Sombras secas

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MARCELO GRECO / BRASIL

Sombras secas Marcelo Greco / Brasil


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Sombras secas


O Oposto de Tudo Sombras Secas é a segunda pele de cidades, seus transeuntes, suas coisas, seus objetos voadores, suas transparências, seus resquícios de humanidades, a iminência do pensamento, a fuligem escorrendo pelo vidro, a dúvida do fotógrafo entre o que ele verdadeiramente enxerga, o que ele é, o que tenta descobrir para finalmente ter consciência de si mesmo. É um teatro de representações interior. Nada poderá ser explicado, apenas visto. Nenhuma fotografia permite interpretações. Ainda mais aqui, nessas sombras secas onde as imagens de Marcelo Greco fazem parte de um laboratório onde algumas vezes temos a impressão que o silêncio (a vida e a morte) de cada uma delas está sendo desafiado. Um mundo escurecido e inebriante e, por isso mesmo, o que nos provoca é chegar ao fundo do processo escondido em cada uma dessas fotografias. Elas existem porque quase “se escondem”. O fotógrafo é o oposto: se entrega para que a imagem não lhe arranque a pele. Como na despedida de uma grande paixão. Quem fica? Quem vai embora? Duas vezes a mesma coisa, sombras reproduzem o outro mesmo homem que muitas vezes não percebe que está sendo seguido diante do tempo que se esvai. Então o jogo está sobre a mesa. O tiro disparado. Não existem metáforas à janela do amanhã. Nada de véus. Nada de máscaras. O sujeito tentando descobrir o caminho na cidade adormecida: um local interior onde tudo se torna urgente. Estamos em coma. Nenhuma cidade aqui será jamais revelada. Tudo não passa de uma questão de segundos. Esqueçamos a representação. Estamos no grande teatro com suas feridas de ferro. O fotógrafo é o oposto: se entrega para que a imagem não lhe arranque a pele. Novamente como numa grande paixão. Do outro lado da cortina, estilhaços na vidraça. Quem de nós encostará o rosto no espelho? No espaço vazio entre humanidades, o homem e a cidade interrompem a escuridão que jamais será revelada. O fotógrafo é o oposto. Diógenes Moura Escritor e Curador de Fotografia

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Marcelo Greco (Brasil)

Nascido em 1966, começou a trabalhar com fotografia como free lancer para órgãos de imprensa do Brasil e para imprensa internacional através da agência francesaSIPA Press, no ano de 1996. Trabalhar na área cultural tem sido o foco principal de sua atuação. Desenvolvecursos e oficinas de fotografia autoral nos principais museus do país como Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e Museu de Arte de São Paulo (MASP). Orienta fotógrafos em grupos de estudos no desenvolvimento de projetos pessoais, assim como coordena e edita o trabalho de diversos fotógrafos para exposições em eventos nacionais e internacionais. No seu trabalho autoral, o universo feminino foi o enfoque inicial. Durante anos realizou um ensaio sobre atrizes do teatro nacional e fez exposições em São Paulo, Santos e no término de 2001 em Portugal. O projeto Íntima, Luz Íntima, tratou de uma metáfora sobre o universo feminino, foi exposto na Pinacoteca do Estado em 2002 e em conseqüência deste trabalho, recebeu uma bolsa do Centro Português de Fotografia para realizar um paralelo. Este material foi exposto em 2005 em São Paulo. A partir de 2005 o artista volta seu olhar para a vida urbana

contemporânea. O primeiro resultado desta nova pesquisa foi exposto na Alemanha em 2006 sob o título Silêncio Selvagem. Em 2010 publicou o livro/portfólio Tempos Misturados com textos do artista Sergio Fingermann. Este trabalho foi exposto em São Paulo e Rio de Janeiro. Desde então trabalha em uma série de narrativas visuais que aproximam a experiência vivida em biografias ilusórias, construindo assim ao longo da história uma relação entre ficção e realidade. Dentro destes projetos Internal Affair - 2013, Sombras Secas - 2015 e agora a etapa Abrigo no Luto em processo. Foi curador geral do Festival de Fotografia ‘Paraty em Foco’ 2008. Em 2009 criou a Schoeler Editions, casa editorial voltada para o mercado Fine Art. Cria livros e portfolios de tiragem limitada e assinados pelo artista. Em 2012 realizou um intercâmbio com a Rietveld Academy of Art, Amsterdam onde junto a Leo Divendal, ministrou um curso para 30 alunos sendo 15 brasileiros e 15 europeus e asiáticos.

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www.marcelogreco.com


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Consulta y envíos de trabajos: bexbariloche@gmail.com - http://www.bexmagazine.com BARILOCHE / PATAGONIA / ARGENTINA Abriendo espacios a la fotografía latinoamericana Sombras secas


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