes Sol M, Ré M, Ré 7 e Dó M

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnicoartístico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações;

- Culturas Musicais nos Contextos

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; * Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

- Fá sustenido - Anacruse

- Missa do Parto - Harpejo

* Reconhece as culturas musicais nas sociedades contemporâneas. - Contratempo

- "Al segno"

RECURSOS SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização da actividade no âmbito das tradições madeirenses; - Audição da canção "Virgem do Parto"; - Interpretação vocal da canção;

- Exercícios de técnica na flauta com o fá #; - Aprendizagem da melodia na flauta - fa#;

- Aprendizagem do acompanhamento no instrumental Orff;

- Aprendizagem e execução dos acordes Sol M, Ré M, Ré7 e Dó M no braguinha; - Interpretação do esquema rítmico / harmónico com braguinhas; - Interpretação de toda a partitura;

- Apresentação pública da obra que poderá acontecer no âmbito da celebração eucarística.

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- CD, faixas n.º 16 e 17 - Aparelhagem sonora

- Partitura e letra da canção - Flauta

- Instrumental Orff - Braguinha


"Virgem do Parto" - Esquema rítmico / Harmónico: CORDOFONES

Ré7

Sol M

Refrão (A) Dó M

Sol M

Dó M

Estrofe (B) Ré7

Letra

Senhora Virgem do Parto Que nesse altar estais Atendei-nos carinhosa Os filhos que tanto amais. Coro Virgem do Parto, ó Maria Senhora da Conceição Dai-nos as festas felizes A paz e a Salvação.

Louvada sejais Senhora E a Vossa Conceição Vós sois a Mãe protectora Da portuguesa Nação. Rainha, Mãe - amorosa Que no vosso altar estais Atendendo carinhosa Os filhos que tanto amais.

Dai-nos festas felizes Alegria, amor, unção Conservando nossas almas No teu meigo coração.

Ré7 Sol M

Sol M

É de esplendor infinito Esse verbo divinal Fruto do ventre bendito Do teu jardim sem igual.

Meiga estrela das alturas Pura Virgem sem labéu Sê guarida nas desventuras, Conduz-nos todos ao céu.

No céu cantam teus louvores Anjos puros de luar Cá na terra os teus cantores Alegres te vêm saudar. Senhora, Virgem do Parto Pela Vossa Conceição Ouvi a quem vos implora, Com vozes de coração.

Virgem do Parto, ó Maria Aceitai o nosso hino Abençoai os vossos devotos Pelo vosso Jesus Menino.

O teu ventre, ó Virgem pura É custódia salutar Onde o céu tudo ventura Se fez luz a iluminar.

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VersĂŁo Instrumental: Almindo Fernandes Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana LuĂ­s Salvador Rubina Fernandes

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Nota:

A prática vocal e instrumental da peça musical " Virgem do Parto" deverá ser realizada na versão que melhor se ajustar ao grupo de trabalho e respectivo nível de amadurecimento artístico (voz; flauta; instrumental Orff e cordofones).

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Canção: "Cantemos, cantemos…" - tradicional. Dentro desta temática poderão ser abordados outras canções tradicionais, tais como: Espírito Santo, Reis ou outra tradição do Município no qual a escola está inserida.

INTERDISCIPLINARIDADE:

- Área de Projecto e/ou História - realizar uma pesquisa sobre as tradições das Missas do Parto.

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ACTIVIDADE: "Bate o pé" Max

O folclore, em cada região ou país, é sempre entendido como uma manifestação genuína das tradições culturais dos povos. Os instrumentos mais antigos, vulgarizados e persistentes em toda a região da Ilha da Madeira são a rabeca (nome dado ao actual violino), viola d'arame, rajão e o braguinha. Excluída a rabeca de uso internacional atribui-se cunho regional aos restantes. Acompanhamnos as castanholas, o pandeiro, "ferrinhos" (triângulo), o "brinquinho", o bombo e a "gaita-de-beiços" ou "boca" (harmónica). O Bailinho é a forma de dançar mais genuína e conhecida da Ilha da Madeira. Os fatos típicos que acompanham este baile são também muito importantes, pois caracterizam as tarefas diárias do trabalho no campo. Apresentamos a canção "Bate o Pé", popular madeirense, interpretada por Max.

Maximiano de Sousa, popularmente conhecido por "Max"

Maximiano de Sousa, nasceu na Iha da Madeira, a 20 de Janeiro de 1918 e faleceu em Lisboa, a 29 de Maio de 1980. Uma das mais populares vedetas da canção, do teatro e da televisão portuguesa. A ele se devem os êxitos como "Noites da Madeira", "Bailinho da Madeira", ou "A Mula do Cooperativa". Começou a cantar muito cedo e rapidamente ficou conhecido como o rapaz que assobiava pela cidade enquanto fazia os "recados". A primeira actuação - É convidado a cantar em público aos 19 anos na Praia Oriental, uma casa de diversão do Funchal. Max obteve um sucesso extraordinário que o levou a cantar nos hotéis mais badalados da altura: Ritz Palace Hotel, Miramar e Belavista, cujo director era o britânico Fred Jones, impulsionador da sua carreira. A formação da banda e a ida para Lisboa - Em 1944 profissionalizou-se como artista estreando a discoteca Flamingo, a primeira boîte da Ilha da Madeira, com o conjunto "Tony Amaral and His Boys", onde foi baterista e vocalista na década de 40. Impulsionado por diversos amigos, entre os quais Henrique Santana e, novamente, por Fred Jones, viaja para Lisboa em 1946, integrado no conjunto de Tony Amaral para actuar no Clube Americano. O êxito alcançado na Madeira seria, supostamente, uma tarefa difícil de concretizar no continente, se não esquecermos que na governação de Salazar os habitantes das então denominadas Ilhas Adjacentes e Províncias Ultramarinas eram considerados num plano secundário. Felizmente, o grupo consegue atingir muito sucesso. O início da sua carreira a solo - A festa do Presidente da República, Craveiro Lopes, no Palácio da Bolsa do Porto, foi o último espectáculo em que Max apareceu integrado no conjunto de Tony Amaral. A partir de 1951 inicia a sua carreira a solo e percorre o país inteiro. Esta é uma data fulcral na vida artística do músico, pois iniciam-se, igualmente, as gravações dos primeiros discos contendo músicas populares e de sua autoria. E é o "Fado Mayer" de Armandinho e Barbosa, mais conhecido como "Não Digas Mal Dela", que populariza a voz de Max e o catapulta para o estrelato. A Rádio e o primeiro disco - Actuando sozinho, Max inicia a sua presença na rádio, nomeadamente no Passatempo APA, em parceria com Humberto Madeira e Artur Agostinho. Em 1949, assina um contrato com a Valentim de Carvalho e grava o seu primeiro disco: um 78 rotações "Bailinho da Madeira" (letra e música de sua autoria), "Noites da Madeira" (de Tony Amaral), "Baile da Camacha" e "Baile dos Vilões" (sendo estes temas oriundos do cancioneiro popular madeirense). Estes temas pertencem à longa lista de sucessos como a "Mula da Cooperativa", "Porto Santo", "3 ou Sinal da Cruz", "Tingo Lingo", "Chá-Chá de Lisboa" e o "Magala" (trecho que já se encontra em versão tecno). Teatro e Revista - Eugénio Salvador, ao convidar Max para participar como elenco do teatro da revista no Parque Mayer, abre ao artista madeirense as portas do reconhecimento de todo o país. Da sua carreira teatral, iniciada em 1952 na revista "Saias Curtas", no Teatro Maria Vitória, destacam-se as participações em "Cala o Bico", "Fonte Luminosa", "Mãos à Obra", "Peço a Palavra", "Pimenta na Língua", "Aqui é Portugal" (onde contracenou com Mirita Casimiro), "Quem Sabe, Sabe" e "Mulheres à Vista".

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Em 1967, Max e Salvador viriam a ser convidados para, com um vasto elenco, percorrer o país apresentando o espectáculo "Torne Portugal Mais Alegre com Robbialac". As digressões no estrangeiro - Começam a surgir os primeiros convites para actuar no estrangeiro. Max viaja para Espanha onde actuou em Madrid na boîte "El Niño" viajando, depois, para França onde realizou uma actuação na Televisão Francesa com o tenor Tomé de Barros Queirós. Gravou dezenas de discos e efectuou numerosas digressões no estrangeiro: foi aos Estados Unidos pela primeira vez em 1956, onde esteve por dois anos, tendo sido convidado para participar num programa de Grouho Marx para a NBC (com uma audiência de 48 milhões de espectadores). Actuou também no "Flamingo", em Hollywood, e durante cinco semanas no "El Chico", em Nova Iorque. Teve ainda oportunidade para participar num espectáculo organizado pelas Nações Unidas, e o privilégio de actuar no Hotel de "Long Beach" (onde se realizou a eleição da Miss Universo) e no "Big Piano", onde ganhou o primeiro prémio num concurso que ali se realizava. Efectuou digressões ao Canadá, Argentina, Brasil, Espanha, Alemanha, Austrália, Bélgica, Áustria, Angola, Moçambique e África do Sul. O regresso a Portugal - Regressado a Portugal, volta a integrar diversas Companhias de Teatro: Coliseu dos Recreios; Teatro ABC; Avenida; Sá da Bandeira entre outros, participando, igualmente, em programas publicitários, na Emissora Nacional e na RTP. Outro dos seus maiores êxitos surgirá, aliás, neste período, "Pomba Branca". As homenagens - A 29 de Janeiro de 1979 a Secretária Regional do Turismo e Cultura da Madeira organizou uma festa em sua homenagem no Casino do Funchal, que foi transmitida para todo o País através da rádio e da televisão. Curiosamente, o próprio homenageado esteve ausente por razões de saúde. A última apresentação - A sua última apresentação pública aconteceu a 12 de Abril de 1980 no Coliseu dos Recreios de Lisboa, durante uma festa de homenagem a Eugénio Salvador e Vasco Lima Couto. Já bastante debilitado, interpretou então pela derradeira vez a canção "Pomba Branca".

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário - Géneros de música tradi* Canta e toca, individualmente e colectivamente, cional madeirense (Bailinho) diferentes tipos de instrumentos musicais, acústi- - Tonalidade de Sol Maior cos, utilizando técnicas e práticas musicais; - Compasso quaternário - Acordes (Sol M; Ré7 e Dó * Ensaia, apresenta peças musicais com princípios M - cordofones) estéticos e comunicacionais diversificados; * Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas;

- Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

* Reflecte e avalia criticamente as interpretações realizadas - Intervalos harmónicos e * Ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os melódicos diferentes códigos e convenções que constituem o - Mi, Fá e Sol agudos na vocabulário musical, através da audição e da práti- flauta ca vocal e instrumental; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Enquadra o fenómeno musical em determinados - Forma: Introdução, interlúacontecimentos, tempos e lugares. dio e coda - Ostinato

Nota: A prática vocal e instrumental da peça musical "Bate o pé", deverá ser realizada na versão que melhor se ajustar ao grupo de trabalho e respectivo nível de amadurecimento artístico (voz; flauta; instrumental Orff e cordofones). "BATE O PÉ" - MAX

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Letra e música: Max Versão instrumental: Almindo Fernandes Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana Luís Salvador Rubina Fernandes


- Parte B

Letra:

Bate no chão as tamancas e maneia as ancas p'ra frente e p'ra trás Bate as palmas a compasso e acerta o passo cá pelo rapaz Faz como eu digo, se é que não sabes bailar E vem comigo que assim te vou ensinar. Refrão Ai bate o pé, bate o pé, três passinhos p'ra direita, bate o pé Outros três p'ro outro lado, bate o pé, na poeira do caminho. Ai bate o pé, bate o pé, vê como a gente se ajeita, bate o pé Neste passo bem marcado, bate o pé, assim se dança o Bailinho.

Podes subir apressada pela Encumeada, sempre ligeirinha Que na Senhora do Monte há sempre uma fonte com água fresquinha. Vamos bailando, deixa as tristezas, Maria; Só páras quando chegares à romaria.

RECURSOS

- DVD do Max

- Leitor de DVD

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 18 a 20 - Cordofones

- Instrumental Orff

- Gravador áudio e/ou câmara de video

- Computador e projector

SUGESTÃO DE ACTIVIDADES:

- Visionamento do vídeo do MAX;

- Diálogo com os alunos sobre o filme, abordando os principais aspectos relacionados com: contextualização histórica, musical e cultural da figura madeirense Maximiano de Sousa, abordando um breve resumo da sua vida e obra (ver texto de apoio); - Audição da peça e aprendizagem da letra;

- Interpretação da melodia com o ostinato tradicional do bailinho (ver vocabulário);

- Análise da partitura: compasso, forma, acordes, tonalidade, intervalos melódicos e harmónicos, etc; - Aprendizagem dos acordes (exercícios técnicos) e sua interpretação com a peça musical;

- Exercícios técnicos, na flauta, com as notas mi, fá e sol agudos, preparando a interpretação da introdução; - Interpretação da peça com flauta, voz e cordofones; - Aprendizagem do instrumental Orff - parte B; - Execução integral da peça;

- No final, realizar a captação do som e imagem do trabalho para se efectuar uma reflexão / avaliação conjunta. Introdução

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO INSTRUMENTAL DO TEMA MUSICAL:

(8 Compassos de espera + melodia do interlúdio)

A

B

B

(1.ª quadra)

(Refrão)

(Instrumental)

A

B

Interlúdio (2.ª quadra) (Refrão)

Coda

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Introdução / interlúdio / coda - cordofones e flauta de bisel Divisão da turma em dois grupos: cordofones e flautas.

Cordofones - Os alunos acompanham executando os respectivos acordes, de acordo com a sinalética previamente definida (os alunos mais avançados poderão executar a melodia enquanto que o restante grupo executa o esquema harmónico).

Flauta - interpretação da melodia (Interlúdio / Coda) A - FLAUTAS E CORDOFONES

- Nesta secção as flautas e os cordofones interpretam as suas partes enquanto um pequeno grupo canta as quadras. B - TUTTI (flautas, cordofones e intrumental Orff)

Esquema rítmico / harmónico para cordofones:

Introdução / interlúdio / coda e parte A Sol M Sol M

Ré 7 Ré 7

(bis)

Parte B (refrão) Sol M Sol M

Dó M Ré 7

(bis)

Sugere-se, no final, a captação do som e imagem do trabalho realizado para se efectuar uma reflexão / avaliação conjunta após o seu visionamento (individual e de grupo). OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Dentro desta temática poderão ser abordadas outras canções tradicionais, tais como: Espírito Santo, Reis ou outra tradição do Concelho no qual a escola está inserida.

INTERDISCIPLINARIDADE:

- Língua Portuguesa, História, Geografia ou Área de Projecto - realizar uma recolha sobre os costumes, trajes, bailinhos, brincadeiras e meios de subsistência tradicionais dos nossos antepassados; - Educação Visual e Educação Tecnológica - realizar uma exposição com os trabalhos realizados.

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Parte B (Orff)


PARTE B - FLAUTAS 1 E 2 FLAUTAS 1

FLAUTAS 2

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TEMA DO MÓDULO MÚSICA E MOVIMENTO Pressupostos do módulo

Neste módulo, pretende-se que o aluno interprete e crie diferentes tipos de músicas em torno do movimento, da dança e da coreografia; compreenda os processos e a utilização de códigos e convenções musicais utilizados; utilize simbologias diferenciadas para notação do movimento na sua relação com os mundos sonoros e musicais; explore e desenvolva o domínio rítmico e físico-motor. ACTIVIDADE: "Madeira Sereia do Mar" - Tony Cruz Tony Cruz é um ícone da música e noites madeirenses. Cantava em várias línguas e, mesmo sem sair da Ilha, era um artista internacional. Nascido a 11 de Maio de 1936, na freguesia de Santa Luzia, descendente de pais naturais de Cabo Verde, celebrizou-se com a música "Noites da Madeira". O Hotel Savoy, a sua segunda casa durante 40 anos, contava com Tony Cruz com carácter de exclusividade. Ao longo da sua carreira, atraía hóspedes para aquela casa a fim de ouvirem o "Nat King Cole" madeirense. Tony Cruz tinha grande carisma, facilidade em comunicar e fazer amigos. Vítor Sardinha - que está a elaborar um livro sobre a vida e a carreira de Tony Cruz - diz que o músico conhecia os hóspedes do hotel pelo nome, bem como pelo gosto musical. Assim, eram frequentes as surpresas que fazia aos clientes que regressavam nos anos seguintes, cantando e dedicando-lhes, quando entravam no salão, a sua música preferida. A sua preferência recaía sobre o jazz, mas adaptava-se aos ritmos do Tony Cruz swing, do bolero, da valsa e do quickstep. Em 1956, participa na Feira do Marítimo, no Almirante Reis, sendo nos anos seguintes, uma grande aposta desta festa popular, acompanhando grandes nomes da música portuguesa. Em 1950 grava o seu primeiro disco, com a Valentim de Carvalho a enviar uma equipa de gravação para a Madeira. Tony Cruz torna conhecidas, ao nível nacional, as músicas dos irmãos Freitas, nomeadamente "Bi-ri-bi-ri-bó", "Ilha da Madeira", "Fado da Nova-Rica" e "Dona do Fado". Um facto interessante da carreira do artista é que nunca frequentou uma escola de música; foi, por isso, um autodidacta. Outro aspecto curioso reside no facto de ter sido convidado a participar em 3 filmes rodados na Madeira: "Inside a dark mirror", "Maciste contra a Rainha das Amazonas" e "Maciste contra Atlântida". Em termos musicais, as décadas de 60 e 70 acabaram por ser determinantes na ascensão do madeirense, que passou a partilhar as luzes da ribalta com os nomes de Max e do Conjunto Académico João Paulo. Quanto a trabalhos discográficos, e para além do disco gravado em 1958, Tony Cruz gravou "Mil Estrelas" e "Madeira Sereia do Mar", em 1966. Depois, em 1970, grava um LP com vários temas como "Strangers in the Night", "Madeira Love", entre outras. O seu último trabalho "Madeira Sunshine" foi realizado em 2001. A 29 de Julho de 1988, com um espectáculo no Teatro Municipal Baltazar Dias, celebrou-se o 30.º aniversário da sua carreira, com uma sala cheia de amigos, conhecidos e fãs do músico madeirense. Foi galardoado pelo Governo Regional com a Estrelícia Dourada e em 1995, recebe o Prémio Carreira. Faleceu em 2004. A peça que vais interpretar é uma dança de salão conhecida por Rumba

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A RUMBA

Posição de Dança: O homem coloca-se em frente ao seu par, aproximadamente a 15 centimetros (um palmo) com a cabeça erguida e o corpo naturalmente vertical. O homem deve colocar a sua mão direita na omoplata esquerda da senhora; esta descansa ligeiramente o seu braço esquerdo no do homem, seguindo a curva do braço dele com o ombro. A mão esquerda do homem deve ser elevada numa curva gentil ao nível dos olhos; a senhora deve colocar os dedos da sua mão direita entre o polegar e o indicador do homem e ambas as mãos devem estar ligeiramente apertadas.

Posição inicial

3.º Change to balance

1. º Side Step. Partner to Right

4. º Side Step. Partner to Left

7.º Fan Position 6.º Change to balance

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2.º Check Position - Partner, Back Replace Basic Lady

5.º Check Position - Lady, Back Replace Basic Partner

8.º Acção minivela - Lady, Check Position Partner


9.º Passo para frente - Lady, Back Replace Basic - Partner

10.º Passo para frente - Lady, Change to balance - Partner

12.º Continuação de Spot Turn to Right - Lady, Change to balance- Partner

11.º Spot Turn to Right - Lady, Back Replace Basic - Partner

13.º do início 1º Side Step. Partner to Right

Nota: As imagens apresentadas sugerem, em termos técnicos, o conjunto de passos em que consiste a dança do "Rumba". Da gravura n.º 1 à n.º 7, inclusive, está demonstrada a sequência coreográfica que corresponde ao termo técnico "Fan". As restantes gravuras, n.º 8 a n.º 13, representam o que em termos técnicos se denomina "Alemana".

Curiosidade - O par que surge nas fotografias é formado por Vladimir Kerekesh e Sara Moniz, campeões nacionais de Danças Clássicas e vice-campeões de Danças Latinas, na categoria Júnior 2. No ano 2008, representaram Portugal no Campeonato do Mundo, em Kiev, na modalidade de Danças Latinas e, em Barcelona, na categoria de Danças Clássicas.

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Organizadores

Competências

Vocabulário

- Interpretação e Comunicação

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artístico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações (dança);

* Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas;

* Reflecte, avalia criticamente, as interpretações realizadas. - Culturas Musicais nos Contextos

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

- Danças de salão

- Estilos de dança: Rumba - Coreografia - Andamento - Forma

* Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais; * Compreende relações ente a música, as outras artes e áreas do conhecimento, identificando semelhanças e diferenças técnicas, estéticas e expressivas.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização do tema a trabalhar e do seu intérprete (ver texto de apoio); - Audição da peça;

- Diálogo com os alunos sobre as características da música (andamento, instrumentos, forma, etc.); - Exercícios de aquecimento;

- Exemplificação e treino de alguns passos específicos (ver lustrações e descrição técnica); - Montagem da coreografia.

RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 21 e 22 - Leitor de DVD

- Espaço amplo para a coreografia

- Roupa confortável e apropriada

Nota: Os alunos poderão criar, posteriormente, uma coreografia livre ou interpretar vocalmente o tema com o apoio da versão instrumental no CD (faixa n.º 22). OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Visualização de vídeos e filmes / espectáculos sobre danças de salão.

- Pesquisar outros temas de autores madeirenses passíveis de serem coreografados. INTERDISCIPLINARIDADE:

- Educação Física - definir os exercícios de aquecimento e ensaio das coreografias.

- Área de Projecto / Estudo Acompanhado - pesquisar sobre diversos tipos de dança.

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ACTIVIDADE: Quadrille Chilperic - N.º 2 - Danças de Salão do Séc. XIX - Ilha da Madeira Uma vertente desconhecida da nossa cultura, reside no facto de termos na nossa história orquestras de baile e de salão que promoviam a da realização de diversos bailes organizados no Funchal durante o século XIX. Eram momentos de elevado requinte na sociedade funchalense, em que os protagonistas se vestiam a rigor para o evento e em que os anfitriões preparavam as salas de dança com elementos de luxo. Os bailes eram realizados principalmente em três locais: casas particulares, clubes ou teatros. As orquestras destes bailes eram normalmente constituídas por cordas - violino I, violino II e contrabaixo -, sopros de madeira - clarinete e flauta (ou outavino) - e sopros de metal - cornetim, trompas e barítono. Assim, na Madeira, é natural que a música também acompanhasse o requinte exigido pelo evento, sendo os bailes os eventos sociais em que, provavelmente, se tocava a música mais elegante da época, a que tinha maior número de instrumentos variados e a que acompanhava a moda dos principais centros europeus. Tendo em consideração o domínio britânico na Madeira, durante o século XIX, é natural que estas novas danças, tal como outros aspectos dos bailes Residência de campo do cônsul inglês Henry Veitche no Jardim da Serra. Estampa do século XIX funchalenses, tivessem sido fortemente influenciados por esta comunidade. A Ilha da Madeira sofreu as mudanças sociais do mundo ocidental. Por exemplo, com o advento do liberalismo, surgem no Funchal vários clubes particulares e outras associações, onde, entre outras actividades lúdicas, realizavam-se os bailes de sociedade. Alguns exemplos desses novos clubes pós-revolução liberais são o Clube Inglês (fundado em 1836) e o Clube Funchalense (fundado em1839). No plano dos compositores, no 2.º quartel do século XIX, é sabido que alguns dos músicos que dominavam o panorama musical funchalense - Duarte Joaquim dos Santos (1801-1855) e Ricardo Porfírio da Fonseca (1802-1858) - compuseram danças nos géneros que estavam na moda nos bailes europeus, tais como as informais, Valsas e Polcas, que coexistiam com as mais formais Quadrilhas. A Quadrilha que vais dançar foi composta por Augusto José Miguéis, uma das personalidades que se terá destacado nos bailes madeirenses. Natural de Setúbal, Miguéis foi um dos primeiros regentes da Filarmónica dos Artistas Funchalenses, tendo vindo a estabelecer residência permanente no Funchal, acabando por aqui falecer em 20 de Dezembro de 1900. A Quadrilha foi uma dança popular em Paris no século XIX que se expandiu por toda a Europa. "Chiperic 2", é a Quadrilha que irás trabalhar e foi escrita para ottavino (flauta), clarinete e cornetim (em sib), trompas (em fá), barítono, violino I e II e violoncelo. Constituída por duas secções, de 8 e 16 compassos, Salão de baile respectivamente, que se repetem em alternância. A consequente estrutura ABAB é conduzida numa relação tonal entre Si bemol Maior e a respectiva subdominante Mib Maior.

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnicoartístico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações (dança); * Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas;

- Criação e Experimentação

- Percepção Sonora e Musical

* Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas; * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística;

- Danças de Salão - Quadrilha - Instrumentos musicais (Ottavino, Clarinete, Cornetim, Trompa, Barítono, Violino e Violoncelo) - Forma

* Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Utiliza terminologia e vocabulário adequado, de acordo com as audições musicais do passado e do presente;

* Avalia e compara diversas obras musicais com géneros, estilos e tradições culturais do passado e do presente; - Culturas Musicais nos Contextos

* Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Audição da peça, marcando o primeiro tempo de cada compasso, corporalmente; - Contextualização do período histórico, social, económico e cultural da região no século XIX;

- Diálogo com os alunos sobre estes "Bailes" e a sua importância no contexto musical da Ilha;

RECURSOS

- Aparelhagem sonora - CD, faixa n.º 23

- Sala ampla (ginásio, auditório, etc.)

- Roupa e calçado confortável

- Reconhecimento auditivo de alguns instrumentos; - Identificação da Forma:

Estrutura Formal Compassos Tonalidade

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A

1-8

Sib M

B

8 - 24

Mib M

A

25 - 32 Sib M

B

33 - 48 Mib M


Quadrille Chiperic - N.º 2 - ABABA

- Realização da coreografia proposta / criação de uma coreografia com os alunos. Parte A

- Os alunos encontram-se aos pares, em fila, e em conjuntos de quatro elementos, virados para a frente (o rapaz dá o lado direito à rapariga); - No início da música cada aluno vira-se para o seu par e cumprimentam-se com uma vénia. Primeiro o rapaz e em seguida a rapariga;

- Voltam-se novamente para a frente e dão a mão ao par (o rapaz estende a mão direita e rapariga coloca a mão esquerda sobre a do rapaz). Parte B - Deslocam-se para a frente, respeitando o compasso, -Pé direito, junta o esquerdo -Pé esquerdo, junta o direito

}

bis

- Deslocam-se para trás, invertendo o movimento anterior, regressando ao ponto de partida.; -Pé esquerdo, junta o direito - Pé direito, junta o esquerdo

}

bis

Parte A

- Cada dois pares, formam uma roda e estendem o braço direito para o centro, apoiando as mãos. Deslocam-se no sentido dos ponteiros dos relógios até chegarem ao local de partida (4 compassos). Parte B

- O primeiro e terceiro pares deslocam-se para o lado esquerdo, marcando a pulsação - pé esquerdo, junta o pé direito - 4 compassos; o segundo e quarto pares fazem o mesmo movimento, mas para o lado direito - pé direito, junta o pé esquerdo - 4 compassos; - Repetem os dois passos anteriores, iniciando-os para o lado contrário. Parte A

- Deslocam-se para a frente, respeitando o compasso: - Pé direito, junta o esquerdo - Pé esquerdo, junta o direito

- Raparigas dão uma volta por debaixo do braço dos rapazes, finalizando com um cumprimento. INTERDISCIPLINARIDADE:

- História - explorar o contexto social, económico e cultural da época, bem como a realização de um levantamento dos salões de baile e trajes típicos do séc. XIX.

- Educação Musical ou Área de Projecto - fazer o levantamento dos compositores madeirenses e apresentação dos trabalhos na sala de aula ou para a comunidade escolar.

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Criação de coreografias, recorrendo ao CD-ROM - Danças de Salão - séc. XIX, do GCEA, com base nos temas "Galope", "Passo Ordinário", "Valsa Cutulú", etc.

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TEMA DO MÓDULO MÚSICA E MULTIMÉDIA

Pressupostos

Neste módulo pretende-se que o aluno explore e compreenda como é que os diferentes materiais sonoros e musicais são utilizados, para produzir determinados efeitos comunicacionais e induzir a aquisição de determinados produtos; investigue, como é que a música pode criar determinados efeitos e é utilizada em diferentes media; seleccione e interprete peças musicais, explorando diferentes códigos e clichés de acordo com intenções pré-definidas.

ACTIVIDADE: Criação de um filme na Net

As novas tecnologias têm vindo a adquirir cada vez mais relevância no cenário educacional. A sua utilização como instrumento de aprendizagem e a sua acção na educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais. As profundas e rápidas transformações exigem aos docentes uma revisão das suas formas de actuação nas salas de aula. Jonassen (1996) classifica a aprendizagem em quatro fases distintas: 1- Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que esta apresenta o conhecimento, sendo o papel do aluno receber esse mesmo conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor; 2- Aprender sobre a tecnologia (learning about), em que a própria tecnologia é o objecto de aprendizagem; 3- Aprender através da tecnologia (learning by), em que o aluno aprende através do computador; 4- Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende usando as tecnologias como ferramentas que o apoiam no processo de reflexão e na construção do conhecimento. Nesse caso a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem. Borba e Penteado (2001) afirmam que: "O acesso à informática deve ser visto como um direito (...) os alunos devem poder usufruir de uma educação que (...) inclua, no mínimo, uma 'alfabetização tecnológica'. Assim, o computador deve estar inserido em actividades essenciais da escola, passando a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania." Perante esta nova situação, é importante que o professor reflicta sobre essa nova realidade, repense sua prática e construa novas formas de acção que permitam não só lidar com essa nova realidade, como também construí-la. Se um dos objectivos do uso do computador no ensino for o de ser um agente transformador, o professor deve estar capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não ser um mero transmissor de informações. BORBA, Marcelo C. e PENTEADO, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática - colecção tendências em Educação Matemática - Autêntica, Belo Horizonte - 2001 JONASSEN, D. (1996), "Using Mindtools to Develop Critical Thinking and Foster Collaborationin Schools Columbus.

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

Competências

Vocabulário

* Explora como diferentes técnicas e tecnologias podem Todo o vocabulário contribuir para a interpretação e comunicação artístico- necessário para musical; realizar esta actividade encontra-se explícito e * Faz gravações áudio e vídeo das composições real- desenvolvido ao longo izadas; do tutorial * Reflecte e avalia criticamente, as composições realizadas; * Explora, compõe, arranja e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros, formas e tecnologias diferenciadas; * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados, para desenvolver o pensamento musical, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; * Apropria diferentes técnicas de produção, utilizando recursos da Internet; * Faz gravações áudio e vídeo do seu trabalho criativo realizado.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Seguir as indicações do tutorial. Vamos fazer um filme!!!

RECURSOS

- Aparelhagem sonora - Computador

- Ligação à Internet

Primeiro, abres o teu browser (página da Internet) e vais para este endereço: http://www.dfilm.com/ Aparece a seguinte página: Nota: O aspectográfico do site pode sofrer alterações, que são da responsabilidade dos autores do mesmo, mas no essencial mantêm-se os passos deste tutorial.

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Clicas em "movie maker", e tens:

Podes ler esta apresentação, e até podes tornar-te membro, clicando em "Become a Member. Sign up!" Depois, é só preencher os campos na janela que se vai abrir:

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Para iniciar a produção do teu filme clicas em "go", e aparece esta página:

A partir deste momento, facilmente poderás definir vários aspectos importantes que se relacionam com a realização do teu filme.

Escolhes um fundo, primeiro em "background" (cenário), andando com a "setinha da esquerda para cima e para baixo.

E um "sky" (céu), para o fundo, também, com a "setinha".

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A nossa proposta é esta, mas poderás criar outras:

Depois, clicas em "next":

E vais criar o teu enredo: se os dois personagens se encontram, clica "Rendezvous"; se se encontram e saem juntos, clica "Pick-up"; se alguém vem ter contigo, escolhe "Chase"; e, finalmente, se estás só, selecciona "Soliloquoy" .

Seleccionamos, como exemplo, o "Rendez - vous":

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Surge no ecrĂŁ a seguinte pĂĄgina:

Depois clicas em "next", para escolheres as personagens:

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E escolhes ambos, da mesma forma que escolheste o "background" e o "sky", com a ajuda das "setinhas". Depois de escolheres as personagens, aparece a seguinte página:

Agora, nas caixas de diálogo à direita, escreves o que as personagens vão dizer um ao outro - atenção que a acentuação não funciona (este é um "site" Inglês).

Agora escolhes a banda sonora, de entre as propostas que te são apresentadas:

Agora tens duas hipóteses: ou acabas o filme "Finish Movie",

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ou acrescentas mais cenas, em "Add new sceene".

Isto é só um exemplo. Finalizamos clicando em "Finish Movie". De seguida, aparece a seguinte janela:

A seguir, escrever em "Your Title Here" o título do filme e o teu nome em "Director's Name. Para terminar, carregas em "preview & send movie":

Eis o resultado:

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Agora só falta ver o filme!!!

Podes enviar as tuas "obras-primas" aos teus amigos, à espera de um bastante aplaudido Óscar. Para enviar o filme, preenche os campos em baixo e depois clica em "send".

Boa sorte, amigos realizadores…

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ACTIVIDADE: Sonorização de um conto tradicional - Lenda de Machim

A nossa região possui uma variedade de histórias e lendas tradicionais, que fazem parte da nossa cultura, e que são uma herança dos nossos antepassados. A Lenda de Machim está relacionada com a descoberta da Ilha da Madeira.

Lenda de Machim ou do Amor Imortal

Na corte britânica de Eduardo III, vivia um homem de sangue plebeu e alma nobre, Roberto Machim, que tinha como melhor amigo e companheiro de armas o fidalgo D. Jorge. Roberto Machim era um homem sensível e tinha o dom da palavra, por isso, D. Jorge veio pedir-lhe que fosse com ele esperar a sua jovem e bela prima Ana de Harfet, a quem D. Jorge queria impressionar. Os primeiros olhares e as primeiras palavras trocadas entre Ana de Harfet e Roberto Machim foram suficientes para que surgisse um amor tão intenso que resignou, sinceramente, D. Jorge. Mas, os pais de Ana de Harfet não aceitaram a união da sua filha com um pretendente de tão baixa linhagem e ordenaram o casamento de Ana com um dos fidalgos da corte. Roberto Machim não escondeu nem a sua cólera, nem a sua intenção de lutar por Ana, sendo preso por ordem do rei durante A baía de Machico, em 1940 alguns dias, enquanto a cerimónia de casamento se realizava. À saída da prisão esperava-o o seu fiel amigo D. Jorge que o informou que Ana estava a morrer de amor. Com a ajuda de D. Jorge, Ana e Machim fugiram num barco, em direcção a França, mas uma brutal tempestade desviou-os para uma ilha paradisíaca. Ana não resistiu à febre que a tinha assolado durante a tormenta e foi enterrada na bela ilha. Conta-se que Roberto Machim morreu em cima da campa da sua amada e nela foi enterrado pelo seu amigo. Um grande amor que, através do nome de Roberto, foi para sempre recordado na bonita vila de Machico, na Ilha da Madeira, pretensa Ilha a que aportaram os dois apaixonados que passaram às crónicas portuguesas.

Estátua de Tristão Vaz Teixeira, frente à Igreja Matriz de Machico

Forte de João Batista - Machico

Estátua de Machim / McKeenn

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências * Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artístico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações;

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; - Criação e Experimentação Percepção Sonora e Musical

* Ensaia e apresenta peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados;

* Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas; * Manipula os materiais para fins comunicacionais e estéticas específicas;

* Ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os diferentes códigos e convenções que constituem o vocabulário musical das diferentes culturas, através da audição, do movimento e da prática vocal e instrumental; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

- Culturas Musicais nos Contextos

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* Selecciona música com determinadas características para eventos específicos;

* Compreende relações entre a música, as outras artes e áreas do conhecimento, identificando semelhanças e diferenças técnicas, estéticas e expressivas.

Vocabulário - Ostinato rítmicomelódico - Si bemol - Solista e coro - Fá sustenido


LENDA DE MACHIM 1. Abertura - Narrador e Coro

Letra e Música: João Mancelos

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Narrador

Já passou há muito tempo Num passado distante Duas pessoas viveram Uma história apaixonante.

Viviam lá muito longe Tem Londres por capital Ele era um homem sem fortuna Ela rica e angelical.

Amor à primeira vista Quando se encontraram um dia Mas um é rico, e o outro é pobre Mas nada os impedia.

Os pais dela recusaram Esta bela e grande paixão Mas sempre os dois se encontravam Bem longe da multidão. 2. Narrador

Juras de amor trocavam Sempre no final do dia Foi aí que os apanharam E acabou-se a alegria. Coro

Machim era o seu nome Foi por todos condenado Detido e aprisionado Vai ter de viver assim.

Entretanto a bela Ana Em sua casa foi trancada A casar foi obrigada Para esquecer Machim...

Como sendo nobre opositor ao poder dominante, Machim viu-se logo encarcerado, sob a acusação de traição. Vamos encontrá-lo na sua cela, a pensar em Ana: 3. Machim - Solo

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Machim

Ana Volta p'ra mim Não sei mais viver assim Oh Ana Volta p'ra mim Vem abraçar O teu amor.

Ana Volta p'ra mim Não sei mais viver assim Oh Ana Volta p'ra mim Vem abraçar O teu amor.

Vem-me libertar Ou eu vou-te buscar E vamos ficar Sempre juntos, amor. 4. Narrador

À boa maneira da época, Ana foi considerada desobediente ao pai, pelo que, ao lhe ser dada a escolha entre o convento e um casamento de conveniência, escolheu Machim, o seu amor, e, por conseguinte, foi mandada para um convento. É na sua cela de noviça que recorda Machim: 5. Ana - Solo

Ana

Machim Volta para mim Meu amor Tens meu coração Vem p'ra mim Meu amor. Nem sabes quantas saudades

Eu tenho dos teus beijos de mel E dos teus olhos Cor do mar azul. Que riam p'ra mim Eu sei que tu vais voltar Meu amor vou-te dar Machim.

6. Narrador

Entretanto, dá-se a tão esperada revolta popular contra o rei tirano que tinha, até então, governado aquele reino. O povo festeja:

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7. Liberdade - Coro

Coro

Rei morto, rei posto Rei morto, rei posto Liberdade para todos Viva o novo rei Liberdade para todos 8. Narrador

Viva o novo rei! Liberdade para todos Liberdade para todos Liberdade para todos Viva o rei Viva o novo rei!

Na sequência da revolta, todos os presos políticos são libertados pelo povo, e Machim sai da cadeia. Corre ao encontro de Ana, que conseguiu fugir do convento, para onde o pai a enviara. Este momento é o reencontro dos dois:

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9. Ana e Machim - Dueto

Ana Volta p'ra mim Não sei mais viver assim Oh Ana Volta p'ra mim Vem abraçar o teu amor.

Meu amor Tens meu coração Vem a mim Meu Machim. Juntos Machim / Ana volta p'ra mim Amor!

10. Narrador

Mesmo com a revolução, não se podiam modificar os costumes, e aí o pai de Ana teria sempre razão: a filha ou casava com quem ele queria, ou tinha que ficar no convento. Ora, o pai de Ana não gostava de Machim, e não sendo possível naquele reino a união dos dois, resolveram fugir para sul, num pequeno barco com uma pequena tripulação leal a Machim. E a viagem lá ia correndo bem, ambos felizes, na procura de um novo destino onde o seu amor fosse reconhecido por todos. Mas eis que sobreveio uma tempestade. 11. Instrumental - Tempestade 12. Narrador

Com a violência das ondas, o barco em que seguiam Ana e Machim quase que naufraga, tendo-lhes valido a sorte de aportarem a uma bela ilha, numa enseada que lhes serviu de protecção. Enquanto a tripulação recuperou o barco e o reequipou com água e víveres, Ana e Machim, ao passearem o seu amor por tão bela ilha, decidiram ficar, e Machim libertou de favores a equipagem do barco, deixando-os seguir viagem. Mas Ana, em resultado da longa viagem e de se ter sentido mal durante a tempestade, adoeceu gravemente, e veio a falecer. Machim desaparece com a dor, depois de ter vivido durante tempos junto à campa de Ana.

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13. Final - Coro e Narrador Coro

Foi assim Que aconteceu Esta história E este amar Entre os dois Vivia-se amor entre a ilha e o mar.

E foi assim Que aconteceu Um mal fatal Ana adoeceu E entre os dois Amou-se a dor entre a ilha e o mar.

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Narrador

Ana e Machim

E o seu amor Choraram juntos De dor E entre a ilha e o mar Serão sempre felizes Terão sempre Um beijo p´ra dar. Coro

Ana parte Machim está só Procura Ana Entre a ilha e o mar Não a encontra Decide ficar Pois ama Ana e o mar.


14. Instrumental - Final

SUGESTÃO DE TRABALHO: - Leitura expressiva da lenda;

- Analisar / estudar a lenda, seleccionando os personagens principais: "Ana", "Machim" e atribuição do papel do narrador, os restantes alunos constituem o coro. (Note-se que a presente proposta é uma recriação livre da lenda original); - Estudo das diversas melodias (algumas poderão ser interpretadas na flauta);

- Criar um PowerPoint com as imagens de fundo para a apresentação da peça; - Dramatizar a lenda.

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE

- Pesquisar, musicar e interpretar outras lendas ou contos tradicionais.

RECURSOS - Flauta

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 24 a 30 INTERDISCIPLINARIDADE

- História - pesquisar sobre lendas da área onde se insere a escola. - EV / EVT - criar fatos e acessórios / adereços-. - Informática - criar PowerPoint.

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TEMA DO MÓDULO MÚSICA E TECNOLOGIA Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno manipule sons acústicos e electrónicos através da exploração, experimentação e criação de diferentes fontes sonoras, "paisagens sonoras" e peças musicais; aprenda a utilizar samplers e como misturar e imitar diferentes tipos de sons; compreenda como as tecnologias MIDI podem criar diferentes tipos de efeitos e de mudanças na percepção musical; aproprie-se de diferentes técnicas de gravação e de software musical. ACTIVIDADE: Composição musical on-line

A educação tem, imperiosamente, de adaptar-se às necessidades das sociedades que serve. O grande desafio actual é o de se adaptar às grandes mutações sociais, culturais e económicas criadas pela eclosão das novas tecnologias. Nesse sentido, a adaptação é indispensável, e urgente. O fenómeno educacional não está excluído desta situação e o grande elemento distintivo desse processo reside na rapidez da informação, que vem produzindo mudanças na capacidade de produzir, interpretar, articular e expandir conhecimentos e informações. A grande importância pedagógica do acesso a ciberespaços é que aí os alunos podem aprender FAZENDO coisas, em vez de aprenderem OUVINDO dizer como é que as coisas devem ser feitas. Podem, assim, colaborar com outras pessoas, trocar todos os tipos de ficheiros, e, acima de tudo, aprender a construir o seu saber num processo cumulativo de ajuda mútua e de percepção partilhada de problemas e necessidades. A crescente utilização dos meios de comunicação através das novas tecnologias tem contribuído para a formação de comunidades inteiras, no mundo virtual, que dinamizam a troca de informações. Toda esta conjectura proporciona à escola o desafio de assumir novos papéis, sendo que, na utilização de uma nova tecnologia, professor e aluno necessitam possuir o domínio e estarem seguros na utilização desse ambiente. A utilização dos computadores é um benefício a que podemos recorrer nos dias de hoje, pois, a sua utilização incentiva e motiva os alunos para a aprendizagem e para a descoberta, além de tornarem as aulas mais dinâmicas e interactivas. O importante é saber utilizar correctamente esta tecnologia e adequá-la às situações. Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

Competências

* Explora como diferentes técnicas e tecnologias podem contribuir - Todo o vocabpara a interpretação e comunicação artístico-musical; ulário necessário para realizar esta * Faz gravações áudio das composições realizadas; actividade encontra-se explícito e * Reflecte e avalia criticamente as composições realizadas; desenvolvido ao * Utiliza diferentes tipos de software musical e recursos da longo do tutorial Internet; * Explora, compõe, arranja e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros, formas e tecnologias diferenciadas;

* Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais - Percepção Sonora e Musical diversificados para desenvolver o pensamento musical, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação;

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Vocabulário

* Investiga e utiliza fontes sonoras convencionais, electrónicas e outras, para compreender, apropriar os conceitos e estruturas que enformam e organizam as obras musicais.


SUGESTÃO DE TRABALHO:

É aqui que vais poder compor on-line.

Primeiro abres no teu browser (página da internet) o site: http://www.jamstudio.com/Studio/index.htm

Nota: O Aspecto gráfico do site pode sofrer alterações, que são da responsabilidade dos autores do mesmo, mas no essencial mantem-se os passos deste tutorial.

RECURSOS

- Computadores com acesso à internet - Auscultadores para cada aluno

- Fotocópia ou projecção do tutorial para a turma

Esta é a imagem inicial que te surge, ao clicares no endereço:

Do lado esquerdo, em cima, estão as instruções para quem quiser (e puder) usufruir ainda mais de outras utilidades desta aplicação:

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Mas vamos então explicar os vários passos:

Vais, em primeiro lugar, carregar em "Join Free":

Depois, preenche os campos que te são pedidos: e-mail, password, e clicas em "OK". Aparece o seguinte:

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Vais escolher "MAYBE LATER (No thanks)", pois, no quadrado da direita a escolha implica pagar uma quantia mensal. E fica assim:

A partir de agora, sempre que quiseres aceder, basta escreveres o teu e-mail e a tua password e clicar em login:

Então, vamos criar uma canção. Por defeito, este site abre na tonalidade de Sol Maior:

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Em cima, vês escrito Key, que quer dizer "Chave", para nós, portugueses, quer dizer tonalidade. E está lá a letra G, que quer dizer que a tonalidade é SOL Maior. Como é que chegamos a isto? Na Antiguidade Clássica, época de grandes pensadores, um matemático que bem conheces, chamado Pitágoras, pensou a primeira definição de Música, e que ainda é válida hoje: "Música é a relação entre números e sons". Ora, para o som que ele definiu como tendo uma vibração constante e a partir do qual se poderiam definir todos os outros sons, indicou a letra alfa (=A). O segundo, a letra beta, B, o terceiro C, etc. A "lista" de sons, criada com cálculos matemáticos, permitiam "afinar" tubos (que originaram os "aulos" - flautas) e cordas ("lira") que, ainda hoje são utilizados, ficou estabelecida pela seguinte ordem: A, B, C, D, E, F, G, e por vezes, H. Mais uns séculos, umas "reformas", o cristianismo, o Papa Gregório VI, e um hino a S. João, e eis que as "notas pagãs" são substituídas pelas "notas cristãs": as 7 Notas Musicais. A origem dos "nomes" das notas musicais consta do texto de um hino em homenagem a São João Baptista:

Ut queant laxis (dó) . . . . . . .Para que possam Resonare fibris . . . . . . . . . .ressoar as

Mira gestorum . . . . . . . . . . .maravilhas de teus feitos Famulli tuorum . . . . . . . . . . .com largos cantos Solve polluit . . . . . . . . . . . . .apaga os erros

Labii reatum . . . . . . . . . . . . .dos lábios manchados Sancti Ioannis . . . . . . . . . . .Ó São João

Dominum . . . . . . . . . . . . . . .Meu Senhor A=Lá, B=Si, C=Dó, D=Ré, E=Mi, F=Fá, e G=Sol.

Assim, temos Key, G, e umas "setinhas", para cima e para baixo, que servem para mudar a tonalidade e em baixo os acordes a escolher:

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Como podes observar, a tonalidade seleccionada aqui é G = Sol M e o acorde é Am = Lá menor. Por baixo estão os acordes possíveis em cada tonalidade, neste caso, G (Sol M), C (Dó M), D (Ré M), Am (Lá m), Bm (Si m), e Em (Mi m). Neste caso, nos acordes não aparece por defeito o M (Maior), apenas o nome do acorde. Assim, olha para as pautas:

Tens quatro pautas com quatro compassos cada. Por cima de cada compasso tens um rectângulo, que é onde vais inserir os acordes que escolheres. O rectângulo onde vais inserir e / ou escrever está sinalizado a branco. Na parte superior está o indicador de páginas:

Por baixo, a ordem das páginas:

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Não te esqueças disto, pois, vai facilitar-te a vida, lá mais para a frente. E mais abaixo temos os instrumentos:

À esquerda, o nome deles; à direita, o volume (intensidade) de cada um deles, que podes alterar sempre que quiseres, com a ajuda do rato.

Ao lado, o tempo e os compassos.

No meio, o Play.

Em cima, uma "ajudazinha" para o "estilo" que quiseres escolher e que muda a configuração dos instrumentos pré-disponíveis:

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Para escolher cada instrumento, tens de clicar na linha à esquerda, depois no nome do instrument; e na janela do lado direito, tens várias opções de formas de tocar:

Este instrumento tem vários tipos e / ou formas de tocar. O mesmo sucede para todos os outros instrumentos (para ouvi-los, basta carregar no Play). Estas explicações são fundamentais, para podermos começar. Exemplo de uma actividade:

1. Abrir a aplicação e, nas "setinhas" da tonalidade, seleccionar a tonalidade Dó (C):

2. Com algumas regras elementares de acordes e de graus que o teu professor te vai ensinar, escolhemos, para a página 1, o seguinte, ao clicar nos nomes dos acordes:

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3. Agora, a guitarra:

Foram experimentadas diferentes guitarras e escolhemos esta: Para ouvires, escolhes o instrumento e depois clicas em "Play". Agora, vamos Ă bateria (= Drums):

Para escolher cada instrumento, clicas sempre no Ă­cone branco antes de cada caixa com o nome do instrumento e procedes de igual forma:

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Escolhes o número de instrumentos que quiseres, até um total de 8. Terminámos a página 1 - chamemos-lhe introdução. Agora vamos à página 2 e procedemos de igual modo, desde 1:

Página 2 - parte A:

E ficou assim. Agora a página 3 - parte B:

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Em cada página podemos escolher / alterar os instrumentos. Ainda poderíamos fazer as páginas 4 e 5 (um final e um coda). Repara que podemos alterar o volume dos diversos instrumentos e o tempo:

Agora, vamos organizar a forma da música: Vamos a Play Page order

E colocamos assim: Introdução - AB - Interlúdio - ABB - Coda:

E eis a forma da música que ficou criada:

Introdução (1) - A (2) - B (3) - Interlúdio (1) - A (2) - B (3) - B (3) - Final (1). Agora, é só clicar em PLAY e diverte-te!!! Experimenta.

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E para guardar e / ou enviá-las por e-mail, Clica, primeiro, em share (em cima):

Dá um título à tua composição, escreve o e-mail dos teus amigos e clica em "OK". Depois, guarda a música em save

Escreve o nome do teu trabalho e clica em "OK". De seguida, faz "logout":

E fica assim:

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A partir de agora, para abrires a aplicação, escreves o teu e-mail, a tua password, e clicas em "Login":

Depois, ou crias uma nova composição em "New", ou abres as que já fizeste em "Open":

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ACTIVIDADE: Utilização e exploração do programa de notação musical Finale.

A preocupação em torno da integração das novas tecnologias na realidade educativa tem sido cada vez maior, sendo frequentemente tema em destaque em diversos fóruns internacionais. É necessária a preparação de cada indivíduo agora estudante para a vida activa e para o mundo laboral, onde as TIC estão inexoravelmente presentes. Pretende-se, assim, que os alunos tenham noção das mais-valias que as TIC oferecem para a aprendizagem, nomeadamente a possibilidade de troca de saberes e experiências com outros alunos, com comunidades científicas, etc... No caso específico da música, existem diversos programas de software musical que permitem um maior desenvolvimento da prática musical e das novas tecnologias. O software proposto é o FINALE que pode ser adquirido através da Internet em www.finalemusic.com/songwriter. A versão songwriter é uma versão económica, mas que permite desenvolver todo o software com actividades práticas que vão ao encontro das competências definidas no currículo da disciplina.

Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e experimentação

- Percepção Sonora e Musical

Competências

Vocabulário

* Explora como diferentes técnicas e tecnologias Todo o vocabulário podem contribuir para a interpretação e comunicação necessário para realizar artístico-musical; esta actividade, encontra-se explícito e desen* Faz gravações áudio das composições realizadas; volvido ao longo do * Reflecte e avalia criticamente as composições real- tutorial izadas; * Utiliza diferentes tipos de software musical e recursos da Internet;

* Explora, compõe, arranja e experiencia materiais sonoros e musicais com estilos, géneros, formas e tecnologias diferenciadas; * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação;

* Investiga e utiliza fontes sonoras convencionais, electrónicas e outras, para compreender, apropriar os conceitos e estruturas que enformam e organizam as obras musicais.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Transcrever uma melodia simples no programa informático de notação musical Finale.

SUGESTÃO DE TRABALHO: - Computadores Internet

com

acesso

à

- Auscultadores para cada aluno

- Fotocópia ou projecção do tutorial para a turma

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Abrir o programa Finale e aparece a seguinte caixa de diálogo:

Seleccionar "Setup Wizard…" para aparecer a seguinte caixa de diálogo:

Nesta caixa de diálogo digitar o título, o compositor e a Editora da canção. Também pode ir em branco. Depois de preencher esses campos, clicar em "Seguinte".

Seleccionar "Setup Wizard…" para aparecer a seguinte caixa de diálogo:

Neste exemplo foi escolhido "Chorus" e dentro de "Chorus" optámos por "Voice". de seguida clicar em "Add" para assumir a escolha feita.

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O passo seguinte é a escolha de compasso e a tonalidade. Clicar no compasso pretendido e com as setinhas escolher a tonalidade.

Neste passo, só necessitas de escolher o tipo de letra da notação musical. Há duas opções ou "Maestro" ou "Jazz". Neste exemplo escolhemos o "Maestro". Quando o tipo de letra estiver escolhido clicar em "Concluir".

Esta será a apresentação que aparecerá, sendo parecida à de um estúdio; no entanto, existem outras opções para trabalhar. Para ver as outras duas opções, basta premir as teclas "Ctrl+E". A segunda opção é semelhante à primeira, mas a terceira é diferente, é mais parecida com uma folha normal.

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Esta é a terceira vista……

Agora só falta colocar as notas na pauta.

No lado esquerdo do écran estão as figuras rítmicas e as respectivas pausas. Basta clicar na pausa ou na figura pretendida e colocá-la no sítio certo. Depois de colocadas todas as notas, falta eliminar os compassos que estão a mais. Para eliminar os compassos seleccionar a seta normal, depois o quadradinho e só depois seleccionar os compassos.

Os compassos devem ser seleccionados desta forma.

Para terminar, falta ver a questão das repetições. Esta imagem seguinte é a da partitura já pronta. Podese observar que no oitavo e nono compassos temos a primeira e segunda repetição.

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Para introduzir estes dados clicar em "Repeat tool" e aparece uma “setinha” diferente.

Com essa “setinha” fazer duplo clique em cima do compasso pretendido neste caso o oitavo. Depois de seguir este passo aparece a seguinte caixa de diálogo. Basta seleccionar "Ending" e "Select". Na caixa de diálogo seguinte apenas clicar em "OK".

Depois, seguir exactamente o passo anterior para o nono compasso. Como no nono compasso não queremos a barra dupla, temos que a apagar. Com a seta normal do rato clicamos em cima da barra dupla, que mudará de cor, de seguida clicar na tecla "Del" (Delete) que apaga o que acabamos de seleccionar.

Para terminar, no último compasso temos que acrescentar o "D.C. al Fine". O passo é simples, basta fazer da mesma forma que se fez para os dois passos anteriores, mas seleccionar o "D.C. al Fine".

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TEMA DO MÓDULO MÚSICAS DO MUNDO

Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno identifique música de outras culturas musicais, como por exemplo: a africana, asiática, europeia, americana e seus contextos sociais e culturais; interprete peças de acordo com as culturas estudadas e explore outros modos de organizar os sons utilizando códigos e convenções. ACTIVIDADE: "Pick a Bale of cotton" - Espiritual Negro

O povo madeirense, desde muito cedo, sentiu a necessidade de sair da Ilha da Madeira em busca de um futuro melhor. Foi assim ao longo de anos, havendo referências bibliográficas que apontam, curiosamente, para o fenómeno, já no século XVI. Nos séculos seguintes este movimento manteve-se, nomeadamente para o Continente Americano, como documenta o Elucidário Madeirense, do Padre Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Menezes, no seu primeiro volume: "Em 1792 emigraram muitas famílias madeirenses para os Estados Unidos da América por causada perseguição que os mações sofreram nesse ano, e sabe-se que em 1753 saíam muitos indivíduos para aquele país, quase sempre clandestinamente, para fugir à miséria que afligia a população da ilha. (…) Desde 1835 até 1855 saíram da Madeira cerca de 40.000 pessoas, das quais apenas 20.000 levaram passaporte, tendo ido muitas delas para o Brasil e Estados Unidos da América…" Naturalmente, os emigrantes levavam na "bagagem" a sua forma genuína de ser e estar na vida e, musicalmente falando, carregavam o património cultural madeirense (os bailinhos, o xaramba, o rajão, o braguinha, o brinco, etc.) situação que, ainda hoje em dia, é possível observar. Neste sentido, merece uma referência óbvia, o papel desempenhado pelos madeirenses João Fernandez, Augusto Dias, Manuel Nunes e José do Espírito Santo que contribuíram para a "internacionalização" do Braguinha. Ao chegarem ao Hawai, divulgaram as potencialidade e a riqueza tímbrica deste singular instrumento, tendo os nativos atribuído, a este curioso instrumento, o nome de Ukelele que significa "pulga saltitona"!

Ukelele

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artístico, - Altura: melodia / haratravés do estudo e da apresentação, individual e em monia grupo, de diferentes interpretações; * Canta e toca, individual e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas;

- Criação e Experimentação

- Forma: interlúdio e * Ensaia e apresenta peças musicais com princípios estéti- coda cos e comunicacionais diversificados; - Ritmo: anacruse * Explora e apropria conhecimentos e saberes de diferentes técnicas vocais e instrumentais, de diferentes estéticas e culturas musicais, para a criação sonora e musical, - Células rítmicas forbem como códigos e formas diferenciadas de represenmadas por uma colcheia tação gráfica dos sons; e duas semicolcheias * Explora e apropria conhecimentos e saberes de diferentes técnicas vocais e instrumentais, de diferentes estéticas e culturas musicais, para a criação sonora e musical.

- Células rítmicas formadas por uma colcheia e uma pausa de colcheia

- Dinâmica

- Ligadura de expressão

"Pick a Bale of Cotton" - Tradicional Norte-Americano (Espiritual Negro)

Bend down turn around, Pick a bale of cotton Bend down turn around, Pick a bale a day.

I said me and my buddy Gonna pick a bale of cotton Now me and my buddy Gonna pick a bale a day.

Oh lordy, pick a bale of cotton Oh lordy, pick a bale a day.

Jump down, turn around To pick a bale of cotton Jump down, turn around To pick a bale a day.

Coro:

Gonna jump down, spin around, Pick a bale of cotton Gonna jump down, spin around, Pick a bale a day. Oh lordy, pick a bale of cotton Oh lordy, pick a bale a day.

Coro:

Coro:

That nigger from Shiloh Can pick a bale of cotton That nigger from Shiloh Can pick a bale a day. Coro:

Me and my gal can pick … Me and my wife … Me and my buddy … Me and my poppa … Takes a mighty big man to …

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SUGESTÃO DE TRABALHO:

Os alunos já deverão ter contactado, pelo menos uma ou duas vezes com o instrumento no contexto da sala de aula - exercícios rítmicos com cordas soltas e execução de acordes mediante proposta / esquema rítmico. - Exploração, num primeiro momento da partitura para os Braguinhas Nas secções A, A1 e A2 executa-se uma melodia, enquanto na secção B se pratica uma parte harmónica: ritmo / dedilhado vs "rasgado". - Execução das secções A's e B's Primeiro o professor, depois os alunos; em seguida um aluno e todos repetem; etc. - Exploração das frases rítmicas dos Interlúdios Execução com a palma da mão nas "costas" do instrumento.

- Execução / interpretação da peça toda com o registo áudio.

RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 31 e 32

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Estrutura:

A

B

Interlúdio 1

A1

B1

Interlúdio 2

A2

B2

Coda

A1 - Os cordofones mantêm o ritmo da secção A, mas desta vez os alunos escolhem uma outra nota (corda solta) que executam do princípio ao fim.

B1 -

A2 - Os cordofones repetem novamente o ritmo, mas desta feita deverão alterar consecutivamente de nota consoante o ritmo (cordas soltas: ré'; si; sol; ré)

B2 -

- Num momento posterior, poderá existir um grupo a executar a melodia na flauta note-se que o andamento é um pouco rápido e exige que sejam alunos com alguma versatilidade. OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Para este módulo, poderão ser integrados temas do Fado com intérpretes madeirenses: Max, Eugénia Maria, entre outros. INTERDISCIPLINARIDADE:

- História - estudar os fluxos migratórios dos madeirenses.

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Tradicional Norte-americano VersĂŁo instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, Lino Pestana, LuĂ­s Salvador, Rubina Fernandes

PICK A BALE OF COTTON

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ACTIVIDADE: Are You Lonesome Tonight - Ukelele (Braguinha)

A música praticada nos diferentes países do Continente Americano está intimamente ligada aos fenómenos da colonização europeia e da escravatura. A colonização das Américas fez chegar a este continente um leque variado de povos de diferentes culturas, que levavam na bagagem as suas tradições, cruzando práticas, hábitos e costumes. O legado musical dos Portugueses no Mundo é presenciável, em manifestações culturais, em vários países de todos os continentes, desde Ásia até Africa passando pela América. Uma das mais fortes presenças intitula-se Ukelele, um dos instrumentos míticos da cultura Americana, sobretudo no Hawai. Levado no século XIX para as terras do Pacífico pelos emigrantes madeirenses, este instrumento descende directamente do braguinha. Face à enorme crise que o arquipélago passava, em termos sociais e económicos, muitos foram os madeirenses que deixaram a ilha com destino ao pacífico. Neste elevado contingente estavam muitos músicos e construtores de instrumentos. As viagens duravam cerca de cinco meses e os madeirenses encantavam os indígenas utilizando o braguinha que, devido à sua sonoridade e dimensão, foi apelidado de "Ukelele" - "jumping flea" (pulga saltitona). Dos primeiros madeirenses que lá chegaram, alguns ganharam a vida como construtores de braguinhas, como por exemplo Manoel Nunes (que curiosamente não sabia tocá-lo). A introdução do Ukelele no Continente Americano dá-se de forma tão natural, que nos anos 20 era um instrumento totalmente adaptado às big bands de jazz e utilizado em filmes musicais como por exemplo: In the line of fire - com Clint Eastwood, Blue Hawai - com Elvis Presly, Some Like it Hot - com Marilyn Monroe, entre outros. O Ukelele é um pequeno cordofone de quatro cordas - soprano - (equivalente ao braguinha) ou cinco cordas - tenor - (equivalente ao rajão), que evoluiu nas mãos hábeis de virtuosos músicos hawaianos. Curiosamente, a própria evolução do instrumento levou-o a ser interpretado em quase todos os géneros musicais. Texto Adaptado de: - Antologia da Música tradicional da Madeira Almansud Records, Ass Musical e Cultural Xarabanda 1998 - RAM. - The Ukelele a Visual Story - Jim Bellof - Miller Freeman Books, San Francisco.

A música "Are you lonesome tonight" foi uma das músicas interpretadas pelo Rei do Rock - Elvis Presley - com o Ukelele (braguinha). Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, - Acordes diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; * Ensaia, apresenta e dirige peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados; * Reflecte e avalia criticamente as interpretações realizadas;

- Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

Vocabulário

- Anacruse

* Ouve, analisa, descreve, compreende e avalia os - Ligadura de prolongação diferentes códigos e convenções que constituem o - Contratempo vocabulário musical das diferentes culturas, através da audição, do movimento e da prática vocal e instrumental; * Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, - Ponto de aumentação géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes.

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RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 33 a 36 - Partitura

- Instrumentos da sala de aula - Braguinhas

SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização da actividade no âmbito da emigração madeirense para o Hawai e sobre o instrumento "Braguinha" (ver texto de apoio); - Audição da canção "Are you lonesome tonight";

- Aprendizagem do acompanhamento nos cordofones (treino prático dos acordes); - Aprendizagem da melodia na flauta;

- Aprendizagem do acompanhamento no instrumental Orff (seguindo a metodologia utilizada pelo docente); - Interpretação instrumental da canção;

- Gravação e apresentação pública da obra.

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Esquema harm贸nico ilustrado para braguinha, compasso a compasso

Esquema r铆tmico para cordofones

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Are you lonesome tonight

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Elvis Presley Versão instrumental: João Mancelos Luís Salvador


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TEMA DO MÓDULO POP / ROCK

Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno identifique e manipule as características de um determinado estilo musical; reconheça e compreenda as transformações na música Pop e Rock nacional e internacional; cante e toque música dentro de um determinado estilo. ACTIVIDADE: Hully Gully do Montanhês

O Conjunto Académico João Paulo começou no Liceu Jaime Moniz, na Ilha da Madeira, nos primeiros anos da década de 60. Em 1964, deslocaram-se ao Continente, obtendo grande sucesso no Teatro Monumental e no programa "TV Clube". Neste mesmo ano foi editado o primeiro disco do grupo, um EP (formato mais vulgar na época com três ou quatro canções), com os temas " La Mamma", "Hello Dolly", "Eu Tão só", "Et pourtana" e "Ma vie". Venceram o prémio de Imprensa Especial de 1964, entregue no dia 3 de Abril de 1965. O segundo EP inclui temas "It`s Over", Se Mi Vuoi Lasciare", "Chove" e "Greenback Dollar". No início eram sete elementos, a partir deste disco, o grupo passa a ser constituído por João Paulo (teclas), Rui Brazão (guitarra ritmo), Ângelo Moura (baixo), José Gualberto (bateria), Carlos Alberto (guitarra e autor da maioria dos inéditos do grupo) e Sérgio Borges (vocalista e autor das letras dos originais e de versões). O EP +1 Disco = 4 Sucessos inclui os temas "Se Piangi Se Ridi", " Nunca mais", "Hully Gully do Montanhês" e "Oh Dis Marie". É editado novo EP com os temas "Capri C`est Fini", "Milena", Diz-lhe e "Non Son Degno Di Te". Ainda em 1966 é editado o álbum Conjunto Académico João Paulo no Teatro Monumental. A partir desta data continuam a editar outros sucessos, culminando esta fase com "A shadow Rounds", "The Tomorrow Sounds", pois estão parados durante algum tempo devido à mobilização dos seus elementos para a Guerra Colonial. Sérgio Borges vence o Festival RTP da Canção de 1970 com "Onde Vais Rio Que Eu Canto". O Grupo passa a dominar-se Sérgio Borges e o Conjunto Académico João Paulo. Entram para o grupo os ex quinteto Académico + 2 Adrien (bateria) e Zé Manel (saxofone). Em 1971 e 1979 actuam como "Conjunto Privativo do Hotel Reids". Depois de um bem sucedido projecto nacional, com milhares de discos vendidos e centenas de espectáculos dados, este grupo de madeirenses, a troco de estabilidade de emprego seguro, fezda prestação musical diária o seu modo de vida. Do Rock and Roll e da beatlemania passam directamente para a música de dança e ambiente, privilegiando a música inglesa, o Bolero, o Swing e a Bossa Nova. Em 1981 é editada uma colectânea do grupo num dos volumes da "antologia da Música Popular Portuguesa". Em 1993, a EMI-VC lançou a compilação Os grande Êxitos do Conjunto académico João Paulo, primeira edição em CD dos trabalhos do grupo. O segundo CD surge na "Colecção Caravela", editada em 1996 pela EMI. Curiosidades: O LP é parcialmente gravado ao vivo, já que algumas canções tiveram posteriores acrescentos de palmas. No entanto, trata-se do primeiro LP português de música Pop, em 1966. Só por isso, merecia uma reedição em CD.

Conjunto Académico João Paulo

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Sérgio Borges Conjunto Académico João Paulo e "Hully Gully do Montanhês" no Hotel Reid's, Funchal


Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Percepção Sonora e Musical

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artís- - Introdução tico, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações; - Ligadura de prolongação * Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; - Contratempo * Faz gravações áudio e vídeo das interpretações realizadas; * Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as inter- - Alterações pretações realizadas; * Apropria diferentes formas e símbolos convencionais de notação gráfica do som; * Utiliza terminologia e vocabulário adequado, de acordo com as audições musicais do passado e do presente;

- Trémulo

- Culturas Musicais nos Contextos * Desenvolve o conhecimento e a compreensão da música como construção social e como cultura;

* Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, compara estilos, géneros e estéticas musicais em relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais. SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Contextualização da actividade (ver texto de apoio);

- Audição da canção original "Hully Gully do Montanhês"; - Interpretação vocal da canção;

- Aprendizagem da parte da melodia indicada na partitura (Fá #); - Aprendizagem do acompanhamento Instrumental Orff; - Interpretação de toda a partitura; - Gravação áudio / video;

RECURSOS

- CD, faixas n.º 37 a 38 - Aparelhagem sonora

- Partitura e letra da canção - Flauta

- Instrumental Orff

- Apresentação pública da obra.

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- 102 VersĂŁo instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana, LuĂ­s Salvador Rubina Fernandes


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OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Pesquisa sobre o intérprete Sérgio Borges e o Conjunto Académico João Paulo.

INTERDISCIPLINARIDADE:

- Educação Visual / Educação Tecnológica - montar uma exposição sobre o tema; - Área de Projecto - realizar um projecto sobre a música e músicos madeirenses.

ACTIVIDADE: "Beg a Dime" - CAIM

Este grupo musical madeirense surge em Agosto de 2001, fruto de um encontro de amigos, em comum tinham uma paixão: criar música! Esta banda é formada por cinco músicos: Duarte Arribança - Voz, Bruno Lobo - Guitarra, Pedro Fonseca - Guitarra, Luís Rosa - Baixo e Nélio Freitas - Bateria, e já ganhou uma edição do Antena 3 Rock. Com apenas três dias de formação do grupo, ganharam um concurso de bandas, no Funchal, e como prémio foram a banda de apoio de um concerto dos prestigiados Entre Aspas e GNR. Mais tarde, a banda voltou a entrar noutro concurso de bandas, "Antena3 Rock", um dos concursos de maior relevo na Madeira, arrecadando de novo o primeiro lugar, com o concerto a ser emitido em directo pela RDP, e, posteriormente, pela RTP Madeira. A partir daí, o potencial da banda foi tido em consideração, e os músicos decidiram investir mais tempo no projecto, trabalhando um repertório vasto de temas originais. Ao serem seleccionados para gravar um tema na colectânea Bandas de Garagem Coca-Cola foi uma questão de tempo e oportunidade, até os CAIM editarem, por mão própria, um EP com 4 temas originais. Entretanto, os temas de CAIM foram passando nalgumas rádios em Portugal, França e Holanda; no canal SMS TV e ainda na playlist da Antena 3 Madeira. O nome CAIM chega finalmente às "massas", em meados de Setembro, quando o tema "Beg a Dime" é escolhido para integrar a banda sonora da IV série da conhecida telenovela da TVI "Morangos com Açúcar". Agora em 2007 passa a ser o ano da concretização de um sonho, com os CAIM a lançarem no mercado o seu primeiro álbum. Beg a Dime é o álbum de estreia deste quinteto, produzido por Ciro Cruz baixista de Gabriel o Pensador. Beg a Dime conta com 14 faixas de originais e letras vincadas por fortes sentimentos e uma sonoridade amadurecida pela experiência dos ainda jovens músicos!

Curiosidade: O videoclip da música "LOSS" conta com a presença de algumas caras conhecidas: Sofia Cerveira, Ricardo Carriço, Ricardo Pereira, Rui Unas, Nilo e a própria realizadora Sofia Fernandes.

CAIM, grupo musical madeirense

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

- Percepção Sonora e Musical

- Culturas Musicais nos Contextos

Competências

Vocabulário

* Explora como diferentes técnicas podem con- - Bandas Rock tribuir para a interpretação e comunicação artístico-musical; - Bandas de Garagem

* Ensaia e apresenta publicamente peças musi- Fá Sustenido cais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados; - Alternância de compasso * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o - Intervalos harmónicos pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexi- - Melodia a duas partes dade e de sofisticação; - Ligadura de prolongação * Utiliza e apropria formas diferenciadas de notação musical; * Reflecte, avalia e critica informadamente as interpretações realizadas;

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; * Partilha as músicas do seu quotidiano e da sua comunidade, investigando as obras musicais como expressões de identidade individual e colectiva; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas; * Reconhece as culturas sociedades contemporâneas.

musicais

nas

SUGESTÃO DE TRABALHO:

RECURSOS - Contextualização da actividade, fazendo referência ao tema da banda - CD, faixa n.º 39 Madeirense que fez parte da série televisiva "Morangos com Açúcar"; - Aparelhagem sonora - Audição da música e debate sobre as suas características; - Partitura - Apresentar a banda (ver texto de apoio); - Flauta de bisel - Projectar a melodia da flauta e fazer uma análise da mesma, incidindo nos conteúdos, nomeadamente: Intervalos harmónicos, alternância de compas- - Instrumental Orff so, melodia a duas partes, ligadura de prolongação, ritmos, etc;

- Caso a turma apresente dificuldades na parte rítmica do 13.º ao 20.º compassos, o professor coloca a melodia e os alunos reproduzem o ritmo com palmas. Repetir as vezes necessárias; - Audição de toda a música e acompanhar na partitura, desenvolvendo a leitura rítmico - melódica, e em simultâneo a memória auditiva e visual; - Dividir a turma em dois grupos; cada grupo toca vozes diferentes, realizando assim intervalos harmónicos; - Tocar toda a melodia com acompanhamento da gravação.

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"BEG A DIME" Música: CAIM Versão instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos, Lino Pestana, Luís Salvador, Rubina Fernandes

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TEMA DO MÓDULO SONS E SENTIDOS

Pressupostos

Neste módulo pretende-se que o aluno desenvolva a compreensão dos diferentes processos de criação musical através da interpretação. Tendo como base pontos de partida musicais e não musicais, o aluno explora e apropria como é que as características dos sons se organizam para a elaboração de uma peça musical, de acordo com estéticas e pressupostos comunicacionais diferenciados.

ACTIVIDADE: Polirritmia

Este módulo leva-te à compreensão dos diversos sentidos da música. O sentido que é atribuído a uma determinada música, depende da capacidade que o compositor tem para transmitir as suas ideias através da peça que compôs. Ao realizarmos as tarefas do nosso dia-a-dia, produzimos sons acidentais. No entanto, se a intenção é produzir um conjunto organizado de sonoridades, com uma função expressiva, artística e comunicativa, então é música. Uma obra de arte resulta da expressão de sentimentos e sensações através da criatividade, imaginação, espontaneidade e experiência. Sendo um registo de ideias e de ideais de uma determinada cultura, tornase fundamental para a compreensão da História do Homem e do Mundo. Neste contexto, a criação musical pode ou não resultar da utilização de aspectos adquiridos historicamente, mas é sem dúvida uma expressão de intenção: poder, com as opções de timbres, alturas, intervalos, melodias, harmonias, ritmos, transmitir uma ideia, um sentimento, um desejo de comunicar. Esta actividade reside na interpretação rítmica em conjunto. Pretende-se uma vivência prática das infinitas possibilidades que o ritmo (ausência de melodia) poderá proporcionar aos alunos.

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artísti- - Reproduções rítmicas co, através do estudo e da apresentação, individual e em - Figuras rítmicas de grupo, de diferentes interpretações; som e silêncio * Toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais; - Timbres corporais e * Utiliza e apropria formas diferenciadas de notação musi- instrumentais cal (convencional e não convencional); * Ensaia, apresenta e dirige peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados;

* Reflecte e avalia, crítica e informadamente, as interpretações realizadas; - Criação e Experimentação

* Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; * Explora e apropria conhecimentos e saberes de diferentes técnicas instrumentais, de diferentes estéticas e culturas musicais, para a criação sonora e musical, bem como códigos e formas diferenciadas de representação gráfica dos sons;

- Percepção Sonora e Musical

* Manipula os materiais para fins comunicacionais e estéticas específicas; * Faz gravações áudio e vídeo do trabalho que realizou; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Apropria diferentes formas e símbolos (convencionais e não convencionais) de notação gráfica do som.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

Nota: Para uma melhor exploração da peça, é necessário fotocopiar e / ou ampliar (a cores) ou projectar o esquema rítmico na sala de aula.

- Realização de reproduções rítmicas (tendo em conta os ritmos a serem trabalhados e o grupo de trabalho); - Identificação das quatro frases rítmicas previamente escritas no quadro;

- Memorização das frases rítmicas e atribuição de diferentes timbres corporais para cada grupo; - Memorização das frases rítmicas e atribuição de diferentes timbres corporais para cada grupo; - Divisão da turma em quatro grupos: * * * *

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Grupo A - executa a linha amarela - estalar os dedos (clic); Grupo B - executa a linha azul - palmas (M); Grupo C - executa a linha rosa - pernas (Pn); Grupo D - executa a linha verde- pés (Pé).


RECURSOS Sugestão:

- Pedir aos alunos para trazerem materiais reutilizáveis (latas e baldes de diferentes tamanhos); - Agrupar por semelhança tímbrica; - Atribuir a cada grupo a respectiva linha rítmica.

- Materiais reutilizáveis (latas e baldes de diferentes tamanhos) - Aparelhagem sonora - Partitura

- Retroprojector ou vídeo projector (para projecção da partitura)

- Explicação do trabalho:

O objectivo desta peça consiste em proporcionar aos quatro grupos a sua intervenção em simultâneo. Durante a interpretação, sempre que existirem espaços sem algarismos, estes correspondem a compassos de espera. Na parte final da peça (últimos seis compassos) sempre que surgir uma linha branca, os alunos terão de realizar um tempo de espera.

SUGESTÃO RÍTMICA

1

2

3

4

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Visualizar o DVD do grupo STOMP - "Stomp Out Loud" INTERDISCIPLINARIDADE

- Educação Visual / Educação Tecnológica - criar instrumentos musicais com materiais de desperdício.

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ACTIVIDADE: "Um olhar sobre a baía"

Para compreender a dimensão das bandas filarmónicas é necessário situá-las num contexto imediato: existem cerca de 100 mil pessoas em Portugal que estão directa e indirectamente ligadas às bandas e às suas actividades. Por outro lado, estas instituições musicais são responsáveis por 150 anos de educação musical no programa de alfabetização musical. Relativamente à realidade da Região Autónoma da Madeira, a presença das bandas na vida da sociedade foi muito forte. Foi nas zonas rurais que as bandas mais se evidenciaram no desenvolvimento cultural das populações. Nestes espaços, onde a terra era dona dos homens e os absorvia no trabalho e na vida do dia a dia, a banda era uma evasão para todos aqueles que ao fim da tarde procuravam, na sala de ensaio, um refúgio e um sopro de liberdade para os desígnios e vínculos da colónia. In "Rostos e Traços das Bandas Filarmónicas Madeirenses"

A obra musical que servirá de suporte à audição auditiva que vais realizar, retrata, através da música, a Baía de Câmara de Lobos vista do Pico da Torre. Esta obra foi composta pelo Maestro da Banda Municipal de Câmara de Lobos Alberto Cláudio Sousa Barros. Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Maestro Alberto Cláudio Sousa Barros

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artísti- - Banda filarmónica co, através do estudo e da apresentação, individual e em grupo, de diferentes interpretações; - Si e Mi bemol

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, difer- Introdução, secções e entes tipos de instrumentos musicais utilizando técnicas conclusão e práticas musicais apropriadas e contextualizadas; - Criação e Experimentação - Percepção Sonora e Musical - Culturas Musicais nos Contextos

* Explora como diferentes técnicas podem contribuir - Tonalidade si bemol Maior; para a interpretação e comunicação artístico-musical; * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de Indicação do tempo aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas;

* Avalia e compara diversas obras musicais com Trémulo géneros, estilos e tradições culturais do passado e do presente;

* Reconhece as culturas musicais nas sociedades con- Contratempo temporâneas.

- Suspensão.

SUGESTÃO DE TRABALHO:

RECURSOS

- Audição da obra musical, fazendo referência à forma;

- Aparelhagem sonora

- Contextualização da actividade;

- Aprendizagem da melodia e acompanhamento (uma secção de cada vez); - Interpretação da audição activa.

- CD, faixa n.º 40 - Partitura - Flauta

- Instrumental Orff

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Música: Alberto Claúdio Sousa Barros Versão instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana, Luís Salvador Rubina Fernandes

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- 115 -


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Forma

Segundos

Introdução

00:00 - 00:25

Secção B

01:40 - 01:53

Secção A

Secção C e D Secção E Secção F

Secção G

Conclusão

00:26 - 01:39 01:54 - 03:36 03:37 - 03:51 03:52 - 04:34 04:35 - 05:01 05:02 - 05:16

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Obra: "Motivos da Madeira" In - CD "As melhores Bandas Filarmónicas".

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TEMA DO MÓDULO TEMAS E VARIAÇÕES Pressupostos

Neste módulo, pretende-se que o aluno desenvolva a compreensão, a utilização e a exploração das diferentes possibilidades de trabalhar uma ideia musical, isto é, diferentes versões de um mesmo motivo, frase ou tema musical; investigue sobre músicas de diferentes géneros, do passado e do presente, que utilizam o princípio de variação, identificando os procedimentos utilizados pelos criadores.

ACTIVIDADE: "Baile do ladrão"

Actualmente, limitada à Ilha do Porto Santo, o "Baile do ladrão", ainda era possível, até meados do século, encontrar referências desta dança no norte da Ilha da Madeira. Normalmente era apenas interpretada por cordofones e rabeca, porque nessa Ilha não era muito comum o uso da percussão. Sendo uma canção que era interpretada por todas as pessoas, com o passar do tempo foi caindo em desuso e, actualmente, é apenas interpretada pelo Grupo de Folclore do Porto Santo. Este tema encontra-se inserido nos bailes de entretenimento para adultos e é interpretada em grupo.

Curiosidade: "Hoje há viola" é uma expressão da ilha do Porto Santo que indicava que naquele dia haveria um baile.

Capa do CD, Xarabanda, 1994

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Organizadores - Interpretação e Comunicação

- Criação e Experimentação

Competências

Vocabulário

* Canta e toca, individualmente e colectivamente, - Célula rítmica formada por uma diferentes tipos de instrumentos musicais, acústi- quiáltera de 3 semicolcheias ligcos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas adas a uma colcheia musicais apropriadas e contextualizadas; * Ensaia, apresenta e dirige peças musicais com princípios estéticos e comunicacionais diversificados; - Síncopa * Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; - Elementos de repetição

- Percepção Sonora * Desenvolve a discriminação e sensibilidade e Musical auditivas;

- Culturas Musicais nos Contextos

- Célula rítmica formada por uma * Avalia e compara diversas obras musicais com colcheia e duas semicolcheias géneros, estilos e tradições culturais do passado e do presente; * Enquadra o fenómeno musical em determinados acontecimentos, tempos e lugares, e compara estilos, géneros e estéticas musicais em - Melodias simultâneas relação aos diferentes tipos de contextos passados e presentes, ocidentais e não ocidentais; * Compreende relações entre a música, as outras artes e áreas do conhecimento, identificando semelhanças e diferenças técnicas, estéticas e - As notas sol e lá agudas na expressivas. flauta

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Baile do ladrão

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Tradicional do Porto Santo Versão: Xarabanda Versão instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana, Luís Salvador Rubina Fernandes

Ó ladrão larga a menina, ó ladrão Que a menina não é tua. (bis) Se eu fosse dono da casa, ó ladrão, Ponha-te no meio da rua. (bis)

A praia do Porto Santo, ó ladrão É comprida e tem areia. (bis) No meio tem uma roda, ó ladrão Onde o amor passeia. (bis)

Se o mar tivesse varanda, ó ladrão Ia ver a minha mãe. (bis) Como o mar não tem varanda, ó ladrão Eu não vou, nem ela vem. (bis)

Quando passei, ó ladrão, ó ladrão Oh! Como a noite brilhava. (bis) E a lua minha madrinha, ó ladrão Que no céu me aluminava. (bis)

Deitei o papel ao vento, ó ladrão Pelo par perdeu a cor. (bis) Se me perderes de vista, ó ladrão Não me percas o amor. (bis)

Ó minha mãe, olha aquele, ó ladrão Que me quer levar p'ra rua. (bis) Ó ladrão larga a menina, ó ladrão Que ela é minha e não é tua. (bis)


SUGESTÃO DE TRABALHO:

Pressupostos: O aluno deverá ter experimentado (em sessões anteriores) a audição e execução de variações de um tema musical; - O professor sugere a audição do tema musical "Baile do ladrão" (versão do Porto Santo), a visualização da partitura em PowerPoint ou com projecção na tela e efectua a contextualização da música; - A turma canta a canção, apoiada pelo registo áudio;

RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixas n.º 41 a 43 - Flauta

- Apresentação, exploração e interpretação, inicialmente em pequeno grupo e posteriormente em grande grupo, da variação 1. Nota: Alertar para as diferenças entre o tema e a variação; atenção especial aos pequenos motivos rítmicos que distinguem a variação do tema original, como por ex:

VARIAÇÃO 1

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Nota: Alertar para as diferenças entre o tema e a variação; atenção especial aos pequenos motivos rítmicos que distinguem a variação do tema original, como por ex:

VARIAÇÃO 2

- Execução de toda a canção em aerofones (primeiro o tema e depois as variações 1 e 2). OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Exploração de outros temas populares e tradicionais regionais / nacionais e respectiva execução vocal e instrumental (cordofones).

INTERDISCIPLINARIDADE:

- Área de Projecto e Tecnologias da Informação e Comunicação - recolher a letra de canções tradicionais e populares madeirenses e posterior redacção e impressão (fichas de apoio para a disciplina de Educação Musical); - História e Música - realizar um trabalho de investigação sobre o grupo de música tradicional madeirense Xarabanda e respectivos músicos.

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ACTIVIDADE: "A maré está cheia"

A canção "A maré está cheia" é uma música popular portuguesa, interpretada apenas vocalmente no Alentejo. Foi popularizada na Ilha da Madeira e encontra-se integrada nas canções de passatempo e divertimento, nos encontros de grupos, nos arraiais e nas excursões tradicionais que ocorrem por toda a Ilha aquando de uma festa popular. Como curiosidade, refira-se o facto de no Alentejo esta canção ser cantada num andamento lento, em oposição ao andamento rápido que é tradicional quando se interpreta aqui na Ilha da Madeira. Uma das explicações para esta situação poderá residir nas diferenças climatéricas e de temperatura existentes entre as duas regiões. A versão instrumental, que vais ouvir, foi interpretada por Ricardo Dias e Virgílio Caldeira (no violino), por Vítor Sardinha (no rajão) e foi criada espontaneamente num encontro de músicos englobando todos os géneros musicais da RAM que ocorreu no Município da Calheta e cuja organização foi da ALMASUD (uma editora madeirense que aposta na edição da tradição madeirense).

O vilão e a viloa a tocar viola-francesa e

braguinha. Princípios do séc. XX. Estúdio Vicentes - Photographos.

Organizadores - Interpretação e Comunicação

Competências

Vocabulário

* Desenvolve a musicalidade e o controlo técnico-artís- - Ostinato rítmico / hartico, através do estudo e da apresentação, individual e mónico em grupo, de diferentes interpretações; * Canta e toca, individualmente e colectivamente, diferentes tipos de instrumentos musicais, acústicos e electrónicos, utilizando técnicas e práticas musicais apropriadas e contextualizadas;

* Cria, utiliza e apropria formas diferenciadas de - Sinal de repetição notação musical (convencional e não convencional); - Criação e Experimentação

- Percepção Sonora e Musical

* Utiliza a audição, imaginação, conceito e recursos estruturais diversificados para desenvolver o pensamento musical e a prática artística, aumentando o nível - Acordes de Sol M e Ré7 de aprofundamento, de complexidade e de sofisticação; (cordofones) * Desenvolve a discriminação e sensibilidade auditivas; * Apropria diferentes formas e símbolos (convencionais e não convencionais) de notação gráfica do som;

* Utiliza terminologia e vocabulário adequados, de acordo com as audições musicais do passado e do pre-Fá #; Compasso 4/4 sente.

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SUGESTÃO DE TRABALHO:

- Audição de um exemplo clássico de variações sobre um tema musical (Mozart - "Twinkle, twinkle, little star"): * Diálogo / reflexão sobre a peça musical e a génese das variações; - Audição da obra musical: * Identificação da peça musical (nome e forma); * Contextualização - música tradicional madeirense (diálogo com os alunos: características e funções da música tradicional madeirense); - Visualização da partitura da parte A: * Exploração / estudo da parte A em aerofones; * Execução instrumental da melodia (com e sem registo áudio); - Apresentação e exploração da partitura da Variação 1: * Exploração / estudo da variação 1em aerofones; * Execução instrumental da melodia (com e sem registo áudio);

RECURSOS

- Aparelhagem sonora

- CD, faixa n.º 44 e 45

- Apresentação e exploração da partitura da Variação 2: * Exploração / estudo da Variação 2 em aerofones; * Execução instrumental da melodia (com e sem registo áudio);

- Execução instrumental da peça completa com apoio do registo áudio. "A maré está cheia"

Tradicional Versão instrumental: Almindo Fernandes, Ana Cristina Vasconcelos Lino Pestana, Luís Salvador Rubina Fernandes

A maré está cheia O barco não anda. (bis) Eu queria passar, Ai! Ai! Para aquela banda. (bis)

Com meu namorado, Com meu amorzinho. (bis) Abraços ao pai, Ai! Ai! Beijinhos ao primo. (bis)

Para aquela banda Para aquele lado. (bis) Eu queria falar, Ai! Ai! Com meu namorado (bis).

Beijinhos ao primo, Que a prima lhe manda. (bis) Eu queria passar, Ai! Ai! Para aquela banda. (bis)

Os cordofones executam os acordes da parte A, respeitando o ritmo da melodia, de acordo com o seguinte esquema rítmico:

Etc…

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Os aerofones executam, num primeiro momento, a melodia do tema e em seguida, as Variações 1 e 2:

Variação 1

Variação 2

OUTRA PROPOSTA DE ACTIVIDADE:

- Exploração de outros temas populares e tradicionais regionais / nacionais e respectiva execução vocal e instrumental (cordofones), como por ex: "Malhão, Malhão"; "Pezinho da vila"; Baile da Ponta do Sol", etc.

INTERDISCIPLINARIDADE:

- Educação Musical, Português e Tecnologias da Informação e Comunicação - recolher a letra de canções tradicionais e populares madeirenses e nacionais; posterior redacção e impressão (edição de um "livrinho" - fotocópias).

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BIBLIOGRAFIA ÚTIL Música e músicos madeirenses ALMASUD, "Antologia da Música Tradicional da Madeira". Edição Almasud, 1998. CALDEIRA, Abel Marques, "O Funchal no Primeiro Quartel do Século XX: 1900-1925". Funchal, 1964. CAMACHO, Rui e TORRES, Jorge, "A Dança das Espadas da Ribeira Brava" apontamentos para o seu estudo, In: Xarabanda Revista, Funchal, nº8, 2º Semestre, p.32-35, 1995. CAMPINA, Maria, "Panorama Musical da Madeira", In Das Artes e da História da Madeira. Funchal, Vol. I, Nº 1, p.13. Arquivo Regional da Madeira, 1950. CLODE, Luiz Peter, "Registo Bio-Bibliográfico de Madeirenses séc. XIX e XX", Funchal: Edição da Caixa Económica do Funchal, 1983. EDUARDO, C.C. Pereira, "Ilhas de Zargo", Vol. II, 4ª edição. Funchal, 1989. FREITAS, António Aragão de e VIEIRA, Gilda França "Madeira Investigação Bibliográfica - Catálogo por Assuntos II". Edição SRTC / DRAC. Funchal, 1984. FREITAS BRANCO, Luís de, "Músicos Madeirenses", In Das Artes e da História da Madeira. Funchal, Vol. VI, Nº 33, 1963, p.48. Arquivo Regional da Madeira, 1963. GONÇALVES, Luísa; e GOMES, Duarte "Brinquinhos para ver e comprar", In: JM, Funchal, 4 NOV 1995, p.12-13. GONÇALVES; Luísa e GOMES, Duarte, "Senhor José Moniz, Caminho do meio. Anos a fio a construir instrumentos de corda", In: JM, Funchal, 17 NOV 1995, p.12-13. LACERDA, Francisco de, "Folclore da Madeira e Porto Santo", Edições Colibri. Edição da Câmara Municipal do Funchal. MACHADO, Rafael Coelho, "Dicionário Musical", Rio de Janeiro, Catálogo Bibliográfico do Arquipélago da Madeira, 1842. MARIA DOS REMÉDIOS, Castelo Branco, "Testemunhos de Viajantes Ingleses sobre a Madeira", Colóquio Internacional da História da Madeira. 1986, Funchal: Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Emigração/DRAC, 1989, pp. 198-246. MORAIS, Manuel. "Uma colecção de Peças do século XIX para machete e guitarra", Revista Xarabanda, XI, (Funchal, 1997), pp.2-11. MORAIS, MANUEL. "Bandurra", "Cavaquinho", "Guitarra Portuguesa", "Rajão", "Viola", "Viola francesa ou Violão", Enciclopédia da Música em Portugal no Séc. XX, Salwa Castelo Branco (Org.), em edição. MORAIS, MANUEL. "Notas sobre os instrumentos populares madeirenses: Machete, Rajão, Viola de Arame e Viola Francesa", Revista Xarabanda, Nº 12, 2º semestre (Funchal, 1997), pp. 11-13. OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, (1982), "Instrumentos Musicais Populares Portugueses". Edição, Fundação Calouste Gulbenkian. REIS GOMES, João dos, "A Música e o Teatro". Lisboa, Livraria Clássica, Biblioteca Municipal do Funchal, 1919.

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LOCAIS ONDE PODE CONSULTAR BIBLIOGRAFIA: - Associação Cultural e Musical Xarabanda; - Associações Culturais do Município onde a escola está localizada; - Associações Musicais do Município onde a escola está inserida; - Centro Documentação da Associação Musical e Cultural Xarabanda; - CID - Centro de Investigação e Documentação, no GCEA; - Direcção Regional dos Assuntos Culturais.

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BIBLIOGRAFIA DVD

G.C.E.A. 20 Anos do GCEA (1.ª Parte) / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - s.l. : s.e., s.d. CDU 78 (086.8) G.C.E.A. 20 Anos do GCEA (2.ª parte) / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - s.l. : s.e., s.d. CDU 78 (086.8) TEIXEIRA, Estevão Madeira: You can feel nature all around you / Estevão Teixeira. - Madeira-Portugal: Acção Criativa, 2003. - Registo n.º 5585/2003 CDU 908 (469.8)(086.8) ROCHA, Manuel "Povo que Canta" - Madeira: Cantos e Danças Entre a Terra e o Mar / Manuel Rocha; AMC Xarabanda. - Madeira: Dúvideo, Junho 2004 Canções Populares Madeirenses - Madeira CDU 784.4 (469.8)

Concerto Orquestra de Música Antiga da Madeira RTP/Madeira 1990 / GCEA. - Funchal: G.C.E.A., 1990 CDU 785.6 (469.8)(086.8)

O Folclore Português - Distrito da Madeira: Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova / G.C.E.A. Funchal: Ritmos e Produções e Filma & Vê, s.d. CDU 784.4 (469.8)(086.8) GCEA Côro de Câmara do GCEA: Igreja do Carmo - 16 de Abril de 2005 / Secretaria Regional de Educação / Direcção Regional de Educação / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Funchal: GCEA, 2005 CDU 784 (469.8)(086.8)

GCEA Música Instrumental e Corporal Dança e Teatro: Grupos do G.C.E.A. - 25 anos ao serviço da Educação e Cultura - Região Autónoma da Madeira / GCEA; SRE / DRE. - Funchal: Associação de Amigos do GCEA, 2005. - 13x18. - N.º Registo 11691/2005 e Cópia N.º 2011 CDU 792 (469.8)(086.8)

G.C.E.A. Carmen em ritmo "HIPHOP" : RTP/Madeira -17/02/2006 / GCEA. - Funchal: GCEA, 2006 CDU 785 (086.8) RTP MADEIRA Concerto Comemorativo: Dia da Região Autónoma da Madeira 2006 / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2006 Concertos. Banda-Madeira CDU 785.6 (469.8)(086.8)

GCEA Grupos do G.C.E.A. - 25 anos ao Serviço da Educação e Cultura - R.A.M. Música Instrumental e Coral Dança e Teatro / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Funchal: Secretaria Regional de Educação: Direcção Regional de Educação: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2005. - Nº de Registo 11691/2005 e Cópias N.º 260; 2011 e 2246 CDU 785 (469.8)(086.8) ASSOCIAÇÃO CULTURAL FLORES DE MAIO 500 Anos de Música Tradicional da Madeira / Associação Cultural Flores de Maio. - Almasud Gestão Cultural. - Vila do Porto da Cruz - Madeira: Almasud Gestão Cultural, 2005. - Foi gravado ao vivo na Vila do Porto da Cruz (Inclui 3 gravações históricas em audio). Cópia Promocional CDU 398 (469.8)(086.8) G.C.E.A. Concerto Coro de Câmara do Gabinete Coordenador de Educação Artística: Convento de Santa Clara em 15/07/05 - 21h30 / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Edição de Eduardo Gonçalves. - Funchal: Secretaria Regional de Educação, Direcção Regional de Educação, Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2005 785.6 (469.8)(086.8)

RTP MADEIRA Concerto Comemorativo da RAM: 29 de Junho de 2006 / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2006 Concertos. Banda. Sinfonias--Madeira CDU 785.6(469.8)(086.8) G.C.E.A. MUSICAeb de 1983 a 2007 / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Funchal: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2007 CDU 784.6 (469.8)(086.8) RTP MADEIRA Concerto no Convento de Santa Clara: 15 de Julho de 2007 / Gabinete Coordenador de

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Educação Artística. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 785.6 (469.8)(086.8) GCEA Ensemble de Percussão e Trio New Sounds: Centro Social e Paroquial da Ilha de 23 de Janeiro de 2005 / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Ilha - Santana: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 23 de Janeiro de 2005 CDU 789 (469.8)(086.8)

GCEA Comemorações do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Europeias: Banda Militar da Madeira / Orquestra de Sopros do GCEA / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - s.ed. - Funchal: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2007 CDU 788 (469.8)(086.8) GCEA- Ensemble de Guitarras do GCEA: (Casa da Cultura de Câmara de Lobos) / Secretaria Regional de Educação / Direcção Regional de Educação / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - s.ed.. Funchal: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2007 CDU 787.1 ORQUESTRA CLÁSSICA DA MADEIRA Comemorações do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses / Orquestra Clássica da Madeira. - s.ed.. - Funchal: Centromultimédia, 2007

GABINETE COORDENADOR DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Comemorações do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Europeias: Banda Militar da Madeira: Orquestra de Sopros do G.C.E.A.: 29 de Julho de 2007 - 21h30m no Parque de Santa Catarina / Gabinete Coordenador de Educação Artística. s.ed.. - Funchal: Centromultimédia, 2007

EDICARTE COM EDUARDO COSTA PRODUÇÕES As Saudades da Terra / Edicarte com Eduardo Costa Produções; Patrocínio: 500 Anos do Funchal. - s.ed.. - Funchal: Edicarte com Eduardo Costa Produções, 2007. - N.º de Registo: 8674/2007, Cópia N.º 915 ORQUESTRA DE BANDOLINS DA MADEIRA Neapolitan Songs: Concerto de Carlos Guilherme no Teatro Municipal Baltazar Dias / Orquestra de Bandolins da Madeira; Direcção Musical: Eurico Martins. - s.ed.. Funchal: Die4Filmes, 2007 - Foi Gravado ao Vivo a 03 Julho 2007

LUCAS, Carlos Brandão A Civilização do Açúcar na Madeira / Carlos Brandão Lucas; Prod.: Centro de Estudos de História do Atlântico. - s.l. : s.n., 1996. - Patrocínio: Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. RTP MADEIRA Noites da Madeira: Velhos Hotéis / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2008 CDU 784 (469.8)(086.8)

RTP MADEIRA Noites da Madeira: Luís Jardim e amigos no Largo do Colégio / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 784 (469.8)(086.8) RTP MADEIRA Noites da Madeira: Homenagem a Paulo Correia / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 784 (469.8)(086.8) RTP MADEIRA Noites da Madeira: Salsinhas D'Abalada / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 784 (469.8)(086.8)

RTP MADEIRA Noites da Madeira: Splash - Da Weasel / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 784 (469.8)(086.8) RTP MADEIRA Noites da Madeira: Blended Jazz / RTP Madeira. - Funchal: RTP Madeira, 2007 CDU 784 (469.8)(086.8)

GONÇALVES, Antero XIV Encontro Regional de Tunas: Camacha (31-10-1999) / Antero Gonçalves. - Funchal: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 1999 CDU 785 (469.8)(086.8) GABINETE COORDENADOR DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA Dia mundial da Música: 10.º Aniversário do Regimento de Guarnição N.º3: Orquestra de Sopros do

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GCEA e Banda da Zona Militar da Madeira / Gabinete Coordenador de Educação Artística. - Funchal: Gabinete Coordenador de Educação Artística, 2003 CDU 785 (469.8)(086.8)


SÍTIOS NA INTERNET http://genres.mp3.com/music/classical Arquivo de obras em formato mp3, de escuta gratuita para gravações de baixa qualidade http://worldmusic.about.com Sítio relacionado com as músicas do mundo http://www.7arte.net Sítio relacionado com a sétima arte http://www.attambur.com Sítio relacionado com as músicas do mundo http://www.cakewalk.com Sítio da empresa que produz software musical http://www.codamusic.com/coda Sítio onde se encontram programas para a notação musical http://www.csdraveurs.qc.ca/musique/flutalors/menu_principal.htm Sítio a partir do qual se pode aprender a tocar flauta de bisel http://www.etnohistoria.com.ar/htm/imagenes_instrumentos.htm Sítio de imagens, sons e instrumentos musicais de várias partes do mundo http://www.eyeneer.com/world Sítio a partir do qual se pode aceder a diferentes tipos de World Music http://www.fruityloops.com Sítio de software para a criação de música. Amostras de música criadas com este programa estão em http://artists.mp3s.com.artists/226/fruityloops.html http://www.guitarra-portuguesa.com Sitio da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado http://www.iaspm.net Sítio da International Association for the study of Popular Music http://www.info-internet.net/~ffaucher Sítio de arquivos midi de guitarra clássica http://www.mixman.com Sítio de software musical http://www.propllerheads.se Sítio de software musical. Ficheiros de música disponíveis para download. http://www.steinberg.net Sítio de software musical Cubasis VST 3.7 http://www.terravista.pt/Guincho/1072 Sítio onde estão instrumentos populares portugueses.

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