Jornal Domingo em Casa 13ª ediçao

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história

Domingo em Casa • 2 a 8 de de outuro de 2011

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ecoa no planeta

mbro relembrando o passado glorioso e projetando um futuro radiante

Vem aí a sede nova Entre os presentes preparados para comemora os 75 anos da Rádio Inconfidência, um deve ser ressaltado, como anuncia o presidente Valério Fabris. “Dentro de três anos, vamos nos mudar para uma sede definitiva. Ela (a rádio) terá um casa nova, que se chamará ‘Estação da Cultura Presidente Itamar Franco’ e contará com a Rádio Inconfidência, a Rede Minas e a Orquestra Filarmônica”, adianta Fabris. De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura, o local onde está sendo construída a Estação da Cultura é um terreno de 14.400 mil metros quadrados, localizado entre as ruas Gonçalves Dias, Tenente Brito Melo, Uberaba e Alvarenga Peixoto, próximo às avenidas do Contorno e Amazonas, no

Barro Preto, região central de Belo Horizonte. O custo estimado da obra é de aproximadamente R$ 140 milhões e a previsão é de que esteja concluída em 2014. A Rádio Inconfidência e a Rede Minas serão instaladas em um prédio de oito andares, com direito a estúdios com tratamento acústico moderno e adequado para cada mídia. As redações, com estrutura e ilhas de edição modernas das duas emissoras funcionarão em um mesmo andar, de forma integrada, o que proporcionará maior agilidade e qualidade, segundo promete o governo estadual. A promessa é de que até mesmo as antenas de transmissão serão referência arquitetônica, pairando sobre uma gigantesca torre de 75 metros de altura.

novo espaço Imagem de como ficará a parte externa da rádio

a todo vapor Hall principal da Estação da Cultura, nome da sede

Sabor mineiro no Mundo afora

Legenda Tina Gonçalves, Aline Louise e Cristiano Batista

No ar pela Rádio Inconfidência desde 7 de setembro de 1936, apenas quatro dias depois da estreia da própria emissora, ‘A Hora do Fazendeiro’ é o mais longevo programa radiofônico do Brasil. As notas inconfundíveis da rancheira ‘Campo Belo’, de Antenógenes Silva, acompanhadas dos acorde da sanfona de Rubens Diniz, entoam intermitentes há 75 anos no fim da tarde. Veja detalhes de como é feito o mais antigo programa do rádio brasiloeiro nesta entrevista com a produtora de ‘A Hora do Fazendeiro’, jornalista Aline Louise. DOMINGO EM CASA – O que ‘A Hora do Fazendeiro’ representa para a Inconfidência e para os mineiros? ALINE LOUISE – O programa surgiu num momento em que não havia facilidade de acesso à informação como hoje e o rádio tornava-se, então, o maior divulgador de notícias e informações importantes, com teor educativo mesmo. O programa, com conteúdo voltado para o produtor rural, se tornou um dos mais relevantes de Minas, principalmente por falar para um estado, à época, essencialmente agrário. Era através da ‘Hora do Fazendeiro’ que o produtor ficava sabendo qual a melhor forma de manejo na roça, o remédio para dar para o bezerro adoentado, etc. Sem

falar num outro tipo de prestação de serviço que o programa fazia, que era mandar recados para as pessoas, pelas ondas do rádio. Alguém vinha do interior para fazer um tratamento de saúde na capital, por exemplo, informava a família que estava bem através de mensagens enviadas pela ‘Hora do Fazendeiro’. Sua maior importância, portanto, foi a prestação de serviço. Por seu pioneirismo, inspirou outros programas rurais, inclusive de TV, que informam cotação de produtos, calendário de festas e eventos e respostas de dúvidas da audiência. A ‘Hora do Fazendeiro’ também preserva e valoriza a música de raiz. DC – Como é trabalhar no programa? AL – Trabalho como produtora do programa há dois anos. É uma delícia o constante contato com os ouvintes, que são muito carinhosos. Os assuntos tratados também são empolgantes: agricultura, meio ambiente, economia... Sempre aprendo com esses temas. DC – Tem alguma história interessante pra contar? AL – Várias. Lembro-me, por exemplo, dos ouvintes dona Mariinha e ‘seu’ Elsio, de Piedade dos Gerais. Eles são produtores de café orgânico e já os visitei duas vezes para fazer matérias.

Fui muito bem recebida, viramos amigos. Tanto que, para me homenagear, colocaram meu nome numa gata e numa vaquinha da fazenda. O ‘seu’ Geraldo, do interior de Goiás, também é um ouvinte por quem tenho muito carinho. Certa vez, ligou para passar uma receita de doce de leite com coquinho de gueroba (ou guariroba). Mas a gravação ficava com muitos ruídos e ele me explicou que para conseguir sinal no celular para falar com agente tinha que ficar no alto do morro, em cima do cavalo. Ele passou a receita no ar e ainda nos enviou uma caixa, via correio, cheia de doce e coquinho. DC – O programa recebe ligações de pessoas do interior? AL – De todo o estado e também de outras regiões do país. Também há grande audiência na capital mineira, afinal, quase todo mundo tem uma raiz no campo e gosta do programa por sentir que ele faz este elo entre o campo e a cidade. Correspondências chegam diariamente à emissora, de diversos locais do país e do mundo. Recebemos cartas, e-mails e ligações de todos os cantos do país e também de fora, como Itália, EUA e até Ucrânia. “A Hora do Fazendeiro” AM 880 Segunda a sexta: 17h às 18h50, exceto quarta: 17h50 às 18h50


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